Eleições 2014 - 17 de agosto de 2014

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Especial MANAUS, DOMINGO, 17 DE AGOSTO DE 2014 [email protected] (92) 3090-1019 Eleições 2014 Eleições 2014 Especial Embalados pelo fenômeno na eleição de Tiririca, humoristas do Amazonas também começam a arriscar carreira na vida política, mas com promessa de levar o parlamento muito a sério É sério isso!”. É o que garante o humo- rista Carlos Portta, quanto a sua candi- datura a uma vaga na Câmara Federal, nas eleições de outubro. Conhecido por pegar no pé dos políticos amazonenses, ele assegura que não quer ser mais um em meio à multidão, e pro- mete fazer um trabalho sério em Brasília, caso seja eleito. Quem tam- bém se aventura pela primeira vez na briga por uma das 24 vagas disponíveis na Assem- bleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam) é Márcio Braga, conhecido humorista local. Os seguidores do “efeito Tiririca” na política local decla- ram que decidiram enfrentar o desafio para tentar mudar a cara da política brasileira. Mas, sem piadas. Defendendo a mudança nas casas legislativas, o agora in- tegrante do Partido Socialista Brasileiro (PSB), Carlos Portta, quer o voto de confiança dos eleitores. O candidato defende a necessidade de se extinguir o “endeusamento” devotado aos políticos brasileiros. “Não podemos ficar só assistindo, a necessidade de mudarmos a cara da política é evidente e o momento é agora. O trabalho na rádio e na televisão me fez acom- panhar de perto a vida e descobrir as necessida- des da população caren- te, e principalmente sua luta atrás de políticos que só aparecem nas vés- peras d e eleição. Precisamos mudar isso, quero que o meu mandato aconteça junto do povo”, comentou. Com projetos ousados, Port- ta, ressalta que uma das suas metas é levar as necessidades do Amazonas ao Congresso Nacional, por meio das novas ferramentas tecnológicas. Ele quer mostrar por meio de áu- dios e imagens os problemas vivenciados pelos caboclos da capital e do interior. “Nossa ideia é tornar o mandato uma espécie de reality show, vamos visitar as comunidades e do- cumentar tudo aquilo que eles precisarem, seja uma creche, um posto de saúde. Vamos levar isso para Brasília e de- fender nossos projetos do iní- cio ao fim, embasados nesses depoimentos”, explicou. Comprometido a não deixar o bom humor de lado, Port- ta, tem com lema: “Vamos quebrar o pau”, ele prepara uma série de programas que começarão a ser transmitidos pelas rádios e emissoras de televisão. A exemplo das tira- das do personagem, que já in- comodou muito parlamentar, ele pretende relembrar velhos escândalos do mundo político, como o Mensalão, e o dinheiro guardado na cueca. “Nessa pegada faremos os eleitores relembrarem os atos da velha política. Os anos pas- sam, as eleições acontecem e os eleitos continuam os mesmos. Além disso, e o que para mim é o mais grave, é que as bandeiras empunhadas também não mudam. Desde criança só escuto se falar de Zona Franca e sua prorro- gação, problemas na saúde, educação, mobilidade urbana. Estamos atrasados pela falta de interesse desses homens em tornar o nosso Estado mais igual para todos, sem distinções”, reclamou. Há 20 anos escrevendo e trabalhando junto a produto- ras durante os períodos eleito- rais, o multifacetário Márcio Braga também se aventura pela primeira vez na briga por uma das 24 vagas disponíveis na Aleam. A ideia de conciliar os palcos com a tribuna ins- talada no plenário Ruy Araújo, segundo ele, vem da necessi- dade latente de se humanizar a forma de pensar e fazer política no Amazonas. O hu- morista diz que tem evitado misturar as velhas piadas com temas políticos e o trabalho junto aos eleitores, para não parecer debochado com as necessidades reais dos mais carentes. “Fazer piada nes- te momento é ter a certeza de ser sem graça. Levo meu bom humor para onde vou e sei que sou reconhecido por isso. Mas, a coisa é séria. Po- lítica nunca foi e nunca será brincadeira”, enfatizou. IONE MORENO ‘Efeito Tiririca’ na eleição baré O ano de 2010 pode ficar lembrado como aquele em que o Brasil elegeu um pa- lhaço - de verdade - para o Congresso Nacional. O pa- lhaço Tiririca, codinome do cidadão Francisco Everardo Oliveira Silva, não só foi eleito como foi o candidato com a maior votação entre os postulantes a uma vaga na Câmara dos Deputados em todas as unidades da federação. Concor- rendo pelo PR-SP, ele teve 1,35 milhão de votos. Ficou muito à frente do segun- do mais votado do país, Anthony Garotinho (PR- RJ), ex-governador do Rio de Janeiro, que beirou 700 mil votos, e teve mais que o dobro do segundo mais votado em SP, Gabriel Chalita (PSB), escolhido por 560 mil eleitores. É a segunda maior votação da história para deputado no Brasil: Tiririca só fica atrás de Enéas Ferreira Carneiro (morto em 2007), presidente do extinto Prona e detentor dos votos de 1.573.112 elei- tores para deputado federal no pleito de 2002. A campa- nha de Tiririca caracterizou- se pelo deboche. Com essa receita, Tiririca conquistou eleitores - fica para os pes- quisadores e analistas a ta- refa de entender ou explicar se foi “voto de protesto”. Tiririca foi um fenômeno Portta decidiu se candidatar após ver a realidade da população na pele Márcio Braga quer implantar proje- tos voltados para deficientes físicos RAIMUNDO VALETIM Segundo o presidente da Action Pesquisa de Mercado, Afrânio Soares, o caso do Ti- ririca foi o que motivou outros humoristas a se arriscarem. De acordo com o especialista, os nomes Carlos Portta e Márcio Braga não passam batido nas pesquisas. Mas pelo fato de serem do meio de comunicação, existem prós e contras pois por estarem todos os dias em contato com a população ganham vantagem em não serem me- ros desconhecidos. Mas, o fato de trabalharem com o humor poderá lhes tirar votos porque tem muita gente que não os veem como competen- tes. Humorista abriu as portas JOELMA MUNIZ Equipe EM TEMPO ELEIÇÕES 2014 - 01.indd 1 8/15/2014 10:45:05 PM

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Eleições 2014 - Caderno especial do jornal Amazonas EM TEMPO

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Especial

MANAUS, DOMINGO, 17 DE AGOSTO DE 2014 [email protected] (92) 3090-1019

Eleições 2014Eleições 2014Especial

Embalados pelo fenômeno na eleição de Tiririca, humoristas do Amazonas também começam a arriscar carreira na vida política, mas com promessa de levar o parlamento muito a sério

Especial

MANAUS, DOMINGO, 17 DE AGOSTO DE 2014 [email protected] (92) 3090-1019

Eleições 2014Eleições 2014Eleições 2014Eleições 2014Eleições 2014Especial

Especial

Especial

Especial

Embalados pelo fenômeno na eleição de Tiririca, humoristas do Amazonas também começam a arriscar carreira na vida política, mas com promessa de levar o parlamento muito a sério

“É sério isso!”. É o que garante o humo-

rista Carlos Portta, quanto a sua candi-datura a uma vaga na Câmara Federal, nas eleições de outubro. Conhecido por pegar no pé dos políticos amazonenses, ele assegura que não quer ser mais um

em meio à multidão,

e pro-mete fazer um trabalho sério em Brasília, caso seja eleito. Quem tam-bém se aventura pela primeira vez na briga por uma das 24 vagas disponíveis na Assem-bleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam) é Márcio Braga, conhecido humorista local. Os seguidores do “efeito Tiririca” na política local decla-ram que decidiram enfrentar o desafi o para tentar mudar a cara da política brasileira. Mas, sem piadas.

