Escola Classica Inglesa

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O PENSAMENTO ECONÓMICO DA ESCOLA FISIOCRATA AO KEYNESIANISMO VANESSA CARVALHO 21140200 SANDRA FERREIRA 21140232 RESUMO: A fase científica do pensamento económico é a mais importante, porque é a mais visível e influenciável nos dias de hoje. Esta fase pode ser dividida em 3 escolas do pensamento, nomeadamente a Escola Fisiocrata, a Clássica e o Marxismo. O pensamento fisiocrata acredita numa “ordem natural” afastando o estado das relações económicas. A escola clássica acredita na intervenção do estado no equilíbrio de mercado. Já o Marxismo defendia a queda do capitalismo e a ascensão do socialismo. Nos anos 30 surgiu o Keynesianismo, colocando de lado a doutrina clássica e estabelecendo uma análise económica dos problemas da sociedade, tais como o desemprego e a flutuação dos preços. INSTITUTO POLITÉCNICO DE COIMBRA INSTITUTO SUPERIOR DE ENGENHARIA DE COIMBRA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL MAIO DE 2007

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  • O PENSAMENTO ECONMICO

    DA ESCOLA FISIOCRATA AO KEYNESIANISMO

    VANESSA CARVALHO 21140200

    SANDRA FERREIRA 21140232

    RESUMO: A fase cientfica do pensamento econmico a mais importante, porque a mais visvel e influencivel nos dias de hoje. Esta fase pode ser dividida em 3 escolas do pensamento, nomeadamente a Escola Fisiocrata, a Clssica e o Marxismo. O pensamento fisiocrata acredita numa ordem natural afastando o estado das relaes econmicas. A escola clssica acredita na interveno do estado no equilbrio de mercado. J o Marxismo defendia a queda do capitalismo e a ascenso do socialismo. Nos anos 30 surgiu o Keynesianismo, colocando de lado a doutrina clssica e estabelecendo uma anlise econmica dos problemas da sociedade, tais como o desemprego e a flutuao dos preos.

    INSTITUTO POLITCNICO DE COIMBRA

    INSTITUTO SUPERIOR DE ENGENHARIA DE COIMBRA

    DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

    MAIO DE 2007

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    NDICE

    1. INTRODUO............................................................................................................ 2 2. ESCOLA FISIOCRATA (Sc. XVIII) ......................................................................... 2

    2.1 Franois Quesnay.................................................................................................... 3 3. ESCOLA CLSSICA (Fins do Sc. XVIII e incio do sc. XIX) ............................... 4

    3.1 Adam Smith (1723-1790) ....................................................................................... 4 3.2 Thomas Malthus (1766 1834).............................................................................. 5 3.3 David Ricardo (1772 1823) ................................................................................. 5 3.4 John Stuart Mill (1806 1873)............................................................................... 6 3.5 Jean Baptist Say (1768 1832) .............................................................................. 6 3.6 Crticas de Say a Adam Smith ................................................................................ 6 3.7 Crtica de Keynes s Teorias Clssicas................................................................... 7

    4. TEORIA NEOCLSSICA (Fins do sc. XIX ao incio do sc. XX)........................... 7

    4.1 Alfred Marshall (1842-1924).................................................................................. 8 4.2 Crticas de Samuels ao Neoclassicismo.................................................................. 9

    5. PENSAMENTO MARXISTA...................................................................................... 9

    5.1. Teoria da mais valia............................................................................................. 10 6. O KEYNESIANISMO (Dcada de 1930) .................................................................. 10 7. CONCLUSO............................................................................................................ 12 8. BIBLIOGRAFIA ....................................................................................................... .13

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    1. INTRODUO

    O pensamento econmico passou por diversas fases, que se diferenciam amplamente, com muitas discrepncias e contradies. No entanto a evoluo deste pensamento pode ser dividida em dois grandes perodos, a fase Pr-Cientfica e a fase Cientfica Econmica.

