Factores Fisiológicos de Avaliação de Performance na Modalidade de Judô

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Neste trabalho temos como objectivo definir os pressupostos para a avaliação da performance na modalidade de judo. Tendo em conta o carácter complexo da performance desportiva neste trabalho optamos por realizar um trabalho essencialmente focado nos factores fisiológicos da performance (capacidade aeróbia, força, resistência, composição corporal e flexibilidade). Para que se entenda de forma clara quais as variáveis (a nível fisiológico) preponderantes para uma optimização da performance desportiva realizamos umacaracterização fisiológica da modalidade (judo). Após a identificação dessas variáveisrealizamos uma revisão bibliográfica sobre quais os protocolos e testes utilizados pelos profissionais da Ciências do Desporto, para avaliação dos parâmetros que realmente importam para uma optimização da performance desportiva de judocas.

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  • UNIVERSIDADE DA BEIRA INTERIOR Cincias Sociais e Humanas

    Factores Fisiolgicos de Avaliao de Performance na Modalidade de Judo

    Um trabalho de reviso

    Jlio Andr Timteo Moura

    Dissertao para obteno do Grau de Mestre em

    Cincias do Desporto (2 ciclo de estudos)

    Orientador: Prof. Doutor Daniel Marinho

    Covilh, Outubro de 2011

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  • iii

    Agradecimentos

    Os meus sinceros agradecimentos ao Professor Doutor Daniel Marinho pelo apoio e ateno

    que me concedeu durante a realizao deste trabalho.

    Agradecer aos meus pais a oportunidade de realizar a minha formao acadmica bem como a

    sua pacincia e apoio incondicional.

    Agradecer a todos os professores que contriburam para a minha formao, em especial aos

    que me foram dando os puxes de orelhas que me puseram na rota de um futuro que espero

    produtivo para a modalidade de judo e acima de tudo para a formao de desportistas e

    Homens como seres sociais que possam estar totalmente integrados na sociedade em toda a

    sua dimenso Holstica.

    O MEU PROFUNDO AGRADECIMENTO

  • iv

  • v

    Resumo

    Neste trabalho temos como objectivo definir os pressupostos para a avaliao da performance

    na modalidade de judo. Tendo em conta o carcter complexo da performance desportiva

    neste trabalho optamos por realizar um trabalho essencialmente focado nos factores

    fisiolgicos da performance (capacidade aerbia, fora, resistncia, composio corporal e

    flexibilidade). Para que se entenda de forma clara quais as variveis (a nvel fisiolgico)

    preponderantes para uma optimizao da performance desportiva realizamos uma

    caracterizao fisiolgica da modalidade (judo). Aps a identificao dessas variveis

    realizamos uma reviso bibliogrfica sobre quais os protocolos e testes utilizados pelos

    profissionais da Cincias do Desporto, para avaliao dos parmetros que realmente importam

    para uma optimizao da performance desportiva de judocas.

    Palavras-chave

    Judo; performance; factores fisiolgicos.

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  • vii

    Abstract

    In this work we aim to define the assumptions for the assessment of performance in the

    sport of judo. Taking into account the complex nature of sports performance in this

    work we have chosen to work mainly focused on the physiological factors of

    performance (aerobic capacity, strength, endurance, body composition and flexibility).

    In order to understand clearly what are the variables (physiological level) prevalent for

    optimum sports performance, we realize a physiological characterization of the sport

    (judo). After identifying these variables we conducted a literature review on what

    protocols and tests have been used by professionals in Sport Science, to evaluate the

    parameters that really matter to optimize performance of judo sport.

    Keywords

    Judo; performance; physiological factors.

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  • ix

    ndice

    1.Introduo 1

    2. Controlo do treino 3

    3. Performance desportiva 5

    4. Caracterizao da modalidade de judo 9

    5.Parametros a avaliar na modalidade de Judo 11

    6. Testes ou protocolos no especficos na modalidade de judo 13

    6.1. Capacidade Aerbia 13

    6.2. Avaliao da fora muscular 18

    6.3. Flexibilidade 22

    6.4 Testes de composio corporal 24

    7. Testes especficos da modalidade de judo 27

    7.1. Special judo fitness test 27

    7.2. Teste Jose Manuel Garcia 28

    7.3. Teste de tempo de execuo de uma tcnica de projeco 29

    7.4. Teste de Lger adaptado ao judo 29

    7.5. Lactate minimum test 31

    8.Consideraes finais 32

    Bibliografia 34

    Anexos Anexo 1- Sistemas metablicos de obteno de energia - Produo de ATP 40

  • x

    Lista de Tabelas

    Tabela 1 Nvel capacidade aerbia Teste de andar/ correr 12 minutos 15

    Tabela 2 - Escala de Percepo subjectiva de esforo 17

    Tabela 3 Resultado do teste de flexibilidade no banco de Wells e Dillon 23

    Tabela 4 Escala do teste JMG 28

    Tabela 5 Resultados do teste de Lger-Mercier 30

  • xi

    Lista de figuras

    Figura 1 Factores determinantes da performance desportiva 7

    Figura 2 Factores determinantes para o desenvolvimento da fora de braos e pernas 19

    Figura 3 Exemplificao da aplicao do Lactate Minimum Test 31

  • 1

    Introduo

    No judo de alto nvel, os judocas so submetidos a altas cargas de treino, as quais

    requerem uma ptima coordenao de todas as componentes fsicas, tcnicas, tcticas

    psicolgicas e biolgicas, Boguszewski, D e Boguszewska, K (2006).

    Matveiev (1986) define forma desportiva com sendo o estado de capacidade de

    rendimento ptimo, que o desportista alcana em cada fase do seu desenvolvimento

    desportivo, graas a uma formao adequada

    Desta forma, percebemos que no s no alto rendimento que devemos ter em ateno as

    componentes da forma desportiva mas tambm no processo de formao e desenvolvimento

    dos desportistas mais novos.

    Os treinadores que trabalham com jovens desportistas e com atletas de elite

    procuram obter informaes relevantes que lhes permitam ter a capacidade de prever o

    futuro sucesso dos seus desportistas, Lidor et al (2005).

    Assim percebemos que a importncia de poder recolher informaes sobre o estado de

    performance de cada desportista se tenha tornado num objectivo prioritrio no mundo do

    desporto, em todas as classes desde iniciantes at aos profissionais.

    Por todos estes motivos parece evidente que ter acesso a um conjunto de ferramentas

    de controlo e avaliao que permitam recolher informaes fiveis sobre a performance dos

    nossos desportistas se tornou indispensvel.

    Desta forma, os treinadores e investigadores recorrem a uma serie de meios

    tecnolgicos, que lhe permitem avaliar e programar uma poca. Esses meios surgiram da

    evoluo do conhecimento de disciplinas cientficas como anatomia, biomecnica, fisiologia,

    psicologia entre outras, suportadas por um conjunto de equipamentos tecnolgicos como o

    computador, mquinas de diagnsticos (cmaras de alta velocidade, acelermetros, balanas,

    medidores de frequncia cardaca, medidores de lactato) etc.

  • 2

    Na comunidade cientfica quando falamos de testes ou protocolos de avaliao de

    performance comum fazer-se uma diviso entre os testes de laboratrio e os testes de

    campo. Os primeiros so mais dispendiosos e necessitam de meios tecnolgicos mais

    complexos, no entanto como afirma Davison et al (2009) conferem maior validade, devido

    menor interferncia de factores externos, possivelmente mutveis.