Defendendo a mudança nas casas legislativas, o agora in-tegrante do Partido Socialista Brasileiro (PSB), Carlos Portta, quer o voto de confi ança dos eleitores. O candidato defende a necessidade de se extinguir

o “endeusamento” devotado aos políticos brasileiros. “Não podemos fi car só assistindo, a necessidade de mudarmos a

cara da política é evidente e o momento é agora. O trabalho na rádio e na televisão me fez acom-panhar de perto a vida e descobrir as necessida-des da população caren-te, e principalmente sua luta atrás de políticos que

só aparecem nas vés-

peras d e

e l e i ç ã o . Precisamos

mudar isso, quero que o meu

mandato aconteça junto do povo”, comentou.

Com projetos ousados, Port-ta, ressalta que uma das suas metas é levar as necessidades do Amazonas ao Congresso Nacional, por meio das novas ferramentas tecnológicas. Ele quer mostrar por meio de áu-dios e imagens os problemas vivenciados pelos caboclos da capital e do interior. “Nossa ideia é tornar o mandato uma espécie de reality show, vamos visitar as comunidades e do-cumentar tudo aquilo que eles precisarem, seja uma creche, um posto de saúde. Vamos levar isso para Brasília e de-fender nossos projetos do iní-cio ao fi m, embasados nesses depoimentos”, explicou.

Comprometido a não deixar o bom humor de lado, Port-ta, tem com lema: “Vamos quebrar o pau”, ele prepara uma série de programas que começarão a ser transmitidos pelas rádios e emissoras de televisão. A exemplo das tira-das do personagem, que já in-comodou muito parlamentar, ele pretende relembrar velhos escândalos do mundo político, como o Mensalão, e o dinheiro guardado na cueca.

“Nessa pegada faremos os eleitores relembrarem os atos da velha política. Os anos pas-sam, as eleições acontecem e os eleitos continuam os mesmos. Além disso, e o que para mim é o mais grave, é que as bandeiras empunhadas também não mudam. Desde criança só escuto se falar de Zona Franca e sua prorro-gação, problemas na saúde, educação, mobilidade urbana. Estamos atrasados pela falta de interesse desses homens em tornar o nosso Estado mais igual para todos, sem distinções”, reclamou.

Há 20 anos escrevendo e trabalhando junto a produto-ras durante os períodos eleito-rais, o multifacetário Márcio Braga também se aventura pela primeira vez na briga por uma das 24 vagas disponíveis na Aleam. A ideia de conciliar os palcos com a tribuna ins-talada no plenário Ruy Araújo, segundo ele, vem da necessi-dade latente de se humanizar a forma de pensar e fazer política no Amazonas. O hu-morista diz que tem evitado misturar as velhas piadas com temas políticos e o trabalho junto aos eleitores, para não parecer debochado com as necessidades reais dos mais carentes. “Fazer piada nes-te momento é ter a certeza de ser sem graça. Levo meu bom humor para onde vou e sei que sou reconhecido por isso. Mas, a coisa é séria. Po-lítica nunca foi e nunca será brincadeira”, enfatizou.

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‘Efeito Tiririca’ na eleição baré

O ano de 2010 pode fi car lembrado como aquele em que o Brasil elegeu um pa-lhaço - de verdade - para o Congresso Nacional. O pa-lhaço Tiririca, codinome do cidadão Francisco Everardo Oliveira Silva, não só foi eleito como foi o candidato com a maior votação entre os postulantes a uma vaga

na Câmara dos Deputados em todas as unidades

da federação. Concor-rendo pelo PR-SP, ele

teve 1,35 milhão de votos. Ficou muito à frente do segun-do mais votado do país, Anthony

Garotinho (PR-RJ), ex-governador do

Rio de Janeiro, que beirou 700 mil votos, e teve mais que o dobro do segundo mais votado em SP, Gabriel Chalita (PSB), escolhido por 560 mil eleitores.

É a segunda maior votação da história para deputado no Brasil: Tiririca só fi ca atrás de Enéas Ferreira Carneiro (morto em 2007), presidente do extinto Prona e detentor dos votos de 1.573.112 elei-tores para deputado federal no pleito de 2002. A campa-nha de Tiririca caracterizou-se pelo deboche. Com essa receita, Tiririca conquistou eleitores - fi ca para os pes-quisadores e analistas a ta-refa de entender ou explicar se foi “voto de protesto”.

Tiririca foi um fenômeno

Portta decidiu se candidatar após ver a realidade da população na pele

Márcio Braga quer implantar proje-tos voltados para defi cientes físicos

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Segundo o presidente da Action Pesquisa de Mercado, Afrânio Soares, o caso do Ti-ririca foi o que motivou outros humoristas a se arriscarem. De acordo com o especialista, os nomes Carlos Portta e Márcio Braga não passam batido nas pesquisas. Mas pelo fato de serem do meio de comunicação, existem prós e contras pois por estarem todos os dias em contato com a população ganham vantagem em não serem me-ros desconhecidos. Mas, o fato de trabalharem com o humor poderá lhes tirar votos porque tem muita gente que não os veem como competen-t e s .

Humorista abriu as portas

JOELMA MUNIZEquipe EM TEMPO

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Agenda dos candidatos

Candidato não havia divulgado agenda até o fecha-mento desta edição.

EDUARDO BRAGA

Candidato suspendeu as atividades de campanha em respeito ao falecimento do presidente do seu partido, Eduardo Campos.

MARCELO RAMOS

Candidato não não havia divulgado agenda até o fechamento desta edição.

HERBERT AMAZONAS

Candidato fará caminhada no município de Alvarães pela manhã e a tarde segue para a cidade de Uarini. À noite, segue de barco para o município de Coari.

ABEL ALVES

Candidato retorna das viagens a municípios do Baixo e Médio Amazonas.

JOSÉ MELO

Candidato não havia divulgado agenda até o fecha-mento desta edição.

CHICO PRETO

Candidato participa de reunião com comunitários da Zona Sul.

NAVARRO

Petistas fazem campanhasisoladas nestas eleições Acostumados a fazerem ações sempre juntos, Zé Ricardo, Praciano, Waldemir José e Professor Bibiano caminham isolados

Visto sempre juntos nas ações do Par-tido dos Trabalha-dores (PT), o grupo

formado pelo deputado fe-deral Francisco Praciano, deputado estadual José Ri-cardo Wendling e o verea-dor Waldemir José, sempre estiveram unidos em suas causas e ações. Depois do pleito de 2012, mas um in-tegrante se uniu ao grupo, o vereador professor Bibiano, formando assim, o quarteto petista que ganhou destaque por tentar preservar os ide-ais originais do Partido dos Trabalhadores. A vontade do grupo era que o PT regional tivesse candidatura própria ao cargo majoritário desde a última eleição para prefeito em Manaus.

Vencidos pela maioria, o quarteto teve que aceitar a decisão nacional de fazer coligação com outros parti-dos, apoiando dessa forma a candidatura do senador Edu-ardo Braga (PMDB) ao cargo de governador do Amazo-nas. No entanto, apesar dos correligionários terem que “engolir” a decisão, ainda

tentam se manter neutros com relação à campanha para o pleito de 2014. Uma das atitudes que demons-tram isso é a peregrinação solitária do deputado esta-dual José Ricardo Wendling, para a colheita de votos para garantir sua reeleição para a Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam).

O parlamentar não tem se juntado as atividades do ma-joritário, como caminhadas, viagens e comícios. Na se-mana passada, José Ricardo realizou um comício na fren-te do terminal de ônibus (T3), localizado no bairro Cidade Nova, Zona Norte de Manaus e contou com a presença dos companheiros Praciano, que disputa uma vaga no Senado

Fe d e r a l , João Pe-dro, con-correndo a vaga de d e p u t a -do fede-ral e do vereador Waldemir José, o qual vem erguendo as mangas para apoiar a candi-datura dos companheiros.

