Exegese de Ec 7.29

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ANTIGO TESTAMENTO II (Pr. GEOMÁRIO) BACHARELADO EM TEOLOGIA - NOTURNO EXEGESE DO TEXTO DE ECLESIASTES 7:29 ALUNO: Daniel Deusdete Araújo Barreto Página 1 de 54 EXEGESE DO TEXTO DE ECLESIASTES 7:29 “Deus fez o homen reto, mas este se meteu em muitas astúcias”

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Índice CAPÍTULO I ............................................................................................ 4

Introdução..................................................................................................................................... 4 CAPÍTULO II........................................................................................... 5

Estudo Histórico .......................................................................................................................... 5 A.Autoria .................................................................................................................................... 5 1. Ponto de Vista Conservador ......................................................................................... 6 2. Ponto de Vista da Escola Crítica.................................................................................. 7 B. Data, Ocasião e Local da Escrita ............................................................................... 7 C. Destinatários e Mensagem............................................................................................ 8 D. Esboço do Livro................................................................................................................ 8 1. Simplificado......................................................................................................................... 8 2. Homilético ............................................................................................................................ 9 3. Teológico ............................................................................................................................ 12 E. Esboço da Passagem Escolhida ................................................................................. 14 F. Conclusões do Estudo Histórico................................................................................. 14

CAPÍTULO III........................................................................................ 16 Estudo contextual .................................................................................................................... 16

A. Contexto Próximo ........................................................................................................... 16 B. Contexto Remoto ............................................................................................................ 17 C. Uso do Texto em Outras Partes da Escritura ..................................................... 17 D. Relação do Texto Com o Restante das Escrituras............................................ 18 E. Importância do Texto Para Compreensão das Escrituras.............................. 19 F. Conclusões do Estudo Contextual ........................................................................... 19

CAPÍTULO IV ........................................................................................ 19 Estudo Gramatical Textual ................................................................................................... 19

A. Texto da Passagem........................................................................................................ 19 1. Texto Hebraico ................................................................................................................. 19 2. Tradução Literal............................................................................................................... 20 3. Tradução Melhorada ...................................................................................................... 21 B. Análise da Passagem..................................................................................................... 21 C. Traduções .......................................................................................................................... 21 ARA ............................................................................................................................................ 21 NVI ............................................................................................................................................. 21 D. Palavras Chaves ............................................................................................................ 22 E. Aspectos Gramaticais .................................................................................................... 23 F. Mensagem Para a Época da Escrita ......................................................................... 23 G. Conclusões do Estudo Gramatical Textual ........................................................... 23

CAPÍTULO V ......................................................................................... 24

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Estudo Teológico e Homilético de Eclesiastes 7:29 .................................................... 24 A. Introdução à Mensagem do Texto ........................................................................... 24 B. Explicação do Texto Escolhido................................................................................... 24 C. Exposição do Texto ........................................................................................................ 25 1. Tema .................................................................................................................................... 25 a) Argumento......................................................................................................................... 25 b) Argumento......................................................................................................................... 25 c) Argumento ......................................................................................................................... 25 D. Mensagem Para a Nossa Época (Teologia) .......................................................... 25 E. Aplicação do Texto ......................................................................................................... 26 F. Conclusões Estudo Teológico Homilético ............................................................... 26

CAPÍTULO VI ........................................................................................ 26 Estudo Aplicativo ...................................................................................................................... 26

A. Mensagem Para os Nossos Dias................................................................................ 26 B. Relevância do Texto ...................................................................................................... 27 C. Aplicação ............................................................................................................................ 27

CONCLUSÃO......................................................................................... 27 BIBLIOGRAFIA...................................................................................... 27 ANEXO (Livro de Eclesiastes) .................................................................. 27

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CAPÍTULO I

Introdução Trata-se, sem dúvida de um livro inspirado em que Salomão reflete sobre diversas coisas relacionadas à vida e à morte, às suas experiências, às suas aventuras e desventuras, ao significado, ao sentido e à maneira de conduzirmos as nossas vidas aqui nesta terra, debaixo do sol. Ao escrever Eclesiastes, Salomão já deveria ser adiantado em dias e nas suas reflexões e meditações deixa passar um ponto de vista negativo, pois suas conclusões desembocam na idéia de que tudo é vaidade e correr atrás do vento ou nada há de novo debaixo do sol e o fim de todas as coisas é temer a Deus. Salomão foi um homem especial na face da terra tendo recebido de Deus, por duas vezes () uma visitação especial. Na primeira vez que lhe apareceu, agradando-se de sua resposta diante da sua proposição inicial, Deus concedeu-lhe um espírito de sabedoria e lhe cumulou de riquezas e fama. Na segunda vez, atendendo sua oração de inauguração do Templo que edificou ao Senhor, encheu de glórias aquele ambiente. Infelizmente, a despeito das aparições especiais de Deus a ele, Salomão não permaneceu fiel em todos os seus caminhos como aconteceu com seu pai Davi, mas desviou-se unindo-se com mulheres as quais Deus determinou que não se unisse, pois no dia em que se misturasse com elas, disse Deus, seu coração se mudaria e iria após outros deuses. Salomão então acabou adorando a outros deuses trazendo sob si juízo da parte de Deus. A proposição do presente trabalho está na exegese do versículo bíblico Ec 7:29 que diz que o homem foi concebido reto, mas que depois este se meteu em muitas astúcias. Ao escrever este versículo, Salomão provavelmente falara de si mesmo e ao assim fazê-lo falou de todos os homens, começando por Adão. Neste trabalho exegético, estudaremos a fundo essa idéia que diz respeito ao homem e ao seu estado original.

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CAPÍTULO II

Estudo Histórico O título Hebraico deste Livro é Qoheleth, cuja raiz encontra-se na seqüência das consoantes: Q, H, L, cuja primeira acepção é reunião ou ajuntamento de pessoas. Nas formas verbais, essas consoantes dão o sentido de reunir, juntar; dessa maneira, o termo substantivado Qoheleth, pode significar aquele que reúne uma assembléia para falar-lhe; ou seja, o pregador. Qoheleth é derivado da raiz qãhal, que significa "convocar uma assembléia", ou então, "dirigir a palavra a uma assembléia". O autor desta obra refere-se assim a si mesmo em numerosas passagens, e, portanto, o nome é aplicável à obra. O termo ecclêsiastês é uma boa tradução deste termo, e se deriva de ekklèsia, que significa "assembléia".

A.Autoria O autor desta obra se identifica como filho de Davi, rei em Jerusalém. Embora não especifique que seu nome é Salomão, é razoável supor que a referência seja feita mais ao sucessor direto de Davi do que a qualquer descendente posterior. Esta suposição é confirmada por numerosas referências internas, tais como as referências à sua incomparável sabedoria (1:16), suas riquezas sem igual (2:8), seu séquito de inúmeros servos (2:7), suas oportunidades para o prazer carnal (2:3), e suas atividades extensivas de construções (2:4-6). Nenhum outro descendente de Davi se enquadra nestas especificações senão o próprio Salomão. O ponto de vista tradicional tem sido, portanto, que Salomão, filho de Davi, escreveu o Livro inteiro, segundo a crença de estudiosos judeus e cristãos. A tradição judaica em Baba Bathra 15a declara que "Ezequias e sua companhia escreveram Eclesiastes", o que provavelmente siginifica que Ezequias e seu grupo simplesmente editaram e publicaram o texto (cf. Young, IAT, p. 363). Em outros trechos, a tradição judaica é bem explícita que Salomão fosse o autor (cf. Megilla 7a e Shabbath 30). Até o surto da crítica do século dezenove, foi

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geralmente aceito tanto pela sinagoga como pela igreja que esta obra foi genuinamente da lavra de Salomão. Sem dúvidas, este é, provavelmente, o livro mais polêmico entre todos do AT. Seu conteúdo é surpreendente e tem causado as mais diferentes reações entre aqueles que têm se dedicado à sua interpretação. Entre judeus e cristãos muitos têm questionado o direito de Eclesiastes estar entre os livros do cânon. Rabi Shamai, conservador da escola conservadora, era contra a permanência do livro no cânon; não deveria ficar por ser blasfemo e ímpio. Rabi Hillel, no entanto, era liberal e sua opnião de o livro deveria constar do canon sagrado prevaleceu. No cristianismo, dúvidas sobre a interpretação de Eclesiastes sobrevieram até o tempo de Teodoro de Mopsuéstia (400 d.C.), grande exegeta da escola de Antioquia. As opiniões hoje, são diversas. Para alguns, Eclesiastes é uma obra prima do ceticismo, pessimismo, do epicurismo (filosofia grega: baseada em que sentido da vida e o melhor da vida é o prazer) para outros, um livro sagrado pertencente ao canon.

1. Ponto de Vista Conservador Em anos mais recentes, porém, a maioria dos críticos conservadores têm se ajuntado aos críticos liberais em considerar esta obra pós-exílica. Compreendem que a figura de Salomão era apenas um artifício artístico para apresentar de maneira mais eficaz a mensagem do autor desconhecido, de eras posteriores. Sabendo-se que Salomão tinha experimentado a satisfação de cada ambição humana, tendo sorvido até ao fundo cada possibilidade de prazer terrestre, este seria um caso ideal para testar o valor do prazer hedonista e as vitórias do intelecto, em contraste com uma vida inteiramente dedicada a Deus. Entre os conservadores que adotaram esta maneira de considerar o Livro, há Hengstenberg, Delitzsch, W. J. Beecher (ISBE), Zoeckler no Comentário de Lange, Stein-mueller, Raven e até E. J. Young. John Davis no seu Dicionário da Bíblia não toma posição. No Novo Comentário da Bíblia, de Davidson, Stibbs e Kevan a autoria de Salomão nem é considerada uma opção séria. Há, porém, um número significante de expositores conservadores que ainda sustentam a autoria salomônica, pelo menos em forma modificada. No século dezenove, nos últimos anos, podemos incluir A. R. Fausset, no Comentário de Jamieson, Fausset e Brown; W. T. Bullock no The Speaker's Commentary — "Comentário do Preletor"; e Taylor Lewis, que traduziu para o Inglês o comentário de Zoeckler. No século vinte, podemos acrescentar os nomes de Wilhelm Mceller,

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L. Wogue e M. F. Unger. Entre os estudiosos católicos que favorecem a autoria salomônica há Gietman (cujo artigo na Enciclopédia Católica (em inglês) V, 244-248, é muito útil), Schumacher, Vigoroux, e Cornely-Hagen.

2. Ponto de Vista da Escola Crítica

Em relação à autoria do livro de Eclesiastes, um grupo de teólogos e eruditos modernos, utilizando os parâmetros da assim chamada "alta crítica", negam que o texto tenha sido escrito por Salomão, no fim do século X a.C.; afirmando que as características lingüisticas, estilo literário, relação histórico-ambiental, apontam para uma autoria de período posterior, sugerindo diversas datas, como o ano 250 a.C. Outros argumentos propostos são que o livro não menciona o nome de Jeová; não faz nenhuma referência à Lei Divina e é omisso ao relacionar o povo de Israel como nação vigente.

Nenhuma afinidade significante pode ser traçada entre esta obra e aquelas que a alta crítica tem atribuído ao período grego (os Livros canónicos Daniel, Zacarias II e porções de Deutero-Isaías). Quanto ao período pós-exílico, o Hebraico de Eclesiastes é bem diferente do de Malaquias, Neemias e Ester, assim como do de qualquer livro pré-exílico. Isto levanta uma dificuldade insuperável para a teoria de Delitzsch e Young, que colocam a data cerca de 430 a.C, e a de Beecher, que a coloca em 400. Se Eclesiastes pertence àquele mesmo período, como é que há uma diferença tão grande em vocabulário, sintaxe e estilo? O problema lingüístico não pode ser solucionado, ao se levar a data até o posterior período intertestamental. Já vimos que os fragmentos de Qõheleth achados na caverna quatro de Cunrã impossibilitam totalmente qualquer data depois de 150 a.C, fornecendo a probabilidade de ser do terceiro século ou antes, a data de composição. Não há absolutamente nenhuma afinidade entre o vocabulário e o estilo de Eclesiastes e o da literatura sectária da Comunidade de Cunrã. Autores mais antigos, tais como Kenyon (BAM, págs. 94, 95) falavam, de modo geral, em assim-chamados elementos rabínicos que se descobrem neste texto. Mas qualquer comparação real com o Hebraico do Talmude e do Midraxe demonstra de modo completo, uma diferença tão grande de Eclesiastes como de qualquer outro Livro do cânon do Antigo Testamento.

B. Data, Ocasião e Local da Escrita Data e Ocasião:

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O livro foi escrito numa época muito difícil para o povo e, provavelmente, no final de sua vida, depois de passar anos em apostasia segundo nos relata I Rs 11:1-8. A Judéia estava nas mãos de estrangeiros e estava sofrendo transformações muito rápidas e violentas. Qoheleth escreveu este livro provavelmente quando Israel estava sob domínio de estrangeiros, possivelmente os persas (há quem sustente que eram os gregos), entre 444 e 331 a.C. O livro apócrifo de Eclesiástico, por exemplo, de Jesus ben Siraque, escrito em cerca de 160 a.C, parece citar a Eclesiastes como se fosse uma obra anterior a sua época. Local da Escrita: Perto da casa de Deus (Ec 5:1) onde os homens iam e vinham do lugar santo (Ec 8:10). O conhecimento sobre o mundo exterior, conforme exibido no livro, poderia ter sido adquirido ali mesmo em Jerusalém.

C. Destinatários e Mensagem Qohelet apresenta uma reflexão muito irônica e amarga sem muita esperança. Por trás da amargura, o livro nos aponta caminhos. Ele tenta sempre responder a esta pergunta: Tem sentido a vida humana? Ele vê três valores importantes que não vale a pena questionar: a vida humana com suas limitações (5,17;7,29); o oprimido e o pobre, fruto do sistema injusto (5,7;9,14); a ação de Deus que não pode ser mudada (3,14-15; 7,23). Diante destes três valores relativiza tudo. A proposta básica de Qoélet é a felicidade para todos debaixo do temor do Senhor.

D. Esboço do Livro

1. Simplificado

A. O problema da vaidade, das injustiças e das incertezas da vida (Ec 1:1 – Ec 10:20).

B. Conselhos práticos do sábio para solucionar os problemas da vaidade,

das injustiças e das incertezas da vida (Ec 11:1 – Ec 12:14).