    Este trabalho apresenta um conjunto de conhecimentos fundamentais, no s no que

    diz respeito a termos tericos relacionados com factores fisiolgicos ou mecnicos do

    desporto, mas tambm no que diz respeito aos processos utilizados para recolher as

    informaes relacionadas com essas variveis, de modo a poder process-las de forma vlida

    e fivel. Permitindo assim que o processo de avaliao, controlo e prescrio do treino possa

    ser compartilhado (desportista/treinador) e compreendido de forma simples, de modo a

    tornar todo este processo mais consciente, ou seja, preparar e educar segundo o quadro

    dinmico em que o desporto se apresenta na actualidade.

    A nossa convico, ao realizarmos este trabalho, que a consciencializao de todo o

    processo de treino, bem como da multiplicidade de factores nele intervenientes, ir ajudar os

    desportistas, treinadores e restantes agentes desportivos a aprender, analisar e evoluir no

    que diz respeito avaliao, controlo e programao do treino desportivo.

  • 3

    Controlo do treino

    Como afirma Platonov (1988), o controlo do processo de treino desportivo deve ser

    capaz de apreciar as modificaes do estado funcional provocadas pelo prprio treino.

    Ainda segundo Platonov (1988), existe um grande leque de provas recomendadas para

    o controlo do treino desportivo, pelo que deve ser feita uma seleco que obedea s

    seguintes condies: dar conta das aptides exploradas com objectividade e preciso; ser

    compreensvel quer para os que coordenam as provas quer para os que colectam os dados

    delas resultantes; inserirem-se harmoniosamente no processo de treino, sem perturbarem

    horrios ou alterarem cargas.

    neste ponto que na modalidade de judo pensamos ser mais difcil cumprir com as

    condies citadas em cima, j que como iremos ver mais frente, alguns dos

    testes/protocolos realizados pelos investigadores tem um baixa influncia na aplicao diria

    do treino, sendo difcil realizar um transfere entre os testes laboratoriais (e o tipo de

    informaes recolhidas) e o treino/competio, como corrobora Thomas et al. (1989a).

    Desta forma, consideramos ser de extrema importncia, para todos os profissionais do

    desporto e essencialmente os ligados modalidade de judo, ter a capacidade de seleccionar

    um conjunto de testes ou protocolos que permitam avaliar as caractersticas especificas da

    modalidade, as quais tem vindo a ser estudadas e identificadas por autores como Tubino

    Lammi, Caldas, Costa Branco, Larson, apud Rodrigues e Saborit (2008).

    A participao com sucesso em torneios de judo depende de elevado nvel tcnico-

    tctico, tendo como suporte resistncia aerbia, potncia e capacidade anaerbia, fora e

    flexibilidade (Little, 1991). Como percebemos, podemos definir quais as caractersticas a

    avaliar, no entanto na modalidade de judo h ainda outro factor a ter em conta, que nem

    todos os praticantes da modalidade tem caractersticas fsicas e fisiolgicas semelhantes, ou

    seja, as diferenas entre gnero e categorias de peso so fundamentais no que diz respeito ao

    seu perfil fisiolgico e motor.

    Callister et al. (1991) propem que os perfis fisiolgicos de judocas de elite diferem

    muito entre as categorias de peso, sugerindo que os factores responsveis pelo sucesso so

    bem especficos para cada categoria.

    Uma das questes mais relevantes quando tratamos de estratgia de programao de

    treino, est no conhecimento do desporto no qual se pretende trabalhar. Independentemente

    de ser individual ou colectivo, a determinao das caractersticas fisiolgicas do desporto

    fundamental para a padronizao de um tipo de treino que abranja o dispndio energtico

    exigido na modalidade ou competio, (Reilly ,1996).

  • 4

    Por todas estas razes devemos ter em conta a ideia defendida por Nunes (1997)

    tentando contornar a dificuldade para a avaliao especfica de judocas, devido alta

    complexidade da modalidade em variveis como estrutura temporal e aspectos tcnico-

    tcticos, utilizando protocolos especficos para a avaliao fidedigna das reais exigncias

    impostas pela modalidade de judo.

    Todos os protocolos utilizados pelos profissionais das Cincias do Desporto devem

    estar de acordo com os critrios de validade, fiabilidade e objectividade.

    No contexto da avaliao de performance necessrio um conhecimento detalhado

    de como realizar uma avaliao vlida e fivel e objectiva evitando erros de medio, s

    assim sendo possvel realizar um correcta avaliao e controlo do processo de treino de um

    desportista (Davison, 2009).

    Quando estes requisitos forem cumpridos estaremos em posio de programar, avaliar

    e controlar um treino com base no que realmente importante para potenciar a performance

    de desportistas.

  • 5

    Performance Desportiva

    Matveiev (1986) define forma desportiva com sendo o estado de capacidade de

    rendimento ptimo, que o desportista alcana em cada fase do seu desenvolvimento

    desportivo, graas a uma formao adequada.

    A definio do conceito de performance desportiva (para determinado desporto)

    apresenta-se como uma das problemticas mais estudadas, visto ser difcil criar uma

    definio nica e universal.

    O conceito de performance muito vasto e influenciado por uma multiplicidade de

    factores como gentica, sade, idade, gnero, motivao, influncia social, balano hdrico,

    nutrio e condies climticas.

    Ao contrrio de outros desportos, a avaliao de performance no judo no depende

    apenas de um tempo, uma distncia ou um peso. Os aspectos do treino de alta performance

    so o resultado do comportamento do combate e dos parmetros de capacidade de prestao

    tcnico-tctica dos desportistas (Garcia, 2009).

    Matveiev (apud Castelo, 2000) refere que a dinmica do rendimento se subdivide em

    trs classes i) capacidades individuais e o seu grau de preparao ii) amplitude do movimento

    desportivo e as condies sociais e iii) a eficincia do sistema de treino.

    As capacidades individuais e o seu grau de preparao so normalmente definidos

    como o potencial gentico de cada indivduo para a obteno de performances desportivas de

    excelncia. Este factor normalmente constante, no entanto no devemos menosprezar o

    efeito do factor contexto sobre o potencial gentico, as experiencias vividas

    (treino/competio) racionalmente, ou seja, experincias cujo indivduo domina os

    comportamentos tcnico-tcticos de base da lgica interna da modalidade, aperfeioando-as.

    Assim, o treino e a competio so factores dinmicos que influenciam e modificam a

    capacidade de rendimento dos desportistas. Este parmetro pode ser subdividido em factores

    internos, capacidades genticas e o seu estado de preparao e factores externos que so os

    meios e mtodos de treino que asseguram a preparao desportiva.

    Na panorama desportivo mundial podemos afirmar que nem o indivduo mais dotado

    do ponto de vista gentico pode atingir performances de excelncia se no lhe forem

    garantidas as condies de treino favorveis e aliando um treino persistente e bem orientado

    e um grande esforo de auto-aperfeioamento.

    O segundo factor (ii) prende-se com o contexto social e econmico e as condies

    existentes para a prtica desportiva em determinado pais/zona/clube. O fenmeno do

    desporto est directamente relacionado com o factor econmico e social, e por consequncia

    tambm a obteno de resultados desportivos um reflexo dos meios disponibilizados para o

    processo de treino, para o empenho dos desportistas e para o reconhecimento dos mesmos.

  • 6

    Se no vejamos, quando se realiza um campeonato do mundo de atletismo os pases

    mais medalhados so EUA e Rssia, quando nos viramos para o futebol temos outro tipo de

    pases Brasil, Espanha e Itlia. Se reflectirmos um pouco reparamos que os desportos

    praticados com notoriedade variam de pas para pas. Este facto depende essencialmente de

    influncias sociais, culturais e econmicos. Os apoios (econmicos, organizacionais ou

    logsticos) concedidos a cada modalidade so o reflexo desses valores culturais e sociais. Esses

    apoios so fundamentais ao desenvolvimento de condies de treino, que quando bem

    rentabilizadas do origem a resultados de excelncia. No entanto, esses apoios surgem

    normalmente para as actividades que divertem a sociedade e do reconhecimento ao

    pas/cidade/clube. Esquecendo por vezes que so os contnuos apoios que permitem o

    desenvolvimento da modalidade, e que outras modalidades atravessam algumas dificuldades

    na sua progresso devido falta desses incentivos.

    A eficcia do sistema de treino o factor que nos diz mais respeito. No que os

    outros no digam, mas sim porque este da nossa total responsabilidade e competncia

    (profissionais das Cincias do Desporto).

    O treino uma ferramenta fundamental para a obteno de performances desportivas

    de excelncia. Assim sendo, cabe ao treinador munir-se das bases cientficas e metodolgicas

    disponveis, devido ao avano das Cincias do Desporto e outras cincias associadas como a

    psicologia do desporto, fisiologia ou biomecnica e adaptar os mtodos de treino e os meios

    de execuo cientificamente fundamentados, de modo a poder criar um plano de treino que

    potencie as qualidades individuais e permita preencher as lacunas do desportista, melhorando

    as performances dos seus desportistas.

  • 7

    Figura 1- Factores determinantes da performance desportiva. Adaptado de Vescovi (2006)

    Atravs do esquema podemos perceber melhor a complexidade (inter-relao entre

    variveis) associada ao conceito da performance. Cada modalidade tem um conceito

    diferente de performance, tendo em conta que as caractersticas necessrias prtica de

    cada modalidade so diferentes.

    As caractersticas pessoais de cada desportista podem ainda ser um factor que pode

    alterar ligeiramente o conceito de performance desportiva, ou seja, as caractersticas de um

    indivduo podem ser favorveis ou desfavorveis prtica de determinado desporto, ou levar

    a que os factores tcticos sejam adaptados de maneira diferente.

    Para melhor perceber quais so os factores que devem caracterizar a performance em

    determinado desporto devemos ter a capacidade de anlise e o conhecimento sobre a

    modalidade bem apurados.

    O conhecimento da modalidade deve ser feito atravs de perguntas simples, como

    refere Amtmann (2005):

    -Quais as regras do desporto? (inclui o tipo de materiais necessrios prtica)

    -Quais os grupos musculares utilizados?

    -Quais as fontes de energia utilizadas?

    -Quais as aces musculares utilizadas?

    -Quais as leses mais frequentes?

  • 8

    A caracterizao da modalidade importante para que se saiba o que treinar para

    melhorar a performance dos desportistas. Assim sendo, cabe-nos neste momento fazer uma

    breve caracterizao da modalidade para a qual decidimos efectuar este trabalho.

    Embora o Judo seja um desporto em que temos de associar vrias reas como

    fisiologia, biomecnica, psicologia e factores tcnico-tcticos, neste trabalho iremos focar a

    nossa ateno na caracterizao fisiolgica, j que os testes e protocolos que pretendemos

    divulgar e analisar se prendem essencialmente com factores fisiolgicos ligados a

    performance. Embora seja importante frisar que nenhum dos factores pode ser avaliado

    correctamente se no percebermos a influncia que todos os outros factores tm sobre o

    factor em avaliao.

  • 9

    Caracterizao da modalidade de Judo

    O judo uma modalidade que requer nveis elevados de preparao fsica e

    psicolgica, tcnica e tctica (Little, 1991), sendo considerada uma modalidade desportiva

    com predominncia do metabolismo anaerbio lctico (Bracht, Moreira e Umeda, 1982;

    Franchini et al., 1996; Little, 1991).

    O judo caracterizado como uma actividade desportiva intermitente, sendo que

    existem interrupes ao longo de todo o combate (5 minutos de durao, mais 3 minutos em

    caso de ponto de ouro). A estrutura temporal do combate regista sequncias de combate

    entre 15 a 30 segundos com intervalos entre 7 a 10 segundos durante os 5 minutos

    regulamentares do combate (Castarlenas e Planas, 1997; Monteiro, 1995; Sikorski et al., 1987;

    Sterkowicz et al 1998; Van Malderen Karl, Truijen Steven, Evert Zinzen, Clarys Peter, 2008).

    Por outro lado, um judoca pode realizar 6 a 8 combates num dia de prova (Callister et al.,

    1991).

    Na prtica da modalidade de judo recorre-se ento aos trs sistemas de recrutamento

    energtico (Anexo 1), sistema ATP/PCr (Anaerbio alctico), sistema glicoltico (Anaerbio

    lctico) e respirao celular (Aerbio), sendo usado predominantemente os processos

    glicolticos, o que pode justificar as altas concentraes de lactato sanguneo registadas nos

    judocas (Taylor & Brassard, 1981; Amorim et al., 1995), como nos mostram alguns estudos

    onde se analisaram concentraes de lactato sanguneo durante a luta propriamente dita

    (Bracht et al., 1982; Callister et al., 1991; Franchini et al., 1998; Sikorski et al., 1987.

    Atravs desta caracterizao da actividade podemos perceber, que a nvel metablico

    e fisiolgico o judo tem muitas exigncias, intervalos to curtos (10 segundos) so

    insuficientes para o processo de re-sntese de fosfocreatina associados a activao de

    metabolismos anaerbio lctico nos estgios iniciais e do metabolismo aerbio nos estgios

    finais da luta (Muramatsu et al., 1994; Tabata et al., 1997). Assim sendo, o judoca procura

    desenvolver a capacidade do seu sistema anaerbio e oxidativo.

    No entanto, a utilizao de determinado sistema de recrutamento energtico tem

    implicaes no que diz respeito ao tipo de fibras, nutrientes utilizados e tipo de treino a

    realizar para se obterem resultados significativos.

  • 10

    Neste sentido, pensamos poder afirmar que um bom sistema glicoltico de produo

    de energia e uma elevada capacidade aerbia podem ser factores fisiolgicos importantes

    para o bom desempenho do judoca.

    Esta caracterizao fisiolgica do judo a nvel geral ir permitir aos profissionais e aos

    desportistas perceber quais os factores que realmente so importantes trabalhar/avaliar para

    desenvolver as capacidades necessrias a um bom desempenho na modalidade em questo.

    Para alm desta caracterizao geral, deve tentar conhecer-se melhor atravs do suporte

    tecnolgico (testes de laboratrio ou de campo) as necessidades especficas de cada

    desportista e trabalhar os factores fisiolgicos em funo desse conhecimento e dos

    objectivos especficos de cada desportista.

  • 11

    Parmetros a avaliar no judo

    No judo actual parece existir j algum rigor no que diz respeito avaliao dos

    factores fisiolgicos, no entanto este rigor mais comum em equipas ou clubes que

    dispem de mais meios e quando nos referimos a meios no so apenas meios materiais mas

    tambm meios humanos, pessoas com a formao e o conhecimento necessrio para realizar

    uma avaliao e recolha de dados que seja realmente pertinente para a execuo de um

    plano de treino mais eficaz.

    Ainda muito comum entre os treinadores de judo considerar que apenas os mtodos

    laboratoriais de avaliao tm rigor suficiente para gerar uma avaliao. No entanto, e na

    nossa perspectiva, este erro ocorre por desconhecimento, j que existem uma srie de

    protocolos testados, fiveis e validados que se podem realizar com material simples e pouco

    dispendioso. Esses testes/protocolos podem fornecer aos treinadores/desportistas as

    informaes necessrias para a avaliao, controlo e prescrio de um plano de treinos mais

    correcto e adequado s necessidades de cada desportista.

    Uma reviso da bibliografia revela que as investigaes feitas por profissionais da rea

    do judo procuram informaes como:

    -Potncia e capacidade aerbia alctica.

    -Potncia e capacidade anaerbia lctica.

    -Consumo mximo de oxignio.

    -Limiar ventilatrio lctico.

    -Frequncia cardaca mxima e a sua evoluo.

