EDP ON 17 - Evora Inovcity

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Energia sem limites · Maio | Junho * 2010 Nº17 A primeira cidade inteligente da Península Ibérica Conheça todas as novidades na distribuição de eletricidade Évora InovCity ENTREVISTA Miguel Stilwell de Andrade e António Vidigal “Os próximos 20 anos vão representar uma revolução no setor elétrico” GÁS NATURAL Nova regulamentação entra em vigor MERCADO Liberalização atrai mais clientes em Portugal e na Espanha EM DEBATE A ética nas empresas

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Energia sem limites · Maio | Junho* 2010 Nº17

A primeira cidade inteligente da Península IbéricaConheça todas as novidades na distribuição de eletricidade

Évora InovCity

ENTREVISTAMiguel Stilwell de Andrade e António Vidigal“Os próximos 20 anos vão representar uma revolução no setor elétrico”

GÁS NATURALNova regulamentação

entra em vigor

MERCADOLiberalização atrai

mais clientes em Portugal e na Espanha

EM DEBATEA ética nas empresas

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o n 3

Editorial

EDP lançou, no início de abril, seu projeto de Inovcity –ou cidade inteligente – em Évora. Assim, deu mais um pas-so para colocar Portugal na linha de frente, sob o pontode vista de inovação no setor, em termos mundias.

Trata-se de um projeto que visa potenciar a cidade como que de melhor pode existir com as redes inteligentes,desde a microgeração, ao veículo elétrico, ou aos conta-dores inteligentes. Até o final do ano, serão 50 mil clien-tes que terão acesso a tal tecnologia, que permitirá umagestão mais rigorosa dos consumos de cada um, poten-ciando a aposta da EDP na promoção da eficiência ener-

gética.Trata-se da primeira Inovcity da Península Ibérica, um modelo para o restante da Euro-

pa. Assim, abre a porta a um potencial de novos negócios para PME nacionais.Com essa iniciativa, contando com a presença do Primeiro-ministro português, José

Sócrates, reafirmamos a capacidade de estar na linha de frete em um setor em verdadeira re-volução.

Eis o primeiro número da nova Revista da EDP. Uma “ON” pensada para responder às ne-cessidades de um grupo cada vez mais global, multigeográfico, de partilha de conhecimento,potenciando as pessoas que nela trabalham diariamente.

A partir de hoje, a revista passa a ter um componente comum a todas as geografias; e ver-dadeiramente se dá a partilha de conhecimento entre os vários países. Assim, mostra-se oque de melhor se faz dentro do grupo. Depois, cada uma passa a ter um componente dedica-do exclusivamente ao seu mercado, numa intenção clara de responder às necessidades maislocais do grupo.

Atualizamos também o grafismo da revista, com a introdução de melhorias pontuais, re-velando maior cuidado gráfico e fotográfico.

Acreditamos que nossa revista será um orgulho, pois todos podem revê-la. E pensamosser útil e interessante para todos!

Até ao final do ano, 50 mil clientes terão acesso às redesinteligentes, o que permitirá uma gestão mais rigorosa dosconsumos de cada um e promoverá a eficiência energética

Na linha da frente da inovação

on

Paulo Campos CostaDiretor de Marca e Comunicação A

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On é uma edição bimestral

Proprietário EDP – Energias de Portugal, SAPraça Marquês de Pombal, 12, 1250-162 Lisboa Tel: 210 012 680 Fax: 210 012 910 [email protected] Diretor Paulo Campos Costa

Editora Península Press SLRua dos Correeiros 120, 4º esq , 1100-168 LisboaAdministrador executivo Stella Klauhs [email protected] Redação Eduardo Marino (editor), Joana Peres (redatora), Arte Marta Conceição, Miguel Freire e Nuno Teixeira Fotografia Hugo Gamboa, José Reis e Adelino Oliveira, iStockphoto, SXC Revisão Ana Godinho Coordenação EDP Margarida GlóriaDistribuição gratuita Portugal – 23.000 exemplares; Espanha – 2.000 exemplares; Brasil – 2.500 exemplares

Isenta de registo na E.R.C., ao abrigo do decreto regulamentar 8/6, artigo 12º nº1-a4 o n

índice Maio | Junho

Évora foi a primeira cidade portuguesa a receber o projetoInovGrid. A EDP está na linha de frente nas redes inteligentese promete mudar para sempre a forma como os clientes lidamcom a energia

Energia sem limites · Maio | Junho* 2010 Nº17

A primeira cidade inteligente da Península IbéricaConheça todas as novidades na distribuição de electricidade

Évora InovCity

ENTREVISTAMiguel Stilwell de Andrade e António Vidigal“Os próximos 20 anos vão representar uma revolução no sector eléctrico”

GÁS NATURALNova regulamentação

entra em vigor

MERCADOLiberalização atrai

mais clientes em Portugal e Espanha

EM DEBATEA ética nas empresas

António Vidigal e Miguel Stilwell de Andrade explicam,em entrevista, o impacto que terão ter as redesinteligentes na área da energia

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índice

o n 5

6 fórumPerguntamos aos colaboradores EDP quais as maiores vantagens para o grupocom a implementação das redes inteligentes

7 bolsa8/13 cultura edp14/16mercado18/19 causasA APPT21 é uma das associações apoiadas pela Bolsa de Valores Sociais

20/23 inovação24/33 em focoTudo sobre o projeto InovGrid, inaugurado em Évora, com grande sucesso

38/39 em debateÉtica empresarial é o tema que reúne quatro opiniões de diferentes personalidades

40/41 capital humanoO programa sou+edp pretende mobilizartodos os colaboradores do grupo

42/43 a nossa energiaAs notícias que ligam os centros produtores às comunidades envolventes

64 em destaqueTeresa Pereira, da secretaria-geral e assessoria jurídica do Grupo EDP

A ILUSTRARTE – IV Bienal Internacional de Ilustração para a Infância – encantou crianças e adultos no Museu de Eletricidade

52A EDP associa-se às comemorações do Ano Internacionalda Biodiversidade,uma iniciativalançada pela ONU.Saiba quais são os desafios para o Dia B, no próximo22 de maio

O mentor da Bolsa de Valores Sociais faz obalanço desta iniciativade solidariedade social,em Portugal

34

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Melhoria na eficiênciaenergética e reduçãodas emissões de CO2,através do aumento da integração de

energias renováveis e da promoção damobilidade elétrica

fórum*REDES INTELIGENTES · A On pergunta

“A possibilidade de se cortar e ligar a energia àdistância é de uma importância nuclear parauma boa gestão do nosso produto de venda: aelétrica. As perdas comerciais irão diminuirde forma significativa.” PORTUGAL

“(...) Nossa visão na área de Sistemas deControle da EDP Bandeirante é que astecnologias que temos, em operação na redede AT e MT, está próxima daquelas emimplantação em Portugal. Temos que dar maispassos no aprendizado com a equipeportuguesa, para alinharmos os processos econhecermos as dificuldades encontradas e as

soluções adotadas para a total gestão da redeelétrica na cidade de Évora (...)”Francisco Pires – BRASIL

“A grande vantagem é a evolução que estanova tecnologia permite. A funcionalidadeaproxima o consumidor da energia aos seusgastos, procurando envolvê-lo numa análisemais cuidada do seu consumo de energia, algoque até agora era pouco possível na prática.Hoje, cada um de nós tem a possibilidade demostrar como poupa, realmente, a energia; enão a desperdiça, fundamentando-se emdados que a smart grids trazem.” PORTUGAL

“Escolheria todos os itens, mas como tenhoapenas uma escolha, opto pela modernizaçãoda rede elétrica... À EDP, parabéns pelainovação, pelo pioneirismo e pelo espíritoempreendedor. Só podemos desejar boa sortee sucesso!!”BRASIL

“Estas situações mostram que o Grupo EDPnão está parado, vendo apenas passarem osanos; mas, sim, tenta – permanentemente –evoluir na melhoria tecnológica e na suaimplantação.”PORTUGAL

Quais as maiores vantagens na introdução do sistema InovGrid nas cidades portuguesas?· O projeto InovGrid procura responder a um novo paradigma energético que passa pela aposta nas renováveis, pela microgeração e pela procura de uso mais eficiente da energia. O Grupo EDP está na linha de frente no desenvolvimento das smart grids (redesinteligentes), o que envolve a instalação de Energy Box na casa dos clientes. O projeto-piloto já se iniciou em Évora.

· PERGUNTAMOS AOS COLABORADORES – DE PORTUGAL, ESPANHA E BRASIL PELA INTRANET E RECEBEMOS VÁRIASRESPOSTAS E COMENTÁRIOS

6 o n

40,2%

Modernização da rede elétrica,

com maiorinformação,comunicação, tecnologia,

e melhoria daqualidade do serviço

Vantagenseconômicas para o grupo,permitindo

reter e captar mais clientes,

oferecendo novosplanos tarifários e serviços de valor

acrescentado

Reduçãosubstancial de custos

operacionais

Maiorvisibilidade

para o Grupo EDP, em termos

internacional,demonstrandoque faz parte da vanguardatecnológica

38,3% 9,1% 8,6% 3,8%

Comentários

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Os cordões da bolsa

A Bolsa Nacional encerrou em alta, acompanhando o movimento dosoutros. mercados do restante da Europa, sustentando o índice dereferência nacional, o qual esteve, sobretudo, a EDP. O PSI-20 fechou valorizando 0,92%, para se fixar nos 8.344,29 pontos,com 18 títulos em alta e dois em baixa, numa sessão em quemudaram de mãos 48,3 milhões de ações. A praça lisboeta foi, aliás, a que mais terreno ganhou na sessão de hoje na Europa.No restante do Velho Continente, o movimento foi tambémgeneralizadamente positivo, com exceção da Grécia. Os mercadosacionistas estão sendo impulsionados pelos resultados acima doesperado da Intel e do JPMorgan Chase, que intensificam a convicçãode um fortalecimento da retoma econômica. O Stoxx Europe 600disparou mesmo para o nível mais alto, desde setembro de 2008.Só a Bolsa de Atenas é que não conseguiu acompanhar esse ânimo,tendo fechado com uma perda de 2,05%. A praça grega foi penalizadapelo fato de as “yields” das suas obrigações, há 10 anos, estarem,hoje, subindo 26 pontos base para 7,07%, com os investidoresexigindo um retorno maior para financiarem a Grécia. A tendência desubida registou-se, aliás, na generalidade dos prazos.Em Portugal, a empresa que mais sustentou o índice de referêncianacional foi a EDP. A elétrica, liderada por António Mexia, subiu de1,13% para 3,035 euros.

O banco de investimento UBS retomoua cobertura da EDP Renováveis, atri-buindo-lhe uma recomendação deneutral, para um prazo de 12 meses;e de comprar, para um período de trêsmeses. Além disso, o analista do ban-

co de investimento suíço, Alberto Gan-dolfi, atribui um preço-alvo de 6,25 euros ao braço das renováveis da EDP,o que lhe confere um potencial de valorização de 8% face ao valor de encerramento de sexta-feira.

3,0200EDP

EDP retemperaenergias do PSI-20

uNegócios, 14 de abril, Carla Pedro

uNegócios, 1 de abril, Susana Domingos

UBS oferece potencial de valorização de 8% à EDP Renováveis

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cultura edp

A ntónio Mexia, presidente executivoda EDP, é o melhor CEO da Europa naárea da energia. A distinção, atribuí-

da pela conceituada publicação financeiraInstitutional Investors, é resultado da vota-ção de mais de mil analistas que acompa-

nham o desempenho das empresas listadasna Bolsa de Valores. A reputação da gestãoda EDP nos mercados financeiros interna-cionais rendeu ainda mais três prêmios atri-buídos a Nuno Alves, Miguel Viana e Rui An-tunes.

Melhor CEO da Europa na área de energia

PRÉMIOS RECEBIDOS PELO GRUPO EDP:

– 1º Lugar: CEO – Sell Side – Energy – António Mexia

– 3º Lugar: CEO – Buy Side – Energy – António Mexia

– 3º Lugar: CFO – Sell Side – Utilities – Nuno Alves

– 3º Lugar: IR Professional – Buy Side – Utilities – Miguel Viana

– 3º Lugar: IR Professional – Sell Side – Utilities – Rui Antunes (EDP Renováveis)

AEDP é das mais cotadas da Europana gestão da relação com investido-res. A empresa foi distinguida pelo

IR Global Ranking como uma das cinco pri-meiras na categoria de Best Ranked Finan-cial Disclosure Procedures in Europe e deBest Ranked Corporate Governance Prac-tices in Europe. As duas categorias em quea EDP mais se destaca traduzem a qualida-de da informação financeira disponibiliza-da e ainda os bons resultados do modelo degestão corporativa em vigor.

Esse é um ranking que se realiza há 11anos e que, nesta edição de 2010, contacom a 35 países, ditinguindo as empresasem seis diferentes categorias. A distinçãoé atribuída por um júri independente, oqual avalia os resultados recolhidos sobreas empresas concorrentes pela equipe deanalistas da MZ Consulting. O IR GlobalRanking é realizado com a colaboração daBloomberg, KPMG, The Bank of New YorkMellon, entre outras instituições de refe-rência.

EDP entre as cinco melhores da Europa

t

Os métodos mais eficientes e os valores que servem de exemplo

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Pilar de Sustentabilidade dos Negócios

A preferência dos investidores por apli-cações em empresas sustentáveis e decredibilidade, associado à política do

grupo, na utilização das melhores práticas, per-mitiu a mobilização de recursos para a imple-mentação voluntária do Sistema de ControleInterno do Relato Financeiro (SCIRF).

O novo Código de Governo das Sociedadesda CMVM, publicado em 2010, recomendatambém a criação de sistemas de controle interno, tendo em vista a salvaguarda do

valor das empresas e a transparência do go-verno societário.

Nesse sentido, está em curso um projeto deavaliação do SCIRF, com o apoio do AuditorExterno, tendo por objetivo a emissão de umrelatório de conclusões e a de um parecer so-bre a qualidade e robustez do sistema de con-trole interno do Grupo EDP.

O âmbito do trabalho envolve as atividadesdesenvolvidas nas diversas unidades de negó-cio, contas, processos e respectivos controles

realizados no ano de 2010.Estão envolvidos no projeto as principais

empresas da Geografia de Portugal: HCE,NGE, EDP R Europa + HWE e EDP Brasil,com a coordenação do Centro Corporativo.

Estamos seguros de que o projeto vai me-recer o envolvimento e empenho de todos osresponsáveis SCIRF, certeza de que sairemos-com uma performance positiva, em fevereirode 2011, com a emissão do parecer pelo Audi-tor Externo.

O Grupo EDP – líder no mercado das empresas cotadas na Euronext – incorporou, desde o primeiro momento em que os temas de controle interno foram regulamentados no mercadoamericano, os procedimentos e controles inerentes à sua utilização no grupo

"O âmbito do trabalhoenvolve as atividadesdesenvolvidas nas diversasunidades de negócio,contas, processos erespectivos controlesrealizados no ano de 2010"

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Cultura EDP

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Cultura EDP Edp way

Eliminar desperdícios com a participação de todosO Lean II, projeto integrado no programa EDPWay, visa à mobilização e o envolvimento dos co-laboradores na resolução dos problemas no dia-a-dia das suas actividades. É seu objetivo pro-mover uma cultura de melhoria contínua e par-ticipativa, por meio da implementação da abor-dagem Lean a novos negócios e geografias dogrupo, da disponibilidade de apoio metodológi-co transversal e da consolidação com os proje-tos já existentes.

A metodologia Lean surgiu nos anos 50 do sé-culo XX, após a II Guerra Mundial. Taiichi Ohn-no e seus precursores (Sakichi Toyoda e KiichiroToyoda) implementaram um novo método den-tro da sua empresa. Jim Womack analisou-o e des-creveu-o, num método, num estudo do (MIT), noinício da década de 90 do mesmo século, dando-lhe o nome de Lean Manufacturing (mais tarde,Lean Management). Lean significa “sem desper-dício”, “sem gordura”. Tem como base o princí-

pio japonês, iniciado na Toyota, de eliminação demuda(desperdícios), mura(variabilidade) e mu-ri(sobrecarga), por meio de kaizenuma melho-ria contínua ou, literalmente, uma mudança pa-ra melhor. Os desperdícios são todos os recursose atividades, que não acrescentam valor para ocliente.

O Lean tem uma abordagem bottom-up e in-cremental, envolvendo toda a organização; a mel-horia faz parte do trabalho do dia-a-dia de todos.

Atendendo à importância de consolidar os negócios, criar valor e aumentar a execução no novociclo previsto pelo Plano Estratégico 2009-2012, a EDP lançou o Programa EDP Way, no qual seinclui o Lean. Saiba mais sobre esse projeto que pretende evitar todos os desperdícios, ou seja,recursos e atividades que não acrescentam valor para o cliente

“The only way to become and stay lean is to produce lean managers” – Jim Womack

“A relentless barrage of “why’s” is the best way to prepare your mind to pierce the clouded veil of thinking caused by the status quo. Use it often.” – Shigeo Shingo

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o n 11

Edp way Cultura EDP

São habitualmente definidos sete tipos dedesperdício (ou seja, atividade que não acres-centa valor): produção excessiva, espera, trans-porte, sobreprocessamento, inventário, repro-cessamentos e deslocação. A esses, acrescenta-se o desperdício de não serem ouvidas as pesso-as que, efetivamente, lidam com a produção ouo serviço – o gemba(em japonês).

A adoção e a aplicação da metodologia têmtrazido excelentes resultados para as empresas.Permitem, de uma forma sustentada, analisar eresolver problemas, identificando sua causa-raiz,eliminar desperdícios e analisar e implementaroportunidades de melhoria.