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2. Homilético

A. O problema da vaidade, das injustiças e das incertezas da vida (Ec 1:1 – Ec 10:20).

I. Primeiro Discurso: A Vaidade da Sabedoria Humana, 1:1 — 2:26.

1. Tema básico: a vaidade do esforço e da experiência meramente

humanos, 1:1-3. 2. Demonstração do tema, 1:4 — 2:26.

a. O ciclo da vida e da história humana, sem sentido, 1:4-11. b. A inutilidade final da sabedoria e da filosofia humanas, 1:12-

18. c. A vaidade do gozo, do prazer e da riqueza, 2:1-11. d. A morte final até mesmo dos sábios, 2:12-17. e. A futilidade de deixar o fruto de trabalhos árduos a herdeiros

indignos, 2:18-23. f. A necessidade de ficar contente com a providência de Deus,

2:24-26.

II. Segundo Discurso: Colocando-se em contacto com as Leis que Governam a Vida, 3:1 — 5:20.

1. Atitude prudente, tendo em vista os fatos da vida e da morte,

3:1-22.

a. É necessário reconhecer o tempo apropriado de cada atitude e experiência, 3:1-9.

b. Só Deus garante valores eternos, 3:10-15. c. Deus punirá os injustos, a morte virá para todos, 3:16-18. d. O homem precisa participar da morte física dos animais,

3:19, 20. e. Sem certeza da vida além, o homem precisa tirar o melhor

proveito da vida presente, 3:21,22.

2. As decepções da vida na terra, 4:1-16.

a. A crueldade e a miséria fazem da vida uma bênção duvidosa, 4:1-3.

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b. Bevela-se as desvantagens do sucesso, da preguiça, da cobiça insaciável, 4:4-8.

c. As provações da vida são melhor enfrentadas por dois do que um sozinho, 4:9-12.

d. O sucesso político é instável, 4:13-16.

3. A futilidade duma vida em procurar seu próprio bem, 5:1-20.

a. Presentear a Deus com sacrifícios falsos, palavras vãs, promessas não cumpridas, é coisa vã, 5:1-7.

b. A retribuição atinge os opressores, e a decepção chega aos cobiçosos, 5:8-17.

c. Desfrutar das dádivas de Deus com gratidão traz contentamento, 5:18-20.

III. Terceiro Discurso: Não há Satisfação nos Bens e Tesouros da Terra,

8:1 — 8:17.

1. A insuficiência das realizações estimadas pelo mundo, 6:1-12.

a. Nem as riquezas nem uma família grande podem oferecer satisfação final, 6:1-6.

b. Nem os sábios nem os tolos atingem a satisfação da alma, 6:7-9.

c. Sem Deus, o homem não pode discernir a verdadeira razão do viver, 6:10-12.

2. Conselhos de prudência neste mundo corrompido pelo pecado,

7:1-29.

a. Os verdadeiros valores se aquilatam melhor da perspectiva da tristeza e da morte, 7:1-4.

b. A alegria sem base, o ganho desonesto, e a falta de controle são apenas obstáculos, 7:5-9.

c. A sabedoria é mais vantajosa do que a riqueza, ao se enfrentar a vida, 7:10-12.

d. Deus é o autor tanto de boa como de má sorte, 7:13,14. e. Tanto o farisaísmo como a imoralidade levam à desgraça,

7:15-18. f. A sabedoria tem poder supremo, mas o pecado é universal,

7:19,20.

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g. Não se deve fazer conta da malícia feita contra si próprio, 7:21,22.

h. A busca humana pela sabedoria não pode atingir a verdade espiritual profunda, 7:23-25.

i. Uma mulher maligna é o pior doa males, 7:26. j. Mas toda a raça humana desviou-se da bondade original,

7:27-29.

3. Sabendo enfrentar um mundo imperfeito, 8:1-17.

a. O sábio reverencia a autoridade do governo. 8:1-5. b. A lei divina opera em nossa vida apesar de angústias,

injustiças e a morte inevitável, 8:6-9. c. Apesar de estimados, e não punidos, os maus serão

julgados por Deus, no final, 8:10-13. d. A injustiça nesta vida encoraja um hedonismo

inconsequente, 8:14,15 e. Mas os caminhos de Deus ato Inescrutáveis à sabedoria

humana, 8:16,17.

IV. Quarto Discurso: Deus vai tratar das injustiças desta vida, 9:1 – 12:8

1. A morte é inevitável a todos; faca bom uso desta vida, 9:1-18.

a. A morte é inevitável para os bons e os maus; a lnsanidade moral prende a todos, 9:1-3.

b. A escolha moral e o conhecimento desta vida terminam com a morte, 9:4-6

c. Os fiéis devem fazer pleno uso das oportunidades e bênçãos da vida. 9:7-10.

d. Até para pessoas dignas, o sucesso é incerto e o tempo da vida imprevisível, 9:11,12

e. A sabedoria, por menos apreciada que seja, traz mais sucesso do que a força, 9:13-18.

2. As incertezas da vida, e os prejudiciais efeitos da tolice, 10:1-

20.

a. Mesmo um pouco de touca pode arruinar a vida de um homem; seja prudente na presença de príncipes, 10:1-4,

b. A vida oferece reveses nas fortunas e golpes em retribuição, 10:5-11.

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c. Um tolo é marcado por sua conversa vã e pelos seus esforços mal dirigidos. 10:12-15.

d. O bem estar das nações e dos homens depende de aceitar a responsabilidade, 10:16-19.

e. O desprezo da autoridade traz a retribuição certa, 10:20.

B. Conselhos práticos do sábio para solucionar os problemas da vaidade,

das injustiças e das incertezas da vida (Ec 11:1 – Ec 12:14).

I. Como investir melhor uma vida, 11:1 — 12:8.

1. A bondade volta com bênçãos ao benfeitor, 11:1,2. 2. A sabedoria do homem não pode mudar ou sondar as leis

divinas da natureza, 11:3-5. 3. A maneira mais sábia de viver, é ser sempre dili¬gente,

aplicado e de bom humor, 11:6-8. 4. A juventude malbaratada nos prazeres recebe a paga

adequada, 11:9,10. 5. Começa a viver por Deus enquanto é jovem, antes da chegada

das aflições e da senilidade, 12:1-8.

II. Conclusão: como levar uma vida à Luz da Eternidade, 12:9-14.

1. O propósito de Salomão era dar sábias instruções ao povo acerca da vida, 12:9,10.

2. Estas admoestações agudas têm mais valor prático do que qualquer literatura, 12:11,12.

3. Ponha a vontade de Deus em primeiro lugar, pois Seu Julgamento é final, 12:13,14.

3. Teológico

A. TEXTO 1:1,2 "Tudo é Vaidade" B. O CANSATIVO CÍRCULO VICIOSO, 1.3-26

a. Da Natureza, 1.3-11 b. DA Experiência, 1.12-18 c. Dos Prazeres, 2.1-11 d. O Sucessor de cada qual pode ser um Tolo, 2.12-23 e. E Melhor Desfrutar a sua própria Obra, 2.24-26

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C. TEMPO E ETERNIDADE, 3.1 -22

a. O Tempo, 3.1-9 b. A Eternidade, 3.10-15 c. Morte Negra, 3.16-22

D. ECONOMIA POLÍTICA, 4.1 -16

a. A Opressão é Deprimente, 4.1 -6 b. O Companheirismo Ajuda, 4.7 -12 c. A Revolução Pode Fracassar, 4.13-16

E. RELIGIÃO E VIDA, 5.1—6.12

a. A Adoração Reverente, 5.1-7 b. Observai os Oficiais, 5.8,9 c. A Prosperidade se Acaba, 5.10-17 d. Portanto, Desfrutai o Trabalho, 5.18-20 e. Desfrutai das Coisas Boas, 6.1-6 f. O Que é Bom para o Homem? 6.7-12

F. PALAVRAS SABIAS, 7.1-29

a. Proverbios, 7.1-12 b. Breves Comentários, 7.13-22 c. Desespero da Sabedoria Humana, 7.23 29

G. OS REIS E O REÍ, 8.1-17

a. Observai um Rei, 8.14 b. O Futuro É Incerto, 8.5-9 c. Desfrutal vosso Labor, 8.10-15 d. Os Caminhos de Deus Sao Desconhecidos, 8.16,17

H. O ÚLTIMO INIMIGO, 9.1 -16

a. A Morte Silencia a Todos, 9.1-6 b. Portanto, Desfrutal a Vida, 9.7-10 c. A Ocasião Chega, 9.11,12 d. A Sabedoria É Melhor que o Poder, 9.13-16

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I. PALAVRAS MAIS SÁBIAS, 9.17-11.7

a. Provérbios e Comentários, 9.17-10.20 b. Observações sobre os Negócios, 11.1-7

J. IDADE AVANÇADA, 11.8-12.7

a. Idade e Juventude, 11.8-10 b. Lembrai-vos de Deus antes da Velhice, 12.1 -7

K. O TEXTO E O PREGADOR, 12.8-12 L. PIEDADE PRÁTICA EM VISTA DO JUÍZO, 12.13

E. Esboço da Passagem Escolhida Tema: O homem na origem divina

I. Foi criado reto (Ec 7:29a). II. Desviou-se para o mal (Ec 7:29b).

F. Conclusões do Estudo Histórico Vaidade das vaidades, tudo é vaidade, diz o sábio e é verdade. O que é nossa vida se não correr atrás do vento? O que levamos conosco do fruto de nossa fadiga de debaixo do sol? Nada levamos conosco. Nú viemos ao mundo e nú voltaremos. Tudo pertence a Deus, inclusive os nossos próprios talentos com que adquirimos as coisas. Nada há que façamos debaixo do sol que seja novo, pois o que fizemos, ainda se fará e o que não fizemos ainda, alguém o fará. Diante de tal situação pessimista em relação à vida o que compete ao homem então? Esta foi a conclusão do sábio depois de ter vivido uma vida de glórias, de conquistas, de derrotas, de lutas, de vaidades que O homem tem o infinito dentro do seu coração e único que pode preencher o coração dele é aquEle que é infinito (Deus). O temor do Senhor é a única resposta que preenche o coração do homem: Ecl. 3:14; 5:7; 7:18; 8:12-13; 12:13

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Fica o exemplo histórico de um homem que experimentou de tudo e que ao final concluiu que o homem deve temer a Deus Os esforços da crítica conservadora e da alta-crítica em argumentar que Eclesiastes fora escrito numa época posterior por um autor desconhecido caem em descrédito quando analisadas em profundidade. Vale ainda ressaltar que o livro é largamente citado no Novo Testamento (Ecl. 7:2 Mat. 5:3,4; Ecl. 5 Mat. 6:7; Ecl. 5:1 I Tim. 3:15; Ecl. 5:6 I Cor. 11:10; Ecl. 6:2 Luc. 12:20; Ecl. 11:5 João 3:8; Ecl. 12:14 II Cor. 5:1) e ainda que algumas das declarações sobre fenômenos científicos estão rigorosamente certas, como por exemplo: a evaporação das águas e a formação de chuvas e, provavelmente, que a teoria de Redfield sobre as tempestades tem sua origem aqui.

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EXEGESE DO TEXTO DE ECLESIASTES 7:29

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CAPÍTULO III

Estudo contextual

A. Contexto Próximo 1) Ec 7: 23-28 (antes) Salomão se entregou a mais baixa apostasia devido a sua união com muitas mulheres (700 princesas e 300 concubinas – ver I Reis 11:3), em especial aquelas que Deus tinha claramente proibido.

Deus proibira o casamento misto entre seu povo e outros povos estrangeiros (Èx 34.16; Dt 7.3-4). E possível que uma boa parte daquelas mulheres fosse penhor de alianças políticas. Mas de qualquer forma, elas ganharam uma preeminência tão grande sobre a consciência e as emoções de Salomão, que, no decurso dos anos, sua fé arrefeceu, pervertendo-lhe a consciência, e abalando àquela mesma fé que era fonte de tudo quanto ele era e possuía (2.3-4 e 3.11-4), instigando à ira divina que não se fez por esperar (11.9-11). Entre os santuários pagãos erigidos pelo rei, alguns perduraram ainda por mais de três séculos, até sua destruição por ocasião da reforma feita pelo rei Josias (2 Rs 23.13).

Durante esses anos de apostasia ele se entregou a toda sorte de empreendimentos em busca da satisfação própria, compreensão do mundo e da vida buscando esperança e felicidade na base do esforço humano, de sua capacidade de raciocínio e forças, mas de modo independente de Deus. Ele viu, então, que tudo era vaidade e correr atrás do vento. Em Eclesiastes nós temos um relatório desse empreendimento durante os anos de apostasia.

Os versos que antecedem ao texto é um preparativo para a sua conclusão fatídica que posteriormente o apóstolo Paulo captou muito bem: “desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?” (Rm 7:24). 2) EC 7:29 (o texto) Salomão escreve então a sua conclusão em um versiculo que justifica a sua conduta errada, reconhecidamente malígna:

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EXEGESE DO TEXTO DE ECLESIASTES 7:29

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“Deus fez o homem reto, mas este se meteu em muitas astúcias”

3) EC 8:1-9 (depois)

Em seguida, como que aliviado pela confissão de culpa num relance de volta a Deus, faz diversos conselhos todos eles considerando os mandamentos de Deus que edificam as nossas vidas.

O bem e o mal estão juntos. Sabedoria é capacidade de discernir a verdade por trás das aparências. Quem é capaz disso, não se perturba diante dos conflitos (v. 1).

B. Contexto Remoto 1) Ec 7:15-22 Após ter feita uma comparação entre a sabedoria e a loucura, Salomão medita na moderação. È a experiência acumulada que nos ensina como viver, é fazendo que aprendemos, a melhor escola é a vida. A morte lembra que a condição humana é limitada e frágil. Tristeza e alegria, realização e frustração se alternam imprevisivelmente na condição limitada da vida humana. Por mais conhecimento que alguém tenha, não consegue abarcar o futuro. A verdadeira sabedoria consiste em aceitar e viver intensamente o presente, aprendendo nele a conhecer e temer a Deus. Só Deus é capaz de unir os contrários. Para aprender a ser íntegro, o homem deve temer a Deus.

