Eleições 2014 - 22 de agosto de 2014

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Especial MANAUS, SEXTA-FEIRA, 22 DE AGOSTO DE 2014 [email protected] (92) 3090-1019 Eleições 2014 Eleições 2014 Especial No primeiro mês de campanha, 74 candidatos foram impedidos ou desistiram do pleito Desistentes e impedidos são 10% dos candidatos A pouco menos de dois meses para as eleições, 74 candidatos a cargos eletivos do Estado já es- tão fora da disputa por proble- mas com a Justiça Eleitoral ou desistência do pleito. O número representa 10% do total de 749 pedidos de registros de candi- datura solicitados ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-AM) na abertura do processo. Do total de ex-candidatos, 58 tiveram o registro indeferido e outros 16 solicitaram a desistência. A maioria dos banidos do pleito eram candidatos a uma vaga na Assembleia Legislativa do Ama- zonas (Aleam). O grupo soma 54 ex-candidatos, dos quais 10 deixaram a disputa por desis- tência. Outros seis pleiteavam uma vaga na Câmara federal, com duas desistências. Entre os candidatos ao Senado, a primei- ra suplente Aldeniza Mesquita, lançada pelo candidato do PT, Francisco Praciano, desistiu do posto e foi substituída por Fran- cisco Jorge Guimarães (PT). Militantes petistas afirmaram à reportagem que Aldeniza, conhe- cida como Sila, não se descom- patibilizou no prazo definido pela legislação do cargo que o ocupa na pasta de Desenvolvimento Sustentável (SDS) do governo. O petista Francisco Guimarães é uma indicação da direção do par- tido. O correligionário é advogado e tem atuação no Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas (Sin- dimetal-Am), entidade comanda- da pelo presidente estadual da sigla, Waldemir Santana. No Psol, o primeiro e o segundo suplente do candidato da sigla ao Senado, Professor Queiroz, desistiram da disputa. Ricardo Vasconcelos foi substituído por Frank Nelson e Kennedy da Silva por Alcione Moura, respectiva- mente. O candidato do partido ao governo, Abel Alves, também pre- cisou substituir ao ex-candidato a vice que desistiu, Mário Lúcio, por Nelson Junior. Houve desistência ainda na suplência do candidato ao Senado do PMN. Abel Alves explicou que seu ex- candidato a vice decidiu desistir porque precisava se dedicar ao doutorado. Já os suplentes do can- didato ao Senado, segundo Alves, tiveram problemas com documen- tação. “Não fomos prejudicados com as mudanças de última hora. O horário eleitoral só começou on- tem (anteontem) e, definitivamen- te, não temos essas estruturas de campanhas milionárias que estão aí sendo vistas”, afirmou. O partido que até agora mais viu candidatos saírem da disputa foi o PV (13), seguido do DEM (6), do PRP (5) e PTN (6). Todos os líde- res em perda de candidatos fazem parte da coligação encabeçada pelo candidato à reeleição pelo Pros, José Melo. Na coligação do senador Eduardo Braga (PMDB), houve perdas no PPL (3), PT (3) e no PRB (2). Houve desistência ainda no PSB (4) do deputado estadual Marcelo Ramos e no PMN (4) do deputado Chico Preto. “Não tivemos desistência. Faltou apresentação de alguns documen- tos que o tribunal solicitou e eles (os ex-candidatos) não apresen- taram. Os principais candidatos permanecem, que são aqueles têm chances reais de ganhar. O partido está muito confiante na repre- sentação destas eleições”, disse a vice-presidente estadual do PV, Eliane Ferreira. O vereador do par- tido, Everaldo Farias, foi procurado pela reportagem, mas preferiu não comentar o assunto. RAPHAEL LOBATO Equipe EM TEMPO BAIXA Faltando 44 dias para as eleições, o partido que mais teve baixa de candidatos foi o Parti- do Verde, com 13 de- sistências. Em seguida vem o Democratas com seis, o PTN com seis e o PRP com cinco Conforme a resolução 23.373/2011 do Tribunal Re- gional Eleitoral (TRE), para que um candidato possa desistir de disputar ao cargo para o qual re- gistrou sua candidatura, ele deve comunicar ao juiz da vara onde pretendia disputar as eleições. O candidato deve juntar ao seu processo de registro de candi- datura um documento, com a assinatura de duas testemunhas. Após esse pedido, o juiz julga o processo e aceita ou não o pedido de renúncia do candidato. Ainda conforme a resolução do TRE, o partido poderá substituir o candidato que renunciar ao plei- to. Nas composições majoritá- rias, essa troca pode ocorrer até o dia da eleição, respeitando o prazo máximo de dez dias após a renúncia do candidato. Já nas composições proporcionais, essa troca só pode acontecer até o dia 8 de agosto, também respeitando o prazo máximo de dez dias após a renúncia do candidato. Impugnado O vereador Arlindo Júnior (Pros), candidato ao cargo de deputado estadual pela coligação Fazendo Mais Por Nossa Gente, foi um dos parlamentares que teve o registro de candidatura negado pelo pleno do TRE. Segundo o relator do pedido, juiz Délcio Luís Santos, o pedido foi negado por ausência de quitação eleitoral e a multa paga posterior ao pedido de registro não afasta a ausência de quitação eleitoral. Ainda cabe recurso. Outro político que está pen- durado é o deputado estadual Francisco Souza (PSC), que tem seu registro de candidatura na espera para julgamento no tribu- nal, após o candidato ter perdido o prazo de fazer o recadastramento biométrico na sua Zona Eleitoral, no município de Iranduba. Cancelamento depende da aprovação de juiz 74 É o número de desistentes e impedidos 16 Desistiram da disputa até agora 749 É o número de pedidos de candidatura nestas eleições ELEIÇÕES 2014 - 01.indd 1 8/21/2014 10:06:50 PM

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Eleições 2014 - Caderno especial do jornal Amazonas EM TEMPO

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MANAUS, SEXTA-FEIRA, 22 DE AGOSTO DE 2014 [email protected] (92) 3090-1019

Eleições 2014Eleições 2014Espe

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No primeiro mês de campanha, 74 candidatos foram impedidos ou desistiram do pleito

Desistentes e impedidos são 10% dos candidatos

A pouco menos de dois meses para as eleições, 74 candidatos a cargos eletivos do Estado já es-

tão fora da disputa por proble-mas com a Justiça Eleitoral ou desistência do pleito. O número representa 10% do total de 749 pedidos de registros de candi-datura solicitados ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-AM) na abertura do processo. Do total de ex-candidatos, 58 tiveram o registro indeferido e outros 16 solicitaram a desistência.

A maioria dos banidos do pleito eram candidatos a uma vaga na Assembleia Legislativa do Ama-zonas (Aleam). O grupo soma 54 ex-candidatos, dos quais 10 deixaram a disputa por desis-tência. Outros seis pleiteavam uma vaga na Câmara federal, com duas desistências. Entre os candidatos ao Senado, a primei-ra suplente Aldeniza Mesquita, lançada pelo candidato do PT, Francisco Praciano, desistiu do

posto e foi substituída por Fran-cisco Jorge Guimarães (PT).

Militantes petistas afi rmaram à reportagem que Aldeniza, conhe-cida como Sila, não se descom-patibilizou no prazo defi nido pela legislação do cargo que o ocupa na pasta de Desenvolvimento Sustentável (SDS) do governo. O petista Francisco Guimarães é uma indicação da direção do par-tido. O correligionário é advogado e tem atuação no Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas (Sin-dimetal-Am), entidade comanda-da pelo presidente estadual da sigla, Waldemir Santana.

