Estudo de Competitividade Dos 65 Destinos Indutores Do to Turistico Regional - Gov Fed

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Estudo de Competitividade dos 65 Destinos Indutores do Desenvolvimento Turstico Regional - Relatrio Brasil / Luiz Gustavo Medeiros Barbosa (Organizador). 2 ed. revisada Braslia : Ministrio do Turismo, 2008. 84 p. Inclui bibliografia. ISBN: 978-85-61239-15-2 1. Turismo. 2. Concorrncia. 3. Marketing de destinos. I. Barbosa, Luiz Gustavo Medeiros. CDD - 338.4791 Ficha catalogrfica elaborada pela Biblioteca Mario Henrique Simonsen/FGV

DO DESENVOLVIMENTO TURSTICO REGIONAL REL ATRIO BR A SIL

65 DES TINOS INDU TORES

ESTUDO DE COMPETITIVIDADE DOS

FICHA TCNICA

Presidente da Repblica Federativa do Brasil Luiz Incio Lula da Silva Ministra de Estado do Turismo Marta Suplicy Secretrio-Executivo Luiz Eduardo Pereira Barretto Filho Secretrio Nacional de Polticas do Turismo Airton Pereira Diretora do Departamento de Estruturao, Articulao e Ordenamento Turstico Tnia Brizolla Coordenadora-Geral de Regionalizao Ana Clvia Guerreiro Lima Coordenadora-Geral de Segmentao Jurema Camargo Monteiro Coordenadora-Geral de Informao Institucional Isabel Barnasque Coordenador-Geral de Servios Tursticos Ricardo Martini Moesch

EQUIPE DO MINISTRIO DO TURISMO Coordenao Geral Tnia Brizolla Coordenao Tcnica Ana Clvia Guerreiro Lima Equipe Tcnica Christiane Rocha Marcelo Abreu Sskia Lima Wilken Souto Colaborao Tcnica Jos Augusto Falco Coordenao de Programao Visual Isabel Barnasque EQUIPE DO SEBRAE Equipe Tcnica Dival Schmidt Germana Barros Magalhes Valria Barros EQUIPE DA FUNDAO GETULIO VARGAS

SEBRAE Presidente do Conselho Deliberativo Nacional Aldemir Santana Diretor Presidente Paulo Tarciso Okamotto Diretor Tcnico Luiz Carlos Barboza Diretor de Administrao e Finanas Carlos Alberto dos Santos

Coordenao Geral do Estudo Luiz Gustavo Barbosa Coordenao Executiva Cristiane Rezende Coordenadores tcnicos Joaquim Rubens Fontes Filho Luiz Antnio Tavares Moiss Balassiano Saulo Rocha Equipe Tcnica

Gerente da Unidade de Atendimento Coletivo Comrcio e Servio Ricardo Guedes FUNDAO GETULIO VARGAS Presidente Carlos Ivan Simonsen Leal Diretor EBAPE Bianor Scelza Cavalcanti Coordenao do Ncleo de Turismo Luiz Gustavo Barbosa Deborah Moraes Zouain

Adonai Teles* Andr Meyer Coelho Carlyle Falco* Cristiane Rezende* Erick Lacerda Fabola Barros Joo Evangelista Dias Monteiro* Laura Monteiro* Leonardo Siqueira* Luciana Vianna Marcela Cohen Mrcia Navi* Maria Clara Tenrio Paola Lohmann* Paulo Cesar Stilpen Saulo Rocha

ESTuDO DE COMPETIVIDADE DOS 65 DESTINOS INDuTORES DO DESENVOLVIMENTO TuRSTICO REGIONAL

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Metodologia e Estatstica Leonardo Siqueira Marcela Cohen Moiss Balassiano* Pesquisadores Agnes Dantas Alane Ribeiro Cristina Massari Fabiana Gorenstein Fabola Salani Flvia Frota Gabriela Serpa Keylah Tavares Margarida Fraga Maureen Flores Otaclio Peanha Roberto Pascarella Ronaldo Caetano Rosalina Couto CONSULTORIA Guilherme de Oliveira Guilherme Lohmann Julienn Levrero COLABORAO rgos Oficiais de Turismo das unidades Federadas Ministrio Do Turismo Diogo Demarco Duncan Semple Eliane Bonasser Francisco Moreira Jurema Monteiro Katia Silva Lara Franco Lena Brasil Lenira Machado Lilia Tanner Mrcio Nascimento Mrcio Vantil Ricardo Moesch Roberto Bortolotto Tnia Alves Thasa Souza Valdir Neves EMBRATUR Jos Francisco de Salles Lopes Karen Basulto Neiva Duarte

Outros Ministrios Allan Milhomens MMA Arnoldo de Campos - MDA Daniela Nascimento MMA Fernando Teixeira - MMA Jos do Nascimento Jnior IPHAN/MinC Marco Castilho Acco- MinC Pedro Wendler - ANAC Vincius Barcelos IPHAN/MinC APOIO Conselho Nacional de Turismo Cmara Temtica de Regionalizao do Turismo PARCEIROS Confederao Nacional do Comrcio CNC TEXTO FINAL Luiz Gustavo Barbosa, Paulo Cesar Stilpen e Roberto Pascarella REVISO DE CONTEDO Cristiane Rezende, Joaquim Rubens Fontes Filho, Luiz Antnio Tavares, Moiss Balassiano e Saulo Rocha REVISO ORTOGRFICA Eni Valentim Torres DIAGRAMAO Ana Luisa Barbosa e Leandro das Neves IMPRESSO Grfica Brasil

(*) atuaram tambm como pesquisadores de campo.

MENSAGEM DA SENHORA MINISTRA DE ESTADO DO TURISMO

Tenho a satisfao de apresentar um trabalho que considero, hoje, essencial ao turismo brasileiro: o Estudo de Competitividade dos 65 Destinos Indutores do Desenvolvimento Turstico Regional Relatrio Brasil, fruto da parceria do Ministrio do Turismo, Sebrae e Fundao Getulio Vargas, uma verdadeira ferramenta de planejamento. O documento traz informaes atualizadas sobre a infra-estrutura geral, transportes, acesso, equipamentos e servios tursticos, marketing, sustentabilidade, entre outros elementos que nos permitem conhecer a conjuntura de destinos que chamamos, de acordo com o Plano Nacional de Turismo (PNT 2007-2010), indutores do desenvolvimento turstico no nosso pas. So, no total, 65 destinos tursticos. Caber a ns, Poder Pblico (nas trs instncias: federal, estadual e municipal), iniciativa privada e terceiro setor, com base no conhecimento que estamos obtendo no Relatrio Brasil, somar esforos para aprimorar as condies desses destinos, visando a ampliao de sua competitividade e assim oferecer um atendimento de qualidade internacional a turistas brasileiros e de todas as partes do mundo. Apesar de o Brasil ter belezas naturais e um povo reconhecidamente gentil e hospitaleiro, preciso trabalhar para contarmos com melhor infra-estrutura e mo-de-obra qualificada para sermos cada vez mais competitivos. Isso indispensvel no mundo globalizado. Lanamos o Plano Nacional de Turismo 2007-2010, em junho passado, contemplando, entre quatro metas, estruturar 65 destinos com padro de qualidade internacional. A proposta e o nmero no foram escolhidos ao acaso. Partiram de um trabalho anterior, focado no turismo regionalizado e fortalecido pela gesto descentralizada e participativa da Poltica Nacional de Turismo, o Programa de Regionalizao do Turismo Roteiros do Brasil. Essa ao j estabelecia a estruturao de roteiros nas regies tursticas brasileiras, com base nos princpios da cooperao, integrao e sustentabilidade ambiental, econmica, sociocultural e poltico-institucional. Queremos gerar mais empregos, renda e conseqente incluso social, finalidade maior nas aes do governo federal e um avano para quem entende que a roda do turismo precisa girar para que todos se beneficiem. O turismo tem grandes possibilidades de alavancar ainda mais o crescimento econmico em nosso pas. Por meio da IV Pesquisa Anual de Conjuntura Econmica do Turismo (PACET), encomendada pelo Ministrio do Turismo/EMBRATuR e elaborada pela FGV/EBAPE, entre janeiro e fevereiro ltimos, constatamos que, em 2007, o faturamento das empresas do setor cresceu 14,8%, fechando o ano em R$34,1 bilhes. E houve, de acordo com esse levantamento, um aumento de 23,5% no quadro de pessoal em relao a 2006. Isso aconteceu em um cenrio de preos muito competitivos, que at se reduziram. O mercado aponta, para 2008, uma lucratividade ainda maior (aumento mdio de 16,7%), de acordo com a IV PACET. H bons motivos para acreditarmos nisso, pois vivemos um momento em que o crescimento do PIB (5,4%, em 2007) revela-se como a maior taxa constatada desde 2004. E compartilho desse otimismo porque estamos trabalhando para criar uma cultura da viagem, que estimular o brasileiro a conhecer o seu pas, com aes como o Viaja Mais Melhor Idade, e a reduo da tarifa hoteleira em 50%, para quem tem 60 anos ou mais, durante a baixa ocupao. De outro lado, levamos em conta as motivaes do turista estrangeiro para conhecer novos destinos no mundo, quando fazemos a divulgao de nossos roteiros no exterior. No faltam aes e elementos para acreditarmos num futuro melhor. Por fim, observo que a escolha do Brasil como sede da Copa 2014, fato que nos deu muita alegria e motivos para comemorao, pois abre diversas possibilidades de investimentos e desenvolvimento, tambm nos trouxe o dever de organiz-la. Assim, o Relatrio Brasil se apresenta como um pontap inicial a nos orientar. Temos, com este documento, a base de planejamento de nossas aes para os prximos seis anos. Agora, poderemos preparar a nossa tabela de investimentos prioritrios na rede hoteleira, nos estabelecimentos comerciais, bares, restaurantes, na sinalizao turstica, nos receptivos de aeroportos e em outros meios de transportes, na capacitao de pessoal, entre outros elementos. Entendo que a realizao da Copa de extraordinria importncia para o pas e poder fazer com que passemos a ocupar uma nova posio no mercado turstico internacional. E o sucesso do evento depender, sem dvida, de uma organizao de excelncia no mbito da infra-estrutura esportiva. No entanto, a participao do turismo extremamente relevante. Fica aqui, portanto, a contribuio do Relatrio Brasil. Marta Suplicy Ministra de Estado do Turismo

MENSAGEM DO SENHOR SECRETRIO NACIONAL DE POLTICAS DE TURISMO

Nos diversos setores da economia globalizada, a competio entre pases e entre empresas mostra-se crescente e acirrada. No caso do turismo, notria tambm entre destinos, o que exige padres de qualidade cada vez mais elevados dos produtos ofertados. a composio de um somatrio de itens que transcendem o atrativo, a exemplo da promoo, do acesso e da sustentabilidade, criando um conceito inovador e nico de competitividade. nesse sentido que, atualmente, configuram-se as polticas pblicas de turismo no Brasil - emergem para alm dos aspectos simplesmente econmicos e abordam concomitantemente questes sociais e mercadolgicas. Por um lado, reconhecem as relaes e o desempenho dos movimentos sociais de cada territrio, seus recursos e arranjos institucionais, como base para a formao do espao produtivo apoiado em uma rede de protagonistas, de modo a permitir uma situao de concorrncia cooperada entre as empresas e destinos. Ao mesmo tempo, as polticas ora postuladas orientam tal processo de forma articulada e, de certo modo, em funo das expectativas do mercado global, sob quesitos qualitativos e mensurveis, pertinentes tanto ao mercado domstico quanto ao internacional. Essa proposta, enfatizada no Plano Nacional do Turismo, torna-se desafiadora a partir de um contexto de carncia de informaes acerca das condies dos destinos como produtos tursticos, especialmente quanto s variveis que possam explicitar competitividade. Diante disso, efetivou-se o RELATRIO BRASIL, documento que avalia os principais aspectos que podem indicar a competitividade de determinado destino. Tal diagnstico parte de uma anlise que abarca 65 destinos tursticos selecionados em todas as unidades da Federao como indutores de desenvolvimento regional, a serem trabalhados at 2010 para a obteno de padres internacionais de qualidade. A priorizao desse recorte, escolhido dentre o vasto e exuberante rol de locais aptos visitao turstica no pas, deve-se, pelo significativo poder de atratividade, capacidade de gerar e irradiar fluxos tursticos que esses destinos apresentam. Conseqentemente, influenciam social e economicamente o seu entorno, promovendo desenvolvimento para a regio em toda a rede que compe o arranjo produtivo do turismo. Desta forma, pela concentrao e conjugao de esforos com os governos estaduais e municipais, com a iniciativa privada e com instituies parceiras nesses destinos, evita-se a pulverizao de recursos e criam-se referncias de qualidade e competitividade para o turismo brasileiro. Assim, o presente Relatrio configura um consistente instrumento metodolgico aplicvel para mensurar objetivamente os aspectos que indicam a competitividade dos destinos, criando condies para um planejamento voltado para os resultados e as metas estabelecidas no Plano Nacional do Turismo. Airton Pereira Secretrio Nacional de Polticas de Turismo