2) Ec 8:10-17 Aqui, Salomão, torna-se bem reflexivo e nele se percebe uma fome pela justiça. A prosperidade e impunidade dos injustos é sempre uma tentação para os justos, que acabam perguntando: Por que Deus não faz logo justiça? Vale a pena continuar sendo justo? No mundo de hoje, vale a pena ser bom, justo e honesto? Por que muitas vezes os pobres são tratados como preguiçosos?

C. Uso do Texto em Outras Partes da Escritura

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EXEGESE DO TEXTO DE ECLESIASTES 7:29

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Partindo-se da idéia de que o homem foi criado reto e que após o exercício de seu livre-arbítrio escolheu o mal, uma série de conseqüências são advindas a ele, a sua mulher e a todos os homens.

No texto de Gn 1:27, vemos que Deus criou o homem à sua imagem e à sua semelhança ...

D. Relação do Texto Com o Restante das Escrituras Não iremos encontrar o texto literalmente citado, mas o encontraremos em toda a bíblia desde a queda do homem, uma vez que este, usando seu livre-arbítrio, optou pelo mal, pelo pecado, pela astúcia de seus atos. Em todo o tempo, veremos a luta do homem com Deus procurando restabelecer seu contato, sua comunhão, mas sem êxito uma vez que a sua escolha (a escolha de Adão, do primeiro Adão) contaminou toda a raça dos seres humanos tornando-os não mais detentores do livre-arbítrio, mas estremamente malígnos. A relação mais forte, portanto, se encontra em Jeremias 17:9 quando diz: O coração do homem é extremamente perverso, quem o conhecerá? Também outro versículo que se assemelha está em Lamentações de Jeremias 3:19, quando diz: Do que se queixam os homens, senão de seus pecados? O homem ao escolher o pecado, afastou-se de Deus e pelo conhecimento da lei jamais poderá estabelecer sua comunhão novamente, por isso a necessidade do surgimento de um redentor. Essa relação perdura inclusive no Novo Testamento e somente tem seu fim com o surgimento dos filhos de Deus, daqueles que não foram nascidos nem do sangue, nem da vontade de qualquer um, mas de Deus (Jo1:19). Hoje, os filhos de Deus, cuja natureza aguarda ansiosamente sua manifestação (I Coxxx) vivem como comentou o apostólo Paulo no final de Romanos 7 e início do 8:

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? De sorte que já não sou quem faz, pois com a lei do meu entendimento, eu sirvo a Deus, mas com a lei do pecado, à carne. Maldito homem que sou, quem me livrará do corpo desta morte. Graças a Deus por Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo....

E. Importância do Texto Para Compreensão das Escrituras É vital a importância deste texto e de sua correta compreensão, pois se o homem, se o seu comportamento fosse explicado pela sua natureza, ou pelo seu intelecto, ou por suas escolhas, este homem teria como se justificar diante de seu criador, mas não. O homem jaz no pecado e está corrompido necessitando de um salvador.

F. Conclusões do Estudo Contextual A conclusão que se chega desse estudo contextual é de que o homem jaz no pecado e necessita de um salvador. Por mais que se esforce, ele não consegue vencer as barreiras espirituais. Embora conheça a Deus, não o segue, antes o rejeita e para se apaziguar cria as suas próprias religiões conforme o seu interesse e coração corrompido. Não ha justo, não há nem um se quer, todos se extraviaram, a uma se fizeram inúteis, não há quem busque a Deus...

CAPÍTULO IV

Estudo Gramatical Textual

A. Texto da Passagem

1. Texto Hebraico

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EXEGESE DO TEXTO DE ECLESIASTES 7:29

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hf'ó[' rv,’a] ytiac'êm' hz<å-haer> ‘db;l. WTT Ecclesiastes 7:29

`~yBi(r: tAnðboV.xi Wvßq.bi hM'heîw> rv"+y" ~d"Þa'h'-ta, ~yhi²l{a/h'

HEBRAICO MORFOLOGIA TRADUÇÃO ‘db;l. l. particle preposition

dB; noun common masculine singular absolute homonym 1

De, por Mim mesmo

hz<å-haer> har verb qal imperative masculine singular hz< adjective masculine singular no state

Olhei, inspecionei Isto

ytiac'êm' acm verb qal perfect 1st person common singular

Descobri

rv,’a] rv,a] particle relative Que

hf'ó[' hf[ verb qal perfect 3rd person masculine singular homonym 1

Foi feito

~yhi²l{a/h' h; particle article

~yhil{a/ noun common masculine plural absolute

Por Deus

~d"Þa'h'-ta, tae particle direct object marker homonym 1 h; particle article

~d'a' noun common masculine singular absolute homonym 1

Com carinho O Homem, Adão

rv"+y" rv'y" adjective masculine singular absolute

Reto, direito

hM'heîw w> particle conjunction

~he pronoun independent 3rd person masculine plural

Mas Eles, o mesmo,

Wvßq.bi vqb verb piel perfect 3rd person common plural

Procuraram

tAnðboV.xi !AbV'xi noun common masculine plural absolute

Invenções, astúcias

`~yBi(r br; adjective masculine plural absolute homonym 1

Demais, muitas

2. Tradução Literal

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EXEGESE DO TEXTO DE ECLESIASTES 7:29

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Conforme quadro, a tradução literal se assemelha a isto: Por mim mesmo Vi Olhei, inspecionei Isto Descobri Que Foi feito Por Deus Com carinho O Homem, Adão Reto, direito, Mas Eles, o mesmo, Procuraram Invenções, astúcias Demais, muitas .

3. Tradução Melhorada Em minhas divagações, eu descobri que Deus fez o homem reto, mas este se meteu em muitas astúcias.

B. Análise da Passagem Gramaticalmente, a passagem de Eclesiastes 7:29 está na relação de subordinação adverbial conclusiva, pois este versículo depende dos antecessores e é uma conclusão da idéia que vinha desenvolvendo desde o início do capítulo 7. Textualmente, vemos que o capítulo 7 está, aproximadamente, no centro do livro de Eclesiastes, onde as meditações e divagações do poeta o remetem para o significado do homem e do que este se tornou sem Deus, isto é, vazio, sujeito à vaidade. A partir deste momento, do capítulo 8 em diante, o autor começa a refletir em como este deve viver uma vida reta, apesar de suas astúcias e ao final conclui que o dever de todo o homem é temer a Deus e dar-lhe glórias.

C. Traduções SIGLA SIGNIFICADO ECLESIASTES 7:29

ARA Almeida Revista e Atualizada

Eis o que tão-somente achei: que Deus fez o homem reto, mas ele se meteu em muitas astúcias.

ARC Almeida Revista e Corrigida

Vede, isto tão-somente achei: que Deus fez ao homem reto, mas ele buscou muitas invenções.

NVI

Nova Versão Internacional

Assim cheguei a esta conclusão: Deus fez os homens justos, mas eles foram em busca de muitas intrigas.

ACF Almeida Corrigida e Fiel

Eis aqui, o que tão-somente achei: que Deus fez ao homem reto, porém eles buscaram muitas astúcias.

SBP Sociedade Bíblica – Linguagem de Hoje

Mas repara também nisto: descobri que Deus fez os homens simples e rectos. Eles é que procuraram demasiadas complicações.

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D. Palavras Chaves HEBRAICO MORFOLOGIA SIGNIFICADO hz<å-haer> har verb qal

imperative masculine singular hz< adjective masculine singular no state

ytiac'êm' acm verb qal perfect 1st person common singular

rv,’a] rv,a] particle relative

hf'ó[' hf[ verb qal perfect 3rd person masculine singular homonym 1

~yhi²l{a/h' h; particle article

~yhil{a/ noun common masculine plural absolute

~d"Þa'h'-ta, tae particle direct object marker homonym 1 h; particle article

~d'a' noun common masculine singular absolute homonym 1

rv"+y" rv'y" adjective masculine singular absolute

hM'heîw w> particle conjunction

~he pronoun independent 3rd person masculine plural

Wvßq.bi vqb verb piel perfect 3rd person common plural

tAnðboV.xi !AbV'xi noun common masculine plural absolute

`~yBi(r br; adjective masculine plural

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EXEGESE DO TEXTO DE ECLESIASTES 7:29

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absolute homonym 1 Descobri Deus Fez Homem Reto Mas Meteu-se Astúcias

E. Aspectos Gramaticais

F. Mensagem Para a Época da Escrita A mensagem para a época da escrita é a mesma para todas as épocas, pois o autor após refletir, conclui pelo Espírito de Deus, que o homem fora criado, originariamente, bom, reto, sem inclinação para o pecado e dotado de livre-arbítrio, mas que ao escolher (puro exercício de seu livre-arbítrio) tornou-se pecador, essencialmente malígno, sem condições de voltar em sua decisão. Perdeu seu livre-arbítrio, tornou-se pecador e passou a gerar pecadores. Isso é o que conclui o autor, com pesar, que o homem se meteu em muitas astúcias.

G. Conclusões do Estudo Gramatical Textual O texto completo, a análise gramatical das palavras que o constituem, o sentido original de cada um dos termos, das palavras chaves e de sua relação sintática, gramatical, juntamente com a comparação com os versículos traduzidos por outras versões bem distintas uma das outras, nos remetem a conclusão de que o sentido do versículo é claro, inequívoco e simples. Primeiro, Deus criou Adão, o homem, reto, perfeito, mas depois, exercendo uma única e definitiva vez o seu livre-arbítrio, escolheu o mal e se meteu, por isso, em muitas astúcias.

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CAPÍTULO V

Estudo Teológico e Homilético de Eclesiastes 7:29

A. Introdução à Mensagem do Texto A pergunta que se ecoa desde os primórdios e que tem sido alvo dos grandes pensadores de todos os tempos é a questão relacionada à natureza moral do homem. Se vamos falar da natureza moral do homem, temos de partir de algum pressuposto para não tornar o assunto extenso demais. O nosso pressuposto é de que o homem foi criado com livre-arbítrio por um Deus pessoal. Deus, ao criar o homem criou-o com o livre-arbítrio. O homem era, portanto, único, especial, capaz de escolher entre o bem e o mal. Embora fosse dotado de livre-arbítrio, sua essência, desde o princípio era boa, pois tudo quanto Deus fez e faz é bom (ref.: xxxxx). Assim poderia ter perpetuado a sua espécie até os dias de hoje e eternamente, pois a morte não tinha domínio sobre ele. Essencialmente bom, reto (“... Deus criou o homem reto...”), imortal (com princípios de dias, mas sem fim de existência), mas dotado de livre-arbítrio, logo poderia escolher entre o bem (continuar nele) e o mal. Advertiu Deus que o homem não comesse da árvore do conhecimento do bem e do mal e lhes falou da conseqüência: no dia em que dela comerdes, certamente morrereis.

B. Explicação do Texto Escolhido Esse texto foi escolhido porque é o versículo chave, central do livro de Eclesiastes que resume numa simples frase como Deus criou o homem “reto” e como o homem exerceu seu livre-arbítrio, tornando-se não somente pecador “astuto”, mas também um gerador de pecadores, pois o pecado, e consequentemente a morte, passou para a sua descendência. Este texto fala, portanto, ao coração do homem revelando, na verdade, o que ele é: astuto! Em nossas ações, embora imbuídas de sinceridade, honestidade, humildade, há o fator astúcia que assim nos tornam volúveis e sujeitos ao pecado.

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Não há saída para este homem, a não ser que nasça de novo e se torne filho de Deus, guiado pelo Espírito de Deus e não pelo livre curso de suas astúcias, de seus enganos que corrompem o seu coração.

C. Exposição do Texto O texto não fala do homem reto, mas do homem que foi criado reto. Não há mais homem reto, embora tenha sido criado assim. Se o homem não tivesse exercitado seu livre-arbítrio, ainda hoje teríamos essa raça de seres especiais. Os versículos que antecedem o texto em análise e os que o procedem se baseiam na assertiva de que o homem se tornou astuto.

1. Tema

a) Argumento

b) Argumento

c) Argumento

D. Mensagem Para a Nossa Época (Teologia) A mensagem para nossa época é a de que o homem necessita de um salvador que o resgate de suas astúcias. Por si só, é impossível que o homem deixe de ser astuto. Estão contaminados com o pecado todos os seus atos ainda que louváveis ou dignos de admiração. As escrituras são claras quando dizem que: • não há um justo sequer e que, • não há quem busque a Deus O homem se tornou pecador e está perdido. Por isso que foi anunciado o Messias...

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E. Aplicação do Texto A aplicação do texto é de cunho evangelístico, ético e pastoral. Ético porque Evangelistico porque Pastoral porque

F. Conclusões Estudo Teológico Homilético As afirmativas teológicas impactantes e importantes desse estudo são: • Deus criou o homem reto • O homem criado reto tinha livre-arbítrio e era e foi único, singular, ninguém

mais nem nos céus nem na terra o foram • O homem era, a despeito do livre-arbítrio, essencialmente bom. • O homem exerceu seu livre-arbítrio, escolhendo o mal. • O homem tornou-se pecador, astuto, e gerador de pecadores. • Devido a sua escolha, recebeu a conseqüência: a morte. • Em sua misericórdia, Deus proveu ao homem um salvador.

CAPÍTULO VI

Estudo Aplicativo

A. Mensagem Para os Nossos Dias É com sabedoria que as Escrituras dizem que “maldito o homem que confia no homem e que faz do seu braço a sua força” (ref.: xxxxxxx). Não há como confiar no homem, pois este não é reto, mas astuto. Vemos as conseqüências disso na política, na religião, no comércio, nos negócios, na globalização, nos governos, lideranças, partidos, etc.

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Por mais que se esforce, o homem somente consegue melhorar os aspectos tecnológicos, científicos, artísticos e todos aqueles onde a inteligência é a principal ferramenta. As melhoras morais são lentas e precisam ser sustentadas a custos muito altos de sacrifícios de homens de bem.