A aplicação do Lean na EDP contribui para aotimização da gestão, para uma maior fluidez nosprocessos de suporte, para aumentos da eficiên-cia, produtividade e competitividade. Torna-semuito importante também porque o Lean rela-ciona-se aos comportamentos das pessoas nodia-a-dia. É o sentimento dos colaboradores departicipação ativa em contribuição para melho-rar a performance diária.

Eventos RecentesForam, recentemente, concretizados alguns dos objetivos do Lean II do EDP Way: – Expansão do Lean a novas geografias,nomeadamente na EDP Valor e na EDP Gás – Partilha de experiências interempresas, com a realização de oito ‘lean days’ locais, tendoenvolvido mais de 550 colaboradores e a realizaçãode fórum de debate Lean entre a EDPD e a EDPP – Garantia de sustentabilidade, com a discussãocolaborativa do manual Lean entre colaboradoresde todas as empresas

Resultados esperados

• Clarificação e reforço do que é o “Lean EDP”;

• Melhor formação dos colaboradores;• Maior motivação, envolvimento e comunicação;

• Comprometimento da gestão com a metodologia;

• Adoção de rotinas de partilha deexperiências entre os diversosprogramas já implementados;

• Troca colaborativa do conhecimento do Lean dentro da empresa;

• Generalizar a prática cultural de os problemas serem analisados até à causa-raiz, com melhor aplicação das ferramentas e mais envolvimentona execução;

• Afirmação do Lean em todos osnegócios e geografias do grupo

• Consolidação de uma culturaparticipativa, focada nos conceitos de melhoria contínua.

Linhas de orientação do Lean II:• Generalizar o Lean na EDP – lançamento de outrosprogramas (negócios e geografias);

• Garantir sustentabilidade – mecanismos de reforço, role-modeling e rotinas estruturantes;

• Partilhar experiências – Estabelecer o Lean como metodologia de melhoria operacional comum aogrupo.

Pedro Gaivão, responsável pelo Projeto Lean II

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Cultura EDP Edp way

Quais os objetivos, as equipes e quem é responsável?EQUIPA OBJECTIVO RESPONSÁVEL

Novos programas

Plano de comunicação

Compromisso direções

Manual Lean corporativo

Parcerias

Lean day

Plano de formação

Networking Lean

Apoio interempresas aos novos programas e expansão dos jáexistentes

Comunicação dos princípios Lean a todos os colaboradores EDP,integrados no plano de comunicação do EDP Way

Reuniões de alta direção sobre o Lean, sensibilização às chefiasintermediárias; Lean como forma de atingir objetivos concretos, visitasao terreno pelos responsáveis. Fomento de rotinas de gestão Lean

Repositório de regras e boas práticas do Lean – comum ao Grupo EDP

Intercâmbio de experiências entre as universidades e o Lean nasempresas EDP – formação, apresentações de exemplos, case-studies, participação em doutoramentos/mestrados

Evento Lean com participação de oradores e convidados externos,com maior debate sobre a metodologia de trabalho Lean

Formadores recomendados e categorizados pelo tipo de formação(partilha de experiências das empresas com formação Lean) /integração do Lean em temas como universidade EDP, alinhamentocom a P.F.M. no enriquecimento do catálogo de formação em Lean

Criação de rotinas de partilha/debate entre os diversos Lean, pelosresponsáveis das diversas empresas / Repositório de informaçãosobre a metodologia e os programas / promover visitas aos Leaninterempresas

Diogo Cordeiro (EDPP)

Robalo Jorge (EDP SC)

Virgínia Andrade (EDP D)

Fernando García Agudo (HC)

Diogo Cordeiro (EDPP)

Filipe Lucas (DSI)

João Gonçalves (EDPV)

Pedro Gaivão

DESDE QUANDO E ONDE É APLICADO O LEAN NA EDP?

A aplicação do Lean na EDP iniciou-se em 2004.Começou na EDP Distribuição com um proje-to-piloto com o objetivo de melhorar os indica-dores de disponibilidade, na área de gestão deavarias. Em 2006, o programa iniciou-se naEDP Produção, com a realização de um pilotono Centro de Produção de Sines. Após o mo-delo testado e o sucesso alcançando, expandiu-se por toda a EDP Produção e pela HC Ener-gía. Em 2007, foram lançados outros novos pro-gramas Lean nas Soluções Comerciais e naEDP Brasil. 2008 foi marcado por seu lança-mento do programa Lean na EDP Renováveisno âmbito da disponibilidade, eficiência e ener-gia reativa, na DSI, em termos dos sistemas dedistribuição, manutenção aplicacional e inci-dentes e em Naturgas. Desde o arranque doLean EDP Way, em 2009, foram já lançadas no-vas equipes na EDPSC, programas na EDP Pro-dução e o lançamento do Lean na EDP Valor eEDP Gás.

"O Lean promove, estrutura e dá meios para uma atitude mais participativa na resolução de problemas em todos os âmbitos da organização. Traduz, por isso, uma forma de gestão diferente, emque, se associa a procura contínua da excelência a uma política de recursos humanos, fomentando o espírito de todos".

João Manso Neto · Sponsor Lean

Significa "ir e ver por si mesmo" e é parteintegrante da metodologiaLean. Refere-se à práticade os gestores não se basearem apenas eminformação e observaçõesfiltradas e retiradas de contexto, deconhecerem, em primeiramão, o gemba, ou localonde se desenrolam as atividades. Comovantagens da aplicaçãodesse princípio, incluem-se decisões mais adequadas e maior sentimento de pertença de todos os colaboradores.

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Sistemas unidos

1.Uma sessão detrabalho envolvendo,simultaneamente,Lisboa, Oviedo e Bilbao foi o ponto de partida para umanova realidade dos Sistemas deInformação (SI),tendo comoreferência oprosseguimento de otimização de custos, aflexibilidade para que semaximizem sinergias e aagilidade, face aos distintosnegócios na EDP

Desenvolver a estratégia de integração de serviços de Sistemas de Informação para o Grupo EDP, que maximize sinergias e facilite a flexibilidade requerida pelos diferentes negócios e geografias.

A Direção de Sistemas de Informação (DSI) foi a primeira área do Centro Corporativo da EDP a teratividades integradas no espaço ibérico, o que constitui um grande desafio de gestão e organização

Maior Integ ração de funções de SI

2. Aumentar a eficiência, alavancada nas capacidades existentes no Grupo no grupo ibérico (partilhar serviços: CPD, Comunicação,Service Desk, Aplicações).

Aumento da Eficiência dos serviços de TI

3. Executar o plano de segurança de informação e assegurar o cumprimento das normas (compliance) exigidas pelo SCIRF (Sistema de Controle Interno de Relato Financeiro).

Seg urança de informação e “compliance”

4. Desenvolver o capital humano de Sistemas de Informação do Grupo EDP e executar o plano de formação e de desenvolvimentode pessoas.

Desenvolvimento do Capital Humano de SI

Cultura EDP

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O mercado liberalizado é aquele no qual vários operadores podem concorrer livremente em termosde preços e condições comerciais, observando as regras da concorrência, a lei geral e osregulamentos aplicáveis. O transporte e a distribuição permanecem como atividades exercidas emregime de serviço público, exclusivamente. Os negociadores e os clientes celebram contratos defornecimento com as regras entre eles acordadas.

O QUE SIGNIFICA O MERCADO LIBERALIZADO?

1 4 o n

mercadoNegócios da EDP

Em 2009, o grupo conseguiu disponibilizarofertas competitivas no mercado; assim,viu crescer a venda a clientes finais em

68%. O E.B.I.T.D.A. das atividades liberadas tam-bém cresceu 61%, fruto de uma otimizada estra-tégia de sourcing de energia, presente numa fle-xibilidade crescente das centrais da EDP e ren-táveis estratégias de compra nos mercados re-presentativos a diferentes maturidades.

Na Península Ibérica, o grupo concorrecom a comercialização de eletricidade, gás eserviços de energia com diferentes marcas ecom um portfólio alargado de produtos e ser-viços. Com a forte e crescente presença daconcorrência (Iberdrola, Endesa, União Fe-nosa e Galp), em mercados 100% liberaliza-dos, seis milhões de consumidores em Portu-

gal, e 50 na Espanha, já possuem inúmerasopções.

Em Portugal, onde os clientes em mercadoliberalizado de energia elétrica representamcerca de 40% do total do mercado, a EDP Co-mercial defende sua quota no mercado da ener-gia, por meio da marca EDP Corporate, no seg-mento empresarial da energia, e da edp5D, noresidencial.

Serviços de energiaO mercado de serviços de energia é totalmen-te livre. Por isso, o Grupo EDP aposta nas dife-rentes geografias, no desenvolvimento da ofer-ta de serviços como estratégia de diferencia-ção nos mercados de energia, na promoção ati-va da eficiência energética e na criação de mo-

delos de negócio com os clientes.A EDP Serviços – Sistemas para a Qualida-

de e Eficiência Energética, criada em 2009, éa empresa do Grupo EDP em Portugal queopera no mercado de serviços de energia (li-beralizado e regulado), sob a marca EDP Ser-viços e Consultoria, promovendo a sustenta-bilidade, a eficiência energética e a parceriacom os clientes.

No âmbito da atividade de comercializa-ção de energia e serviços, essas marcas e pro-postas de valor subjacente concretizam a vi-são do grupo, orientada para o mercado. As-sim, constituem a linha da frente de interfa-ce com o cliente final, por meio de relaciona-mentos diários dos gestores de clientes e deprodutos, ou de serviços com o mercado.

O Grupo EDP está presente em vários mercados liberalizados, quer nos pequenos, quer nosmais expressivos. E aguarda com expectativa a iminente extinção das tarifas em Portugal

Liberalização atrai mais clientes

Consumidores

6 milhões em Portugal50 milhões em Espanha

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Dadas as atuais mudanças de paradigmas no setor energético, aaposta do Grupo EDP é crescente no desenvolvimento de políticasda procura sólidas no aumento de eficiência energética,promovendo a mudança de comportamentos, da exploração e amassificação da adoção de novas tecnologias e equipamentos

pelos mercados residências e empresarias.As diferentes áreas de desafios à inovação na comercializaçãopassam, entre outras questões, pela flexibilidade, domótica e pelodesenvolvimento de serviços e tarifários, à medida que ossistemas de contadores inteligentes forem instalados.

A plataforma do InovGrid, em Portugal, vai permitir a criação deInovServices que a EDP Comercial e a EDP Serviços. Estas sedesenvolverão com o auxílio de vários parceiros externos e,também, com clientes, já que poderão ter uma participação maisativa na gestão e na otimização da procura nacional.

o n 1 5

Mercado

wPARA O B2C

1. Portfólio de Serviços de Eficiência energética:a) Ecofamílias: Utilização de novoscontadores de horários para melhorara eficiência energética das casas;

b) Iniciativas Web:b.1) Consumo eficiente de Hogares:

Conselhos e testes de avaliação deconsumo via Internet;

b.2) “Hogar sostenible en la web”:espaço de opinião e informaçãosobre os produtos da HCEnergía/Naturgas Energíarelacionados à sustentabilidade;

b.3) Plantação de uma árvore a cadavez que um cliente optar pelafatura ou pelo fórum de novoabastecimento;

b.4) Sorteio de eletrodomésticos deeficiência alta por participar de umjogo de E-newsletter mensal.

c) Bateria de Condensadores: Oferta deuma bateria de condensadores paranegócios com o objetivo de evitarpenalizações por reativo;

d) “Plan Renove para ClientesFuncionais”: Substituição de caldeirasantigas ou defeituosas por novas, comcondições especiais de preço;

e) Outros: Pontos responsáveis numprograma de fidelização (bolaecolavagem, lanterna de bateriamanual, carregador de pilhas…),faturação eletrônica, oferta delâmpadas de baixo consumoenergético, por meio da iniciativa“Funciona luz”, entre outras ações.

2. Portfólio de Multitécnicos “Serviço Funciona” trabalha commanutenção, reparação das instalações eaparelhos elétricos e a gás:a) “Funciona Luz”: Manutenção ereparação de instalações elétricas.

Cobre a reparação de eletrodomésticos;b) “Funciona dual/Plus”: Manutenção ereparação das instalações elétricas e agás. Cobre o custo da inspeçãoobrigatória legal de gás;

c) “Funciona Negócios”: Manutenção ereparação das instalações elétricas e agás. Cobre o custo da inspeçãoobrigatória legal a gás, revisão deextintores e iluminação de emergência.

3. Portfólio de serviços de produçãodescentralizada de energia:a) Solar Térmico;b) Solar Fotovoltáico ligado à rede;

w PARA O B2B

• Gestão da energia,• Manutenção das instalações, • Qualidade de abastecimento; • Eficiência e economia energéticas;• Desenvolvimento sustentável.

Novos modelos de negócio

Na EspanhaA HC Energía e Naturgás, do Grupo EDP, também oferece aos clientes B2B e B2C a seguinte gama de serviços de energia:

A marca edp5D agrega aoferta da EDP Comercial,desde setembro de 2006(início da liberalização dosegmento). Proporcionaa clientes residenciais ea pequenos negóciosuma tarifa atraente,associada a um conjuntode serviços de valoracrescentado. São exemplos oseguro de assistência domiciliar e odiagnóstico à iluminação para a promoçãode práticas mais eficientes, que ajudem osclientes a pouparem.A inovação recente da marca edp5D – “A comunidade Social de clientes edp5D”envolve-se com o inesperado. Por exemplo, w sabia que a edp5D vai “virtualmente”com você ao café? Pois é; com essa comunidade, todos osclientes podem usufruir de descontos e

vantagens em diversosestabelecimentoscomerciais; também

clientes edp5D, desde cafés,restaurantes, cabeleireiros elojas ou diversificados locaisnos quais nossos clientespodem apresentar seu cartão

virtual e lucrar com descontosespeciais.

Com esse projeto, os clientes-negócios aumentam a visibilidade de seuestabelecimento, divulgando-o, nacomunidade edp5D, em www.edp5d.pt. Osresidenciais usufruem das vantagensoferecidas nas várias áreas de atividadepor todo o país. Além de todos essesbenefícios, a comunidade transmite apercepção de pertença a um grupoexclusivo como fator fidelizador. Acomunidade é assim – uma característicainovadora e diferenciadora do produto,num mercado cada vez mais exigente.

A marca EDP Corporate

Em Portugal, o negócio comercial deenergia elétrica tem funcionado comovariável de determinação na colocaçãoda energia produzida pelo Grupo EDP.Com a submarca EDP Corporate,pretende-se, por um lado, herdar daEDP os valores de proximidade, simpatiae parceria. Por outro lado, aprofundar as ideias de competitividade, agilidade e modernidade, mostrando claramenteque se trata de uma oferta B2B. A EDPCorporate é um sinônimo da oferta de produtos e serviços de energiainovadores, indo mais além numarelação de verdadeira parceria eproximidade com os clientesempresariais, oferta da EDP Comercial,desde setembro de 2006 (início daliberalização do segmento).

A marca edp5D

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1 6 o n

Mercado

Omercado português do gás naturalencontra-se totalmente liberado,desde o início de 2010. Com a fina-

lidade de atualizar os regulamentos combase na experiência obtida no primeiro pe-ríodo regulatório, já terminado de poten-ciar a entrada de novos agentes no merca-do, criando maior concorrência; a ERSE(Entidade Reguladora dos Serviços Ener-géticos) aprovou, em fevereiro, a revisãodos regulamentos do setor do gás natural,para o novo período regulatório 2010-2012.

Das medidas definidas para esse perío-do, destacam-se três pelos seus impactosnos negócios da EDP e no mercado:

1) Revisão da estrutura tarifária deacesso ao Terminal de GNL de Sines;

2) Definição da metodologia de recupe-ração das taxas de ocupação do sub-solo presentes e futuras;

3) Abertura à prestação de serviços op-cionais pelas empresas reguladas.

Espera-se que a alteração da estruturatarifária do terminal de GNL de Sines po-tencie uma maior competitividade dessainfraestrutura, contribuindo para a diver-sificação das formas de aprovisionamentopara as empresas do Grupo EDP.

Quanto às taxas de ocupação do subso-lo, – se os municípios decidirem cobrá-las– serão suportadas pelos consumidores degás natural daquele município, feito por umpagamento em fatura de gás natural.

Relativamente aos serviços opcionais, osOperadores das Redes de Distribuição e os

encarregados de Último Recurso Retalhis-ta podem alargar o leque de serviços pres-tados, oferecendo, além dos regulados, osopcionais (por exemplo: venda e assistên-cia à gasodomésticos, reparação de insta-lações, etc.).

A realidade espanhola O mercado de gás natural na Espanha está to-talmente liberalizado e, desde 2007, o regu-lado foi extinto. As distribuidoras dedicam-se unicamente à rede e às comercializadoraspelo fornecimento do cliente final.

A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos aprovou, em fevereiro, a revisão dos regulamentos do setor do gás natural para o período de 2010-2012.

Nova regulamentação do setor do Gás Natural

O mercado português dogás natural encontra-setotalmente liberado desde 2010

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causasedp

1 8 o n

APPT21 – Uma Causa e…Um Negócio que faz a Diferença!

Capacidade Econômica e empenho social

Desde o início de sua atividade, em 1º deoutubro de 1990, a Associação Portu-guesa de Portadores de Trissomia 21

(APPT21) assume que “a política de mão esten-dida nunca foi solução” para qualquer proble-ma. Tendo esse princípio como fato indiscutí-vel, foram dados passos consistentes numa di-reção que, a determinada altura, apontou paraa possibilidade de criação de um negócio comcaracterísticas sociais. Isto é, deu sinais de quehavia espaço para o lançamento de um concei-to de “empreendedorismo social”.