    A fase Pr-Cientfica composta por trs perodos, a Antiguidade Grega, que se caracteriza por um forte desenvolvimento nos estudos poltico-filosficos, a Idade Mdia, repleta de doutrinas teolgico-filosficas e tentativas de moralizao das actividades econmicas e o Mercantilismo, onde houve uma expanso dos mercados consumidores e consequentemente, do comrcio. Como iremos tratar do pensamento econmico que nos influncia actualmente, s abordaremos a fase cientfica.

    A fase cientfica pode ser dividida em Fisiocracia, Escola Clssica e Pensamento Marxista. A primeira relatava a existncia de uma ordem natural, onde o estado no deveria intervir nas relaes econmicas. Os pensadores clssicos acreditavam que o estado deveria intervir para equilibrar o mercado (oferta e procura) atravs do ajuste de preos. J o marxismo criticava a ordem natural e a harmonia de interesses, defendida pelos clssicos, afirmando que, tanto um como outro, resultava na concentrao de lucros e na explorao dos operrios.

    Apesar de fazer parte da fase cientfica, convm realar que a Escola Neoclssica e o Keynesianismo diferenciavam-se dos outros perodos, por elaborar princpios tericos fundamentais e revolucionar o pensamento econmico, merecendo portanto, destaque. na Escola Neoclssica, que o pensamento liberal se consolida, surgindo depois a teoria de valor. Na Teoria Keynesiana procura-se explicar as flutuaes de mercado e o desemprego. 2. ESCOLA FISIOCRATA (Sc. XVIII)

    A palavra fisiocrata significa governo da natureza, isto , de acordo com o pensamento fisiocrtico as actividades econmicas no deveriam ser reguladas de modo excessivo, nem orientadas por foras "antinaturais". Dever-se-ia conceder uma maior liberdade a essas actividades, pois "uma ordem imposta pela natureza e regida por leis naturais" governaria o mercado.

    Na escola fisiocrata a base econmica a produo agrcola, ou seja, um liberalismo agrrio, onde a sociedade estava dividida em trs classes: a classe produtiva, formada por agricultores, a classe estril, que engloba todos os que trabalham fora da agricultura (indstria, comrcio e profisses liberais) e a classe dos proprietrios de terrenos agrcolas, soberanos e feudais.

    A classe produtiva garantia a produo de meios de subsistncia e matrias-primas. Com o dinheiro obtido, pagavam a renda dos terrenos, os impostos ao estado, os dzimos e compravam ainda produtos da classe estril, obtidos na indstria. Como as outras classes tinham necessidade de comprar meios de subsistncia e matrias-primas, esse dinheiro voltava classe produtiva, ou seja,

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    voltava ao seu ponto de partida e o produto ter-se-ia dividido entre todas as classes, assegurando o consumo de todos.

    Para os fisiocratas, a classe dos lavradores era a classe produtiva, porque o trabalho agrcola era o nico que produzia um excedente, isto , produzia alm das suas necessidades. Este excedente era comercializado, o que garantia um rendimento para toda a sociedade. Pelo contrrio, na indstria, o valor produzido era gasto pelos operrios e industriais, no criando portanto, um excedente e consequentemente no garantia rendimentos.

    O Estado limitava-se a garantir a propriedade e a liberdade econmica, no devendo intervir no mercado. Era o "laissez-faire, laissez-passer", (deixar fazer, deixar passar), pois existia uma "ordem natural" que regia as actividades econmicas. Esta expresso refere-se a uma ideologia econmica que surgiu no sculo XVIII, perodo do Iluminismo, atravs de Montesquieu que defendia a existncia de mercado livre nas trocas comerciais internacionais, ao contrrio do forte proteccionismo baseado em elevadas tarifas alfandegrias, tpicas do perodo do mercantilismo. 2.1 Franois Quesnay

    Franois Quesnay (1694-1774), foi o fundador da escola fisiocrata e da primeira fase cientfica da economia, autor de livros como Tableau conomique que ainda hoje so inspirao para os economistas. Quesnay foi tambm autor de alguns princpios como o da filosofia social utilitarista, em que se deveria obter a mxima satisfao com o mnimo de esforo; o do harmonismo, no impedindo a existncia do antagonismo das classes sociais, pois acreditava na compatibilidade ou complementaridade dos interesses pessoais numa sociedade competitiva; e o da teoria do capital, onde os empresrios s poderiam comear o seu empreendimento possuindo j um certo capital acumulado, bem como os devidos equipamentos.