No Psol, o primeiro e o segundo suplente do candidato da sigla ao Senado, Professor Queiroz, desistiram da disputa. Ricardo Vasconcelos foi substituído por Frank Nelson e Kennedy da Silva por Alcione Moura, respectiva-mente. O candidato do partido ao governo, Abel Alves, também pre-cisou substituir ao ex-candidato a vice que desistiu, Mário Lúcio, por Nelson Junior. Houve desistência ainda na suplência do candidato ao Senado do PMN.

Abel Alves explicou que seu ex-candidato a vice decidiu desistir porque precisava se dedicar ao doutorado. Já os suplentes do can-didato ao Senado, segundo Alves, tiveram problemas com documen-tação. “Não fomos prejudicados com as mudanças de última hora.

O horário eleitoral só começou on-tem (anteontem) e, defi nitivamen-te, não temos essas estruturas de campanhas milionárias que estão aí sendo vistas”, afi rmou.

O partido que até agora mais viu candidatos saírem da disputa foi o PV (13), seguido do DEM

(6), do PRP (5) e PTN (6). Todos os líde-res em perda de candidatos fazem parte da coligação encabeçada pelo candidato à reeleição pelo Pros, José Melo. Na coligação do senador Eduardo Braga (PMDB), houve perdas no PPL (3), PT (3) e no PRB (2). Houve desistência ainda no PSB (4) do deputado estadual Marcelo Ramos e no PMN (4) do deputado Chico Preto.

“Não tivemos desistência. Faltou apresentação de alguns documen-tos que o tribunal solicitou e eles (os ex-candidatos) não apresen-taram. Os principais candidatos permanecem, que são aqueles têm chances reais de ganhar. O partido está muito confi ante na repre-sentação destas eleições”, disse a vice-presidente estadual do PV, Eliane Ferreira. O vereador do par-tido, Everaldo Farias, foi procurado pela reportagem, mas preferiu não comentar o assunto.

RAPHAEL LOBATOEquipe EM TEMPO

BAIXA Faltando 44 dias para as eleições, o partido que mais teve baixa de candidatos foi o Parti-do Verde, com 13 de-sistências. Em seguida vem o Democratas com seis, o PTN com seis e o PRP com cinco

Conforme a resolução nº 23.373/2011 do Tribunal Re-gional Eleitoral (TRE), para que um candidato possa desistir de disputar ao cargo para o qual re-gistrou sua candidatura, ele deve comunicar ao juiz da vara onde pretendia disputar as eleições. O candidato deve juntar ao seu processo de registro de candi-datura um documento, com a assinatura de duas testemunhas. Após esse pedido, o juiz julga o processo e aceita ou não o pedido de renúncia do candidato. Ainda conforme a resolução do

TRE, o partido poderá substituir o candidato que renunciar ao plei-to. Nas composições majoritá-rias, essa troca pode ocorrer até o dia da eleição, respeitando o prazo máximo de dez dias após a renúncia do candidato. Já nas composições proporcionais, essa troca só pode acontecer até o dia 8 de agosto, também respeitando o prazo máximo de dez dias após a renúncia do candidato.

Impugnado O vereador Arlindo Júnior (Pros), candidato ao cargo de deputado

estadual pela coligação Fazendo Mais Por Nossa Gente, foi um dos parlamentares que teve o registro de candidatura negado pelo pleno do TRE. Segundo o relator do pedido, juiz Délcio Luís Santos, o pedido foi negado por ausência de quitação eleitoral e a multa paga posterior ao pedido de registro não afasta a ausência de quitação eleitoral. Ainda cabe recurso. Outro político que está pen-durado é o deputado estadual Francisco Souza (PSC), que tem seu registro de candidatura na espera para julgamento no tribu-

nal, após o candidato ter perdido o prazo de fazer o recadastramento biométrico na sua Zona Eleitoral, no município de Iranduba.

Cancelamento depende da aprovação de juiz

74É o número de desistentes e impedidos

16Desistiram da disputa até agora

749É o número de pedidos de candidatura nestas eleições

candidato ao cargo de deputado espera para julgamento no tribu-

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2 MANAUS, SEXTA-FEIRA, 22 DE AGOSTO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

Governador José Melo e Omar Aziz iniciam hoje mais uma jornada de comícios e caminhadas por municípios do Amazonas

José Melo e Omar visitam municípios do Purus e RMM

A comitiva do governador e candidato à reeleição José Melo (Pros) e do ex-gover-nador e candidato ao Sena-do Omar Aziz (PSD) realiza, a partir de hoje (22), mais uma jornada de comícios, caminhadas e carreatas em seis municípios do interior do Amazonas. Os candidatos da coligação Fazendo Mais Por Nossa Gente cumprem agenda nas cidades de Ca-apiranga, Anori e Codajás, hoje, e em Manaquiri, Beruri e Manacapuru amanhã (23).

Caapiranga (a 134 quilô-metros da Capital), na re-gião do Baixo Solimões, será a primeira cidade a receber a coligação. Conforme a agenda de campanha para o município, José Melo e Omar Aziz apresentam o plano de gestão (2015-2018) enfa-tizando as ações previstas para o setor primário, saúde, educação e infraestrutura. No mesmo dia, a comitiva, que também é composta por candidatos ao parla-mento estadual e federal, segue para os municípios de Anori e Codajás, também no Baixo Solimões.

Amanhã, Manaquiri (Bai-xo Solimões), Beruri (Purus) e Manacapuru (calha do entorno) recebem a visita da comitiva. Nesses muni-cípios, o plano de gestão de José Melo projeta fortes investimentos no desenvol-vimento econômico, atra-vés da piscicultura, na edu-cação, com a instalação de

escolas de tempo integral, e na saúde, com o programa Pronto Especialista, que vai levar médicos para atendi-mentos especializados em cidades-polo.

O deputado federal e can-didato a vice na chapa de José Melo, Henrique Olivei-ra (SD), fi cará em Manaus, onde cumpre agenda de caminhadas pela cidade. Na sexta-feira pela manhã, Henrique faz caminhada na

avenida Eduardo Ribeiro, no centro da Cidade. Durante a tarde, ele percorre o bair-ro Compensa. No sábado, Oliveira visita a feira do Armando Mendes, na zona leste de Manaus.

A coligação Fazendo Mais Por Nossa Gente engloba 16 partidos, com 325 candi-datos a deputado estadual e 24 candidatos a deputado federal. O grupo é compos-to por Pros, PSD, SD, PSDB, PR, PTdoB, DEM, PTC, PRP, PSL, PSC, PTN, PHS, PRTB, PV e PEN.

HOJE/AMANHÃ

PROGRAMAOs candidatos da co-ligação Fazendo Mais Por Nossa Gente cumprem agenda nas cidades de Caapiran-ga, Anori e Codajás, hoje, e em Manaquiri, Beruri e Manacapuru amanhã (23)

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AÇÃO

Senador Eduardo Braga, candidato ao governo, tem percorrido o Estado em campanha eleitoral ao lado de Rebecca Garcia

Senador afi rmou que seu governo irá trabalhar para o bem-estar social

Braga tem reunião com desportistas

O senador Eduardo Braga, candidato ao governo do Amazo-nas pela coligação

Renovação e Experiência, re-alizou no início da noite de ontem (21), em seu comitê central no Manaus Show Clube, uma reunião com desportistas amazonenses para apresentar as propostas de seu programa de governo para o setor.

Braga afi rmou que seu go-verno irá trabalhar para garan-tir o acesso ao esporte como parte de uma política estadual de promoção do bem-estar social e como instrumento de resgate social, de geração de trabalho e renda e de afi rma-ção positiva da identidade do povo amazonense.

Dentre as propostas apre-sentadas pelo candidato ao governo aos desportistas, des-tacam-se os programas Bolsa atleta, Bom de Luta, Bom de Escola, Jogos da Floresta e o programa de Revitalização do Futebol Amazonense.

O programa Bolsa Atleta vai apoiar atletas que tenham destaque em modalidades olímpicas na fase escolar, de nível intermediário e de alto rendimento, garantindo uma bolsa para auxiliar no sustento dos desportistas.

