Apresentação - Ergonomia e Segurança Do Trabalho-Aula1ppt (2)
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ERGONOMIA E SEGURANÇA DO
TRABALHO EM UMA INDÚSTRIA DE
EMBALAGENS PLÁSTICAS
Camila Medeiros Neves (UNAMA)
Allan Pinheiro Monteiro (UNAMA)
Este artigo tem como objetivo analisar o ambiente de trabalho de uma
indústria de embalagens plásticas, buscando melhorar os postos de
trabalho, conscientizar os colaboradores da importância do tema para
melhorar seu desempenho e garantir aa qualidade de vida tendo como
conseqüência a qualidade do produto, reduzindo custos diretos e indiretos
referentes à acidentes de trabalho. A pesquisa se configurou em um
estudo de caso de natureza analítica, com caráter descritivo e qualitativo e
para seu desenvolvimento fez-se uso de pesquisa bibliográfica onde a
metodologia aplicada consistiu em observações in loco do ambiente para
elaboração de gráficos e do mapa de risco. De posse das informações
coletadas através de observações, foram elaborados gráficos
demonstrativos das condições ambientais em que os colaboradores estão
expostos bem como: Ruídos e Temperatura. Analisou-se ergonomicamente
os postos de trabalho traçando o diagnóstico dos mesmos, apresentando
os benefícios e vantagens da implantação de programas que visem a
qualidade de vida tanto para o empregador como para o empregado.
Palavras-chaves: Ergonomia, segurança do trabalho, embalagens
plásticas
XXIX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO A Engenharia de Produção e o Desenvolvimento Sustentável: Integrando Tecnologia e Gestão.
Salvador, BA, Brasil, 06 a 09 de outubro de 2009
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1. Introdução
Este estudo tem como objetivo analisar e diagnosticar aspectos relevantes com relação à
ergonomia, saúde e segurança no trabalho que se encontra em uma indústria de embalagens
plásticas na região metropolitana de Belém.
O Brasil, nas décadas de 70 e 80, ocupava o primeiro lugar no ranking mundial em acidentes de
trabalho. Em 1999 passou para o décimo quinto lugar, segundo dados da Organização
Internacional do Trabalho – OIT.
De acordo com o Anuário Estatístico da Previdência Social, o Pará lidera o ranking de acidentes e
de mortes no trabalho na região Norte. Em 2000 foram notificados 4.254 acidentes o qual
corresponde a 43,5% do total de acidentes registrados na região Norte. Contudo no ano passado
foram 11.422 acidentes. Em 2006 foram 9.347. Houve redução apenas no número de mortos em
acidentes de trabalho no Estado. Em 2007 foram 87 vítimas fatais. No ano anterior foram 106
óbitos.
Mas de acordo com Edna Rocha, chefe do Setor de Saúde e Segurança da SRTE/PA
(Superintendência Regional do Trabalho e Emprego), a estatística não é tão dura com o Pará. 'Em
termos absolutos realmente o Pará é o campeão em acidentes de trabalho, mas
proporcionalmente não', disse. Segundo ela, o Pará possui o maior número de trabalhadores,
cerca de 760 mil de acordo com números do Anuário. 'Então, se analisarmos considerando o
número de trabalhadores, o campeão é o Estado de Roraima, que possui apenas 5% dos
trabalhadores do Pará', explicou Edna. (NOTAPAJÓS 2008)
Segundo o Ministério de Trabalho e Emprego a maior ocorrência dos acidentes notificados no
Brasil é referente aos dedos (ver figura 01). Dentro desta classificação estão as mutilações
intencionais, o qual o funcionário realiza para forçar uma aposentadoria antecipada por
incapacidade produtiva.
Figura 1 – Quantidades de Acidentes por CID
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Acidentes no ambiente de trabalho geram conseqüências e custos, ao empregador e ao
empregado, além das famílias e a sociedade. Para a empresa, os custos envolvem salário dos
quinze primeiros dias após o acidente; transporte e assistência médica de urgência; paralisação de
setor, máquinas e equipamentos; comoção coletiva ou do grupo de trabalho; interrupção da
produção; prejuízos ao conceito e à imagem da empresa; embargo ou interdição fiscal;
responsabilização civil e criminal; entre outras conseqüências. Os trabalhadores que sobrevivem
a esses infortúnios são também atingidos por danos que se materializam em sofrimento físico e
mental; cirurgias e remédios; próteses e assistência médica; fisioterapia e assistência psicológica;
dependência de terceiros para acompanhamento e locomoção; diminuição do poder aquisitivo;
desemprego; marginalização; depressão e traumas, entre diversas outras conseqüências, muitas
delas irreversíveis. (MINISTÉRIO DO TRABALHO, 2008)
Heinrich (1931, apud UNIVERSIDADE ABERTA, 2008) classifica os custos dos acidentes de
trabalho em dois tipos:
Os custos diretos como o nome indica, são aqueles que podem ser diretamente imputados a dado
acidente e por norma podem ser quantificáveis com facilidade. Também se designam por custos
segurados. Por exemplo:
o Salários;
o Indenizações;
o Assistência médica e medicamentosa.