José Ricardo justificou sua não participação nas ativi-dades coordenadas pelo can-didato majoritário. Segundo o parlamentar “quando tem uma programação do majo-ritário, os proporcionais não aparecem”, disse.

Questionado se pediria vo-tos para o candidato majori-tário, Wendling fez questão de frisar que a vontade dele era que o PT tivesse candi-dato próprio, mas que estava acatando a decisão nacional da legenda e cumprindo o regimento interno do PT. “Estamos fazendo o que o partido decidiu, mas a nos-sa vontade era candidatura própria. Nossa prioridade é eleger o Praciano para Sena-do e João Pedro para federal e os demais candidatos do PT estaduais”, destacou.

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AÇÃO

Grupo petista diz que não abandonará a velha Kombi para fazer as campanhas eleitorais

MAIORIA A princípio, essa cor-rente do PT era favo-rável à candidatura própria para o cargo majoritário. Mas, após indicação do diretó-rio nacional, o grupo coligou com o bloco de Eduardo Braga

Praciano não vê constrangimento Já o candidato ao Sena-

do, Francisco Praciano, não demonstrou constrangimen-to em caminhar ao lado de Eduardo Braga. “Da minha parte estou participando de tudo, vou ao comício, cami-nhada, subo em palanque. A decisão é do partido nacio-nal. Eu estou acompanhando qualquer evento da coliga-

ção”, pontuou.No entanto, o vereador

Waldemir José disse que o método da campanha será o mesmo sempre utilizado pelo quarteto, distribuição de panfl etos informativos, Kom-bi e carreatas, além de visitas às famílias, comunidades e interior do Estado.

No entanto, o vereador

Waldemir José, disse que o método da campanha será o mesmo sempre utilizado pelo quarteto, distribuição de panfl etos informativos, Kom-bi e carreatas, além de visitas às famílias, comunidades e interior do Estado.

“Eu estive hoje (ontem), no comício do companheiro José Ricardo. Eu não sei se a gente

vai fazer em todos os locais, mas toda vez que eu não ti-ver numa agenda da Câmara Municipal de Manaus (CMM), estarei colaborando com a agenda deles”, disse.

De acordo com José Ricar-do, no início do mês, Praciano esteve com ele e João Pedro em visita a dois municípios da calha do Rio Solimões. Praça disse que não se omite de subir no palanque de Braga

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NO PALANQUE

MOARA CABRAL Equipe EM TEMPO

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3MANAUS, SEXTA-FEIRA, 15 DE AGOSTO DE 2014 Eleições 2014Eleições 2014

Na questão da educa-ção, vamos aumentar de 25% para 30% os inves-timentos, além da construção de Escolas de Tempo Integral (Cetis) em cada muni-cípio”

Amazonense nato, o atual governador do Amazo-nas, José Melo (Pros), junto ao deputado fede-

ral licenciado, Henrique Oliveira (SDD), galgam a reeleição ao governo do Estado nas eleições deste ano pela coligação Fazen-do Mais por Nossa Gente. Em entrevista ao EM TEMPO, Melo fala do orgulho de ser fi lho da terra e das políticas públicas que pretende desenvolver no Esta-do do Amazonas. Como legado, pretende deixar uma sociedade crítica, formadora de opinião, por meio da cidade universitária. Ele também fez questão de falar que o ex-governador Omar Aziz (PSD) e ele, juntos, apresentaram uma nova forma que governar: “isso levou o Omar a ser con-siderado o melhor governador do país”. É justamente por esse novo jeito de governar, voltado para as pessoas, que Melo pre-tende permanecer à frente do Executivo estadual. Acompanhe, agora, a entrevista cedida ao EM TEMPO com José Melo, em seu gabinete na Secretária da Fazenda Estadual (Sefaz).

EM TEMPO - Quem é José Melo?

José Melo - O José Melo é um homem simples, que nasceu no interior. Que sofreu, como muitos, as difi culdades da vida, mas que venceu, com muita luta, com muito sacrifício e perseverança. E que aprendeu com a fl oresta a ser humilde, terno, respeitador, não alterar a voz e estar sempre em paz consigo mesmo. Depois estudei e aprendi as coisas do conheci-mento, o que me levou a galgar muitos postos. Fui secretário de Educação duas vezes do Estado e um do município de Manaus; fui delegado do Ministério de Educação; presidente do IDAM; secretário de produção; secre-tário do interior; fui secretário de governo, depois vice-gover-nador e agora governador. No campo político, fui deputado federal, uma das vezes o mais votado, até então, da história política do Amazonas, deputado estadual e consequentemente vice-governador. Esse é o José Melo, um homem que tem muita vivência, que participou de três gestões de governador, como um dos atores principais e o que me permite hoje apresen-tar minha candidatura como um dos candidatos com maior experiência no campo político administrativo e na arte de governar.

EM TEMPO - O que lhe diferencia dos demais can-didatos?

José Melo - Uma das qua-lidades que eu acredito que me diferencia é o conhecimento ob-

tido, não somente do povo, do interior, mas da arte de governar. Outro diferencial, não em rela-ção a todos os candidatos, mas especifi camente em relação a um ou outro, é que eu sou uma pessoa terna, que não trato mal as pessoas, sou um ser humano que acorda às 5h da manhã, faz uma hora de esteira, faz a barba, toma banho e sai correndo para o trabalho todo dia. Portanto, eu acordo cedo para trabalhar e gosto de trabalhar. Tenho ex-periência de mais de 30 anos de vida pública. Sou servidor público por excelência. E eu e Omar inauguramos uma nova maneira de governar voltada di-retamente para o povo, a partir das experiências vividas com o povo e que deu certo. Isso não existia, até então, o que tinha antes era formas fortes e duras de governar. Essa nova manei-ra de governar foi muito bem avaliada pelo povo, tanto é que Omar saiu como o governador bem mais avaliado do Brasil.

EM TEMPO - Quais pro-postas de governo o senhor poderia destacar?

José Melo - Na questão da educação, vamos aumentar de 25% para 30% os investimentos, além da construção de Esco-las de Tempo Integral (Cetis) em cada município; duplicar o Centro de Mídias levando edu-cação à distância, bem como a valorização do profi ssional da educação, quer seja pelo aumen-to de salário e também pelos cursos de pós-graduação; dar continuidade à cidade univer-sitária, pois acredito que é ali que vamos criar massas críticas para o Amazonas, entre outros. Na economia, a proposta mais importante é de criar uma nova Zona Franca, não a Zona Franca de Manaus (ZFM), mas me refi ro à Zona Franca da nossa natureza, das nossas riquezas regionais. A exploração dos nossos minérios, a criação de uma indústria (gás-química) e uma indústria pe-troquímica, uma vez que temos muito petróleo e gás. Refi ro-me ao surgimento de uma indústria produtora de fertilizante. Isso é possível por meio da explora-ção dessas matérias-primas e vontade política de incentivar a construção de uma fábrica. Na área da saúde, temos inovações, como a criação de 14 polos no interior do Estado para suprir uma grande defi ciência que é falta de especialistas, construir mais dois andares no Cecom para num colocar radioterapia e no outro, quimioterapia, além de levar o Cecom para o interior numa área central para desen-volver o trabalho de combate ao câncer. Na área de segurança pública, vamos expandir o Ronda nos Bairros, que é uma polícia presente e que inibe e tem di-minuído a criminalidade, além

de suprir, através de concursos, as defi ciências de contingentes nessa categoria.

EM TEMPPO - Quanto aos apoios à campanha. Há pressão para que a coligação apoie a candi-datura do presidenciável tucano Aécio Neves?