Prata da casaJá o Bom de Luta, Bom de

Escola tem o objetivo de pre-parar estudantes de Jiu-Jitsu, Judô, Taekwondô, Muay Thai, Caratê, Boxe e Luta Olímpica (nas categorias Infantil e Ju-venil), para encontrar e incen-

tivar talen-tos desses e s p o r t e s . Os Jogos da Flo-resta são destinados a atletas a m a d o r e s de 15 a 17 anos, com o objetivo de estimular o sur-gimento de novos atletas.

O futebol amazonense também está presente no programa de governo de Edu-ardo Braga, que pretende

revitalizar o esporte, visando ao fortalecimento dos clubes e também à descoberta de novos jogadores.

Braga também pretende aumentar a representati-vidade dos atletas amazo-nenses no cenário esportivo nacional e internacional. As reivindicações apresentadas pelos atletas foram anotadas e serão incluídas no progra-ma de governo, que perma-nece em construção e recebe sugestões pelo site www.edu-ardobraga15.com.br.

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AÇAO

PROPOSTASDentre as propostas apresentadas por Braga, destacam-se os programas Bolsa atleta, Bom de Luta, Bom de Escola, Jogos da Flo-resta e o programa de Revitalização do Fute-bol Amazonense

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3MANAUS, SEXTA-FEIRA, 22 DE AGOSTO DE 2014 Eleições 2014Eleições 2014

Agenda dos candidatos

Candidato fará caminhada no município de Barreirinha. À tarde visita Boa Vista do Ramos e à noite participa de um comício em Maués.

EDUARDO BRAGA

Candidato realiza panfl etagem em bairro da Zona-Sul às 6h. Às 9h30 grava programa eleitoral e ao meio-dia participa de debate da Câmara de Dirigentes e Lojistas. À tarde, concede entrevista a programas de televisão locais.

MARCELO RAMOS

Candidato gravará programa eleitoral pela manhã. À tarde, faz panfl etagem e à noite tem reunião com militantes do seu partido.

HERBERT AMAZONAS

Candidato não divulgou agenda.

ABEL ALVES

Candidato faz visita aos municípios de Caapiranga, Anori e Codajás.

JOSÉ MELO

Candidato concede entrevista a um blog local. Às 10h30 realiza caminhada no bairro São Lázaro. No período da tarde, faz caminhada no bairro Alvorada II e às 19h30 tem um encontro popular no bairro do Coroado III.

CHICO PRETO

Candidato faz visita ao município de Manacapuru.

NAVARRO

Melo desconversa sobre seu apoio presidenciávelCandidato tem evitado citar o nome de algum candidato em seu programa eleitoral e diz que em breve anunciará apoio

“Na minha idade e depois de já ter passado por três governos,

eu sei como é o jogo do po-der, sei como é tratada a coisa pública”, disse o governador e candidato à reeleição, José Melo (Prós), ao ser questio-nado sobre sua indecisão no apoio à campanha presiden-cial. Faltando apenas 44 dias para a realização do pleito, que acontecerá dia 5 de outubro, Melo guarda a sete chaves o nome do seu candidato. A inde-cisão do governador do Ama-zonas, que passeia entre as candidaturas de Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT), segue e já parece incomodar os representantes estaduais das duas siglas.

A “saia justa” de José Melo está intimamente ligada ao apoio nacional que seu par-tido fi rmou com a presidente Dilma Rousseff (PT), e a alian-ça estadual, feita com o pre-feito Arthur Neto (PSDB), que rende à coligação Fazendo Mais por Nossa Gente 1 mi-nuto e 25 segundos no horário eleitoral gratuito na rádio e televisão, que iniciou na últi-ma segunda-feira (18).

“Tenho dito sempre que, como candidato, não teria nenhuma difi culdade de dizer quem eu apoiaria. Mas, como governador tenho certas im-posições. A liturgia do cargo me impõe esse tipo de com-portamento, não posso ser ir-responsável e sair anunciando coisas que depois possam dar prejuízos ao povo. Prefi ro que o prejuízo caia sobre minha candidatura do que sobre o povo”, ponderou.

Conversando com a reporta-gem do EM TEMPO, após en-contro com empresários locais, na sede da Câmara dos Dirigen-tes Lojistas de Manaus (CDL/

M a n a u s ) , na tarde de ontem, José Melo negou que este-ja sofrendo p r e s s õ e s dos dois gru-pos políticos para anunciar a preferência. “Não estou pressionado. Minha decisão não está longe de ser anunciada”, ressaltou.

Exemplo do cuidado de Melo em não vincular sua imagem a nenhum dos candidatos ocor-reu no dia 9 de agosto, quando ele preferiu não prestigiar a vi-sita de Aécio Neves a Manaus. Na ocasião, o próprio tucano admitiu que não espera o apoio do governador do Amazonas. “Eu estou muito feliz com o apoio do prefeito Artur Virgílio Neto. E essa é uma decisão que não cabe a mim. Aqueles que vierem se somar num projeto de mudanças verdadeiras, de fortalecimento dos Estados e dos municípios, serão bem-vindos, mas essa não é uma questão que cabe a mim deci-dir”, pontuou após reunião com prefeitos do interior.

No primeiro programa eleitoral do candidato, em nenhum momento foi citado, nem como pano de fundo, o nome de candidato à Presi-dência da República.

Do lado petista, as cobran-ças já começaram a acontecer. Na última segunda-feira (18), quando inaugurou o comitê de campanha da presidente Dilma em Manaus, o presiden-te estadual da sigla, Valdemir Santana, destacou que “agora quer ver quem realmente está com a presidente”, cutucou.

A reportagem tentou repercu-tir as declarações de José Melo junto ao diretório estadual e municipal do PT, durante toda essa quinta-feira (21). Mas, até o fechamento desta matéria, Valdemir Santana e Vital Melo não atenderam as ligações.

IONE MORENO

Parte de uma agenda de compromissos assumidos ainda no primeiro semestre deste ano com as 180 prin-cipais associações de pes-cadores, o governador do Amazonas, José Melo (PROS), anunciou nesta quinta-feira (21), durante reunião e al-moço na sede da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Manaus (CDL/Manaus), lo-calizada na avenida Djalma Batista, Zona Centro-Sul, que o Estado deverá abrir

novas linhas de crédito para fi nanciar a construção de tanques destinados à alevi-nagem e criação de peixes em cativeiro.

Além de dar gás à pisci-cultura local, com a chegada de novos empreendedores, a ideia é dar alternativas aos pescadores ante à restrição por cinco anos por parte do Instituto de Proteção Am-biental do Amazonas (Ipaam) e do Ministério da Pesca e Aquicultura da pesca da

piracatinga (Calophysus ma-cropterus), na região.

Melo explicou que a reco-mendação do crédito previs-to na política de apoio à pis-cicultura já foi encaminhada à Agência de Fomento do Estado do Amazonas (Afe-am) e estará disponível ainda nesta semana aos produto-res rurais. Ele fez questão de frisar o impacto ambiental e predatório que a pesca da piracatinga tem, uma vez que está relacionada com a

matança de botos-cor-de-rosa na região.

“A carne do boto serve de isca para a captura do peixe, que é vendido no co-mércio regional sob outros nomes. Não deixarei que os pescadores artesanais morram de fome, por isso estou criando alternativas econômicas para viabilizar a sobrevivência no interior. Assim, cada um será dono do seu próprio negócio”, de-clarou o governador.