B. Relevância do Texto O texto é muito importante uma vez que trata da verdade simples, nua e crua.

C. Aplicação O conhecimento da verdade é muito importante para o desenvolvimento

CONCLUSÃO

BIBLIOGRAFIA Ref.: http://www.cpb.com.br/htdocs/periodicos/licoes/adultos/2007/com112007.html

http://br.groups.yahoo.com/group/cristovaivoltar/message/2841

Ref.: http://xacute.sites.uol.com.br/art_eclesiastes.html

http://www.webservos.com.br/gospel/BibliaOnline/biblia_books.asp?book=22

Merece confiança o Antigo Testamento

Teologia sistemática de Louis Berkhof

Bíblia Russel Shedd

ANEXO (Livro de Eclesiastes)

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Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Ref.: http://www.cpb.com.br/htdocs/periodicos/licoes/adultos/2007/com112007.html

Eclesiastes ou o Livro do "Pregador"

No presente trimestre, as lições da Escola Sabatina focalizam os ensinamentos do livro de Eclesiastes.

Antes de emitir enunciados interpretativos do conteúdo do livro em referência, considero ser de utilidade para o estudioso conhecer algumas peculiaridades que envolvem a autenticidade e a trajetória histórica da preservação do texto.

O nome Eclesiastes é uma derivação fonética do termo grego Ekklesiastes, que aparece como título do livro na versão grega do Antigo Testamento, denominada Septuaginta. Por sua vez, esse termo encontra sua raiz no vocábulo: ekklesia; que tem o sentido de reunião ou assembléia. Na Bíblia hebraica, aparece o termo Qohelet, cuja raiz encontra-se na seqüência das consoantes: Q, H, L, cuja primeira acepção é reunião ou ajuntamento de pessoas. Nas formas verbais, essas consoantes dão o sentido de reunir, juntar; dessa maneira, o termo substantivado Qohelet, pode significar aquele que reúne uma assembléia para falar-lhe; ou seja, o pregador.

A inclusão do livro de Eclesiastes, "o pregador", no Cânon das Sagradas Escrituras foi debatida por muitos séculos. O Código Samaritano, do período pré-cristão, não inclui os livros classificados como Hagiografos, entre os quais encontra-se o Eclesiastes. Os judeus do período intertestamentário não aceitavam os Hagiografos, principalmente os "cinco rolos" (Cantares, Rute, Lamentações, Eclesiastes e Ester), por considerarem que os autores da Septuaginta incluíram vários livros (referência aos apócrifos), sem contar com a devida autoridade que a canonicidade requer.

A expressão assertiva de Jesus, encontrada em Lucas 24:44, outorga autoridade canônica dos Hagiografos. Neste texto se lê: "Importava se cumprisse tudo o que de Mim está escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos". A palavra Salmos deve ser entendida como uma referência aos Hagiografos, pois era o nome original pelo qual era conhecido; segundo a declaração de Filo de Alexandria, no seu texto De Vita Contemplativa, pág. 25, os judeus residentes em Alexandria e que falavam grego decidiram o impasse na célebre reunião denominada: "Sínodo de Jamnia" ou de "Jabneh", realizada no ano 90 d.C. incluindo no Cânon das Escrituras Sagradas os Hagiografos, entre eles, o livro de Eclesiastes. Mesmo assim, durante os primeiros cinco séculos da era cristã, a disputa sobre a canonicidade de alguns livros (Ezequiel, Cantares, Provérbios, Eclesiastes e Ester), ainda motivava polêmicos debates, no ambiente judeu.

Os Massoretas, judeus tradicionalistas que divulgaram as Sagradas Escrituras entre os séculos VI a X, sempre consideraram o livro de Eclesiastes, dentro do Cânon do antigo Testamento. A atual Bíblia hebraica, que é baseada no texto completo encontrado em Leningrado (Codex Leningradensis), apresenta uma nota esclarecedora no livro de Eclesiastes, mencionando que a cópia foi feita por Aaron Ben Mosheh Ben Asher, descendente da notável família de judeus massoretas.

Em relação à autoria do livro de Eclesiastes, um grupo de teólogos e eruditos modernos, utilizando os parâmetros da assim chamada "alta crítica", negam que o texto tenha sido escrito por Salomão, no fim do século X a.C.; afirmando que as características lingüisticas, estilo literário, relação histórico-ambiental, apontam para uma autoria de período posterior, sugerindo diversas datas, como o ano 250 a.C. Outros argumentos propostos são que o livro não menciona o nome de Jeová; não faz nenhuma referência à Lei Divina e é omisso ao relacionar o povo de Israel como nação vigente.

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O fato de a tradução grega chamada Septuaginta, realizada durante o governo de Ptolomeu II Philadelfo, entre os anos 285 a 246 a.C., incluir o livro de Eclesiastes indica que cópias do livro já existiam muito tempo antes. Entre os chamados rolos do Mar Morto, foram encontrados na caverna 4 de Qumram, fragmentos do livro de Eclesiastes, datados possivelmente no terceiro século a.C. os quais, sem dúvida, foram cópias de textos anteriores a essa data. Esses achados provam que o texto não teria sido escrito nos anos 250 a.C. senão muito tempo antes.

Mas o recurso fidedigno para sugerir a autoria do livro é a afirmação encontrada no próprio texto no cap. 1:1, onde se lê: "Palavra do pregador, filho de Davi, rei de Jerusalém". Os adjetivos indicados claramente qualificam Salomão como autor desse texto. Essa assertiva ainda é reforçada no uso do pronome em primeira pessoa do singular do verso 12, do mesmo capítulo: "Eu, o pregador, venho sendo rei de Israel...", não dando lugar a outra identidade no concerto das personalidades da História.

A grandeza do governo de Salomão

O governo de Salomão era de prosperidade, conseqüência natural da administração progressista de seu pai, o rei Davi. No entanto, não se pode deixar de reconhecer que houve motivos baseados na política exterior que determinaram tal situação de prosperidade. Em termos gerais, as grandes nações e as de menor expressão viviam em ambiente sem pretensões de conquistas. O grande império assírio vivia atormentado por problemas internos que o impulsavam à procura de uma pacificação nacional. O último rei assírio que estimulava a expansão territorial foi Tukulti Ninurta I (1.248 – 1208 a.C.). Tomou Babilônia, destruiu seus muros e se tornou rei desse império. Mais adiante, reclamou honras divinas. Não contente com sua capital Ashur, fundou nas margens do rio Tigre, uma nova capital com o nome: Kar Tukulti Ninurta. Sua vida terminou quando o próprio filho o encerrou nessa cidade e lhe ateou fogo. Então, a Assíria entrou em decadência nos períodos do reinado de Davi e de Salomão.

O Egito era administrado por faraós da XXI dinastia (1.087 a 945 a.C.). As grandes conquistas e gigantescas construções que caracterizaram o período dos Ramésidas, já haviam passado. Agora, os egípcios viviam impassíveis, como se temessem uma ameaça externa. Foi nesse período que um dos faraós dessa dinastia deu sua filha em casamento a Salomão, com a tentativa de manter a paz.

Na Palestina, as ameaças internas de nações estabelecidas sumiram de maneira radical. Os Horitas retiraram-se à região norte, pelas montanhas do Taurus até alcançar o território da Capadócia. Os hititas, ou heteus, seguiram em fuga, ao norte da Mesopotâmia onde fundaram o estado Hatina, nos despojos do antigo império de Mitani. Alguns hititas ou heteus permaneceram em Israel na condição de servos.

Nesse ambiente livre de ameaças externas floresceu o reino de Salomão. No entanto, para manter essa afirmação, não se deve deixar de destacar os atributos pessoais de Salomão e os dons adquiridos pela sua dependência de Deus. A formação de Salomão no palácio real de Davi determinou o desenvolvimento de notáveis qualidades morais. Antes mesmo de ser coroado, seu pai destacou a sua "prudência" (1Rs 2:9) e "sabedoria" (1Rs 2:6). Assim que foi coroado, Salomão requereu de Deus "coração compreensivo para julgar... para que prudentemente discirna entre o bem e o mal..." (1Rs 3:9). Munido dessas qualidades, Salomão engrandeceu seu reino.

O prestígio pessoal de Salomão, não somente como excelente administrador, mas também como homem de grande saber e intelecto, era amplamente divulgado entre as nações estrangeiras, de onde partiam personalidades importantes para testemunhar da sabedoria do rei de Israel.

Sabedoria do mundo e sabedoria de Deus

A palavra sabedoria, utilizada por Paulo em I Coríntios 3:19 é a tradução do vocábulo grego sophia. Na época de Paulo, os cidadãos gregos faziam uso desse vocábulo para referir-se indistintamente à sabedoria popular e àquela que procede de uma realidade superior, sem avaliar sua natureza de ser falsa ou

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EXEGESE DO TEXTO DE ECLESIASTES 7:29

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verdadeira. É por essa dupla conotação que Paulo tenta diferenciar uma da outra, especificando: "a sabedoria deste mundo".

Qual é a "sabedoria deste mundo"? A inferência possível, de acordo com o qualificativo dado por Paulo, é: a sabedoria originada na mente humana. Mas por que é contrária à sabedoria que procede de Deus? Para elucidarmos a razão dessa dualidade, precisamos obter maior compreensão do significado do vocábulo grego sophia, "sabedoria". Para tanto, verificaremos o significado desse termo, no pensamento grego; isto, sem pretender manter dependência dessa expressão cultural.

Para Aristóteles, sophia, "sabedoria", é identificada com a Filosofia Primeira ou "Metafísica". A "sabedoria" não está no mundo físico. Ela se torna real mediante a união de uma razão intuitiva (humana) com o conhecimento rigoroso daquilo que é superior ou que expressa seus princípios (divino). Platão, o filósofo que exalta o bem e o belo, sugere o conceito de "sabedoria" como uma virtude superior. Sábio é aquele que possui todas as condições necessárias para pronunciar juízos reflexivos e maduros.

Considerando essas asserções, inferimos que a sabedoria só existe num ambiente superior, além da natureza humana. Para adquirir sabedoria, o homem precisa buscá-la em Deus; pois há, neste processo, uma relação de íntima dependência. Na linguagem bíblica, esse conceito se expressa: "O temor do Senhor é a sabedoria" (Jó 28:28); "O temor do Senhor é o princípio da Sabedoria" (Sl 111:10). O homem, pela sua natureza, só pode gerar e adquirir conhecimento. É a prática das virtudes que diferencia o homem que só tem conhecimento do homem que tem sabedoria. O homem que tem conhecimento pode "saber" o que é a bondade; mas só o homem sábio é quem "pratica" a bondade; e, todos os outros frutos do Espírito.

Finalmente, a "sabedoria" que procede de Deus torna o homem prudente, justo e praticante das virtudes do Espírito. O homem com conhecimentos pode ser "sábio", se seus conhecimentos são utilizados para o bem. Não pode ser considerado "sábio" o homem cujos conhecimentos adquiridos são utilizados para o mal; pois Deus não está nele. Esta última condição é aquela que caracteriza a "sabedoria" do mundo.

O declínio do governo de Salomão

A grandeza do governo de Salomão entrou em declínio por causas políticas e causas morais ou por uma inter-relação entre as elas. Politicamente, Salomão tomou medidas que originaram inconformismo entre o povo de Israel. Elevou a carga tributária de seus súditos; dividiu o reino em 12 distritos, obrigando-os a contribuir durante um mês, cada ano, para a alimentação do palácio, estimado em 5.000 pessoas; aumentou a tributação dos comerciantes estrangeiros que atravessavam o território de Israel; gerou descontentamento e conseqüente ameaça das nações de Edom, Damasco e, posteriormente, do Egito; enfrentou sem solução a revolta de Jeroboão.

No campo da moralidade, duas atitudes do rei Salomão: a sensualidade e a idolatria, contribuíram para consolidar, de forma irreversível, o declínio de seu reino. Nos primeiros anos de governo, manifestou conivência com o povo que "oferecia sacrifícios sobre os altos" (1Rs 3:2). Seu casamento com a filha de Faraó não seria a primeira experiência no sentido de manter um harém numeroso com mulheres de várias etnias. O prestígio de seu reinado e os hábitos político-sociais daquela época, entre as nações do Oriente Médio, permitiam o permanente aumento de esposas e concubinas a perambular pelos corredores do palácio real.

As razões para um governante ou homem de prestígio, nobre e rico possuir muitas mulheres eram eventualmente uma obrigação de estado. Para manter a paz política entre nações, em geral, o governante do reino vencido oferecia sua filha em casamento ao governante vitorioso. Uma forma de consertar ou estreitar alianças políticas era consolidar esse ato através de casamentos. Muitos nobres da mesma nacionalidade ou estrangeiros davam mulheres aos governantes, a título de presente. Muitas mulheres, capturadas como prisioneiras, ocupavam as recâmaras do palácio, como troféus de guerra; moças e até crianças eram transferidas dos seus lares ao palácio, como forma incomum de pagamento de dívidas; em época de baixo índice demográfico, a posse de várias concubinas tornava possível a existência de um

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número elevado de descendentes. Nessas práticas, consideradas legais e adequadas à época, Salomão não seguiu a regra divina em relação ao casamento, mas obedeceu aos padrões da moralidade inescrupulosa de nações pagãs.

Essa falha de comportamento levou Salomão e seu reino ao declínio de poder e de comunhão com Deus. "Sendo já velho, suas mulheres lhe perverteram o coração para seguir outros deuses... Salomão seguiu Astarote, deusa dos sidônios, e Milcom, abominação dos amonitas, ... edificou Salomão um santuário a Quemos, abominação de Moabe ... e a Moloque, abominação dos filhos de Amom" (1Rs 11:4-7).

Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx http://br.groups.yahoo.com/group/cristovaivoltar/message/2841 Eclesiastes =========== O nome Eclesiastes ou Pregador foi empregado pela primeira vez na Septuaginta, tradução do hebraico para o grego das Escrituras feita por 72 sábios judeus na cidade de Alexandria. Esta tradução iniciou-se em 285 a.C. a pedido de Demétrio Falório, Bibliotecário do rei Ptolomeu Filadelfo e foi concluída 39 anos depois. A Septuaginta ajudou no sentido de preparar o mundo para o 1° Advento de Cristo. Na Bíblia hebraica o livro é chamado de Qohelete, que significa pregador ou dirigente de uma reunião. Sua autoria, apesar de a história não confirmar, pode ser atribuída ao Rei Salomão, filho de Davi (Ecl. 1:1-2). O contexto histórico é claro em todo o livro. Podemos observar Salomão falando para uma Assembléia como autentico Pregador. Ele nos fala dos problemas da vida e de suas paixões. Apesar de ser considerado o Homem Mais Sábio da Terra, enfrentou muitas dificuldades para manter um bom relacionamento com Deus. O tema central do livro fala sobre a existência humana, seus deveres e destino. Aborda uma eficaz filosofia de vida e propósitos. Através da sua experiência, podemos, como cristãos aprender sobre a necessidade de dependermos inteiramente de Deus em todos os momentos. A crítica textual: É provavelmente o livro mais polêmico entre todos do AT. Seu conteúdo é surpreendente de muitas maneiras e tem causado as mais diferentes reações entre aqueles que têm se dedicado à sua interpretação. Entre judeus e cristãos muitos têm questionado o direito de Eclesiastes estar entr os livros do cânon. Rabi Shamai: conservador da escola conservadora. Rabi Hillel: liberal.Shamai era contra a permanência do livro no cânon; não deveria ficar por ser blasfemo e ímpio. Prevaleceu a opnião de Hillel. No cristianismo, dúvidas sobre a interpretação de Eclesiastes sobrevieram

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até o tempo de Teodoro de Mopsuéstia (400 d.C.), grande exegeta da escola de Antioquia. As opiniões hoje, são diversas. Para alguns, Eclesiastes é uma obra prima do ceticismo, pessimismo, do epicurismo (filosofia grega: baseada em que sentido da vida e o melhor da vida é o prazer). Sugestão para a chave de compreensão do livro. A chave de compreensão está na compreensão da natureza do livro, no contexto no qual foi escrito e no propósito para o qual foi escrito. O livro de Eclesiastes foi escrito por Salomão no final de sua vida, depois de passar anos em apostasia segundo nos relata I Rs 11:1-8. Salomão se entregou a mais baixa apostasia devido a sua união com muitas mulheres (700 princesas e 300 concubinas – ver I Reis 11:3). Durante esses anos de apostasia ele se entregou a toda sorte de empreendimentos em busca da satisfação própria, compreensão do mundo e da vida buscando esperança e felicidade na base do esforço humano, de sua capacidade de raciocínio e forças, mas de modo independente de Deus. Ele viu, então, que tudo era vaidade e correr atrás do vento. Em Eclesiastes nós temos um relatório desse empreendimento durante os anos de apostasia. - Ec 1:12-14; 16-17; 2:1-11: Relato da busca de satisfação - Ec 4:1-4: Melhor o que nunca nasceu o que o que veio a existência. - Ec 7:23-29: Depois de anos de busca desvairada e de se entregar totalmente a prazeres, sentimentos, indagações e ao desespero, Salomão foi despertado (de sua apostasia) por uma sentença de juízo pronunciada contra ele e contra a sua casa vinda da parte de Deus I Rs 11:9-13. Em penitência ele começou a retroceder de onde ele tinha caído e voltou a viver novamente de acordo com o plano de pureza e santidade que Deus tem para seus filhos. Arrependido ele compôs o livro de Eclesiastes e se tornou o pregador afim de advertir a outros a não caírem no mesmo erro que ele caiu. Quando lemos Eclesiastes devemos ter em mente que em suas palavras existem: 1.) Um relato daquilo que aconteceu com ele. 2.) As conclusões que ele chegou dentro dessas circunstâncias “vaidade das vaidades”). 3.) Uma apresentação de uma perspectiva superior: “Deus” o qual é a única saída para o homem. Nem tudo que ele descobriu, no entanto, é errado. Exemplos: * Ecl. 4:5-6: Conclui que o trabalho é bom. * Ecl. 4:7-12: Conclui que é bom o companheirismo.

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* Ecl. 5:1-6: Conclui que é bom ser prudente. * Ecl. 6:8-12: Advertência quanto ao amor às riquezas. * Ecl. 8:1-5: Submissão às autoridades. * Ecl. 9:13-18: A sabedoria é melhor que a riqueza. Mesmo as boas conclusões não satisfaziam o coração, e ele diz o porquê Ecl. 3:11- “Deus pôs no coração do homem a eternidade” (Olam – no hebraico , sua tradução é infinito; tanto para tempo como para o espaço). O homem tem o infinito dentro do seu coração e único que pode preencher o coração dele é aquEle que é infinito (Deus). O temor do Senhor é a única resposta que preenche o coração do homem: Ecl. 3:14; 5:7; 7:18; 8:12-13; 12:13. O Valor de Uma Palavra Chave: 1. Não é possível ler e compreender, com proveito, certos livros da Bíblia sem que antes de tudo se ache a chave para o estudo. Talvez nenhuma outra porção das Sagradas Escrituras necessite tanto da chave para estudo como Eclesiastes. 2. O livro é largamente citado no Novo Testamento: Eclesiastes Novo Testamento =========== =============== Ecl. 7:2 Mat. 5:3,4 Ecl. 5 Mat. 6:7 Ecl. 5:1 I Tim. 3:15 Ecl. 5:6 I Cor. 11:10 Ecl. 6:2 Luc. 12:20 Ecl. 11:5 João 3:8 Ecl. 12:14 II Cor. 5:1 3. Outro fato interessante são as declarações sobre fenômenos científicos rigorosamente certas, como por exemplo: a evaporação das águas e a formação de chuvas coincidem perfeitamente com as descobertas dos sábios dos nossos dias a esse respeito. Alguns tem dito que a teoria de Redfield sobre as tempestades tem sua origem aqui. A pergunta fica: Quem ensinou Salomão o emprego de termos que claramente exprimem fatos? E quem lhe revelou a origem dos ventos, que são regidos por leis tão positivas como as que determinam o crescimento da planta. Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Ref.: http://xacute.sites.uol.com.br/art_eclesiastes.html

ECLESIASTES OU QOHELET

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FELICIDADE E TRABALHO Rafael Lopez Villasenor

CONTEXTO

Eclesiastes ou Qohelet é um escrito sapiencial cuja preocupação central é a vida do ser humano sobre diversos aspectos. O aparente pessimismo do Eclesiastes ou Qohelet pode desconcertar o leitor. Ele questiona tudo, analisa e se posiciona. Critica a cultura e a opressão. O livro aparece como uma “gozação” popular da sabedoria dos grandes do tempo, inchados com a novidade do Império Grego que dominava. Eclesiastes empreende grandes esforços para entender o sentido da vida e apresentar uma proposta para o ser humano viver e alcançar a felicidade. Trata-se de um livro profundamente crítico, lúcido e realista sobre a condição do povo na Palestina, por volta do século III a.C. A

Um pouco de história Palestina era importante corredor comercial que ligava o Egito com a Fenícia, o Norte da Síria, a Mesopotâmia e a Arábia. Os grandes impérios lutavam para controlara a área. (Assíria, Babilônia, Grécia, Roma...). Alexandre Magno constrói um grande império por volta do ano 333 a. C. Ele dominava pela força e pela imposição cultural, mas morre sem deixar um sucessor. O império fica sob o governo de um grupo de generais que o dividem entre eles (301 a. C). O grupo do general Ptolomeu (surgindo à dinastia dos Ptolomeus) assumiu o governo de Egito, ficando também com a Palestina e a Fenícia e o general Seleuco, (surgindo à dinastia dos Selêucidas) com a Síria e a Mesopotâmia. O general Seleuco não se conforma com o domínio dos Plomeus sobre a Palestina e entre em guerra cinco vezes para obter o controle da Palestina (301 a 198 a. C). Finalmente Antíoco III, rei dos Selêucidas derrota os Ptolomeus (198 a. C), assumindo o controle sobe a Palestina, Fenícia e Síria.

No tempo da dominação dos Ptolomeus, o livre mercado é implantado, a escravidão é uma realidade constante. A filosofia grega dominava o pensamento e a cultura da época. Os gregos levam um acentuado individualismo destruindo o espírito de comunitário. O comercio aumenta e o livre comércio exige mais produtos. Cresce o empobrecimento da maioria.

Os gregos (Ptolomeus e Selêucidas) garantem a liberdade religiosa dos povos dominados, mas com submissão política e com cobrança de impostos. Assim a colônia do império grego dos Ptolomeus, ao qual devia pagar pesados tributos, que eram arrecadados pela família dos Tobíadas, que controlava o comércio, a economia e a política interna. O fardo dos impostos sobre Judá deixa o povo cada vez mais miserável. A formação de grandes latifúndios exige o uso do trabalho escravo. Há aumento de pessoas empobrecidas e escravizadas. O idioma grego tornou-se idioma universal da época. O povo judeu falava grego na rua e hebraico na sinagoga. Os antigos valores da cultura judaica vão caindo e aos poucos a cultura grega vai orientando a lógica do lucro, do individualismo, tornando-se o modelo dominante.

Um pouco sobre o livro do Eclesiastes. O livro faz parta da literatura sapiencial. O autor é um sábio provavelmente de Jerusalém, inconformado com a realidade do tempo, recolhe a sabedoria do povo, reflete sobre algumas verdades. Ele escreveu o livro durante esse tempo de exploração interna e externa no século III (250 a.C.) bem depois do exílio de babilônia. Era um tempo, que não deixava esperanças de futuro melhor para o povo. Num mundo sem horizontes, ele fez um balanço sobre a condição humana, buscando

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apaixonadamente uma perspectiva de realização. A maioria dos estudiosos concorda que há pelo menos três redatores para este livro.

O livro foi escrito numa época muito difícil para o povo. A Judéia estava nas mãos dos Ptolomeus, estava sofrendo transformações muito rápidas e violentas, Qohelet apresenta uma reflexão muito irônica e amarga sem muita esperança. Por trás da amargura o livro nos aponta caminhos. Ele tenta sempre responder a esta pergunta: Tem sentido a vida humana? Ele vê três valores importantes que não vale a pena questionar: a vida humana com suas limitações (5,17;7,29); o oprimido e o pobre, fruto do sistema injusto (5,7;9,14); a ação de Deus que não pode ser mudada (3,14-15; 7,23). Diante destes três valores relativiza tudo. A proposta básica de Qoélet e a felicidade para todos.

A pessoa que escreveu o livro apresenta-se como Qohelet (1,12) Qohelet é uma palavra hebraica que significa comunidade ou alguém que fala pela comunidade. Eclesiastes é uma palavra grega ekklesia que significa comunidade. O autor é uma pessoa que participava das reuniões dos sábios, na qual à luz da fé, discutiam-se a situações do povo e os problemas da vida da comunidade. Talvez coordenador de uma comunidade que observa vários aspectos da vida humana e reflete sobre eles. Qohelet se apresenta como filho de Davi (1,1). Na realidade o livro não foi escrito pelo rei Salomão do séc IX a. C. Salomão é considerado como patrono da literatura sapiencial em Israel. Também naquele tempo era comum uma pessoa esconder-se atrás de figuras importantes e significativas do passado para comunicar sua mensagem, isso era um recurso literário. Qohelet usa o método dos sábios de Israel. Os sábios não davam tudo pronto, levavam as pessoas a participarem no processo da descoberta da verdade. Faziam com que eles mesmos fossem descobrindo as coisas.

O Eclesiastes ou Qohelet denuncia portanto as conseqüências de uma estrutura social injusta. O povo não tem presente, quando é impedido de usufruir do fruto do próprio trabalho. Conseqüentemente, fica sem vida, que lhe foi roubada não por esta ou aquela pessoa, mas por todo um sistema social dependente que, para privilegiar uma minoria, acaba espoliando a nação inteira. E aqui, o autor mostra que isso se trata, em primeiro lugar, de um pecado teológico: Deus dá a vida para todos; se ela é roubada, o roubo é um desvio na própria fonte da vida.

O Eclesiastes é convite para desconstruir e construir. Desconstruir uma falsa concepção a respeito de Deus e da vida, muitas vezes justificada por concepções teológicas profundamente arraigadas. Depois, construir uma nova concepção de vida, que é dom gratuito de Deus, para que todos a partilhem com justiça e fraternidade. Só então todos poderão ter acesso à felicidade, que consiste em usufruir a vida presente que, intensamente vivida, é a própria eternidade.

O Autor observa que há uma organização social perversa que rouba o trabalhador. Exploração do poder econômico (5,7); estruturas injustas (3,16); a competição cega e a concorrência desleal (4,4); os que enriquecem graças ao trabalho alheio (5,9-11); o abuso do poder político (8,3-5); a dominação em nome da religião (2,26); as famílias israelitas (250-190 a C) tinham que trabalhar como servos a sua própria terra, entregando quase toda a produção na forma de taxas.

Quais os caminhos para realizar a vida e a felicidade? O autor desmonta as ilusões que um determinado sistema de sociedade apresenta como ideal (riqueza, poder, ciência, prazeres, status social, trabalho para enriquecer etc.) e coloca uma pergunta fundamental: “Que proveito tira o homem de todo o

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trabalho com que se afadiga debaixo do sol?” (1,3). Em vez de cair no desespero, o autor descobre duas grandes perspectivas: Primeiro, descobre Deus como Senhor absoluto do mundo e da história, devolvendo a Deus a realidade de ser Deus. Depois, descobre o Deus sempre presente, fazendo o dom concreto da vida para o homem, a cada instante e continuamente. Isso leva o homem a descobrir que a própria realização é viver intensamente o momento presente, percebendo-o como lugar de relação com o Deus que dá a vida. Intensamente vivido, o momento presente se torna experiência da eternidade, saciando a sede que o homem tem da vida. Todavia, para que se possa de fato viver o presente é preciso usufruir o fruto do próprio trabalho (2,10; 2,24; 3,13.22; 5,18-20; 9,9). E aqui temos uma pergunta crucial: Que presente de vida resta para o povo, quando ele é impedido de usufruir do resultado do trabalho com que se afadiga debaixo do sol?

Divisão do livro

1,1-11 Introdução

I. 1-12-3,22 Exploração do trabalho e empobrecimento.

II. 4,1-6,9 Passos concretos para alcançar a felicidade.

III. 6,10-8,17 Critica a sabedoria oficial e a teologia da retribuição

IV. 9,1-12,8 O caminho da felicidade

12, 9-14 Epílogos.