    No seu livro Tableau conomique, Quesnay representou um esquema do fluxo de bens e despesas entre as diferentes classes sociais que, para alm de evidenciar a interdependncia entre as actividades econmicas, mostrou como a agricultura fornece um "produto lquido" que repartido pela sociedade.

    Com o aparecimento da escola fisiocrata, surgiram duas ideias de grande relevncia para o desenvolvimento do pensamento econmico. A primeira diz que h uma ordem natural que rege todas as actividades econmicas, sendo intil criar leis organizao econmica. A segunda refere-se maior importncia da agricultura sobre o comrcio e a indstria, ou seja, a Terra a fonte de todas as riquezas que mais tarde faro parte destes dois campos econmicos.

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    3. ESCOLA CLSSICA (Fins do Sc. XVIII e incio do sc. XIX) A base do pensamento da Escola Clssica o liberalismo econmico defendido

    pelos fisiocratas, cujo principal membro foi Adam Smith, o qual no acreditava na forma mercantilista de desenvolvimento econmico, mas sim na concorrncia que impulsiona o mercado e consequentemente faz girar a economia.

    A teoria clssica surgiu do estudo de como conseguir manter a ordem econmica, atravs do liberalismo e da interpretao das inovaes tecnolgicas provenientes da Revoluo Industrial.

    Todo o contexto da Escola Clssica foi influenciado pela Revoluo Industrial, caracterizando-se pela procura do equilbrio do mercado (oferta e procura), pelo ajuste de preos, pela no interveno do estado na actividade econmica, predominando a actuao da "ordem natural" e pela satisfao das necessidades humanas atravs da diviso do trabalho, que por sua vez pressupe a fora de trabalho em vrias linhas de emprego.

    De acordo com o pensamento de Adam Smith, a economia no se deveria limitar aos metais preciosos e ao enriquecimento da nao, pois, segundo o mercantilismo, desta nao fazia parte apenas a nobreza, sendo que, a restante populao estaria excluda dos benefcios provenientes das actividades econmicas. A preocupao fundamental era a de elevar o nvel de vida de todo o povo.

    Na sua obra Wealth of Nations (Riqueza das Naes), Adam Smith estabelece princpios para a anlise do valor, dos lucros, dos juros, da diviso do trabalho e das rendas das terras, para alm de desenvolver teorias sobre o crescimento econmico, ou seja, sobre a causa da riqueza das naes, a interveno do estado, a distribuio dos lucros, a formao e a aplicao do capital.

    Alguns crticos de Smith afirmam que ele no foi original nas suas obras, devido ao seu mtodo, que se caracteriza por percorrer caminhos j trilhados, procurando segurana na utilizao de elementos j existentes. No entanto, sabe-se que as suas obras foram grandiosas para o desenvolvimento do pensamento econmico, devido sua clareza e ao esprito equilibrado. 3.1 Adam Smith (1723-1790)

    Filsofo, terico e economista, nascido na Esccia em 1723 dedicou-se quase que exclusivamente instruo. considerado o pai da Economia Poltica Clssica Liberal. O seu pensamento filosfico e econmico encontra-se basicamente na Teoria dos Sentimentos Morais (1759) e na Riqueza das Naes (1776), respectivamente. Os crticos dessas duas importantes obras de Smith afirmam haver um paradoxo entre ambas: na Teoria dos Sentimentos Morais, Smith teria como sustentao da sua concepo tica o lado simptico da natureza humana, enquanto que na Riqueza das Naes reala a ideia do homem movido pelo egosmo, constituindo-se este, na fora impulsionadora do comportamento humano, crtica essa repudiada e apontada como um falso problema, no havendo descontinuidade de uma obra para a outra.