MENSAGEM DO SENHOR PRESIDENTE DO SEBRAE

O Sistema Sebrae tem como misso garantir a sustentabilidade dos pequenos negcios, atuando nas mais variadas e importantes cadeias produtivas do pas. O turismo uma delas, j que representa uma real possibilidade de desenvolvimento socioeconmico, incluso social e gerao de renda, contribuindo de forma expressiva para crescimento do nmero de postos de trabalho em nosso Pas. Atuando em todo territrio nacional com mais de 180 projetos de turismo, o Sebrae contribui, juntamente com seus mais de 800 parceiros, para o sucesso das polticas pblicas e empresariais do setor, atendendo a mais de 110 mil pequenas e micro empresas e empreendedores, consolidando, assim, sua posio como agncia de desenvolvimento e de gerao de conhecimento para a melhoria da gesto e competitividade. O Relatrio Brasil traz para os empreendedores do turismo brasileiro, a partir de iniciativa conjunta do Sebrae, Ministrio do Turismo e Fundao Getulio Vargas, uma avaliao profunda do perfil de cada um dos 65 destinos identificados, possibilitando assim o conhecimento das demandas e das oportunidades do seu desenvolvimento e da incluso de suas comunidades. A partir desses resultados, passamos a conhecer atrativos e produtos, para viabilizar processos integradores, a exemplo do que j ocorre em alguns territrios, inclusive com a regionalizao entre estados brasileiros. O Sebrae ratifica seu compromisso com os parceiros e com o desenvolvimento sustentado do turismo brasileiro, em especial com o agente lder da poltica pblica no setor, o Ministrio do Turismo, que, cada vez mais, se consolida como uma das mais acertadas aes de Governo. Paulo Tarciso Okamotto Diretor-Presidente do SEBRAE Nacional

MENSAGEM DO SENHOR DIRETOR DA EBAPE/FGV

As atividades da FGV voltam-se, desde o incio de sua histria, para reas estratgicas da vida nacional. O avano da globalizao, a abertura da economia brasileira e a demanda por novos e diferenciados servios levaram a FGV a segmentar suas atividades, aprofundado-as conforme os graus de exigncia e expectativa da sociedade. Neste sentido, a Escola Brasileira de Administrao Pblica e de Empresas EBAPE, da FGV, tem assumido papel relevante no sentido de ajudar a moldar o futuro do Pas, atravs de atividades de ensino, pesquisa e extenso nas reas de Gesto Pblica e de Empresas. Ciente da crescente contribuio do turismo para a evoluo da economia brasileira, a EBAPE desenvolve um amplo trabalho de monitoramento e anlise das tendncias do setor, por meio do seu Ncleo de Turismo. Tal segmento, com seus benefcios diretos e indiretos, apresenta-se como alternativa vivel e importante para o desenvolvimento socioeconmico do Pas, sendo apresentado, hoje, como um setor capaz de promover a acelerao econmica e o incremento nas reas social, cultural e ambiental. Ressalte-se que a expanso da atividade turstica um fenmeno mundial, que impacta significativamente a gerao de renda e emprego, e constitui-se na principal razo pela qual diversos pases esto empenhados no desenvolvimento dessa atividade. Tal fato, portanto, acirrou a competitividade entre os inmeros destinos tursticos em todo o mundo. Avaliar os fatores que favorecem ou inibem essa atividade passa a ser de importncia estratgica para regies e pases. Para atingir o nvel e o tipo desejados de desenvolvimento do turismo, os governos devem recorrer a instrumentos de polticas pblicas que dizem respeito ao aumento da competitividade dos destinos com sustentabilidade. Desta forma, o Relatrio Brasil mais um estudo que a EBAPE orgulha-se de ter elaborado juntamente com o Ministrio do Turismo e o Sebrae. Sem dvida, ser um importante e inovador recurso para a formulao de polticas pblicas, tendo em vista o desenvolvimento do turismo no Brasil. Bianor Scelza Cavalcanti Diretor da EBAPE/FGV

SUMRIO

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CAPTULO 1 PLANO NACIONAL DO TuRISMO E PROGRAMA DE REGIONALIZAO DO TuRISMO - ROTEIROS DO BRASIL Mapa dos Destinos Indutores do Desenvolvimento Turstico Regional CAPTULO 2 ESTuDO DE COMPETITIVIDADE DOS 65 DESTINOS INDuTORES DO DESENVOLVIMENTO TuRSTICO REGIONAL 1. Competitividade de destinos tursticos 1.1 Convergncia entre competitividade e estratgia 1.2 Competitividade no setor de turismo: lies de alguns estudos internacionais 2. 3. 4. A competitividade e sua importncia para o desenvolvimento regional do turismo Aspectos metodolgicos Macrodimenses e dimenses do estudo

16 20

24 25 26 27 29 32 35 35 42 45 52 55

4.1 Macrodimenso Infra-estrutura 4.2 Macrodimenso Turismo 4.3 Macrodimenso Polticas pblicas 4.4 Macrodimenso Economia 4.5 Macrodimenso Sustentabilidade CAPTULO 3 RESuLTADOS DO ESTuDO REFERNCIAS

64 80

1PLANO NACIONAL DO TURISMO E PROGRAMA DE REGIONALIZAO DO TURISMO ROTEIROS DO BRASIL

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O Plano Nacional de Turismo apresenta, de forma consolidada e sistemtica, as diretrizes da Poltica Nacional de Turismo, constituindo um instrumento de planejamento, gesto e ao estratgica que orienta a atuao do governo no setor, de forma articulada com a iniciativa privada. Na sua segunda edio, o Plano Nacional do Turismo PNT 2007/2010 uma Viagem de Incluso avana na perspectiva de expanso e fortalecimento do mercado interno, com especial nfase na funo social do turismo, buscando, ao mesmo tempo, consolidar o Brasil como um dos principais destinos tursticos mundiais. O Plano prope um processo de gesto compartilhada e descentralizada da atividade que envolve a iniciativa privada, os diversos nveis de governo e as instncias de representao regional do turismo, tendo como referncia os macroprogramas e programas que avanam no sentido de acompanhar o desenvolvimento da atividade, atualizando e incorporando novas reflexes e modos de ao acumulados com a experincia de planejamento e gesto da primeira verso do PNT (2003/2007). Para o horizonte temporal de 2007 a 2010, o Plano define quatro metas desafiadoras que direcionam para um crescimento slido do turismo no Pas: a promover a realizao de 163 milhes de viagens no mercado interno em 2007, e 217 milhes em 2010; b criar 335 mil novos empregos e ocupaes em 2007, e 516 mil em 2010; c gerar 5,1 bilhes de dlares em divisas em 2007, e 7,7 bilhes em 2010; e d estruturar 65 destinos tursticos com padro de qualidade internacional at 2010.

Assim, como forma de promover o desenvolvimento do turismo regionalizado em todo o Pas e fortalecer a gesto descentralizada e participativa da Poltica Nacional de Turismo, conceitos que orientam as aes do MTur desde a primeira verso do PNT, estruturou-se, a partir de 2004, a gesto do Programa de Regionalizao Roteiros do Brasil, de modo participativo e descentralizado, para ordenar e diversificar a oferta turstica nacional. Constituindo um Macroprograma do PNT 2007/2010, o Programa de Regionalizao do Turismo Roteiros do Brasil prope a estruturao de roteiros tursticos intermunicipais nas regies tursticas brasileiras, com base nos princpios da cooperao, integrao e sustentabilidade ambiental, econmica, sociocultural e polticoinstitucional. Em 2006, como resultado do Programa de Regionalizao, foram apresentados, no Salo do Turismo Roteiros do Brasil, 396 roteiros tursticos, envolvendo 149 regies tursticas e 1.207 municpios de todas as unidades da Federao. Desses 396 roteiros, 87 foram priorizados pelas unidades da Federao, para obteno de padro de qualidade internacional e, conseqentemente, promoo do alcance das metas do PNT. Assim, o foco de atuao do Ministrio do Turismo, em especial do Programa de Regionalizao do Turismo e suas entidades parceiras em mbitos nacional, estadual, regional e municipal so os 87 roteiros que contemplam 474 municpios de 116 regies tursticas. O que se prope agora, no Plano Nacional do Turismo 2007-2010 uma Viagem de Incluso, a

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REL ATRIO BR ASIL

identificao de destinos com capacidade de induzir o desenvolvimento regional entre os 87 roteiros citados. Isso significa que esses destinos sero priorizados para receber investimentos tcnicos e financeiros do MTur e sero foco de articulaes e busca de parcerias com outros ministrios e instituies. Esses destinos indutores tero a responsabilidade de propagar o desenvolvimento nos roteiros dos quais fazem parte e, conseqentemente, nas regies tursticas que perpassam. Suas experincias e prticas exitosas devem ser multiplicadas para outros destinos e roteiros que integram as 200 regies tursticas do Pas. A identificao desses destinos indutores foi realizada com base em critrios que consideraram primeiramente que:

todas as unidades da Federao e suas capitais deveriam ser contempladas; cada unidade da Federao deveria ter no mnimo um e no mximo cinco destinos indutores de desenvolvimento turstico regional.

Para a escolha dos destinos foram consideradas as avaliaes e valoraes de diversos estudos e pesquisas que orientam a ao ministerial, tais como o Plano de Marketing Turstico Internacional Plano Aquarela, o Plano de Marketing Turstico Nacional Plano Cores do Brasil, alm de outros estudos e investigaes sobre investimentos do governo federal e sobre as potencialidades e necessidades desses destinos. Alm disso, foram consideradas as referncias relativas s demandas de qualificao e infra-estrutura elencadas pelos representantes dos 87 roteiros tursticos durante o 1 Encontro Nacional do Programa de Regionalizao do Turismo, ocorrido em Braslia, em outubro de 2006.