COMENTÁRIOS AOS TEXTOS

1,1-11 Vaidade das vaidades, Qohelet (significa aquele que pertence à comunidade) pode ser nome próprio ou de alguém que fala à comunidade reunida. O autor se personifica como o rei Salomão para dar importância ao livro do Eclesiastes (1,1) A ganância e opressão do império grego, reforçadas pela exploração da família dos Tobíadas, tornaram a vida do povo insuportável. Isso levou o autor do Eclesiastes a afirmar: “Ilusão das ilusões! Tudo é ilusão!” (1,2). A palavra “ilusão” — traduzida em algumas Bíblias por “vaidade” ou “absurdo” — não diz tudo o que o termo hebel significa em hebraico. Podemos pensar numa bolha de ar no fundo do tanque: quanto tempo ficará aí sob o peso da água? E se sobe, o que acontece? Podemos pensar numa bolha de sabão: quanto dura? Para que serve? Assim é a vida do povo quando é explorado na sua força de trabalho. Na realidade se trata de uma pessoa que viveu muito e reflete bastante como as coisas acontecem, sobre to que vale a pena na vida. Avalia os sonhos e os projetos do tempo e da comunidade. Examinando a situação em que o povo vive, a conclusão é que tudo é frágil e passageiro. O povo vive trabalhando. E que proveito ele tira do seu trabalho? (2-3) Porém o perigo está em perder o sentido da vida. Quando isso acontece todas as coisas perdem o significado. A vida se torna repetição monótona e enfadonha, sem motivação nenhuma.

• Qual foi o momento mais importante da vida que lhe ensinou alguma coisa? • Quantas vezes perdemos o sentido da vida?

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1,12-18 A sabedoria como serviço Uma das propostas fundamentais para realização humana é adquirir a maior quantidade de conhecimento, mas o conhecimento não esta ao alcance da grande maior. O autor garante que o conhecimento não leva para felicidade. Ao contrario este leva a ver a vida que é passageira.

• Qual é o valor hoje do conhecimento e sabedoria?

2,1-16 A falsa felicidade. O dinheiro, o poder, o sucesso não trazem a verdadeira felicidade. A felicidade é uma busca de todo ser humano, embora muitas vezes não o encontramos por procurar-lo de maneira e no lugar errado.

• Qual é a verdadeira felicidade?

2,17-26 Desfrutar o produto do trabalho. Trabalhar incansavelmente para enriquecer, ter prosperidade, isso não leva a felicidade. O que foi ganho com sacrifício ficara para outro. O povo trabalha muito, e “nem mesmo de noite repousa seu coração” (2,23). Quando alguém gasta suas energias e criatividade trabalhando (v. 21a), mas não usufrui do trabalho, pois “vê-se obrigado a deixar tudo em herança para outro que em nada colaborou” (v. 21b), então a vida se torna “ilusão e grande desgraça” (v. 21c). Se as pessoas trabalham criativamente, é para os grandes que gastam seus talentos; se trabalham mecanicamente, acabam se transformando em robôs e peças de uma engrenagem que os devora. Como sair disso? A mensagem que ele deixa é esta: a felicidade é poder usufruir plenamente dos frutos do trabalho, pois esse é o dom que Deus dá para todos (24-26). O livro do Qoélet fala pouco de Deus. Por quê? Estaria ausente? Não. Ele está presente nos anseios do povo que luta por emprego, salários dignos, moradia, saúde, lazer etc., “porque compreendi que é dom de Deus que o homem possa comer e beber, desfrutando do produto de todo o seu trabalho”.

• Qual é o verdadeiro sentido do trabalho? • Por que existe hoje tanto desemprego?

3,1-15 Tudo tem seu tempo Qohelet é a resposta de uma resistência cotidiana. Somos condicionados pelo tempo, pelo fazer, pelo produzir, pelo consumir. A todo custo, o homem tenta dominar a vida, que lhe escapa numa série de tempos diferentes. O tempo é passageiro. Só Deus tem a visão do conjunto da vida. Só ele conhece de antemão todos os momentos. Os momentos da vida são todos incertos. Cabe então aceitar o momento presente como dom de Deus, e ter discernimento para fazer a coisa certa no momento certo. Deus tem a visão total do projeto que ele realiza na história (v15). Esse projeto, porém, realiza-se pouco a pouco, através dos momentos que se sucedem. Se o homem quiser encontrar-se com Deus, deverá procurá-lo no momento que foge, isto é, no momento presente. Assim, o único relacionamento com Deus e a única vida concreta acontecem aqui e agora. O resto é saudade ou pré-ocupação.

• Como usamos hoje o nosso tempo? Será que é verdade “tempo é dinheiro”?

3,16-22 O tempo é passageiro. O tempo nesta vida é passageiro, ele termina para as pessoas e os animais. A vida acaba no momento menos esperado muitas vezes sem realizar nossos projetos.

• O que significa: “há mais tempo que vida”?

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4,1-16 A opressão e a vida Frustração, exploração e competição quantas vezes já sentimos na própria pele. A opressão é o espetáculo mais terrível que acontece na sociedade. Quando um sistema é injusto, todos acabam tornando-se vítimas dele, a ponto de ser preferível morrer, ou até mesmo nunca ter nascido. (1-3) Um sistema social baseado na competição e na concorrência produz insegurança e trabalho insano. Isso só é resolvido quando a competição dá lugar à fraternidade e partilha, possibilitando que o homem viva tranqüilo. (4-6) A ganância e ambição fazem as pessoas viverem só para si mesmas. (7-12) O relacionamento leva a viver melhor, pois nele se partilham dificuldades e conquistas, tristezas e alegrias. Um governo absolutizado se distancia do povo e está a caminho da ruína. Alguém do povo se tornará líder e chegará ao poder, renovando a vida social. Mais tarde, porém, a mesma coisa se repetirá. (13-16).

• Quais são as explorações e opressões que vivemos?

4, 17-5, 6 Cumprir as promessas Sem ver a possibilidade de mudança cresce a falta de esperança. Eclesiastes mostra que só nosso compromisso com Deus constrói as mudanças que sonhamos. Palavras jogadas ao vento nada resolvem. No relacionamento com Deus, o importante é se dispor a colocar em prática o projeto dele. Não adianta prometer o que de antemão não se pretende cumprir. Com Deus não se brinca com promessas.

• Como são feitas as promessas hoje pelo povo? • Qual é o motivo que leva a fazer promessas?

5, 7-6,6 Injustiça e opressão O trabalho sustenta as necessidades básicas da vida humana. A cidade é uma superestrutura constituída a partir do comércio, que atravessa o produto do campo para os que nela vivem. Acumulação de terras, unida à injustiça no comércio, cria relações desiguais, produzindo riqueza e poder para uma minoria, mediante a exploração e opressão de outros. Contudo, toda essa pirâmide social continua sempre dependendo da produção agrícola. A experiência mostra que a ganância pelo dinheiro é insaciável. Mas de que adianta acumular riquezas, e em troca perder o sentido da vida? E o que dizer do processo tortuoso para acumular dinheiro? Vivendo na alegria do momento presente, a pessoa descobre que a eternidade - experiência de Deus e da vida - não consiste em viver muito, e sim em viver intensamente cada momento.

• Como nos comportamos em relação com o dinheiro? Acreditamos que dinheiro compara tudo?

6, 7-12 O trabalho é para o sustento A vida passa rápida e nada adianta o acumulo. O mais importante é viver o presente sem se preocupar em acumular.

• Como vivemos o presente?

7, 1-24 A verdadeira sabedoria é viver Ninguém nasce sabendo as coisas. È a experiência acumulada nos ensina como viver, é fazendo que aprendemos, a melhor escola é a vida. A morte lembra que a condição humana é limitada e frágil. Tristeza e alegria, realização e frustração se alternam imprevisivelmente na condição limitada da vida humana. Por mais conhecimento que alguém tenha, não consegue abarcar o futuro. A verdadeira sabedoria consiste em aceitar e viver intensamente o presente, aprendendo nele a conhecer e temer a Deus. Só Deus é capaz de unir os contrários. Para aprender a ser íntegro, o homem deve temer a Deus.

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• O que aprendemos com a experiência da vida?

7, 25-29 O homem insensato. Deus faz o homem correto, mas este complica através da insensatez, se desvia do caminho de Deus. Este texto traz observações negativas da mulher, o que era próprio da de uma sociedade machista e patriarcal (v 26).

• Como a mulher é vista hoje na nossa sociedade?

8, 1-17 O bem e o mal O bem e o mal estão juntos. Sabedoria é capacidade de discernir a verdade por trás das aparências. Quem é capaz disso, não se perturba diante dos conflitos (v. 1). A prosperidade e impunidade dos injustos é sempre uma tentação para os justos, que acabam perguntando: Por que Deus não faz logo justiça? Vale a pena continuar sendo justo?

• No mundo de hoje, vale a pena ser bom, justo e honesto? • Por que muitas vezes os pobres são tratados como preguiçosos?

9, 1-10 O mesmo destino para todos. A vida está cheia de surpresa a morte faz parte da condição humana (9,3), por mais que se planeja, não se consegue controlar. A morte é uma realidade inevitável, devemos viver a vida como dom de Deus. Apesar de todos os problemas e dificuldades, vale a pena viver e ser justo, pois, embora a vida seja um grande mistério, justos e sábios estão todos nas mãos de Deus. Há o desejo do ser humano de perpetuidade, (9,5) ser esquecido é perder toda possibilidade de existência. Há uma insistência para desfrutar ao máximo os prazeres cotidianos (9,9) a viver bem a vida, pois a morte é uma realidade que faz a pessoa refletir sobre o sentido da existência. A vida tem que ser valorizada, pois a morte é uma realidade inevitável para todos!

• Como se enfrenta hoje a realidade da morte? Qual é o sentido da nossa vida?

9,13-18 Mas vale a sabedoria que as armas. A sabedoria esta acima das guerras e da força. Há uma forte critica sobre o militarismo dos gregos (9,16) A sabedoria é a sensatez, o equilíbrio, o bom senso, a capacidade de experiência e de refletir sobre ela. O dia a dia sofrido do povo prova o contrário a teologia da retribuição que promete vida longa e feliz para a pessoa justa e condena a pessoa injusta com a pobreza, doença, sofrimento e vida breve.

• Como reagimos diante das surpresas da vida? Diante da morte improvisa?

10, 1-20 O homem sábio. A sabedoria perante o homem insensato não deve de ser contaminado, deve haver discernimento perante as dificuldades da vida. A sabedoria é agir com prudência e atenção na vida cotidiana. Muitas vezes é melhor calar que falar insensatezes ou besteiras.

• Em que consiste hoje a sabedoria? • Qual é a diferença entre ser sábio e ter acumulo de conhecimento?

11,7-12,8 felicidade e juventude Na vida é preciso ser prudente, mas também arriscar. Como só Deus conhece o mistério da vida, o discernimento ajuda pelo menos a tatear, a fim de descobrir o que fazer no lugar e momento certo. Diante da fugacidade da vida, o autor deixa um conselho: viver enquanto é tempo, antes que

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chegue o fim. A velhice é aqui descrita através de um poema com largo uso de metáforas. A vida é muito breve. È preciso vivê-la intensamente: comer, e beber com alegria. Embora sem perspectivas de ressurreição ou vida após a morte, o autor diz que o sopro vital, isto é, a própria vida, retorna para Deus.

• Será que a verdadeira felicidade está na riqueza, no poder e no prestigio?

12, 9-13 Conclusão. Este texto conclusivo é um acréscimo posterior por um discípulo. O livro termina fazendo um apelo para o temor a Deus e a observação dos mandamentos, pois Deus julgará.

BIBLIOGRAFIA

MESTERS, Carlos & OROFINO, Francisco O varal da vida- chave de leitura para o Livro do Eclesiastes CEBI -2006

REINER Haroldo Eclesiastes, A sabedoria do viver e conviver – Encontros bíblicos sobre o Livro de Eclesiastes CEBI -2006.

Bíblia Sagrada - Edição Pastoral, Paulus, São Paulo.

CRB Sabedoria e poesia do povo Tua palavra e vida 4 - Ed. Loyola 1993 pp 117-132

STORNIOLO, Ivo – BALANCIN, Euclides Como ler o livro dos Eclesiastes – trabalho e felicidade. Ed. Paulos 1991.

SAB (Serviço de Animação Bíblica) Come teu pão com alegria, Eclesiastes. Ed. Paulinas 2206.

MARQUES, Maria Antonia - Aprendendo como a vida, uma introdução ao livro de Eclesiastes - Vida Pastoral, Ano XLVII, número 250, Setembro outubro 2006 pp 3-9.

http://www.webservos.com.br/gospel/BibliaOnline/biblia_books.asp?book=22

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LIVRO DE ECLESIASTES Capítulo 1 1 Palavras do pregador, filho de Davi, rei em Jerusalém: 2 Vaidade de vaidades! - diz o pregador, vaidade de vaidades! É tudo vaidade. 3 Que vantagem tem o homem de todo o seu trabalho, que ele faz debaixo do sol? 4 "Uma geração vai, e outra geração vem; mas a terra para sempre permanece." 5 E nasce o sol, e põe-se o sol, e volta ao seu lugar, de onde nasceu. 6 "O vento vai para o sul e faz o seu giro para o norte; continuamente vai girando o vento e volta fazendo os seus circuitos." 7 "Todos os ribeiros vão para o mar, e, contudo, o mar não se enche; para o lugar para onde os ribeiros vão, para aí tornam eles a ir." 8 "Todas essas coisas se cansam tanto, que ninguém o pode declarar; os olhos não se fartam de ver, nem os ouvidos de ouvir." 9 "O que foi, isso é o que há de ser; e o que se fez, isso se tornará a fazer; de modo que nada há novo debaixo do sol." 10 Há alguma coisa de que se possa dizer: Vê, isto é novo? Já foi nos séculos passados, que foram antes de nós. 11 "Já não há lembrança das coisas que precederam; e das coisas que hão de ser também delas não

haverá lembrança, nos que hão de vir depois." 12 Eu, o pregador, fui rei sobre Israel em Jerusalém. 13 "E apliquei o meu coração a esquadrinhar e a informar-me com sabedoria de tudo quanto sucede debaixo do céu; essa enfadonha ocupação deu Deus aos filhos dos homens, para nela os exercitar." 14 Atentei para todas as obras que se fazem debaixo do sol, e eis que tudo era vaidade e aflição de espírito. 15 "Aquilo que é torto não se pode endireitar; aquilo que falta não pode ser calculado." 16 "Falei eu com o meu coração, dizendo: Eis que eu me engrandeci e sobrepujei em sabedoria a todos os que houve antes de mim, em Jerusalém; na verdade, o meu coração contemplou abundantemente a sabedoria e a ciência." 17 E apliquei o meu coração a conhecer a sabedoria e a conhecer os desvarios e as loucuras e vim a saber que também isso era aflição de espírito. 18 "Porque, na muita sabedoria, há muito enfado; e o que aumenta em ciência aumenta em trabalho." Capítulo 2 1 "Disse eu no meu coração: Ora, vem, eu te provarei com a alegria; portanto, goza o prazer; mas eis que também isso era vaidade."