José Melo - A nossa campa-nha tem apoio de pessoas de muito peso. O Omar, o prefeito Arthur Neto, meu vice Henrique Oliveira foi uma escolha espeta-cular. Temos ainda os deputados federais mais votados no último pleito, bem como a maioria abso-luta dos deputados estaduais e a maioria absoluta dos prefeitos e o mais importante, o apoio do povo. A questão principal, quan-to à Presidência da República, o meu vice, Henrique Oliveira pertence ao Solidariedade (SDD) que está na coligação do Aécio Neves, e inclusive ele participou da vinda do Aécio aqui. O meu partido, o Pros, está alinhado com a candidatura da presiden-te Dilma (Rousseff ), portanto, existe uma questão de obedi-ência partidária. Eu e o Arthur temos um compromisso com a cidade de Manaus. Temos uma ação compartilhada, onde juntos estamos colocando recursos e cuidando da cidade de Manaus. Tanto ele quanto eu, temos responsabilidades maiores com nosso povo, que está acima de questões políticas partidárias, acima de questões eleitoreiras e eleitorais. Em cima disso, ele tem que ter um comportamento nesse sentido e eu também, mas nem ele nem eu podemos ir contra as diretrizes dos nossos partidos. Portanto, o que existe de fato é o Henrique seguindo as orientações do seu partido e eu tendo um comportamento de magistrado, porque afi nal de contas, antes de ser candidato, eu sou governador e a liturgia do cargo me impõe um comporta-mento nesse sentido.

EM TEMPO - O prefeito Ar-thur Neto, que apoia a candi-datura de Aécio, e aqui apoia a sua também, está compre-endendo sua atitude?

José Melo - O Arthur é um po-lítico maduro, experiente. Passou por muitas intempéries na vida. Lutou e conseguiu ser um ven-cedor. O Arthur não faz política com emoção, ele faz política com pragmatismo e eu também faço política com pragmatismo. Esse pragmatismo está prevalecendo e ele (Arthur) está entendendo a importância que é a minha eleição para a continuidade da nossa relação conjunta e tam-bém o continuar das obras e projetos, tão bem avaliados pela nossa gente. Isso é maior do que uma eventual candidatura de A ou de B, então o Arthur está tendo uma dose de compreensão muito grande e eu agradeço

muito por isso. Por outro lado, eu tenho tentando me esforçar para dar a minha contribuição, do ponto de vista administrativo e político, para que ele também possa ter os seus ganhos, in-dependentemente de qualquer outra anuência que possa vir ao caso.

EM TEMPO - Como o senhor e a coligação estão lidando com as questões das pesqui-sas que apontam seu maior oponente na disputa à frente das intenções?

José Melo - Existem pesqui-sas e pesquisas. Existe pesquisa séria e pesquisa encomendada. A pesquisa séria te dá uma radiografi a daquele momento. Era como se tivesse amanhecido nublado, então você tem uma ra-diografi a daquele nublado, mas à tarde começa a chover e à noite a lua aparece e está tudo limpo. No entanto, existem pesquisas encomendadas, bem pagas e que o cliente impõe o que ele quer do resultado das pesquisas. Falando das pesquisas sérias, nós também fazemos pesquisas, pesquisa do momento atual. A campanha ainda nem começou, estamos nos momentos inicias. O resultado vai aparecer no dia 5 de outubro e lá que eu quero ver.

EM TEMPO - Por que o amazonense deveria esco-lher o José Melo no dia 5 de outubro?

José Melo - Eu gostaria que o eleitor soubesse que pela primeira vez o Amazonas tem a oportunidade de eleger um governador que tem suas raízes no interior, que nasceu aqui e se criou aqui. Pela primeira vez, o Amazonas tem a oportunidade de eleger um governador que teve uma experiência e uma vivência de vida que milhares de amazonenses têm: sofrida, lutadora, batalhadora, mas que venceu. Eu tive oportunidade, por isso, eu venci. E esse governador que começou sua vida nesse formato, tem políticas públicas que levam em consideração esse sofrimento, toda essa vivência e por isso suas políticas são vol-tadas para oportunidades. Todo meu programa de governo tem como ponto central a educação. Portanto, eu quero ter a oportuni-dade de poder colocar toda essa vivência e experiência adquirida esses anos todos. Uma experiên-cia incomum vivida agora com o Omar, nesses 4 anos de governo que estivemos juntos, quando ele, diferentemente de todos os governos que conheci, que centralizam, que não permitiam que seu vice não fi zesse nada, ele permitiu que seu vice o ajudasse, governasse ao seu lado, sem coisas menores de vaidades. E é desta forma que quero governar. Por isso, peço a oportunidade do povo amazonense.

José MELO

‘Conheço a ARTEDE GOVERNAR’

...venci, com muita luta, com muito sacrifício e perseverança e aprendi com a fl oresta a ser hu-milde, terno, respeitador, não alterar a voz e estar sempre em paz comigo mesmo. Estudei e apren-di as coisas do conheci-mento, o que me levou a galgar muitos postos”

MOARA CABRALEquipe EM TEMPO

DIEGO JANATÃ

Na economia, a proposta mais impor-tante é de criar uma nova Zona Franca, não a Zona Franca de Manaus (ZFM), mas me refi ro à Zona Franca da nossa natureza, das nossas rique-zas regionais”

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4 MANAUS, DOMINGO, 17 DE AGOSTO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014 5MANAUS, DOMINGO, 17 DE AGOSTO DE 2014 Eleições 2014Eleições 2014

Vida de Marina nas mãos dos caciques do PSBPresidente do PSB disse que a ex-senadora é o nome mais cotado para disputa eleitoral, mas essa afi rmação não é consenso entre os partidários da sigla na disputa eleitoral

Vida de Marina nas mãos dos caciques do PSBVida de Marina nas mãos dos caciques do PSB

O presidente do PSB, Roberto Amaral, afi rmou que o mais provável é que Ma-

rina Silva seja a candidata do partido à Presidência da República, no lugar de Edu-ardo Campos, morto em um acidente aéreo na última quar-ta-feira (13). Em São Paulo, a ex-senadora deu aval à cúpula do PSB para que se faça uma consulta entre os dirigentes do partido a respeito do nome dela como candidata à Presi-dência. Informalmente, essa consulta já estava sendo feita desde quinta-feira (14), dia seguinte à morte de Campos, com senadores, congressistas e lideranças regionais. “O mais provável é que Marina seja a candidata, mas tomaremos essa decisão apenas no dia 20”, afi rmou Amaral, que ne-gou ter resistências ao nome da ex-senadora.

A consulta pelo nome de Marina é necessária dada a resistência de parte do PSB à ideia dela ser a presidenciável. De acordo com a coluna “Pano-rama Político”, Amaral esteve com Marina e, na saída, reve-lou para correligionários que tinha ido levar solidariedade à vice da chapa e informá-la que defende que ela seja a candidata dos socialistas.

Na manhã de sexta-feira (15), Amaral, Luiza Erundina e outros líderes da legenda estiveram no apartamento de Marina. Ali, ela teria dito que não se opunha à consul-ta no partido, demonstrando sinais claros de que pode ser lançada ao posto que era de Campos.

Na tar-de de on-tem (16), dirigentes do PSB viajaram para Re-cife, onde d e v e m conversar novamente com Marina. A intenção é que eles cheguem à reunião de quarta-feira (20) em Brasília já apresentando a nova chapa montada. A dis-cussão do vice será iniciada após o término dessa consulta interna e a ofi cialização de Ma-rina como cabeça de chapa.

Mulher de CamposQuestionado se há uma ar-

ticulação para fazer de “Dona Renata”, como Campos a chamava, vice na chapa, ele disse desconhecer esse fato: “Não tenho conhecimento, mas ela seria um grande nome”, disse.

Amaral negou ainda ter conversado com o ex-pre-sidente Lula sobre política após a morte de Campos: “Ele telefonou e foi muito respeitoso. Só falou da ami-zade que tinha por Eduardo e que tem por mim”.