Como resultado desse processo, foram selecionados 65 destinos tursticos, que fazem parte de 59 regies tursticas em todas as unidades da Federao. Esses destinos devem ser trabalhados at 2010 para a obteno do padro de qualidade internacional, constituindo, assim, modelos de destinos indutores do desenvolvimento turstico regional, sendo essa uma das metas do PNT 2007/2010. Para o Programa de Regionalizao do Turismo, os destinos indutores de desenvolvimento turstico regional devero ser aqueles que possuem infra-estrutura bsica e turstica e atrativos qualificados, que se caracterizam como ncleo receptor e/ou distribuidor de fluxos tursticos, isto , aqueles capazes de atrair e/ou distribuir significativo nmero de turistas para seu entorno e dinamizar a economia do territrio em que esto inseridos. Pretende-se que, at o final de 2008, 15 desses destinos estejam estruturados e tenham alcanado o referido padro de qualidade internacional, por meio da atuao do Ministrio do Turismo e suas instituies parceiras, nos mbitos nacional, estadual, regional e municipal. Os outros 50 destinos sero trabalhados de acordo com as metas do PNT 2007-2010, de forma participativa, descentralizada e sistmica, estimulando a integrao e a conseqente organizao e ampliao da oferta turstica. Os demais destinos das regies tursticas, em todo o Pas, devero continuar o processo de organizao regional, considerando as Diretrizes e Mdulos Operacionais do Programa de Regionalizao do Turismo, de modo a estarem fortalecidos para absorver os impactos do desenvolvimento da atividade em seus territrios, at 2010. Trata-se de um processo permanente de qualificao, que dever se estender por todo o territrio turstico nacional, propiciando a insero, nos mercados nacional e internacional, da riqueza e da diversidade do patrimnio turstico brasileiro.

ESTuDO DE COMPETIVIDADE DOS 65 DESTINOS INDuTORES DO DESENVOLVIMENTO TuRSTICO REGIONAL

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REL ATRIO BR ASIL

REGIO NORTE09

Acre

01 - Rio Branco

Amazonas02 - Barcelos 03 - Manaus 04 - Parintins02

RR

AP

Amap Par

05 - Macap03

04 07

06 - Belm 07 - Santarm

Rondnia Roraima

08 - Porto Velho

AM

PA

09 - Boa Vista

Tocantins10 - Mateiros 11 - Palmas

AC01

08

ROREGIO CENTRO-OESTEDistrito Federal35 - Braslia

MT44

Gois

36 - Alto Paraso 37 - Caldas Novas 38 - Goinia 39 - Pirenpolis

Mato Grosso do Sul40 - Bonito 41 - Campo Grande 42 - Corumb

43

42

Mato Grosso43 - Cceres 44 - Cuiab41 40

MS

REGIO SUL58

Paran

57 - Curitiba 58 - Foz do Iguau 59 - Paranagu

Rio Grande do Sul60 - Bento Gonalves 61 - Gramado 62 - Porto Alegre

RS

Santa Catarina

63 - Balnerio Cambori 64 - Florianpolis 65 - So Joaquim

ESTuDO DE COMPETIVIDADE DOS 65 DESTINOS INDuTORES DO DESENVOLVIMENTO TuRSTICO REGIONAL

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65 Destinos Indutores do Desenvolvimento Turstico Regional05 06

AP

24

23

29

21

20

19

26

MA

31

CE22

RN PB PE12

3233

25

TO11 10 30

PI

2827 13

REGIO NORDESTEAlagoas Bahia12 - Macei 13 - Maragogi

AL SE15 18 17 34

BA14

14 - Mara 15 - Lenis 16 - Porto Seguro 17 - Salvador 18 - Mata de So Joo

36

Cear16

39

35

DF

38

19 - Aracati 20 - Fortaleza 21 - Jijoca de Jericoacoara 22 - Nova Olinda

GO

37

Maranho47

23 - Barreirinhas 24 - So Lus

Paraba

MG

46

ES48

25 - Joo Pessoa

45

Pernambuco

49

SP5256

53

RJ51

REGIO SUDESTEEsprito Santo45 - Vitria

26 - Fernando de Noronha 27 - Ipojuca 28 - Recife

52 50

54

Piau

55

29 - Parnaba 30 - So Raimundo Nonato 31 - Teresina

Minas Gerais

PR SC65 6061

57

59

46 - Belo Horizonte 47 - Diamantina 48 - Ouro Preto 49 - Tiradentes

Rio Grande do Norte32 - Natal 33 - Tibau do Sul

63 64

Rio de Janeiro

Sergipe

34 - Aracaju

50 - Angra dos Reis 51 - Armao dos Bzios 52 - Parati 53 - Petrpolis 54 - Rio de Janeiro

62

Legenda65 65 65 65 65

So Paulo55 - Ilhabela 56 - So Paulo

Destinos Indutores Municpios Beneficiados

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REL ATRIO BR ASIL

65 Destinos Indutores do Desenvolvimento Turstico Regional 59 Regies Tursticas e 740 municpios

Bahia Mara Costa do Dend Cairu Camamu Igrapina Ituber Mara Nilo Peanha Presidente Trancredo Neves Tapero Valena

Cear Aracati (Canoa Quebrada) Litoral Leste Aquiraz Aracati Beberibe Cascavel Eusbio Fortim Icapu Pindoretama Fortaleza

Ipojuca (Porto de Galinhas) Litoral Sul Barreiros Cabo de Santo Agostinho Ipojuca Rio Formoso So Jos da Coroa Grande Sirinham Tamandar Recife Regio Metropolitana Camaragibe Jaboato dos Guararapes Olinda Recife

So Miguel do Gostoso Senador Georgino Avelino Tibau do Sul Touros Vila Flor

Sergipe Aracaju Plo Costa dos Coqueirais Aracaju Barra dos Coqueiros Brejo Grande Estncia Indiaroba Itaporanga d Ajuda Laranjeiras Nossa Senhora do Socorro Pacatuba Pirambu Santa Luzia do Itanhy Santo Amaro das Brotas So Cristvo

Lenis (Chapada Diamantina) Chapada Diamantina Abara Andara Acre Rio Branco Regio Turstica Vale do Acre Assis Brasil Brasilia Bujari Capixaba Epitaciolndia Plcido de Castro Porto Acre Rio Branco Sena Madureira Senador Guiomard Xapuri Roraima Boa Vista Roraima, a Savana Amaznica Alto Alegre Barcelos Plo Rio Negro e Solimes Autazes Barcelos Careiro Careiro da Vrzea Coari Iranduba Manacapuru Manaquiri Novo Airo Tef Manaus Plo Manaus/Encontro das guas Manaus Parintins Plo Sater/Tucandeira Barreirinha Boa Vista do Ramos Maus Nhamund Parintins Alagoas Amap Macei Macap Plo Meio do Mundo Macap Regio Metropolitana Macei Rio Largo Satuba Maragogi Regio Costa dos Corais Barra de Santo Antnio Japaratinga Maragogi Matriz de Camaragibe Paripueira Passo de Camaragibe Porto Calvo Porto de Pedras So Luiz do Quitunde So Miguel dos Milagres Tocantins Mateiros (Jalapo) Encantos do Jalapo Mateiros Novo Acordo Ponte Alta do Tocantins So Felix do Tocantins Palmas Serras do Lago Brejinho de Nazar Ipueiras Lajeado Monte do Carmo Palmas Paraso do Tocantins Porto Nacional Aratupe Cachoeira Itaparica Jaguaripe Madre de Deus Maragojipe Muniz Ferreira Nazar Salinas da Margarida Salvador Santo Amaro So Flix So Francisco do Conde Saubara Vera Cruz Mata de So Joo Costa dos Coqueiros Camaari Conde Entre Rios Esplanada Itanagra Jandara Lauro de Freitas Mata de So Joo Belmonte Itabela Porto Seguro Santa Cruz Cabrlia Salvador Baa de Todos os Santos Boa Vista Bonfim Cant Iracema Mucaja Oriximin Santarm Barra do Mendes Bonito Brotas de Macabas Cam Campo Formoso Rondnia Porto Velho Plo de Porto Velho Candeias do Jamari Itapu do Oeste Porto Velho rico Cardoso Gentio do Ouro Ibicoara Ipupiara Iraquara Itaet Jacobina Jussiape Lenis Livramento de Nossa Senhora Miguel Calmon Morro do Chapu Mucug Nova Redeno Ourolndia Palmeiras Paramirim Piat Piritiba Rio de Contas Rio do Pires Sade Seabra Senhor do Bonfim Utinga Wagner Porto Seguro (Arraial dAjuda, Trancoso, Carava) Costa do Descobrimento

Fortaleza Fortaleza Jijoca de Jericoacoara Litoral Extremo Oeste Barroquinha Camocim Jijoca de Jericoacoara Cruz Chaval Granja Nova Olinda (Cariri) Cariri Araripe Assar Barbalha Brejo Santo Caririau Crato Jardim Juazeiro do Norte Misso Velha Nova Olinda Santana do Cariri

Piau Parnaba (Delta) Plo Costa do Delta Buriti dos Lopes Cajueiro da Praia Ilha Grande Lus Correia Parnaba So Raimundo Nonato (Serra da Capivara) Plo das Origens Ansio de Abreu Bonfim do Piau Brejo do Piau Canto do Buriti Caracol Coronel Jos Dias Dirceu Arcoverde Dom Inocncio Fartura do Piau Guaribas Joo Costa Jurema So Braz do Piau So Joo do Piau So Loureno do Piau So Raimundo Nonato Tamboril do Piau Vrzea Branca Teresina Plo Teresina Altos Beneditinos Campo Maior Coivaras Curralinhos Demerval Lobo Jos de Freitas Lagoa Alegre Lagoa do Piau Miguel Leo Monsenhor Gil Pau dArco do Piau Teresina Unio

Distrito Federal Braslia Braslia- Patrimnio da Humanidade Braslia Gois Alto Paraso de Gois (Chapada dos Veadeiros) Regio da Reserva da Biosfera Goyaz gua Fria de Gois Alto Paraso de Gois Alvorada do Norte Buritinpolis Cabeceiras Campos Belos Cavalcante Colinas do Sul Damianpolis Divinpolis de Gois Flores de Gois Formosa Guarani de Gois Iaciara Mamba Mimoso de Gois Monte Alegre de Gois Nova Roma Padre Bernardo Planaltina Posse So Domingos So Joo dAliana Simolndia Stio dAbadia Teresina de Gois Vila Boa Caldas Novas Regio das guas Alondia

Amazonas

Maranho Barreirinhas (Lenis Maranhenses) Lenis Maranhenses Barreirinhas Humberto de Campos Primeira Cruz Santo Amaro do Maranho So Lus Plo So Lus Alcntara Pao do Lumiar Raposa So Jos de Ribamar So Lus

Paraba Joo Pessoa Regio Turstica do Litoral Bayeux Baa da Traio Cabedelo Conde Cruz do Esprito Santo Joo Pessoa Lucena Mamanguape Marcao Mataraca Pilar Pitimb Rio Tinto Santa Rita Sap

Rio Grande do Norte Natal/Tibau do Sul Regio Plo Costa das Dunas Ars Baa Formosa Canguaretama Cear-Mirim Extremoz Goianinha Macaba Maxaranguape Natal

Anhanguera Bom Jesus de Gois Buriti Alegre Cachoeira Alta Cachoeira Dourada Cau Caldas Novas Campo Alegre de Gois Catalo Corumbaba Cromnia Cumari Davinpolis Goiandira Goiatuba Gouvelndia Inaciolndia Ipameri Itaj Itarum Itumbiara Jovinia

Par Belm Plo Belm Belm Santarm (Tapajs) Plo Tapajs Alenquer Monte Alegre bidos

Pernambuco Fernando de Noronha Fernando de Noronha Fernando de Noronha

Nsia Floresta Parnamirim Pedra Grande Pureza Rio do Fogo So Gonalo do Amarante So Jos de Mipib