Os custos indiretos, contrariamente aos anteriores, não são facilmente quantificáveis, nem
normalmente cobertos. O fato de não serem quantificáveis não significa que estes custos, embora
mais sutis, não sejam muito reais, e infelizmente muito superiores aos diretos. Por exemplo:
o Tempo perdido pelo acidentado e pelos outros trabalhadores;
o Tempo de investigação da(s) causa(s) do acidente;
o Tempo e gastos com o recrutamento, seleção e formação de um substituto quando necessário;
o Perdas de produção motivadas pela influência causada nos outros trabalhadores;
o Perdas por produtos defeituosos produzidos após o acidente;
o Perdas com o aumento dos desperdícios na produção após o acidente;
o Perdas da eficiência e da produtividade do acidentado após a recuperação;
o Perdas comerciais por não satisfação de prazos de entrega;
o Perdas resultantes da degradação do nome e da imagem da empresa no mercado
H. Heinrich (1931 apud UNIVERSIDADE ABERTA, 2008), após estudos realizados sobre
muitos acidentes, estabeleceu a proporção média de 1:4 entre os custos diretos e os custos
indiretos, na indústria americana do seu tempo.
Desta proporção retirou-se a analogia com um iceberg que se passou a utilizar; a parte visível de
um iceberg, 1/5 do seu volume, representa os custos diretos dos acidentes; a parte submersa e
invisível, 4/5 do volume total, representa os custos indiretos (ver figura 2).
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Figura 2 – Custos Diretos e Indiretos
2. Referencial Teórico
a. Ergonomia
A Norma Regulamentadora 17 visa a estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das
condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a
proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente Com isso diz-se que a
ergonomia é um estudo científico de adaptação dos instrumentos, condições e ambiente de
trabalho às capacidades psicofisiológicas, antropométricas e biomecânicas do homem.
A Ergonomia é uma ciência multidisciplinar com a base formada por várias outras ciências. A
Antropometria e a Biomecânica fornecem as informações sobre as dimensões e os movimentos
do corpo humano. A Anatomia e a Fisiologia Aplicada fornecem os dados sobre a estrutura e o
funcionamento do corpo humano. A Psicologia, os parâmetros do comportamento humano.
(ÁREASEG, 2008).
A Medicina do Trabalho, os dados de condições de trabalho que podem ser prejudiciais ao
organismo humano. Da mesma forma, a Higiene industrial, a Física, a Estatística e outras
ciências fornecem informações a serem utilizadas pela Ergonomia, de forma a possibilitar o
conhecimento e o estudo completo do sistema homem-máquina-ambiente de trabalho, visando a
uma melhor adequação do trabalho ao homem. (ÁREASEG, 2008)
Dentre os seus principais objetivos, podemos destacar:
o Adequação do trabalho as capacidades naturais do homem, pela organização de métodos e
construção de máquinas e equipamentos que se adaptem as características de cada pessoa
(Exigência Técnica);
o Aumentar a eficiência do trabalhador ao longo do tempo, pois trabalhador doente não gera
lucro, e sim, prejuízo (Exigência Econômica);
o Prevenção de acidentes e doenças profissionais, doenças músculo-esquelético (Exigência
Social);
o Redução da fadiga e desconforto físico e mental do trabalhador.
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Todas estas características têm a função de proporcionar um aumento de produtividade,
procurando não ultrapassar as capacidades do ser humano.(UNIVERSIDADE FEDERAL
SANTA MARIA , 2008)
b. Tipos de ergonomia
De acordo com Iida a ergonomia é uma área de grande abrangência e acaba possuindo vários
tipos tais como:
Ergonomia de Concepção:
Para Iida a ergonomia de concepção se faz desde a elaboração do projeto, da máquina, do
ambiente ou sistema, permitindo que essa seja a melhor situação para se realizar uma implantação
ergonômica possibilitando que se faça uma ampla análise. Porém para tal feito é necessário ter
um maior conhecimento e experiência, já que as decisões são tomadas com base em situações
hipotéticas, sem existência real.