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    As ideias liberais de Adam Smith, na Riqueza das Naes aparecem, entre outras, na defesa da liberdade absoluta do comrcio, que deve, no s ser mantida, como tambm incentivada pelas inegveis vantagens para a prosperidade nacional. Ao Estado, caber manter uma relao de subordinao entre os homens e por essa via, garantir o direito propriedade.

    Para Adam Smith as classes dividem-se em: classe dos proprietrios, classe dos trabalhadores que vivem de salrios e classe dos patres que vivem do lucro sobre o capital. A subordinao na sociedade deve-se a quatro factores: qualificaes, idade, fortuna e origem, pressupondo este ltimo fortuna antiga da famlia, que dava aos seus detentores mais prestgio e a autoridade da riqueza.

    Smith afirmava que a livre concorrncia levaria a sociedade perfeio uma vez que a procura do lucro mximo promove o bem-estar da comunidade. Smith defendia a no interveno do Estado na economia, ou seja o liberalismo econmico.

    3.2 Thomas Malthus (1766 1834)

    Thomas Malthus tentou colocar a economia em slidas bases empricas. Para ele o excesso populacional era a causa de todos os males da sociedade. A sua fama decorre dos estudos sobre a populao, contidos em dois livros conhecidos como Primeiro Ensaio e Segundo Ensaio. Ambos tm como princpio fundamental a hiptese de que as populaes humanas crescem em progresso geomtrica. Malthus estudou possibilidades de restringir esse crescimento, pois os meios de subsistncia poderiam crescer somente em progresso aritmtica. Segundo ele, esse crescimento populacional limitado pelo aumento da mortalidade e por todas as restries ao nascimento decorrentes da misria e do vcio. 3.3 David Ricardo (1772 1823)

    David Ricardo considerado um dos principais representantes da economia

    poltica clssica, exerceu uma grande influncia tanto nos economistas neoclssicos como nos economistas marxistas, o que revela sua importncia para o desenvolvimento da cincia econmica. Os temas presentes nas suas obras incluem a teoria do valor-trabalho na qual traa uma relao entre o trabalho e o seu respectivo valor monetrio; a teoria da distribuio, que relaciona os lucro e os salrios; o comrcio internacional e temas monetrios.

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    3.4 John Stuart Mill (1806 1873)

    John Stuart Mill foi um filsofo e economista ingls, um dos pensadores liberais mais influentes do sculo XIX. Foi um defensor do utilitarismo e introduziu na economia preocupaes de justia social. Mill ficou horrorizado com o facto de as mulheres serem privadas dos direitos financeiros ou das propriedades e comparou a saga feminina de outros grupos de desprovidos.

    3.5 Jean Baptist Say (1768 1832) Jean Baptist Say deu especial ateno ao empresrio e ao lucro; subordinou o

    problema das trocas directamente produo, tornando-se conhecida na concepo de que a oferta cria a procura equivalente, ou seja, o aumento da produo transforma-se em ganhos para trabalhadores e empresrios, que por sua vez seriam gastos na compra de outras mercadorias e servios.

    Say convicto de que o capitalismo se ajustara sempre s crises, formulou a Lei de Say que diz que "a oferta cria sua prpria procura".

    Partindo do pressuposto de que o mecanismo da economia funciona de modo perfeito e harmonioso, que tudo se governa de modo eficiente e subtil, o todo no problema e apenas as partes mereciam estudo e ateno.

    Foi o economista francs Jean Baptist Say que deu formulao definitiva a esta corrente de ideias na sua clebre Lei dos Mercados, a qual depois se transformou em dogma indiscutvel e aceite sem restries.

    De acordo com esta Lei, a superproduo impossvel, pois as foras do mercado operam de maneira tal, que a produo cria a sua prpria procura.

