Ergonomia Em Bicicleta

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texto: Elisandr-o de Assis Martins, Felipe Pivetta Carpes e Frederico Dagnese (GEPEC-Grupo de Estudo e Pesquisa em Ciclismo) IIlIlIal A prática regular de algum esporte é importante para a obtenção e manutenção de uma boa aptidão física. Como "recompensa", o indivíduo desfrutará de uma melhor qualidade de vida e diminuirá o estresse. Para comprovar isso, basta conversar com alguém que pratica exercícios físi- cos regularmente. A pessoa mostrará perfeita- mente o quanto se ganha quando se coloca o corpo em movimento. Nosso tema não poderia deixar de ser o ciclismo, um dos esportes mais praticados em nosso país . . ,Como abordamos em textos anteriores, é um estlofite também dependente de muitos fatores exter~bs.:''No ano de 2005, na edição 59, escreve- mos sobr'€l:.o posicionamento na bicicleta, que envolve conhecimentos de uma área chamada ergonomia. Resolvemos voltar a falar do posi- cionamento ideal para pedalar, destacando alguns elementos importantes para uma boa saúde do ciclista e revelando como é possível avaliar essas questões, principalmente devido ao interesse que muitos leitores demonstram quando entram em contato conosco. Estamos diariamente buscando soluções para "problemas" enfrentados por atletas e praticantes do ciclismo. Muitas vezes, são necessários anos de pesquisas para se chegar a uma decisão con- clusiva sobre um assunto. Mas, desde o início de ~. 2005, para a avaliação do público em geral, uti- ~ lizamos uma ferramenta simples e que tem ajuda- do muitos ciclistas instantaneamente: as avali- ações do posicionamento na bicicleta. Observamos, em estudos preliminares, que o número de ciclistas recreacionais (ciclistas sem cunho competitivo) que cometem erros no posi- cionamento na bicicleta ao pedalar é extrema- mente grande. Nossos resultados mostram que a maioria dos usuários de bicicleta ainda descon- hece alguns fatores básicos e mínimos necessários para se obter um melhor ajuste da bicicleta durante a pedalada. Entretanto, somente estudos e divulgações em revistas não resolvem o problema. É necessário que os ciclistas tenham consciência da importância de fazer uma avaliação corporal sobre a bicicleta antes de começar a pedalar - evitando, assim, desconfortos futuros, principalmente quando se almeja uma prática mais regular. Para tanto, vamos esclarecer de maneira simples como é feita a nossa avaliação. Ela é baseada em informações coletadas no livro High-Teeh Cyeting, do professor Edmund R. Burke. O professor Burke foi fisiologista da equipe americana de ciclismo por anos, sendo um dos maiores nomes no mundo do ciclismo. A metodologia que monta- mos e utilizamos atualmente pode ser aplicada em dupla. A partir de agora, vamos detalhar algumas das 4:IDlliikeaction observações que realizamos e que podem ser feitas por você após a leitura do texto. A avaliação completa possui diversas medidas, porém as prin- cipais serão descritas a seguir. Pescoço e Coluna Figura 1: posicionamento do pescoço e da colu- na Na figura 1, vamos analisar primeiramente o posi- cionamento do pescoço do ciclista. É bastante comum ouvirmos queixas na rua sobre dores na cervical, Por isso, recomendamos que durante a pedalada você mantenha o olhar à frente, com uma inclinação natural que permita o melhor suporte do peso da cabeça. No ciclismo, a cintura escapular, região dos ombros e cervical, é bas- tante solicitada isometricamente. Ou seja: mante- mos uma contração muscular constante e que dá segurança enquanto pedalamos. As dores no pescoço ocorrem por fatores como fraqueza mus- cular ligada ao desajuste corporal e da bicicleta. Quanto mais inclinado seu tronco fica enquanto pedala, mais a cervical deverá ser flexionada, para que você veja a estrada. Na mesma foto, podemos observar também o posicionamento da coluna vertebral. Atenção: não tente corrigir as curvaturas da coluna enquanto pedala, pois elas possuem funções mecânicas e fisiológicas próprias, como o suporte de peso (figura 2). Caso você possua patologias rela- cionadas (escoliose, cifose ou lordose), é necessária uma avaliação postural prévia por um profissional habilitado, para a constatação das correções de postura que deverá fazer durante a pedalada, não comprometendo a coluna. Enquanto você pedala, procure manter a coluna na posição natural. Se ainda assim sentir muitas dores, consulte um fisioterapeuta ou um ortope- dista, pois talvez somente o perfeito ajuste da bicicleta não esteja sendo o suficiente para satis- fazer algum eventual problema ósseo ou muscular mais sério que você pode ter ou desenvolver. Em muitos casos que avaliamos, o ciclista apresenta- va hiperlordose (curvatura lombar acentuada) ou cifose (curvatura torácica acentuada). Em situ- ações como essas, o tratamento prescrito por um fisioterapeuta é importante, a fim de sanar desconfortos que não serão solucionados someni com o perfeito ajuste na bicicleta. A título de exemplo, em uma de nossas avaliaçõe o ciclista foi conduzido ao nosso laboratório por intermédio de um ortopedista conhecedor de nosso trabalho. Ele utilizou as informações de . nossa avaliação em conjunto com o tratamento que vinha sendo prescrito. De maneira excep- cional, conseguimos resolver o problema com esse ciclista, que voltou às ruas sem nenhuma \ Joelhos Embora dores na cervical ocorram e prejudiquei a prática, são os joelhos, sem dúvida, os que rru sofrem com um posicionamento ruim. Para avaliarmos o posicionamento dos joelhos, obser vamos o ciclista em duas situações. Na primeira. se faz necessário colocar o pedivela em paralelo com o solo (figura 3), para verificarmos se a face anterior da patela encontra-se alinhada vertical- mente com o eixo do pedal. Essa verificação do alinhamento não deve ser "visual" e sim testada com o uso de um fio de prumo. Devemos ter cuidado com o quanto flexionamos nossos joelhos durante a pedalada, pois grandes