No princípio, a iniciativa juntou designers,portugueses e estrangeiros, que começaram

a criar peças, digamos, “geneticamente alte-radas”: relógios, xícaras, clips e móveis; obje-tos “diferentes” produzidos e expostos naFundação Calouste Gulbenkian. As receitasobtidas com suas vendas foram revertendo afavor da organização.

Para além do resultado das vendas, chega-va também à organização a notícia de uma evi-dência: o entusiasmo do público era muitogrande; havia imensa procura e era enorme oagrado que o público demonstrava pelas pe-ças e pelo que significavam. E a AssociaçãoPortuguesa de Portadores de Trissomia 21percebeu que “havia uma oportunidade laten-

te – a de transformar uma proposta pontualnum verdadeiro negócio social”, com a van-tagem de que este poderia permitir à organi-zação ser financeiramente sustentável.

Para acelerar o processo de produção, a fimde fazer face às necessidades que o público ia de-monstrando, foram necessárias estabelecer par-cerias com empresas de retalho e industriais, ca-pazes de garantirem uma distribuição em gran-de volume. Quando a APPT21 candidatou-se –e depois conseguiu – à Bolsa de Valores Sociais,já se tinha procedido à divulgação dos produtosdisponíveis junto de empresas, lojas de museus,espaços de design, etc.

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causas

o n 1 9

Efeito D, uma marca da APPT21, é um Projeto cotado na Bolsa de Valores Sociais – www.bvs.org.pt – mas é, também, uma nova marca de peças de design

Efeito D – uma marca da APPT21É um projeto de Ação Social que reverte a

favor do Centro de Desenvolvimento InfantilDIFERENÇAS, um dos mais criativos e avan-çados da Europa, que acompanha, atualmen-te, mais de nove mil crianças em todo o país eproporciona apoio a 1.200 pessoas com Tris-somia 21.

Trata-se de um projeto cotado na Bolsa deValores Sociais – www.bvs.org.pt –, mas é tam-bém uma nova marca de peças de design. Cria-da à luz de visões diversas de um conceito co-mum, inspira- se em pessoas diferentes, comSíndrome de Down, ou melhor, a Trissomia 21

é um distúrbio causado pela presença de umcromossoma 21 extra, total ou parcialmente, nocódigo genético do ser humano. Ademais, essaligeira alteração genética cria pessoas diferen-tes das outras e produz uma pequena alteraçãono código da palavra “defeito”: ela encontra umamaterialização nova, positiva e inspiradora. De-feito torna-se efeito D. Asssumindo o design co-mo ferramenta capaz de reproduzir essa distin-ção, o efeito D desafiou designers portuguesese estrangeiros a projetarem objetos que incor-porassem, no seu código genético, uma diferen-ça que os tornassem únicos, originais e atrati-vos para os consumidores.

Efeito D, resultado da criatividade aplicadaà Ação Social, foi um projeto criado por PedroBidarra, desenvolvido pela BBDO Portugal, fi-nanciado pela Fundação Calouste Gulbenkian,coproduzido em pro bono com a “Experimen-ta Design”. Conta-se também com o apoio ju-rídico, em regime também pro bono, da VdA.

O objetivo da marca, além de dar umamaior visibilidade à causa, é criar uma fontede rendimento suscetível de financiar as ati-vidades das DIFERENÇAS, um centro de de-senvolvimento infantil que ajuda e acompa-nha crianças com problemas cognitivos e dedesenvolvimento.

UMA CAUSAEXCEPCIONAL

A tragédia no Haiti, que vitimou e desalojou milhares de pessoas, constituiu um acontecimento consideradopertinente à EDP e à Bolsa de Valores Sociais (BVS). E abraçou mais uma causa que continua aberta na BVS.Para participar do “SOS Haiti”, basta ir à www.bvs.org.pt, registrar-se como investidor social e escolher aforma de pagamento. A Fundação EDP duplica o valor da sua doação. E essa contribuição será entregue pe-la BVS à Cruz Vermelha Portuguesa, instituição coordenadora de esforços de apoio humanitário não apenasno nosso país, mas no mundo inteiro.

Efeito D – efeito Design; efeito Diferença. Uma marca

de objetos diferentes, desenhados por artistas diferentes

e inspirados em pessoas diferentes...

Haiti:

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20 o n

inovação*O investimento na co-criação é uma das apostas da EDP, dentroda área de Inovação. Com esse objetivo, o grupo organizou, emparceria com a COTEC, um evento de apresentação às PME

O futuro está na co-criaçãoNos últimos anos, tem-se assistido a uma autêntica mudança no pa-radigma de inovação das grandes empresas. Enquanto, até agora, asorganizações inovavam por intermédio de seus departamentos inter-nos de I&D (Investigação e Desenvolvimento), percebem-se que têmmuito a ganhar com descobertas em campos que, aparentemente, po-dem parecer dissociados da sua atividade.

Essa constatação levou a que se passasse a falar de inovação aberta, ouseja, permeável a avanços científicos ou industriais de outros setoresde atividade, por oposição à inovação fechada, que só utiliza os recursosdisponíveis dentro da própria organização. Com tal mudança, surgiu anecessidade de “co-criar”; isso implica desenvolver relações de parce-ria mais fortes do que a mera relação entre clientes e fornecedores.

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o n 21

inovação

A rede COTEC é,particularmente,interessante para a EDP, por ser composta por PME’s, reconhecidas por suas propostasinovadoras e com elevado potencial

Biogrid no Seminário Europeusobre Alterações Climáticas

A EDP Inovação há muito que despertouà co-criação e, nesse sentido, em parceriacom a COTEC; assim, organizou, no passa-do 24 de fevereiro, um evento de apresen-tação do Grupo EDP às empresas da redeCOTEC PME (Pequenas e Médias Empresas)INOVAÇÃO. O acontecimento, com cercade 50 participantes, permitiu a várias em-presas apresentar sua atividade, destacan-do as iniciativas de inovação e as oportu-nidades de negócio para as PME perten-centes a essa rede.

Estiveram presentes várias figuras con-hecidas da área da Inovação em Portugale do Grupo EDP, tais como Rogério Cara-puça e Daniel Bessa, da COTEC. Repre-sentando o grupo, estiveram Jorge CruzMorais (administrador da EDP), António Vi-digal (EDP Inovação), Miguel Stilwell d’An-drade (EDP Distribuição), António Ferreirada Costa (EDP Produção), Paulo Pinto deAlmeida (EDP Serviços e EDP Comercial),Luís Marques Ferreira (EDP Valor), LuísAdão da Fonseca (EDP Renováveis) e InêsLima (Direção de Marketing Corporativo).

A rede COTEC é, particularmente, inte-ressante para a EDP, por ser composta porPME reconhecidas por suas propostas in-ovadoras, com um elevado potencial pa-ra introduzir soluções de ruptura.

A Naturgas Energía marcou presença no Seminário Europeu sobre AlteraçõesClimáticas, realizado em Helsínquia, nos dias 18 e 19 de janeiro, a convite do Ministério do Meio Ambiente finlandês.Nesse seminário, o Grupo EDP estevejunto de outras empresas europeias que lideram projetos aprovados peloprograma LIFE+, da Comissão Europeia, e apresentou o projeto BIOGRID, como um instrumento potencial para reduzir asemissões de CO2 da atmosfera. Lideradopela Naturgas Energía, eis o único projetosobre geração de gás natural renovável(biometano), procedente de resíduosorgânicos, aprovado pela comissão. A Comissão Europeia, em 2008, financiouo projeto com cerca de metade doorçamento, atingindo dois milhões deeuros, para seu desenvolvimento entre2009 e 2011. O BIOGRID é um projetopioneiro em Espanha, no qual participamuma empresa espanhola, Biogas FuelCell, das Astúrias, e outras duasholandesas.

Jogando, também se aprendeA EDP pôs à prova o espírito competitivo dos seus colaboradores com o lançamento doPower Trade, um jogo on-line que simula o mercado livre de energia elétrica. Trata-se deuma ideia criada por Pedro Neves Ferreira, diretor de Planejamento Energético da EDP,que vê no jogo uma forma simples de explicar o complexo funcionamento do mercado. Oprimeiro campeonato interno envolveu mais de 100 jogadores, na Península Ibérica, e sóos melhores conseguiram chegar à grande final, depois de, diariamente, terem de tomardecisões de planejamento de capacidade de energia. Além dos colaboradores, muitos es-tudantes universitários têm tido oportunidade de aprender com o Power Trade, num cam-peonato que ocorre, envolvendo universidades de todo o país.

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22 o n

inovação

As empresas são capazes de criarem algode valor quando utilizam o conheci-mento. O conselho é de Kjell Nords-

tröm, o guru mais badalado da área de inova-ção, que abrilhantou o 1º Fórum de Inovação daEDP, no Brasil, no final do ano passado, em SãoPaulo. O evento marcou o lançamento de umanova era dentro da empresa: o projeto EDP2020, que pretende transformar o grupo em re-ferência na área.

Meta desafiadora? Sim; muito. Mas o co-mando da EDP acredita que é dessa maneiraque se constrói uma empresa líder no mercadobrasileiro de energia. “Com esse projeto, a ideiaé inserir a estratégia de inovação na EDP parafazer frente ao ambiente competitivo e de cons-tante transformação onde vivemos.”, diz Antó-nio Laporta, diretor de Desenvolvimento doNegócio e Inovação.

Entre os planos do EDP 2020, está o PrêmioInovação, que tem como objetivo estimular odesenvolvimento de projetos na área de ener-gias renováveis, das redes inteligentes, da mo-bilidade elétrica, da eficiência energética, damicrogeração e das cidades sustentáveis. Serãoinvestidos R$ 100 mil, anualmente, pelos pró-ximos 10 anos. Sendo que, até 2020, terá sidoaplicado um milhão de reais em novos negó-cios. “O prêmio segue a linha do Prêmio RichardBranson, lançado na EDP Portugal, no início de2009.”, conta Laporta.

Mobilidade elétricaOutro foco previsto no EDP 2020 é a mo-

bilidade elétrica. Seguindo exemplo da matrizportuguesa, pioneira no investimento do ca-rro elétrico, a EDP tornou-se a primeira em-presa no Brasil a instalar uma rede de postosde abastecimento de veículos elétricos.

Realizada em parceria com o Governo do

Prêmio InovaçãoLançamento:novembro de 2009Objetivo:estimular o desenvolvimento de projetos inovadores no setor energético brasileiroÁreas:energias renováveis, das redes inteligentes, da mobilidade elétrica, da eficiência energética, da microgeração, das cidades sustentáveisPúblico-alvo:empreendedoresInvestimento:um milhão de reais até 2020Apoio:Centro de Empreendedorismo da FGVExemplo no Grupo:Prêmio Richard Branson, da EDP Portugal

Projeto, que inclui um prêmio de até um milhão de reais, pretendecolocar empresa no Brasil entre as líderes do setor

EDP 2020: o caminho da inovação

estado do Espírito Santo, a ação contou com adoação de 45 bicicletas elétricas à Polícia Mi-litar. Os novos veículos substituíram parte dafrota de motocicletas utilizadas pelos solda-dos e estão sendo usadas para patrulhamentoe manutenção da segurança em áreas da orlade cinco cidades do estado capixaba: Vitória,

Vila Velha, Serra, Guarapari e Cariacica. Segundo Laporta, a EDP priorizou uma

parceria pública com caráter social e de pres-tação de serviço à população. “A EDP tam-bém está estimulando a indústria nacional,pois as bicicletas são fabricadas e montadasaqui no Brasil.”, explica.

Bicicletas elétricas da Polícia Militar do Espírito Santo

Kjell Nordström, em

palestra no 1º Fórum de

Inovação da EDP, no Brasil

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Page 23: EDP ON 17 - Evora Inovcity

o n 23

inovação

Otema dos Campos Eletromagnéticos(EM) faz parte das preocupações dasempresas produtoras e distribuidoras

de eletricidade, quer na vertente da exposiçãoa que são sujeitos seus trabalhadores, quer nada exposição do público em geral, tendo vindoa ser objeto de variados estudos pela comuni-dade científica.

A Labelec, por intermédio do Departamen-to de Estudos e Desenvolvimento (DED), in-vestiu em software especializado, que permi-te obter uma estimativa à priori dos CEM(Campos Eletromagnéticos) de uma instala-ção elétrica em fase de projeto. Com essa ferra-menta, é possível antecipar eventuais proble-mas, realizar otimizações, ou proceder altera-ções ainda na fase de projeto, reduzindo even-tuais custos quando comparados com altera-ções realizadas após início da construção dainstalação.

Denominado CDEGS (Current Distribu-tion, Electromagnetics, Grounding and SoilStructure Analysis), o software utilizado pelaLabelec foi desenvolvido pela empresa SafeEngineering Services & Technologies, sedea-

da no Canadá, com larga experiência na áreaem questão. O soft tem sido validado com tra-balho científico intenso, ao longo dos últimos20 anos e, atualmente, apresenta um númerovasto de utilizadores dos quais se destacam aIBERDROLA, Endesa, ABB e KEMA.

O programa apresenta grande flexibilida-de, sendo possível modelizar, com bastanterigor, todos os condutores filiformes existen-tes num sistema de energia elétrica, tendo emconsideração suas características geométri-cas e elétricas (tais como resistividade, per-mitividade elétrica, permeabilidade magné-tica). Torna-se, assim, possível modelizar umsimples cabo subterrâneo, uma linha aérea(incluindo apoios e cabos de guarda) e até osprincipais componentes de uma subestação,compreendendo vedação, malha de terra, ba-rramentos, cabos e linhas, etc.).

Centrais produtoras com sistema único A EDP criou um sistema integrado de informação que une todas as suas centrais deprodução em Portugal e na Espanha, num total de mais de 60 unidades. Numa se-gunda fase, o Skipper integrará também o Brasil, bem como outros mercados emque o grupo venha a desenvolver centrais térmicas ou hídricas. O projeto implicouum investimento de quatro milhões de euros. Ao integrar num único todos os siste-mas de monitorização e gestão das centrais de produção, a EDP garante ganhos deprodutividade e de eficiência. Mais importante ainda, garante partilha constante eem tempo real de conhecimento à escala internacional e maior aproximação das vá-rias culturas do universo EDP.

Em outra vertente, e pelo Departamentode Alta Tensão (DAT), a Labelec tem sido so-licitada para realizar diversas campanhas demonitorização de CEM em instalações elé-tricas, como Linhas Aéreas e Subestações,de empresas do Grupo EDP e das externas.Ademais, tem efetuado, frequentemente,medições em habitações particulares, quese situam próximo de instalações elétricasnuma perspectiva de ir ao encontro das in-quietações manifestadas pelas pessoas resi-dentes nessas áreas. O DAT realiza mediçõ-es de acordo com o disposto regulamentarem vigor, de forma a verificar o cumprimen-to dos requisitos legais em situações de re-clamações de clientes, licenciamento de ins-talações elétricas, ou segundo o plano anualde medições, elaborado pela EDP Distribui-ção e pela REN.

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Labelec estuda Campos Eletromagnéticos

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2 4 o n

em foco

Prepare-se para a revolução no setor elétrico! A EDP está na linha de frente das redes inteligentes e promete mudar – para sempre – a forma como os consumidores lidam com a energia. Évora foi aprimeira cidade a receber o projeto-piloto do InovGrid. E, se já temosuma InovCity, dentro de alguns anos, estaremos a caminho de nostornarmos um InovCountry. Quem sabe, do primeiro no mundo?!

InovCity

Page 25: EDP ON 17 - Evora Inovcity

o n 2 5

em foco

C arros movidos à eletricidade, carregados na garagemcom energia produzida pelos próprios consumidores.Saber, em tempo real, dados sobre o consumo de eletri-

cidade. Ativar, remotamente, serviços, como alterações tari-fárias e de potência contratada. Saber que detectam avariaselétricas na alimentação de sua casa de forma automática.

Todas parecem ideias mais próximas da ficção científica;contudo, a verdade é que já estão sendo testadas. Em Portu-gal, pela EDP, ocorre uma verdadeira revolução no modo co-mo as pessoas têm acesso à energia. Essa é a premissa do Inov-Grid, projeto inovador, que visa dotar a rede elétrica de equi-pamentos inteligentes. Estes irão potenciar a eficiência ener-gética, a microprodução e a mobilidade elétrica - pilares fun-damentais do desenvolvimento sustentável.

Évora foi a cidade escolhida para o arranque do teste. O ob-jetivo da EDP é que todas as casas portuguesas venham a serequipadas com terminais inteligentes de rede. Quando o pro-jeto entrar em fase generalizada, prevê-se uma série de van-tagens para os consumidores. Eles poderão, por exemplo, con-sultar seu padrão de consumo e disciplinar os hábitos de con-sumo, adaptando-os a períodos do dia ou da semana, em que ocusto da energia é mais baixo. A fatura dos clientes refletiráseu consumo real, uma vez que a leitura é recolhida automa-ticamente pelo equipamento inteligente – Energy Box – colo-cado em cada casa.

As Energy Box, dispostas nos pontos de consumo e nos degeração, permitem a atuação remota, evitando o deslocamen-to da equipe da EDP e a presença dos consumidores para exe-cução de algumas tarefas, principalmente, alteração de po-tência, ciclo e tarifa.

Tudo isso será possível por meio das redes inteligentes;elas permitem controlar e adaptar a capacidade da distribui-ção às necessidades decorrentes do consumo e da produçãode energia. A rede inteligente tem inúmeros equipamentosinstalados ao longo de sua extensão, e isso permite controlar,a cada instante, o estado de toda a rede, balancear cargas eprevenir avarias. Ela reage de imediato às ações dos consu-midores e produtores, quando eles, por exemplo, injetam ener-gia na rede, ou solicitam um aumento de potência.