Pela manhã, em Recife, o deputado federal Gonzaga Patriota (PSB-PE) defendeu que Marina Silva passe a encabeçar a chapa do PSB. “Eduardo escolheu Marina para ser sua vice por confi ar nela. Nós temos que manter essa confi ança. Na hora que o PSB concedeu a Marina a vice, não vejo como ela não ser a substituta”.

Lideranças do PSB e do PPS, os dois maiores parti-dos da coligação, já decidi-ram pela substituição do ex-governador de Pernambuco por Marina Silva. Entretanto, a condição para o anúncio é que Marina entenda que não é candidata da Rede Susten-tabilidade, partido montado pela ex-senadora que não conseguiu assinaturas para o registro antes das eleições deste ano. Eles pretendem, por outro lado, que ela en-tenda que representa uma coligação inteira.

Ainda de acordo com es-pecialistas, os líderes garan-tem que Eduardo Campos gostaria que seu projeto de governo fosse mantido e re-latam que Campos e Marina se entendiam muito bem e defi niram pessoalmente as bases políticas e pragmáti-cas da aliança.

InformalidadeRoberto Freire, deputado

federal e presidente nacio-nal do PPS, afi rmou que a legenda vai “conversar com Marina sobre os compromis-sos que vamos ter que ter”. Ele disse que só depois do enterro de Eduardo Campos a coligação deve se reunir para chegar a uma posição sobre a substituição da can-didatura. Inicialmente, ele declarou que “o PPS tinha compromisso claro e com muita confi ança em Eduar-do Campos”, sem citar o nome da ex-ministra do Meio Ambiente. No entanto, “não vê problema” na candi-datura d e

Marina Silva.Os líderes dos partidos

coligados ao PSB afi rmam querer Marina candidata à Presidência no lugar que era de Campos, mas pontuaram que Marina está diferente desde que iniciou a cam-panha. Alguns pedem que ela reafi rme compromissos da época em que in-gres-

sou no PSB, em novembro do ano pas-sado.

Coligação deu aval a favor de ex-senadora

Uma ala ligada ao presi-dente nacional em exercício, Roberto Amaral, mais próxi-ma do PT, defende para a cabeça de chapa um nome que não seja oriundo da Rede, movimento de Marina abri-gado no PSB. Outro grupo apoia o nome de Marina como candidata à Presidên-cia. Dele fazem parte o can-didato ao governo do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, o líder na Câmara, Beto Albu-querque (RS), e os deputados Márcio França (SP) e Julio Delgado (MG).

De acordo com um dos dirigentes nacionais do par-tido que esteve na reunião em São Paulo, a “parte mais pragmática do partido” de-fende o alinhamento com o nome de Marina Silva. A leitura é que o nome da se-nadora seria a salvação para a consolidação do PSB. Outro grupo, mais preocupado com o futuro do partido, traba-lha com a posição de não haver candidatura do PSB. O receio é que Marina, na prática, desestruture o par-tido. Segundo esse dirigente, será convocada uma reunião da Executiva do partido, em Brasília, depois da missa de sétimo dia de Campos.

Rede não agrada ala mais radical

O PT já começou a operar na tentativa de fazer com que o PSB abra palanques nos Estados para a presidente Dilma Rousseff , segundo lide-ranças socialistas. A intenção é rachar a sigla ex-aliada e fazer com que setores regio-nais do partido embarquem na campanha de Dilma, o que enfraqueceria uma eventual candidatura da ex-senadora Marina Silva, que era vice na chapa de Eduardo Campos.

Interlocutores do PT já co-meçaram a assediar líderes do PSB em Estados onde há uma boa relação entre as duas siglas, como Bahia e Sergipe. Em meio a esse proces-so, a própria Dilma e o ex-

presidente Luiz Inácio Lula da Silva ligaram para Ro-berto Amaral, presidente em exercício do PSB, que assumiu a respon-sabilidade de condu-zir o processo para a nova candidatura.

Na pauta, ofi-cialmente, constam apenas condolên-cias pela morte de Campos.

PT quer rachar PSB de Campos

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Eduardo Campos escolheu Marina para ser sua vice por confi ar nela. Nós temos que

manter essa con-fi ança

Gonzaga Patriota, deputado federal (PSB-PE)

Presidente do PSB, Roberto Amaral apoia Marina Silva para substituir Eduardo Campos

Gonzaga Pa-triota diz que vontade de Campos era por Marina

Mesmo sem consenso, maioria aposta em Marina

Roberto Freire quer que compro-missos sejam mantidos

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4 MANAUS, DOMINGO, 17 DE AGOSTO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014 5MANAUS, DOMINGO, 17 DE AGOSTO DE 2014 Eleições 2014Eleições 2014

Vida de Marina nas mãos dos caciques do PSBPresidente do PSB disse que a ex-senadora é o nome mais cotado para disputa eleitoral, mas essa afi rmação não é consenso entre os partidários da sigla na disputa eleitoral

Vida de Marina nas mãos dos caciques do PSBVida de Marina nas mãos dos caciques do PSB

O presidente do PSB, Roberto Amaral, afi rmou que o mais provável é que Ma-

rina Silva seja a candidata do partido à Presidência da República, no lugar de Edu-ardo Campos, morto em um acidente aéreo na última quar-ta-feira (13). Em São Paulo, a ex-senadora deu aval à cúpula do PSB para que se faça uma consulta entre os dirigentes do partido a respeito do nome dela como candidata à Presi-dência. Informalmente, essa consulta já estava sendo feita desde quinta-feira (14), dia seguinte à morte de Campos, com senadores, congressistas e lideranças regionais. “O mais provável é que Marina seja a candidata, mas tomaremos essa decisão apenas no dia 20”, afi rmou Amaral, que ne-gou ter resistências ao nome da ex-senadora.

A consulta pelo nome de Marina é necessária dada a resistência de parte do PSB à ideia dela ser a presidenciável. De acordo com a coluna “Pano-rama Político”, Amaral esteve com Marina e, na saída, reve-lou para correligionários que tinha ido levar solidariedade à vice da chapa e informá-la que defende que ela seja a candidata dos socialistas.

Na manhã de sexta-feira (15), Amaral, Luiza Erundina e outros líderes da legenda estiveram no apartamento de Marina. Ali, ela teria dito que não se opunha à consul-ta no partido, demonstrando sinais claros de que pode ser lançada ao posto que era de Campos.

Na tar-de de on-tem (16), dirigentes do PSB viajaram para Re-cife, onde d e v e m conversar novamente com Marina. A intenção é que eles cheguem à reunião de quarta-feira (20) em Brasília já apresentando a nova chapa montada. A dis-cussão do vice será iniciada após o término dessa consulta interna e a ofi cialização de Ma-rina como cabeça de chapa.

Mulher de CamposQuestionado se há uma ar-

ticulação para fazer de “Dona Renata”, como Campos a chamava, vice na chapa, ele disse desconhecer esse fato: “Não tenho conhecimento, mas ela seria um grande nome”, disse.

Amaral negou ainda ter conversado com o ex-pre-sidente Lula sobre política após a morte de Campos: “Ele telefonou e foi muito respeitoso. Só falou da ami-zade que tinha por Eduardo e que tem por mim”.

Pela manhã, em Recife, o deputado federal Gonzaga Patriota (PSB-PE) defendeu que Marina Silva passe a encabeçar a chapa do PSB. “Eduardo escolheu Marina para ser sua vice por confi ar nela. Nós temos que manter essa confi ança. Na hora que o PSB concedeu a Marina a vice, não vejo como ela não ser a substituta”.

Lideranças do PSB e do PPS, os dois maiores parti-dos da coligação, já decidi-ram pela substituição do ex-governador de Pernambuco por Marina Silva. Entretanto, a condição para o anúncio é que Marina entenda que não é candidata da Rede Susten-tabilidade, partido montado pela ex-senadora que não conseguiu assinaturas para o registro antes das eleições deste ano. Eles pretendem, por outro lado, que ela en-tenda que representa uma coligação inteira.