Ergonomia de Correção:
É aplicada em situações já existentes, para solucionar problemas que se refletem na segurança,
fadiga excessiva, doenças do trabalhador ou quantidade e qualidade de produção. Muitas vezes
ela pode exigir um custo elevado de implantação, como por exemplo, a substituição de
maquinário ou, como em o alguns casos as melhorias (mudança de posturas, colocação de
dispositivos de segurança, etc), podem ser feitas com relativa facilidade.
Ergonomia de Conscientização:
Procura capacitar os próprios trabalhadores para realizarem e identificarem os problemas do
cotidiano ou aqueles emergenciais.
Muitas vezes, os problemas ergonômicos não são completamente resolvidos, nem na fase de
concepção e nem na fase de correção, pelo fato de novos problemas surgirem a qualquer
momento devido a dinâmica do processo produtivo (desgaste de maquinário e equipamentos,
modificações introduzidas pelos serviços de manutenção).
É importante conscientizar o operador, através de cursos de treinamento e freqüentes reciclagens,
ensinando-os a trabalhar de forma segura, identificando os fatores de risco que podem vir a surgir
no ambiente de trabalho.
Ergonomia de Participação:
Procura envolver o próprio usuário do sistema na resolução dos problemas ergonômicos, podendo
ser o trabalhador (caso seja o posto de trabalho) ou o consumidor (no caso os produtos de
consumo).
c. Segurança do trabalho
A Segurança do trabalho pode ser entendida como os conjuntos de medidas que são adotadas
visando minimizar os acidentes de trabalho, doenças ocupacionais, bem como proteger a
integridade e a capacidade de trabalho do trabalhador. (SEGURANÇA NO TRABALHO, 2008)
3. Metodologia
O presente estudo utilizou as seguintes estratégias metodológicas:
- Levantamento documental e bibliográfico das informações disponíveis sobre acidentes de
trabalho e ergonomia, principalmente na biblioteca da UNAMA e sites especializados;
- Visita in loco e registro por fotos de postos de trabalho;
- Levantamento das temperaturas de cada setor;
- Estudo analítico das condições de trabalho e das atividades desenvolvidas;
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- Levantamento documental dos riscos de acidente para elaboração do mapa de risco.
4. Resultados
A análise ergonômica do trabalho (AET) visa aplicar os conhecimentos de ergonomia para
analisar, diagnosticar e corrigir uma situação real do trabalho. Ela foi desenvolvida por
pesquisadores franceses e se constitui em exemplo de ergonomia de correção. O método AET
desdobra-se em cinco etapas: análise da demanda; análise da tarefa; diagnóstico e recomendações
(GUÉRIN 2001, apud IIDA 2005, p.60). As três primeiras constituem a fase de análise e
permitem realizar o diagnóstico para formular as recomendações ergonômicas.
Os estudos realizados no decorrer deste trabalho de pesquisa constataram que com relação à
Ergonomia foram encontrados aspectos positivos (iluminação, presença de equipamentos de
movimentação, etc.) e negativos (postura inadequada de colaboradores em algumas atividades,
climatização, etc.) no decorrer do processo produtivo da indústria.
A seguir destacamos alguns exemplos de atividades do processo produtivo da empresa,
analisando a questão ergonômica, destacando as falhas, quando encontradas, e elucidando
possíveis sugestões a serem tomadas com o intuito de obterem-se melhorias para a qualidade de
vida do colaborador, que podem resultar em aumento no seu desempenho e conseqüentemente na
produtividade da empresa.
Imagens Análise Ergonômica Sugestões
O colaborador transporta em sua
cabeça um fardo que pesa em
média 20kg forçando sua coluna,
que poderá trazer sérios
problemas à sua saúde e como
conseqüência seu afastamento, ao
lado esquerdo da figura observa-
se um carrinho, para
movimentação destes fardos,
disponibilizado pela empresa.
Sugere-se um programa de
conscientização por parte da CIPA
sobre a importância da ergonomia
para a saúde do trabalhador.
Devido aos elementos posteriores
da coluna vertebral que formam
uma carga ativa quando em pé
(apud BRITO 2008), observa-se
na imagem que não há
participação destes elementos de
força antigravitacional,
permitindo assim que os discos
intervertebrais recebam uma
carga maior.
Sugere-se a adaptação do assento
com esponja e apoio para as costas,
bem como programas de
conscientização sobre a importância
da ergonomia.
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Seu posto de trabalho obedece
suas medidas antropométricas,
porém o assento duro causa um
desconforto quando sentada por
uma jornada longa de trabalho.