ESTuDO DE COMPETIVIDADE DOS 65 DESTINOS INDuTORES DO DESENVOLVIMENTO TuRSTICO REGIONAL

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Lagoa Santa Mairipotaba Marzago Morrinhos Nova Aurora Ouvidor Panam Paranaiguara Piracanjuba Pontalina Porteiro Professor Jamil Quirinpolis Rio Quente So Simo Trs Ranchos Vicentinpolis Goinia Regio dos Negcios Abadia de Gois Anpolis Aparecida de Goinia Arau Aragoinia Bela Vista de Gois Bonfinpolis Brazabrantes Caldazinha Catura Damolndia Goianpolis Goinia Goianira Guap Hidrolndia Inhumas Nerpolis Nova Veneza Ouro Verde de Gois Petrolina de Gois Santo Antnio de Gois Senador Canedo Terezpolis de Gois Trindade Pirenpolis Regio do Ouro Abadinia guas Lindas de Gois Alexnia Cidade de Gois Cocalzinho de Gois Corumb de Gois Heitora Itabera Itaguari Itaguaru Itauu Jaragu Jespolis Pirenpolis Santa Rosa de Gois Santo Antnio do Descoberto So Francisco de Gois Taquaral de Gois Vila Propcio

Terenos Corumb (Pantanal Sul) Pantanal Anastcio Aquidauana Corumb Dois Irmos do Buriti Ladrio Miranda Porto Murtinho

So Gonalo do Rio Abaixo Tiradentes Circuito Turstico Trilha dos Inconfidentes Antnio Carlos Barbacena Barroso Carrancas Conceio da Barra de Minas Coronel Xavier Chaves Dores de Campos Entre Rios de Minas Ibituruna Lagoa Dourada Madre de Deus de Minas Nazareno Piedade do Rio Grande Prados Resende Costa Ritpolis Santa Cruz de Minas So Joo Del Rei So Tiago Tiradentes

Guaratinguet Igarat Ilhabela Jacare Jambeiro Lagoinha Lavrinhas Lorena Monteiro Lobato Natividade da Serra Paraibuna Pindamonhangaba Piquete Potim Queluz Redeno da Serra Roseira Santa Branca Santo Antnio do Pinhal So Bento do Sapuca So Jos do Barreiro So Jos dos Campos So Lus do Paraitinga So Sebastio Silveiras Taubat Trememb Ubatuba

Itaperuu Lapa Mandirituba Pin Pinhais Piraquara Quatro Barras Quitandinha Rio Branco do Sul Rio Negro So Jos dos Pinhais Tijucas do Sul Tunas do Paran Foz do Iguau Oeste e Municpios Lindeiros ao Lago de Itaipu Anahy Assis Chateaubriand Boa Vista da Aparecida Braganey Cafelndia Capito Lenidas Marques Cascavel Cu Azul Corblia Diamante dOeste Entre Rios dOeste Formosa do Oeste Foz do Iguau Guair Iguatu Iracema do Oeste Itaipulndia Jesutas Lindoeste Marechal Cndido Rondon Marip Matelndia Medianeira Mercedes Missal Nova Aurora Nova Santa Rosa Ouro Verde do Oeste Palotina Pato Bragado Quatro Pontes Ramilndia Santa Helena Santa Lcia Santa Tereza do Oeste Santa Terezinha de Itaipu So Jos das Palmeiras So Miguel do Iguau So Pedro do Iguau Serranpolis do Iguau Terra Roxa Toledo Trs Barras do Paran Tupssi Vera Cruz do Oeste Paranagu Litoral Antonina Guaraqueaba Guaratuba Matinhos Morretes Paranagu Pontal do Paran

Casca Caxias do Sul Coronel Pilar Cotipor Fagundes Varela Farroupilha Flores da Cunha Garibaldi Guapor Monte Belo do Sul Nova Pdua Nova Prata Nova Roma do Sul Protsio Alves Santa Tereza So Marcos So Valentim do Sul Serafina Corra Veranpolis Vila Flores Vila Maria Vista Alegre do Prata Porto Alegre Microrregio Porto Alegre e Delta do Jacu Alvorada Cachoeirinha Eldorado do Sul Glorinha Gravata Guaba Porto Alegre Triunfo Viamo

Mato Grosso Cceres (Pantanal Norte) Pantanal Mato-Grossense Baro de Melgao Cceres Nossa Senhora do Livramento Pocon Santo Antnio do Leverger Cuiab Regio Metropolitana Cuiab Vrzea Grande

Rio de Janeiro Angra dos Reis/Parati Costa Verde

So Paulo Capital Expandida Aruj Barueri Biritiba Mirim Caieiras Cajamar Carapicuba Cotia Diadema Embu Embu-Guau Ferraz de Vasconcelos Francisco Morato Franco da Rocha Guararema Guarulhos Itapecerica da Serra Itapevi Itaquaquecetuba Jandira Juquitiba Mairipor Mau Mogi das Cruzes Osasco Pirapora do Bom Jesus Po Ribeiro Pires Rio Grande da Serra Salespolis Santa Isabel Santana de Parnaba Santo Andr So Bernardo do Campo So Caetano do Sul So Loureno da Serra So Paulo Suzano Taboo da Serra Vargem Grande Paulista

Esprito Santo Vitria Regio Turstica Metropolitana Cariacica Fundo Guarapari Serra Viana Vila Velha Vitria

Angra dos Reis Itagua Mangaratiba Parati Rio Claro Armao dos Bzios Costa do Sol Araruama Armao dos Bzios Arraial do Cabo Cabo Frio Carapebus Casimiro de Abreu Iguaba Grande Maca Marica Quissam Rio das Ostras So Pedro da Aldeia Saquarema Petrpolis Serra Verde Imperial Areal Cachoeiras de Macacu Comendador Levy Gasparian Guapimirim Mag Nova Friburgo Petrpolis So Jos do Vale do Rio Preto Terespolis Trs Rios Rio de Janeiro Metropolitana Niteri

Santa Catarina Balnerio Cambori Rota do Sol Balnerio Cambori Bombinhas Cambori Ilhota Itaja Itapema Luiz Alves Navegantes Penha Piarras Porto Belo Florianpolis Grande Florianpolis guas Mornas Angelina Anitpolis Antnio Carlos Biguau Florianpolis Governador Celso Ramos Palhoa Rancho Queimado Santo Amaro da Imperatriz So Bonifcio So Jos So Pedro de Alcntara So Joaquim Serra Catarinense Anita Garibaldi

Minas Gerais Belo Horizonte Circuito Turstico Belo Horizonte Belo Horizonte Diamantina Circuito Turstico dos Diamantes Buenpolis Couto de Magalhes de Minas Datas Diamantina Felcio dos Santos Gouveia Monjolos Presidente Kubitschek Santo Antnio do Itamb Senador Modestino Gonalves Serro Ouro Preto

Mato Grosso do Sul Bonito Bonito e Serra da Bodoquena Antnio Joo Bela Vista Bodoquena Bonito Caracol Guia Lopes da Laguna Jardim Nioaque Campo Grande Campo Grande e Regio Campo Grande Corguinho Jaraguari Rio Negro Rochedo Sidrolndia Circuito Turstico do Ouro Baro de Cocais Belo Vale Bom Jesus do Amparo Caet Catas Altas Congonhas Itabira Itabirito Mariana Nova Era Nova Lima Ouro Branco Ouro Preto Piranga Raposos Rio Acima Sabar Santa Brbara Santa Luzia

Paran Curitiba Regio Metropolitana de Curitiba Adrianpolis Agudos do Sul Almirante Tamandar Araucria Balsa Nova Bocaiva do Sul Campina Grande do Sul Campo do Tenente Campo Largo Campo Magro Cerro Azul Colombo Contenda Curitiba Doutor Ulysses Fazenda Rio Grande

Rio de Janeiro

Rio Grande do Sul Gramado Microrregio Hortnsias Canela Gramado Nova Petrpolis Picada Caf So Francisco de Paula Bento Gonalves Microrregio Uva e Vinho Antnio Prado Bento Gonalves Boa Vista do Sul Carlos Barbosa

Bocaina do Sul Bom Jardim da Serra Bom Retiro Campo Belo do Sul Capo Alto Cerro Negro Correia Pinto Lages Otaclio Costa Painel Palmeira Rio Rufino So Joaquim So Jos do Cerrito Urubici Urupema

So Paulo Ilhabela Vertente Ocenica Norte Aparecida Arape Areias Bananal Caapava Cachoeira Paulista Campos do Jordo Canas Caraguatatuba Cruzeiro Cunha

2ESTUDO DE COMPETITIVIDADE DOS 65 DESTINOS INDUTORES DO DESENVOLVIMENTO TURSTICO REGIONAL

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1. Competitividade de destinos tursticosA competitividade internacional nos mercados uma forte preocupao manifestada nos ltimos anos e debatida intensamente nos meios de comunicao e acadmico, sendo um dos temas mais relevantes nas agendas de polticas pblicas em naes desenvolvidas e em desenvolvimento (ul HAQuE, 1995; CHuDNOVSKY e PORTA, 1990). Com relao, especificamente, a estudos sobre a importncia das polticas pblicas para a competitividade de setores industriais, podem ser citados Dodgson (2005), a respeito das economias asiticas, e Lee (2005), ao tratar do desenvolvimento tecnolgico da Coria do Sul. Ambos os trabalhos focam particularmente a indstria de eletrnicos. No Brasil, j foram empreendidos estudos semelhantes por Adler (1986), Baptista (1997;1988) e Cassiolato e Baptista (1996). Para Chudnovsky e Porta (1990), alguns fatores explicam a importncia crescente que o tema da competitividade conquistou, nas ltimas dcadas, em diversos pases. Nesse sentido, devem ser consideradas, entre outras razes, as crises do petrleo, na dcada de 1970, que abateram os fundamentos econmicos de diversas naes desenvolvidas no perodo, as crises fiscais nos pases latinoamericanos durante o decnio de 1980 (Mxico e Brasil, por exemplo), bem como o papel dos desenvolvimentos tecnolgicos e a ascenso de novos competidores significativos em mercados importantes, como o de eletrnicos por parte do Japo e de outras naes do leste asitico. O crescimento da importncia do tema gerou, como efeito direto, alm de uma obsesso perigosa, de acordo com Krugman (1994), uma grande produo acadmica ao longo das ltimas dcadas, com diversas abordagens e focos diferenciados. Nesse sentido, por exemplo, a competitividade, em termos de seu escopo, pode ser relacionada com pases ou empresas. No contexto das empresas, o conceito pode significar a aptido para vender aquilo que produzido (MATHIS et al., 1988) ou como uma firma capaz de sair vitoriosa no confronto com suas rivais no mercado (MICHALET, 1981); para o contexto dos pases, competitividade pode significar a capacidade de uma nao para enfrentar a competio internacional, ou seja, a capacidade de exportar seus produtos, bem como de proteger seu mercado domstico. Alm disso, segundo Chudnovsky e Porta (1990), alguns autores associam a competitividade de uma nao para alm de princpios calcados somente no comrcio internacional ou na defesa do mercado local, incorporando ao tema noes de bem-estar econmico e melhoria da qualidade de vida de sua populao (FAGERBERG, 1988; FAJNZYLBER, 1988; JONES e TEECE, 1988). A conceituao do fenmeno da competitividade no uma tarefa simples. Diferentes conceitos e escopos podem ser empregados ao termo, o que acarreta uma falta de consenso na literatura sobre o tema (LASTRES e CASSIOLATO, 1995; KuPFER, 1992; HAGuENAuER, 1989). Nesse sentido, muitos estudos sobre competitividade no compartilham da mesma conceituao ou abordagem metodolgica, bem como de suas formas de avaliao. Em termos de avaliao, por exemplo, Haguenauer

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(1989) sintetiza os diversos modelos de competitividade em duas espcies de abordagem:i ii

aquelas baseadas em noes de desempenho; e aquelas baseadas em eficincia.