Linha de crédito para todos os pescadores

JOELMA MUNIZEquipe EM TEMPO

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4 MANAUS, SEXTA-FEIRA, 22 DE AGOSTO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

Maior parte das solicitações foi feita em Sâo Paulo. Acre será o que terá menos

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AÇÃO

Tragédia: não se sabe quem pagará indeniza-ções

Ainda não se sabe ao cer-to quem era dono do jato Cessna, prefi xo PR-AFA, cuja queda tirou a vida de Edu-ardo Campos e mais seis pessoas, muito menos quem pagará indenizações milio-nárias, inclusive a quem teve imóveis destruídos ou danifi -cados. Ofi cialmente, o jato é da empresa AF Andrade, de José Carlos Andrade, que, sob recuperação judicial, o teria vendido “informalmente” a um usineiro de Alagoas.

Jogo de empurraUm regulador de seguros

avalia o acidente, porque a lei pode livrar a seguradora das indenizações, em caso de falha técnica ou humana.

Sem dinheiroO Cessna estava à venda

até o dia 9, quatro dias antes da tragédia. O dono ofi cial do jatinho, “quebrado”, não teria como pagar indenizações.

Processo claroSe não tiver cumprido exi-

gências legais para alugar ou obter o jato, o PSB é passível de ação judicial. Mas o partido não quis se pronunciar.

ResponsabilidadePelo Código Brasileiro de

Aeronáutica, indenizações de acidente aéreo fatal são de-ver do dono, do transportador ou do explorador do avião.

Tortura exige pedido de desculpas de militares

Estarrecido com o depoi-mento da jornalista Miriam Leitão ao repórter Luiz Cláu-dio Cunha, publicado no portal Diário do Poder, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) escreveu bilhete, de punho, ao ministro Celso Amorim (Defesa), afi rmando que o re-lato das torturas “exige um reconhecimento e pedido de

desculpas por parte das For-ças Armadas”. Amorim ligou para o senador, dizendo-se “impactado”, mas nada fez.

MiniministroA Cristovam, Celso Amo-

rim diz que telefonou para Miriam, mas nada pode fazer porque tem “limita-ções”. Medo dos militares, certamente.

Covardia e crueldadeMiriam Leitão conta de-

talhes da tortura sofrida por três meses, aos 19 anos e grávida, num quartel do Exército em Vila Velha (ES), em 1973.

CumplicidadeNo bilhete ao ministro

Celso Amorim, o senador Cristovam Buarque disse que manter silêncio sobre o caso é “conivência e cumplicidade”.

Três vagas no STJQuem vencer as eleições

presidenciais vai começar o governo, em 2015, esco-lhendo três ministros para o Superior Tribunal de Justiça, o “tribunal da cidadania”. As vagas serão abertas com as aposentadorias dos mi-nistros Sidnei Beneti, Gilson Dipp e Ari Pargendler.

Briga pelo poder“Marineiros”, que tutelam

Marina Silva, forçaram a saída de Carlos Siqueira da campanha. Secretário-geral do PSB, ele era ho-mem de confi ança e coor-denador-geral do comitê de Eduardo Campos.

Braço direitoCoordenador-geral é a

função mais ambicionada nas campanhas. É uma es-pécie de Chefe da Casa Civil, que inclusive arrecada di-nheiro e, em nome do candi-dato, assume “compromis-sos” com os doadores.

‘Felicianobook’O deputado Marco Feli-

ciano (PSC-SP), candidato à reeleição, tem mais “curtidas” no Facebook que qualquer candidato a presidente: 1,34 milhão. Dilma (PT) tem 943 mil, Aécio (PSDB) 1,17 milhão e Marina (PSB) 1,28 milhão. Pastor Everaldo (PSC) tem só 298 mil.

Ordem e impostosApenas dez dias depois

de o Impostômetro chegar a R$ 1 trilhão, mais R$ 41 bilhões foram adicionados à conta do contribuinte. Isso signifi ca que cada brasilei-ro já pagou R$ 5,3 mil em impostos este ano.

Bolsão famíliaA 46 dias da eleição, o Portal

da Transparência ainda não atualizou os dados relativos ao repasse de verbas ao Bolsa Família. Até junho deste ano haviam sido injetados R$ 10,5 bilhões no bolso do eleitor. A média em 2014 de repasses do governo é de quase R$ 2 bilhões por mês.

Compra de votosOs valores espetaculares

de recursos públicos fazem do Bolsa Família, conforme o defi niu o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), “o maior programa de compra de votos do mundo”.

Moda que pegaO Exército dos EUA proibiu

acesso em todas as bases militares ao site Intercept, conhecido por divulgar do-cumentos “vazados” por ha-ckers. Aqui, o Banco do Brasil e a Petrobras censuram até enciclopédia livre.

Pensando bem......ao prender um postulante

a deputado pelo PSOL fuman-do maconha enquanto dirigia seu carro, a polícia de Brasília mostrou que barato de can-didato pode sair caro.

PODER SEM PUDOR

Cláudio HumbertoCOM ANA PAULA LEITÃO E TERESA BARROS

Jornalista

Ex-mulher é para sempre

www.claudiohumberto.com.br

A entrada dela acende a luz vermelha no PSDB e amarela no PT”

SENADOR JORGE VIANA (PT-AC), sobre a candidatura presidencial de Marina Silva (PSB)

Maria Christina Mendes Caldeira, que foi casada com o mensaleiro e presidiário Valdemar Costa Neto (PR-SP), mostrou na prática que ex-mulher é mesmo para sempre. Certa vez, ao ser abordada na entrada do Senado por uma vendedora de velas ornamentais, ela não deixou por menos, referindo-se àquele que renunciara para não ser cassado:

- Venda para o meu ex-marido, que é dono do mensalão...

Candidato usou a música “O portão”, de Roberto Carlos, em seu programa eleitoral. Na versão, o deputado canta “Eu votei”

Tiririca será processado por fazer paródia na TV

Propaganda eleitoral do Tiririca foi exibida no programa da última terça, para eleitores de SP

A editora de música Sony/ATV Music vai processar o candida-to a deputado federal

Tiririca (PR-SP) pelo uso não autorizado da música “O por-tão”, de Roberto e Erasmo Carlos, em sua propaganda no horário eleitoral. Na versão, o deputado canta: “Eu votei, de novo vou votar. Tiririca, Brasília é o seu lugar”. O ví-deo foi veiculado na noite da terça-feira (19) e novamente na tarde desta quinta (21).

Na quarta-feira (20), o YouTube retirou o vídeo do candidato de sua rede após reclamação da Sony/ATV. Se-gundo o advogado da empre-sa, José Diamantino, o fato de Tiririca continuar utilizando a versão da música após a notifi cação ao YouTube foi uma “afronta” e, por isso, a Sony/ATV vai recorrer à Jus-tiça. Segundo o advogado da editora, também pode caber neste caso, além da exigência de suspensão da música por violação de direitos autorais, um pedido indenização por danos morais a Roberto Car-los. Mas ele disse que a Sony ainda vai consultar Roberto Carlos sobre esse possível pedido. O cantor está em viagem internacional, para di-vulgação no mercado latino da música “Ese tipo soy yo”, e ainda não se pronunciou sobre o caso.

A empresa detém os di-reitos sobre as músicas de

Roberto Carlos. “A paródia é permitida, mas tem que estar em contexto engraçado, hu-morístico. Alterar uma letra de acordo com a conveniência de um candidato é mais grave que o uso da música original”, argumenta o advogado.

Para o advogado Ricardo Vita Porto, que representa o PR paulista, a paródia não infringe a lei de direitos au-torais. “O candidato não usou a música como jingle ou tri-

lha de seu programa. Toda paródia musical altera uma letra dando a ela sentido jocoso, a lei permite isso”, argumenta. Segundo a lei de direitos autorais brasilei-ras, “são livres as paráfrases e paródias que não forem verdadeiras reproduções da obra originária nem lhe im-plicarem descrédito”.