Este desconforto aumenta nos
horários críticos de temperaturas
altas de 11:00 as 15:00, neste
setor a temperatura neste horário
chega até 40°C. Com relação ao
ruído gira em torno dos 80 dB o
que é permitido pela NR15, no
entanto é disponibilizado EPI’s
indicados para atividade.
Sugere-se a adequação do assento
bem como a climatização do setor
uma política de incentivo ao uso
contínuo de proteção auricular torna-
se recomendável.
A figura 03 mostra um posto de
trabalho inadequado ao
desenvolvimento da atividade de
confecção dos vasos no setor de
Sopro, pois o material, tipo e
dimensionamento do assento não
são adequados, podendo causar
desconforto na região lombar
criando problemas de saúde ao
colaborador.
Sugere-se a substituição do assento
coletivo para o assento individual e a
adequação da altura da bancada e
assento para que possa atender a pelo
menos 90% das medidas
antropométricas dos colaboradores.
Neste setor o uso de tintas e
solventes é constante para isso é
disponibilizado máscara com
filtro, luvas de látex e calça
comprida para reduzir o contato
direto com os produtos químicos.
No entanto o uso da camiseta não
é o adequando.
Sugere-se a substituição da camiseta
por uma camisa de manga, para
reduzir o contato dos produtos
químicos coma pele. É
disponibilizado, também, botas com
biqueira de aço para o manuseio de
bobinas que pesam em média 50 kg.
Figura 3 - Análise Ergonômica da empresa
Análise de Ruído
De acordo com a norma regulamentadora 15 (NR-15), em uma jornada de trabalho de 8 horas e
com os devidos equipamentos o individuo pode se expor há um ruído de até 85 dB com os
devidos equipamentos de proteção individual, e pelo estudo realizado na empresa existem dois
setores que ultrapassam este limite máximo, que são o de extrusão e o de corte/solda, como
podemos ver na figura 4.
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Figura 4 – Indicadores de ruídos por setor
Análise de Temperatura
A empresa possui uma temperatura média de 39°C de acordo com o levantamento de
temperatura realizado em três dias mo intervalo de três semanas em todos os setores da fábrica,
ficando fora do estudo o setor administrativo. O processo produtivo exige maquinários de médio
porte que emitem grandes quantidades de calor ao ambiente e isso causa desconforto térmico ao
colaborador. Visando diminuir este desconforto a empresa faz o uso de exaustores instalados no
teto dos galpões da fábrica, mas ainda assim a temperatura ultrapassa a recomendada pela ISO
9241 que determina uma temperatura entre 23° a 26°C para indústrias em geral nos dias de verão.
A figura 5 mostra que a temperatura na maioria dos setores gira em torno dos 39°C, sendo
que os setores que estão acima desta média são os de extrusão (41ºC), embalagem (41ºC),
corte/solda (40ºC), e moinho (40ºC) e o setor que tem a menor temperatura é o de Estoque (34º).
Portanto sugere-se um projeto de climatização nestes setores críticos, como por exemplo, o
aumento da quantidade de exaustores eólicos e a adoção de exaustores axiais nas proximidades
das máquinas responsáveis pela maior incidência de calor na fábrica.
Figura 5- Temperaturas dos setores
i. Segurança do trabalho na empresa
A indústria moderna caracteriza-se pelo alto grau de investimento em capital e pela complexidade
em suas operações, isso significa dizer também que possui muitos pontos vulneráveis onde
podem ocorrer acidentes, com o grande potencial de perdas e danos. (IIDA 2005, p. 438). Iida
considera ainda, que algumas empresas conseguiram resultados significativos na redução dos
acidentes, adotando-se um programa em longo prazo. Isso inclui numa decisão administrativa
superior, como uma política da empresa, o envolvimento de todos os escalões, e a execução
sistemática de diversas atividades.
A figura 12 mostra um colaborador utilizando seus equipamentos de proteção individual. Neste
setor o uso de tintas e solventes é constante para isso é disponibilizado máscara com filtro, luvas
de látex e calça comprida para reduzir o contato direto com os produtos químicos. No entanto o
uso da camiseta não é o adequando para o setor. Sugere-se a substituição da camiseta por uma
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camisa de manga, para reduzir o contato dos produtos químicos coma pele. É disponibilizado,
também, botas com biqueira de aço para o manuseio de bobinas que pesam em média 50 kg
Mapa de Risco
Mapa de Risco é uma representação gráfica de um conjunto de fatores presentes nos locais de
trabalho, capazes de acarretar prejuízos à saúde dos trabalhadores: acidentes e doenças de
trabalho. Tais fatores têm origem nos diversos elementos do processo de trabalho (materiais,
equipamentos, instalações, suprimentos e espaços de trabalho) e a forma de organização do
trabalho (arranjo físico, ritmo de trabalho, método de trabalho, postura de trabalho, jornada de
trabalho, turnos de trabalho, treinamento, etc.
