Estudo de Caso Cc Histerectomia
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Histerectomia
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FOLHA DE SIGLAS
SAE – Sistematização da Assistência de Enfermagem.
SAEP – Sistematização da Assistência de Enfermagem Perioperatória.
CC – Centro Cirúrgico.
SRPA – Sala de Recuperação Pós Anestesica.
PA – Pressão Arterial.
VNBH’S – Verbalizando suas necessidades humanas básicas.
HAS – Hipertensão Arterial Sistemica.
DM – Diabetes Mellitus.
AVP – Acesso Venoso Periférico.
PVPI – Iodopovidona (povidine).
SR – Sala de Recuperação.
MSE – Membro superior esquerdo.
HV – Hidratação Venosa.
1.INTRODUÇÃO
A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) configura-se
como uma metodologia para organizar e sistematizar o cuidado, com base nos
princípios do método científico. Tem como objetivos identificar as situações de
saúde-doença e as necessidades de cuidados de enfermagem, bem como
subsidiar as intervenções de promoção, prevenção, recuperação e reabilitação
da saúde do indivíduo, família e comunidade. Ao se desdobrar em diferentes
categorias profissionais, a enfermagem gera dificuldades para definição de um
processo de trabalho único, tendo em vista que cada trabalhador executa uma
parcela de trabalho com peculiaridades de desempenho (PEDUZZI, 2001). A
sistematização de assistência de enfermagem perioperatória (SAEP) é um
modelo assistencial que favorece a garantia da qualidade ao paciente cirúrgico,
pois é uma proposta organizada de planejamento, operacionalização e controle
das ações assistenciais (FERNANDES, 1995).
Em Centro Cirúrgico (CC), que é uma das unidades mais complexas
dentro do contexto hospitalar por possuir características especificas que
contribui com a resolutividade das intervenções cirúrgicas, se torna
indispensável à implementação da SAE pelos enfermeiros perioperatórios, pois
a mesma subsidia meios para uma assistência de enfermagem global,
atendendo as necessidades do cliente cirúrgico nas diversas fases do período
perioperatório (PARIZOTTO, 2013).
A assistência de enfermagem perioperatória aparece como uma
proposta para sistematizar a assistência de enfermagem em centro cirúrgico,
que apresenta todas as etapas do planejamento da assistência, implementação
e avaliação do cuidado ao paciente no centro cirúrgico. Essas etapas são
fundamentadas em uma sequência que deve ser respeitada pelo enfermeiro,
para um resultado final satisfatório ao paciente. A sequência segue a ordem:
Visita pré-operatória de enfermagem, planejamento de assistência
perioperatória, implementação da assistência, avaliação da assistência visita
pós-operatória de enfermagem e reformulação da assistência a ser planejada
de acordo com os resultados obtidos pós-cirurgia. A SAEP pode ser
simplificada em três fases principais descriminadas da seguinte forma: pré-
operatória imediata, transoperatória e pós-operatória imediata. A fase do Pré-
operatório imediato tem como objetivo assegurar por meio de procedimentos, o
encaminhamento do paciente ao Centro Cirúrgico com segurança, isento de
intercorrências (PARIZOTTO, 2013).
Segundo SILVA (l987), inúmeros autores determinam os objetivos da
visita pré- operatória de enfermagem “respeitar a individualidade de paciente,
proteger seus direitos e dignidade; promover a continuidade do cuidado de
enfermagem entre a unidade de internação e o centro cirúrgico; estabelecer um
vínculo de comunicação entre a unidade de internação e o centro cirúrgico;
levantar dados para promover, recuperar e manter o estado de saúde do
indivíduo; estabelecer o diagnóstico de enfermagem, formular objetivos e
planejar os cuidados para o período trans-operatório; verificar a orientação
dada pelo cirurgião e anestesista, esclarecendo rotinas e procedimentos
relacionados à proposta anestésica cirúrgica; promover a interação da
enfermeira de centro cirúrgico com o paciente, procurando conhecer sua
ansiedade e apreensões, e expectativas de cuidado; reforçar informações,
recebidas da equipe de saúde; incrementar a segurança do paciente pelo
conhecimento de mais membros da equipe cirúrgica; aumentar o grau de
satisfação da enfermeira de Centro Cirúrgico no seu trabalho, em virtude de
maior contato direto com o paciente.