Ninguém é obrigado a aju-dar nenhum político e nem ter sua obra intelectual liga-da a uma campanha. Pensa-

mos que após a notificação, o candidato pediria desculpas, mas não foi o que aconte-ceu. Diante da afronta, está tomada a decisão de en-trar com o processo”, disse José Diamantino.

A Lei de Direito Autoral diz que “são livres as paráfrases e paródias que não forem verdadeiras reproduções da obra originária”. O advogado da Sony argumenta: “A lei permite a paródia em um contexto de comédia, em um circo ou em um programa de humor. Na medida em que uma pessoa usa a música adaptada para promover uma marca ou um candidato, o caso é diferente.”

O advogado do partido de Tiririca, PR, Ricardo Vita Por-to, diz que a campanha de Tiririca está “espantada” com a reação da editora e não con-sidera que houve exploração indevida de direitos autorais. Ele afi rmou que a versão da música “é uma paródia, o que é liberado pela lei”.

O advogado do partido de Tiririca discorda da editora. “Não associamos ninguém à campanha neste caso, está claro que é uma imitação. Quem assiste não confunde, não acha que é o Roberto Carlos que está falando. É uma paródia, permitida pela Lei de Direitos Autorais, e não a utilização da música integral de Roberto Carlos”, diz Ricardo Vita Porto.

TSE registrou 93 mil solicitações O Tribunal Superior Eleito-

ral (TSE) já registrou mais de 93 mil solicitações de elei-tores para voto em trânsito em todo país. Foram feitos 48.735 pedidos para o pri-meiro turno e 45.075 para o segundo turno.

Todas as pessoas que esti-verem fora do seu domicílio eleitoral no dia das eleições têm a opção de votar em trân-sito, apenas para presidente da República, em uma das 92 cidades onde haverá essas se-ções especiais. O prazo para

requerer a habilitação no TSE termina hoje (21).

São Paulo é o estado com mais pedidos de eleitores para votar em outro local: são 10.809 solicitações no primeiro turno e 10.120 no segundo. Já o Amapá é a loca-lidade com o menor número de pedidos, com 79 no primeiro turno e 77 no segundo.

A maior parte dos requeri-mentos de habilitação para voto em trânsito também foi feita para São Paulo, nos dois turnos da eleição, 14.081 no

primeiro e 13.271 no segundo. O Acre, por sua vez, será o es-tado que menos receberá elei-tores que votarão em trânsito.O eleitor que fi zer essa opção fi cará desabilitado para votar na seção de origem. Municípios com mais de 200 mil eleito-res poderão registrar seções de voto em trânsito, com no mínimo 50 e no máximo 600 eleitores habilitados.

Caso o número mínimo não seja atingido, os eleitores ha-bilitados deverão ser informa-dos da impossibilidade.

VOTO EM TRÂNSITO

PUNIÇÃO Na quarta-feira, dia 20, o YouTube retirou do ar o vídeo do Tiriri-ca após receber denún-cia da Sony. Empresa entendeu como uma “afronta” a utilização da música pelo candi-dato a deputado

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AÇÃO

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5MANAUS, SEXTA-FEIRA, 22 DE AGOSTO DE 2014 Eleições 2014Eleições 2014

‘Deputados têm o direito de fazer suas campanhas’Presidente da Aleam, Josué Neto, declarou que nada impede o parlamentar de fazer campanha, mas falta será punida

O presidente da As-sembleia Legisla-tiva do Amazonas (Aleam), Josué Neto

(PSD), reafi rmou nesta quinta-feira (21), que as questões das ausências dos deputados por motivo de campanha eleitoral e os descontos salariais refe-rentes aos dias não trabalha-dos, estão sendo tratados de acordo com a lei e que a Mesa Diretora não vai polemizar um assunto que está sendo condu-zido dentro da legalidade.

O deputado Josué Neto informou que os deputados estão agindo com responsa-bilidade, comunicando as au-sências para tratar de suas campanhas e fazendo os pedi-dos de desconto no salário. Em nenhum dos casos, segundo o presidente, houve qualquer imposição da mesa diretora, uma vez que todos os deputa-dos sabem que o Regimento Interno permite a falta, assim como também obriga o des-conto no salário.

Ponderando que as campa-nhas eleitorais são uma pra-xe do processo político, pre-vistas e regulamentadas por lei, o presidente Josué Neto disse que não existem moti-vos para polêmica em torno da questão, e que a Mesa Diretora dá por encerrada a discussão, mantendo a posi-ção de agir exclusivamente dentro da legalidade.

Ainda durante a sessão plenária, deputado Francis-co Souza (PSC), usou a tri-buna da casa para reclamar de suposta perseguição da imprensa aos parlamentares da Assembleia Legislativa do

Amazonas (Aleam).

A reclama-ção se deve à matéria pu-blicada nes-ta quinta-feira (21) do EM TEMPO, informando que o deputado es-tadual que faltar sessão plená-ria por motivos de campanha eleitoral terá um desconto de aproximadamente R$ 668 por ausência. Em tom irônico, o deputado disse que a imprensa está incomodada com a ‘paz’ que reina no parlamento.

“Nós parlamentares esta-mos errados, o presidente desta casa é o mais errado e temos que aceitar isso. Pois é comum, neste período de agos-

to, estarmos brigando, fazendo feio, sendo polêmicos, e como isso não ocorre, causa esse incomodo na imprensa, e é por isso que estamos errados,” disse Francisco Souza.

O parlamentar fez questão de frisar que, em seus 16 anos na Aleam, nunca viu tamanha ‘harmonia e paz’ no período eleitoral na casa e prosseguiu dizendo: “con-tinuemos errados, que Deus abençoe para manter as coi-sas nessa harmonia”.

GERALDO FARIAS EASSESSORIAEquipe EM TEMPO ONLINE

POLARIZAR O deputado Francisco Souza usou a tribuna da casa ontem para reclamar de persegui-ção da imprensa. Em tom irônico disse que os jornalistas estão incomodados com a paz na Assembleia

Já o presidente da casa, de-putado Josué Neto (PSD) foi mais tranquilo ao comentar a matéria, alegando que a lei que rege a casa permite que seja feito o desconto dos salários e que nisto não ha nenhuma polêmica. “A lei obriga o desconto dos par-

lamentares que estiverem em ações de campanha en-quanto deveriam estar em plenário. O que cabe a cada um de nós é informar exa-tamente a realidade. Não há nada de errado na ausên-cia por motivos eleitorais, o regimento interno permite.

Alguns podem achar que há algo de errado, mas não há,” posicionou-se Josué Neto.

Nesta quinta-feira, ultimo dia de sessão na Aleam nesta semana, somente o deputa-do Marcelo Ramos (PSB) não marcou presença, devido es-tar em viagem por questões

eleitorais de seu partido. Mesmo com a presença mar-cante dos parlamentares no painel, durante o pequeno e grande expedientes, a média de deputados presentes no plenário foi inferior a 12. Contudo, o regimento inter-no da casa permite.

Regimento Interno permite corte no salário

Josué Neto justifi cou que seus pares estão agindo com responsabilidade, comunicando ausências e pedindo desconto na folha

ASSE

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TRE livra Braga de pagar multa PROPAGANDA

O voto de minerva da pre-sidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), desembar-gadora Maria do Perpétuo Socorro Guedes foi pela improcedência da ação em representação por propa-ganda eleitoral antecipada contra o candidato a go-verno do Estado, senador Eduardo Braga (MPDB).

A ação interposta pela co-ligação Fazendo Mais por Nossa Gente, do governador do Estado e candidato a reeleição, José Melo (PROS) foi considerada a improce-dente por não listar os mu-nicípios em que o candidato teria realizado propaganda eleitoral antecipada.

De acordo com a justifi ca-tiva dos juízes que votaram com o relator da matéria, a denúncia destacou apenas o município de Uarini, no entan-to, o relator entendeu que se tratava apenas de uma reu-nião partidária em ambiente fechado, o que é permitido pela legislação eleitoral.

O advogado de defesa, Daniel Nogueira comemo-rou a decisão do pleno. “A

corte entendeu que não hou-ve propaganda antecipada. Ninguém é candidato sem uma conversa prévia com o partido e com a comunidade. Foi o que aconteceu, num local fechado”, destacou.

No entanto, a advogado da coligação, Clotildes Mon-teiro de Castro, disse que

hoje o recurso já estará no TRE. “Estamos aguardando eles liberarem os autos para entrar com o recurso para ser julgado ainda na próxi-ma semana. Dependendo do resultado e de alguns escla-recimentos que devem ser feitos no voto do relator, se não for esclarecido, aí vamos recorrer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) também”, dis-

se ao acrescentar que fará os ajustes alegados pelos de-sembargadores que votaram pela improcedência da ação e aguardar o resultado.

Braga ganhou outra questão no TRE, relativo a um direito de resposta por propaganda eleitoral negativa,veiculada em um portal da cidade. O veículo terá que pagar multa no valor de R$ 5 mil.

De acordo com o advogado Daniel Nogueira, as ofensas passaram dos limites e era um desrespeito a própria sociedade. “Até a corte não quis ler as ofensas divul-gadas pelo portal, porque eram ofensas muito baixas que não atingiam apenas o candidato, mas a sociedade em geral”, explicou.

Na mesma sessão, a corte eleitoral julgou ainda repre-sentação contra a Comissão Provisória no Amazonas do Pros, no que diz respeito a propaganda eleitoral anteci-pada. A primeira representa-ção tentava reverter decisão do egrégio tribunal que julgou procedente a ação em parte, aceitando apenas o que rela-cionava dois vídeos publica-dos em site do partido. A presidente da corte, Socorro Guedes, deu voto de minerva livrando Braga de pagar multa

ARQ

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EMPO

DENÚNCIA De acordo com a justi-fi cativa dos juízes que votaram com o relator da matéria, a denúncia destacou apenas um município, o que para os magistrados não confi gurou como pro-praganda antecipada

MOARA CABRAL Equipe EM TEMPO

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6 MANAUS, SEXTA-FEIRA, 22 DE AGOSTO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

Marina tem compromissos com o Amazonas, diz RamosCandidato ao governo do Estado pelo PSB, Marcelo Ramos voltou de Brasília com a certeza de uma campanha fortalecida

O candidato ao go-verno pelo PSB, deputado Marcelo Ramos, foi recebi-

do ontem (21) com festa no aeroporto internacional Eduardo Gomes, na Zona Centro-Sul, após partici-par de uma maratona de compromissos, em Brasília (DF), com a presidenciável da sigla, a ex-senadora Ma-rina Silva. Segundo Ramos, Marina reafirmou projetos voltados para o Estado e deu demonstrações de que se engajará na campanha do parlamentar. “Ela mostra muito compromisso com o Amazonas”, disse.

Marcelo Ramos minimizou o resultado da primeira pes-quisa Datafolha realizada após a morte do ex-candi-dato Eduardo Campos, que releva que Marina Silva tem o pior desempenho do país na Região Norte, onde só figura com 16% das inten-ções de voto, empatada com Aécio Neves (PSDB), ambos atrás da presidente Dilma Rousseff (PT), com 50%. A candidata acriana, que es-treou na disputa com 21% das intenções, registra baixo desempenho no seu berço político. “Esse é um resulta-do que vamos virar agora”, afirmou o parlamentar.

O candidato esteve em Bra-sília acompanhado de Júnior Brasil, candidato a vice na cha-pa. Marcelo Ramos participou das reuniões da cúpula do PSB nacional de anteontem, que re-sultaram na ofi cialização de Marina como substituta do per-nambucano vítima de um aci-dente aéreo na última semana. O deputado não confi rmou se há uma nova data para que Mari-

na venha ao Estado. “O desejo dela é vir aqui, sim. Mas é claro que esse é um momen-to delicado da campa-nha, então vamos esperar. Con-versamos muito com Marina. Após a reunião, tivemos vários momentos em que falamos de projetos para o Amazonas. Pou-cas vezes fui tão prestigiado como fui lá”, afi rmou.

RachaMarcelo Ramos minimizou

ainda a saída do coordena-dor-geral do partido, Carlos Siqueira, após a oficializa-ção de Marina. Siqueira afir-

mou ontem que quer “distân-cia” da candidata. “Isso são coisas que acontecem. Na verdade, a candidatura da Marina é uma candidatura que fortalece o projeto do partido e reafirma o proje-to de Eduardo Campos. Isso está acima de tudo. De qual-quer vaidade, de qualquer diferença. Nós vamos nos juntar com o povo nas ruas e conquistar a vitória. A vitória não vai ser entregue de gra-ça, ela vai ser construída de mãos de dadas com o povo”, declarou o socialista.

DIEGO JANATÃ

Deputado estadual Marcelo Ramos foi recebido com festa no aeroporto por partidários do PSB após chegada de Brasília

Ramos disse que 80% do povo brasileiro querem mu-danças, de acordo com pes-quisas, porém, infelizmente, foi preciso uma tragédia acontecer para que a popula-ção percebesse qual o rosto da mudança. Segundo ele, a união de Marina e Campos era alinhada em cima de um conteúdo programático

e assegurou que a candidata deve cumprir o que foi pre-viamente acordado.

Ainda segundo o candidato socialista, que é grande entu-siasta da candidatura de Mari-na, ela representa uma mulher que tem princípios sólidos, e que simboliza o resgate de valores que estão meio que perdidos, por isso representa

a mudança, assim como Cam-pos representava.

Ramos lembrou ainda que Marina, junto com Eduardo Campos, foram grandes in-centivadores de sua candi-datura, e afi rmou que agora mais que nunca tem o dever de homenagear Campos con-tinuando a luta e indo ao segundo turno das eleições.

“A forma de homenageá-lo é lutando e faremos isso. Estamos confi antes e com plena certeza que estamos no caminho certo”, afi rmou Marcelo, completando que a partir de agora, além dos compromissos de campanha, como entrevistas, todos os dias estará nas ruas levando as propostas da chapa.

Presidenciável ‘é o rosto da mudança no país’

PARTICIPAÇÃOMarcelo Ramos esteve em Brasília acompanha-do de Júnior Brasil, can-didato a vice na chapa, onde participaram das reuniões da cúpula do PSB nacional, que resul-taram na ofi cialização do nome de Marina Silva

Tribunal é favorável à Petrobras O Tribunal Superior Eleitoral

(TSE) proferiu decisão favorá-vel à Petrobras em três repre-sentações ajuizadas contra a companhia. O TSE julgou a representação ajuizada pela Coligação Muda Brasil - for-mada pelos partidos PSDB, DEM, PTB, PMN, PTC, PEN, PT do B e PTN - e pelo candidato Aécio Neves da Cunha referen-te à veiculação do fi lme alusivo ao recorde de produção de 500 mil barris de petróleo no pré-sal. Como os próprios repre-sentantes admitiram equívoco quanto às provas anexadas aos autos - que comprovariam que o fi lme teria sido veicula-do no dia 5 de julho (período vedado pela lei eleitoral), o TSE julgou a representação como prejudicada, “pela perda de seu objeto”.

Durante o processo, a Co-ligação Muda Brasil mani-festou-se junto ao TSE para explicar que a empresa con-tratada para fornecimento de serviços de clipping cometeu um equívoco ao afi rmar que as propagandas institucionais foram veiculadas em 5 de julho. Na verdade, elas foram ao ar em 4 de julho e, portanto, não eram ilegais. A representação

equivocada provocou reação da Petrobras e da Advocacia Geral da União (AGU), que, em suas defesas, pediram a con-denação da Coligação Muda Brasil por “litigância de má-fé”, ou seja, acusar de forma equi-vocada órgãos da administra-ção pública, como a Petrobras e o Ministério de Comunica-

ções, de fazer propaganda fora do período permitido por lei, o que fi cou comprovado que não ocorreu.