Assim, os modelos de competitividade elaborados e fundamentados em noes de desempenho so desenvolvidos de acordo com o contexto de pases ou indstrias, sendo associados a um conceito ex-post, isto , a competitividade de uma economia nacional (ou setor industrial) mensurada com base em seus efeitos sobre o comrcio externo. A vantagem principal dessa abordagem consiste na simplicidade da construo de seus indicadores, geralmente mensurados no desempenho das exportaes locais. Kupfer (1992), ampliando o conceito desempenho para o nvel das empresas, afirma que o fenmeno pode ser medido com base em indicadores de participao de mercado das firmas em um dado momento no tempo (market share). Por sua vez, a noo de competitividade, fundamentada no conceito de eficincia, deriva de caractersticas estruturais dos pases, indstrias ou organizaes. Assim, em plano oposto ao conceito de desempenho, a abordagem da competitividade, sob a premissa da eficincia, eminentemente ex ante, ou seja, baseada em certas capacidades de produo ou de tcnicas que empresas, setores industriais ou pases sejam detentores. Nesse sentido, o desempenho no mercado uma conseqncia da competitividade e no sua expresso (HAGuENAuER, 1989). Ressalte-se que a abordagem baseada em eficincia aproxima-se dos trabalhos realizados para o conhecimento e mensurao das capacidades instaladas, assim como das formas e estratgias para incrementar a competitividade.

de compreender como, em um dado momento, organizaes ou indstrias conseguem elaborar estratgias que lhes permitam elevados retornos e obteno de vantagens competitivas (COCKBuRN et al., 2000). De acordo com Vasconcelos e Cyrino (2000) e Vasconcelos (2002), as abordagens em estratgia podem ser classificadas em dois eixos fundamentais:i ii

em termos de origem das vantagens (externo versus interno); e em funo das premissas sobre a concorrncia (viso esttica versus viso dinmica).

1.1 Convergncia entre competitividade e estratgiaApesar das dificuldades de se conceituar e mensurar competitividade, as evidncias indicam a existncia de diferenas em termos de nveis de desempenho entre, por exemplo, empresas rivais (RuMELT, 1991; MCGAHAN e PORTER, 1997). Mais precisamente, alguns estudos baseados na abordagem da organizao industrial sugerem que aproximadamente 20% da rentabilidade de uma empresa deriva do setor em que ela atua (McGAHAN , 1999; McGAHAN e PORTER, 1997). As tentativas de buscar modelos que expliquem as diferenas em diversos nveis (pases, setores, empresas e at produtos) tm gerado, ao longo das ltimas dcadas, uma vasta produo acadmica que tende a aproximar as reas de estratgia empresarial e teoria das organizaes (VASCONCELOS e CYRINO, 2000), com o objetivo

No que diz respeito origem, a competitividade pode derivar do ambiente externo organizao, isto , como um atributo de posicionamento em funo da estrutura da indstria, da dinmica da concorrncia e do mercado. Exemplos dessa abordagem so as escolas de posicionamento, baseada no modelo de rivalidade ampliada proposto por Michael Porter (2004), e o modelo Estrutura-Conduta-Desempenho (ECD), do qual derivou a proposta anterior. Tendo como referncia o ambiente interno, vertente impulsionada a partir de 1984 com artigo clssico de Wernerfelt (1984) e posteriormente Barney (1991), a competitividade pode ser construda com base em caractersticas internas das organizaes; pois ela intrnseca s empresas. Nesta linha, os modelos desenvolvidos pela abordagem baseada em recursos (RBV) so amplamente utilizados. J no segundo eixo, so discriminadas as abordagens com base na concorrncia. Assim, os autores fazem uma distino entre as teorias calcadas em uma viso estrutural e eminentemente esttica da concorrncia, levando em considerao elementos de equilbrio econmico (como a abordagem baseada em recursos) e as demais correntes que se pautam por aspectos dinmicos e mutveis da concorrncia, com nfase em fenmenos como inovao, descontinuidade e desequilbrio, tais como as teorias de capacidades dinmicas. Assim, a idia de que diferenas qualitativas entre empresas ou pases podem ser atribudas aos recursos especficos representa um contraponto ao pensamento tradicional, que foca as estruturas de mercado como fontes de competitividade. A proposio central das abordagens com base em recursos e competncias explica, portanto, que as origens das vantagens competitivas esto localizadas primariamente no interior das organizaes e/ou pases e somente de forma secundria nas estruturas industriais ou em seus ambientes externos. Portanto, de acordo com Vasconcelos e Cyrino (2000) e Vasconcelos (2002), as teorias centradas em recursos e competncias situam-se no eixo interno das fontes de

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competitividade. Partindo da percepo inicial das empresas como um conjunto de recursos, as abordagens com base em capacidades dinmicas procuram estudar as relaes entre os processos de deciso, aes executadas e suas respectivas conseqncias gerenciais, em termos de formao, conservao e destruio de recursos. Nesse sentido, de acordo com Teece et al. (1997), o termo capacidades dinmicas pode ser dissecado em seus dois componentes fundamentais. Assim, o termo dinmicas refere-se capacidade de renovar competncias, de forma a obter convergncia com o ambiente mutvel do mercado, ao passo que a expresso capacidades enfatiza o papel crucial da gesto estratgica para adaptar, integrar e reconfigurar habilidades organizacionais, recursos e competncias, internos e externos organizao, de modo a lidar com o ambiente. Portanto, pela abordagem das capacidades dinmicas, mais importante do que o estoque atual de recursos a capacidade da organizao ou do pas de acumular e combinar novos recursos e formatos organizacionais, a fim de gerar fontes adicionais de renda (VASCONCELOS e CYRINO, 2000; EISENHARDT e MARTIN, 2000) ou de estender, modificar e desenvolver outras capacidades ordinrias (WINTER, 2003). Finalmente, a abordagem das capacidades dinmicas, em termos de origem dos fatores de competitividade das empresas, localiza-se no ambiente interno das mesmas, como ocorre com as teorias de recursos e competncias. Por outro lado, a estrutura de mercado em que se baseia essa abordagem calcada em uma perspectiva dinmica e de mudanas. As diversas formas de mensurar o fenmeno da competitividade (noes de desempenho e eficincia), seus escopos diferenciados, como naes, indstrias, pases, produtos e destinos (este ltimo, no caso especfico do turismo) e abordagens estratgicas (em dois eixos) ajudam a explicar a dificuldade e encontrar uma conceituao amplamente aceita. Os exemplos citados nesta seo refletem, portanto, a grande abrangncia e volume de produo de trabalhos com o objetivo de abordar a questo da competitividade de vrias maneiras. No setor de turismo, a situao no diversa. Por isso, na prxima seo sero apresentadas algumas das experincias recentes de estudos sobre competitividade, especialmente elaboradas para este setor.

caracterstica se reflete diretamente nos diversos mtodos e abordagens pelos quais os modelos de mensurao da competitividade so construdos. No setor de turismo, a dificuldade para se avaliar a competitividade de destinos sofre complicaes adicionais. Segundo Crouch e Ritchie (1999), isso ocorre em virtude das unidades de anlise utilizadas e da perspectiva dos analistas sobre as mesmas, isto , a gesto pblica se ocupa da competitividade da economia como um todo, as indstrias ou associaes comerciais focam seus interesses nas suas respectivas reas de atuao, e empreendedores e executivos se preocupam com a competitividade de seus prprios negcios. Assim, a habilidade da administrao pblica de um destino em coordenar os diferentes agentes sociais e econmicos que possuem participao no setor de turismo local, bem como sua aptido de estimular a capacidade de inovao, a fim de que o destino possa manter-se frente de seus concorrentes, um aspecto decisivo para o sucesso e a competitividade de um destino turstico. Com efeito, Gooroochurn e Sugiyarto (2004) argumentam que a competitividade de destinos tursticos tem adquirido importncia crescente para formuladores de polticas, medida que eles almejam uma participao crescente no mercado de turismo. Assim, da mesma forma como ocorre com as empresas, para ser bem-sucedido nesse mercado todo destino deve assegurar que sua atratividade geral e que a integridade das experincias disponibilizadas a seus visitantes devem ser iguais ou maiores do que aquelas de outros destinos (DWYER e KIM, 2003). Nesse sentido, a literatura recente sobre turismo apresenta uma srie de estudos e experincias internacionais acerca da competitividade na indstria do turismo, tais como os de Kozak e Remmington (1999), Crouch e Ritchie (1999, Gooroochurn e Sugiyarto (2004), Melin-Gonzlez e Garca-Falcn (2003), Enright e Newton (2004) e Johns e Mattsson (2005). Gooroochurn e Sugiyarto (2004), por exemplo, elaboraram um framework para avaliao da competitividade de destinos tursticos. Nesse caso, a unidade de anlise foram pases, e a amostra contou com mais de 200 naes desenvolvidas e em desenvolvimento. O modelo dos autores buscou ser o mais compreensivo e abrangente possvel, englobando oito temas: preos; abertura econmica; iii desenvolvimentos tecnolgicos; iv infra-estrutura; v desenvolvimento humano no turismo; vi desenvolvimento social;i ii

1.2 Competitividade no setor de turismo: lies de alguns estudos internacionaisComo visto no item anterior, a competitividade um fenmeno complexo de ser conceituado e mensurado. Essa

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vii meio ambiente; e viii recursos humanos.

Alguns estudos foram elaborados com base em abordagens dos recursos (RBV). Exemplos de tais estudos so os trabalhos de Crouch e Ritchie (1999) e Melin-Gonzlez e Garca-Falcn (2003). Os primeiros desenvolveram um modelo conceitual de competitividade em destinos, baseado em quatro fatores: fatores de qualificao (ou condies situacionais); gesto do destino; iii atrativos e recursos-chave; e iv fatores e recursos de apoio.i ii

Por meio da adaptao do modelo RBV para o contexto de destinos tursticos, so eles competitivos de acordo com seus recursos tangveis e intangveis, alm de suas capacidades de gesto e polticas. Melin-Gonzles e Garca-Falcn (2003) tambm elaboraram um modelo de avaliao de competitividade com base na abordagem RBV e o aplicaram empiricamente ao segmento de turismo de pesca nas Ilhas Canrias, Espanha. A despeito das semelhanas que podem ser traadas entre destinos e firmas (para as quais a teoria foi originalmente elaborada), os autores entenderam que os recursos de destinos tursticos podem ser compreendidos como alguns recursos naturais (tais como, praias e montanhas) ou culturais (como museus, festivais, tradies locais etc). Para Enright e Newton (2004), os destinos sero competitivos se puderem atrair e satisfazer turistas potenciais. Alm disso, a competitividade depende tanto de fatores especficos ao turismo como tambm de uma gama de fatores que influenciam os servios tursticos. Os autores formularam um modelo quantitativo amplo para mensurar a competitividade com finalidades prticas e para auxiliar formuladores de polticas e outros interessados no setor de turismo. O estudo revelou a importncia de se identificar competidores relevantes, bem como a compreenso da importncia dos atrativos e negcios relacionados com o setor como fatores que afetam a competitividade de destinos. Por sua vez, Kozak e Remmington (1999) definiram que a competitividade de destinos tursticos derivada de dois aspectos fundamentais: (i) fatores primrios, em que so includos o clima, ecologia, cultura e tradies arquitetnicas; e (ii) um segundo grupo de fatores, que introduzido especificamente para o setor de turismo, como hotis, meios de transporte e entretenimento. Combinados, ambos os aspectos determinam a competitividade dos destinos.