O período Transoperatório é caracterizado pela realização dos cuidados
identificados na fase anterior, utilizando-se como meio a observação e
monitoração do paciente e do ambiente. O enfermeiro deve centralizar sua
atenção no cuidado, na admissão e no ambiente cirúrgico, concedendo
atenção no recebimento do paciente no CC, conferência de seus dados
(identificação e prontuário), atentar as condutas de segurança para os
pacientes, proporcionar as melhores condições para o atendimento e para o
encaminhamento para a sala de operação, posicionamento e monitorização do
paciente, auxilio a equipe cirúrgica, proteger a pele do paciente durante a
antissepsia, mantê-lo aquecido, colocar massageador, realizar cateterismo
vesical se necessário, registrar todos os cuidados, preservar a segurança física
e emocional do cliente e manter a família informada (PARIZOTTO, 2013).
O período pós-operatório estende-se desde o momento em que o
paciente deixa a sala de cirurgia até a última visita de acompanhamento com o
cirurgião. Esse período pode ser tão curto quanto 1 semana ou tão longo
quanto vários meses. Durante o período pós-operatório, o cuidado de
enfermagem focaliza o restabelecimento do equilíbrio fisiológico do paciente, o
alívio da dor, a prevenção das complicações e o ensino do autocuidado do
paciente. A avaliação cuidadosa e a intervenção imediata auxiliam o paciente
no retorno rápido, seguro e o mais confortável possível para a função ótima. O
cuidado contínuo na comunidade, por meio dos cuidados domiciliares, visitas
clínicas, visitas de consultório ou acompanhamento telefônico, facilita uma
recuperação sem complicações (PARIZOTTO, 2013).
Faz-se necessário que os enfermeiros adotem corretamente a
sistematização da assistência de enfermagem perioperatória, pois com ela se
tem um meio de trabalho com melhores condições que proporcionam maior
segurança ao paciente, satisfazendo suas necessidades. Embora se encontre
dificultosa sua aplicação, a SAEP é um fundamento da enfermagem que além
de proporcionar melhores qualidades na assistência ao paciente cirúrgico, vai
gerar autonomia para o enfermeiro, dando condições de atuar nos setores
administrativos, instrumentais, auxiliando a equipe médica sem deixar de lado a
assistência ao cliente. A SAEP é papel especifico do enfermeiro, presta uma
assistência continuada, individualizada, específica e com qualidade, o que
permite a visualização global do paciente, proporcionando uma assistência
holística, individualizada, participativa e continuada (PARIZOTTO, 2013).
2.OBJETIVO
Implementar a SAEP, frente a um paciente com mioma, no Pré-
operatório (admissão no CC), Trans operatório (sala operatória) e Pós
operatório Imediato (SRPA), durante o estágio da Disciplina de Enfermagem
em Centro Cirúrgico e Central de Material, em um Hospital público de
Fortaleza, Ceará.
3.REVISÃO DE LITERATURA
‘‘A histerectomia é a remoção cirúrgica do útero para tratar câncer, sangramento uterino disfuncional, endometriose, crescimentos não-malignos, dor persistente, relaxamento e prolapso pélvico, e lesão previa do útero. (BRUNNER e SUDDARTH, 2009). ’’ Ainda de acordo com Brunner e Suddarth (2009) a histerectomia pode ser realizada através da vagina, através de uma incisão abdominal ou por laparoscopia (na qual o útero é removido nos cortes através de pequenas incisões usando um laparoscópio).