Já a representação ajuizada pelo Partido da Social Demo-cracia Brasileira (PSDB) contra a presidente Dilma Rousseff e a Petrobras, por suposta prática de propaganda elei-toral antecipada, na ocasião

do anúncio da marca de 500 mil barris de petróleo no pré-sal, em 1º de julho de 2014, foi julgada improcedente pelo TSE. Segundo o Tribunal, não foi verifi cada a presença de ne-nhum elemento caracterizador de propaganda extemporânea (alusões às eleições, candida-turas, projetos e pedidos de votos, ainda que implícitos), uma vez que na solenidade comemorativa da Petrobras apenas foi celebrado o atin-gimento de metas, bem como foram rememorados aspectos históricos da empresa. “Não houve menção ao pleito elei-toral, sequer indiretamente, e tampouco divulgação de can-didatura”, concluiu o TSE, que arquivou a representação.

Outra representação ao TSE, referente ao fi lme que trata do valor de mercado da Petrobras, também foi julgada improce-dente pois o TSE entendeu que a companhia “tem o legítimo direito de informar ao cidadão sobre tudo quanto possa inte-ressar em relação a uma em-presa do porte da Petrobras”. Em relação às representações contra as propagandas de ga-solina, a Petrobras já apresen-tou defesas para o TSE.

DECISÃO

VEICULAÇÃOO candidato Aécio Neves entrou com representação contra a Estatal referente à veiculação do filme alusivo ao recorde de produção de 500 mil barris de petróleo no pré-sal

Partidos consideraram filme que menciona pré-sal como propaganda em favor de Dilma

EBC

RAPHAEL LOBATOEquipe EM TEMPO

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7MANAUS, SEXTA-FEIRA, 22 DE AGOSTO DE 2014 Eleições 2014Eleições 2014

e secretário deixa campanha

Marina ‘racha’ PSBDepois de abandonar a campanha de Marina Silva à Presidência, o secretário-geral do PSB disse que a nova candidata não representa o legado de Eduardo Campos

Marina Silva caracterizou saída de Carlos Siqueira como “equívoco”

O secretário-geral do PSB e ex-coordena-dor da campanha de Eduardo Campos,

Carlos Siqueira, mandou um recado direto para Marina Silva ontem (21): “Ela que vá cuidar da Rede dela”, numa referência à Rede Sustentabi-lidade. Siqueira fi cou irritado com a agora candidata do PSB à Presidência e deixou a coor-denação de campanha por se sentir desprestigiado.

“Não tenho mágoa nenhu-ma dela. Apenas acho que quando se está numa institui-ção como hospedeira, como ela é, tem que se respeitar a instituição, não se pode que-rer mandar na instituição. Ela que vá mandar na Rede dela porque no PSB mandamos nós”, disse Siqueira.

Ele disse ainda que Marina Silva não representa o legado de Eduardo Campos e que, por isso, não vai fazer campanha para ela. “Acho que ela não representa o legado dele e está muito longe disso. Eu não vou fazer campanha para ela porque eles eram mui-to diferentes, politicamente, ideologicamente, em todos os sentidos”, criticou.

Siqueira acrescentou ain-da que Marina não fez consul-

tas ao PSB para fazer alterações na equipe de campa-nha. “Ela nomeou o presidente do comitê fi nanceiro da campanha, cuja responsabilidade da presta-

ção de contas é do partido. Nós não podemos oferecer o partido a uma candidatura que procede dessas manei-ras”, disse.

No entanto, Marina classi-fi cou a discussão como um mal entendido e a atribuiu à gravidade do momento, ao “tensionamento”. “Há que ter compreensão com as sensibilidades das pessoas

e essa compreensão, essa capacidade eu tenho. Sem-pre digo que prefi ro sofrer uma injustiça a praticar uma injustiça”, disse.

IdeologiasO ex-coordenador da cam-

panha de Campos afi rma que há muita diferença política e ideológica entre o socialista e Marina Silva. “Meu com-promisso era com Eduardo Campos e acho que ela não representa o legado dele. Ela está muito longe de represen-tar o legado dele”, disse.

Siqueira deixou a coorde-nação da campanha por não ter sido indicado por Mari-na para continuar no posto. A candidata alega que não fez a indicação porque isso caberia ao PSB.

O “mal-entendido”, como defi niu a ex-senadora, acon-tece menos de 24 horas após a chapa do PSB ser ofi ciali-zada, com Marina para pre-sidente e o deputado Beto Albuquerque (PSB-RS) como vice. Essa é a segunda baixa da coligação. O presidente do PSL, Luciano Bivar (PSL-PE), disse ontem que o partido vai deixar a coligação após a “mudança substancial na cabeça da chapa”.

Siqueira é muito próximo da viúva do ex-governador de Pernambuco, Renata Cam-pos, e afi rma que ela não deve saber o que está ocorrendo. De acordo com o ex-coorde-nador da campanha, ela não concordaria com a candida-tura de Marina se soubesse da interferência dela.

“Ela [Renata] é uma mu-lher inteligente e capaz, vai saber que nós não podemos oferecer o partido a uma candidatura que procede dessa maneira”.

Mesmo com as acusações feitas por Siqueira, o presi-dente nacional do PSB, Ro-berto Amaral, garante que não há crise entre o partido e a Rede. Amaral qualifi ca a reação como exagerada, de motivações pessoais, mas diz que compreende Siquei-ra e que vai mantê-lo na legenda. “Eu vou designar o substituto do Siqueira (na coordenação de campanha) e o estou chamando para trabalhar comigo aqui na presidência”, declarou.

‘Não há crise após briga na sigla’

Carlos Siqueira rompeu com candidata Marina Silva

LEGADOCarlos Siqueira disse que Marina Silva não representa o legado de Eduardo Campos e que, por isso, não vai fazer campanha para ela. Para Siqueira “ela está muito longe disso dos ideiais de Campos”

Um dos assuntos mais co-mentados nas redes sociais pelos LGBTs foi a resposta da candidatura de Marina Silva no Facebook a um pedido de um eleitor para posiciona-mento sobre os direitos civis. De acordo com a resposta da equipe da candidata do PSB, Marina, que em 2010 se posicionou claramente contra o casamento gay, agora defende em seu pro-grama de governo a adoção de crianças por casais ho-moafetivos e a criminaliza-ção da homofobia.

“Marina considera que as relações homoafetivas está-veis devam ter os mesmos direitos civis que as relações heteroafetivas. O Supremo Tribunal Federal (STF) já deu a essa união o estatuto de casamento civil. A questão legal sobre o tema está, por-tanto, resolvida no Brasil. De maneira similar, Marina é a favor da adoção de crianças por casais homossexuais”, diz a resposta ao eleitor.

A nova posição da candi-data dividiu opiniões. Mui-tos elogiaram a mudança de

postura de Marina outros, incrédulos, desconfi aram do redirecionamento da opi-nião da ambientalista. “Uma das duas Marinas não existe. ou a de 2010 ou está agora… ou aquela que dizia que tudo era motivo de plebiscito…”, escreveu um internauta. “Tem gente querendo achar controvérsia onde não há. Ela foi bem clara. É a favor do casamento civil. Fique-mos atentos ao desenrolar dos fatos, apenas”, escreveu uma internauta.”A questão do casamento civil não está resolvida, senhora Marina, é preciso avançar legislativa-mente para evitar que um dia a decisão do STF seja derrubada no Congresso”, apontou outro usuário das redes sociais.

RacismoAinda na resposta, Marina

apontou que seu programa de governo vai defender a criminalização da homofo-bia, uma antiga bandeira do movimento LGBT que há mais de 10 anos tramita no Congresso Nacional.