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2 "Do riso disse: Está doido; e da alegria: De que serve esta?" 3 Busquei no meu coração como me daria ao vinho (regendo, porém, o meu coração com sabedoria) e como reteria a loucura, até ver o que seria melhor que os filhos dos homens fizessem debaixo do céu, durante o número dos dias de sua vida. 4 "Fiz para mim obras magníficas; edifiquei para mim casas; plantei para mim vinhas." 5 Fiz para mim hortas e jardins e plantei neles árvores de toda espécie de fruto. 6 Fiz para mim tanques de águas, para regar com eles o bosque em que reverdeciam as árvores. 7 "Adquiri servos e servas e tive servos nascidos em casa; também tive grande possessão de vacas e ovelhas, mais do que todos os que houve antes de mim, em Jerusalém." 8 "Amontoei também para mim prata, e ouro, e jóias de reis e das -províncias; provi-me de cantores, e de cantoras, e das delícias dos filhos dos homens, e de instrumentos de música de toda sorte." 9 "E engrandeci-me e aumentei mais do que todos os que houve antes de mim, em Jerusalém; perseverou também comigo a minha sabedoria." 10 "E tudo quanto desejaram os meus olhos não lhos neguei, nem privei o meu coração de alegria alguma; mas o meu coração se alegrou por todo o meu trabalho, e

esta foi a minha porção de todo o meu trabalho." 11 "E olhei eu para todas as obras que fizeram as minhas mãos, como também para o trabalho que eu, trabalhando, tinha feito; e eis que tudo era vaidade e aflição de espírito e que proveito nenhum havia debaixo do sol." 12 "Então, passei à contemplação da sabedoria, e dos desvarios, e da doidice; porque que fará o homem que seguir ao rei? O mesmo que outros já fizeram." 13 Então, vi eu que a sabedoria é mais excelente do que a estultícia, quanto a luz é mais excelente do que as trevas. 14 "Os olhos do sábio estão na sua cabeça, mas o louco anda em trevas; também, então, entendi eu que o mesmo lhes sucede a todos." 15 "Pelo que eu disse no meu coração: Como acontece ao tolo, assim me sucederá a mim; por que, então, busquei eu mais a sabedoria? Então, disse no meu coração que também isso era vaidade." 16 "Porque nunca haverá mais lembrança do sábio do que do tolo; porquanto de tudo nos dias futuros total esquecimento haverá. E como morre o sábio, assim morre o tolo!" 17 "Pelo que aborreci esta vida, porque a obra que se faz debaixo do sol me era penosa; sim, tudo é vaidade e aflição de espírito." 18 Também eu aborreci todo o meu trabalho, em que trabalhei debaixo do sol, visto como eu

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havia de deixá-lo ao homem que viesse depois de mim. 19 "E quem sabe se será sábio ou tolo? Contudo, ele se assenhoreará de todo o meu trabalho em que trabalhei e em que me houve sabiamente debaixo do sol; também isso é vaidade." 20 Pelo que eu me apliquei a fazer que o meu coração perdesse a esperança de todo trabalho em que trabalhei debaixo do sol. 21 "Porque há homem cujo trabalho é feito com sabedoria, e ciência, e destreza; contudo, a um homem que não trabalhou nele, o deixará como porção sua; também isso é vaidade e grande enfado." 22 Porque que mais tem o homem de todo o seu trabalho e da fadiga do seu coração, em que ele anda trabalhando debaixo do sol? 23 "Porque todos os seus dias são dores, e a sua ocupação é desgosto; até de noite não descansa o seu coração; também isso é vaidade." 24 Não é, pois, bom para o homem que coma e beba e que faça gozar a sua alma do bem do seu trabalho? Isso também eu vi que vem da mão de Deus. 25 (Porque quem pode comer ou quem pode gozar melhor do que eu?) 26 "Porque ao homem que é bom diante dele, dá Deus sabedoria, e conhecimento, e alegria; mas ao pecador dá trabalho, para que ele ajunte, e amontoe, e o dê ao bom perante a sua face. Também isso é vaidade e aflição de espírito."

Capítulo 3 1 Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu: 2 "há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou;" 3 "tempo de matar e tempo de curar; tempo de derribar e tempo de edificar;" 4 "tempo de chorar e tempo de rir; tempo de prantear e tempo de saltar;" 5 "tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar e tempo de afastar-se de abraçar;" 6 "tempo de buscar e tempo de perder; tempo de guardar e tempo de deitar fora;" 7 "tempo de rasgar e tempo de coser; tempo de estar calado e tempo de falar;" 8 "tempo de amar e tempo de aborrecer; tempo de guerra e tempo de paz." 9 Que vantagem tem o trabalhador naquilo em que trabalha? 10 Tenho visto o trabalho que Deus deu aos filhos dos homens, para com ele os afligir. 11 "Tudo fez formoso em seu tempo; também pôs o mundo no coração deles, sem que o homem possa descobrir a obra que Deus fez desde o princípio até ao fim." 12 "Já tenho conhecido que não há coisa melhor para eles do que se alegrarem e fazerem bem na sua vida;"

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13 e também que todo homem coma e beba e goze do bem de todo o seu trabalho. Isso é um dom de Deus. 14 "Eu sei que tudo quanto Deus faz durará eternamente; nada se lhe deve acrescentar e nada se lhe deve tirar. E isso faz Deus para que haja temor diante dele." 15 "O que é já foi; e o que há de ser também já foi; e Deus pede conta do que passou." 16 "Vi mais debaixo do sol: no lugar do juízo, impiedade; e no lugar da justiça, impiedade ainda." 17 "Eu disse no meu coração: Deus julgará o justo e o ímpio; porque há um tempo para todo intento e para toda obra." 18 Disse eu no meu coração: é por causa dos filhos dos homens, para que Deus possa prová-los, e eles possam ver que são em si mesmos como os animais. 19 "Porque o que sucede aos filhos dos homens, isso mesmo também sucede aos animais; a mesma coisa lhes sucede: como morre um, assim morre o outro, todos têm o mesmo fôlego; e a vantagem dos homens sobre os animais não é nenhuma, porque todos são vaidade." 20 "Todos vão para um lugar; todos são pó e todos ao pó tornarão." 21 Quem adverte que o fôlego dos filhos dos homens sobe para cima e que o fôlego dos animais desce para baixo da terra? 22 "Assim que tenho visto que não há coisa melhor do que alegrar-se

o homem nas suas obras, porque essa é a sua porção; porque quem o fará voltar para ver o que será depois dele?" Capítulo 4 1 "Depois, voltei-me e atentei para todas as opressões que se fazem debaixo do sol; e eis que vi as lágrimas dos que foram oprimidos e dos que não têm consolador; e a força estava da banda dos seus opressores; mas eles não tinham nenhum consolador." 2 Pelo que eu louvei os que já morreram, mais do que os que vivem ainda. 3 "E melhor que uns e outros é aquele que ainda não é; que não viu as más obras que se fazem debaixo do sol." 4 Também vi eu que todo trabalho e toda destreza em obras trazem ao homem a inveja do seu próximo. Também isso é vaidade e aflição de espírito. 5 O tolo cruza as suas mãos e come a sua própria carne. 6 Melhor é uma mão cheia com descanso do que ambas as mãos cheias com trabalho e aflição de espírito. 7 Outra vez me voltei e vi vaidade debaixo do sol. 8 "Há um que é só e não tem segundo; sim, ele não tem filho nem irmã; e, contudo, de todo o seu trabalho não há fim, nem os seus olhos se fartam de riquezas; e não diz: Para quem trabalho eu, privando a minha alma do bem?

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Também isso é vaidade e enfadonha ocupação." 9 Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho. 10 "Porque, se um cair, o outro levanta o seu companheiro; mas ai do que estiver só; pois, caindo, não haverá outro que o levante." 11 "Também se dois dormirem juntos, eles se aquentarão; mas um só como se aquentará?" 12 "E, se alguém quiser prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; e o cordão de três dobras não se quebra tão depressa." 13 Melhor é o jovem pobre e sábio do que o rei velho e insensato, que se não deixa mais admoestar. 14 "Porque um sai do cárcere para reinar; sim, um que nasceu pobre no seu reino." 15 Vi todos os viventes andarem debaixo do sol com o jovem, o sucessor, que ficará em seu lugar. 16 "Não tem fim todo o povo, todo o que ele domina; tampouco os descendentes se alegrarão dele. Na verdade que também isso é vaidade e aflição de espírito." Capítulo 5 1 "Guarda o teu pé, quando entrares na Casa de Deus; e inclina-te mais a ouvir do que a oferecer sacrifícios de tolos, pois não sabem que fazem mal." 2 "Não te precipites com a tua boca, nem o teu coração se apresse a pronunciar palavra alguma diante de Deus; porque

Deus está nos céus, e tu estás sobre a terra; pelo que sejam poucas as tuas palavras." 3 Porque da muita ocupação vêm os sonhos, e a voz do tolo, da multidão das palavras. 4 "Quando a Deus fizeres algum voto, não tardes em cumpri-lo; porque não se agrada de tolos; o que votares, paga-o." 5 Melhor é que não votes do que votes e não pagues. 6 "Não consintas que a tua boca faça pecar a tua carne, nem digas diante do anjo que foi erro; por que razão se iraria Deus contra a tua voz, de sorte que destruísse a obra das tuas mãos?" 7 "Porque, como na multidão dos sonhos há vaidades, assim também nas muitas palavras; mas tu, teme a Deus." 8 "Se vires em alguma província opressão de pobres e a violência em lugar do juízo e da justiça, não te maravilhes de semelhante caso; porque o que mais alto é do que os altos para isso atenta; e há mais altos do que eles." 9 "O proveito da terra é para todos; até o rei se serve do campo." 10 "O que amar o dinheiro nunca se fartará de dinheiro; e quem amar a abundância nunca se fartará da renda; também isso é vaidade." 11 "Onde a fazenda se multiplica, aí se multiplicam também os que a comem; que mais proveito, pois, têm os seus donos do que a verem com os seus olhos?"

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12 "Doce é o sono do trabalhador, quer coma pouco quer muito; mas a fartura do rico não o deixa dormir." 13 Há mal que vi debaixo do sol e atrai enfermidades: as riquezas que os seus donos guardam para o próprio dano. 14 "Porque as mesmas riquezas se perdem por qualquer má aventura; e, havendo algum filho, nada fica na sua mão." 15 "Como saiu do ventre de sua mãe, assim nu voltará, indo-se como veio; e nada tomará do seu trabalho, que possa levar na sua mão." 16 "Também isto é um mal que causa enfermidades: que, infalivelmente, como veio, assim ele vai; e que proveito lhe vem de trabalhar para o vento," 17 e de haver comido todos os seus dias nas trevas, e de haver padecido muito enfado, e enfermidades, e cruel furor? 18 "Eis aqui o que eu vi, uma boa e bela coisa: comer, e beber, e gozar cada um do bem de todo o seu trabalho, em que trabalhou debaixo do sol, todos os dias da sua vida que Deus lhe deu; porque esta é a sua porção." 19 E quanto ao homem, a quem Deus deu riquezas e fazenda e lhe deu poder para delas comer, e tomar a sua porção, e gozar do seu trabalho, isso é dom de Deus. 20 "Porque não se lembrará muito dos dias da sua vida; porquanto Deus lhe responde na alegria do seu coração."

Capítulo 6 1 Há um mal que tenho visto debaixo do sol e que mui freqüente é entre os homens: 2 "um homem a quem Deus deu riquezas, fazenda e honra, e nada lhe falta de tudo quanto a sua alma deseja, mas Deus não lhe dá poder para daí comer; antes, o estranho lho come; também isso é vaidade e má enfermidade." 3 Se o homem gerar cem filhos e viver muitos anos, e os dias dos seus anos forem muitos, e se a sua alma se não fartar do bem, e além disso não tiver um enterro, digo que um aborto é melhor do que ele, 4 porquanto debalde veio e em trevas se vai, e de trevas se cobre o seu nome. 5 E, ainda que nunca viu o sol, nem o conheceu, mais descanso tem do que o tal. 6 E certamente, ainda que vivesse duas vezes mil anos, mas não gozasse o bem, não vão todos para um mesmo lugar? 7 Todo trabalho do homem é para a sua boca, e, contudo, nunca se satisfaz a sua cobiça. 8 Porque, que mais tem o sábio do que o tolo? E que mais tem o pobre que sabe andar perante os vivos? 9 "Melhor é a vista dos olhos do que o vaguear da cobiça; também isso é vaidade e aflição de espírito." 10 Seja qualquer o que for, já o seu nome foi nomeado, e sabe-se

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que é homem e que não pode contender com o que é mais forte do que ele. 11 Sendo certo que há muitas coisas que aumentam a vaidade, que mais tem o homem de melhor? 12 Porque, quem sabe o que é bom nesta vida para o homem, por todos os dias da sua vaidade, os quais gasta como sombra? Porque, quem declarará ao homem o que será depois dele debaixo do sol? Capítulo 7 1 Melhor é a boa fama do que o melhor ungüento, e o dia da morte, do que o dia do nascimento de alguém. 2 "Melhor é ir à casa onde há luto do que ir à casa onde há banquete, porque ali se vê o fim de todos os homens; e os vivos o aplicam ao seu coração." 3 Melhor é a tristeza do que o riso, porque com a tristeza do rosto se faz melhor o coração. 4 O coração dos sábios está na casa do luto, mas o coração dos tolos, na casa da alegria. 5 Melhor é ouvir a repreensão do sábio do que ouvir alguém a canção do tolo. 6 "Porque qual o crepitar dos espinhos debaixo de uma panela, tal é o riso do tolo; também isso é vaidade." 7 Verdadeiramente a opressão faz endoidecer até o sábio, e o suborno corrompe o coração. 8 "Melhor é o fim das coisas do que o princípio delas; melhor é o

longânimo do que o altivo de coração." 9 Não te apresses no teu espírito a irar-te, porque a ira abriga-se no seio dos tolos. 10 Nunca digas: Por que foram os dias passados melhores do que estes? Porque nunca com sabedoria isso perguntarias. 11 Tão boa é a sabedoria como a herança, e dela tiram proveito os que vêem o sol. 12 "Porque a sabedoria serve de sombra, como de sombra serve o dinheiro; mas a excelência da sabedoria é que ela dá vida ao seu possuidor." 13 "Atenta para a obra de Deus; porque quem poderá endireitar o que ele fez torto?" 14 "No dia da prosperidade, goza do bem, mas, no dia da adversidade, considera; porque também Deus fez este em oposição àquele, para que o homem nada ache que tenha de vir depois dele." 15 "Tudo isso vi nos dias da minha vaidade; há um justo que perece na sua justiça, e há um ímpio que prolonga os seus dias na sua maldade." 16 "Não sejas demasiadamente justo, nem demasiadamente sábio; por que te destruirias a ti mesmo?" 17 "Não sejas demasiadamente ímpio, nem sejas louco; por que morrerias fora de teu tempo?" 18 "Bom é que retenhas isso e também disso não retires a tua mão; porque quem teme a Deus escapa de tudo isso."

