Estrutura Industrial e Mudança Tecnológica na Economia Sucroalcooleira Prof. Maria da Graça D....

32
Estrutura Industrial e Mudança Tecnológica na Economia Sucroalcooleira Prof. Maria da Graça D. Fonseca (IE-UFRJ) Charles Ménard Costa (Consultor Infosucro)

Transcript of Estrutura Industrial e Mudança Tecnológica na Economia Sucroalcooleira Prof. Maria da Graça D....

Page 1: Estrutura Industrial e Mudança Tecnológica na Economia Sucroalcooleira Prof. Maria da Graça D. Fonseca (IE-UFRJ) Charles Ménard Costa (Consultor Infosucro)

Estrutura Industrial e Mudança Tecnológica

na Economia Sucroalcooleira

Prof. Maria da Graça D. Fonseca (IE-UFRJ)Charles Ménard Costa (Consultor Infosucro)

Page 2: Estrutura Industrial e Mudança Tecnológica na Economia Sucroalcooleira Prof. Maria da Graça D. Fonseca (IE-UFRJ) Charles Ménard Costa (Consultor Infosucro)

Competitividade da Indústria

Page 3: Estrutura Industrial e Mudança Tecnológica na Economia Sucroalcooleira Prof. Maria da Graça D. Fonseca (IE-UFRJ) Charles Ménard Costa (Consultor Infosucro)

O sistema de produção do agronegócio da cana-de-açúcar tira sua competitividade de 3 importantes fatores:

1. Expansão da demanda interna e externa de seus principais produtos (açúcar, energia e principalmente álcool).

2. Ganhos de produtividade importantes na fase agrícola de produção, obtidos com investimentos em P&D.

3. Base de produção diversificada permitindo ganhos em termos de economia de escopo.

Page 4: Estrutura Industrial e Mudança Tecnológica na Economia Sucroalcooleira Prof. Maria da Graça D. Fonseca (IE-UFRJ) Charles Ménard Costa (Consultor Infosucro)

O mercado de açúcar apesar de estar totalmente consolidado tem um consumo mundial que aumenta em 2% ao ano.Com a globalização, países como a China descobrem os prazeres de Coca-Cola e Danone, por exemplo.

Page 5: Estrutura Industrial e Mudança Tecnológica na Economia Sucroalcooleira Prof. Maria da Graça D. Fonseca (IE-UFRJ) Charles Ménard Costa (Consultor Infosucro)

O Mercado de energia elétrica no Brasil virou um atrativo para a industria sucroalcooleira depois do apagão de 2001 e desde que o país cresce a uma taxa de 5% ao ano. Quase nenhum projeto, hoje, de construção de usina não contempla a possibilidade da cogeração de energia a partir do bagaço.

Page 6: Estrutura Industrial e Mudança Tecnológica na Economia Sucroalcooleira Prof. Maria da Graça D. Fonseca (IE-UFRJ) Charles Ménard Costa (Consultor Infosucro)

O mercado de álcool como biocombustível

1 - Mercado interno : o motor flexfuel

Page 7: Estrutura Industrial e Mudança Tecnológica na Economia Sucroalcooleira Prof. Maria da Graça D. Fonseca (IE-UFRJ) Charles Ménard Costa (Consultor Infosucro)

O mercado de álcool como biocombustível

2 – Mercado externo : diminuição da dependência do petróleo como combustível e preocupações ambientais

Page 8: Estrutura Industrial e Mudança Tecnológica na Economia Sucroalcooleira Prof. Maria da Graça D. Fonseca (IE-UFRJ) Charles Ménard Costa (Consultor Infosucro)

PROJEÇÃO DA DEMANDA E INVESTIMENTOS

Page 9: Estrutura Industrial e Mudança Tecnológica na Economia Sucroalcooleira Prof. Maria da Graça D. Fonseca (IE-UFRJ) Charles Ménard Costa (Consultor Infosucro)

Ganhos de produtividade

72,09

46,23

148,46

81,44

40

45

50

55

60

65

70

75

80

55

65

75

85

95

105

115

125

135

145

155

Tons of Cane / Ha Kg TRS / Ton of Cane

Source: INFOSUCRO/IE/UFRJ: statistics quoted from FONSECA e MENARD, 2008. *kg TRS / Ton of cane = total reducing sugar per sugar cane crush ton.

Evolução dos indicadores de produtividade - Brasil

Page 10: Estrutura Industrial e Mudança Tecnológica na Economia Sucroalcooleira Prof. Maria da Graça D. Fonseca (IE-UFRJ) Charles Ménard Costa (Consultor Infosucro)

Ganhos de produtividade

1 – Agrícola: aumento de 56% no período analisado. Principais causas:

Uso de terra cada vez mais ferteis (migração de usinas do nordeste para o sudeste, por exemplo). Desenvolvimento de variedade de canas específicas para cada tipo de solo e região. Desenvolvimento de variedades de cana mais resistentes a doenças e pragas. Avanço da pesquisa no campo da engenharia genêtica da cana de açúcar. Desenvolvimento de tecnologia de ponta para monitoramento dos taliões.

2 – Industrial: aumento de 80% no período analisado. Principais causas:

É inegável que houve avanço na área industrial tais como melhoria de processos, automação industrial e avanços tecnológicos, principalmente no tocante a parte de fabricação do álcool. Porém a grande contribuição para o aumento na produtividade industrial deriva das inovações técnologicas na área agrícola, principalmente no ramo da engenharia genética da cana.

Page 11: Estrutura Industrial e Mudança Tecnológica na Economia Sucroalcooleira Prof. Maria da Graça D. Fonseca (IE-UFRJ) Charles Ménard Costa (Consultor Infosucro)

Ganhos de produtividade

Se traduz por redução de custosSe traduz por redução de custos

Page 12: Estrutura Industrial e Mudança Tecnológica na Economia Sucroalcooleira Prof. Maria da Graça D. Fonseca (IE-UFRJ) Charles Ménard Costa (Consultor Infosucro)

Ganhos de produtividadeInvestimentos em P&D

Page 13: Estrutura Industrial e Mudança Tecnológica na Economia Sucroalcooleira Prof. Maria da Graça D. Fonseca (IE-UFRJ) Charles Ménard Costa (Consultor Infosucro)

Economias de escopo

Page 14: Estrutura Industrial e Mudança Tecnológica na Economia Sucroalcooleira Prof. Maria da Graça D. Fonseca (IE-UFRJ) Charles Ménard Costa (Consultor Infosucro)

Produção e Estrutura de Mercado

Page 15: Estrutura Industrial e Mudança Tecnológica na Economia Sucroalcooleira Prof. Maria da Graça D. Fonseca (IE-UFRJ) Charles Ménard Costa (Consultor Infosucro)

Indicadores de concentração

  1999/2000 2000/2001 2001/2002 2002/2003 2003/2004 2004/2005 2005/2006 2006/2007 2007/2008

SUGAR CANE

PROCESSED

267.135.742 207.068.850 244.219.523 268.547.942 299.091.023 328.727.155 336.979.578 360.030.337 433.399.940

ACTIVE GROUPS

196 180 175 171 172 175 177 169 196

AVERAGE PROCESSED BY GROUP

1.362.937 1.150.383 1.395.540 1.570.456 1.738.901 1.878.441 1.903.839 2.130.357 2.211.224

HHI 0,0130537 0,01408149 0,01421906 0,01600628 0,01568769 0,01515627 0,01959131 0,01922797 0,018427488

Source: Infosucro (2007)

Evolution of HHI concentration index in sugar and ethanol industry by economic group in Center-South region

Page 16: Estrutura Industrial e Mudança Tecnológica na Economia Sucroalcooleira Prof. Maria da Graça D. Fonseca (IE-UFRJ) Charles Ménard Costa (Consultor Infosucro)

Chart 4 – Concentration rates in the center-south sugar cane industry

INDUSTRIAL CONCENTRATION RATE

14% 14,6% 14% 16% 16% 15% 18% 17% 18%

29% 29% 29% 27% 30% 29% 30%

43% 43% 43% 42% 44% 43% 44%

27% 28,7%

41% 43,4%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

1999/2000 2000/2001 2001/2002 2002/2003 2003/2004 2004/2005 2005/2006 2006/2007 2007/2008

Cr (4) Cr (10) Cr (20)

tc

Source: Source: INFOSUCRO/IE/UFRJ: statistics quoted from FONSECA e MENARD, 2008

Indicadores de concentração II

Page 17: Estrutura Industrial e Mudança Tecnológica na Economia Sucroalcooleira Prof. Maria da Graça D. Fonseca (IE-UFRJ) Charles Ménard Costa (Consultor Infosucro)

Estrutura de mercado e escala mínima eficiennte Uma industria ainda muito desconcentrada. Mesmo agrupando por grupo economicos, o indicador HHI é muito baixo. Ainda subsistem muitos grupos econômicos independentes com uma planta só e com gestão familiar. Com a desregulamentação do setor muitas destas usinas (pequenas destilarias em sua maior parte) tiveram que fechar as portas. A partir de 2003 com as perpectivas alvissareiras do flexfuel e restabelecimento dos preços de açúcar no mercado mundial essas pequenas usinas foram reativadas, ou através de investimentos em aumento de capacidade pelos antigos proprietários, ou pela acquisição de grandes grupos econômicos, como a Cosan, Santa ElisaVale, Guarani/Tereos…e que se traduz por um aumento do Cr(4) de 14% para 18%. Nível de endividamento e complexidade da estrutura jurídica e acionária da indústria ainda assusta muitos players estrangeiros.