Brunner e Suddarth (2009) citam que nos Estados Unidos, o numero de histerectomias por ano estabilizou-se em 600.000, apesar de um aumento no número de mulheres que atingiram a idade indicada para a realização do procedimento. Acredita-se que o número esteja estabilizando porque as mulheres freqüentemente procuram segundas opiniões, e aumentou o número de outras opções terapêuticas (i.e., terapia a laser, ablação endometrial e medicamentos para diminuir os tumores fibróides).
Entre janeiro de 2000 e setembro de 2002 foram realizadas no Brasil cerca de 300.000 histerectomias, das quais pouco mais de 22.000 por via vaginal. Salvo exceção de alguns poucos serviços, a tradição brasileira sempre foi de histerectomia abdominal, conquanto nos últimos anos venha despontando aumento das indicações da cirurgia vaginal. Em outros países, o interesse pela cirurgia minimamente invasiva tem levado a aumento da freqüência de histerectomias vaginais, sobretudo com o advento da histerectomia assistida por laparoscopia.
‘‘ A histerectomia pode ser classificada como subtotal, total, pan- histerectomia, ou radical. Raramente realizada hoje em dia, a histerectomia subtotal implica a remoção de todo o útero, com exceção da cérvice. Na histerectomia total, são removidos o útero e a cérvice. Na pan- histerectomia o útero é retirado por inteiro junto com os ovários e as tubas uterinas. Na histerectomia radical, o cirurgião retira o útero, os ovários, as tubas uterinas os ligamentos e os gânglios linfáticos adjacentes, o terço superior da vagina e os tecidos adjacentes. Como esse último procedimento cirúrgico é muito extensivo, a histerectomia radical exige abordagem abdominal. ’’ (BOUCHER, 2009).
Boucher (2009) afirma que as indicações mais comuns da histerectomia são tumores benignos ou malignos dentro ou fora do útero, da cérvice ou dos anexos; sangramento e hemorragia uterinos; ruptura ou perfuração do útero; infecção pélvica potencialmente fatal; endometriose refrataria ao tratamento conservador; e relaxamento ou prolapso do assoalho pélvico.
PROCEDIMENTO
ABORDAGEM ABDOMINAL
‘‘ O cirurgião faz uma incisão vertical na linha média, estendendo-se da cicatriz umbilical até a sínfise púbica, ou incisão horizontal no abdômen inferior. Em seguida disseca e remove o
útero e as estruturas associadas que também precisem ser retiradas. Em seguida fecha a incisão e aplica um curativo e uma compressa perineal’’ (BOUCHER, 2009).
ABORDAGEM VAGINAL
“No caso da abordagem vaginal, o cirurgião faz uma incisão dentro da vagina, acima e próximo da cérvice. Depois de dissecar o útero, ele retira o órgão pelo canal vaginal. Em seguida, o cirurgião fecha a incisão na cavidade peritonial com suturas e aplica uma compressa perineal’’. (BOUCHER, 2009)
ABORDAGEM LAPAROSCÓPICA
“O cirurgião faz uma incisão dentro na cicatriz umbilical. Em seguida, infunde oxido nitroso ou dióxido de carbono dentro da cavidade abdominal. O gás levanta e afasta a parede abdominal dos órgãos intra-abdominais, facilitando a visão do cirurgião. Em seguida a cliente é colocada em posição de Trendelenburg, que faz com que o intestino delgado sai da pelve e, dessa maneira, abra espaço para os instrumentos. O cirurgião então introduz o laparoscópico, que lhe possibilita ver a cavidade pélvica. Se estiver usando um laparoscópico cirúrgico, não será necessário fazer qualquer outra incisão, porque o aparelho contém um canal operatório pelo qual é possível passar os instrumentos. Entretanto, se não tiver usando um laparoscópico cirúrgico, o cirurgião fará varias outras incisões abdominais pequenas, por meio das quais ele passará os instrumentos para dissecar o útero. Depois de dissecar o útero e quaisquer outras estruturas associadas, o cirurgião retira as peças por via vaginal. Em seguida, fecha a incisão e aplica um curativo e uma compressa perineal. ’’ (BOUCHER, 2009)
COMPLICAÇÕES