    Nestas condies os ganhos criados pelo processo produtivo sero fortemente gastos na compra desta mesma produo.

    3.6 Crticas de Say a Adam Smith Say recusa-se a acreditar que a produo deve analisar-se como o processo pelo

    qual o homem prepara o objecto para o consumo. Segundo Say, a produo realiza-se atravs do concurso de 3 elementos, o

    trabalho, o capital e os agentes naturais. Tal como Smith, Say considera o Mercado essencial, o que se verifica facilmente quando afirma que os salrios, os lucros e as rendas so preos de servios, sendo determinados pelo jogo da oferta e da procura no mercado desses factores.

    Adam Smith defendia que o trabalho produtivo era aquele que era executado com vista fabricao de um objecto material. Contrariamente, Say defende que h distino entre trabalho produtivo e trabalho no produtivo, afirmando que "todos

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    aqueles que fornecem uma verdadeira utilidade em troca dos seus salrios so produtivos".

    3.7 Crtica de Keynes s Teorias Clssicas O ponto em que Keynes se baseou para contestar os clssicos foi que, o

    trabalhador prefere sempre trabalhar a no trabalhar e que est interessado sobretudo em manter o seu salrio, o que significa que est sujeito ao fenmeno que este chamou de iluso monetria. A rigidez do salrio, decorre da resistncia do trabalhador em aceitar redues (em relao aos trabalhadores de outro ramo industrial) no seu salrio nominal, porque percebem que a sua situao relativa sofreu uma deteriorao, no sendo este o caso do salrio real, porque a sua queda afecta por igual todos os trabalhadores, a no ser que essa queda seja excessivamente grande.

    Keynes achava que os trabalhadores, ao agirem dessa forma, revelavam-se mais racionais que os prprios economistas clssicos, os quais culpavam os trabalhadores pela situao de desemprego, pois estes recusavam-se a aceitar redues no seu salrio nominal. Nessa altura, Keynes s tinha dois caminhos, ou explicava o salrio real e, a partir da, determinava o nvel de emprego, ou explicava primeiro o nvel de emprego para depois chegar ao salrio real. Keynes escolheu o segundo caminho, para ele no so os trabalhadores que controlam o emprego, mas sim a procura efectiva. Dessa maneira, a diminuio dos salrios nominais no constitui estratgia eficaz para aumentar o emprego, uma vez que a manipulao da procura representava uma poltica muito mais inteligente. Nesse aspecto, Keynes modifica a estrutura clssica: o emprego no valorizado devido reduo dos salrios reais, ... o que sucede o inverso, os salrios reais caem porque o emprego foi elevado mediante um aumento da procura, portanto, os contractos entre patres e empregados s determinam os salrios nominais, enquanto que os salrios reais so determinados por outras foras relacionadas com a procura associada e o emprego.

    4. ESCOLA NEOCLSSICA (Fins do sc. XIX ao incio do sc. XX)

    A partir de 1870 o pensamento econmico passava por um perodo de incertezas perante teorias contrastantes (marxista, clssica e fisiocrata). Esse perodo conturbado s teve fim com o aparecimento da Escola Neoclssica, em que se modificaram os mtodos de estudo econmicos, atravs dos quais se procurou a racionalizao e optimizao dos recursos escassos.

    Conforme a Teoria Neoclssica, o homem saberia racionalizar e, portanto, equilibraria os seus ganhos e os seus gastos. nela que se d a consolidao do pensamento liberal. Doutrinava um sistema econmico competitivo tendendo automaticamente para o equilbrio, a um nvel pleno de emprego dos factores de produo.