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19 A sabedoria fortalece o sábio, mais do que dez governadores que haja na cidade. 20 Na verdade, não há homem justo sobre a terra, que faça bem e nunca peque. 21 Tampouco apliques o teu coração a todas as palavras que se disserem, para que não venhas a ouvir que o teu servo te amaldiçoa. 22 Porque o teu coração também já confessou muitas vezes que tu amaldiçoaste a outros. 23 "Tudo isso inquiri com sabedoria e disse: Sabedoria adquirirei; mas ela ainda estava longe de mim." 24 "Longe está o que foi e profundíssimo; quem o achará?" 25 Eu tornei a voltar-me e determinei em meu coração saber, e inquirir, e buscar a sabedoria e a razão, e conhecer a loucura da impiedade e a doidice dos desvarios. 26 "E eu achei uma coisa mais amarga do que a morte: a mulher cujo coração são redes e laços e cujas mãos são ataduras; quem for bom diante de Deus escapará dela, mas o pecador virá a ser preso por ela." 27 Vedes aqui, isso achei, diz o Pregador, conferindo uma coisa com a outra para achar a causa, 28 "causa que a minha alma ainda busca, mas não a achei; um homem entre mil achei eu, mas uma mulher entre todas estas não achei." 29 Vede, isto tão-somente achei: que Deus fez ao homem reto, mas ele buscou muitas invenções.

Capítulo 8 1 Quem é como o sábio? E quem sabe a interpretação das coisas? A sabedoria do homem faz brilhar o seu rosto, e a dureza do seu rosto se muda. 2 Eu digo: observa o mandamento do rei, e isso em consideração para com o juramento de Deus. 3 Não te apresses a sair da presença dele, nem persistas em alguma coisa má, porque ele faz tudo o que quer. 4 "Porque a palavra do rei tem poder; e quem lhe dirá: Que fazes?" 5 "Quem guardar o mandamento não experimentará nenhum mal; e o coração do sábio discernirá o tempo e o modo." 6 "Porque para todo propósito há tempo e modo; porquanto o mal do homem é grande sobre ele." 7 "Porque não sabe o que há de suceder; e, como haja de suceder, quem lho dará a entender?" 8 "Nenhum homem há que tenha domínio sobre o espírito, para reter o espírito; nem tem poder sobre o dia da morte; nem há armas nessa peleja; nem tampouco a impiedade livrará aos ímpios." 9 "Tudo isso vi quando apliquei o meu coração a toda obra que se faz debaixo do sol; tempo há em que um homem tem domínio sobre outro homem, para desgraça sua." 10 "Assim também vi os ímpios sepultados, e eis que havia quem fosse à sua sepultura; e os que

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fizeram bem e saíam do lugar santo foram esquecidos na cidade; também isso é vaidade." 11 Visto como se não executa logo o juízo sobre a má obra, por isso o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto para praticar o mal. 12 Ainda que o pecador faça mal cem vezes, e os dias se lhe prolonguem, eu sei com certeza que bem sucede aos que temem a Deus, aos que temerem diante dele. 13 "Mas ao ímpio não irá bem, e ele não prolongará os seus dias; será como a sombra, visto que ele não teme diante de Deus." 14 Ainda há outra vaidade que se faz sobre a terra: há justos a quem sucede segundo as obras dos ímpios, e há ímpios a quem sucede segundo as obras dos justos. Digo que também isso é vaidade. 15 "Então, exaltei eu a alegria, porquanto o homem nenhuma coisa melhor tem debaixo do sol do que comer, beber e alegrar-se; porque isso o acompanhará no seu trabalho nos dias da sua vida que Deus lhe dá debaixo do sol." 16 Aplicando eu o meu coração a conhecer a sabedoria e a ver o trabalho que há sobre a terra (pois nem de dia nem de noite vê o homem sono nos seus olhos), 17 "então, vi toda a obra de Deus, que o homem não pode alcançar a obra que se faz debaixo do sol; por mais que trabalhe o homem para a buscar, não a achará; e, ainda que

diga o sábio que a virá a conhecer, nem por isso a poderá alcançar." Capítulo 9 1 "Deveras revolvi todas essas coisas no meu coração, para claramente entender tudo isto: que os justos, e os sábios, e as suas obras estão nas mãos de Deus, e também que o homem não conhece nem o amor nem o ódio; tudo passa perante a sua face." 2 "Tudo sucede igualmente a todos: o mesmo sucede ao justo e ao ímpio, ao bom e ao puro, como ao impuro; assim ao que sacrifica como ao que não sacrifica; assim ao bom como ao pecador; ao que jura como ao que teme o juramento." 3 "Este é o mal que há entre tudo quanto se faz debaixo do sol: que a todos sucede o mesmo; que também o coração dos filhos dos homens está cheio de maldade; que há desvarios no seu coração, na sua vida, e que depois se vão aos mortos." 4 Ora, para o que acompanha com todos os vivos há esperança (porque melhor é o cão vivo do que o leão morto). 5 Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco eles têm jamais recompensa, mas a sua memória ficou entregue ao esquecimento. 6 Até o seu amor, o seu ódio e a sua inveja já pereceram e já não têm parte alguma neste século, em

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coisa alguma do que se faz debaixo do sol. 7 Vai, pois, come com alegria o teu pão e bebe com bom coração o teu vinho, pois já Deus se agrada das tuas obras. 8 Em todo tempo sejam alvas as tuas vestes, e nunca falte o óleo sobre a tua cabeça. 9 "Goza a vida com a mulher que amas, todos os dias de vida da tua vaidade; os quais Deus te deu debaixo do sol, todos os dias da tua vaidade; porque esta é a tua porção nesta vida e do teu trabalho que tu fizeste debaixo do sol." 10 Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque na sepultura, para onde tu vais, não há obra, nem indústria, nem ciência, nem sabedoria alguma. 11 Voltei-me e vi debaixo do sol que não é dos ligeiros a carreira, nem dos valentes, a peleja, nem tampouco dos sábios, o pão, nem ainda dos prudentes, a riqueza, nem dos inteligentes o favor, mas que o tempo e a sorte pertencem a todos. 12 "Que também o homem não conhece o seu tempo; como os peixes que se pescam com a rede maligna e como os passarinhos que se prendem com o laço, assim se enlaçam também os filhos dos homens no mau tempo, quando cai de repente sobre eles." 13 Também vi sabedoria debaixo do sol, que foi para mim grande. 14 Houve uma pequena cidade em que havia poucos homens, e veio

contra ela um grande rei, e a cercou, e levantou contra ela grandes tranqueiras. 15 E vivia nela um sábio pobre, que livrou aquela cidade pela sua sabedoria, e ninguém se lembrava daquele pobre homem. 16 Então, disse eu: Melhor é a sabedoria do que a força, ainda que a sabedoria do pobre foi desprezada e as suas palavras não foram ouvidas. 17 As palavras dos sábios devem em silêncio ser ouvidas, mais do que o clamor do que domina sobre os tolos. 18 Melhor é a sabedoria do que as armas de guerra, mas um só pecador destrói muitos bens. Capítulo 10 1 Assim como a mosca morta faz exalar mau cheiro e inutilizar o ungüento do perfumador, assim é para o famoso em sabedoria e em honra um pouco de estultícia. 2 O coração do sábio está à sua mão direita, mas o coração do tolo está à sua esquerda. 3 E, até quando o tolo vai pelo caminho, lhe falta entendimento, e diz a todos que é tolo. 4 Levantando-se contra ti o espírito do governador, não deixes o teu lugar, porque o acordo é um remédio que aquieta grandes pecados. 5 Ainda há um mal que vi debaixo do sol, como o erro que procede do governador:

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ANTIGO TESTAMENTO II (Pr. GEOMÁRIO) BACHARELADO EM TEOLOGIA - NOTURNO

EXEGESE DO TEXTO DE ECLESIASTES 7:29

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6 o tolo, assentam-no em grandes alturas, mas os ricos estão assentados em lugar baixo. 7 Vi servos a cavalo e príncipes que andavam a pé como servos sobre a terra. 8 Quem fizer uma cova cairá nela, e quem romper um muro, uma cobra o morderá. 9 Quem acarretar pedras será maltratado por elas, e o que rachar lenha expõe-se ao perigo. 10 "Se estiver embotado o ferro, e não se afiar o corte, então, se deve pôr mais forças; mas a sabedoria é excelente para dirigir." 11 Se a cobra morder antes de estar encantada, então, remédio nenhum haverá no mais hábil encantador. 12 Nas palavras da boca do sábio, há favor, mas os lábios do tolo o devoram. 13 O princípio das palavras da sua boca, é a estultícia, e o fim da sua boca um desvario péssimo. 14 "Bem que o tolo multiplique as palavras, não sabe o homem o que será; e quem lhe fará saber o que será depois dele?" 15 O trabalho dos tolos a cada um deles fatiga, pois não sabem como ir à cidade. 16 Ai de ti, ó terra, cujo rei é criança e cujos príncipes comem de manhã. 17 Bem-aventurada, tu, ó terra cujo rei é filho dos nobres e cujos príncipes comem a tempo, para refazerem as forças e não para bebedice.

18 Pela muita preguiça se enfraquece o teto, e pela frouxidão das mãos goteja a casa. 19 Para rir se fazem convites, e o vinho alegra a vida, e por tudo o dinheiro responde. 20 "Nem ainda no teu pensamento amaldiçoes o rei, nem tampouco no mais interior da tua recâmara amaldiçoes o rico; porque as aves dos céus levariam a voz e o que tem asas daria notícia da palavra." Capítulo 11 1 Lança o teu pão sobre as águas, porque, depois de muitos dias, o acharás. 2 Reparte com sete e ainda até com oito, porque não sabes que mal haverá sobre a terra. 3 Estando as nuvens cheias, derramam a chuva sobre a terra, e, caindo a árvore para o sul ou para o norte, no lugar em que a árvore cair, ali ficará. 4 Quem observa o vento nunca semeará, e o que olha para as nuvens nunca segará. 5 Assim como tu não sabes qual o caminho do vento, nem como se formam os ossos no ventre da que está grávida, assim também não sabes as obras de Deus, que faz todas as coisas. 6 "Pela manhã, semeia a tua semente e, à tarde, não retires a tua mão, porque tu não sabes qual prosperará; se esta, se aquela ou se ambas igualmente serão boas." 7 Verdadeiramente suave é a luz, e agradável é aos olhos ver o sol.

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ANTIGO TESTAMENTO II (Pr. GEOMÁRIO) BACHARELADO EM TEOLOGIA - NOTURNO

EXEGESE DO TEXTO DE ECLESIASTES 7:29

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8 Mas, se o homem viver muitos anos e em todos eles se alegrar, também se deve lembrar dos dias das trevas, porque hão de ser muitos. Tudo quanto sucede é vaidade. 9 "Alegra-te, jovem, na tua mocidade, e alegre-se o teu coração nos dias da tua mocidade, e anda pelos caminhos do teu coração e pela vista dos teus olhos; sabe, porém, que por todas essas coisas te trará Deus a juízo." 10 Afasta, pois, a ira do teu coração e remove da tua carne o mal, porque a adolescência e a juventude são vaidade. Capítulo 12 1 "Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais venhas a dizer: Não tenho neles contentamento;" 2 "antes que se escureçam o sol, e a luz, e a lua, e as estrelas, e tornem a vir as nuvens depois da chuva;" 3 "no dia em que tremerem os guardas da casa, e se curvarem os homens fortes, e cessarem os moedores, por já serem poucos, e se escurecerem os que olham pelas janelas;" 4 "e as duas portas da rua se fecharem por causa do baixo ruído da moedura, e se levantar à voz das aves, e todas as vozes do canto se baixarem;" 5 "como também quando temerem o que está no alto, e houver

espantos no caminho, e florescer a amendoeira, e o gafanhoto for um peso, e perecer o apetite; porque o homem se vai à sua eterna casa, e os pranteadores andarão rodeando pela praça;" 6 antes que se quebre a cadeia de prata, e se despedace o copo de ouro, e se despedace o cântaro junto à fonte, e se despedace a roda junto ao poço, 7 e o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu. 8 Vaidade de vaidade, diz o Pregador, tudo é vaidade. 9 "E, quanto mais sábio foi o Pregador, tanto mais sabedoria ao povo ensinou; e atentou, e esquadrinhou, e compôs muitos provérbios." 10 "Procurou o Pregador achar palavras agradáveis; e o escrito é a retidão, palavras de verdade." 11 As palavras dos sábios são como aguilhões e como pregos bem fixados pelos mestres das congregações, que nos foram dadas pelo único Pastor. 12 E, de mais disso, filho meu, atenta: não há limite para fazer livros, e o muito estudar enfado é da carne. 13 "De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque este é o dever de todo homem." 14 Porque Deus há de trazer a juízo toda obra e até tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau.