Esstudo de caso obstruçao intestinal- Enfermagem

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4 1 HISTÓRICO DE ENFERMAGEM 1.1 COLETA DE DADOS 17/05/2013 às 07:15 W.S.B. 34 anos, branco, solteiro, sem filhos, natural de São Luis- MA, residente em Manaus, pintor. Foi admitido na emergência do H.P. Platão Araújo no dia 14/05/2013 às 18:30 acompanhado do irmão, relatando dor intensa no abdômen, náuseas e vômitos. Diagnóstico Clínico: Obstrução de intestinal (alça fechada). Foi submetido á laparotomia exploradora: Limpeza de Cavidade e Biópsia de linfonodos mesentérico. Nega tabagismo, alergia medicamentosa, alimentar, relata não consumir bebida alcóolica há seis meses. Ao exame físico: em repouso no leito, responsivo, orientado, eupneico, afebril, hipocorado, anictérico, turgor da pele normal, higiene pessoal satisfatória (asseado), higiene oral satisfatória, arcada dentaria incompleta, presença SNG, drenando média quantidade de bile, abdômen flácido com presença de ferida operatória com sinais flogisticos, ruídos hidroaéreo diminuído, timpânico e dolor a palpação, SVD presente, evacuações ausente aproximadamente 5 dias, acesso venoso em MSD salinizado e MMII sem presença de edemas. Aos SSVV ausculta pulmonar normal, sem presença de ruídos adventícios, R= 20 irpm, bulhas cardíacas normofonéticas em 2T, P= 86 bpm, P.A = 120x 70 mmHg e Tax: 34°C.

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1 HISTÓRICO DE ENFERMAGEM

1.1 COLETA DE DADOS

17/05/2013 às 07:15 W.S.B. 34 anos, branco, solteiro, sem filhos, natural de São Luis-

MA, residente em Manaus, pintor. Foi admitido na emergência do H.P. Platão Araújo no dia

14/05/2013 às 18:30 acompanhado do irmão, relatando dor intensa no abdômen, náuseas e

vômitos. Diagnóstico Clínico: Obstrução de intestinal (alça fechada). Foi submetido á

laparotomia exploradora: Limpeza de Cavidade e Biópsia de linfonodos mesentérico. Nega

tabagismo, alergia medicamentosa, alimentar, relata não consumir bebida alcóolica há seis

meses.

Ao exame físico: em repouso no leito, responsivo, orientado, eupneico, afebril,

hipocorado, anictérico, turgor da pele normal, higiene pessoal satisfatória (asseado), higiene

oral satisfatória, arcada dentaria incompleta, presença SNG, drenando média quantidade de

bile, abdômen flácido com presença de ferida operatória com sinais flogisticos, ruídos

hidroaéreo diminuído, timpânico e dolor a palpação, SVD presente, evacuações ausente

aproximadamente 5 dias, acesso venoso em MSD salinizado e MMII sem presença de

edemas.

Aos SSVV ausculta pulmonar normal, sem presença de ruídos adventícios, R= 20

irpm, bulhas cardíacas normofonéticas em 2T, P= 86 bpm, P.A = 120x 70 mmHg e Tax:

34°C.

1.2 EXAMES COMPLEMENTARES

1.2.1 Hemograma

a) Indicações:

A leucocitose > 15.000 células/mm3 ocorre em aproximadamente 75% dos pacientes

com OI; cerca de 50% apresentam acidose metabólica. Hiperamilasemia, hiperfosfatemia,

presença de fosfatase alcalina intestinal e fosfato inorgânico no lavado peritoneal já foram

descritos, mas a sensibilidade e especificidade destes maracadores ainda não foram

estabelecidas.

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Leucocitose desproporcional aos achados clínicos, hemoglobina e hematócrito

elevados (indicando hemoconcentração como resultado de seqüestro de líquido para dentro do

intestino e da cavidade peritoneal) e líquido peritoneal tingido de sangue (freqüentemente

com um conteúdo elevado de amilase) também não são específicos de IMA, mas sugerem

necrose intestinal avançada e sepse.

b ) A literatura indica o exame: No acompanhamento e na investigação das afecções hemorrágias do abdome agudo

são importantes o hematócrito e a dosagem da hemoglobina, que devem ser repetidos para

avaliação comparativa.

Hemograma 17/05/2013 20/05/2013 21/05/2013 ReferênciasHemoglobina 15.900 14.000 11.000 10 - 12Hematócrito 42.000 41.000 38.000 36 - 38Plaqueta 98.000 109.000 119.000 100 - 150Leucócito 14.900 13.500 11.200 5 - 8

1.2.2 Radiologia

a) Indicação:

No íleo adinâmico há dilatação difusa e irregular do intestino e presença de ar no reto.

Nos processos inflamatórios localizados (ex. pancreatite aguda) pode existir apenas uma alça

dilatada na sua vizinhança (alça sentinela).

No íleo mecânico a morfologia das alças intestinais é melhor estudada na radiografia

de decúbito dorsal, onde podemos identificar as válvulas coniventes, numerosas no jejuno e

escassas no íleo. Nas radiografias em posição ereta, sentada ou em decúbito lateral existem

níveis líquidos dispostos em escada, tanto mais numerosos quanto mais baixo for o nível da

obstrução.

No volvo do sigmóide a radiografia simples mostra enorme alça intestinal

preenchendo praticamente todo o abdome, com dois grandes níveis líquidos.

Na obstrução do cólon por fecaloma, além dos sinais de obstrução, evidencia-se alça

sigmoidiana dilatada, tendo seu lúmen imagem com densidade radiológica aumentada, com

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pequenas áreas de hipertransparência (imagem em “miolo de pão”), sugestiva de presença de

fezes.

A radiografia simples permite distinguir as obstruções do cólon com válvula íleo-cecal

continente (obstruções em alça fechada) pela dilatação isolada das alças colônicas

identificadas pela sua posição e morfologia característica (boceladuras). O diâmetro do ceco

superior a 12cm é considerado indicador da iminência de rotura e exige medidas terapêuticas

imediatas.

O sofrimento vascular da alça (estrangulamento) é sugerido pela identificação de alça

intestinal de paredes lisas, com densidade radiológica aumentada, especialmente se esta

imagem fica fixa e se repete em exames sucessivos.

b) A literatura indica o exame:

Esse tipo de raio-x é muito importante nas obstruções intestinais, onde permite

diferenciar o íleo adinâmico do mecânico, estimar a altura da obstrução mecânica (jejuno,

íleo ou cólon) e em alguns casos sugerir a existência de comprometimento vascular.

1.3 MEDICAMENTOS

1.3.1 Dipirona Sódica (NOVALGINA®)

APRESENTAÇÃO: frascos de 10 ml, 500mg/ml. Solução injetável de 2 ml.

INDICAÇÃO: Analgésico e antipirético.

MECANISMO DE AÇÃO: Atua no centro termorregulador hipotalâmico nos pacientes com hipertermia, provocando redução da temperatura corporal. A queda de temperatura decorre de maior perda de calor, possivelmente por aumentar a irradiação de calor através da pele. O efeito analgésico pode ser decorrente da capacidade que a dipirona tem de bloquear a síntese e a liberação de prostaglandinas, substâncias envolvidas diretamente na fisiopatologia do processo doloroso. Além desse efeito periférico, a dipirona pode atuar diretamente no tálamo, diminuindo a passagem de impulsos dolorosos, e, através dessa estrutura, reduzir a chegada de impulsos dolorosos ao nível do córtex sensitivo.

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REAÇÃO ADVERSA:

SVC: choque e discrasias sanguíneas tais como agranulocitose, leucopenia e trombocitopenia.

CUIDADOS DE ENFERMAGEM:

1) Monitorize. a função respiratória, pois podem ser observados ataques de asma em pacientes

predispostos a tal condição e hipotensão em caso de aplicação intravenosa muito rápida.

2) Monitorize dor e reações no local da injeção.

3) Administre a droga cuidadosamente em pacientes com condições circulatórias instáveis (PA

sistólica menor que 100 mmHg) e em pacientes com distúrbios hematopoiéticos.

4) Não administrar durante a gravidez e lactação.

5) Não administre em crianças menores de 3 meses ou pesando menos de 5 quilos, devido a

possibilidade de interferência na função renal.

6) Oriente o paciente a não ingerir bebida alcoólica, pois o efeito do álcool pode ser

potencializado.

7) Em caso de hipersensibilidade suspenda imediatamente o uso, comunique o médico.

8) Em pacientes com asma ou infecções respiratórias crônicas, bem como em pacientes com

hipersensibilidade de qualquer tipo, deve-se fazer um teste no inicio da aplicação, para

prevenir a ocorrência de choque. Interrompa a injeção após aplicar 0,1 ml a 0,2 ml e observe

as reações do paciente.

9) Como os demais analgésicos, a Dipirona sódica não deve ser administrada em altas doses ou

por longo tempo sem controle medico.

1.3.2 Cloridrato de Metoclopramida (EMETIC®, PLASIL®, PLAGEX®)

APRESENTAÇÃO: Comprimidos de 10mg. Ampolas de 2ml com 10mg. Frascos de 10ml com 4mg/ml. Gotas pediátricas de 5 mg/ml.

INDICAÇÃO: Distúrbio da motilidade, náusea e vomito, para facilitar o procedimento

radiológico do trato GI.

MECANISMO DE AÇÃO: Estimula a motilidade do trato gastrointestinal superior sem

estimular a secreção gástrica, biliar e pancreática; relaxa o esfíncter pilórico.

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REAÇÃO ADVERSA:

SNC: inquietação, sonolência, fadiga, insônia, reação extrapiramidal, distonia, tontura e

ansiedade.

SGI: náusea, diarreia.

SCV: hipertensão transitória.

CUIDADOS DE ENFERMAGEM:

1. Monitorize e comunique ao médico reação extrapiramidal.

2. Oriente o paciente para não ingerir bebida contendo álcool, tranquilizantes, sedativos, pois

pode ocoorer sedação seria.

3. I.V.: infundir lentamente acima de 2 a 3 minutos. Diluir em Soro glicosado5% ou Soro

fisiológico 0,9% na concentração de 10mg em 50ml e infundir em 15 minutos.

4. Oriente o paciente a não dirigir veículos, nem exercer atividade perigosa, pois a droga tem

efeito sedativo.

1.3.3 Ceftriaxona 1 g (ROCEFIN®)

APRESENTAÇÃO: pó para solução injetável intramuscular (I.M) acompanhado de ampola

de diluente. Caixa com 01 frasco - ampola de ceftriaxona sódica 500 mg ou 1000 mg.

Acompanham ampolas de diluente de 02 ml ou 3,5 ml.

INDICAÇÃO: tratamento de infecção intra-abdominal; infecção pélvica (em mulheres) e

profilaxia de infecção perioperatória.

MECANISMO DE AÇÃO: caracteriza-se por uma meia-vida de eliminação

extraordinariamente longa de aproximadamente 8 horas, em adultos sadios. As áreas sob as

curvas de concentração plasmática pelo tempo, após administração intramuscular e

intravenosa são idênticas, ou seja, a biodisponibilidade da ceftriaxona sódica após

administração intramuscular é de 100%.

REAÇÕES ADVERSAS: exantema, dermatite alérgica, prurido, urticária, edema e eritema

multiforme. Casos isolados de reações cutâneas adversas graves foram relatados: eritema

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multiforme, síndrome de Stevens- Johnson ou síndrome de Lyel que é a chamada necrose

epidérmica tóxica (CLAYTON, 2006).

CUIDADOS DE ENFERMAGEM:

Usar cuidadosamente em pacientes com disfunções hepática e renal.

Monitorizar as funções hepáticas e renais.

I.V: diluir em 1g em 10 ml de água destilada em 2g em 20 ml de água destilada e infunda

em 3 a 5 minutos.

I.M: administrar profundamente no músculo glúteo.

1.3.4 Ranitidina

APRESENTAÇÃO: Cápsula de 150mg. Frascos-ampolas 25 mg.

INDICAÇÃO: Úlcera duodenal: 20mg 4 vezes ao dia durante 4 a 8 semanas. Ulcera

gástrica: 40mg 4 vezes ao dia durante 4 a 8 semanas. Esofagite erosiva: 20mg/dia durante 4 a

8 semanas.

MECANISMO DE AÇÃO: Age antagonizando a ação da histaminia. Este fármaco inibe a

secreção basal de acido gástrico, reduzindo tanto o volume, quanto o conteúdo de ácido e

pepsina da secreção. Tem ação bactericida contra o Helicobacter Pylori in vitro e possui

ações protetoras da mucosa.

REAÇÃO ADVERSA

SNC: cefaleia, tontura, astenia, insônia, ansiedade, parestesia.

SGI: diarreia, dor abdominal, náusea, vomito, constipação, boca seca.

S. RESPIRATÓRIO: tosse, epistaxe.

PELE: rash cutâneo, urticária, prurido, alopecia, boca seca.

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CUIDADOS DE ENFERMAGEM

1. Administrar a droga antes das refeições. Não mastigar nem macerar a cápsula.

2. Observe a ocorrência de diarréia.

3. Oriente o paciente a usar a droga conforme a prescrição medica.

1.3.5 Tramadol

APRESENTAÇÃO: Comprimido 50 mg, 100 mg, frasco com 100 mg/ml, Frasco ampola

50 mg/ 1ml e 100mg/2mm.

INDICAÇÃO: É indicado para o alivio da dor de intensidade moderada a grave, do tipo

aguda, subaguda e crônica.

MECANISMO DE AÇÃO: É um opióde, com efeito analgésico considerável, utilizado para

aliviar a dor. Inico de ação do tramal ocorre aproximadamente, dentro de uma hora, após,

administração via oral, EV imediato.

REAÇÃO ADVERSA

SNC: cefaleia, tontura, astenia, ansiedade.

SGI: náusea,vomito, constipação, boca seca, distensão abdominal.

SCV: taquicardia, palpitação, hipotensão.

PELE: cutâneo, urticária, prurido, suor, rash.

CUIDADOS DE ENFERMAGEM

1. Observar hipotensão.

2. Observar sinais de alergias.

3. Oriente o paciente a usar a droga conforme a prescrição medica.

4. Observar sinais de taquicardia.

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1.3.6 Metronidazol

APRESENTAÇÃO: Comprimido 50 mg, 100 mg, frasco com 100 mg/ml, Frasco ampola

50 mg/ 1ml e 100mg/2mm.

INDICAÇÃO: É um Tricomonicida, antibacteriano, amebicida, antiprotozoário.

MECANISMO DE AÇÃO: O mecanismo de ação do fármaco consiste na inibição da síntese

de acido dexorribonucléito e na degradação do DNA da célula bacteriana.

REAÇÃO ADVERSA

SNC: cefaleia, tontura, convulsão, encefalopatia.

SGI: náuseas,vômito, constipação, boca seca.

SCV: taquicardia, palpitação, hipotensão.

PELE: cutâneo, urticária, prurido, rubor, agioedema, hipertermia.

CUIDADOS DE ENFERMAGEM

1. Verificar a via e a dose de administração.

2. Observar sinais de alergias.

3. Oriente o paciente a usar a droga conforme a prescrição medica.

4. Observar sinais de taquicardia.

5. Oriente o paciente para não ingerir bebida contendo álcool, tranquilizantes, sedativos,

pois, pode ocorrer hepatotoxidade.

6. Infundir a droga lentamente, diluída em soro fisiológico a 0,9%.

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1.3.7 Tenoxicam

APRESENTAÇÃO:Franco ampola com 20mg/ml.

INDICAÇÃO: É um medicamento anti-inflamatório esteroidal do grupo dos oxicans

indicado para o tratamento da dor leve a moderada, especialmente em condições como artrite

reumatoide, osteoartrite, e outras enfermidades reumáticas, assim como nos tratamentos

sintomáticos do lumbago, gota aguda, miosite, bursites, tendinites e entorses. O tenoxicam

dever usado com precaução em pacientes com antecedentes de ulcera péptica ou que já fora

sido diagnosticado insuficiência renal.