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posicionamento correto da bicicleta

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texto: Elisandr-o de Assis Martins, Felipe Pivetta Carpes e Frederico Dagnese (GEPEC-Grupo de Estudo e Pesquisa em Ciclismo) IIlIlIal

A prática regular de algum esporte é importantepara a obtenção e manutenção de uma boaaptidão física. Como "recompensa", o indivíduodesfrutará de uma melhor qualidade de vida ediminuirá o estresse. Para comprovar isso, bastaconversar com alguém que pratica exercícios físi-cos regularmente. A pessoa mostrará perfeita-mente o quanto se ganha quando se coloca ocorpo em movimento.Nosso tema não poderia deixar de ser o ciclismo,um dos esportes mais praticados em nosso país .

. ,Como abordamos em textos anteriores, é umestlofite também dependente de muitos fatoresexter~bs.:''No ano de 2005, na edição 59, escreve-mos sobr'€l:.oposicionamento na bicicleta, queenvolve conhecimentos de uma área chamadaergonomia. Resolvemos voltar a falar do posi-cionamento ideal para pedalar, destacando algunselementos importantes para uma boa saúde dociclista e revelando como é possível avaliar essasquestões, principalmente devido ao interesse quemuitos leitores demonstram quando entram emcontato conosco.Estamos diariamente buscando soluções para"problemas" enfrentados por atletas e praticantesdo ciclismo. Muitas vezes, são necessários anosde pesquisas para se chegar a uma decisão con-clusiva sobre um assunto. Mas, desde o início de

~. 2005, para a avaliação do público em geral, uti-~ lizamos uma ferramenta simples e que tem ajuda-

do muitos ciclistas instantaneamente: as avali-ações do posicionamento na bicicleta.Observamos, em estudos preliminares, que onúmero de ciclistas recreacionais (ciclistas semcunho competitivo) que cometem erros no posi-cionamento na bicicleta ao pedalar é extrema-mente grande. Nossos resultados mostram que amaioria dos usuários de bicicleta ainda descon-hece alguns fatores básicos e mínimosnecessários para se obter um melhor ajuste dabicicleta durante a pedalada. Entretanto, somenteestudos e divulgações em revistas não resolvem oproblema. É necessário que os ciclistas tenhamconsciência da importância de fazer uma avaliaçãocorporal sobre a bicicleta antes de começar apedalar - evitando, assim, desconfortos futuros,principalmente quando se almeja uma práticamais regular.Para tanto, vamos esclarecer de maneira simplescomo é feita a nossa avaliação. Ela é baseada eminformações coletadas no livro High-Teeh Cyeting,do professor Edmund R. Burke. O professor Burkefoi fisiologista da equipe americana de ciclismopor anos, sendo um dos maiores nomes nomundo do ciclismo. A metodologia que monta-mos e utilizamos atualmente pode ser aplicada emdupla.A partir de agora, vamos detalhar algumas das