‘‘ As complicações potenciais são infecções da ferida, retenção urinaria distensão abdominal, tromboembolia, atelectasias, pneumonia, hemorragia e lesão do ureter ou do intestino, Depois da histerectomia abdominal, a cliente também pode ter deiscência de sutura, embolia pulmonar ou íleo paralítico. Em geral, há menos complicações depois da histerectomia vaginal ou laparoscópica. Qualquer que seja o tipo de histerectomia realizada, cliente também pode ter complicações psicológicas como depressão (mais comum), diminuição da libido e perda percebida da feminilidade. O tratamento da disfunção sexual pode incluir a administração de sildenafila. ’’ (BOUCHER, 2009)
INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM
PRÉ- OPETATÓRIA
Avaliar as expectativas acerca do estado menstrual e reprodutivo depois da cirurgia;
Responder todas as perguntas que a cliente possa fazer sobre o procedimento e sobre sua recuperação física;
Reveja a abordagem cirúrgica e a extensão da incisão, a fim de preparar a cliente para a histerectomia, administre os antibióticos profiláticos de acordo com a prescrição;
Certifique-se de que todos os exames laboratoriais pré-operatórios foram realizados e reveja os resultados;
Instrua a cliente quanto aos cuidados pós-operatórios;
Caso a cliente submeta-se a uma histerectomia abdominal, explique que, após a cirurgia, costuma ocorrer retenção urinaria, o que exigirá a colocação de uma sonda vesical de demora ou uma sonda suprapúbica, além disso, explique que ela poderá estar usando uma sonda nasogástrica para evitar distensão abdominal;
Informe a cliente às possíveis complicações como cólicas abdominais e quantidade moderada de secreção sanguinolenta no período pós- operatório e que ela deverá usar compressas perineal;
Verificar se o paciente apresenta doenças crônicas degenerativas;
Verifique se a cliente assinou o formulário de consentimento.
INTRA – OPERATÓRIO
Posicionar o paciente;
Alinhamento funcional;
Exposição da área cirúrgica;
Manutenção da posição durante o procedimento;
Fixar a placa neutra ao paciente;
Proporcionar apóia fixo;
Assegurar que a contagem de gazes/compressas, agulhas e instrumental está correta;
Calcular os efeitos para o paciente da excessiva perda ou ganho de líquidos;
Distinguir os dados cardiopulmonares normais dos anormais;
Comunicar as alterações no paciente quanto ao pulso, respiração, temperatura e pressão sanguínea;
Apoio psicológico (antes da indução e se o paciente está consciente)
Proporcionar apoio emocional ao paciente;
Proporcionar segurança física ao paciente;
Manter assepsia e controle do ambiente;
Gerenciar os recursos humanos efetivamente;
Induzir o paciente a respirar profundamente.
PÓS-OPERATÓRIO
Monitorar estado respiratório para detectar anormalidades sugestivas de complicações;
Administre e controle a infusão de líquidos IV de acordo com a prescrição, até que a cliente possa reiniciar a ingestão oral;
Monitore sinais vitais;
Ausculte os ruídos peristálticos a intervalos regulares;
Administre analgésicos para aliviar cólicas ou a dor abdominal;
Avalie a secreção vaginal da cliente e troque freqüentemente os absorventes perineais;
Avaliar as incisões abdominais em busca de sangramento ou secreções;
O presente trabalho teve como objetivo a aplicação do processo de enfermagem na assistência pré e pós-operatória ao paciente submetido à histerectomia propondo intervenções que previnam as complicações e promovam a recuperação das condições de saúde do paciente.
4.METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa bibliográfica do tipo exploratória e descritivo. Baseada no levantamento de dados acerca do tema onde foi utilizado como instrumentos o prontuário, o exame físico e anamnese do paciente que realizou o procedimento cirúrgico em questão, o levantamento de dados se deu no Hospital Publico de Fortaleza, em consultas a bibliografias como BRUNER e SUDDARTH, 2009 e BOUCHER, 2009 e buscas à internet.