    -Custo energtico de um combate de Judo.

    -Parmetros neuromusculares, como fora mxima, fora explosiva, fora resistncia, fora

    isomtrica, fora isocintica ou o tipo de fibras musculares.

    -Factores de amplitude articular (flexibilidade).

    -Parmetros antropomtricos e cineantropomtricos.

    -Parmetros cardacos (volume sistlico e diastlico)

    -Parmetros bioqumicos (ureia), hematolgicos (hematcrito, hemoglobina, leuccitos,

    ferritina, transferritina), plasmticos (ferritina, transferritina).

    -Densidade ssea e marcadores e indicadores metablicos sseos.

    -Perfil lipdico, lipoprteico, e informaes acerca da dieta do desportista.

  • 12

    O estudo da modalidade de judo no se fica apenas por factores fisiolgicos, os

    investigadores/treinadores procuram uma srie de informaes relativas a parmetros

    proprioceptivos, motores, espaciais, temporais, estratgicos, posies corporais, tipo de

    tcnicas utilizadas, escalas de esforo percepcionado bem como a relao destes parmetros

    com parmetros fisiolgicos como frequncia cardaca e concentrao de lactato (Rodriguez e

    Saborit, 2008)

    Para obter estas informaes os profissionais das Cincias do Desporto criaram um

    conjunto de testes e protocolos cientificamente comprovados, sendo sobre eles que incide o

    cerne do nosso trabalho. Sendo o objectivo principal, divulgar analisar e interpretar esses

    testes e protocolos de modo a perceber qual ou quais so as finalidade de cada um deles e

    quais os que garantem maior fiabilidade.

  • 13

    Testes ou protocolos no especficos

    Avaliao da capacidade aerbia

    A capacidade aerbia prende-se com a capacidade de captar e fornecer aos msculos

    a quantidade de oxignio necessria realizao de actividade fsica. A necessidade de

    oxignio nos msculos aumenta proporcionalmente intensidade do esforo fsico. O oxignio

    consumido vai aumentando at atingir um valor limite, quando atingimos esse limite

    denomina-se por capacidade de VO2mx e esse valor expresso em litros por minuto.

    Testes laboratoriais

    Medio do consumo mximo de oxignio (VO2mx)

    Este teste permite saber qual a capacidade mxima de oxignio que pode ser usada

    por um indivduo durante a realizao de exerccios de grande intensidade.

    Quando se realiza este tipo de teste em laboratrio os sujeitos em estudo so submetidos a

    exerccios que exigem o mximo das suas capacidades. A realizao deste protocolo

    realizada numa passadeira ou ciclo-ergmetro (membros superiores e inferiores). (Horswill et

    al, 1993)

    Estes protocolos seguem procedimentos especficos at o sujeito em avaliao atingir a

    exausto. medida que vai ocorrendo inspirao e expirao de gases estes so analisados e

    contabilizados por sistemas automticos de avaliao e controlo do metabolismo.

    Embora existam vrios protocolos para a realizao deste teste, todos eles sem

    excepo so baseados no incremento de dificuldade/intensidade de forma progressiva at

    que o indivduo atinja o estado de depleo energtica, ou seja, exausto. (Horswill, 1993 e

    Monteiro, 2001)

    Tecnicamente o valor de VO2mx atingido quando se aumenta a intensidade do

    exerccio, e o consumo de oxignio no aumenta ou atinge um patamar.

    Quando no se consegue fazer uma avaliao precisa do valor de VO2mx a medida

    registada designada VO2 pico. Estes dois valores esto fortemente correlacionados, e

    apresentam-se como duas medidas vlidas para caracterizar a capacidade aerbia do

    indivduo.

    O mtodo que referimos anteriormente o mais eficaz ( o nico que permite o valor

    real) no entanto apresenta algumas contrariedades, como a necessidade de aparelhos

    laboratoriais muito dispendiosos, a realizao de exerccio exaustivo, e grandes quantidades

    de tempo, assim sendo foram surgindo outras formas de estimar o valor de VO2mx de forma

    vlida e com valores fiveis. (Pollock e Wilmore, 1993)

  • 14

    Estas novas tcnicas so calculadas com base em exerccios de intensidade mxima ou

    sub-mxima, frequncias cardacas sub-mximas ou intensidade e carga de treino. Os

    protocolos utilizados so semelhantes ou iguais ao descrito anteriormente. Desta forma os

    avaliadores baseiam-se nas relaes lineares existentes entre os valores de VO2mx e as outras

    variveis referidas.

    Ao longo do tempo foram sendo descritos vrios protocolos e vrios estudos

    correlacionais entre o consumo de oxignio e outros parmetros fisiolgicos (FC, carga de

    treino, consumo de oxignio).

    Protocolo de Bruce

    Um dos protocolos mais utilizados pelos profissionais das cincias do desporto o

    protocolo de Bruce (1973). Este protocolo consiste em colocar o desportista sobre uma

    passadeira a uma velocidade confortvel, cerca de 6km/h e realizar pequenos incrementos de

    velocidade, 1.2km/h a cada trs minutos at o desportista atingir o estado de fadiga. Sempre

    que subir um nvel, ou seja, de trs em trs minutos h uma paragem de 30 segundos para a

    colecta de amostras sanguneas que iro ser processadas num aparelho de medio da

    concentrao de lactato no sangue.

    A concentrao de cido lctico no sangue correspondente ao limiar de fadiga est

    estipulada na bibliografia como sendo 3.5 mmol por litro, o que corresponde ao limiar

    anaerbio.

    O VO2mx estimado por:

    Homens

    VO2mx ml.(kg.min)- = 8,33 + (2,94 x T)

    Mulheres

    VO2mx ml.(kg.min)- = 8,05 + (2,74 x T)

    T = Tempo em minutos

    Este protocolo um protocolo considerado bastante fivel no que diz respeito a

    estimativa do VO2mx e por consequncia um bom indicador da capacidade aerbia dos

    desportistas. (Pollock e Wilmore, 1993)

  • 15

    Testes de campo

    Os testes de campo so protocolos realizados tendo em vista uma estimativa do parmetro ou

    parmetros em estudo, a seu favor este tipo de testes tem a quantidade de equipamento

    necessria bem como o preo dos materiais necessrios a realizao do protocolo, sendo

    menor e menos dispendioso que a realizao de testes laboratoriais complexos.

    Teste dos 12 minutos

    Este teste foi desenvolvido por Cooper (1982) e consiste em correr a maior distncia

    possvel num perodo de doze minutos.

    O protocolo de Cooper tem a convenincia de ser fcil de por em prtica e no ter

    custos elevados. No entanto um teste pouco fivel j que tem muito a ver com a motivao

    e a percepo de esforo do indivduo que o realiza, outro dos pontos fracos deste teste a

    avaliao do desportista ser feita atravs uma tabela pr estabelecida que indica o nvel do

    desempenho do desportista em funo das distncias percorridas.

    Os resultados deste teste permitem-nos tambm estabelecer uma relao com o Vo2

    mx.