MECANISMO DE AÇÃO: A substância ativa do Tilatil® (tenoxicam), tenoxicam, é uma

droga antiinflamatória não esteróide (AINE) com propriedades antiinflamatórias, analgésicas,

antipiréticas e também inibidoras da agregação plaquetária. O tenoxicam inibe a biossíntese

das prostaglandinas tanto in vitro (vesículas seminais de carneiro) como in vivo (proteção da

toxicidade induzida pelo ácido araquidônico em camundongos). Testes in vitro com

peroxidase de leucócitos sugerem que o tenoxicam pode atuar como um neutralizador do

oxigênio ativo no local da inflamação. Tilatil® (tenoxicam) é um potente inibidor in vitro das

metaloproteinases humanas (estromelisina e colagenase), que induzem o catabolismo da

cartilagem. Estes efeitos farmacológicos explicam, pelo menos em parte, o benefício

terapêutico do Tilatil®(tenoxicam) no tratamento das doenças inflamatórias dolorosas e

degenerativas do sistema músculo-esquelético.

REAÇÃO ADVERSA

SNC: cefaleia, tontura, sonolência.

SGI: náuseas, vômito, constipação, epigastralgia, aftas.

PELE: cutâneo, urticária, prurido, rubor.

CUIDADOS DE ENFERMAGEM

1. Verificar a via e a dose de administração.

2. Observar sinais de alergias.

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3. Oriente o paciente a usar a droga conforme a prescrição medica.

4. Oriente o paciente para não ingerir bebida contendo álcool, tranquilizantes, sedativos,

pois, pode ocorrer hepatotoxidade.

5. Infundir a droga lentamente, diluída em soro fisiológico a 0,9%.

1.4 DIAGNÓSTICO MÉDICO

A obstrução intestinal é uma síndrome (um conjunto de sinais e sintomas que

caracterizam um estado de doença) em que o conteúdo, tanto do intestino delgado quanto do

grosso, não pode progredir até o reto, impossibilitando sua eliminação do organismo. O

bloqueio do conteúdo intestinal pode ocorrer por uma obstrução mecânica do interior do

intestino ou por paralisia do músculo intestinal, e então chamamos de íleo paralítico. Esse

bloqueio pode ser completo ou parcial, no delgado ou no grosso, apresentar sofrimento

vascular ou não (diminuição do aporte de sangue oxigenado e com nutrientes), e ainda

podemos ter uma obstrução chamada em alça fechada, quando existem dois níveis de

obstrução e o conteúdo entérico não vai nem para frente nem para trás.

A obstrução mecânica pode dar-se por três formas:

Obstrução do interior intestinal provocada por tumores que crescem para onde transita o

conteúdo fecal, invaginações do intestino, pólipos que são semelhantes a verrugas, grandes

cálculos biliares, corpos estranhos, fecalomas (pedras de fezes ressecadas).

Obstrução provocada por problemas da parede intestinal, como inflamações causadas por

tuberculose, radioterapia etc. Obstrução causada por compressão externa, como tumores que

crescem fora do intestino, aderências abdominais (abdome que sofreu várias cirurgias) que

provocam acotovelamento do intestino, volvo de sigmóide (torção). Hérnias são importantes

causas extrínsecas de obstrução intestinal.

O íleo paralítico é observado no pós-operatório de cirurgia abdominal, alteração de

eletrólitos, processos infecciosos de pulmões, dos rins, septicemia (infecção generalizada),

fraturas de bacia, coluna etc... A obstrução provoca distensão do intestino pelo acúmulo de

líquidos e gases. Se completa, pode ser tão intensa ao ponto de impedir a movimentação do

diafragma, interferindo na respiração. Se baixa, pode levar o conteúdo fecal a refluir pela boca

através de vômitos. Ocorre desidratação, taquicardia, prejuízo na filtração renal, hipotensão e

rápida multiplicação de bactérias intestinais. Quando a obstrução é no intestino grosso, a

válvula íleocecal, que fica na transição dos dois intestinos, se competente, não permite que o

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conteúdo reflua para o delgado, podendo haver a ruptura do ceco com graves conseqüências.

Observamos dor abdominal importante, tipo cólica inicialmente e depois permanente,

distensão, vômitos, constipação, aumento do peristaltismo, incapacidade de eliminar flatos.

Pode haver desidratação, febre, hipotensão, perda de peso significativa nos casos de tumores.

Normalmente podemos fazer diagnóstico da síndrome apenas com a história e exame físico.

Exames complementares ajudam a estipular a causa e instituir o tratamento. Deve haver

estabilização clínica do paciente antes de qualquer procedimento. Invariavelmente o

tratamento é cirúrgico, menos no caso do íleo paralítico.

2 DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM

Agrupamento

de dados

Diagnóstico Prescrição Justificativa

Ferida cirúrgica

de 20 cm,

SVD, SNG e

acesso venoso

periférico.

Risco de infecção,

relacionado a

procedimentos

invasivos.

(NANDA, 2012-2014)

- Observar ferida sinais

flogisticos.

- Checar tensão do curativo e

aplica o esparadrapo no

centro da incisão para

margem evitando embrulhar

o curativo ao redor da

extremidade.

- Avaliar as quantidades e

características das secreções.

(DOENGES,2003)

- Reduz o risco de trauma e

rompimento da ferida.

- Pode prejudicar/fechar a

circulação para a ferida e para

a porção distal da extremidade.

- A diminuição das secreções

sugere evolução do processo

de cicatrização, enquanto a

drenagem continua ou

presença de exsudato

sanguinolento/cheiro forte

sugere complicações.

DOENGES,2003)

Motilidade

diminuída do

trato

gastrointestinal

, ingestão

insuficiente de

Risco de constipação,

relacionado ao uso de

agentes anti-

inflamatórios, repouso

no leito, fraqueza dos

músculos abdominais e

-Investigar hábitos intestinais

e estilo de vida anterior do

paciente.

-Rever o padrão da dieta e

quantidade/tipo de liquido

- Ajuda na formulação de

orientações de mudanças de

hábitos alimentares.

-A ingestão adequada de fibras

e resíduos formam um bolo

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líquidos e

hábitos

alimentares

inadequados.

ingesta insuficiente de

liquidos.

(NANDA, 2012-2014)

ingeridos (ingesta hídrica,

fibras, legumes e frutas).

-Estimulara a ingesta hídrica

no mínimo 2 litros por dia,

em pequenas quantidades

para evitar náuseas e

deambulação.

fecal e o liquido é um fator

importante na determinação da

consistência das fezes.

- A ingesta adequada de

líquidos e deambulação

aumentam a motilidade

intestinal.

(DOENGES, 2003)

Relatos de

insônia,

cansaço

irritabilidade.

Distúrbio do Sono,

relacionado à mudança

de ambiente e rotinas

da instituição,

evidenciado por relatos

de dificuldade para

dormir, sono

interrompido, sensação

de cansaço, acorda mais

cedo do que gostaria e

aumento da

irritabilidade.

(NANDA, 2012-2014)

- Estabelecer nova rotina

para dormir, incorporando o

padrão antigo ao novo

ambiente.

- Instruir sobre medidas de

relaxamento, reduzir o

barulho e a luz, encorajá-la a

ficar em posição confortável.

- Evitar interrupções, quando

possível, promovendo

esquemas de conforto para a

hora de dormir.

(DOENGES, 2003)

- Quando uma nova rotina

contem muitos aspectos dos

antigos hábitos, o estresse e a

ansiedade reduzem e

aumentam o sono.

- Ajuda a induzir ao sono e

promove efeito

relaxante/calmante.

- O sono ininterrupto é mais

prazeroso e o paciente pode

ser incapaz de voltar a dormir

depois de acordado.

(DOENGES, 2003)

3 AVALIAÇÃO DE ENFERMAGEM

17/05/2013 07h30min. Paciente encontra-se em repouso no leito, ansioso, responsivo,

eupneico, normotenso, colaborativo quanto aos procedimentos, ferida cirúrgica apresenta

evidências de processo infeccioso, exsudação purulenta e odor característico, bordas

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hiperemiadas e irregulares, abdômen flácido, dor difusa a palpação, SNG aberta drenando

média quantidade de resíduos gástricos de cor marrom claro, retirada SVD, débito urinário

presente e evacuações ausentes há 5 dias. Realizado limpeza da FO com SF 0,9%, drenagem

do exsudato e curativo oclusivo.

20/05/2013 07h10min h. Paciente encontra-se em repouso, realizando leitura bíblica,

calmo, responsivo, colaborativo quanto aos procedimentos, normotenso, hipocorado,

eupneico, retirada de SNG, abdômen flácido, dor epigástrica a palpação, ferida operatória

drenando pouco quantidade de exsudato, bordas irregulares e redução do edema, débito

urinário presente e evacuações ausente há 6 dias. Realizado limpeza da FO com SF 0,9%,

drenagem do exsudato e curativo oclusivo.

21/05/2013 07h20min h. Paciente encontra-se em repouso, realizando leitura bíblica,

calmo, responsivo, colaborativo quanto aos procedimentos, sitio cirúrgico sem sinais

logísticos, abdômen plano, debito urinário presente, relatou pequeno incomodo a evacuação

após seis dias, sem queixas álgicas.

CONCLUSÃO

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Diante do observado durante as práticas desenvolvidas é que os padrões de cuidado

profissional, os prestadores destes cuidados (enfermeiros) e os clientes a quem se destinam

estes cuidados estão inseridos, muitas vezes, num ambiente inadequado e insatisfatório.

Em relação aos padrões de cuidado profissional, percebe-se que o conhecimento

teórico obtido na graduação e as condutas universalmente aceitas devem se adequar às normas

da unidade hospitalar em estudo, respeitando a rotina estabelecida pelo serviço em questão,

com suas particularidades e peculiaridades.

A elaboração do plano de cuidados é uma etapa posterior a um instrumento histórico

de coleta de dados do paciente, com descrição minuciosa e relevante dos achados

encontrados.

Já o diagnóstico de enfermagem, os resultados obtidos e as prescrições advindas são

oriundos de um bom instrumento de coleta. É através dele que o enfermeiro irá elaborar os

cuidados ao paciente, descrever seus usos e realizar as adaptações que se fazem necessárias.

Em relação ao enfermeiro, este se destaca dos demais profissionais da saúde, pois para

o exercício de sua profissão, deve valer dos conhecimentos teóricos, práticos, críticos,

sociológicos e éticos para implantar e aperfeiçoar um plano de assistência adequado e útil ao

paciente. Além disso, o enfermeiro ainda atua na colaboração e coordenação de outros

profissionais dentro do serviço de saúde.

Finalmente, o contato do aluno com estas situações é de suma importância para seu

desenvolvimento profissional e humano. O exemplo do paciente acompanhado, sua situação

real, sua individualidade e o plano de cuidado proposto para ele são necessários para que o

futuro enfermeiro desenvolva habilidade técnica e reflexão crítica para adaptar o processo de

enfermagem à prática de sua profissão.

REFERÊNCIAS

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CAETANO, Norival. Guia de Remédios. 6. ed. São Paulo: Escala, 2003.

CLAYTON, Bruce D.; STOCK, Yvonne N. Farmacologia na Prática de Enfermagem. 13.

ed. São Paulo: Elsevier, 2006.

DOENGES, Marilynn E.; MOORHOUSE, Mary Frances; GEISSLER, Alice C. Planos de

Cuidado de Enfermagem: orientações para o cuidado individualizado do paciente. 5. ed. Rio

de Janeiro: Guanabara-Koogan, 2003.

DOENGES, Marilynn E.; MOORHOUSE, Mary Frances; MURR, Alice C. Diagnósticos de

Enfermagem: intervenções, prioridades, fundamentos. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara-

Koogan, 2011.

FURASTÉ, Pedro Augusto. Normas Técnicas para o Trabalho Científico. 15. ed. Porto

Alegre: Dáctilo-Plus, 2009.

MELTZER, S. C; BARE, B.G. BRUNNER & SUDDARTH: Tratado de

EnfermagemMédico- Cirúrgica. 10 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. Vol. I

MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de Metodologia

Científica. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2009.

NANDA Internacional Diagnóstico de Enfermagem da Nanda: definições e classificação

2009-2011. Porto Alegre: Artmed, 2010.

SILVA, José Maria; SILVEIRA, Emerson de Sena. Apresentação de Trabalhos Acadêmicos:

normas e técnicas. 4. ed. Petrópolis: Vozes, 2009.