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Page 26: EDP ON 17 - Evora Inovcity

2 6 o n

em foco

A rede inteligente de energia apresentavantagens para o consumidor que quiser tam-bém passar a produtor. Vai potenciar o volu-me de energia que qualquer utilizador da re-de inteligente pode produzir em sua casa.Atualmente, o consumidor pode tornar-seprodutor de energia elétrica ao instalar, emcasa, painéis solares, fotovoltaicos ou peque-nas turb nas eólicas. A rede inteligente deenergia permitirá a maximização da produ-ção disponível ao conseguir adaptar as con-dições técnicas de exploração da rede, emfunção dessa produção.

O consumidor/produtor terá um conjun-to de novos serviços e planos de preços ajus-tados a seu perfil de consumo. A gestão ener-gética torna-se mais eficiente, dado que obalanço entre o que consome e o que produzpoderá ser consultado on-line, via web, per-cebendo-se, exatamente, a que horas do dia éconsumidor e a que é produtor.

Guiada pelos princípios de sustentabilida-de, inovação e eficiência energética, a EDPapoia também a criação de uma rede de pon-tos de abastecimento de veículos elétricos,que poderá se desenvolver mais rápida e efi-cazmente com a criação de uma rede inteli-gente de energia.

E esta será suporte das operações de cargae de descarga dos veículos elétricos, operaçõesque vão servir, respectivamente, para rece-ber da rede energia, quando ela estiver dispo-nível e tiver preço mais baixo. Para restituir àrede a energia elétrica quando ela é mais ne-cessária e a um preço que se traduza em ren-tabilidade acrescida para o utilizador.

A rede inteligente possibilita um controlequase em tempo real da energia consumidanesses postos de abastecimento, o que per-mitirá ao consumidor calcular a parcela deconsumo alocada ao veículo elétrico, abaste-cido em sua habitação.

A implementação desse piloto não temqualquer custo para os clientes. A EDP supor-ta os custos de instalação e operação dos equi-pamentos, tal como acontece, hoje em dia, comos equipamentos de contagem. O custo da EBainda não está definido. O certo é que os res-ponsáveis pelo projeto reforçam que a tecno-logia está evoluindo muito rapidamente e que,por esse motivo, estamos mudando para uma,cada vez maior, normalização de equipamen-tos e funcionalidades, o que perspectiva umaredução de investimento em equipamento de-vido a economias de escala.

E lá fora?Apesar dos diversos projetos em curso, em termosinternacionais, ainda não se verificam projetos de Smart Cities totalmente consolidados, quer em termos de instalação, quer em resultados obtidos. Boulder (EUA) e Amesterdã já estão em curso no terreno. Estocolmo aguarda ainda pelaimplementação do projeto. A instalação de SmartMeters em Castellón iniciou-se em abril deste ano e, em Málaga, deverá iniciar-se só no próximo.

Page 27: EDP ON 17 - Evora Inovcity

o n 2 7

em foco

Por que Évora?Depois de uma análise multicriteriosa, verificou-se que Évora possuía as características ideais em termos de número de clientes, características da rede e indicadores socioeconômicos e demográficos para o sucesso da experiência. No entanto, esse não será o único local de teste. Além dos 31.000 consumidores da InovCity de Évora, nos quais será instalada uma Energy Box (EB), estão também reservadas cerca de 10.000 EB's a instalar em outros locais.

31 mil Energy Boxes

54 mil habitantes

Equipe InovGrid (da esquerda para a direita): David Estevão,

São Miguel de Oliveira, Pedro Vinagre, Gonçalo Lacerda, Filipe

Vasconcelos, Dionísio Carneiro, Nuno Simões, Inês Marques,

Aires Messias, Lélia Moita e Paulo Campos

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DVD

808 505 705

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em foco

Bem-vindo à Cidade inteligente

Para mais informações:www.inovcity.pt

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DVD

o n 2 9

em foco

Évora teve o privilégio de ser a primeira InovCity portuguesa. Nesta ilustração, mostramos algumas mudanças principais que irão transformar a cidade em Patrimônio Mundial da Humanidade

créditos: anyform

s design

Page 30: EDP ON 17 - Evora Inovcity

3 0 o n

em foco

A Praça do Sertório, em Évora, foi palco do lançamento nacional da InovCity

Page 31: EDP ON 17 - Evora Inovcity

o n 3 1

Como cliente EDP com uma EB,ficarei sem eletricidade durante ainstalação?A instalação da EB é um processo

idêntico à atual substituição de um equi-pamento de contagem. A interrupção se-rá muito curta.

A instalação da Energy Box teráimplicações no método defaturação que, atualmente tenhoestabelecido?Sua faturação passará a ser, por

regra, com leitura real. No caso excepcio-nal de não se obter a leitura real, a fatu-ração será efetuada como até agora.

Minha fatura irá sofrer algumaalteração pelo fato de ter instaladauma Energy Box?Não. A factura não vai sofrer alterações.

O “leitor” continuará a deslocar-seà minha instalação, periodicamente,para retirar as leituras?O leitor deixa de se deslocar, uma

vez que a leitura é recolhida automati-camente.

A instalação de uma Energy Boxpressupõe alguma potênciamáxima/mínima contratada?Não.

A instalação da Energy Box terácustos imputáveis ao cliente?Não; todos os custos serão suportados

pela EDP.

A Energy Box tem dimensõesdiferentes, comparando com osatuais contadores?A Energy Box tem as mesmas dimen-

sões de um contador.

Posso solicitar a substituição domeu contador por uma Energy Box?Neste momento, só as instalações

definidas pela EDP podem ter umaEnergy Box instalada.

É possível agendar a instalação da Energy Box para o horário pós-laboral ou fim de semana?Só é possível, legalmente, efetuar

o serviço durante o horário normal de expediente, das 8h às 18h.

Na Energy Box, poderei verificar as leituras, o tipo de tarifa e o ciclo?

Sim. As leituras, o tipo de tarifa e o ci-clo aparecem no ecrã, que automatica-mente, mostra a informação ao cliente.

De que forma as alteraçõessolicitadas, no âmbito da instalação,ficam disponibilizadas em temporeal?As alterações, em situação normal,

ficam disponíveis no próprio dia.

Com a Energy Box, o tarifário vaisofrer alguma alteração? E possomanter a mesma periodicidade defaturação?Não vai haver alteração de tarifário

acordado entre o cliente e o seu comer-

cializador. Sim, pode manter a mesma pe-riodicidade de faturação.

Tenho Contrato no MercadoLiberalizado. Minha instalaçãotambém estará sujeita à colocaçãoda Energy Box?Sim. A função de operação na rede é da

responsabilidade do Operador de Rede(EDP Distribuição) e aplica-se aos clien-tes de todos os comercializadores.

Os contadores atuais, por vezes,podem avariar, e o consumo não ser registado. Com a Energy Box, as probabilidades de existirem“anomalias” são menores?As anomalias podem existir. A vanta-

gem é a possibilidade de que a Energy Boxdá de gerir à distância a existência de umaeventual anomalia. O atual contador sópermite essa detecção no local.

Em termos das condições defornecimento, existe algumavantagem em instalar a EnergyBox?A Energy Box permite uma interação

com a rede, uma maior rapidez na detec-ção e resolução de anomalias.

Existirá necessidade de continuar a comunicar as leituras?Não; não tem necessidade de continuar

a comunicar leituras. No entanto, se o fizer, e no caso excepcional de não haverleitura real da Energy Box, a sua leitura poderá ser usada na faturação.

em foco

Q&AEnergy Box

Esqueça os antigos contadores. Esse pequenoobjeto mudará a forma como lidamos com aenergia. Ainda há dúvidas? Siga as respostas...

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3 2 o n

O que se disse sobre o projetoInovCity

As declaraçõesmais marcantessobre o eventocom mais energianeste ano

JOSÉ PEÇAS LOPES Coordenador da Unidadede Sistemas de Energia do INESC Porto

JOSÉ ERNESTOD’OLIVEIRA

Presidente da CâmaraMunicipal de Évora

JOÃO TORRESPresidente da EDP Distribuição

ANTÓNIO VIDIGALPresidente da EDP Inovação

JOSÉ SÓCRATES Primeiro-ministro português

ANTÓNIO MEXIAPresidente do CAE da EDP

MIGUEL STILWELLAdministrador da EDP Distribuição

em foco

“É um projeto muito inovador eque está na linha de frente, nafronteira tecnológica em todo o

mundo. E a EDP desenhou,pensou e concebeu-o com essaambição: colocar-se na linha defrente da tecnologia na área daenergia. É precisamente dessa

ambição de que nós precisamos”

“A rede elétrica inteligente estátransformando Évora num modelo, à qualestão atentas diversas empresas europeias”

“É um projeto de referência em termosmundiais, na área das redes inteligentes”

“É uma revolução imensa no setorelétrico. Considero que os próximos20 anos vão representar, naenergia, o que os últimos 20representaram nas comunicações e nas tecnologias de informação”

“Pretendemos que haja diversidade. O projetopode abranger participantes com perfis ruraisou urbanos e de vários pontos do país. Domesmo modo, não se pretende limitar aoslares tradicionais – também podem participarclientes empresariais, por exemplo”

“Em Évora, queremos dar lugar à criatividade e à excelência. Queremos,por isso, acrescentar valores de futuro aos séculos de História

herdados, pelo que é com redobrado orgulho que recebi a notícia de quenosso conselho foi escolhido para liderar o projeto InovCity. Acredito que

a população, sempre habituada a estar na linha de frente dastecnologias, receberá com entusiasmo mais essa inovação, cujo impacto

ultrapassará, em muito, as fronteiras do conselho”

“Estamos falando de um aparelho, instalado nacasa de cada um, que faz a contagem, mas muito

mais. O muito mais é poder ser comandado deforma remota, por exemplo, alterações de

contrato, de potência, de tarifa e disponibilizarinformação, logo ali em casa ou via Internet”

CARLOS ZORRINHOSecretário de Estadoda Energia

"Não voltaremos ao tempo antigo, à dependênciaenergética total de combustíveisimportados"

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o n 3 3

em foco

w INESC Porto1. Trata-se de um projetoarrojado que permitemelhorar o desempenhotécnico e o econômico da atividade de distribuição deeletricidade, constituindouma plataforma que vaialavancar o desenvolvimentodos conceitos de SmartGrid.

2. Trata-se de uma excelenteparceria que nos permitiuconcretizar conceitos quehavíamos desenvolvido poratividades de investigação e desenvolvimento, muitoembora a contribuição doINESCPorto nem sempreesteja visível para o público.

3. A possibilidade de exploraressa plataforma paradesenvolver, concretizar e testar soluções avançadasde gestão e controle da redede distribuição, colocandoPortugal numa posição de liderança mundial neste domínio.

w EFACEC1. O InovGrid, é o resultadonotável do compromisso e empenho dos parceiros de consórcio, alinhados com os objetivos europeus para a eficiência energética,sustentabilidade e as SmartGrids. É um desígnio nacional.

2. A parceria com a EDPpermitiu que os parceirosassumissem um papel de liderança internacional,com resultados práticos, no âmbito das SmartGrids. No que toca à EFACEC, abriu-nos a porta para uma nova área de negócio,para a qual estávamosnaturalmente vocacionados,dada a nossa experiência em sistemas de automaçãopara redes de energia.

3. Destacamos o impactoambiental, o social e o tecnológico, comimplicações na qualidade do serviço prestado, cujo testemunho tem tido, felizmente, ecointernacional, prestigiandoPortugal e os parceiros doInovGrid, o que muito apraza EFACEC.

w CONTAR1. Na linha das SmartGrids,este projeto pauta-se pela meta arrojada que traçou. Agora, em fase de implementação, respondetotalmente aos Drivers de mudança que estão a pressionando fortemente o sector elétrico, naFiabilidade e Qualidade de serviço, naSustentabilidade Ambiental,no Empowerment doConsumidor e no Aumentoda Competitividade.

2. Muito positivo e inovador.

3. Capacidade de concretização,refletida nas sinergiasconseguidas entre empresasportuguesas, com a criaçãode um projeto de grandevalor acrescentado para aos acionistas, parceiros,colaboradores e, acima de tudo, para o país.

w LÓGICA1. O programa InovGridconstitui a ruptura com processos que não tinham qualquerevolução há muito tempo,contextualizando tambémum processo de inovaçãocom repercussão mundial,na Gestão de Redes deEnergia. É um magníficoexemplo de colaboraçãoentre empresas e umademonstração clara dopapel líder que a EDP tem,no plano internacional, nosdomínios da inovação emenergia.

2. Constituiu umaoportunidade única para a Lógica desenvolvercompetências em áreas de forte inovação,nomeadamente em RedesInteligentes, Telecontagem e Novos Serviços a seremdesenvolvidos quanto à redeelétrica. A parceria que a Lógica tem hoje com o cliente EDP tem

permitindo potenciar asnossas competências noplano internacional, sendohoje, a Lógica Ibéria, umimportante exportador de tecnologia e,fundamentalmente, de conhecimento profundode negócio. O IUCC(International UtilitiesCompetence Center) deSacavém é, já hoje, umexemplo vivo do que foiafirmado e onde o Inovgridtem sido demonstrado amuitas das maiores Utilitiesde outros países.

3. A parceria e acomplementaridade entre os vários intervenientes noconsórcio, bem como seucaráter inovador são, de fato,aspectos que merecem serdestacados. O longo caminho percorridoaté o lançamento da InovCity,em Évora, e a visibilidadeatingida pelo pioneirismo do projeto que a EDPempreendeu em colaboração com a Lógica e dos restantes parceiros são outros dos aspectosrelevantes. É, no entanto,importante salientar, que o programa InovGridainda tem um longo caminho a percorrer com a implementaçãoprevista para a InovCity e, posteriormente, aos 6 milhões de clientes em Portugal.

Nesta fase experimental, a EDP trabalha com o INESC Porto no desenvolvimento do conceito e com três parceiros industriais – EFACEC, LOGICA e JANZ/CONTAR – para desenvolver os equipamentos. Os parceiros garantem a integração e coordenação no terreno dainstalação e operação de todos os componentes e permitem a correta avaliação dos benefícios do projeto.

parceiros fórum1. Como caracteriza o programa InovGrid?2. Que balanço faz desta parceria com a EDP?3. O que gostaria de destacar neste projeto?

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34 o n

F ormou-se na área de Publicidade e Mar-keting, mas seu objetivo foi, desde sem-pre, criar um projeto na área da solida-

riedade social. Cumpriu o sonho com a Bolsa deValores Sociais, conceito criado por ele próprio,que já revoluciona a forma como as pessoas ol-ham para as organizações sociais. Depois do Bra-sil, chegou a vez de Portugal, onde, desde novem-bro, já foram apoiadas 18 instituições e investi-dos cerca de 100 mil euros. A Fundação EDP sa-be apoiar os bons projetos, e este é, sem dúvida,um deles.

O que é a Bolsa de Valores Sociais?A Bolsa de Valores Sociais (BVS) é a replica-

ção da Bolsa de Valores de Mercados de Capi-tais. Só que, em vez de empresas cotadas. Ao in-vés de investidores que procuram a bolsa pelo

lucro financeiro, você tem investidores sociais;pessoas preocupadas com o destino da sua doa-ção e com o resultado do impacto que ela terá.Nesse ambiente, promove-se o encontro entredoadores, filantropos, mas que tenham uma no-va mentalidade: preocupam-se com o resultadodo dinheiro que os próprios doam.

E de que forma esses investidorespodem ter acesso aos resultados?A partir do momento em que você torna-se

um investidor social e registra-se no site(www.bvs.org.pt), passa a ter sua própria pági-na. Por intermédio dela, tem acesso ao históri-co de todos os seus investimentos e pode ver oque aconteceu com o dinheiro doado. Há cópiadas faturas (por exemplo, quantos computado-res foram adquiridos para aquela instituição) e

relatórios sobre os resultados do investimen-to (por exemplo, quantas crianças passarama estudar).

É como implantar a filosofia do gênero,“em vez de lhe dar o peixe, dá-lhe avara e ensina-o a pescar”?Eu já mudei um pouco essa frase. Eu cos-

tumo dizer que a proposta da BVS não é pro-curar organizações que deem a vara, ou ensi-nem a pescar; a ideia é procurar organizaçõ-es que desafiem a lógica da “indústria da pes-ca”. Já vimos, por exemplo, organizações quefaziam inclusão digital. E a pergunta que sefaz é: então, onde estão empregados esses jo-vens que tiraram o curso? Você deu a vara eensinou a pescar, mas eles continuam a vivernum deserto. A foco é quando você desafia a

lógica da organização da pesca e diz não adian-tar fazer dessa forma, por que, depois, a pes-soa não tem perspectivas. Tem que se pensarem algo mais arrojado.

Como é que um potencial interessadopode chegar até à BVS?Temos no site todas as informações sobre

a BVS e o portfólio das organizações cotadas.A pessoa pode escolher o projeto pela sua te-mática, ou pela área geográfica, e pode ser di-recionada para os sites das próprias organiza -ções, a fim de saber mais sobre as propostas.Se gostar de algum projeto em especial, podeadquirir as ações que quiser. Basta pagar comcartão de crédito ou por transferência bancá-ria. Assim, passa a acompanhar o progressodas ações.