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    Pode-se dividir essa nova teoria em quatro importantes escolas: Escola de Viena ou Escola Psicolgica Austraca, Escola de Lausanne ou Escola Matemtica, Escola de Cambridge e a Escola Neoclssica Sueca. A primeira destaca-se por formular uma nova teoria do valor, baseada na utilidade (teoria subjectiva do valor), ou seja, o valor do bem determinado pela quantidade e utilidade do mesmo. Tambm chamada de Teoria do Equilbrio Geral, a Escola de Lausanne, enfatizava a interdependncia de todos os preos do sistema econmico para manter o equilbrio. A Teoria do Equilbrio Parcial, Escola de Cambridge considerava que a economia era o estudo da actividade humana nos negcios econmicos, portanto, a economia seria uma cincia do comportamento humano e no da riqueza. Por fim, a Escola Neoclssica Sueca que foi a responsvel pela tentativa da integrar a anlise monetria anlise real, o que mais tarde foi feito por Keynes.

    Em contraposio a Karl Marx, um importante neoclssico, Jevons, ponderava que o valor do trabalho deveria ser determinado pelo valor do produto e no o valor do produto determinado pelo valor do trabalho. Afinal, o produto depender da aceitao do preo pelo comprador para ser vendido.

    Com base em novos modelos tericos, com novas concepes de conceitos sobre valor, trabalho, produo e outros, os neoclssicos dispuseram-se a rever toda a anlise econmica clssica. Vrias obras foram escritas tendo por fim alcanar a cientificidade pura da economia. Alfred Marshall na sua obra Sntese Neoclssica tenta provar de que forma o livre funcionamento das relaes comerciais, garantiriam a plena utilizao dos factores de produo.

    A principal preocupao dos neoclssicos era o funcionamento de mercado e como chegar ao pleno emprego dos factores de produo, baseada no pensamento liberal.

    4.1 Alfred Marshall (1842-1924)

    Alfred Marshall, um dos grandes fundadores da teoria Neoclssica no sc. XIX, no processo da sua construo, procurou apoiar-se em dois paradigmas da cincia que no se combinam confortavelmente: o mecnico e o evolucionrio.

    Conforme o primeiro, a economia real entendida como um sistema de elementos (consumidores e firmas) que permanecem idnticos a si mesmos, exteriores uns aos outros, e que estabelecem relaes de trocas orientadas unicamente pelos preos. Estes ltimos tm a funo de equilibrar as ofertas e procuras que constituem os mercados. Na economia como num sistema mecnico preciso notar que todo movimento reversvel e nenhum envolve qualquer mudana qualitativa.

    Conforme o segundo, a economia real compreendida como um sistema em permanente processo de auto-organizao que apresenta propriedades emergentes. Os elementos do sistema evolucionrio podem transformar-se no tempo, influenciando-se uns aos outros, relacionando-se entre si de vrias formas, as quais tambm podem mudar. Ao contrrio do que ocorre no sistema mecnico, neste ltimo o movimento acompanha a flecha do tempo e os acontecimentos so irrevogveis.

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    Para Marshal preciso seguir o caminho da evoluo, que actualmente e atravs dos avanos tecnolgicos, o computador permite o desenvolvimento de modelos com base em dinmicas complexas. 4.2 Crticas de Samuels ao Neoclassicismo

    Embora Samuels pense que existia uma certa suplementariedade entre ambos, com notveis contribuies dos ltimos quanto ao funcionamento do mercado, para os institucionalistas, a principal falha do pensamento neoclssico est no individualismo metodolgico, que consiste em tratar indivduos como independentes, auto-subsistentes e com as suas preferncias definidas, enquanto que, na realidade, os indivduos so cultural e reciprocamente interdependentes, o que implica analisar o mercado do ponto de vista do colectivismo metodolgico. A oposio ao individualismo metodolgico d-se porque o mesmo assenta em motivos que falseiam a complexa, dinmica e interactiva realidade econmica, que pouco tem a ver com a racionalidade optimizada do equilbrio. Ao criticar a natureza esttica dos problemas e modelos neoclssicos, reafirmam a importncia em resgatar a natureza dinmica e evolutiva da economia.

    5. PENSAMENTO MARXISTA

    A principal reaco poltica e ideolgica ao classicismo foi feita pelos socialistas, mais precisamente por Karl Marx e Frederic Engels. Estes criticavam a "ordem natural" e a "harmonia de interesses", pois existia concentrao de riqueza e explorao do trabalho.