4:IDlliikeaction

observações que realizamos e que podem serfeitas por você após a leitura do texto. A avaliaçãocompleta possui diversas medidas, porém as prin-cipais serão descritas a seguir.Pescoço e Coluna

Figura 1: posicionamento do pescoço e da colu-na

Na figura 1, vamos analisar primeiramente o posi-cionamento do pescoço do ciclista. É bastantecomum ouvirmos queixas na rua sobre dores nacervical, Por isso, recomendamos que durante apedalada você mantenha o olhar à frente, comuma inclinação natural que permita o melhorsuporte do peso da cabeça. No ciclismo, a cinturaescapular, região dos ombros e cervical, é bas-tante solicitada isometricamente. Ou seja: mante-mos uma contração muscular constante e que dásegurança enquanto pedalamos. As dores nopescoço ocorrem por fatores como fraqueza mus-cular ligada ao desajuste corporal e da bicicleta.Quanto mais inclinado seu tronco fica enquantopedala, mais a cervical deverá ser flexionada, paraque você veja a estrada.Na mesma foto, podemos observar também o

posicionamento da coluna vertebral. Atenção: nãotente corrigir as curvaturas da coluna enquantopedala, pois elas possuem funções mecânicas efisiológicas próprias, como o suporte de peso(figura 2). Caso você possua patologias rela-cionadas (escoliose, cifose ou lordose), énecessária uma avaliação postural prévia por umprofissional habilitado, para a constatação dascorreções de postura que deverá fazer durante apedalada, não comprometendo a coluna.Enquanto você pedala, procure manter a coluna naposição natural. Se ainda assim sentir muitasdores, consulte um fisioterapeuta ou um ortope-dista, pois talvez somente o perfeito ajuste dabicicleta não esteja sendo o suficiente para satis-fazer algum eventual problema ósseo ou muscularmais sério que você pode ter ou desenvolver. Emmuitos casos que avaliamos, o ciclista apresenta-va hiperlordose (curvatura lombar acentuada) oucifose (curvatura torácica acentuada). Em situ-ações como essas, o tratamento prescrito por umfisioterapeuta é importante, a fim de sanardesconfortos que não serão solucionados somenicom o perfeito ajuste na bicicleta.A título de exemplo, em uma de nossas avaliaçõeo ciclista foi conduzido ao nosso laboratório porintermédio de um ortopedista conhecedor denosso trabalho. Ele utilizou as informações de .nossa avaliação em conjunto com o tratamentoque vinha sendo prescrito. De maneira excep-cional, conseguimos resolver o problema comesse ciclista, que voltou às ruas sem nenhuma \JoelhosEmbora dores na cervical ocorram e prejudiqueia prática, são os joelhos, sem dúvida, os que rrusofrem com um posicionamento ruim. Paraavaliarmos o posicionamento dos joelhos, observamos o ciclista em duas situações. Na primeira.se faz necessário colocar o pedivela em paralelocom o solo (figura 3), para verificarmos se a faceanterior da patela encontra-se alinhada vertical-mente com o eixo do pedal. Essa verificação doalinhamento não deve ser "visual" e sim testadacom o uso de um fio de prumo.Devemos ter cuidado com o quanto flexionamosnossos joelhos durante a pedalada, pois grandes

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esforços são aplicados sobre essa articulação.Com o alinhamento, o joelho não será submetidoa cargas que possam ser nocivas à saúde articu-lar. Uma importante observação nesse aspecto éque o alinhamento depende da posição do pésobre o pedal. Por isso, esse é um ajuste maisfácil quando se usa sapatilha, pois o pé fica sem-pre fixo no pedal.Mas os ciclistas, principalmente os recreacionais,costumam errar mesmo é no ajuste do selim. Oselim da bicicleta é o mesmo que o banco do .carro: para cada condutor (ciclista), ele deve serajustado. Se somente você utiliza a bicicleta, per-feito: deixe sob medida para você. Hoje em dia,não se perde muito tempo para ajustar o selim,pois as blocagens facilitam o prender do canote.Quando estamos pedalando com o selim muitobaixo, os joelhos se flexionam exageradamente -e justamente no ponto no qual aplicamos maisforça no pedal, quando estamos com o pedivelana horizontal e à frente. Gerar bastante força éótimo e necessário: mais força significa maispotência, maistorque, mais velocidade. No entan-to, potência não é nada sem controle. Com ocorpo mal posicionado, essa força é, em grandeparte, desperdiçada, podendo ser até mesmonociva quanto atua diretamente na articulação.