5.COLETA DE DADOS
A coleta de dados ocorreu durante o estágio através da consulta ao
prontuário, entrevista com paciente e exame físico. O cliente foi acompanhado
em todo o perioperatório (Admissão do Paciente no CC, Anamnese do
Paciente, Acompanhamento do Paciente até a sala de cirurgia e Assistência de
Enfermagem no Perioperatório).
5.1 APRESENTAÇÃO DO ESTUDO DE CASO
5.2. ADMISSÃO
5.2.2.IDENTIFICAÇÃO
NOME: H.K.S SEXO: feminino COR: Parda
DATA DE NASCIMENTO: 21.05.60 IDADE: 28 anos
ESTADO CIVIL: Solteiro PROCEDÊNCIA: Domiciliar
NATURALIDADE: Fortaleza OCUPAÇÃO: Dona de casa
DIAGNÓSTICO CIRÚRGICO: Histerectomia Abdominal Total
5.1.2.HISTÓRIA ATUAL
Diagnóstico de leiomioma e encaminhado para a realização de
procedimento cirúrgico.
HISTÓRIA DO PACIENTE
H.K.S, sexo feminino, parda, 28 anos, solteira, dona de casa, reside na cidade de Fortaleza/ce ,admitida no dia 15.05.15 em Hospital Público de Fortaleza para tratamento cirúrgico de Histerectomia Total Abdominal
H.K.s apresenta acuidade auditiva normal e visual normal, integridade cutânea preservada, não apresenta historia de hemorragias e vômitos, eliminações fisiológicas presentes e normais sono e repouso satisfatório, nega uso de medicação para dormir, deambulando, nega HAS, nega alergia medicamentosa. Consciente, orientada,abertura ocular espontânea, pupilas isocóricas, mucosas hipocoradas, afebril, eupneica.
SSVV: T- 37.5°C, P- 100 bpm, R- 28 rpm, PA- 90/40 mmHg.
PERIOPERATÓRIO
O cuidado perioperatório é único. A tendência atual é fazer com que
esse período seja o mais curto possível. Essa tendência é conduzida pelos
esforços para controlar os custos dos cuidados com a saúde, facilitando a
recuperação do paciente no conforto e apoio de seu ambiente doméstico.
PRÉ-OPERATÓRIO
Tem início quando os pacientes e/ou seus familiares, numa situação de
emergência, são informados da necessidade da cirurgia, sendo concluído
quando eles são transportados para a sala cirúrgica. Esse período pode ser
curto ou longo; um dos principais fatores que afetam sua duração é a urgência
relativa à realização da cirurgia.
Admissão: Paciente, H.K.S., admitido no Centro Cirúrgico no dia 15 de maio
de 2015, consciente, orientado, deambulando, eupnéico e em posse dos
Exames Laboratoriais. Consentimento operatório assinado, ausência de
adornos.
Evolução: Paciente 28 anos, feminino, consciente, orientado, acordado,
VNHB’s (verbalizando suas necessidades humanas básicas), deambulando,
admitido no Hospital para cirurgia de Histerectomia Total Abdominal. Nega
HAS, DM. Foi realizado banho com clorexidina por aspersão. Renovado AVP
(aceso venoso periférico) para procedimento. Segue aguardando cirurgia.
CUIDADO PRÉ-OPERATÓRIO IMEDIATO
Apesar de algumas atividades pré-cirúrgicas serem feitas nas semanas
anteriores, outras podem ser realizadas logo antes do procedimento. Durante o
período pré-operatório imediato – poucas horas antes da cirurgia – várias
tarefas importantes devem ser cumpridas: realização da avaliação de
enfermagem, oferecimento de orientações pré-operatórias, execução de
métodos de preparação física, administração de medicamentos, assistência no
preparo psicossocial e preenchimento de checklist cirúrgico.
Foram realizados:
Jejum (06h00min);
Retirada de adornos;
Esvaziamento da bexiga e reto;
Troca do vestuário;
Sem medicação pré-anestésica;
Transporte: deambulando.