    O pensamento de Marx no se restringe unicamente ao campo da economia, mas abrange, tambm, a filosofia, a sociologia e a histria. Preconizava a queda da ordem capitalista e a insero do socialismo. Convm esclarecer que Marx no foi o fundador do socialismo, pois a formao deste j se tinha iniciado durante os perodos citados, tendo por incio a obra "A Repblica", onde Plato demonstra sinais de ideologia socialista. No entanto, as obras anteriores de Karl Marx, estiveram destitudas de sentido prtico e nada mais fizeram do que contrapor-se s prticas comerciais realizadas na poca.

    Em contraposio aos clssicos, Marx assegurava que erraram ao afirmar que a estabilidade e o crescimento econmico seria efeito da ordem natural e explica que "as foras que criaram essa ordem procuram estabiliz-la, ocultando o crescimento de novas foras que ameaam destrui-la, at que se afirmem e realizem as suas aspiraes".

    Ao afirmar que "o valor da fora de trabalho determinado, como no caso de qualquer outra mercadoria, pelo tempo de trabalho da produo, e consequentemente a reproduo, desse artigo em especial", Marx modificou a anlise do valor-trabalho (teoria objectiva do valor). Desenvolveu a teoria da mais-valia (explorao do trabalho), que a origem do lucro capitalista, de acordo com o pensamento marxista, analisou as crises econmicas, a distribuio da renda e a acumulao de capital.

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    No decorrer da evoluo do pensamento econmico, Marx exerceu grande impacto e provocou importantes transformaes com a publicao de duas conhecidas obras: Manifesto Comunista e Das Kapital. Segundo a sua doutrina, a industrializao vinha acompanhada de efeitos nefastos classe operria, tais como, baixo padro de vida, longa jornada de trabalho, salrios reduzidos e ausncia de legislao do trabalho.

    5.1. Teoria da mais valia

    Marx afirmava que a fora do trabalho era transformada em mercadoria e o seu valor corresponde ao socialismo necessrio.

    Na realidade, o que o trabalhador recebe o salrio de subsistncia, que o mnimo que assegura a manuteno e reproduo do trabalho. Mas, apesar de receber um salrio, o trabalhador acaba por criar um valor acrescentado durante o processo de produo, ou seja, fornece mais do que aquilo que custa, a essa diferena que Marx chama de mais valia. A mais valia no pode ser considerada um roubo, pois apenas fruto da sociedade privada dos meios de produo, no entanto, os capitalistas e os proprietrios procuram aumentar os seus rendimentos diminuindo o rendimento dos trabalhadores, esta a situao de explorao da fora de trabalho pelo capital que Marx mais critica.

    Marx critica a essncia do Capitalismo, que reside precisamente na explorao da fora de trabalho pelo produtor capitalista, e que segundo Marx, um dia haver de levar Revoluo Social.

    6. O KEYNESIANISMO (Dcada de 1930)

    Quando a doutrina clssica no se mostrava suficiente diante de novos factos econmicos, surgiu o economista ingls John Maynard Keynes que, com as suas obras, promoveu uma revoluo na doutrina econmica, opondo-se, principalmente, ao marxismo e ao classicismo, substituindo os estudos clssicos por uma nova maneira de raciocinar na economia, alm de fazer uma anlise econmica reestabelecedora do contacto com a realidade.

    Os seus objectivos eram de, principalmente, explicar as flutuaes econmicas ou flutuaes de mercado e o desemprego generalizado, ou seja, o estudo do desemprego numa economia de mercado.

    Opondo-se ao pensamento marxista, Keynes acreditava que o capitalismo poderia ser mantido, desde que fossem feitas reformas significativas, pois este mostrou-se incompatvel com a manuteno do pleno emprego e da estabilidade econmica, recebendo muitas crticas dos socialistas no que se refere ao aumento da inflao, ao estabelecimento da uma lei nica de consumo e ignorando as diferenas das classes. Por outro lado, algumas de suas ideias foram agregadas ao pensamento

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    socialista, como por exemplo, a poltica do pleno emprego e a do direcionamento dos investimentos.