Quem é Quem Bolsa de Valores Sociais

Em 2008, no primeiro congresso de empreendedorismo social realizado em Portugal, ele veio apresentar a Bolsa de Valores Sociais. Na plateia, estavam uma diretora da Euronext e um membro da Fundação EDP. Eles ficaram, imediatamente, no projeto. Em menos de um ano, a ideia ganhou vida e já pode ser conhecida no site www.bvs.org.pt.

CELSOGRECCO

Uma bolsa para fazer o bem

v

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o n 35

Ciência Portuguesa Quem é Quem

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36 o n

Como surgiu essa ideia tão inovadora?A ideia surgiu no Brasil, em 2003. Nesse ano,

criei a primeira BVS do mundo, num tempo emque a Bovespa, Bolsa de Valores do Brasil, come-çava a perceber que o movimento da responsabi-lidade social corporativa ganhava muita força,principalmente em termos da imagem da empre-sa perante os stakeholders. Querendo participardisso, a Bovespa pediu-me para pensar numa pla-taforma de responsabilidade social. E a ideia queeu propus teve como ponto de partida seu pró-prio core business. Em qualquer Bolsa de Valoresdo mundo, há um ambiente de criação de valor.De um lado, junta-se a empresa cotada, que pre-cisa atrair capital; do outro, um investidor que diz“dentro dessas empresas, vou tornar-me sóciodest, porque acredito nela”. A bolsa é um ambien-te que promove o encontro entre a organizaçãoempresarial e o investidor, criando as regras e ze-lando por sua transparência.

Quem é Quem Ciência Portuguesa

v

O EMPREENDEDOR SOCIAL

Celso Grecco nasceu em 1962, em São Paulo. Fez a carreira na área da Publicidade e do Mar-keting, mas se envolveu, desde sempre, no setor social pro bono. Participou da direção de vá-rias associações e chegou a fundar uma no Brasil, na Aldeia do Futuro. “Meu sonho sempre foificar rico, só para poder fazer esse tipo de trabalho”. Em 1998/99, começou a ver os clientes in-teressados em participarem de um projeto de responsabilidade social. Foi, então, que vendeusua antiga agência e montou uma consultora chamada Atitude, que se propunha a pensar, pla-near e criar projetos de responsabilidade social. Hoje, pode-se dizer que cumpriu o antigo sonho. Tornou-se um “empreendedor social”, concei-to criado por uma associação americana, chamada Ashoka, que possui uma rede de três milempreendedores em todo o mundo. Ademais, quer para seus companheiros e seguidores ape-nas quem tem ideias inovadoras è o caso de Grecco que, há 10 anos, tem o privilégio de ser pa-go para fazer o que gosta e para encontrar as pessoas “mais maravilhosas do mundo”. Ele con-fessa: “Porque eu só convivo com organizações sociais e com empreendedores que desafiam omundo, que não aceitam a exclusão social e a pobreza. Tenho encontrado no meu caminho mui-tos ‘anjos’”. A remuneração também é, obviamente, emocional.

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o n 37

Que crítica principal faz aos projetos deresponsabilidade social existentes nasempresas em geral?Acho que a maior parte dos projectos de res-

ponsabilidade social das empresas são periféri-cos ao negócio. A empresa tem uma atividade co-mo sua vocação empresarial, mas esta não é es-pelhada na sua vocação social. Então, o projetosocial passa a ser tão periférico que a empresanem lhe presta atenção. Determina um budget,deixa as coisas acontecem todos os anos, e se-gue com seu core business. O que eu dizia para aBovespa era: o que vocês podem fazer de mel-hor pelo social é emprestar o talento empresa-rial que têm. Criem uma bolsa de valores sociais,usem a rede de escritórios de vocês e falem compessoas que têm recursos financeiros para apli-carem em organizações sociais.

A primeira BVS do mundo tornou-se estudode caso na ONU. Na altura em que surgiu, foi re-comendada pela ONU para ser reproduzida nasoutras bolsas do mundo, coisa que, entretanto,nunca aconteceu. Até que, no ano passado, che-gou a Portugal, por intermédio da Euronext.

Que balanço faz dessa experiência?Tem corrido de uma forma muito interessan-

te. Sem querer ofender ninguém: a bolsa portu-guesa é muito melhor que a brasileira, em váriosaspectos. Primeiramente, a própria plataformatecnológica da BVS portuguesa é melhor que abrasileira. Em segundo lugar, o povo portuguêsé bem mais solidário que o brasileiro; é bastan-te atencioso com o próximo. Mas existe um ter-ceiro aspecto que acho mais importante: sintoque, por atravessarmos um momento de crisena Europa, e talvez por Portugal ser um país me-nor, eu percebo um sentimento de urgência aqui.E essa procura por resultados e soluções tem da-do um impulso incrível à BVS. Grande parte daadesão, da disponibilidade das empresas, dos me-dia partners (vamos ter um programa semanalna RTP2, dentro do “Sociedade Civil”, e uma pá-gina no Jornal de Negócios, todas as semanas)vem desse movimento de solidariedade, que co-meça a perceber que não basta a filantropia ca-ridosa. Quando você distribui alimento e des-envolve uma organização assistencialista, estáatuando nos efeitos. A pergunta é: quem vai atuarnas causas? A BVS não seleciona projetos assis-

tencialistas. Os nossos têm de ter um olhar naraiz dos problemas, uma atuação na causa.

Pode dar exemplos concretos de organizações apoiadas?Existe uma muito conhecida, até pela própria

EDP, que é a Organização Nariz Vermelho. Tra-ta-se de um grupo em que todos conhecem, etêm como filosofia “rir é o melhor remédio”. Odesafio que nós propusemos no projeto que es-tá cotado em bolsa é tornar essa afirmação umapergunta. Então, o projeto é “Rir é o melhor re-médio?”. Assim mesmo; com ponto de interro-gação. Porque o que eles vão fazer é testar cien-tificamente, em parceria com a Universidade doMinho, o Hospital Pediátrico de Braga e o Insti-tuto de Estudos da Criança, durante dois anos,qual é, na verdade, o efeito terapêutico do risona criança e no staff do hospital. Atuarão no alí-vio do stress do corpo clínico que lida com umasituação difícil: as crianças com câncer, as quaisacabam por morrer. E isso provoca um stress tre-mendo emocional.

Qual é o efeito terapêutico de levar o riso a es-tas crianças e profissionais? As organizações

Palha ço existem no mundo inteiro, só que nun-ca ninguém empreendeu um estudo destes. Quea intenção é bonita, nós sabemos. Agora, é efec-tiva? Esse é um caso que vai servir de exemplopara o mundo inteiro.

Faz ideia de quantas instituições estãoabrangidas, em Portugal, pela BVS? Actualmente, temos 18. A nossa ideia é ter nes-

te portfólio 30 organizações. Quando um projec-to atingir os 100% na captação de angariação derecursos, sai e dá lugar a uma nova organização. Ésempre um máximo de 30 organizações, por umaquestão de custos operacionais e de capacidade de equipa, que é constituída por sete pessoas.

E qual é o valor total do investimento?Conseguimos angariar, desde Novembro,

altura em que o projecto foi lançado, à volta de100 mil euros. Acho os resultados ainda tímidos,mas os co-fundadores sentem-se tranquilos. Pri-meiro, porque, no período de Dezembro e Janei-ro, houve as campanhas tradicionais de Natal,muito fortes, que mobilizaram as pessoas. Se-gundo, porque a BVS é um conceito inovador enão tenho dúvidas que vai conseguir chegar auma nova geração de doadores.

Para as empresas, a BVS faz muito sentido,e elas são as que mais aderem. Entendem quehá um budget que tem de ser justificado e quetem de ter métricas. Tem que se justificar por-que se gastava um determinado valor numano e se pede mais 10%. Quanto a particula-res, temos cerca de 400 pessoas registadas nosite. É um número pequeno, mas interessan-te. Aliás, eu costumo brincar, dizendo que emDezembro competimos com a Leopoldina ea Popota, e que, em Janeiro, passámos a com-petir com Deus: a tragédia do Haiti, depois doChile, depois da Madeira… houve uma mobi-lização de recursos para as tragédias naturaisque aconteceram no mundo.

Qual tem sido o papel da EDP nesteprojecto?A EDP foi a grande propulsora deste pro-

jecto. A Fundação EDP foi quem agarrou aideia. Num primeiro momento, a minha con-versa foi feita no âmbito da Euronext, que medisse que não tinha condições de financiar es-se projecto por inteiro. Foi então que entroua Fundação EDP. Como a conta ainda ficava

pesada, a EDP arranjou a Fundação Calous-te Gulbenkian. Num terceiro momento, porcausa da crise dos mercados financeiros decapitais, a Fundação EDP achou que Portu-gal precisava mesmo deste projecto. E assu-miu o compromisso de mobilizar os recur-sos e as parcerias. Basta dizer que inicialmen-te a nossa base operacional funcionava den-tro dos escritórios da Fundação.

Qual é o próximo passo na expansãoda BVS?Temos uma possibilidade interessante

dentro da Euronext, que é uma rede que temas bolsas de Amesterdão, Bruxelas, Paris eNova Iorque. Desde que essa rede se formoueles pensaram num projecto de responsabi-lidade social comum. A questão é que os pro-blemas sociais de uma cidade não são os mes-mo que existem noutra. A BVS de Portugal éum piloto, que pode servir como modelo pa-ra ser replicado pelas outras Euronext. Acre-dito que o próximo passo seja na Europa, em-bora já haja consultas no sentido de levar oprojecto para os países de língua portuguesaem África.

Bolsa de Valores Sociais Quem é Quem

A EDP achou que Portugal precisava mesmo desse projeto, por causa da crise dos mercadosfinanceiros de capitais. E assumiu o compromisso de mobilizar os recursos e as parcerias. Nossa base operacional começou a funcionar dentro dos escritórios da fundação.

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3 8 o n

Ética. Como “medir” o progresso “ético” – de longo prazo ou não,ou ainda o imediato – de uma empresa e de seus colaboradores?

mos se estamos seguindo no bom sentido?Questões que obrigam à consideração da des-ejável relação entre resultados e incentivos. Éverdade que há incentivos perversos. Mas,mesmo no caso dos bons, que ajudam a atin-gir as metas da empresa, não haverá o risco dese vir a trabalhar para os incentivos e esque-cer a própria atividade, que deve ser queridapor si mesma? Um setor que tradicionalmente se justificavapela própria atividade era a Administração Pú-blica, com seu “serviço público” e o valor de suamissão. Mas hoje, mesmo este passou a ter dese sujeitar ao teste dos resultados e, mais recen-temente, a uma lógica baseada na criação de va-lor público. Um conceito que, a partir dos re-sultados, obriga-nos a atender também à for-ma como esses são atingidos: desde a partici-pação e inovação à potenciação de talentos in-dividuais, sem esquecer, naturalmente, a di-mensão ética. Seria como se, no Grupo EDP, ao excelente le-ma “somos o que fazemos”, acrescentássemosuma excelência suplementar: “e também a for-ma como o fazemos”. Não será essa, daqui amais tempo, a decisiva vantagem comparativae a verdadeira garantia de sustentabilidade debons resultados?Daí que não se pode estranhar que, cada vezmais, empresas sem descurar a crucial impor-tância da criação de valor tenham passado a darcrescente atenção à possível tensão entre mo-tivações e resultaos. Mais ainda, sabendo-se que,quando a ênfase nos resultados vai ao ponto dedesatender às motivações, aumenta o perigo dese ser levado a pensar que só estes interessame que os meios são pouco relevantes, contrarian-do, assim, o conhecido princípio ético “os finsnão justificam os meios”. Todos nós estudamos e, por isso, sabemos quea melhor maneira de aprender é estudar. Mas,se se incentiva o aluno a pensar que o que im-porta é passar no exame, não poderá ele ser le-vado a achar que é mais lucrativo copiar ou sub-ornar o professor? É por isso que a competência e o brio profissio-nal, postos a serviço da excelência de resulta-dos, devem ser acompanhados pela disciplinados bons hábitos constantes no respeito pelosprincípios, valores e cultura da empresa.

Não falta quem se atreva a olharpara as atuais crises econômi-ca e financeira como uma deco-rrência de um sistema moral ecultural que tenderia a favore-cer comportamentos coerentescom uma lógica de curto prazo,o que explicaria a proliferação deincentivos de efeito imediatoque, com o tempo, revelaram-se perversos. Daí, pode-se colo-car a pergunta: será que a atual crise pode serconsequência de um sistema de incentivos quepermitiu tanta gente ganhar tanto dinheiro emtão pouco tempo?Sabemos que os incentivos contam, e muito,mas também que devem estar bem alinhadoscom os objetivos de longo prazo das empresas,em especial os que respeitam a formação deseus profissionais e o sistema de avaliação de

desempenho. Assim sendo, co-mo garantir que a atuação dos co-laboradores oriente-se por prin-cípios e valores perenes? Devemos critérios de avaliação ser qua-litativos ou quantitativos? Num mundo em que a eficiência,a produtividade e a criação devalor são vistas – e bem – comoinseparáveis do conceito de des-envolvimento sustentável, não

podemos estranhar uma cultura baseada nolema “o que não se mede não existe”, da qual re-sulta a ideia de que a prestação de contas deveseguir uma abordagem quantitativa. Mas surgem dificuldades: como medir o “pro-gresso ético” – de longo prazo, e não apenas oimediato – de uma empresa e dos colaborado-res? Até que ponto os intangíveis são suscetí-veis de medida? Mas se não são, como sabere-

As empresaspassaram a dar crescenteatenção à possíveltensão entremotivações e resultados

PROF. JOSÉ MANUEL MOREIRA · Especialista em Ética Empresarial

em debate

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o n 3 9

As opiniões de diferentes personalidades

+ +

A excelente peça introdutóriaevidencia a complexidade deque se revestem as ações deintervenção na dimensãoética da vida de umaempresa, nomeadamente,quanto à dificuldade de mediro progresso ético conseguido.Destaco a afirmação de que,para além de constituir umreferencial de explicitação do que “deve ser feito”, umcódigo de ética deve revestir--se da utilidade, por suaaplicação prática, facilitar a aquisição de bons hábitos(virtudes). E também a conclusão de que será o maior ou menor grau dessaaquisição de virtudes portodos que a integram quecondicionará o desempenhoético da empresa noscenários de maiordificuldade.Transpondo-me pararealidade vivida no GrupoEDP, marcada pela vigênciaefetiva de um código de ética,de normas regulamentares,de procedimentos e pelodecurso da implementaçãodo projeto “Ética EDP”, retiro do texto a motivaçãoadicional associada àvisualização de que é longo e estimulante o percurso que trilhamos na área da Ética Empresária.

CarlosLoureiro · Provedor de Ética da EDP

A visão de empresa, líder emcriação de valor, inovação esustentabilidade, afirmada pelaEDP, implica que, para alémdas licenças administrativas,seja-nos, continuadamente,outorgada pelas partesinteressadas, outra licença – a “licença social para operar”–, apoiada na confiança de que ela assumirá a excelência do desempenho, a responsabilidade e aintegridade como seus valorespermanentes. A dimensãodesse capital de confiança seráuma medida do desempenhoético do grupo, proporcional à percepção da qualidade econsistência nas abordagensempresariais, da abertura etransparência na ação e nacontribuição responsável para o desenvolvimento duradourodas regiões onde operamos.O sucesso sustentado implica o aprofundamento dasmatérias da ética empresarial,tanto em termos formais de estrutura, procedimentos e responsabilidadesorganizacionais, como no âmbito informal dasrelações interpessoais, da exemplaridade doscomportamentos e doalinhamento destes com osprincípios e valores assumidospela empresa.

FigueiredoSoares· Direcção da DSA (coordenador do projecto “Ética EDP”)

Tanto na vida profissionalcomo na pessoal devem existir um equilíbrio entre os objetivos a atingir e asmotivações para alcançá-los.A obsessão pelo cumprimentode metas pode levar-nos a saltar etapas importantes,que contribuem para aqualidade do resultado.Um trabalho não pode servisto só como um “buraco a ser tapado”; deve-se teratenção à forma e aos meiosutilizados para o preencher,bem como à qualidade comque foi executado. Isso nãosignifica apenas tempo deexecução, mas também aestruturação de todo umconjunto de tarefas.A carreira profissional deve ser gerida dentro de valoresmorais e culturais, porque,para conseguir dar um novopasso em direção ao futuro,necessitamos ter aconsciência encaixada com os princípios em queacreditamos. A definição deprioridade deve ser a tarefaprioritária quando agarramosum novo projeto. Precisamosconciliar as metas a atingiraos caminhos a percorrer.

Vanessa Pina · EDP Distribuição (mais recente admissão no Grupo EDP)

José Manuel Moreira é,atualmente, ProfessorCatedrático de Ciências

Sociais e Políticas daUniversidade de Aveiro.

Contribuiu para aredescoberta e

divulgação, em Portugal,de quatro grandestemáticas: éticas

econômica e empresarial;tradição austríaca daeconomia; análises

econômica da política edo governo; políticaspúblicas. É autor e

coautor de 40 livros e demais de uma centena de

artigos, em revistasnacionais e estrangeiras.

“Seria como se, no GrupoEDP, ao excelente lema“somos o que fazemos”,acrescentássemos uma

excelência suplementar:“e também a forma

como o fazemos”. Nãoserá essa, daqui a mais

tempo, a decisivavantagem comparativa ea verdadeira garantia desustentabilidade de bons

resultados?”

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40 o n

Uma nova vaga de mobilização e deapropriação dos pilares estratégicos,cultura e valores do novo ciclo, a ser vi-

vido pela EDP, em 2009-2012, visa identifi-car, partilhar e alinhar pontos de vista sobreos desafios do negócio. Eis o maior deles queatravessará todas as geografias em que o gru-po atua. Está, assim, prevista a participaçãode todos os colaboradores da EDP nas sessõesde trabalho sou+edp, num total de 12.009, queduram meio dia de trabalho.