    O VO2mx estimado por:

    VO2mx (ml.kg.min) = D - 504/45

    D = Distncia em metros

    Tabela 1.Nvel de capacidade aerbia - Teste Andar/ Correr 12 minutos. Adaptado de Cooper

    (1982)

    Categoria de Capacidade Aerbia

    Idade (anos)

    13-19

    20-29

    30-39

    40-49

    50-59

    +60

    I-M.fraca (homens) (mulheres)

    < 2090

    < 1960

    < 1900

    < 1830

    < 1660

    < 1400

    < 1610 < 1550 < 1510 < 1420 < 1350 < 1260

    II-Fraca (homens) (mulheres)

    2090-2200

    1960-2110

    1900-2090

    1830-1990

    1660-1870

    1400-1640

    1610-1900 1550-1790 1510-1690 1420-1580 1350-1500 1260-1390

    III-Mdia (homens) (mulheres)

    2210-2510

    2120-2400

    2100-2400

    2000-2240

    1880-2090

    1650-1930

    1910-2080 1800-1970 1700-1960 1590-1790 1510-1690 1400-1590

    IV-Boa (homens) (mulheres)

    2520-2770

    2410-2640

    2410-2510

    2250-2460

    2100-2322

    1940-2120

    2090-2300 1980-2160 1970-2080 1800-2000 1700-1900 1600-1750

    V-Excelente (homens) (mulheres)

    2780-3000

    2650-2830

    2520-2720

    2470-2660

    2330-2540

    2130-2490

    2310-2430 2170-2330 2090-2240 2010-2160 1910-2090 1760-1900

    VI-Superior (homens) (mulheres)

    >3000

    >2830

    >2720

    >2660

    >2540

    >2490

    >2430 >2330 >2240 >2160 >2090 >1900

    Distncia em metros

  • 16

    Teste de 2400 m (Cooper)

    Neste teste o objectivo do desportista correr a distncia pr-definida no menor

    tempo possvel. Aps cronometrar o tempo gasto para correr os 2400 metros recorre-se

    frmula (Vivacqua e Hespanha, 1992) em que:

    VO2mx = [(D x 60 x 0,2) + 3,5 ml.kg-1.min-1]/Durao em segundos

    Onde D = Distncia percorrida

    Nunca de mais lembrar que todos os testes referidos como formas eficazes de calcular a

    capacidade aerbia de um desportista so baseadas na relao entre cargas de trabalho,

    frequncia cardaca e o VO2mx.

    Teste de RAST (Running-based Anaerobic Sprint Test)

    Este teste utilizado para medir a potncia anaerbia e consiste em correr seis

    percursos de 35 metros a mxima velocidade com intervalos de dez segundos entre cada

    percurso.

    Os dados obtidos neste teste so iguais aos obtidos no teste de Wingate, potncia de

    pico, potncia mdia e ndice de fadiga.

    Potncia (W)= Peso x Distancia/ Tempo

    A potncia mdia = mdia (da potencia dos seis percursos)

    O ndice de fadiga =(maior Pot menor Pot/maior Pot) x 100

    Este teste menos utilizado que o anterior mas tambm visto como um bom

    indicador da potncia anaerbia, embora tambm no se possa fazer um transfere directo

    quanto a capacidade de trabalho realizada neste teste com o trabalho especfico da

    modalidade de Judo.

  • 17

    Escala de percepo de esforo

    A Escala de percepo de esforo uma das tcnicas que pode ajudar a definir a intensidade

    de esforo exigida para realizar determinada tarefa.

    O mtodo de PES (percepo de esforo subjectiva) pode ser baseado na comunicao verbal

    (perguntando directamente ao desportista) ou na comunicao no verbal (observao de

    sinais no verbais associados ao esforo percepcionado), no que diz respeito a comunicao

    no verbal a maioria dos autores refere a expresso facial e o movimento como os indicadores

    mais fiveis para avaliao da percepo de esforo (Argyle e Knapp citado por Costa, 2004).

    A escala de percepo de esforo criada por Borg em 1974 (RPE- Rating Perceived Exertion)

    utilizada normalmente para controlar a intensidade do exerccio/ estimulo aplicado a um

    indivduo.

    Esta escala apresenta uma grande aplicabilidade, estudos anteriores testaram a

    aplicao da mesma, provando que existe uma alta relao entre a percepo de esforo e

    indicadores como consumo de oxignio, captao de oxignio e frequncia cardaca (Borg

    citado por Costa, 2004).

    A escala de percepo de esforo de Borg pode permitir controlar e avaliar o efeito

    do treino nos desportistas, assim sendo de seguida apresentamos a escala de percepo de

    esforo definida pelo autor. J existem novas escalas de percepo de esforo que derivaram

    da escala de Borg.

    Escala de Percepo Subjectiva De Esforo (Borg e Noble, 1974)

    6 - 7 Muito fcil 8 - 9 Fcil 10 - 11 Relativamente fcil 12 - 13 Ligeiramente cansativo 14 - 15 Cansativo 16- - 17 Muito cansativo 18- - 19 Exaustivo 20- -

    Tabela 2. Escala de Percepo Subjectiva de Esforo. Adaptado de Borg e Noble (1974)

  • 18

    Avaliao da fora e resistncia muscular

    O Judo caracterizado como um desporto de natureza explosiva e intermitente, mas

    tambm de elevados nveis de fora mxima, isomtrica e de resistncia evidenciado nos

    desempenhos funcionais das aces de projeces, imobilizaes, chaves, deslocamentos e

    fundamentalmente pegas (Kumikatas) (Monteiro, L., et al., 2001).

    O processo de controlo e avaliao do treino da fora um dos processos mais

    importantes na programao do treino, deve consistir num conjunto de mtodos, testes,

    instrumentos que sustentem com fiabilidade a progresso nos ganhos de fora de um

    indivduo. Devem permitir ainda controlar e dosear a carga/intensidade dos treinos. Segundo

    Gonzlez-Bandillo e Gorostiaga (1995) os objectivos da avaliao do treino da fora so:

    -Determinar o grau de importncia da fora para cada modalidade desportiva;

    -Determinar o tipo de fora mais solicitada para cada modalidade desportiva;

    -Preservar o princpio da individualidade;

    -Orientar o processo de treino.

    So sugeridos normalmente trs tipos de mtodos para a avaliao fora:

    1) O mtodo Isomtrico- Utilizado para avaliar a fora quando esta, realizada contra uma

    carga ou resistncia insupervel. Utilizam-se instrumentos electrnicos a fim de determinar

    dois parmetros, a fora mxima isomtrica produzida de forma progressiva, e a fora

    isomtrica quando realizada atravs de uma rpida activao muscular, e assim poder

    mesurar a fora produzida por unidade de tempo.

    2) O mtodo Isocintico- Utiliza-se para a avaliao da fora produzida em exerccios

    dinmicos a velocidade constante, em exerccios concntricos e excntricos. Esta avaliao

    tambm se faz a custa de instrumentos electrnicos.

    3) O mtodo Anisiomtrico- realizado atravs do mtodo concntrico com pesos livres, o

    processo mais simples e menos dispendioso, a expresso da fora que medida, a fora

    mxima dinmica ou como vulgarmente designado teste de uma repetio mxima (1RM).

    Para a realizao dos testes 1RM devem ser respeitadas algumas regras para evitar

    algum risco que possa haver no erro da avaliao da fora:

    -No realizar treinos com pesos nos trs dias anteriores a data da avaliao;

    -No realizar a avaliao de mais do que dois exerccios por sesso;

    -Bastam trs exerccios para avaliar os ganhos obtidos no processo de treino;

    -Iniciar a sesso de avaliao com um trabalho de pesos livres ou barra com cargas de 40-50%

    da capacidade mxima, e manter uma progresso de pesos que seja confortvel para o

    individuo.

  • 19

    Segundo Bonitch (2005), as manifestaes de fora mais importantes a melhorar, para

    os braos e para as pernas so:

    Figura 2. Factores determinantes para o desenvolvimento da fora de braos e pernas.

    Adaptado de Bonitch (2005)

    Sol, J. apud Caballero et al. (1997) apresentam algumas formas de manifestao de

    fora no judo: (1) Contraces musculares isomtricas, nomeadamente nas pegas; (2) A fora

    de resistncia, manifestada sobretudo nas aces defensivas; (3) A fora rpida aplicada na

    execuo da tcnica, ou aplicada no menor espao de tempo (potncia) e (4) a fora mxima,

    aplicada em certas aces tcnicas. Sanchis et al apud Caballero et al. (1997) refere na sua

    avaliao fisiolgica da competio de judo que, num combate existem contraces de

    carcter isomtrico e isotnico.

    Devido ao facto da competio ser organizada por categorias de peso, os judocas

    necessitam de nveis elevados de fora e pouca adiposidade corporal.

    Testes laboratoriais

    Para a avaliao dos parmetros relacionados com a fora e a resistncia muscular os

    investigadores na rea desportiva utilizam o mtodo de dinammetria computadorizada. Este

    mtodo requer a utilizao de ergmetros, sensores electrnicos, computadores e um

    software sofisticado. A fora avaliada atravs de picos de fora e a resistncia atravs de

    ratios de fadiga produzida ao longo de protocolos de patamares (protocolo de Bruce).

    A avaliao atravs deste mtodo permite obter variadssimas informaes, as mais

    utilizadas por investigadores e treinadores so tempo, foras mximas, gradientes de curvas

    de fora/tempo (taxa de produo de fora) e impulsos (Monteiro, 2001).

    Pernas

    Melhorar a Fora Dinmica Mxima (FDM) Melhorar a Fora Explosiva Melhorar a Fora Explosiva Elstica

    Braos

    Melhorar a Fora Dinmica Mxima (FDM) Melhorar a Fora Explosiva

    Melhorar a Resistncia de Fora Explosiva

  • 20

    Existe uma grande variedade de aparelhos para realizar este tipo de avaliaes,

    alguns deles utilizam clulas fotoelctricas, clulas de carga e plataformas de fora. Atravs

    da dinammetria podem ser medidas as foras externas. O princpio da medio se baseia na

    transformao de micro deformaes em alteraes correspondentes de tenso elctrica.

    Esta tcnica permite tambm a utilizao de uma variedade de protocolos

    devidamente validados e que exigem preciso e rigor na realizao dos procedimentos.

    Teste de Wingate

    Como refere Rodriguez e Saborit (2008) o teste de Wingate (para membros superiores

    e membros inferiores) tem sido um dos testes mais utilizados na rea do Judo e lutas. Embora

    no seja um teste especfico da modalidade, tem sido utilizado para caracterizar a potncia e

    a capacidade anaerbia (Taylor et al. 1981; Thomas et al. 1989; Sterkowicz et al. 1995)

    O teste realiza-se num ciclo ergmetro pedalando quando o teste para membros

    inferiores, e pedalando como os braos em caso do teste ser realizado para membros

    superiores. O teste tem a durao de 30 segundos.

    O protocolo de Wingate tem vindo a sofrer algumas alteraes no entanto aqui vamos

    explicar a verso original descrita por Inbar (1996).

    O protocolo iniciava-se com um pequeno aquecimento 5-10 minutos de trabalho

    intermitente com 30 segundos de velocidade e 30 segundos de retorno a calma (Inbar et al,

    1996).

    O teste em si inicia-se em velocidade e ao terceiro segundo solta a resistncia, isto

    acontece de modo a evitar desaceleraes indesejadas devido ao efeito negativo da

    gravidade.

    A durao do teste de 30 segundos, durante esse tempo o desportista tem de

    completar o maior nmero de ciclos ou seja pedalar o maior nmero de vezes possvel, no

    final do teste o desportista deve continuar a pedalar reduzindo gradualmente a velocidade

    at ao retorno calma de modo a evitar tonturas ou sncope decorrente da realizao do

    teste.

    O teste de Wingate permite avaliar o pico de potncia, a potncia mdia e o ndice de

    fadiga quer seja dos membros inferiores os superiores.

    No presente o teste normalmente realizado associado o ciclorgometro a um

    computador com um programa especfico que mede o nmero de rotaes realizadas. No

    entanto este protocolo pode ser realizado apenas com um ciclorgometro e um cronmetro

    sendo as rotaes contadas pelo avaliador.

  • 21

    De acordo com Inbar et al. (1996), os diferentes valores encontrados durante a

    realizao revelam respectivamente: a potncia mxima, que ser a maior potncia mecnica

    produzida nos primeiros 5 segundos de teste; a potncia mdia que definida como a mdia

    da potncia produzida ao longo dos 6 segmentos de 5 segundos, e o ndice de fadiga, ser

    dado atravs da quantidade de declnio de potncia ao longo do teste, expresso em valores

    percentuais em relao ao pico de potncia (potncia mxima).

    A potncia a capacidade de transformar energia por unidade de tempo, expressa

    em Watts (W), onde 1 W equivale a 6,12 kg-m/min e calculada atravs da Fora X Distncia

    (nmero de ciclos X distncia por ciclo) Tempo em minutos. O ndice de fadiga , de acordo

    com Inbar (1996), a queda percentual em potncia produzida no pico de potncia at a

    potncia mnima, produzida nos ltimos 5 segundos.

    Este teste tem vindo a ser bastante utilizado em estudos cientficos e tem

    comprovado ser um teste fidedigno e que reflecte a capacidade de potncia anaerbia dos

    desportistas. Alguns estudos (Franchini e cols, 1998, 2001; Horswill, 1992) referem que

    desportistas da modalidade de judo obtm valores mais elevados de potencia neste teste que

    outros desportistas de elite de outras modalidades.

    Testes de campo

    No que diz respeito reviso bibliogrfica que realizamos no existe registo de testes

    de campo no especficos no entanto em um ou dois estudos de judo e outras lutas amadoras

    comum serem utilizados os testes de saltos, como salto contra movimento e agachamentos

    (Monteiro, 2001 e Monteiro, 2007,Massua et al, 2008)

    O que se deve procurar no Judo no conseguir valores exagerados de fora dinmica

    mxima, mas sim a aquisio de valores adequados de fora til (Gonzalez Badillo et al.,

    1995).

    A escolha do tipo de testes a aplicar deve basear-se em determinados critrios para

    que a avaliao de laboratrio possa reproduzir o mais fielmente e avaliar fidedignamente os

    resultados obtidos. Critrios como a fase da temporada, tipo de modalidade desportiva, idade

    dos atletas, nvel dos atletas, empenho dos atletas e material de avaliao disponvel so

    algumas das variveis a ter conta.

  • 22

    Flexibilidade

    A flexibilidade pode ser definida como a capacidade responsvel pela execuo de um

    movimento na amplitude articular mxima, dentro de limites morfolgicos e anatmicos, sem

    a ocorrncia de leses. Esta componente vria de indivduo para indivduo e at no mesmo

    indivduo (aspectos genticos, culturais, ambientais, vivncias e treinos). A importncia da

    flexibilidade prende-se com factores como melhoria nos desempenhos, economia de energia,

    resistncia a fadiga, maior amplitude de encurtamento (logo maior capacidade de produo

    de fora), melhor proteco dos elementos contrcteis e preveno de leses musculares.

    Desde a antiguidade a flexibilidade foi utilizada com diferentes sentidos, profiltico,

    teraputico, fins militares, tortura (tirar informaes), punio (castigos), execuo e treino

    desportivo. Esta ltima rea a nica em que estamos interessados em compreender e

    avaliar.

    Testes laboratoriais

    Os mtodos mais conhecidos e utilizados em laboratrio para avaliao da amplitude articular

    recorrem a tcnicas como:

    Goniometria- (manual ou elctrica)

    Radiografia

    Fotografia

    Trigonometria,

    Um dos mtodos mais fiveis a radiografia no entanto um mtodo que no pode

    ser utilizado frequentemente devido a radiao emitida neste tipo de anlise. A goniometria

    o teste mais utilizado, sua utilizao mais simples. Existem bastantes protocolos para

    avaliao da amplitude articular que utilizam a goniometria para garantir que o resultado

    seja fivel e vlido, os procedimentos descritos nesses protocolos devem ser realizados

    correctamente. (Pollock e Wilmore, 1993)

  • 23

    Mtodos de campo

    Quando falamos da flexibilidade de um desportista no podemos generalizar isto

    cada articulao do seu corpo tem uma amplitude articular diferente, desta forma os testes

    de avaliao utilizados tero de ser especficos para cada parte que deseje avaliar.

    O banco de Wells (Wells e Dillon, 1952) utilizado para medir a flexibilidade da parte

    posterior do tronco e pernas. O banco utilizado deve medir 35cm de altura e largura, 40 cm

    de comprimento com uma rgua padro na parte superior ultrapassando em 25 cm a

    superfcie de apoio dos ps. O indivduo senta-se de frente para o banco, colocando os ps no

    apoio com os joelhos estendidos. Ergue os braos com as mos sobrepostas, levando ambas

    para frente e empurrando o marcador para o mais distante possvel na rgua. aconselhvel

    realizar uns 3 movimentos antes do teste como aquecimento.

    O movimento de flexo do tronco deve ser realizado a uma velocidade constante sem

    impulsos ou insistncias. Para o teste, deve ser feita uma nica execuo mxima e o

    resultado deve ser anotado em centmetros.

    Para garantir a validade e fiabilidade do teste devem ser realizadas mais que uma

    medio do mesmo indivduo ao longo do tempo, para avaliao e monitorizao da evoluo

    de sua flexibilidade, ou a comparao com valores mdios estatsticos. A classificao mais

    utilizada dos resultados a seguinte:

    Tabela 3. Resultados do Teste de flexibilidade no banco de Wells e Dillon. Adaptado

    de Wells e Dillon (1952).

    A flexibilidade dos ombros pode ser avaliada atravs de um teste simples, o objectivo

    do teste tentar tocar com os dedos de ambas as mos por trs das costas, o resultado deve

    ser medido e registado se os dedos tocarem um bom resultado tudo o que seja abaixo

    fraco e caso consiga agarrar os dedos ptimo.

    Para avaliar a flexibilidade do ombro direito, deve ser a mo direita a passar por cima

    do ombro direito e como se tenta-se desapertar um fecho (de vestido de senhora ou fato de

    surf) e a mo esquerda deve passar por baixo da axila esquerda e tentar deslocando-se at ao

    centro das costas. Este teste no necessita de material dispendioso apenas de uma fita

    mtrica e um indivduo para avaliar. Existem imensos tipos de testes de avaliao deste

    gnero so menos certos, mas no deixam de ser bons indicadores para avaliar os efeitos do

    treino de flexibilidade, podem tambm servir de motivao ao indivduo que o realiza j que

    pode constatar as melhorias da sua amplitude articular.

    Resultados do teste de flexibilidade no banco de Wells e Dillon

    Fraco 22 cm

  • 24

    Testes de composio corporal

    A composio corporal a proporo entre os diferentes componentes corporais e a

    massa corporal total, sendo normalmente expressa pelas percentagens de gordura e de massa

    magra. Atravs da avaliao da composio corporal, podemos, alm de determinar os

    componentes do corpo humano de forma quantitativa, utilizar os dados obtidos para detectar

    o grau de desenvolvimento e crescimento de crianas e jovens e o estado dos componentes

    corporais de adultos e idosos (Heyward e Stolarczyk, 2000)

    As realizaes de testes de composio corporal destinam-se a obteno de

    conhecimentos como a percentagem de gordura de indivduo o que requer que se saiba a sua

    densidade corporal. Para tornar este estudo mais fcil normalmente definem-se dois tipos de

    tecidos, o tecido magro, msculos, ossos e rgos e considerados de alta densidade e os

    tecidos gordos ou tambm conhecidos com tecidos de baixa densidade. Assim sendo

    compreendemos que um individuou mais magro e com um corpo mais em forma ter de

    apresentar uma maior densidade corporal que uma pessoa da mesma altura mas mais gorda.

    A avaliao da composio corporal tambm utilizada como um indicador do

    processo de desenvolvimento de crianas, verificao do estado nutricional e verificao de

    adaptaes ao treino realizado.

    A composio corporal pode ser estimada por diferentes mtodos (bioimpedncia,

    pesagem hidrosttica e antropometria, entre outras). (Franchini et al., 1997; Little, 1991).

    A pesagem hidrosttica

    um mtodo onde a pesagem do individuou se realiza de baixo de gua, este mtodo

    baseia-se no princpio de Arquimedes. possivelmente o mtodo mais utilizado no meio

    laboratorial no entanto no fcil reproduzir este protocolo. necessrio ter um tanque com

    as dimenses necessrias para imergir completamente o individuou em estudo, ser

    necessria ainda uma balana que pese atravs da suspenso, ou recorrer a um dinammetro

    preparado para esta situao especfica.

    Para garantir a validade e fiabilidade deste teste a pesagem hidrosttica deve ser

    realizada algumas vezes (10vezes) ou at o valor da pesagem ser consistente, outra das

    consideraes a reter prende-se com o volume residual (quantidade de ar nos pulmes) deve

    ser calculado, no estimado ou predito, correndo o risco de desvirtuar todo o resultado da

    pesagem.

  • 25

    Este mtodo ento um teste que necessita de meios e condies especiais que

    apenas podem ser conseguidas em laboratrios ou centros mdicos ou de avaliao de

    desportistas.

    DC- densidade corporal

    Pts- Peso do indivduo seco (Kg)

    Ptm- Peso do indivduo dentro de gua (Kg)

    Dm- Densidade da gua temperatura a que se realiza a pesagem (g/cm3)

    VR- Volume residual (Litros)

    A capacidade de ter informaes sobre a composio corporal de um desportista num

    desporto como o judo pode ser fundamental no controlo da categoria de peso bem como das

    cargas a aplicar em termos de treino tendo em conta o aumento ou manuteno da massa

    corporal. No entanto na sua grande maioria os treinadores e avaliadores no tm grandes

    condies tecnolgicas ao seu dispor, sabendo isto tentamos sempre apresentar alternativas

    mais acessveis e que podem ser facilmente reproduzidas e incorporadas no trabalho realizado

    por treinadores e avaliadores na rea do desporto e em especial na modalidade de Judo.

    Testes de Campo

    Pregas cutneas

    Avaliao de pregas cutneas constitui um dos mtodos de avaliao da gordura corporal mais

    utilizados, pela facilidade de utilizao, baixo custo e pela sua grande correlao com a

    gordura corporal total (Fragoso e Vieira apud Gonalves, 2005)

    Este tipo de avaliao necessita de pouco material e todo ele bastante acessvel, balana,

    estadimetro, fita mtrica, compasso de pontas rombas, medidor de pregas cutneas,

    antropmetro e um adipmetro.

    Este protocolo consiste na medio de dobras de pele em partes especficas do corpo como o

    peito, axilas, trceps, subescapular, abdmen, supra ilacas ou anca, coxa, gmeo e bceps.

    Pesquisas demonstram que a gordura subcutnea, avaliada pelo mtodo das pregas adiposas

    em doze locais, similar ao valor obtido nas imagens de ressonncia magntica (Heyward

    Stolarczyk, 2000)

    As equaes de predio devem ser seleccionadas baseadas na idade, sexo, etnia e nvel de

    actividade fsica (Gonalves, 2005).

