Ética para um Jovem -Cap. I

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"Bom " coisas que nos convêm "Mau " coisas que não nos convêm CAPÍTULO PRIMEIRO De que trata a Ética Fernando Savater, neste primeiro capítulo de nome “De que fala a Ética” tal como este indica pretende explicar-nos, através de vários exemplos, o que é realmente a Ética. O autor começa por afirmar que existem certas coisas que podemos, conforme nos dê jeito, aprender ou não, que alguns saberes são fundamentais para que possamos viver e outros não. Por exemplo, conseguimos viver sem saber ler ou escrever, contudo, não nos é possível viver sem sabermos que ácido prússico não permite ninguém chegar a velho. Ou seja, segundo o sujeito de enunciação, há muitas maneiras de viver, mas há maneiras que não deixam viver. No entanto, algo que complica é o facto de algumas coisas serem boas e más ao mesmo tempo. Por exemplo, a mentira é geralmente uma coisa má porque destrói a confiança na palavra mas por vezes dir-se-ia que pode ser útil ou benéfico mentir em vista de se conseguir certa vantagem ou até para se fazer um favor a alguém. Conclusão: existem vários critérios opostos ao que devemos fazer, por isso, o único ponto sobre o qual, à primeira vista, estamos de acordo é que nem todos estamos de acordo. “…distinguir entre o bom e o mau é um conhecimento que todos tentamos adquirir…”

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"Bom"

coisas que nos convêm

"Mau"

coisas que não nos convêm

CAPÍTULO PRIMEIRO

De que trata a Ética

Fernando Savater, neste primeiro capítulo de nome “De que fala a Ética” tal como este indica pretende explicar-nos, através de vários exemplos, o que é realmente a Ética.

O autor começa por afirmar que existem certas coisas que podemos, conforme nos dê jeito, aprender ou não, que alguns saberes são fundamentais para que possamos viver e outros não. Por exemplo, conseguimos viver sem saber ler ou escrever, contudo, não nos é possível viver sem sabermos que ácido prússico não permite ninguém chegar a velho. Ou seja, segundo o sujeito de enunciação, há muitas maneiras de viver, mas há maneiras que não deixam viver.

No entanto, algo que complica é o facto de algumas coisas serem boas e más ao mesmo tempo. Por exemplo, a mentira é geralmente uma coisa má porque destrói a confiança na palavra mas por vezes dir-se-ia que pode ser útil ou benéfico mentir em vista de se conseguir certa vantagem ou até para se fazer um favor a alguém.

Conclusão: existem vários critérios opostos ao que devemos fazer, por isso, o único ponto sobre o qual, à primeira vista, estamos de acordo é que nem todos estamos de acordo.

Em seguida, Savater refere o exemplo das térmitas-soldado que dão a sua vida para protegerem as restantes quando o seu formigueiro é atacado todavia este é um processo que elas têm de fazer, não são livres de escolher não o fazer. Por outro lado, o autor relata um episódio de Íliada onde entra o melhor guerreiro de Tróia, Heitor. Este decide, apesar de não ser a sua obrigação, combater contra Aquiles, que é muito mais forte que ele e sabe que o pode matar. Porém, este fá-lo porque quer, pois é livre e assim é admirada a sua coragem ao contrário das térmitas-soldado.

Aqui inicia-se a definição de liberdade: os animais não podem evitar ser como são e fazer aquilo que naturalmente estão programados para fazer porque não sabem comportar-se de outro modo, nós os homens também estamos programados pela Natureza. Temos condicionantes físico-biológicas, tais como a necessidade de beber água, e condicionantes histórico-culturais, tais como a nossa língua, tradições, hábitos, comportamentos, lendas, etc. Estamos também feitos, tomemos as precauções que tomarmos, para um fim, morrer.

Por mais condicionada que seja a nossa liberdade podemos sempre, nós humanos, escolher/optar entre o querer e o não querer, entre o sim e o não.

“…distinguir entre o bom e o mau é um conhecimento que todos tentamos adquirir…”

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Nós humanos, seres vivos racionais, podemos...inventar, escolher em parte a nossa vida

optar pelo que nos parece bom, conveniente para nós

podemos enganar-nos, errar

Nunca temos um só caminho a seguir, mas sempre vários.

A verdade é que não podemos decidir o que nos acontece (nascer num certo dia, de certos pais, num certo país,…) mas podemos escolher como reagir ao que nos acontece. A liberdade consiste em escolher dentro do possível, e é diferente do termo omnipotente, que significa conseguir sempre aquilo que se quer. Isto é, há coisas que dependem da minha vontade, mas nem tudo depende da minha vontade.

Ser livre acarreta muitas responsabilidades, e a culpa dos nossos atos. Optar livremente por algo em certas circunstâncias é muito difícil, como exemplifica Savater a decisão de entrar num prédio em chamas para salvar um criança ou combater firmemente um tirano é complicada pois poderá pôr em risco a nossa vida mas salvar outra. Por isso, muitas pessoas utilizam a desculpa de não reconhecerem ser livres preferindo o mais fácil, não aceitando as consequências dos seus atos.

Viajando no passado, e revendo a ideia que mais apreciámos, aqui está uma excelente forma de comprovarmos a nossa liberdade. Na Antiguidade, um filósofo romano estava a discutir com um amigo que negava que os humanos eram livres e que garantia que cada um de nós não conseguimos evitar fazer o que fazemos. Então o filósofo, de repente, começa a dar pauladas fortes ao seu amigo que apenas gritava: “Já chega, não batas mais!”. O filósofo sem parar continua a argumentar: “Não dizes que sou não sou livre e que quando faço uma coisa não posso evitar fazê-la? Pois então não gastes saliva a pedir-me que pare: sou automático.” Quando o seu amigo concordou com ele e compreendeu o seu conceito o filósofo parou.

Resumindo…

Esse saber viver, ou arte de viver é aquilo a que se chama ÉTICA.

Trabalho realizado por:

Ana Rita nº3

Rogério Coroado nº 27

10ºD