Ainda de acordo com es-pecialistas, os líderes garan-tem que Eduardo Campos gostaria que seu projeto de governo fosse mantido e re-latam que Campos e Marina se entendiam muito bem e defi niram pessoalmente as bases políticas e pragmáti-cas da aliança.

InformalidadeRoberto Freire, deputado

federal e presidente nacio-nal do PPS, afi rmou que a legenda vai “conversar com Marina sobre os compromis-sos que vamos ter que ter”. Ele disse que só depois do enterro de Eduardo Campos a coligação deve se reunir para chegar a uma posição sobre a substituição da can-didatura. Inicialmente, ele declarou que “o PPS tinha compromisso claro e com muita confi ança em Eduar-do Campos”, sem citar o nome da ex-ministra do Meio Ambiente. No entanto, “não vê problema” na candi-datura d e

Marina Silva.Os líderes dos partidos

coligados ao PSB afi rmam querer Marina candidata à Presidência no lugar que era de Campos, mas pontuaram que Marina está diferente desde que iniciou a cam-panha. Alguns pedem que ela reafi rme compromissos da época em que in-gres-

sou no PSB, em novembro do ano pas-sado.

Coligação deu aval a favor de ex-senadora

Uma ala ligada ao presi-dente nacional em exercício, Roberto Amaral, mais próxi-ma do PT, defende para a cabeça de chapa um nome que não seja oriundo da Rede, movimento de Marina abri-gado no PSB. Outro grupo apoia o nome de Marina como candidata à Presidên-cia. Dele fazem parte o can-didato ao governo do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, o líder na Câmara, Beto Albu-querque (RS), e os deputados Márcio França (SP) e Julio Delgado (MG).

De acordo com um dos dirigentes nacionais do par-tido que esteve na reunião em São Paulo, a “parte mais pragmática do partido” de-fende o alinhamento com o nome de Marina Silva. A leitura é que o nome da se-nadora seria a salvação para a consolidação do PSB. Outro grupo, mais preocupado com o futuro do partido, traba-lha com a posição de não haver candidatura do PSB. O receio é que Marina, na prática, desestruture o par-tido. Segundo esse dirigente, será convocada uma reunião da Executiva do partido, em Brasília, depois da missa de sétimo dia de Campos.

Rede não agrada ala mais radical

O PT já começou a operar na tentativa de fazer com que o PSB abra palanques nos Estados para a presidente Dilma Rousseff , segundo lide-ranças socialistas. A intenção é rachar a sigla ex-aliada e fazer com que setores regio-nais do partido embarquem na campanha de Dilma, o que enfraqueceria uma eventual candidatura da ex-senadora Marina Silva, que era vice na chapa de Eduardo Campos.

Interlocutores do PT já co-meçaram a assediar líderes do PSB em Estados onde há uma boa relação entre as duas siglas, como Bahia e Sergipe. Em meio a esse proces-so, a própria Dilma e o ex-

presidente Luiz Inácio Lula da Silva ligaram para Ro-berto Amaral, presidente em exercício do PSB, que assumiu a respon-sabilidade de condu-zir o processo para a nova candidatura.

Na pauta, ofi-cialmente, constam apenas condolên-cias pela morte de Campos.

PT quer rachar PSB de Campos

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Eduardo Campos escolheu Marina para ser sua vice por confi ar nela. Nós temos que

manter essa con-fi ança

Gonzaga Patriota, deputado federal (PSB-PE)

Presidente do PSB, Roberto Amaral apoia Marina Silva para substituir Eduardo Campos

Gonzaga Pa-triota diz que vontade de Campos era por Marina

Mesmo sem consenso, maioria aposta em Marina

Roberto Freire quer que compro-missos sejam mantidos

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6 MANAUS, DOMINGO, 17 DE AGOSTO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

Braga cumpre uma agendaextensa no fi m de semanaAcompanhado por membros da coligação Renovação e Experiência, candidato caminhou por bairros e reuniu com evangélicos

As atividades de cam-panha foram inten-sas neste fim de se-mana para a chapa

Renovação e Experiência. O senador Eduardo Braga (PMDB), candidato ao gover-no do Estado, se reuniu na última sexta-feira, 15, com lideranças da Igreja Univer-sal do Reino de Deus logo pela manhã. Enquanto isso, a candidata a vice-governado-ra Rebecca Garcia realizou uma caminhada pelas ruas do bairro Alvorada I.

No encontro corpo a corpo que realizou com morado-res, comerciantes e clien-tes do bairro do Alvorada I, conhecido por seu intenso comércio, Rebecca levou sua mensagem e pediu apoio e votos para ela, Eduardo Braga e Francisco Pracia-no, candidato ao Senado pela coligação. “Estamos aí nessa caminhada. Eu estou como vice-governadora do Eduardo Braga. Estamos construindo um plano de go-verno bem preocupado com a mulher, com a saúde da mulher e com a segurança da mulher”, dizia Rebecca às pessoas que encontrava.

O quesito segurança foi um dos temas mais abordados,

tanto por R e b e c c a q u a n t o pelas pes-soas com quem ela falava. “Já fui assal-tada oito vezes e sofri sequestro relâmpago”, relatou a aposentada Con-ceição Kramer. “Aqui a gente paga segurança particular todo dia”, afirmou Jorge Al-meida. “Segurança é uma

das nossas prioridades. E quando a gente fala em se-gurança da mulher, não é só de violência doméstica, não. A mulher é mais vul-nerável a assaltos. Se tiver uma loja com um homem e

outra com uma mulher, o bandido vai preferir assal-tar a que tem uma mulher”, disse Rebecca.

Rebecca Garcia também pediu votos para Praciano. “O nosso candidato a senador, Praciano, é um cara muito correto, ético, honesto. É par-lamentar, conhece Brasília. E o Senado é um parlamen-to. O Praciano tem sido um grande parlamentar nesses oito anos em que é deputado federal”, testemunhou.

Sentindo a receptividade dos moradores e comercian-tes do Alvorada, Rebecca fez coro com as ansiedades da população. “A gente quer muito fazer o Estado voltar a andar como andava na épo-ca do Eduardo. Muito mais rápido, com respostas mais imediatas. Está tudo andan-do muito devagar”, disse.

No final do dia, Eduardo Braga e Francisco Pracia-no, candidato ao Senado, caminharam no bairro Terra Nova 3, na Zona Norte da cidade. Ao longo da caminha-da, Braga identificou muitos problemas, como falta de drenagem nas ruas, falta de remédios na unidade de saúde e um sentimento de insegurança generalizado. Braga cumprimentou os moradores e ouviu demanda da população do bairro Alvorada I

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AÇÃO

CAMPANHA No encontro corpo a corpo realizado com moradores do bairro Alvorada I, a candi-data Rebecca Garcia pediu votos para a sua coligação e também para o candidato ao Senado, Praciano

Comissão faz avaliação de temas

ALEAM

Tendo como atribuições as políticas públicas, pro-gramas, projetos, ativida-des e matérias relativas à habitação, além de estudo de viabilidade técnica, so-cial, econômica e política das comunidades que de-sejam se transformar em município, a Comissão de Assuntos Municipais (Co-mam), presidida pelo depu-tado Tony Medeiros (PSL), teve neste primeiro semes-tre de 2014 uma atuação discreta em relação a trâ-mite de matérias.

A Comam realizou três reuniões itinerantes para estudo de viabilidade nes-se período sendo 1 no mês de abril, 2 em junho e uma audiência pública em março no município de Rio Preto da Eva.