    Keynes defendia a interveno moderada do Estado, afirmava que no havia razo para o socialismo do Estado, pois no seria a posse dos meios de produo que resolveria os problemas sociais. Ao Estado competia incentivar o aumento dos meios de produo e a boa remunerao de seus detentores.

    Roy Harrod acreditava que Keynes tinha trs talentos que poucos economistas possuam, a lgica, s assim se pde transformar num grande especialista na teoria pura da Economia; a tcnica de escrever lcida e convincentemente e um senso realista de como as coisas se realizavam na prtica.

    As suas obras estimularam o desenvolvimento de estudos no s no campo econmico, mas tambm nas reas da contabilidade e da estatstica. Na evoluo do pensamento econmico, at agora, no houve nenhuma obra que provocasse tanto impacto quanto a teoria geral do emprego, do juro e da moeda de Keynes.

    O pensamento Keynesiano deixou algumas tendncias que prevalecem at hoje no nosso actual sistema econmico, entre as principais, os grandes modelos macroeconmicos, o intervencionismo moderado do estado e a revoluo matemtica da cincia econmica.

    Os Keynesianos admitiram que seria difcil conciliar o pleno emprego e o controle da inflao, considerando, sobretudo, as negociaes dos sindicatos com os empresrios por aumentos salariais. Por esta razo, foram tomadas medidas que evitassem o crescimento de salrios e preos mas, a partir da dcada de 60, os ndices de inflao foram acelerados de forma alarmante.

    A partir do final da dcada de 70, os economistas tem adoptado argumentos monetrios em detrimento daqueles propostos pela doutrina Keynesiana, mas as recesses em escala mundial, das dcadas de 80 e 90, reflectem os postulados da poltica econmica de Jonh Maynard Keynes.

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    7. CONCLUSO

    Seriam necessrias muito mais palavras para fazer uma abordagem mais

    completa do pensamento econmico ao longo dos tempos. O pensamento esteve ao longo dos tempos imputado a vrias escolas e autores. No entanto, o toque aqui feito, mesmo que ligeiro nas vrias teorias, serve de ponto de partida a curiosos que queiram aprofundar mais estes assuntos.

    Est subjacente ao pensamento econmico o pensamento politico, sendo vrias as diferenas nos ideais entre escolas, que realam as diferenas entre esquerda e direita, entre estado e mercado.

    certo que as escolas no terminaro por aqui, o mundo evolui a cada segundo, o poder do estado confunde-se com o mercado, o centro cada vez mais a ideologia das massas e a globalizao leva a que muitos economistas, polticos e filsofos debatam a evoluo do mundo e a criao de novas escolas e pensamentos econmicos.

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    8. BIBLIOGRAFIA [[11]].. Neves, Joo Lus Csar (2000), Introduo Economia, 5 Edio, Ed. Verbo, Lisboa [[22]].. dEconomie, Trait [[33]].. http://pt.wikipedia.org/wiki/Economia#A_evolu.C3.A7.C3.A3o_da_economia_como_ci.C3.AAncia [[44]].. http://pt.wikipedia.org/wiki/Fisiocracia [[55]].. http://pt.wikipedia.org/wiki/Fran%C3%A7ois_Quesnay [[66]].. http://pt.wikipedia.org/wiki/Escola_keynesiana [[77]].. http://pt.wikipedia.org/wiki/Marxismo [[88]].. http://www.pensamentoeconomico.ecn.br/ [[99]].. http://www.gestiopolis.com/recursos/documentos/fulldocs/eco/keynespensamento.htm [[1100]]..http://www.economiabr.net/economia/1_hpe.html [[1111]]..http://www.economiabr.net/economia/1_conceitos2.html