Diante desta situação crescente de acidente de trabalho, que em sua maioria por imprudência por
parte do acidentado, realizou-se um levantamento dos riscos ambientais existentes na empresa, e
que muita das vezes, o próprio colaborador não tem conhecimento destes riscos. A figura 13
mostra uma sugestão de mapa de risco em que a empresa poderá usar para informar os riscos
existentes em cada setor aos colaboradores.
Verificou-se neste mapa que a maioria dos riscos ambientais identificados são os riscos físicos,
onde se destacam o ruído, a vibração e o calor; risco ergonômico, onde se destacam o
levantamento de carga e postura incorreta; risco de acidente, onde se destacam máquinas sem
proteção e risco de queda.
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5. Considerações Finais
Em termos gerais, pode-se dizer que a ergonomia visa à adaptação das tarefas ao homem. Quer se
trate de um produto para consumo público ou de um posto de trabalho, a Ergonomia oferece
vantagens econômicas através da melhoria do bem-estar, da redução de custos e da melhoria da
qualidade e produtividade, bem como a redução de riscos de acidente e doenças ocasionadas pelo
trabalho. Assim, a concepção de qualquer produto ou sistema deve integrar critérios ergonômicos
desde a fase de projeto, de forma a assegurar a sua eficiência.
A conscientização de todos sobre a questão da ergonomia é de fundamental importância para o
desenvolvimento da qualidade de vida do trabalhador, seja ele do chão de fábrica ou do
escritório.
A indústria de embalagens plásticas como em muitas empresas de pequeno e médio porte da
região metropolitana de Belém não apresentam em seus processos produtivos planos de ação
eficazes e eficientes que possam atender de maneira completa as questões ergonômicas, de saúde
e de segurança do trabalho. Mesmo que ela possua um programa de segurança como a CIPA, este
não satisfaz completamente as necessidades ergonômicas analisadas.
O conhecimento ampliado e os resultados encontrados possibilitam juntar informações sobre as
questões de ergonomia, saúde e segurança do trabalho, na indústria de embalagens plásticas,
fazendo com que em estudos futuros a empresa possa vir a implementar um plano de ação,
utilizando os dados obtidos, que satisfaça essas necessidades.
A participação ativa da CIPA contribui para redução e controle de acidentes de trabalho. Esta
comissão é de extrema importância para a conscientização dos colaboradores sobre questões de
segurança. Uma ferramenta importante para seu bom desempenho é o mapa de risco.
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6. Referências
IIDA, Itiro, Ergonomia: projeto e produção, Ed Edgard Blücger, São Pulo, 2ª edição 2005.
ALBERFLEX, Ergonomia, disponível em:
http://www.alberflex.com.br/ergonomia_conceitos_historia.aspx , acessado em 27/11/08
ÁREASEG, Introdução à Segurança do Trabalho em perguntas e Respostas, disponível em:
http://www.areaseg.com/seg/, acessado em 25/11/08
BRITO, et al, Analise da relação entra a postura de trabalho e a incidência de dores na
coluna vertebral, Sebrae, Biblioteca online disponível em:
http://www.herniadedisco.com.br/wp-content/uploads/2008/12/analiseposturadetrabalho.pdf,
acessado em 27/11/08
MINISTÉRIOS DO TRABALHO E EMPREGO E PREVIDÊNCIA SOCIAL, disponível em:
http://www.mte.gov.br/geral/publicacoes.asp acessado em: 18/11/08.
NOTAPAJÓS, noticias, disponível em: http://notapajos.globo.com/lernoticias.asp?id=21973,
acessado em: 19/11/08
PEREIRA, Sandro Eduardo, e SILVA, Rayane Pereira, Fatores Ambientais - Temperatura,
Universidade do Estado de Rio de Janeiro, 2000. disponível em: http://fen-
uerj.net/Civil/Engenharia%20do%20Trabalho%20-%20Producao/Temperatura.doc, acessado em:
19/11/08
UNIVERSIDADE ABERTA, Custos dos acidentes de trabalho, disponível em:
http://www.univ-ab.pt/formacao/sehit/curso/introhsst/uni2/custos2.html acessado em: 29/11/08