-: Isso pode gerar desconfortos ou até mesmocausar uma lesão grave em casos de muitarepetição.Estando a patela alinhada com o eixo do pedal,seu posicionamento em relação ao selim estáparcialmente correto em relação à posição mais àfrente ou mais atrás. Mas parcialmente, pois existemais um ajuste: a altura.Analisando as figuras 4 e 5 podemos destacaroutro ponto relativo à altura do selim. Pararealizarmos essa segunda observação, faz-se

necessário posicionarmos o pedivela alinhadocom o tubo do selim (figura 4). Esse posiciona-mento permite avaliarmos o posicionamento domembro inferior, especialmente em relação aosjoelhos, no ponto de maior extensão. Para isso,vamos precisar de um instrumento simples e efi-caz para medida do ângulo do joelho: umgoniômetro.Posicionando o pedivela como descrevemos,medimos o ângulo intemo formado entre a coxa ea perna (figura 4 e 5). Esse ângulo deverá estarentre 150 e 155 graus, para que se tenha um mel-hor aproveitamento da força gerada pelos múscu-los e aplicada aos pedais - e, ao mesmo tempo, aarticulação não seja tão exigida mecanicamente.

Figura 5: mudanças na ccnfipuração da bike afe-tam o ân~ulo do joelho

Nosso corpo é um perfeito sistema mecânico,que possui muitas alavancas constituídas porossos, tendões, ligamentos e músculos - todostracionados simultaneamente, gerando movi-mento. Quando estamos pedalando com o selimmuito alto ou muito baixo, fazemos com quenossas alavancas percam eficiência para pro-duzir força.Vamos entender melhor esse processo: com oselim muito baixo, nossos joelhos serão prejudi-cados, porque a maior flexão acarreta uma maiorcompressão da articulação justamente no pontoonde fazemos mais força. Se o selim está muitoalto, quando o pedai passar na parte mais. baixado ciclo a extensão excessiva vai forçar os mús-culos a fazer força em um ângulo que não per-mite a efetiva tração que leva a fazermos força nopedal. O que acontece com isso? Dores, sim,mas muito mais.Quando realizamos um esforço de maneira "inefi-

ciente", não estamos sendo "econômicos", poisnosso corpo gasta mais energia para fazer umaatividade do que precisaria se o posicionamentoestivesse correto. Posicionado de forma correta,você aproveitará melhor a energia e sobrará um"gás" ainda maior para o ponto decisivo de umaprova ou para aquele treino prolongado que estáplanejado.Com esses dois cuidados, você ajusta seuselim em altura e em posição horizontal eperceberá a diferença. Em um estudo realizadopelo nosso grupo em 2004, vimos que amudança de 1 cm na posição do selim altera apedalada, podendo acarretar mudanças naforma como o atleta pedala.

Figura 6: vista anterior da posição dos joelhosem relação ao quadro da bicicleta

~Figura 7: vista posterior da posição dos joelhosem relação ao quadro da bicicleta

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Figura 8: posicionamento dos ombros

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Nas figuras 6 e 7 é possível observarmos o posicionamento dos joelhos vistos anteriormente eposteriormente, o que requer muita atenção do atleta durante a pedalada. O movimento dosjoelhos durante a pedalada (o sobe e desce) deve ser simétrico e constante. Ou seja: o camin-ho percorrido deve ser sempre o mesmo, para que a articulação não seja pega desprevenidaquando estiver submetida a forças (isso se torna fácil, pois o pé é mantido sempre na mesmaposição no pedal). No entanto, a movimentação lateral dos joelhos não tem um controle tãosimples e requer atenção. De acordo com resultados de pesquisas de nosso laboratório, quantomais cansado estiver o ciclista, mais seus joelhos "balançarão" lateralmente - o que poderesultar em lesões e perdas na efetividade da aplicação de força no pedal.OmbrosNa figura 8 podemos fazer a análise do posicionamento dos ombros. Devemos observar que oafastamento dos braços sobre o guidão deverá estar de acordo com a largura dos ombros. Issoquer dizer que o guidão deverá ser proporcional à largura dos ombros. Esse posicionamento éimportante para que ocorra um descanso por parte do ciclista com o apoio no guidão e seuarrasto diminuído. O bom posicionamento dos braços também irá permitir um melhor trabalhocardiovascular, pois não irá acarretar a compressão da caixa torácica. Claro que existem situ-ações nas quais isso não pode ser controlado perfeitamente - como, por exemplo, quando uti-lizamos guidão clip. No entanto, provas com o uso de guidão clip são mais curtas.Por fim, vamos tratar da posição do pé sobre o pedal. Pisar de qualquer jeito não é a melhorforma de aproveitar seu vigor físico para pedalar. E isso vale para todos, seja os que pedalamde tênis ou de sapatilhas.PésNa figura 9 vemos o posicionamento exato do pé sobre o pedal. É importantíssimo estarmosconscientes da importância desse ajuste, pois é por meio dele que podemos aplicar a maiorforça possível aos pedais - e, assim, obtermos uma melhor pedalada. Devemos posicionar o péno pedal na parte mais "calosa", como indicado na figura. Por quê? Como dissemos antes,nosso corpo trabalha com alavancas e o nosso pé não deixa de ser uma delas. Imagine o