Em conjunto com a Mychange, entidade

detentora da metodologia e ferramenta deaprendizagem, a EDP optou por utilizar aLearning Maps (mapas de aprendizagem),com conteúdos desenvolvidos conforme o de-safio. Mas não só! Os facilitadores e colabora-dores tiveram uma missão possível, mas degrande responsabilidade: fazer chegar osou+edp a todo o grupo.

Além de tudo, foi ainda desenvolvido um jo-go de perguntas e respostas – EDP Strategic Pur-suit – que permite conhecer números, projetose outros dados relacionados à atividade da em-

presa. Por essas sessões, além de uma visão co-mum, de maior conhecimento da empresa e dospilares estratégicos, é possível recolher contri-buições para outra iniciativa global, já bem co-nhecida de alguns - o ClickIdea, concurso deideias interno para premiar as que possam terum impacto positivo na atividade da EDP.

Pontos cardeais para orientaçãoPara o sucesso dessa iniciativa, há dois pontoscardeais indispensáveis, tal como o Norte e oSul, para chegarmos ao destino: o elemento fa-

capital humano

O programa sou+edp pretende mobilizar todos os colaboradores do GrupoEDP em prol de cultura, visão, compromissos e estratégia comuns.Começou em Portugal, em janeiro, mas já rumou para a Espanha; porém, aviagem não acaba sem fazer escala em outros países, como EUA, França,Bélgica, Polónia, Romênia e Brasil

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o n 41

capital humano

cilitador – “Energizador” – e o envolvimentodo Presidente do Conselho de Administração,António Mexia, que teve a oportunidade de in-teragir diretamente com vários grupos de tra-balho. Só assim é possível levar os colabora-dores a bom porto.

Até agora, em Portugal, mostra-se bem-su-cedida tal ação de formação. Já contou com aparticipação de 6.679 colaboradores e a moti-vação e o empenho de 226 energizadores, em41 locais diferentes, distribuídos por 31 locali-dades. No total, foram realizadas 1.362 sessões.

… e vocês? …y usted?

… and you?RH comunicar mais e melhorA Direção de Recursos HumanosCorporativa está elaborando o Manualde Políticas de Recursos Humanos doGrupo EDP. O manual surge como uma peçadocumental de grande importância noâmbito de atuação da área de RH nogrupo e estará disponível nos trêsidiomas falados no universo EDP:português, espanhol e inglês,garantindo relação e comunicaçãotransversal com todas as geografias.Pretende, por isso, ser um documentoesclarecedor do Processo de RH naEDP, comunicando, objetivamente, atodos os colaboradores as políticas daempresa. Contudo, mais do queenunciar os eixos de intervenção nagestão de suas pessoas, a EDP querafirmar que aprecia, defende eestimula suas equipes, mantendo umcompromisso forte de políticas doplano das melhores práticas.A proposta vencedora dessa peça decomunicação foi aquela que reuniumaior consenso, considerandoestruturação de conteúdos, facilidadede leitura e design.

Até agora, a ação e aformação já contou coma participação de 6.679colaboradores emPortugal; 1.214 na HCEnergía e 414 naNaturgas. Ainda nesteano, chegará aoscolaboradores daRenováveis e da EDPBrasil

Na Espanha, foram formados facilitadores65 colaboradores da HC Energía e 24 da Na-turgas, os quais promoveram sessões para1.241 colaboradores da HC e 414 da Naturgas.Em maio, será a vez dos colaboradores da EDPRenováveis, abrangendo profissionais de vá-rios países europeus - reunidos na Espanha -e os EUA. Ainda durante o ano de 2010, a ini-ciativa seguirá até o Brasil.

O sou+edp chegará, dessa forma, a todas asgeografias em que o Grupo EDP está, atual-mente, representado.

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a nossaenergia*

4 2 o n

Centrais recebem cada vez mais visitantesDurante 2009, os centrosprodutores da EDP Produçãoreceberam cerca de 40.000visitantes, sobretudo estu-dantes dos 2º e 3º ciclos, mastambém alguns do EnsinoSuperior. As visitas não foramfeitas exclusivamente porportugueses. Em 2009, regis-trou-se um aumento do nú-mero de estrangeiros, no-meadamente, empresas li-gadas ao setor, que procura-

ram conhecer as instalaçõesda EDP. O alvo mais cobiçadofoi o aproveitamento hidroe-létrico de Alto Lindoso, querecebeu 14.500 visitantes.Em termos globais, o núme-ro de visitantes aumentou emrelação aoano anterior, mesmo tendoem consideração o naturaldecréscimo nas centrais doCarregado e Setúbal e doscondicionamentos em alguns

aproveitamentos hidráulicos,que não permitiram que es-ses dados tivessem aindamais relevância. De registaro esforço do Centro de Pro-dução Ribatejo que, pratica-mente, duplicou os dados de2008. Uma forma excepcional depromoção do grupo e de suaatividade junto da populaçãoem geral, com uma relevân-cia cada vez mais evidente.

Ecogestão e Auditoria O Centro de Produção de Sines foi palco, em janeiro, da apresentação do projeto de implementação do SistemaComunitário de Ecogestão e Auditoria (EMAS). Na ocasião,foi apresentado o grupo detrabalho responsável por criaras condições necessárias àefetivação desse certificado. A equipe é constituída porJorge do Carmo (diretor da central), Hélder Faia(coordenador do grupo detrabalho), Carlos Leal, JoãoFurão, Augusto Grácio, MárioJorge e Maria José Vales. Com o empenho e a dedicação de todos os colaboradores, o pedido de registro no EMASdeverá ser concluído até aofinal do 1º semestre de 2010. Visitas de estudo aos centros produtores nos últimos 5 anos:

2004

Sines 2576

2005

1408

2006

1116

2007

1542

2008

1320

2009

1964

Setúbal 1048 584 557 100 1066 515

Ribatejo 700 1230 1784 2268 1453 2723

Carregado 1903 961 1088 1044 1328 919

Douro 7701 7200 8290 6988 7475 8277

Tejo-Mondego 10123 7294 6710 7297 10516 8271

Cávado-Lima 11692 8207 8101 9720 12425 17289

TOTAL 35743 26884 19545 28959 35583 39958

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a nossa energia

Excelência na gestão ambiental A EDP Produção recebeu daAPA (Agência Portuguesa doAmbiente), os certificadosEMAS (premiando a excelên-cia na gestão ambiental), du-rante o seminário na Universi-dade EDP, dirigido por JoãoManso Neto, presidente doConselho de Administração.Numa primeira fase, o pro-grama geral de atividades pa-ra o registro no EMAS na EDPProdução abrangeu, na áreatérmica, a Central do Ribatejo,e, na hídrica, as infraestrutu-ras hidroelétricas do Alto Lin-doso, Miranda do Douro e aCascata da Serra da Estrela(Lagoa Comprida, SabugueiroI e II, Desterro, Ponte de Jugais e Vila Cova).

v

Quando projetamos uma barragem,projetamos um futuro melhor

www.a-nossa-energia.edp.pt. Anote esse site;nele há, à sua disposição, toda a informaçãorelativa às novas barragens – centros produtoreshidroelétricos, termoelétricos e eólicos daempresa. Assim, você poderá obter dadostécnicos detalhados, respectivas localizaçõesgeográficas, saber quando é que este ou aqueleprojeto entrará em funcionamento, etc. Mas nãosó. O Grupo EDP desenvolve sua atividadebaseando-se num conjunto de Princípios deDesenvolvimento Sustentável e, como tal, no site,podem-se acompanhar as várias iniciativas deresponsabilidades social e ambiental, destinadasa compensarem o impacto ambiental dos novosempreendimentos, além de promoverem odesenvolvimento regional. Acompanhe, passo apasso, o andamento de nossa energia, por umaconsulta fácil! Há vários caminhos para lá chegar;basta clicar: www.barragens.edp.pt ou www.a-nossaenergia.edp.pt.

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v

Uma associação de bordadeiras que exporta para a Europa, uma indústria artesanal assen-te no raro capim dourado, um pólo de pesca desportiva, 128 famílias realojadas, 263 quiló-metros de estradas reconstruídas e nenhumpassivo. Nem um único processo judicial a exigir à empresa compensações adicionais oucumprimento de expectativas criadas. Eis umdos balanços possíveis da construção de PeixeAngical, no Brasil, a última barragem construí-da pela EDP. No final da década, quando o grupo der por con-cluídos os 11 projetos hídricos que tem em cur-so, em Portugal, qual será o balanço? “Temosa ambição de fazer melhor, até porque estamosmais avançados”, afirma Sérgio Figueiredo, ad-ministrador da Fundação EDP. “Evitar erros” foio objetivo da fundação, ao trazer a PortugalEduardo Santarelli. Durante dois dias, o gestorde Meio Ambiente da EDP Brasil apresentou aexperiência de Peixe Angical aos quadros daEDP Produção e aos responsáveis por outras áreas do grupo, membros do Comitê Barragens.

O que o Peixe Angical TEM PARA ENSINAR?

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Spotlight A conversa com...

Se os últimos 20 anos representaram uma mudança radicalnas tecnologias da informação e comunicação, nos próximos20, a revolução irá atingir o setor elétrico. Saiba o que lhereserva o futuro com a chegada das redes inteligentes nonosso quotidiano.

“Os próximos 20 anos vão representaruma revolução no setor elétrico.”

ANTÓNIOVIDIGALMIGUELSTILWELL DE ANDRADE

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46 o n

Que impacto as redes inteligentesvão ter sobre o cliente?Miguel Stilwell de Andrade – As redes

inteligentes vão impactar o cliente essen-cialmente em três bases. Primeiramente, oteor da qualidade de serviço comercial per-mitirá a telegestão, ou seja, alterações con-tratuais – potência, ligações, tarifas, etc. –serão feitas de forma mais imediata, poden-do o cliente mesmo o fazer pela Internet oupelo call center. Assim, evitará que se tenhade agendar a visita de um técnico a uma ca-sa para efetuar alterações. Em segundo lu-gar, no âmbito da eficiência energética, vaipermitir que o cliente tenha acesso à infor-mação mais detalhada sobre seus consu-mos. Além de a faturação deixar de ter es-timativa, possibilitará que as pessoas te-nham acesso ao seu perfil de consumo viaInternet, ou diretamente em casa (caso te-nha aparelhos de domótica); portanto, po-derão tomar opções, diariamente, sobre seuconsumo de energia de forma mais infor-mada e consciente. Por fim, haverá condi-ções para criar um mercado de serviçosenergéticos e tarifários mais flexíveis queacrescente valor ao consumidor.Podemos falar numa revoluçãodentro da área da energia?António Vidigal– É, de fato, uma revolu-

ção imensa no setor elétrico. Considero queos próximos 20 anos vão representar, naenergia, o que as últimas duas décadas re-presentaram nas comunicações e tecnolo-gias de informação. O setor elétrico, maisconcretamente o da distribuição, está sen-do reinventado. Ocorre-me frequentemen-te que, se por milagre, Marconi e Edson vol-tassem a Terra, hoje, quase 100 anos depoisde terem morrido, Marconi ficaria de bocaaberta com a evolução das comunicações,enquanto Edson reconheceria muitas daspatentes que registrou. O setor mudou pou-co, porque tem funcionado bem. O paradig-ma, até aqui, foi sempre otimizar o custo,para uma confiabilidade definida. E, nessesentido, era perfeito. Por que teve de aparecer a Internet? Por-

que começou a haver conteúdos que não es-tavam nas grandes bases de dados centraise precisou-se arranjar um sistema mais fle-xível que, tipicamente, autodefine-se nummecanismo “plug and play”. Hoje, compra-se um roteador, um PC e anda-se com eleem qualquer lugar, ligado de forma trans-parente à Internet. Eis o desafio que se co-loca às redes elétricas de distribuição. Comas renováveis, temos de inventar uma“Energy Web” como foi criada, há cerca de20 anos, a Internet. Estamos falando de

Spotlight

O RESPONSÁVEL DA DISTRIBUIÇÃO

Nascido em Lisboa, casado e com dois filhos, Miguel Stilwell d'Andrade tem um MEng em En-genharia Mecânica pela Universidade de Strathclyde (Glasgow, Escócia) e um MBA pela MITSloan (Boston, EUA). Iniciou sua carreira no UBS Investment Bank, em Londres (Reino Unido).É atualmente membro do Conselho de Administração da EDP Distribuição Energia, EDP Inova-ção, Portgás e Presidente do InovGrid ACE. Antes disso, realizou várias funções dentro do Gru-po EDP, incluindo, mais recentemente, a responsabilidade da área de Estratégia e Desenvolvi-mento Corporativo / M & A do Grupo EDP, dirigindo e coordenando várias operações de aquisi-ção e desinvestimento da EDP, ao longo do período de 2005-2009.

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o n 47

uma Internet da Energia. Um grande exemplodisso é o InovGrid.E que condições existem, agora, paramudar esse paradigma?AV– Várias. Primeiramente, a necessidade.

Os problemas do clima e das emissões de CO2obrigaram a optarmos por formas descentra-lizadas de geração, que, de início, são mais ca-ras, mas têm um impacto no clima muitíssimomenor. Com o aumento da conscientizaçãoambiental, considerou-se que a energia é es-cassa. Quando fiz o curso no IST, por exemplo,não se consideravam restrições ambientais; oque contava era a funcionalidade e o custo, masnunca o impacto ambiental.MSA – Há uns anos, não se falava de CO2.

Hoje é uma das prioridades de qualquer em-presa, especialmente no setor energético. Mes-mo tais políticas, como a nova 20-20-20 daUnião Europeia e o próprio Plano Nacional deEnergia, têm o enfoque nas renováveis, na efi-ciência energética, na redução do CO2. Tudoisso criou um enquadramento que torna ne-cessário pensar e utilizar novas tecnologias,bem como outras que já existem e aplicá-lasnessa mudança de paradigma.As redes inteligentes surgem para darresposta a essa mudança? MSA– As redes inteligentes são uma peça-

chave para que se consiga atingir o objetivo demudança de paradigma. E elas contribuem pa-ra atingir a meta das renováveis, porque poten-ciam um aumento desse nível, além da micro-geração e do veículo elétrico que se pode ter li-gado à rede de distribuição. Adicionalmente,trazem uma maior qualidade de serviço aocliente e segurança de abastecimento – o quesempre foi, e continua a ser, uma das priorida-des da EDP Distribuição. Por fim, há o tema daeficiência energética; passa-se a ter mais infor-mação para que as pessoas possam gerir me-lhor seu consumo. São vários fatores alinha-dos que tornam o InovGrid bastante significa-tivo neste momento.De que forma esse projeto é pioneiro,em termos internacionais, em relaçãoa outros existentes dentro do gênero?MSA– Existem vários projetos em termos

internacionais, que consistiam em sistemas de

telecontagem de leitura remota. O que é pio-neiro e distintivo neste é ser de redes inteligen-tes com a integração de vários equipamentose sensores na rede de distribuição. Não há mui-tos que tenham sido desenvolvidos nessa es-cala, em termos mundiais. AV– Um exemplo que gosto de dar é o do veí-

culo elétrico, em que Portugal também é pre-cursor. O que uma smart grid vai possibitar?Um problema grande nas redes elétricas é quea energia é difícil de armazenar; ela tem de serproduzida exatamente quando é consumida.Armazená-la é caríssimo e custa tipicamente,em central hídrica, mais de um milhão de eu-ros por Megawatt! Imaginem que todos nós te-mos carros elétricos e que os estacionamos nagaragem de um edifício. Os veículos estariamligados à rede para carregarem as baterias etambém à Internet, para receberem da RENpreços incrementais de energia. Se, nesse mo-mento, a energia estivesse cara, o carro pode-ria estar vendendo energia à rede. À noite, de-pois de chegarmos a nossa casa, voltaríamos aligá-lo à rede e à Internet. Se houvesse muitaenergia renovável, seu custo seria mais barato,e o carro aproveitaria para carregar as baterias,a fim de que, no dia seguinte, voltasse a devol-ver a energia à rede. Isso era o tipo de coisa im-pensável há uns anos, mas que o InovGrid vai

possibilitar.MSA – Vamos imaginar, por exemplo, um

bairro em que todos têm painéis solares nos te-lhados. Passa uma nuvem, e a energia diminui.Depois, há sol novamente e ocorre uma novainjeção de energia. Tem de existir alguma in-teligência que consiga controlar e regular isso,ou seja, fazer com a rede não se desequilibre enão haja problemas de qualidade. Alterando ainteligência na rede, o processo autorregula-se e consegue gerir-se de uma forma mais oti-mizada.AV– E permitir muito mais energia renová-

vel na rede. Um caso concreto: pensemos noAlgarve, um aldeamento turístico, cujo argu-mento de venda é ser ecológico. Todas as casastêm painéis solares, numa zona com muito sol.Suponhamos que, de maio a junho, as casas es-tejam vazias, e faça muito sol. Poderíamos so-brecarregar o transformador de distribuição,

alimentando-o em sentido contrário. O que oInovGrid vai dizer é: “Calma, agora não há con-sumo; baixem todos a produção um pouco.” OInovGrid permite ter muito mais energia re-novável na rede e utilizá-la melhor, sem se gas-tar dinheiro no que não faz sentido, como se-ria em ferro e cobre, ao termos de sobredimen-sionar transformadores de energia. É melhorgastar dinheiro com inteligência; e é isso quepretendemos.O que vai a EDP ganhar com esseprocesso?AV – Vai fidelizar os clientes. E a EDP é uma

empresa muito ética; está empenhadíssimanessa luta do ambiente. Somos, hoje em dia, oterceiro maior operador eólico do mundo. Nósvendemos renováveis e inovação. E estamosaqui para ajudar a resolver os problemas. Eisuma dificuldade mundial, e não queremos serparte do problema; mas, sim, da solução.MSA– Aprovo totalmente essa ideia; quere-

mos ser parte da solução; e, não, do problema.Dado seu papel no sistema elétrico, a EDP Dis-tribuição tem uma função particularmente re-levante a desempenhar nessa área, para dar res-posta aos desafios que surgem. Isso pode serbom para todos.AV – Um operador de Internet ganha di-

nheiro, e acreditamos que a Energy Web tam-

bém permitirá um modelo de negócios, pois po-deremos vender serviços. Haverá um largo con-junto de novas oportunidades.Podemos dizer que, no futuro, todos osportugueses vão ter uma Energy Boxem casa?MSA– Nossa expectativa é que haja algo pa-

recido com a Energy Box em casa de todos osconsumidores.Será fácil fazer essa mudança cultural?AV – Há 20 anos, quem iria dizer que cada

português teria um ou dois celulares? Não te-nho qualquer dúvida de que essa mudança iráacontecer. Se o novo modelo acrescentar va-lor, com certeza, toda a gente vai aderir. E eleserá muito potencializado pela tecnologia exis-tente, como a televisão e os celulares. Posso es-tar aqui sentado e ver se me esqueci das luzesligadas em casa, ou se entrou alguém e acen-deu-as.