TRANS-OPERATÓRIO
O período transoperatório inicia no bloco cirúrgico. Ele envolve o
transporte do paciente da sala de preparo à sala cirúrgica, onde a anestesia é
administrada e o procedimento é realizado. A família é orientada a aguardar na
sala de espera da ala cirúrgica durante esse período.
SALA DE PREPARO
É uma área dentro do centro cirúrgico, onde os pacientes ficam em
observação até que a sala de cirurgia e a equipe estejam prontos.
SALA DE CIRURGIA
Os pacientes são levados à sala de cirurgia, onde seu cuidado e
segurança se encontram nas mãos de uma equipe de especialistas que inclui
médicos e enfermeiros.
Admissão: Paciente, admitido às 08:00h no CC eletivo. Consciente, Orientado,
Verbalizando, Deambulando. Informa jejum para cirurgia. Com AVP em MSE
com HV em curso.
ANESTESIA
Vários tipos de anestesia provocam a perda parcial ou total das sensações,
com ou sem a perda da consciência. Eles incluem as anestesias geral, regional
e local.
Tipos de Anestesia
Tipo Descrição
Anestesia GeralElimina todas as sensações e a consciência assim
como a memória em relação ao evento.
Inalatórios Incluem gases ou líquidos voláteis.
Injetáveis Administrados por via intravenosa.
Anestesia RegionalBloqueia a sensação em uma área, mas a consciência
não é afetada.
EspinalElimina a sensação nas extremidades inferiores, no
abdome inferior e na pelve.
LocalBloqueia as sensações em uma área circunscrita de
pele e tecido subcutâneo.
TópicaInibe sensações nos tecidos epiteliais, como a pele e
as mucosas, no local em que foi diretamente aplicada.
No paciente em questão foi utilizada a anestesia Raquidiana,Este procedimento leva ao bloqueio nervoso reversível das raízes anteriores e posteriores, dos gânglios das raízes posteriores e de parte da medula espinhal, resultando em perda da atividade autônoma, sensitiva e motora. A raquianestesia é indicada para cirurgias na região abdominal e extremidades inferiores, sendo muito utilizada em cirurgias obstétricas (parto normal e cesariana).
PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO
Refere-se às primeiras 24horas após a cirurgia. Durante esse período,
os enfermeiros monitoram o paciente quanto a presença de complicações, à
medida que ele se recupera da anestesia. Uma vez que ele esteja estável, o
enfermeiro prepara o quarto, aguardando seu retorno, e providencia as
avaliações necessárias para continuar a prevenir ou diminuir complicações
potenciais.
Sinais Vitais: P.A. (Pressão Arterial): 134 x 65 mmHg / Pulso: 76 bpm /
Saturação de O2: 99%.
Evolução: 11:20 Paciente admitido na SRPA, após Histerectomia sob Raqui.
Segue consciente, orientado, eupneíco. Mantém AVP em MSE com HV em
curso. Ferida operatória íntegra. Nega comorbidades Prescrito Tramal e
Paracetamol, se necessário. Segue sem queixas e aos cuidados da equipe.
Cliente submetido a Raqui e ao final do procedimento transferido para a SRPA
imediato, onde foi realizada a aplicação da SAEP e identificado os critérios de
alta através da escala de Aldrete.