Outro exemplo da literatura o trabalho de Johns e Mattsson (2005). De acordo com esses autores, a competitividade pode ser avaliada qualitativa e quantitativamente. A performance quantitativa examinada com base em dados sobre a chegada de turistas e as receitas deles (noo desempenho, ex post). Entretanto, tambm h a necessidade, segundo os autores, de serem levados em considerao aspectos qualitativos, j que estes iro determinar o desempenho do destino (noo eficincia, ex ante). Finalmente, um ltimo trabalho deve ser mencionado em virtude de sua relevncia. Nesse sentido, o Frum Econmico Mundial (World Economic Forum, 2007), reconhecendo a importncia do turismo para a economia global e de diversas naes, elaborou, em 2007, um estudo de competitividade intitulado The Travel & Tourism Competitiveness Report. Com base em dados secundrios disponveis em diversos organismos internacionais e em questionrios distribudos a lderes e executivos na pesquisa de opinio anual do Frum, foi elaborado um ndice de competitividade fundamentado num modelo estruturado em treze pilares:i ii iii iv v vi vii viii ix x xi xii xiii

polticas pblicas e regulamentaes; legislao ambiental; segurana; sade e higiene; priorizao do setor de turismo; infra-estrutura area; infra-estrutura de transporte terrestre; infra-estrutura de turismo; infra-estrutura de comunicao; preos no setor de turismo; recursos humanos; percepo nacional sobre o turismo; e recursos naturais e culturais.

Estes pilares foram ento agrupados em trs dimenses: modelo de regulao; ambiente de negcios e infra-estrutura; e iii recursos humanos, naturais e culturais.i ii

Assim, as lies internacionais recentes exemplificam a complexidade da formulao de modelos de avaliao de competitividade para destinos tursticos. Nesse sentido, segundo Gooroochurn e Sugiyarto (2004), a competitividade pode ser entendida como um fenmeno multidimensional e relativo, e sua mensurao da escolha das variveis analisadas e/ou do ano-base de escolha e/ou da base geogrfica (pases ou regies).

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2. A Competitividade e sua importncia para o desenvolvimento regional do turismoQualquer forma de desenvolvimento econmico requer um trabalho de planejamento consistente para atingir o objetivo proposto. O turismo apresentado hoje como um setor capaz de promover a acelerao econmica e o incremento nas reas social, cultural e ambiental. No entanto, a opo pelo desenvolvimento e a regulao por meio do turismo mais complexa do que parece, pois, alm de ser uma atividade multissetorial, conforme destacado por Crouch e Ritchie (1999) na seo anterior, traz, com o seu desenvolvimento, diversos impactos, positivos e negativos, necessitando, assim, de polticas pblicas eficazes para que se sustente ao longo do tempo. Portanto, de acordo com Moesch (2001), a adequada compreenso do turismo pressupe que o mesmo capaz de gerar efeitos positivos e negativos para as regies que abrigam suas atividades. No primeiro caso, o setor capaz de contribuir para a gerao de empregos, maior produo de bens e servios, bem como melhorar a renda da populao. Contudo, na ausncia de anlises criteriosas ou de equvocos cometidos em virtude de desinformaes, o setor pode produzir resultados adversos para o desenvolvimento de um destino. De acordo com Wanhill (1997), o desenvolvimento do turismo extremamente complexo, envolvendo diversos setores da economia e causando impacto, diretamente, no modo de vida da comunidade anfitri. Oliveira (2001) ressalta que o turismo pode gerar uma srie de impactos negativos no meio ambiente e na cultura local, ameaando o desenvolvimento do setor, a mdio e longo prazos. Conforme salientado por Coriolano (2007), o futuro do turismo sustentvel est ligado capacidade de os governos, empresrios e trade converterem a atividade em elemento de equilbrio que ajude, por exemplo, a diminuir os dficits estruturais e a dvida social. Segundo Cooper et al. (2001), o desenvolvimento do turismo no atingir seu ponto timo, caso seja deixado inteiramente nas mos do setor pblico ou privado, uma vez que o primeiro, teoricamente, voltar seus objetivos para maximizar os benefcios sociais, enquanto que o segundo maximizar os lucros. A essncia do desenvolvimento do turismo bem-sucedido uma parceria entre os diversos interessados na atividade do turismo (stakeholders). Wanhill (1997) ressalta a importncia da participao de stakeholders, quais sejam: i governos central e local; ii rgos paraestatais; organizaes voluntrias e sem fins lucrativos; iv setor privado; v comunidade anfitri; e vi representante dos visitantes. Em relao aos governos central e local, o significado global do turismo como um mecanismo para o desenvolvimento econmico tem representado uma oportunidade de investimento que poucos podem se dar ao luxo de ignorar. De uma perspectiva ampla, o que se requer um desenvolvimento equilibrado das muitas facilidades necessrias para satisfazer as exigncias dos visitantes. Paralelamente, vem sendo dada maior nfase sustentabilidade desse desenvolvimento para que o turismo possa gerar benefcios econmicos em curto, mdio e longo prazos, sem que isso implique o esgotamento dos recursos naturais e culturais de um pas, de uma gerao para outra. No entanto Oliveira (2001) ressalta que o gerenciamento dos impactos negativos no uma tarefa simples, uma vez que o turismo no um setor pontual e bem definido, mas uma srie de atividades interdependentes. No passado, a maioria das facilidades oferecidas aos turistas era subsidiada pelos governos, medindo-se o sucesso de um pas no segmento do turismo pelo nmero de visitantes. Atualmente, isso est mudando, o nmero de turistas no mais a varivel de sucesso do setor. Em seu lugar, tem-se hoje a receita obtida pelo influxo de turistas, a qualidade dos turistas recebidos e os benefcios sociais e econmicos que a atividade pode gerar. Como o setor de turismo no controla todos os fatores que constituem o atrativo de um destino, e o impacto sobre a populao anfitri pode ser substancial, necessrio que as opes relativas ao desenvolvimento dessa atividade econmica sejam consideradas nos escales mais altos do governo e que a estrutura administrativa pblica adequada seja definida para assegurar o desenvolvimento sustentvel. Como regra geral, quanto maior for a importncia do turismo para a economia de um pas, tanto maior ser o envolvimento do setor pblico, a ponto de existir um ministrio governamental com responsabilidade nica pelo turismo. O que acontece freqentemente que o poder de planejamento em relao ao turismo acaba sendo delegado ao governo local, enquanto que o brao executivo do governo transferido a um rgo pblico ou semipblico. Vale lembrar que esse planejamento tem sempre de envolver todos os interessados para que a deciso conjunta possa, enfim, se transformar em aes concretas de melhoria do produto turstico.iii

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A SuSTENTABILIDADE DO DESENVOLVIMENTO TuRSTICO O conceito de desenvolvimento sustentvel, segundo Miltin (1992), engloba basicamente dois componentes: o significado de desenvolvimento e as condies necessrias para a sustentabilidade. Geralmente, desenvolvimento implica processo de melhoria nas condies de vida da populao. De acordo com Dudley (1993), desenvolvimento no tem ligao somente com a melhoria do bem-estar social, mas tambm com a mudana, seja no comportamento, nas aspiraes, ou no entendimento do mundo em que se vive. Dessa forma, o desenvolvimento, segundo Stiefel e Wolfe (1994), deve levar em considerao os fatores histricos, culturais, sociais, econmicos e polticos, no se restringindo a um mero exerccio de engenharia. Nesse sentido, o desenvolvimento sustentvel reconhecido como um mtodo imprescindvel para atingir objetivos de desenvolvimento, sem deteriorar os recursos naturais e culturais, nem degradar o ambiente. Apesar de existir um grande nmero de interpretaes do que realmente o desenvolvimento sustentvel, a Organizao Mundial do Turismo define o termo como um modelo de desenvolvimento econmico que elaborado, levando em conta os seguintes objetivos:

menses, apesar do aumento do fluxo de visitantes e da exposio a outras culturas. Para tanto, necessrio que o visitante respeite a cultura local por meio de programas de sensibilizao do turista; e A sustentabilidade ambiental depender de um manejo adequado dos recursos naturais, visando a conservao e preservao para as geraes futuras. Para isso, necessrio que o governo tome iniciativas nesse sentido. Com a introduo dessas perspectivas, o conceito de desenvolvimento turstico passou a sofrer um intenso processo de reviso, mais ou menos crtico, mais ou menos cauteloso, conforme o ambiente intelectual e profissional. Percebeu-se, sobretudo, a dimenso poltica e tica nele inscrita, o que tinha sido fortemente ignorado pela teoria anterior. Assim, evoluiu-se de um conceito estreito de crescimento do nmero de turistas para uma abordagem mais ampla de desenvolvimento sustentvel do turismo (BARBOSA, 2002). POLTICAS PBLICAS PARA O DESENVOLVIMENTO SuSTENTVEL DO TuRISMO De acordo com Wanhill (1997), as polticas pblicas adotadas por um municpio para o desenvolvimento do turismo determinaro os vetores de crescimento da atividade e as aes do setor privado. importante destacar que os objetivos fixados pelos governos no devem ser conflitantes. Os governos falam, com freqncia, em qualidade do turismo, no entanto medem seu desempenho em termos quantitativos. Alguns exemplos comuns de objetivos de poltica, que possuem maior tendncia de conflitarem entre si, so: Atrao do mercado de turistas de elevado nvel de gastos, em contraposio expanso contnua do nmero de visitantes; Maximizao do nmero de empregos por conta do aumento do volume de turistas, em oposio conservao do meio ambiente e do legado cultural; e Desenvolvimento do turismo sustentvel, em contraposio ao turismo de massa. Todavia, deve-se apontar que inaceitvel que as polticas pblicas para o turismo sejam implementadas custa do patrimnio ambiental ou que afetem adversamente a cultura local e a comunidade anfitri. A implementao da poltica torna-se, portanto, um processo de manter o equilbrio entre os vrios objetivos, e no o de tentar maximizar qualquer um deles isoladamente. Segundo Inskeep (1992), o pressuposto para uma abordagem planejada do desenvolvimento que, com ela, existe uma maior probabilidade de atingir os objetivos do turismo, em vez de simplesmente deixar que as coisas aconteam.

Melhorar a qualidade de vida da comunidade receptora; Prover uma experincia de alta qualidade para o visitante; e Manter as qualidades ambientais, sociais e culturais, tanto para a comunidade quanto para o visitante.

O desenvolvimento do turismo sustentvel pode satisfazer as necessidades econmicas, sociais e estticas mantendo, simultaneamente, a integridade cultural e ecolgica. Tal desenvolvimento deve levar em considerao os benefcios para anfitries e visitantes, enquanto protege e melhora os recursos disponveis para o futuro. No entanto, o desenvolvimento sustentvel para o turismo exige uma srie de medidas polticas vigorosas baseadas em trocas complexas nos nveis social, econmico e ambiental. De acordo com McIyntyre (1993), o desenvolvimento sustentvel para o turismo engloba, basicamente, trs reas: econmica, sociocultural e ambiental. A sustentabilidade econmica se d quando o desenvolvimento econmico realizado utilizando os recursos de forma eficiente, para que eles possam ser aproveitados no s pela atual gerao, mas tambm pelas geraes futuras; A sustentabilidade sociocultural garante a preservao da identidade da comunidade nessas duas di-

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Para atingir o nvel e o tipo desejados de desenvolvimento do turismo, os governos podem recorrer a instrumentos de polticas pblicas que dizem respeito demanda e oferta. Em situaes em que o potencial de lucro comercial seja claro, o setor pblico poder ser solicitado a demonstrar seu comprometimento com o turismo, apenas estimulando o lado da demanda por intermdio do marketing, da promoo do destino e das facilidades de acesso, tomando iniciativas, como polticas liberais de transporte, especialmente o acesso por via area. Os instrumentos do lado da oferta so normalmente um misto de desenvolvimento, incentivos e controle. No caso de destinos, em que o potencial de desenvolvimento o maior patrimnio, o gerenciamento de oferta tem-se mostrado mais adequado para estruturar a localidade no recebimento de visitantes. A atividade do governo, ainda quanto ao aspecto da oferta, voltada para prover infra-estrutura, influenciar os agentes responsveis pelas instalaes e servios de turismo denominada superestrutura , desenvolver produtos tursticos capazes de atrair turistas, bem como prestar servios de qualidade e proporcionar o bem-estar para a populao local e seus visitantes. De acordo com Wanhill (1997), uma das formas mais simples e mais eficientes de influenciar a oferta de estruturas tursticas por meio de

planejamento e controle do uso do solo. recomendvel que todos os governos obedeam a uma legislao de planejamento urbano que regula o uso do solo. Em geral, os controles mais rgidos se destinam a proteger reas de elevado valor paisagstico ou de encanto. A gerncia governamental, pelo lado da demanda, deve assumir uma atitude proativa e elaborar e implementar estratgias que garantam o caminho para o desenvolvimento desejado. Essas estratgias requerem uma compreenso profunda no apenas do mercado em questo, mas tambm do que se tem a oferecer. De acordo com Gilbert (1991), as aplicaes tcnicas de gerenciamento de demanda podem ser dificultadas por uma srie de razes, entre elas: imaturidade e diversidade do setor; ii perspectiva de curto prazo; iii poucos dados confiveis; e iv decises polticas afastadas de embasamento tcnico sobre a atividade.i

Portanto, a atividade do governo, sob o aspecto da demanda, voltada para trabalhar o pblico-alvo do destino, realizar eventos que possam trazer benefcios e monitorar a atividade por meio de pesquisas quantitativas e qualitativas.