Complementando, o Núcleo Institucional de

Orientação aos Municípios (NIOM) realizou 1 reunião em fevereiro, 1 em abril e outra julho. O mesmo ocor-reu com o Núcleo de Apoio Técnico (NAT) com 1 reunião em abril, 4 em março e 1 em junho. Ocorreram ainda 1 visita institucional em abril; 1 visita técnica, também, em abril e 2 no mês de maio, além de uma participação em um evento. Ao todo fo-ram 18 atividades ocorridas de fevereiro a julho.

Dentre as proposituras apresentadas tramitaram no seio da comissão 3 requerimentos no mês de abril e 3 em maio, além de 1 projeto de lei com parecer favorável no mês de março, num total de 7 propostas. Para dar orientações aos moradores, o presidente da Comissão de Assun-tos Municipais, deputado

Tony Medeiros, esteve em visita neste primeiro se-mestre nas comunidades de Caiambé, no município de Tefé; Tuiué, em Ma-nacapuru; e, Novo Céu e Murutinga, em Autazes.

A Comissão implantou na Assembleia Legislativa (Aleam), o Núcleo de Apoio Técnico aos Municípios do Amazonas para o cumpri-mento da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Esse núcleo tem como objetivo orientar prefeituras e a população em geral sobre os mecanismos para aca-bar com lixões e aterros sanitários irregulares que poluem o meio ambiente e levam doenças aos mo-radores da capital e inte-rior. Dentre as propostas do núcleo está a realização de um seminário sobre o assunto pós-eleição.

Comissão de Assuntos Municipais é coordenada pelo deputado estadual Tony Medeiros

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AÇÃO José Melo apresenta investimento

Incentivo à produção rural, piscicultura e a abertura de novas estradas são desta-ques na pauta de investimen-tos do plano de gestão do governador José Melo (Pros) para os municípios de Silves, Itapiranga e São Sebastião do Uatumã. O candidato à reeleição pela coligação Fa-zendo Mais Por Nossa Gente e o ex-governador Omar Aziz (PSD), que concorre ao Sena-do Federal, cumpriram, no úl-timo fi m de semana, agenda nos municípios e defenderam ações para desenvolvimento econômico da região.

A comitiva formada por candidatos a deputado esta-dual e federal reuniu multi-dões em carreatas e comícios nos municípios. A viagem co-meçou por São Sebastião do Uatumã (a 247 quilômetros de Manaus). Na cidade da

calha do Baixo Amazonas, José Melo e Omar Aziz tive-ram reunião com lideranças comunitárias e representan-tes do setor primário para ouvir reivindicações.

Na cidade, Melo falou de ações previstas em seu plano de governo, como a cons-trução da escola de tempo integral e da estrada para interligar São Sebastião ao município vizinho de Itapi-ranga (a 227 quilômetros da capital), abrindo a oportuni-dade de ligação rodoviária até Manaus. Em Itapiranga, a proposta é asfaltar a estrada que liga a sede até a comu-nidade de Enseada.

“Essa estrada vai possi-bilitar que toda a produção rural seja escoada, gerando mais renda para os produto-res. Mas também vamos fa-zer investimentos olhando o

futuro dos nossos filhos e isso virá com a construção de uma escola de tempo integral e de um novo nú-cleo da Universidade do Es-tado do Amazonas”, disse o governador.

Candidato ao Senado, o ex-governador Omar Aziz disse que se sente feliz por saber que até fi nal de setembro o município de São Sebastião do Uatumã terá um polo da UEA. “Foi um trabalho que iniciamos no nosso governo e o Melo dará continuidade. A UEA precisa e deve estar no interior do Amazonas e fi co feliz em saber que esta cidade será um polo universitário”, declarou Omar. Em setem-bro também estão previstas o fi m das obras do sistema de abastecimento de água com capacidade para 600 mil litros e rede de distribuição.

PRODUÇÃO RURAL

José Melo e Omar Aziz percorreram os municípios de Itapiranga e São Sebastião do Uatumã

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7MANAUS, DOMINGO, 17 DE AGOSTO DE 2014 Eleições 2014Eleições 2014

PSDB defi ne Aécio como a continuidade de CamposO artigo publicado pelo Instituto Teotônio Vilela diz que o tucano e o socialista fi zeram a mesma escola de formação

De olho em capturar o espólio político deixado por Eduar-do Campos, o PSDB

publicou na internet uma aná-lise que coloca Aécio Neves (PSDB) como o nome capaz de “continuar a escola” do socialista, morto em acidente aéreo na quarta-feira (13).

Elaborada pelo ITV (Instituto Teotônio Vilela) - órgão de “estudos e formação política” do PSDB - a análise diz que Campos “espelhou-se” em Aé-cio durante sua gestão como governador de Pernambuco. O texto foi publicado na página do instituto na última sexta-feira, dia 15.

“O ex-governador de Per-nambuco era um dos repre-sentantes da boa política que mira, acima de tudo, os be-nefícios aos cidadãos, a ges-tão responsável da máquina pública, a busca pela justiça social. Em sua administração no Estado, espelhou-se em outras experiências exitosas, como a de Aécio Neves no governo de Minas Gerais. A escola é a mesma e será continuada”, diz o texto.

Em outra comparação com Aécio, o documento afirma que o candidato do PSB “tam-bém personificava o vigor da juventude que não deixará de estar presente” nas eleições de outubro.

“As candidaturas de oposi-ção ao governo de turno - tanto a que era capitaneada pelo candidato do PSB quanto a de Aécio Neves - representam o sentimento de união em fa-vor do país, em contraposição ao modelo que prefere dividir para conquistar, atacar para triunfar, difamar para con-fundir”, afi rma o texto, numa clara referência à candidata à reeleição Dilma Rousseff . A análise diz que Campos, assim como Aécio, “encarnava o de-sejo de mudança manifestado por quase 70% dos brasileiros em todas as mais recentes pesquisas de opinião”. “Este sentimento permanece e não se abaterá com a tragédia.

Pelo con-t r á r i o : c o n t i n u -ará a ser o principal motor dos novos ru-mos que os cida-dãos pre-tendem ver o país tomar a partir de 2015”, diz.

Segundo o texto, Campos personifi cava o “vigor da ju-ventude” que, destaca, não deixará de estar presente quando os brasileiros estive-rem escolhendo nas próximas semanas os novos caminhos que o país deve trilhar. A análise diz que as candida-turas de oposição, tanto a do PSB como a do PSDB, representam “o sentimento

de união em favor do país em contraposição ao modelo que prefere dividir para con-quistar, atacar para triunfar, difamar para confundir”.

Com a morte de Campos, as campanhas de Aécio e Dilma começam a traçar es-tratégias para buscar votos do candidato. O PT pretende fazer uma homenagem ao ex-governador de Pernambu-co no primeiro programa de Dilma no horário eleitoral, que começa na terça-feira (19). Aécio também estuda dedicar parte do seu primeiro programa a Campos.

Em janeiro, o site ofi cial do PT publicou texto com duras críticas a Campos. O artigo dizia que o governador é um “tolo”, um “playboy mimado”. Aécio Neves tem aparecido em segundo lugar nas pesquisas eleitorais. Análise está sendo apontada como jogada política

DIVULGAÇÃO

COMPARAÇÃO Segundo o artigo publicado, é feita uma comparação entre o candidato Aécio Neves e Eduardo Campos. A análise diz que Campos chegou a “se espelhar” no tucano durante sua gestão em Pernambuco

No Senado Federal, as homenagens estão sendo programadas para o próximo dia 20

Senado Federal fará homenagens O presidente do Senado,

Renan Calheiros, marcou para a próxima quarta-feira (20), às 16h, sessão especial do Senado Federal em homena-gem a Eduardo Campos, ex-governador de Pernambuco e candidato do PSB à Presidên-cia da República, que morreu aos 49 anos. Ele era um dos sete ocupantes do avião que caiu em Santos (SP) na quar-ta-feira (13). O ex-deputado federal Pedro Valadares, que era assessor da campanha do PSB e sobrinho do sena-dor Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), também morreu no acidente aéreo.

Renan Calheiros informou que vai propor a conces-são da Ordem do Mérito do Congresso ao ex-gover-nador. Em nota divulgada horas depois da tragédia, Renan afi rmou que “o país sofre a dor coletiva da perda de uma das mais promis-soras lideranças da políti-

ca brasileira”. O presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, que também marcou sessão de homenagem para a semana que vem, disse que Eduardo Campos era um líder em ascensão. “Era uma lideran-ça com muito entusiasmo, muito espírito público e, de repente, uma morte brutal no seu melhor momento de vida pública”, disse.

Câmara tambémA Câmara dos Deputados

também deverá realizar na próxima quarta-feira (20), às 15h, sessão solene em homenagem a Campos. O presidente da Câmara, Hen-rique Eduardo Alves, disse que Eduardo Campos era uma liderança em ascensão e lamentou a tragédia. “Nós, do Nordeste, conhecíamos tão de perto Eduardo Cam-pos, suas qualidades. Era uma liderança com muito

entusiasmo, muito espíri-to público e, de repente, uma morte brutal no seu melhor momento de vida pública”, disse.

Henrique Alves não quis comentar as repercussões que a tragédia terá no pro-cesso eleitoral. Não temos como fazer essa análise. Es-tamos todos voltados para o emocional, no sentimento de dor. Ninguém tem cabeça para isso.

O ex-deputado federal Pedro Valadares, que era assessor da campanha do PSB, também morreu no acidente aéreo. “Toda e qualquer homenagem que se faça sempre será muito pouco. Mas, queremos deixar nossas homenagens a esse homem público que é muito querido e respeitado pela classe política deste país. Certamente perdemos um grande potencial político”, disse Henrique Alves.

CAMPOS

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8 MANAUS, DOMINGO, 17 DE AGOSTO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

EXPEDIENTEEDIÇÃO Mário Adolfo e Isabella Siqueira de Castro e Costa e Náis Campos

REPORTAGEMMoara Cabral,Joelma Muniz eAssessorias

REVISÃOGracycleide Drumond e João Alves

DIAGRAMAÇÃOAdyel Vieira, Kleuton Silva eMário Henrique Silva

TRATAMENTO DE FOTOSAdriano Lima

Morte de Campos provoca reviravolta política no paísÀs vésperas do início da propaganda gratuita, coligação terá poucos dias para decidir quem será cabeça de chapa da sigla

EBC

A morte prematura do candidato à Presidên-cia da República pelo PSB, Eduardo Cam-

pos, provocou uma reviravolta na corrida eleitoral. Ontem, tanto o PSB quanto a Rede Sustentabilidade se fecharam em respeito ao luto pela perda do político e não quiseram antecipar à imprensa quem encabeçará a coligação Uni-dos pelo Brasil, que inclui ainda PPS, PPL, PRP e PHS. Mas o partido socialista terá menos de seis dias para anunciar o substituto de Campos nas eleições. Embora a legislação eleitoral no artigo 13 parágra-fo 1º (Lei nº 9.504/97) preveja o prazo de 10 dias, contados do fato, para a escolha e registro do substituto junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a propaganda eleitoral gratuita obrigatória em rádio e TV começa já na próxi-ma terça-feira (19). O PSB conta ao todo com 2 minu-tos e 3 segundos de tempo de exposição.

“Por força das circunstân-cias, a deliberação do parti-do deverá ser a mais célere possível”, avalia a advogada Vânia Aieta, sócia da área de Direito Eleitoral do escritório Siqueira Castro Advogados. A especialista explica que não há previsão legal que possi-bilite qualquer alteração no início da propaganda eleitoral gratuita. “Nem o presidente do TSE poderia intervir, pois feriria o princípio de igual-dade entre os candidatos”, completa ela.

Como a cabeça de chapa é do PSB, há o direito de esco-lha do partido, em detrimento das legendas que integram a coligação. Dessa forma, o par-

tido socialista será chamado a deliberar internamente e sua Executiva Nacional terá que escolher um candidato, que, posteriormente, deverá ser referendado pela coligação.

“Marina, além de vice, é fi lia-da ao PSB e é a candidata na-tural, para mim. Não vejo um candidato mais forte do que ela. No entanto, a ex-senadora não tem o direito adquirido. Isto é, a Executiva Nacional pode até deliberar por outra candidatura que não seja a dela”, analisa Vânia Aieta.

Controle emocional Cientistas políticos concor-

dam que o cenário mais óbvio agora seja o de Marina Silva assumindo o lugar deixado pelo ex-governador de Per-nambuco na disputa presiden-cial, não só pelo nome forte da ex-senadora no cenário político, como também pelo curto tempo de escolha do partido. Contudo, as divergên-cias dentro do PSB a respeito do nome da ambientalista são dadas como certa.

“É provável que Marina ga-nhe mais apoio devido ao curto tempo para a decisão e por não haver nenhum nome tão forte quanto o dela no partido”, avalia Maria do Socorro Braga, professora de Ciência Política da Uni-versidade Federal de São Carlos (USFSCAR).

No entanto, a especialis-ta aponta que o futuro do quadro político no Brasil vai depender do controle emocio-nal da ex-senadora. “Se ela assumir, será uma candida-tura até mais forte que a de Campos, mas tudo depende de como ela irá lidar com essa tragédia”, diz.

Para Maria do Socorro Braga, da USFSCAR, em um cenário no qual Marina não aceite, a tendência é a de que parte dos votos de Cam-pos se dividam entre Dilma Rousseff e Aécio Neves. “Não saberia dizer em qual proporção. Mas acredito que a tendência é o crescimento de votos nulos e brancos, como um protesto contra as duas candidaturas”, aponta a especialista.

Já para o cientista político da Fundação Getúlio Var-gas de São Paulo (FGV-SP), Claudio Couto é certo que os votos de Campos migrem em maior número para a presi-denta Dilma Rousseff . “Isso já

era apontado nas pesquisas de intenção de voto em um cenário de segundo turno entre Dilma Rousseff e Aécio Neves”, relembra o cientista político da FGV-SP.

Diferentemente dos cole-gas, David Fleischer, cien-tista político e professor emérito da Universidade de Brasília (UnB), acredita que uma parcela dos votos que seriam destinados a Campos devem ir para Aécio Neves. Ainda assim, Fleischer pro-jeta que a candidatura da ex-senadora cresça em re-lação à do ex-companheiro de chapa. “Marina roubará votos de Dilma, o que irá favorecer Aécio”.

Para onde vão migrar os votos?Também é preciso consi-

derar que haverá uma mu-dança no planejamento pro-gramático da campanha da coligação Unidos pelo Brasil, com Marina Silva tornando-se candidata. É o que aponta a cientista política Maria do Socorro Braga. Segundo ela, os ajustes serão necessários, uma vez que o ex-governador de Pernambuco tinha cos-turado acordo com setores mais conservadores. “Se ela aceitar, teremos um quadro mais à esquerda nessa elei-ção”, avalia.

Cientista político e pro-fessor de Ciências Sociais da PUC-Rio, Ricardo Ismael enxerga um cenário bem

diferente dos demais. Para ele, é preciso considerar também que o PT pode ten-tar impedir a candidatura própria do PSB e atrair o partido para apoiar a can-didatura de Dilma Rousseff . “Vale lembrar que os partidos já foram aliados”, salienta. Ainda assim, Ismael tende a apostar também numa can-didatura de Marina. Mas ele salienta que essa não será uma posição muito fácil para a ex-senadora. “Certamen-te, ela será bombardeada durante a campanha. Os maiores ataques virão do PT, que enxerga nos eleitores de Campos potenciais elei-tores.”, afi rma Ismael.

‘Marina será bombardeada’

Com morte de Eduardo Campos, presidenciável que encabeçava a chapa do PSB, eleitor terá poucos dias para tomar decisão

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