ÍNDICE DE ALDRETE E KROULIK
Atividade Muscular
Movimenta os quatro membros 2
Movimenta dois membros 1
É incapaz de mover os membros
voluntariamente ou sob comando0
Respiração
É capaz de respirar profundamente ou de
tossir livremente2
Apresenta dispneia ou limitação da respiração 1
Tem apnéia 0
Circulação
PA em 20% do nível pré-anestésico 2
PA em 20-49% do nível pré-anestésico 1
PA em 50% do nível pré-anestésico 0
Consciência
Está lúcido e orientado no tempo e espaço 2
Desperta, se solicitado 1
Não responde 0
Saturação de O2
É capaz de manter saturação de O2 maior que
92% respirando em ar ambiente2
Necessita de O2 para manter saturação maior
que 90%1
Apresenta saturação de O2 menor que 90%,
mesmo com suplementação de oxigênio0
SOBEC C, 2007
Atividade Muscular Movimenta dois membros. 1
RespiraçãoÉ capaz de respirar profundamente ou
de tossir livremente.2
Circulação PA em 20% do nível pré-anestésico. 2
ConsciênciaEstá lúcido e orientado no tempo e
espaço.2
Saturação
É capaz de manter saturação de O2
maior que 92% respirando em ar
ambiente.
2
6.PLANEJAMENTO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM (DIAGNÓSTICOS
E INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM)
Diagnósticos segundo a Taxonomia NANDA (2012-2014), intervenções e
resultados esperados segundo as literaturas do NIC (Classificação das
Intervenções de enfermagem - 5º edição) e NOC (Classificação dos resultados
de enfermagem – 4º edição).
. PLANO DE CUIDADOS DE ENFERMAGEM
Diagnósticos Prescrições Justificativas Resultados Esperados
1.Ansiedade relacionada com o diagnostico do mioma, medo da dor, possível percepção da perda da feminilidade ou do potencial de reprodução;
1.1 Aliviar a ansiedade originaria de vários fatores: ambiente desconhecido, efeito da cirurgia sobre a imagem corporal, medo da dor e do desconforto, constrangimento devido a exposição da área genital no período perioperatório.
1.2 Proporcionar uma boa evolução da paciente, mantendo-a calma e menos ansiosa.
1.3 Alívio da ansiedade;
2. Imagem corporal prejudicada relacionada com a fertilidade alterada e com os medos sobre a sexualidade.
2.1 Auxiliar a expressar seus sentimentos;
2.2Trabalhar soluções aos problemas potenciais intercurso sexual;
2.1 Incentivar a cliente a relatar seus sentimentos;
2.2 Proporcionar informações corretas acerca desse assunto;
2.3 Esclarecer dúvidas do paciente e parceiro.
2.1 Comunicar os seus sentimentos quanto a histerectomia;
2.2 Manter a paciente informada sobre o procedimento;
2.3 Melhorar a vida sexual da paciente pós- histerectomia.
3.Dor aguda relacionada com a cirurgia e outra terapia auxiliar;
3.1 Administrar agentes analgésicos para aliviar a dor e promover a deambulação;
3.2 Diminuir o desconforto e estresse relacionado a dor
3.3 Ausência da dor ou desconforto;
4. Déficit de conhecimento dos aspectos perioperatórios da histerectomia e do autocuidado pós-operatorio.
4.1 Explicações nos períodos pré- e pós-operatório e de recuperação, sobre as preparações físicas e procedimentos que são realizados;
4.2 Estimular o retorno à atividade, orientar atividades inicialmente leves, com repouso e aumento da atividade física tolerada;
4.1 Ajudar o paciente a compreender todos os procedimentos aos quais serão submetidos.
4.2 Ajudar o paciente a retornar as suas atividades normais.
4.1 Esclarecimento de todas as duvidas do paciente.
4.2 Melhor recuperação do paciente.
5. Risco de infecção relacionado ferida operatória
5.1 Observar possíveis sinais de infecção e na presença dele comunicar o médico.
5.2 Prevenir o aparecimento de agravos que possam prejudicar a recuperação do paciente.
5.3 Manter a ferda operatória livre de infecção.
6. Déficit no auto cuidado para banho e higiene.
6.1 Encaminhar paciente para o banho de aspersão sempre que necessário.
6.2 Manter a higienização do paciente satisfatória.
6.3 Maior conhecimento sobre as demandas de autocuidado;
7. Risco de infecção relacionado ao acesso venoso periférico
7.1 Monitorar possíveis sinais flogisticos e na presença destes mudar o acesso.
7.2 Prevenir o aparecimento de flebites e soromas.
7.3 Ausência de infecções;
8. Adaptação prejudicada relacionada com complicações
8.1 Encorajar a paciente a expressar os sentimentos atuais
8.2 Readquirir a estabilidade emocional
8.3 Aceitação da perda do útero;
psicológicas, tais como depressão
sobre si, verbalizando seus desejos, opiniões, dúvidas e expectativas;
da paciente.