BOPl FJ:C:OU -PleLHO.R

novo TJ:RREno PRO PRRR XC:Geometria adaptada para suspensão de 80mm SEMISLOOPING:maior rigidez, menor peso emaior agilidade. Caixa de direção mega over. Tamanhos: 18 e 20Visual agressivo

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Figura 9: posicionamento do pé no pedal

=igura 10: visuallzação da posição do pé sobre ooeDal

selim adaptado com sensores de

'Figura 12: visualização da distribuição de,i pressão no selim;

tornozelo sendo o eixo da alavanca, o ponto fixo.Com os músculos de um lado fazendo força,quanto mais range estiver o braço da alavanca,maior será a força. Como pedalar com a pontadedos seria extremamente desconfortável e inefi-ciente; aproveita-se a parte calosa, mais rígida,como ponto de aplicação dessa força. Tenhacerteza da posição do pé observando a figura 10.O posicionamento na bicicleta tem influênciassignificativas sobre o desempenho e o queescrevemos aqui serve para todas as modali-dades. Temos avaliado ciclistas de modalidadesespecíficas e os detalhes do posicionamento decada modalidade devem ser levados em consider-ação, assim como o nível de condicionamentofísico e o objetivo do atleta ou praticante deciclismo.SelimExistem mais fatores relacionados com o posi-cionamento que chamam a atenção diariamente.Por isso, com base nas grandes lamentações dedor, dormência e mal estar dos ciclistas emfunção do selim, principalmente após longasvoltas, estamos iniciando um tipo de avaliação atéentão inédita (ou não divulgada) aqui no Brasil. Eaqui mostramos, em primeira mão, o que ainda éuma "avaliação protótipo", mas que esperamosem breve disponibilizar em nosso laboratório.Para os testes iniciais, posicionamos correta-mente alguns ciclistas em uma bicicleta, na qualo selim foi instrumentado com alguns sensoresde pressão. Com essa tecnologia que estamosaprimorando, vamos buscar qualificar ainda maisa análise científica do posicionamento do ciclista- ao mesmo tempo em que se levantam infor-mações para estudos sobre desenhos de selim eo tão comentado risco de impotência para ciclis-tas devido à pressão no períneo (falamos sobre

. isso na edição 60, em 2005).Um dos resultados preliminares dessa meto-dologia é a figura 12. Os pontos coloridosindicam os de maior pressão no selim. O bomposicionamento pode estar diretamente relaciona-do à distribuição ideal da pressão no selim.Ainda que esse novo trabalho não esteja vincula-do com a fabricação e avaliação de selins, talvezem um futuro próximo desperte interesse não sódos ciclistas, mas também dos fabricantes, embusca de informações para qualificação dos pro-dutos que temos no mercado.

Esperamos que as dicas para avaliação de posi-cionamento descritas aqui sirvam para ajudar nos-sos ciclistas a terem mais conforto e prazer

enquanto pedalam. O Brasil tem um enorme potencial para o ciclismo, sendo nosso dever incentivar eajudar ao máximo o desenvolvimento desse tão nobre esporte. Isso possibilitará aos amantes e simpati-

[ zantes do esporte a visualização de inúmeros atletas brilhando em competições, novos adeptos e gruposde pedalada. Isso também ajudará a sermos mais respeitados no trânsito. Se você ficou interessado emmais detalhes, deseja fazer algum comentário ou tem dúvidas, entre em contato conosco(www.ufsm.br/gepec). Será um prazer ajudarl s

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