Houve um aumento da escala mínima eficiente De 1999 a 2007 a escala de produção passou de 1,3 MTon de cana para 2,2 Tons de cana. Ainda existe espaço para aumento de capacidade através de investimentos em usinas já existentes. É preferível ter 2 usinas de 3 milhões de tonelada de cana que uma de 6 milhões. Com isso a escala mínima eficiente deve atingir um pico entre 3 e 4 milhões de Tons.

Page 18: Estrutura Industrial e Mudança Tecnológica na Economia Sucroalcooleira Prof. Maria da Graça D. Fonseca (IE-UFRJ) Charles Ménard Costa (Consultor Infosucro)

Mudança Técnologica e Inovação

Page 19: Estrutura Industrial e Mudança Tecnológica na Economia Sucroalcooleira Prof. Maria da Graça D. Fonseca (IE-UFRJ) Charles Ménard Costa (Consultor Infosucro)

A produção futura de bioetanol depende basicamente do aumento de produtividade da produção agroindustrial e do importante processo de diversificação da agroindústria da cana-de açúcar (açúcar , álcool e agora diesel).

Brasil é o único país que tem capacidade de ampliar a produção de biomassa a baixo custo e sem danificar o meio ambiente ( expansão sobre 70 milhões de há de pecuária extensiva).

A Tecnologia ajuda a Expansão da Produção e da Produtividade

Page 20: Estrutura Industrial e Mudança Tecnológica na Economia Sucroalcooleira Prof. Maria da Graça D. Fonseca (IE-UFRJ) Charles Ménard Costa (Consultor Infosucro)

Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) – organizão de base privada:melhoramento contínuo de variadades.

Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento da Indústria Sucroalcooleira (RIDESA): rede de pesquisa entre nove universidades e o setor privado.

As empresas do setor industrial sucroalcoleiro estão entra as poucas que realmente investem em P&D no Brasil.

Redes de pesquisa público-privadas e alianças entre empresas privadas e universidades garantem a inovação tecnológica.

Page 21: Estrutura Industrial e Mudança Tecnológica na Economia Sucroalcooleira Prof. Maria da Graça D. Fonseca (IE-UFRJ) Charles Ménard Costa (Consultor Infosucro)

Pontos Altos

Canavialis and Allelyx – empresas apoiadas por venture capital (melhoramento tradicional, biotecnologia, genética e genômica)

Cristalsev tem alianças importantes com Amyris e Votorantim Novos Negócios para pesquisa e produção de diesel a partir da cana de açúcar ( 1 bi litros em 2012)

Fapesp / Dedini – parceria para desenvolver ethanol hydrolysis

Page 22: Estrutura Industrial e Mudança Tecnológica na Economia Sucroalcooleira Prof. Maria da Graça D. Fonseca (IE-UFRJ) Charles Ménard Costa (Consultor Infosucro)

Genética e Genômica: novas variedades de cana-de-açúcar ( Campinas)

Adquirida pela Monsanto

Inovações Genéticas e Genómicas relacionadas ao desenvolvimento do Agronegócio: soja, citrus, uvas, eucalipto

Berço: UNICAMP Adquirida pela Monsanto

Start-Ups

Page 23: Estrutura Industrial e Mudança Tecnológica na Economia Sucroalcooleira Prof. Maria da Graça D. Fonseca (IE-UFRJ) Charles Ménard Costa (Consultor Infosucro)

Joint Ventures entre a Amyris e a Crysralsev/Santa Elisa (com apoio da Votorantim Novos Negócios)

Modificações genéticas em linhagens comerciais de leveduras Saccharomyces cerevisiae que transformam o caldo de açúcar em etanol durante o processo de fermentação nas usinas.

Secreta farneceno ( e não etanol) que pode ser utilizado em qualquer motor diesel (inclusive caminhões, ônibus e tratores) e no futuro pode prporcionar querosene de aviação, gasolina e outros insumos para a petroquímica.