9. Padrão respiratório ineficaz relacionado com a dor abdominal secundaria a histerectomia abdominal;
9.1 Realizar regularmente a espirometria de incentivo para manter o esforço respiratório.
9.2 Manter a ventilação normal.
9.3 Prevenir sinais e sintomas de complicação respiratória, como pneumonia ou atelesctasia.
10. Padrão de eliminação urinaria alterado, relacionado com a manipulação da bexiga da cliente.
10.1 Monitorar a diurese após a cirurgia.
10.2 Manter o débito urinário proporcional a ingestão de líquidos.
10.3 Prevenir sinais e sintomas de retenção urinária,como por exemplo, sensação de plenitude, bexiga palpável ou debito urinário reduzido.
11. Integridade da pele prejudicada relacionada à incisão cirúrgica.
11.1 Realizar troca de curativo;
11.2 Verificar a área de incisão e o curativo devido à drenagem;
11.1 Proteger a ferida operatória;
11.2 Proporcionar dados sobre as perdas sanguineas;
11.1 Evitar a contaminação da ferida operatória;
11.2 Prevenir possíveis sinais de sangramento
7. PLANO DE ALTA
‘‘O planejamento de alta é uma parte importante da realização da transição do ambiente de cuidados agudos para o ambiente de cuidados domiciliares. O planejamento da alta começa com a admissão do paciente, de modo a prepará-lo o mais precoce para a possível necessidade de cuidado domiciliar de acompanhante.’’ (BRUNNER e SUDDARTH, 2009).
Orientar quanto ao risco de infecção;
Esclarecer dúvidas do paciente e familiares;
Orienta os cuidados de higiene pessoal, bem como as eliminações espontâneas;
Fornece informações sobre o tempo de internação, a alta, os cuidados no domicílio e a importância do retorno para consulta de revisão da cirurgia;
Incentivar o repouso da paciente.
Orientar quanto aos cuidados com a ferida cirúrgica, envolvendo a troca de curativos e a observação da paciente quanto a alterações percebidas no intervalo entre os curativos;
Informar a importância do acompanhamento médico para avaliar a cicatrização e evitar complicações;
Ficar atento ao aparecimento de grandes sangramentos;
10. AVALIAÇÃO DO PLANO DE CUIDADOS EM ENFERMAGEM
Por meio deste estudo foi possível traçar um plano de cuidados a paciente submetida à histerectomia, avaliando suas principais necessidades humanas básicas afetadas. Após a elaboração do plano de cuidados percebeu-se a reabilitação das funções normais e melhoria da qualidade de vida na recuperação em domicilio do paciente. Sendo assim, o plano de cuidados elaborado atingiu os resultados esperados.
11. CONCLUSÃO
A realização desse estudo caso proporcionou a aplicação na prática daquilo que foi visto
na teoria, sendo possível identificar as causas e complicações que envolvem a
histerectomia, além da importância da sistematização de enfermagem durante todo o
processo cirúrgico para promover o bem estar do paciente.
12.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CARPENITO, L. J. Diagnóstico de enfermagem: Aplicação à Prática Clínica. 8ªed.
Porto Alegre: Artmed, 2002.
BRUNNER & SUDDARTH. Tratado de enfermagem médico – cirurgico. 9ª ed. Rio de
Janeiro; Guanabara Koogan: 2002.
Dicionário de administração de medicamentos na enfermagem – AME, 10. Ed.
2009/2010. Rio de janeiro: EPUB.
FISCHBACH, F. Manual de enfermagem – exames laboratoriais & diagnósticos. 6.
ed. Rio de janeiro: Guanabara koogan, 2002.