Spotlight

v

“O que é pioneiro e distintivo é que este é um projeto de redes inteligentes com a integração de vários equipamentos e sensores na distribuição. Não há muitos projetos que tenham sidodesenvolvidos nessa escala, em termos mundiais.”

Page 48: EDP ON 17 - Evora Inovcity

48 o n

MSA– Nosso objetivo é tornar isso fácil pa-ra as pessoas utilizarem. Se for possível auto-matizar as tarefas, será o ideal. Todos queremter qualquer coisa que seja muito prática e in-tuitiva.Estamos falando dessas mudanças emPortugal. Pode-se aplicar tal sistema, epensarmos que fará parte do futuro emoutros países?AV– A situação está assumindo, universal-

mente, esse caminho. Aí é que está a grandevantagem para a EDP e para o país. Nós acre-ditamos ser uma tecnologia ao alcance das em-presas portuguesas, porque elas lidam muitocom software. Entramos num conceito bemdefinido. É uma oportunidade para que as pe-quenas empresas possam vender produtos nomundo inteiro, criando uma referência no país,com a primeira experiência em Évora. Isso nosdá uma vantagem grande e traz a possibilida-de de um conjunto de empresas crescerem co-nosco. Será relativamente fácil implementar o sistema numa cidade de pequena/média dimensão? Podemosdizer o mesmo em relação a uma

metrópole?AV – Não faz diferença alguma. É tão difícil

numa pequena, como numa grande. Nesta,multiplica-se apenas o número de clientes, mastecnicamente até pode ser mais fácil. É maisrápido colocar o sistema num prédio de 100clientes do que em casas de moradores rurais,com pessoas a quilômetros de distância.Por que foi Évora a escolhida comoInovCity? Algum requisito especial?MSA– Houve vários aspectos, a começar pe-

la dimensão e localização. Ademais, além de serPatrimônio Mundial, a cidade celebra este ano100 anos de eletrificação; portanto, ao moder-nizar a rede de distribuição, há um encontrode um passado (já distante) com o futuro (quesão as redes inteligentes). De que forma foi divulgado o projeto àcomunidade?MSA– Isso é um trabalho contínuo. Falamos

com todas as entidades locais. Os colaborado-res da EDP que estão no terreno em Évora co-nhecem bem o projeto. Há uma série de inicia-

tivas previstas para os próximos meses, com oobjetivo de sensibilizar a população para o fa-to de ser aquela a primeira InovCity, e tambémpara os benefícios que a tecnologia pode tra-zer à população.Que outras InovCities estãoprogramadas para breve?AV– Da InovCity, vamos passar diretamen-

te para o InovCountry. (risos)MSA – Há outras cidades nas quais vamos

ter amostras mais específicas. Não temos pla-nejado fazer uma cidade depois de outra; o pró-ximo passo é testar esse conceito e validar ospressupostos subjacentes. Ou melhor, tentarexpandir o projeto pelo restante do país.Quanto tempo irá demorar o projeto-piloto em Évora?MSA–O piloto tem como objetivo fazer um

balanço técnico e também comercial até mea-dos de 2011, para tirarmos as primeiras con-clusões e decidirmos em que moldes devemosavançar. AV– Há outra coisa que leva tempo para se

perceber: o impacto social. Como as pessoascomportar-se-ão se mudarmos o consumo?Aceitarão esse sistema?

MSA – O projeto tem sido bastante acom-panhado pela ERSE e DGEG. Vamos ter quevalidá-lo e justificá-lo as várias partes interes-sadas, incluindo ERSE, DGEG e nossos acio-nistas, para depois o estender ao restante dopaís. Como disse o António, as alterações com-portamentais dos clientes são mais difíceis demedir, mas esperamos tirar algumas conclu-sões preliminares e, depois, será uma questãode discutir como avançar.Qual foi o maior desafio para a EDPDistribuição no desenvolvimento daprimeira InovCity?MSA– Acho que os desafios ainda não aca-

baram. Até agora, o maior foi o tecnológico,porque trabalhamos com vários fornecedores,e é importante assegurar que cada equipamen-to e sistema funcionam por si e entre eles. Ogrande desafio para os próximos tempos seráassegurar que há uma boa comunicação juntoda população e garantir que isso traz, efetiva-mente, valor para os clientes. Tipicamente, aintrodução de novas tecnologias falha, não

porque elas não funcionam, mas devido ao fa-to de consumidores não utilizarem ou valori-zarem os benefícios que advêm da tecnologia– queremos assegurar que haverá mesmo apercepção de valor, acrescentada por parte dosclientes.Évora é conhecida por ter um polouniversitário muito forte. Auniversidade esteve envolvida noprojeto?MSA– Esteve e vai estar de uma forma cres-

cente. Já fizemos reuniões, e todos estarão en-volvidos em alguns dos estudos. Esperamosque seja uma boa contribuição.Qual foi o papel da EDP Inovação noprojeto?AV– Há, aqui, tecnologias de comunicação,

arquiteturas… No fundo, a EDP Inovação temtrabalhado mais na parte tecnológica. E entratambém para estimular ideias e alternativas,além de questionar as soluções.MSA– A Inovação é sempre um excelente

apoio. Tem participado ativamente no proje-to e há uma boa articulação entre a Distribui-ção e a Inovação, e entre todos os outros par-ceiros.

Qual o orçamento do projeto?MSA - O valor que temos de orçamento, pa-

ra fazer não só Évora, mas também alguns ou-tros pequenos pilotos dispersos pelo país, é de15 milhões de euros.Voltando ao veículo elétrico, essesistema vai promover suamassificação?AV– Não vai promover; vai torná-lo possí-

vel. Um sistema desse gênero permitirá o car-regamento inteligente (a que os anglo-saxô-nicos chamam de smart charging). A rede elé-trica como está não aguentaria a carga. Comum sistema de smart charging, sim. No fundo,é um “enabler” fundamental para o veículoelétrico. MSA– Na verdade, são dois projetos que ca-

minham de mãos dadas. Essa rede, pelo fatode existirem carros elétricos, também é poten-ciada, justificando ainda mais o investimento.Os benefícios que advêm de existir uma redeinteligente aumentam com o carro elétrico,portanto.

Spotlight

“O InovGrid traz uma grande vantagem para a EDP e para o país. Acreditamos que é umaindústria ao alcance das empresas portuguesas e uma oportunidade para que estas possamvender seus produtos pelo mundo inteiro.”

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o n 49

AV– Quando houver veículos elétricosem número apreciável, como acreditamosque vai acontecer, será um disparate nãoexistir uma rede inteligente. Como é um ab-surdo fazer proliferar energia renovável dis-tribuída sem rede inteligente, pois os be-nefícios começam a desaparecer.Existe alguma previsão de quando onúmero de veículos elétricosultrapassará os de combustível?AV– Existem estudos de várias entida-

des. Nomeadamente um da Califórnia, emque se afirma que, em 2050, não deverá ha-ver um único carro movido a combustão in-terna. É o plano dos americanos não exis-tir um único carro poluente. Os países ára-bes estão investindo bastante na indústriaautomobilística, prioritariamente em mo-bilidade elétrica, que é o próximo paradig-ma. Eu acredito muito no futuro dessa tec-nologia, porque tal carro é melhor em tudoque o de combustão interna, com exceçãoda autonomia. Mas pense na evolução quetiveram as baterias dos celulares…É possível ter um Portugalautossustentável para quando?AV – Eu teria como objetivo o ano de

2050; acredito que, por essa época, possa-se ter energia totalmente renovável.MSA– Temos condições para isso: solar,

eólica, off shore... No ano passado, quatromil clientes adotaram a microgeração. Euacho que as coisas acontecem mais rápidodo que pensamos. Se o preço dessas tecno-logias for baixando, como se espera, à me-dida que houver mais massa crítica, tornar-se-ão mais competitivas com as tecnologiasconvencionais. E se o CO2 for mais penali-zado, ou o preço dos combustíveis fósseisvoltarem a subir, como em 2008, rapida-mente chegaremos lá.Numa perspectiva mais pessoal, éum orgulho estar envolvido nesseprojeto?AV– Claro que é! Minha experiência, ao

longo dos anos em que tenho trabalhado nogrupo, é que, na EDP, nunca faltou dinhei-ro para um bom projeto. E esse é um dosmais ambiciosos em que estive envolvido. MSA– Concordo plenamente com essas

palavras. Acho que o setor de energia é es-tratégico e está num momento histórico demudança de paradigma; portanto, é extre-mamente estimulante. Penso que a EDP,que já é líder em tantas áreas, tem poten-cial para também liderar nas redes inteli-gentes com o projeto InovGrid, como maisum investimento. Os benefícios que advêmdo fato de existir uma rede inteligente au-mentam com o carro elétrico.

Spotlight

O RESPONSÁVEL DA INOVAÇÃO

Diretor Geral do Grupo EDP, Presidente da EDP Inovação e da Labelec. Sua carreira é diversifi-cada, a qual teve como fio condutor as Tecnologias de Energia e os Sistemas de Informação. FoiAdministrador Executivo da Holding EDP; fez parte da equipe que lançou o operador móvel Op-timus (empresa de que foi Administrador Executivo); foi CEO do operador móvel de terceira ge-ração, Oniway; fez parte do grupo criador da Edinfor (hoje, Lógica Portugal), tendo sido o pri-meiro CEO da empresa; foi Chief Risk Officer do Grupo EDP, área que criou. Engenheiro eletro-técnico pelo IST, é membro da Academia de Engenharia.

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fundação*No primeiro trimestre de 2010, o Museu da Eletricidade foivisitado por mais de 36 mil pessoas - um crescimento de 31%, secomparável ao período homólogo de 2009. Tal fato confirma suacapacidade de liderança no segmento dos museus

Um dos mais visitadosem Portugal

MUSEU DA ELETRICIDADE

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o n 5 1

fundação EDP

P ublicadas as estatísticas de dezem-bro de 2009 sobre as atividades dosmuseus e palácios do Estado, em

Portugal, foi possível fazer contas e estabe-lecer comparações entre elas e os númerosobtidos por nosso museu. E os números sãoclaros: o Museu da Eletricidade mantém umcrescimento de visitantes e um maior recon-hecimento de seu interesse e qualidade; etambém uma tendência evidente para alar-gar sua base de simpatizantes e amigos. “Estamos todos de parabéns, visto que osucesso depende sempre do trabalho coleti-vo. Devemos sublinhar que os resultados sãoexplicados, sobretudo, pelo empenho e pro-fissionalismo que temos posto no nosso tra-balho; do trabalho das ideias ao executivomais ínfimo, da qualidade das exposições àqualidade dos serviços”, menciona EduardoMoura, Diretor do Museu da Eletricidade. Eele salienta, referindo-se ao modo cada vezmais afável com que as pessoas referem-seao museu: “Em janeiro, as visitas tiveram aavaliação média de 94%, o que significa omelhor valor” e, é claro, um sinal inequívocode qualidade.Feitas as contas de 2009,nosso museu obteve o 2ºlugar em Visitas Guiadas;ficando a seguir ao Palá-cio Nacional de Mafra(portanto, o 1º lugar en-tre os museus). Quantoao número de visitantesnacionais, fomos o 3º e

só estamos atrás do Paço dos Duques e doPalácio Nacional de Mafra, ou seja, mais umavez, fomos o 1º entre os museus. Já no quese diz a respeito ao número de visitas de pú-blico em geral, o museu aparece cotado em7º lugar, atrás do Palácio Nacional de Sintra,do Paço dos Duques, do Palácio Nacional deMafra, do Museu Nacional dos Coches, doMuseu Nacional de Arte Antiga e do PalácioNacional de Queluz. Mas, consequentemen-te, ficamos em 3º lugar entre os museus.Um número a fixar é o da duplicação de visi-tantes em dois anos (65.614 em 2007 contra130.307 em 2009). É uma subida notável, àqual o diretor reage com mais uma provoca-ção: “Devemos passar a comparar-nos nãoapenas com os museus do Estado, mas tam-bém com os palácios. Isso significa que te-mos desafios mais altos a estimular-nos. Éuma provocação tremenda, mas vamos co-meçar a explorar uma área fascinante dedesenvolvimento de número de visitantes: opúblico estrangeiro”.Para 2010, a fundação estabeleceu comoobjetivo obter 150 mil visitantes e passar a sero segundo museu mais visitado do país.

World Press Photo 2010 Ciência e Educação Celebrar a República

EDP nas artes ganha segunda edição no Brasil

A estreia, realizada em 2009, foi um sucesso;tanto que a EDP no Brasil, por meio do seu Insti-tuto EDP, e em parceria com o Tomie Ohtake, par-tiu para a segunda etapa do prêmio, estimulandoa produção contemporânea entre o público uni-versitário. O EDP nas artes abriu as inscrições para a novaedição que, dessa vez, também reconhecerá otrabalho do professor. Durante a inscrição daobra de arte, o participante sugere um educadorde sua universidade ou unidade de ensino e, casoseja o primeiro colocado, o docente também serápremiado.As inscrições podem ser feitas até 20 de junho de2010, pelo correio ou na própria sede do InstitutoTomie Ohtake, em São Paulo. O anúncio dos ven-cedores está previsto para agosto, data em queocorre a inauguração da exposição dos trabalhosfinalistas, a ser realizada no Instituto Tomie Oh-take. O prêmio responde à experiência do grupo mun-dial EDP que, por meio de sua fundação, em Lis-boa, realiza uma premiação semelhante há oitoanos, a fim de desenvolver talentos nas artesplásticas. “A primeira versão mostrou que há jovens comgrande potencial, mas sem oportunidade de des-lancharem no mercado. A premiação é apenas aporta de entrada para esses talentos ingressa-rem nesse universo", afirma António Pita deAbreu, Presidente da EDP no Brasil.Informações completas e o regulamento, comoos prazos de entrega dos trabalhos, estão no sitedo Instituto Tomie Ohtake.

De 6 a 23 maio.As melhores fotos, escolhidaspela Fundação WPP naquele que é a maiordisputa do mundo em fotojornalismo, vão es-tar, pelo 4º ano consecutivo, expostas no Mu-seu da Eletricidade.

Entre 14 de maio e 7 de junho. O museu vaireceber “O Mês da Ciência”, o maior do ano.Será preenchido com o I Rali e o II FestivalSolar, a IV Mostra Nacional da Ciência, a IIIFesta da Criança e as 14ª Olimpíada de Física.

Do início da segunda semana de junho até o final do mês de setembro, o museu vai ter patente uma exposição intitulada “Povo”, promovida e produzida pela Fundação EDP eintegrada às comemorações do Centenário deRepública.

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52 o n

Um ano dedicado à biodiversidade

A EDP associa-se às comemorações do Ano Internacional da Biodiversidade, uma iniciativalançada pela ONU, que visa alertar todos os cidadãos para o contínuo empobrecimento da biodiversidade, com o desaparecimento de milhares de espécies

O Ano Internacional da Biodiversi-dade tem como missão alertar pa-ra o contínuo empobrecimento do

planeta, uma vez que os cientistas estimamrisco de extinção de 34 mil espécies deplantas e 5.200 de animais. Eles preveemque “a sexta extinção em massa” das espé-cies já está ocorrendo. A última conhecidarefere-se ao desaparecimento dos dinos-sauros, há 65 milhões de anos. Ao longo de2010, irão realizar-se inúmeras iniciativaspara alertar consciências e abrir os olhosdas populações dos quatro cantos do mun-do.(http://www.cbd.int/2010/celebrations/). Em Portugal, estão planejadas várias

ações de sensibilização para levar a temá-tica da biodiversidade ao cidadão, usando-se o programa Bioeventos 2010. Divulgara importância da biodiversidade nos diver-

sos aspectos da sociedade humana e o pa-pel de todos nós na sua preservação são ob-jetivos do programa, promovido pelo Mu-seu Nacional de História Natural e peloCentro de Biologia Ambiental, entidadesda Universidade de Lisboa.