Page 24: Estrutura Industrial e Mudança Tecnológica na Economia Sucroalcooleira Prof. Maria da Graça D. Fonseca (IE-UFRJ) Charles Ménard Costa (Consultor Infosucro)

Pesquisa possibilitada por:

Conhecimento das usinas brasileiras em fermentação em grande escala

Existência de fonte barata de sacarose e carbono

O processo de preparação exige poucas modificações no processo e na infra-estrutura industrial já instalada

Processo de produção substitui destilação e desidratação do etanol

Page 25: Estrutura Industrial e Mudança Tecnológica na Economia Sucroalcooleira Prof. Maria da Graça D. Fonseca (IE-UFRJ) Charles Ménard Costa (Consultor Infosucro)

CANA(Moagem)

↓ ClarificaçãoCentrifugação Açúcar

FermentaçãoDestilaçãoDesidratação Etanol

Tratamento

do Caldo

Fermentação Separação Finalização

Quim.Diesel

A LEVEDURA GENETICAMENTE MODIFICADA ATUA NA FASE DA FERMENTAÇÃO

Processo de produção substitui destilação e desidratação do etanol

Page 26: Estrutura Industrial e Mudança Tecnológica na Economia Sucroalcooleira Prof. Maria da Graça D. Fonseca (IE-UFRJ) Charles Ménard Costa (Consultor Infosucro)

Planta Piloto com metas elevadas de produção

Instalação no Technopark em Campinas (2009).

Planta Industrial na usina Santa Elisa em Sertãozinho em 2010, com produção de 10 milhões de litros.

Em 2011 produção atingirá 50 a 60 milhões de litros

Page 27: Estrutura Industrial e Mudança Tecnológica na Economia Sucroalcooleira Prof. Maria da Graça D. Fonseca (IE-UFRJ) Charles Ménard Costa (Consultor Infosucro)

USP e UNICAMP- CBMEG (Genoma da Cana)

SÃO CARLOS- Departamento de Biologia Vegetal Programa de Melhoramento Genético da Cana e Departamento de Recursos Naturais e Proteção Ambiental/Ridesa

Nordeste: UFAL e Centro de CARPINA em Pernambuco

P&D- Universidaes integradas no esforço de pesquisa

Page 28: Estrutura Industrial e Mudança Tecnológica na Economia Sucroalcooleira Prof. Maria da Graça D. Fonseca (IE-UFRJ) Charles Ménard Costa (Consultor Infosucro)

Inovações Agroindustriais

Aumento no teor de sacarose, proteção de pestes e doenças e aumento de resistência ao stress hídrico são pontos pontos fortes da pesquisa novas variedades de cana-de açúcar

Contínua oferta de novas variedades: os programas de melhoramento genético são responsáveis pelo lançamento de mais de 50 variedades nos últimos 10 anos

Page 29: Estrutura Industrial e Mudança Tecnológica na Economia Sucroalcooleira Prof. Maria da Graça D. Fonseca (IE-UFRJ) Charles Ménard Costa (Consultor Infosucro)

                                                                                                               

                      

       

                 

 

CTC 6Destaca-se pela alta produtividade, com alta resistência às principais doenças sendo recomendada para colheita do meio para o final da safra, em ambientes de boa a média produção. Apresenta fibra baixa, pouco florescimento

                  

CTC 7Destaca-se pela precocidade, com alto teor de sacarose e resistência às principais doenças, sendo recomendada para colheita no início da safra, em ambientes de alta a média produção. Apresenta fibra média, pouco florescimento

                  

CTC 8Destaca-se pela ótima brotação de soqueira e porte ereto, sendo recomendada para colheita do meio para o final da safra, em ambientes de média produção. Apresenta fibra alta, pouco florescimento e pouca isoporização.

                  

CTC 9Destaca-se pelo alto teor de sacarose e precocidade, sendo recomendada para colheita no início da safra, em ambientes de média a baixa produção. Apresenta fibra média, pouco florescimento e pouca isoporização.

CTC Variedades de 2a Geração

Page 30: Estrutura Industrial e Mudança Tecnológica na Economia Sucroalcooleira Prof. Maria da Graça D. Fonseca (IE-UFRJ) Charles Ménard Costa (Consultor Infosucro)

Proximos Passos

Produção mais diversificada (acúcar, etanol, diesel, energia elétrica) e ganhos de economia de escopo.

Uso mais eficiente da biomassa derivada de Cana-de Açúcar.

Brasil está incorporando os melhoramentos obtidos linearmento no passado através da pesquisa transgênica (variedades trangênicas).

Page 31: Estrutura Industrial e Mudança Tecnológica na Economia Sucroalcooleira Prof. Maria da Graça D. Fonseca (IE-UFRJ) Charles Ménard Costa (Consultor Infosucro)

Genoma da Cana-de Açúcar

Fonte: CBEMEG/UNICAMP in Brito(2006)

Page 32: Estrutura Industrial e Mudança Tecnológica na Economia Sucroalcooleira Prof. Maria da Graça D. Fonseca (IE-UFRJ) Charles Ménard Costa (Consultor Infosucro)

Obrigada!