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REL ATRIO BR ASIL

3. Aspectos MetodolgicosA competitividade no setor do turismo, cuja construo terica complexa, requer, no processo de sua operacionalizao, o total domnio do seu real significado. Os diferentes matizes subjacentes sua conceituao devem estar to alinhados quanto possvel com o objeto a ser avaliado, bem como consistentes com as justificativas das respectivas incorporaes. Dessa forma, pode-se definir (de acordo com a consistncia e o contedo) o que tal conceito representa no mbito deste trabalho. Em decorrncia dessas premissas e do referencial terico-conceitual apresentado nas sees anteriores, define-se competitividade como: a capacidade crescente de gerar negcios nas atividades econmicas relacionadas com o setor de turismo, de forma sustentvel, proporcionando ao turista uma experincia positiva. Para a operacionalizao desse conceito, foram definidas cinco macrodimenses, subdivididas, por sua vez, em treze dimenses. fundamental que, nesse processo de operacionalizao, os conceitos utilizados sejam transformados, por sucessivos desdobramentos, em variveis ou indicadores que possam ser extrados diretamente da realidade. A Figura 1, a seguir, apresenta a estrutura do ndice construdo:FIGuRA 1 - MACRODIMENSES E DIMENSES DO ESTuDO

Adicionalmente, para o caso desta metodologia em particular, foram privilegiados os aspectos objetivos na avaliao das variveis, utilizando, apenas, de forma residual, indicadores qualitativos. Nesse caso, foi realizada uma equalizao, a fim de evitar a subjetividade na avaliao. Para a construo do ndice de competitividade dos destinos tursticos no Brasil, foram consideradas variveis que permitem a verificao das capacidades, direta e indiretamente relacionadas com o turismo, considerando que essas so as que mais qualificam um destino como competitivo no turismo, em maior ou menor grau. PONTuAO E FRMuLAS A definio de cada macrodimenso e suas respectivas dimenses, bem como das variveis e perguntas que as compem, permitiu a elaborao de critrios de pontuao. Esse procedimento foi realizado inicialmente por especialistas em cada uma das dimenses e, posteriormente, validado em sesso conjunta com representantes do Ministrio do Turismo. Assim, para a avaliao de competitividade de cada um dos 65 destinos tursticos foi atribuda uma pontuao, ou peso, para cada pergunta, varivel e dimenso, levando em considerao as respectivas contribuies para o ndice global de competitividade.

Competitividade de Destinos Tursticos Indutores

Infra-estrutura

Infra-estrutura geral Acesso Servios e equipamentos tursticos Atrativos tursticos Marketing Poltica pblica Cooperao regional Monitoramento Economia local Capacidade empresarial Aspectos sociais Aspectos ambientais Aspectos culturaisFontes: FGV/MTur/Sebrae, 2008

Turismo

Polticas Pblicas

Economia

Sustentabilidade

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Cada varivel foi definida de modo a captar a total abrangncia do real significado da dimenso da qual ela faz parte, em funo de perguntas que, aps a pontuao, levaram ao escore por varivel, definindo, ento, o escore em cada dimenso, conforme clculo a seguir: Por dimenso:

Logo, a metodologia de pontuao utilizada permitir a identificao dos pontos fortes e fracos de cada destino, seu posicionamento relativo ante os demais e servir como subsdio para o estabelecimento de polticas pblicas de alocao de recursos para consolidao do processo de competitividade dos destinos em questo. COLETA DOS DADOS Antes dos trabalhos de campo, foram escolhidos seis destinos que serviram como unidades-piloto a fim de se testar o instrumento de coleta de dados. Essa anlise-piloto teve como objetivo preparar os avaliadores para a realizao do levantamento dos demais 59 destinos, verificando-se questes como adequao da metodologia, acesso s informaes, tempo de coleta e outros aspectos de organizao da pesquisa. O questionrio contou somente com perguntas objetivas, excluindo a possibilidade de juzo de valor do entrevistador. A coleta dos dados foi realizada entre os meses de dezembro de 2007 e fevereiro de 2008. Em todos os destinos, os tcnicos da FGV contaram com o acompanhamento de representantes das Secretarias Municipais de Turismo, bem como do respectivo rgo estadual de turismo. Participaram, tambm, do processo de obteno dos dados, como respondentes, representantes de outras secretarias municipais, membros parceiros das prefeituras, tais como SEBRAE e SENAC, alm de profissionais de instituies de ensino e rgos de representao dos setores de hotelaria, restaurantes, receptivos e agncias de viagens. Adicionalmente, foram convidados os responsveis por cmaras de comrcio e de integrao de turismo regional, alm de administraes participativas, nos destinos onde havia esses atores, quando dos trabalhos de campo. Vale salientar que a atuao deles foi fundamental para a validao das respostas. Para o trabalho de campo, a FGV contou com a participao de 23 pesquisadores, que receberam um total de 20 horas de treinamento presencial sobre os conceitos empregados pelo estudo em cada dimenso, as principais dificuldades do campo e as estratgias de checagem de dados. Os dados foram coletados in loco nos 65 destinos indutores previamente definidos, conforme tabela a seguir. Cada pesquisa durou cinco dias.

i = 1, 2, ..., 13

Onde, Zm = escore total da subpergunta m. m = 1, 2, ..., M X k = escore total da pergunta k. k = 1, 2, .... K Yj = varivel j. j = 1, 2, ..., J I 1 se pergunta K possui sub-perguntas; 0, caso contrrio ` = peso atribudo varivel j `` = peso atribudo pergunta k Este procedimento permitiu identificar o posicionamento relativo de cada destino em cada uma das 13 dimenses. Por destino:

Onde: = peso atribudo dimenso i O conjunto de pesos, utilizados na ponderao das dimenses, foi discutido e validado em frum que contou com a participao de tcnicos do Ministrio do Turismo, das Secretarias Estaduais de Turismo, SEBRAE, de representantes de rgos de classe e profissionais do setor, e dos acadmicos envolvidos na construo do ndice. Os pesos das variveis e perguntas foram atribudos internamente pelo grupo tcnico da FGV.

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MACRORREGIO NORTE N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 AP PA RO RR TO AM UF AC Destino Indutor Rio Branco Barcelos Manaus Parintins Macap Belm Santarm Porto Velho Boa Vista Mateiros Palmas

MACRORREGIO CENTRO-OESTE N UF Destino Indutor Braslia Alto Paraso GO Caldas Novas Goinia Pirenpolis Bonito MS Campo Grande Corumb MT Cceres Cuiab 35 DF 36 37 38 39 40 41 42 43 44

MACRORREGIO SuDESTE MACRORREGIO NORDESTE N 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 RN SE PI PE MA PB CE BA UF AL Destinos Indutores Macei Maragogi Lenis Mara Mata de So Joo Porto Seguro Salvador Aracati Fortaleza Jijoca de Jericoacoara Nova Olinda Barreirinhas So Lus Joo Pessoa Fernando de Noronha Ipojuca Recife Parnaba So Raimundo Nonato Teresina Natal Tibau do Sul Aracaju N UF Destino Indutor Vitria Belo Horizonte MG Diamantina Ouro Preto Tiradentes Angra dos Reis Armao dos Bzios Parati Petrpolis Rio de Janeiro SP So Paulo Ilhabela 45 ES 46 47 48 49 50 51 52 RJ 53 54 55 56

MACRORREGIO SUL N 57 58 59 60 61 62 63 64 65 SC RS PR UF Destino Indutor Curitiba Foz do Iguau Paranagu Bento Gonalves Gramado Porto Alegre Balnerio Cambori Florianpolis So Joaquim

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O modelo contemplou, alm dos dados coletados no campo, diversas outras variveis construdas, utilizando dados disponveis em fontes oficiais. Essas informaes serviram tanto para complementar a base de dados do modelo, quanto para tratar variveis que demandavam um tratamento relativizado, ou seja, precisavam ser ponderadas em relao a porte, receitas pblicas ou populao dos destinos pesquisados, para fins de comparabilidade entre os mesmos. ANLISE DOS DADOS Para anlise dos dados, foi construdo um sistema em que estes foram digitados e imediatamente tabulados e pontuados em seus respectivos municpios, dimenses de anlise e variveis. Esse sistema foi alimentado com o peso relativo de cada varivel e dimenso, de forma parametrizada, permitindo que os resultados gerados j considerassem esse fator. Alm disso, essa parametrizao facilitou anlises posteriores, ampliando avaliaes e efeitos relativos de porte, segmentao ou localizao geogrfica dos destinos. Adicionalmente, anlises quantitativas dos dados e testes de consistncia foram realizados por meio de programa estatstico especfico (SPSS). Esse programa foi utilizado tambm para outros tratamentos estatsticos, a fim de facilitar a compreenso da situao da competiti-

vidade nos destinos estudados. Foram produzidas estatsticas descritivas, tabelas de freqncias e efetuados cruzamentos entre variveis. Tanto no caso dos resultados consolidados quanto nos das 13 dimenses, os destinos foram classificados segundo uma escala direta de cinco nveis (1-20, 21-40, 41-60, 61-80, 81-100) 1, que no considerou a distribuio da amostra. Assim, um destino que tenha recebido 30 pontos foi classificado no segundo nvel, independentemente de ser eventualmente o que alcanou a melhor pontuao. O objetivo dessa classificao permitir que os gestores pblicos e privados observem em que aspectos necessrio empreender maiores esforos de desenvolvimento da competitividade turstica. Importante mencionar tambm os aspectos metodolgicos utilizados para tratamento dos dados faltantes (missing). Para evitar que toda a informao associada pergunta fosse eliminada, dois tratamentos foram seguidos. Nas situaes caracterizadas como no se aplica, as informaes do destino foram substitudas pela menor pontuao obtida nos demais destinos. Nas demais situaes, a informao includa foi a da mdia do grupamento (cluster) de municpios semelhantes, conforme o tamanho da populao, da capital do estado, ou no, e regio geogrfica qual pertencem. Essa informao foi processada no programa estatstico e substituda no sistema de anlise da competitividade.

4. Macrodimenses e Dimenses do EstudoO desenvolvimento de qualquer atividade econmica necessita, preliminarmente, de uma atitude proativa e da elaborao de estratgias que garantam o alcance de objetivos desejados. O desenho dessas estratgias requer uma compreenso profunda da realidade local estruturas, economia, vantagens competitivas e fragilidades para seu processo de elaborao. Para o setor de turismo especificamente, recomendase que a estratgia seja construda com base em uma anlise situacional detalhada e levando em considerao diferentes aspectos relacionados com oferta e demanda. A adoo de uma perspectiva ampla, que possa combinar os principais subsetores e dimenses que compem a atividade turstica, considerada a mais adequada para o desenvolvimento do setor. Tal perspectiva deve incluir anlises e cenrios relacionados com infraestrutura, potencial turstico, economia, polticas pblicas e sustentabilidade, visando medir a capacidade atual do destino e o potencial de desenvolvimento. As questes relacionadas com a demanda, como tendncia e segmentos de mercado, devem ser incorporadas ao planejamento, de forma a adequar e estabelecer uma rea de equilbrio entre oferta e procura . A diviso da estratgia em dimenses pode facilitar a visualizao e mostrar a necessidade primria de articulao de diferentes atores para o desenvolvimento do setor de turismo.