Defesa de casais homoafetivos

O candidato à vice escolhido para a cha-pa de Marina Silva, Beto Albuquerque, 51, considerado um pro-gressista em matéria de comportamento é um católico, que de-fende os direitos dos gays, é favorável ao aborto nos termos le-gais — a ex-senadora sugere um plebiscito sobre o tema — e é um crítico do uso da religião na política.

Sua escolha está relacionada à tenta-tiva de equilibrar a imagem de “radical” de Marina, “dando o peso e contrapeso que tinha a aliança entre Eduardo e ela”, expli-cou um dirigente.

Juntos“Ele tem história

dentro do partido e tem o respeito de Ma-rina, por isso, foi es-colhido. Agora, somos Marina e Beto”, afi r-mou o ex-coordena-dor da campanha de Campos,Maurício Ran-ds, que, primo de Re-nata, tinha, até então, a preferência da família.

A decisão foi fecha-da na terça-feira, em Recife, após consulta à viúva de Eduardo Cam-pos, Renata Campos, num encontro no qual estavam presentes o próprio deputado, o presidente do PSB, Ro-berto Amaral, e o se-cretário-geral do parti-do, Carlos Siqueira.

Vice da chapa apoia causa gay

Marina agora defende a adoção por casais homoafetivos

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8 MANAUS, SEXTA-FEIRA, 22 DE AGOSTO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

EXPEDIENTEEDIÇÃO Isabella Siqueira de Castro e Costa e Náis Campos

REPORTAGEMMoara Cabral,Joelma Muniz eRaphael Lobato

REVISÃODernando Monteiro e João Alves

DIAGRAMAÇÃOAdyel Vieira, Kleuton Silva, Marcelo Robert e Leonardo Cruz

TRATAMENTO DE FOTOSAdriano Lima

Aécio Neves retoma agenda de campanha no Nordeste

O candidato à Presidência da República pelo PSDB, senador Aécio Neves, chegou ao Rio Grande do Norte no início da tarde de ontem (21). O tucano cumpriu agenda de campanha na capital potiguar e na cidade de Extremoz, na Grande Natal. No fi nal da tarde, Aécio seguiu para a Paraíba, onde também cumpriu agenda de compromis-sos. Aécio chegou por volta de 13h e foi recebido por populares e por lideranças políticas do Rio Grande do Norte. Ele não falou com a imprensa no aeroporto, mas conversou com eleitores.

Após deixar o aeroporto, Aécio

seguiu para a fábrica Guarara-pes, em Extremoz, para conhecer a unidade têxtil. No fi nal da tarde, ele seguiu para a Paraíba.

ParaíbaO presidenciável cumpriu

agenda de campanha no Sertão da Paraíba ao lado do candida-to a governador Cássio Cunha Lima (PSDB). O tucano fez co-mícios nas cidades de Patos e Pombal à noite. Em Pombal, as atividades políticas do PSDB fo-ram realizadas na Praça Getúlio Vargas, às 20h. Já em Patos, o comício teve início às 21h30, na rua Antônio Felix.

COMÍCIOS

Collor diz ser fi cha limpa e que impeachment foi golpeCandidato à reeleição para senador, ex-presidente se diz vítima de um golpe em 1992 quando sofreu um impeachment

O ex-presidente e se-nador candidato à re-eleição por Alagoas, Fernando Collor de

Mello (PTB), usou seu primeiro programa de TV no horário eleitoral, ontem (21), para dizer que foi vítima de um “golpe parlamentar” em 1992, quan-do sofreu um impeachment. O programa lembra as absolvi-ções de Collor na Justiça e diz que ele é “fi cha limpa”.

No início do programa, a apresentadora diz que Collor teve uma carreira “brilhante” e “precoce”, sendo presidente aos 40 anos. Em seguida, um vídeo com locução afi rma que, em 1992, ele foi “retirado da pre-sidência” por “denúncias nunca comprovadas que inundaram a imprensa.” “Ele foi perseguido e cassado pelos políticos”, diz.

Chega então a vez do depoi-mento do senador. “Fui afasta-do somente na suposição de que as acusações que me faziam à época eram verdadeiras, sem nenhuma prova disso. Foi um golpe parlamentar, não foi po-pular. Não vimos nenhum ‘pé descalço’, descamisado. O mo-vimento das ruas foram todos orquestrados”, afi rmou.

Collor também citou a última absolvição do STF (Supremo Tribunal Federal), em abril deste

ano, quando a corte o ino-centou das denúnc ias de peculato (desvio de di-nheiro públi-co), falsidade ideológica e corrupção passiva por falta de provas. “Em 1994 fui absolvido de todas as acusações. E agora, mais uma vez, o STF disse: este homem é inocente das acusa-ções que são feitas”, afi rmou.

AbsolviçãoO ex-presidente usou ima-

gens também do seu discurso no Senado, no dia seguinte à absolvição, quando questionou quem iria “devolver o que me foi tomado”. Imagens da senadora Gleisi Hoff mann (PT-PR), can-didata ao governo do Paraná, falando em apoio ao senador por Alagoas também foram usa-das, assim como trecho lido pela relatora do processo no STF, a ministra Carmem Lúcia.

Ao fi m, a apresentadora de Collor mandou um recado aos demais concorrentes ao Senado em Alagoas. “Agora que tudo fi cou claro, não venham com baixaria, nem calúnias. Collor é fi cha limpa. O guerreiro resistiu e venceu”, fi nalizou.

AG/SENADO

Em sua propaganda eleitoral, Collor se apresenta como vítima e diz que teve uma carreira “brilhante” e ao mesmo tempo “precoce”

Apesar de citar que não houve manifestação verda-deiramente popular, a histó-ria aponta que milhares de pessoas, sendo a maioria es-tudantes, foram às ruas do país pedir a saída do então presidente. Em São Paulo, no dia 14 de junho de 1992, por

exemplo, cerca de 400 mil pessoas foram para a frente do Masp, na avenida Paulista, protestar. O movimento pelo Brasil fi cou conhecido como “caras-pintadas”.

Ainda naquele ano, pressio-nada pelas denúncias e diver-sas manifestações públicas, a

Câmara autorizou a abertura do processo de impeachment por 441 votos a 38. Houve uma abstenção e 23 ausências. No começo de outubro, o processo chegou ao Senado, e Collor foi afastado interinamente.

Collor renunciou à Presi-dência em 29 de dezembro

de 1992, quando o Senado julgava seu afastamento de-fi nitivo, e foi substituído pelo vice, Itamar Franco (PRN), que governou o Brasil até 1994.

Também condenado pelo Senado, Collor fi cou inelegí-vel durante 8 anos, até 29 de dezembro de 2000.

‘Manifestação não foi popular de verdade’

‘Maior partido de oposição de Dilma é a imprensa do país’

Em depoimento para pro-paganda na TV de Dilma Rousseff (PT) de ontem (21), o ex-presidente Lula (PT) acusou segmentos da im-prensa terem se tornado “o maior partido de oposição” do Brasil. Citando duas vezes “certa imprensa”, o ex-pre-sidente afi rmou que esses segmentos estariam mais in-teressados em fazer política do que informação.

A gravação de Lula vai ao ar logo após a candidata Dil-ma Rousseff (PT) destacar

uma série de ações de seu governo, incluindo revitaliza-ção de portos, construções de estradas e ferrovias. “Todos estes segmentos estavam abandonados há décadas”, diz a petista. Logo após, o presidente Lula pergunta se o telespectador estava ciente das ações apresentadas.

Segundo ele, muitas das obras são desconhecidas pela população, por conta de “certa imprensa” que estaria agindo no sentido de preju-dicar o governo.

LULAREPRODUÇÃO

Ex-presidente Lula criticou mais uma vez a imprensa

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