A EDP também se juntou à causa, trans-formando-se, assim, num dos mecenas doBioeventos. Pretende-se a mobilização deum mínimo de 65 mil participantes, esti-mando-se que a mensagem chegue a maisde um milhão de pessoas em Portugal

sustentabilidadeResponsabil idade pelo meio ambiente

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o n 53

Biodiversidade Sustentabil idade

22 de maio será o dia B,isto é, o Dia Internacionalda Biodiversidade. O desafioproposto consiste naparticipação ativa dopúblico no trabalho deinventário do patrimônionatural português. Pede-seaos cidadãos que saiam àsruas, nesse dia, paraobservarem e registarem asplantas e animais comuns.Os Bioeventos 2010 lançamesse desafio a todas aspessoas interessadas emcontribuírem para aumentaro conhecimento sobre abiodiversidade do nossopaís. Para isso, poderá

registar-se no sitewww.biodiversity4all.org e fazer o download de um Guia de Campo;posteriormente, inserir as fotografias das suas observações. Mas essas não são asúnicas iniciativas! Ao longode 2010, haverá debates,palestras, exposições,conferências, concertos,entre muitos outroseventos. Esteja atento à agenda da Bioeventos(www.bcsdportugal.org) e saiba como um gestomínimo da sua parte podetornar o mundo melhor.

DIA B

Associação Biodiversidade para Todos

COMBOIO DA BIODIVERSIDADE

No dia 13 de março, várias pessoas ligadas a grupos de decisão político-econômica, do setorempresarial, do ambiente e de gestão de recursos naturais e figuras públicas ocuparam seuslugares no Comboio da Biodiversidade. Valendo-se de uma viagem, que teve como ponto de par-tida Santa Apolônia, atravessando o Estuário do Tejo e o Vale do Sado, salientou-se que a perdaglobal da biodiversidade compromete a sobrevivência da nossa espécie e que qualquer soluçãopara o problema tem como base a interligação entre três eixos fundamentais: a ciência, a tecno-logia e a cultura. Realçar que a conservação da biodiversidade não se faz sem a participação dasociedade civil e que essa conservação deverá ser integrada como um princípio organizador dequalquer programa político e econômico foram outros objetivos da iniciativa, que também teve afinalidade de apoiar a candidatura da Arrábida a Património Mundial da UNESCO. Tratou-se de uma viagem explicada, estação a estação, pelos guias a bordo do comboio, in-vestigadores da Universidade de Lisboa, que lançaram alguns temas para debate entre os pas-sageiros.

SAIBA QUE…

• A abundância de espéciessofreu um declínio de 40%entre 1970 e 2000.

• As populações de peixes do Atlântico norte sofreram um declínio de 66% nos últimos 50 anos.

• Desde 2000, perdem-se,anualmente, e em média, seis milhões de hectares de floresta primária.

• A degradação e a destruição de habitats é uma das principais ameaças à sobrevivência das espécies, afetando 86% de todas as aves em risco, 86% de todos os mamíferos em risco e 88% dos anfíbios.

• A IUCN (International Union for Conservation of Nature)Red List 2009 enuncia ummínimo de 16.928 espécies em risco de extinção:globalmente, 21% dosmamíferos, 12% das aves, 31% dos répteis, 30% dos anfíbios e 37% dos peixes.

• Em Portugal, 30% das espéciesde vertebrados terrestres e70% dos vertebrados de águadoce encontram-se ameaçadas.(www.portugalbiodiversidade.org)

FONTE: Bioeventos 2010

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sustentabil idade

Econnosco e sua Arca de Noé

Programa, que tem uma barca como símbolo, corre a todo vapor no Brasil

Com força e energia

para seguir em frente

e apostar num ideal.

Ideias podem ser palavras escritas num papel.

A concretização pede pessoas.

Que acreditam eque não desistem.

construção do Alto Tietê, no interior de São Pau-lo, a economizar 10 mil folhas de papel por ano. “Antigamente, todas as cartas de medição

para pagamento de fornecedores eram impres-sas. Hoje é só criar um arquivo em formato PDFe enviar por e-mail aos responsáveis”, explica. Ameta de Aguiar é levar o procedimento nos pró-ximos dois meses para as áreas da EDP que exe-cutam a mesma atividade.

Portugal lá vou euIdéias como a do embaixador serão premia-das com viagem a Portugal. Nos próximos trêsmeses, eles serão treinados pelo Instituto Aka-tu, parceiro da EDP, para aprenderem a criarum projeto de sustentabilidade, feito em du-pla. Os melhores terão a oportunidade de con-hecer o trabalho da Fundação EDP, em Lisboa,no segundo semestre deste ano. Com essa ini-ciativa, o Econnosco quer transformar os em-

baixadores em “cabeças pensantes”. “O pro-jeto será como um trabalho de conclusão decurso. Primeiro eles recebem a teoria para de-pois aplicá-la”, diz Paloma.

Todo mundo no mesmo barcoE como todo bom time tem uma mascote, a dosEmbaixadores é uma barca, parecida com a de Noé,mas formada por pessoas, nesse caso os própriosembaixadores. Criada pelo Instituto Akatu, ela re-cebeu um banho de loja da colaboradora AndresaSantos, do Instituto EDP. Artesã por vocação, An-dresa, que foi escolhida como a guardiã da embar-cação, sugeriu que todos os embaixadores fizessemum boneco de si mesmo para dar sentido à barca eà mensagem “todo mundo no mesmo barco”. “Elaé simbólica. Quero transformá-la num local demensagens de sustentabilidade, onde as pessoasas depositam e outras lêem”, afirma. Quem sabeessa barca também ficará registrada na história.

I deias podem ser palavras escritas num pa-pel. A concretização pede pessoas, que acre-ditam e não desistem. Com força e energia

para seguirem em frente e apostarem num ide-al. Esse é o lema dos Embaixadores da Susten-tabilidade do Econnosco – programa criado emPortugal com objetivo de preservação dos recur-sos naturais na EDP –, e que avança na sua 4ª fa-se no Brasil, a dos resíduos. O time especial, composto por colaboradores de

diversas localidades nas quais a EDP no Brasil estápresente, ajuda no desenvolvimento e na melhoriado programa. Segundo Paloma Cavalcanti, do Ins-tituto EDP, os embaixadores são a essência do Econ-nosco, pois – além de conscientizarem as equipes –,identificam melhorias e implantam projetos. Exemplo disso é a participação de Carlos

Aguiar, da área de Normas e Sistemas adminis-trativos financeiros. De forma simples e semcusto, o embaixador está ajudando a área de

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sustentabil idade

Em Portugal…

Em Portugal Continental, há 203.000quilômetros de linhas aéreas da rede

de distribuição; grande parte em regiõesarborizadas. A EDP Distribuição tem em cursoum plano de ação que ronda os 15 milhões deeuros, para constituição e manutenção da RedeSecundária de Faixas de Gestão de Combustível e conservação das Faixas de Proteção das linhasaéreas de alta e média tensão. Trata-se de um programa integrado que visapreservar a floresta por meio da prevenção do risco de incêndios; além de proteger a flora e, simultaneamente, garantir a segurança noabastecimento de energia elétrica, evitandoincidentes provocados por contatos acidentais de árvores, ou de seus ramos, com os condutoresdas linhas elétricas. Em síntese, procura-segarantir a segurança de pessoas e bens emrelação à floresta. Todavia, na Rede Secundáriade Faixas de Gestão de Combustível, exige-se um permanente equilíbrio entre a carga térmicada cobertura vegetal em termos de solo e biodiversidade. Com base na experiênciaadquirida em programas anteriores, elaborou-seum Manual de Boas Práticas. Na verdade, é umadas medidas do Programa para a Promoção e o Desempenho Ambiental promovido pelaERSE; procura-se reforçar as garantias dabiodiversidade, valendo-se de metodologias de análise e de caracterização do tapete vegetalexistente em cada área, de forma a estabelecer o tipo e a profundidade das intervenções. O Manual de Boas Práticas é aplicado em todo o território nacional, por via da concretização de um Plano de Ação plurianual que registrauma forte articulação com os municípios.

Na Espanha…

A HC Energía avançou com oprograma trienal de “Corte e Poda”,sistematizando o trabalho a serrealizado, nos últimos quatro anos,para proteger o meio envolvente dasregiões que atravessam as linhasáreas. Só no último ano, cortarame/ou podaram-se mais de 560quilômetros de zonas arborizadas,com um custo de 3,5 milhões deeuros. O plano estabelece que 6.000km de rede área da HC Energía de Média e Alta tensão que, namaioria, situa-se em terrenos de difícil acesso e, 22% em zonas de arvoredo intenso, sejam revistos de três em três anos.Tanto a administração, pelaConsejería de Medio Rural y Pesca, como a universidade, por intermédio da EscuelaPolitécnica de IngenierosTécnicos Forestales de Mieres,juntaram-se ao objetivo,colaborando na realização de umManual Integral para a Atividade de Corte e Poda em Zonas deServidumbre de Líneas Elétricas. A poda dessas áreas é um passoprévio para o programa-piloto de “Inversión de Flora”, o qual acompanhia lançou, incluindo umasérie de aplicações seletivas defitosanitários (tipo de planta) paraevitar o crescimento de árvores deporte que afetam as linhas áreas e, também, incentivar a proliferaçãode espécies nativas que possamconviver com as linhas. Trata-se deum programa plurianual, concebidopor uma empresa especializada quepatenteou o processo de “Inversiónde Flora”. Ainda neste ano,arrancará o projeto-piloto junto de uma linha de 132 kV, de duplocircuito, entre Posada e Corredoria,na área central das Astúrias.

No Brasil…A EDP Escelsa vem substituindo,gradativamente, as redes nuas porisoladas e/ou protegidas compactas(space cable), tanto na área ruralquanto na urbana. A medida visaevitar a morte de animais – como ossaguis-de-cara-branca, que habitam aMata Atlântica –, ou mesmo as podasdrásticas na arborização urbana. A empresa construiu, na área urbana,grande parte de suas redes emisoladas e/ou protegidas compactas,tendo alcançado um ótimo percentualsobre a construção total: 24,20% em 2007; 25,58% em 2008; 28,31% no ano de 2009. Tais númeroscorroboram com 3º Princípio daSustentabilidade – Respeito ao MeioAmbiente. Para tanto, a distribuidorado Espírito Santo assinou umconvênio com o Instituto de DefesaAgropecuária e Florestal do estado – IDAF, renovado, em dezembro de2009, a validade para mais cinco anos. O convênio estabelece normas eprocedimentos destinados a viabilizaros serviços de manutenção,construção, limpeza de faixas desegurança das redes e linhas dedistribuição em sua área de concessão,necessários ao pleno funcionamentodo sistema, satisfazendo às condiçõesde regularidade, continuidade,eficiência e segurança.

Em “linha” com a natureza

O Grupo EDP preocupa-se com o meio ambiente. Principalmente se valendo de programas de preservação das denominadas faixas de gestão de combustível. Eis uma forma de proteger as florestas, garantindo a segurança no abastecimento de energia elétrica antes e depois

antes depois

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ensaio fotográfico

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ILUSTRARTE 09 – IV Bienal Internacional de I lustração para a Infância

As imagensvencedoras da 4ª edição da bienal, emexibição noMuseu daEletricidade, são ilustraçõesembutidas degrande forçaplástica,realizadas emxilogravura, bem ao estilo de IsabelleVandenabeele. A ILUSTRARTEatingiu, assim,uma vez mais,seus objetivos:criar um espaçode encontro e de discussão damelhor ilustraçãopara a infânciainternacional,colocandoPortugal na rotados grandeseventos da área

Fotos de Alex Gandum

Imagens de encantar

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Ensaio fotográfico

"O Quotidiano dos Animais"Alessandro Lecis + Alessandra Panzeri, Itália, Menção Especial

"Prólogo

de Um Amor Partido

" Isabelle Vandenabeele, Bélgica, Vencedor

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ILUSTRARTE 09 – IV Bienal Internacional de I lustração para a Infância

"Tarefas Familiares"Martin Jarrie, França, Menção Especial

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Ensaio fotográfico

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ILUSTRARTE 09 – IV Bienal Internacional de I lustração para a Infância

"O Quotidiano dos Animais"Alessandro Lecis + Alessandra Panzeri, Itália, Menção Especial

"Tarefas Fam

iliares"

Martin Jarrie, França, Menção Especial

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Ensaio fotográfico

"O Quotidiano dos Animais"Alessandro Lecis + Alessandra Panzeri, Itália, Menção Especial

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ILUSTRARTE 09 – IV Bienal Internacional de I lustração para a Infância

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Ensaio fotográfico

"Prólogo

de Um Amor Partido

"Isabelle Vandenabeele, Bélgica, Vencedor

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BUSINESS

Há quantos anos trabalha na EDP?Trabalho na EDP desde 1984. Vim para substituir uma pessoa porum período de seis meses e acabeificando até hoje. Embora tenhaestado sete anos na ONI, isso se deveu ao fato de eu pertencer ao quadro do pessoal da EDP.

Qual a experiência mais gratificanteque teve dentro do Grupo EDP?Não é fácil pra mim “decidirmentalmente” qual foi a experiênciamais gratificante. Gosto muito doque faço atualmente, mas a ONI foi um desafio extraordinário; fez com que eu crescesse muito – quer em termos pessoais, quer profissionalmente. Foi preciso fazer de tudo!

Quais os maiores desafios que enfrenta, atualmente, nasecretaria-geral e assessoriajurídica?Atualmente, meu maior desafio é conseguir responder, em tempoútil, a todas as solicitações a queme são dirigidas. O volume detrabalho é enorme e, como sabe,em questões jurídicas há sempreprazos a cumprir.

Em que sentido é que o fato de a empresa ser uma multinacional – presente em várias geografiascom diferentes legislações – afeta o seu trabalho?Obviamente que o fato de a EDP estar presente em diversasgeografias afeta; mas, muitasvezes, de forma positiva. Estou sempre aprendendo! Os enquadramentos jurídicos são distintos e, em alguns casos,temos soluções diversas paraquestões muito similares.

Como descreve seu dia-a-dia?Diria que ele é bastantemovimentado. Quando não tenhocompromissos agendados que meobriguem a agir diferentemente,

começo a trabalhar cerca das 10 horas da manhã; faço um intervalo por volta dasduas da tarde e termino umas 22 horas.

O que ainda não fez, mas gostaria de fazer (ou mudar) dentro do grupo?Quando, em criança, perguntavam o que queria ser ao crescer, respondia:advogada. O que eu quero é continuar a fazer trabalho jurídico. É claro que hásempre muitas coisas em que podemosmelhorar! Gostaria que caminhássemostodos no sentido da “excelência” e com

a preocupação permanente de atingir resultados; e não apenas de “desenvolver uma atividade”.

Sentiu algum tipo de entrave, durante a carreira, pelo fato de ser mulher? Nunca senti qualquer entrave. É claroque, nos primeiros contatos, no âmbitoprofissional; por vezes, as pessoaspensam que o fato de terem uma mulherà frente lhes facilita o trabalho. Depois,porém, acabam por concluir que seenganaram.

em destaque

“Por vezes, as pessoas pensam que o fato de terem uma mulher à frente lhes facilita o trabalho.Depois, porém, acabam porconcluir que se enganaram”

TERESA PEREIRA secretária-geral e assessora jurídica

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moveonPlaneta EDP Portugal

Port

Port

Esp

Port

Carbon DisclosureSerão apresentados os resultados do ano2009, no Parlamento Europeu. O projeto temuma grande visibilidade em termos mundiais,estimulando as empresas mais performáticasem termos de sustentabilidade.

MIT Clean Energy Prize Competition 2009Entrega dos prêmios que a EDP Inovaçãopatrocinou, em 2009, o Track Renováveis doMIT Clean Energy Prize, inserido no âmbito da 100K Competition, a maior competiçãomundial de empreendorismo universitário.

Projeto de eficiência energéticaA Naturgas Energía apresenta o projeto deinovação sobre Eficiência Energética eEnergias Renováveis em edifícios.

Maratona Douro Vinhateiro Esta é a 5ª edição que conta com opatrocínio da EDP. Uma maratona queenvolve 3.000 participantes e comtransmissão, ao vivo, em directo na RTP1.

World Press PhotoA Fundação EDP recebe, mais uma vez, aWorld Press Photo. Não perca o olhar dosfotógrafos que percorrem o mundo, na Salade Exposições do Museu da Eletricidade(Central Tejo, Belém, Lisboa).

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Dia Internacional da BiodiversidadeAção de rua, promovida pelo Centro deBiologia Ambiental da Faculdade deCiências de Lisboa, em parceria com a EDP.

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22 05

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EDP Live em MadridOs colaboradores da EDP Renováveis, HCEnergía e Naturgas vão reunir-se, em Madrid,para mais um encontro anual. Será um diacheio de atividades, no qual onde serãolançados os objetivos para os próximos anos.

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Esp

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Encontro anual da EDPR North AmericaReunião anual de colaboradores, em Houstonno Texas. Discutem-se metas e objetivos aserem ainda alcançados, bem no futuro, o balanço das atividades do ano anterior.

Conferência da American Wind Energy A EDP Renováveis, North America, será umadas expositoras da Wind Energy AssociationWINDPOWER 2010, a ser realizada emDallas, no Texas. Vários representantes daEDPR NA irão intervir nesta conferência.

Campanha de hipertensão arterialA EDP Brasil lança uma campanhapreventiva, coordenada pelos recursoshumanos da empresa, com o objetivo dealertar os colaboradores sobre o problemada hipertensão arterial.

Último balançoO grupo falará sobre o resultado doúltimo balanço, no encontro comanalistas e investidores, na APIMECSão Paulo.

Música clássicaA EDP patrocina o coral que executa a 9ª Sinfonia de Beethoven num grandeespectáculo, ao ar livre. Dois espectáculosem comemoração aos 50 anos de Brasília.

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