4.1 Macrodimenso Infra-EstruturaA Figura 2, a seguir, sintetiza a macrodimenso Infraestrutura e suas respectivas dimenses e variveis, examinadas no modelo de competitividade deste estudo.

1

Para o posicionamento em nveis segundo a escala proposta, foi utilizado critrio de arredondamento das pontuaes. Por exemplo: se situada entre 20,1 e 20,4, a mesma posicionou-se no nvel 1 (entre 0 e 20 pontos); no caso de ter-se situado entre 20,5 e 20,9, foi classificada no nvel 2 (entre 21 e 40 pontos), e assim por diante.

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FIGuRA 2 - MACRODIMENSO INFRA-ESTRuTuRA

Infra-estrutura

Infra-estrutura Geral

Sade pblica Energia, comunicao e facilidades financeiras Segurana pblica Urbanizao Transporte areo Acesso rodovirio Outros tipos de acesso (aquavirio e ferrovirio) Sistema de transporte no destino Proximidade de grandes centros emissivos de turistasFontes: FGV/MTur/Sebrae, 2008

Acesso

INFRA-ESTRUTURA GERAL A capacidade de uma regio para atrair pessoas e negcios, de modo sustentvel, est relacionada, entre outros fatores, com a infra-estrutura local. Em outras palavras, com a oferta das condies estruturais necessrias para que as pessoas possam usufruir um conforto mnimo e para que os negcios tenham condies de prosperar com a demanda por seus produtos e/ou servios, de modo sustentvel. Assume-se que, quanto maior e mais diversificada a infra-estrutura local, maior ser a capacidade de atrao de pessoas que se dirigem localidade, com propsitos diferenciados. Tal atrao acaba por gerar condies necessrias para a criao de negcios que serviro de ncora para a expanso da economia local. A proviso de infra-estrutura pode ser entendida como uma responsabilidade que envolve os trs nveis de governo: nacional, regional e local. Entende-se como proviso a oferta direta de servios, bem como a concesso e regulao dos mesmos. O desenvolvimento de um destino turstico requer a existncia de uma infra-estrutura capaz de atender populao residente e populao flutuante que chega por intermdio da atividade turstica ou de negcios. De acordo com Wanhill (1997), alguns aspectos de proviso de infra-estrutura no desenvolvimento turstico devem ser considerados, tais como: O turismo (turista) deve maximizar o uso da infraestrutura existente; A concentrao geogrfica do desenvolvimento proporciona economias de escala, portanto, uso mais eficiente; e uma nova infra-estrutura deve ter finalidades mltiplas, servindo tanto s comunidades quanto s necessidades dos turistas e, se possvel, agir como

catalisadora para outras formas de desenvolvimento econmico. A infra-estrutura construda apenas para atender s necessidades dos turistas s se justifica se os resultados fiscal, econmico e social favorecerem a comunidade local ou forem capazes de gerar externalidades positivas para essa comunidade e as reas de entorno. A infra-estrutura adequada essencial para destinos tursticos e aparece, principalmente, sob a forma de transporte ou acesso (estradas, ferrovias, aeroportos, estacionamentos), servios de utilidade pblica (saneamento bsico, eletricidade, comunicaes) e outros servios (sade, segurana), devendo ser compartilhada entre residentes e visitantes. Como exemplo, pode-se citar o saneamento bsico. um sistema de distribuio de gua e esgoto eficiente fundamental para qualquer tipo de espao urbano, principalmente para os destinos tursticos cuja populao aumentada sazonalmente. Alm disso, o destino dado aos efluentes provenientes das residncias e indstrias deve merecer especial ateno para que a qualidade da gua, em praias e rios, possa permanecer satisfatria para turistas e moradores. Sendo assim, a infra-estrutura bsica serve como um limitador do nmero de visitantes que o municpio pode receber, uma vez que sua estrutura fsica pode estar sendo comprometida. Na maioria das vezes, externalidades negativas surgem quando o limite de desenvolvimento ultrapassado, principalmente nas altas temporadas. sade pblica; energia, comunicao e facilidades financeiras; iii segurana pblica; e iv urbanizao.i ii

A seguir, so detalhados os elementos de anlise que

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compem essas variveis, estudadas na dimenso infraestrutura geral. Nessa dimenso, algumas variveis foram analisadas para mensurao do nvel de competitividade dos destinos tursticos que fazem parte do estudo: Sade pblica

Segurana pblica

Os seguintes elementos, na varivel segurana pblica, foram analisados:

Na varivel sade pblica, alguns dados secundrios foram levados em considerao para a construo do ndice de competitividade dos destinos, como a expectativa de vida da populao, os nmeros de postos de atendimento ambulatoriais e de leitos no municpio, ponderados pela populao local do destino. Para os demais elementos desta varivel, foram coletados dados primrios nos destinos visitados pelos pesquisadores do estudo. Nesse sentido, foram avaliados aspectos como a distncia adequada do municpio para atendimentos de emergncia, bem como o nvel de complexidade que esses servios dispem, alm de equipamentos de resgate e nveis de capacidade de operao durante as altas temporadas. Adicionalmente, foi apurada a necessidade de vacinao para deslocamentos ao destino. Outro aspecto abordado pela varivel sade pblica diz respeito s formas como os dejetos da populao local so tratados. Nesse sentido, foi avaliada a existncia de aterro sanitrio no municpio, alm da distncia do mesmo em relao s reas residenciais. Alm disso, foi apurado o servio de limpeza pblica da cidade no que concerne ao percentual da populao atendida, alm da diversificao (coleta e varrio). Finalmente, foram tambm verificadas questes relacionadas com o tratamento de resduos hospitalares, seus respectivos planos de gesto e, por fim, aspectos ligados a campanhas educativas da populao para tratamento do lixo e meios de divulgao. Energia, comunicao e facilidades financeiras

com base em dados primrios, foram levantados o nmero de homicdios ocorridos no destino e o efetivo policial ostensivo (municipal e estadual), sendo esses elementos ponderados pelo tamanho da populao local; e com relao segurana dos turistas nas cidades integrantes do estudo, foram tambm verificados a existncia de programas ou grupamentos especiais de atendimento e os cuidados com os mesmos.

Adicionalmente, apuraram-se ainda as evidncias relativas ao grau de estruturao (equipamentos disponveis e pelotes de salvamento, por exemplo) para os rgos de proteo aos cidados, como corpo de bombeiros, defesa civil, delegacias de polcia civil e guarda municipal. Urbanizao

Com relao ao mobilirio urbano foram pesquisados a quantidade e o estado de conservao de alguns itens considerados importantes, como postes de iluminao, lixeiras, abrigos de nibus, telefones pblicos, placas de sinalizao, banheiros pblicos etc. Alm disso, consideraram-se, para efeito de avaliao de competitividade, a disponibilidade de sinalizao das ruas (placas e numerao) de maneira adequada e a existncia suficiente de elementos de drenagem que permitam o escoamento de guas pluviais em virtude de chuvas, como os bueiros. ACESSO O acesso uma das dimenses mais importantes para o turismo. A Organizao Mundial de Turismo (OMT) define-o como atividade de pessoas viajando para ou permanecendo em lugares fora do seu ambiente usual, por no mais do que um ano consecutivo, a lazer, negcios ou outros objetivos. Portanto, o que se pode deduzir dessa definio que a possibilidade de se prover acesso est intrinsecamente associada ao turismo, uma vez que a realizao de uma viagem turstica implica a sada do viajante de seu ambiente usual de convivncia para um ou mais destinos tursticos. Ainda que existam vrios fatores para atrair um viajante para um determinado destino, o componente acesso fundamental, tendo em vista que sua escassez pode tornar mais difcil ou mesmo desestimular a ida do viajante para o destino planejado. Lamb e Davidson (apud PAGE, 2001) afirmam que o transporte um dos trs

Nesta varivel, alguns dados secundrios tambm foram levantados para anlise da competitividade dos destinos tursticos envolvidos no estudo. Assim, elementos, como o nmero de telefones pblicos e de agncias e postos de atendimento dos correios, foram pesquisados e ponderados pela populao da cidade. Outros dados quantitativos, de natureza primria, foram coletados. Dessa forma, foi apurada a quantidade de bancos e caixas eletrnicos com aceitao de cartes de crditos internacionais, e das casas de cmbio. Especificamente em relao aos aspectos ligados energia nas cidades, foram verificados a regularidade do fornecimento, sazonal e dirio, o consumo domstico anual por habitante e o percentual de domiclios atendidos no municpio pelo fornecimento de energia eltrica.

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componentes fundamentais do turismo, sendo os outros dois o produto turstico (a oferta) e o mercado turstico (a demanda ou os turistas em si). O acesso, como conceito que facilita ou impede o deslocamento de turistas, est presente em trs etapas de uma viagem: na sada e no retorno ao ambiente usual de convivncia do turista (sua regio de origem) at o seu primeiro destino; ii entre o primeiro destino e os demais destinos tursticos visitados em uma viagem; e iii no deslocamento interno no destino turstico, a fim de que o turista possa ir para os diversos lugares e pontos tursticos de seu interesse, incluindo meios de acomodao, atraes tursticas, terminais de transportes, entre outros.i

e tambm os destinos tursticos, que esto interligados entre si. Dependendo do arranjo dessas redes, alguns nodos podem apresentar uma grande acessibilidade, gerando um trfego de turistas para outras localidades. o caso, por exemplo, dos hubs3 e dos portes de entrada, respectivamente representados pelos nodos H e G na Figura 4, de acordo com o esquema de uma rede hipottica de transportes.FIGuRA 4. ESQuEMA DE uMA REDE HIPOTTICA DE TRANSPORTE

A E D H

B C G FFonte: Lohmann, 2006

O esquema apresentado na Figura 3, a seguir, ilustra essas etapas em que o acesso relevante.FIGuRA 3. ESQuEMA DE ACESSO APLICADO AO TuRISMO

Destino Secundrio

Origem

Destino Primrio

Destino Secundrio

Destino SecundrioFonte: Palhares, 2003

Existem dois aspectos fundamentais relacionados com o conceito de acesso: a infra-estrutura de transportes existente para essa ligao (por exemplo, uma rodovia) e o servio de transporte oferecido por meio da infra-estrutura (como uma linha de nibus interurbano). No que diz respeito aos atributos relacionados tanto com a infra-estrutura quanto com o servio, podem-se enumerar alguns que avaliam a qualidade e o nvel de servio, tais como: nmero de ligaes oferecidas, diversidade de modos de transporte que servem ao destino (areo, rodovirio, aquavirio e ferrovirio), confiabilidade dos servios de transporte (regularidade e pontualidade), integrao entre os diversos modos de transporte, preo e segurana. Por fim, importante frisar que a infra-estrutura e os servios de transporte esto organizados em forma de redes. Essas redes de transporte compem-se de vrios nodos2, que podem ser as regies de origem das viagens2 3

De forma mais terica, pode-se definir que hubs tm qualidades espaciais de centralidade e intermediao que aumentam a importncia e os nveis de trfego dos hubs estrategicamente localizados dentro do sistema de transportes (HOYLE e KNOWLES, 1998, p. 2). Por outro lado, num porto de entrada tem-se a noo de intermediaridade, que pode