  • 26

    Impedncia bioelctrica

    A anlise da impedncia bioelctrica um mtodo rpido, no-invasivo e relativamente

    barato para avaliar a composio corporal tanto no trabalho de campo quanto na prtica

    clnica (Gonalves, 2005). Esta tcnica realiza-se tendo por base a oposio ao fluxo da

    corrente elctrica no corpo humano, sabendo que componentes corporais oferecem uma

    resistncia diferenciada passagem da corrente elctrica

    Nos dias que correm fcil realizar este mtodo j que existem inmeros aparelhos no

    mercado a baixo preo e com bastante fiabilidade. Porm de salientar que a maior

    desvantagem deste mtodo a equao utilizada pelo instrumento seleccionado. Desta forma

    sugerimos que consulte sempre a equao do seu dispositivo, caso no seja adequada

    populao que pretende estudar deve substituir essa equao por uma adequada de modo a

    garantir a fiabilidade do estudo/avaliao.

    De forma a garantir uma maior validade e fiabilidade os seguintes procedimentos pr-teste

    devem ser cumpridos.

    Manter-se em jejum pelo menos nas 4 horas que antecedem o teste;

    No realizar actividades fsicas extenuantes nas 24 horas anteriores ao teste;

    Urinar pelo menos 30 minutos antes do teste;

    No ingerir bebidas alcolicas nas 48 horas anteriores ao teste;

    No utilizar medicamentos diurticos nos 7 dias que antecedem o teste;

    Permanecer, pelo menos, 5 a 10 minutos deitado em decbito dorsal, em total repouso, antes

    da execuo do teste.

  • 27

    Testes especficos da modalidade de Judo

    Special Judo Fitness Test (SJFT)

    O SJFT concebido por Stanislaw Sterkowicz (1995), este teste tem como objectivo

    determinar a capacidade anaerbia lctica.

    um teste de carcter intermitente (como a modalidade em questo), utiliza

    movimentos especficos do Judo e realiza-se no Tatami.

    O teste consiste na projeco de dois Ukes, com aproximadamente o mesmo peso que

    o individuo a avaliar. Os Ukes so colocados a uma distncia de trs metros do Tori (quem

    realiza o teste), a tcnica de arremesso deve ser o Ipon seio-nage. O teste dividido em trs

    perodos, o primeiro de 15 segundos, o segundo e terceiro de 30 segundos cada, com

    intervalos de 10 (recuperao esttica) segundos entre cada parcial, durante os parciais, o

    Tori deve projectar o maior nmero de vezes possvel os dois Ukes, o nmero total de

    projeces deve ser contabilizado bem como a frequncia cardaca no final do teste e um

    minuto aps a finalizao do teste.

    H ainda quem pea (treinador/avaliador) ao desportista que compare as sensaes

    de fadiga que apresenta no final do teste com as que apresenta no final de uma competio,

    e as classifique em 5 classes de modo a que se perceba se o teste teve o efeito desejado e

    como se poder melhorar a sua aplicao. No final calcula-se o ndice atravs da frmula

    apresentada em baixo. Quanto menor for o ndice do teste melhor ser a performance do

    desportista.

    ndice (i)= FC final (bpm) + FC 1 min aps o final do teste (bpm)

    Nmero total de arremessos

    Esquema do teste:

    3m 3m

    Uke A _________________ Tori _________________ Uke B

    6m

  • 28

    Teste Jos Manuel Garcia (JMG)

    O teste JMG criado por Jos Manuel Garca (2005), combina a realizao de trs

    exerccios com a durao de um minuto cada, perfazendo um total de 3 minutos de teste.

    O objectivo do teste medir a fora de resistncia do Judoca. Os trs exerccios

    utilizados so o salto ao eixo com a passagem por baixo das pernas (caso no realize mais de

    15 repeties o teste termina), abdominais e saltos para um banco de uma altura de 30 cm.

    Todos os exerccios devem ser realizados a velocidade mxima sendo o objectivo o maior

    nmero de repeties para cada minuto de trabalho.

    No final do teste deve ser registada a frequncia cardaca (P1), a Fc um minuto aps o

    final do exerccio (P2), nmero total de repeties realizadas nos trs exerccios(n rep), peso

    do judoca(Kg) e a sua idade.

    Atravs destes dados podemos obter o ratio JMG.

    A=[(P1+P2)/2]-(nrpt+kg/2)

    B= [K - (P1- P2) ] - ( n rpt + kgs/2)

    Ratio JMG = (A + B)/2

    K= constante (220-idade do individuo)

    Escala do Teste JMG

    >-50 Excelente

    -40 Muito bom

    -30 Bom

    -10 Bastante bom

    0 Justo

    +10 No muito bom

    +30 Mau

    +50 Muito mau

    Tabela 4. Escala do Teste JMG. Adaptado de Garcia (2005)

  • 29

    O Teste Especifico da Actividade de Judo (TSJ)

    O teste TSJ (Teste Especifico da Actividade de Judo) (Gayda et al., 1998), tem como

    objectivo determinar a amplitude cardiorespiratria do judoca em situao real de combate.

    O teste constitudo por onze partes de vinte e cinco segundo cada, em cada parte deve ser

    realizado um conjunto de quatro aces tcnicas:

    -Repetio de uma tcnica.

    -Projeco e trabalho de Ne-Wasa(solo).

    -Deslocamentos curtos (3-4 segundos), seguidos de cinco repeties (uchi-komi) de uma

    tcnica de seio-nage.

    -Realizao de duas projeces, seguidas de trabalho Ne-Wasa com o objectivo de imobilizar

    ou obrigar o adversrio a submisso.

    Durante a realizao deste teste utilizado um analisador de gases porttil e

    monitorizada a frequncia cardaca, e se possvel devem ser retiradas amostras sanguneas.

    Teste de TEP

    O teste de Tep (tempo de execuo de uma tcnica de projeco) criado por Villani

    (1999 e 2001), utilizado para medir a durao da execuo de uma tcnica de projeco.

    Para realizar este teste recorre-se a um instrumento de fotoclulas que regista a

    informao como velocidade, os ngulos do movimento entre outros, o Tori deve realizar a

    tcnica quatro vezes seguidas a mxima velocidade, de modo a permitir a recolha de dados,

    estes dados so posteriormente avaliados e tratados estatisticamente chegando assim a

    velocidade a que se executou a tcnica.

    Teste de Lger adaptado ao Judo

    O teste de Lguer adaptado ao judo foi sugerido por Thomas et al (1989b). Este teste

    tem como objectivo estimar o consumo mximo de oxignio de um judoca atravs da

    combinao de aces especficas da modalidade de judo e corrida.

    A metodologia utilizada baseada na metodologia do Teste de Lger-Mercier, este

    teste consiste ento no aumento crescente e regular da intensidade, na realizao de

    percursos de corrida, o inicio e fim do tempo disponvel para percorrer esses percursos

    indicado por uma cassete.

    Na adaptao deste protocolo modalidade de judo foram realizadas algumas

    alteraes as distncias dos percursos foram reduzidas para 15 metros e foram colocados ukes

    (parceiros de treino com peso igual ao de quem realiza o teste).

    Assim sendo o teste inicia-se com uma projeco, em seguida o desportista corre os

    15 metros e realiza outra projeco, a tcnica utilizada para realizar a projeco (por

    sugesto) o O-goshi. Esta sequncia deve ser repetida at ao limite das possibilidades do

    judoca.

  • 30

    Os resultados do teste devem ser comparados com a tabela a baixo, no entanto esta

    tabela referente as distncias do teste de Lger original e no da adaptao do teste a

    modalidade do judo. O que um ponto negativo para a realizao e fiabilidade deste teste.

    O que acontece que houve uma adaptao aos procedimentos do teste no entanto

    no houve o cuidado de realizar uma nova tabela com referenciais adaptados aos

    procedimentos realizados no teste de Lguer adaptado a modalidade de judo, desta forma

    comparar os resultados designados para um tipo de procedimento, com as tabelas

    originalmente concebidas para o teste de Lguer original podem comprometer a veracidade

    da aproximao ao VO2mx.

    Tempo em minutos Patam Km/h m/min m/sec VO2 max VMA (en km/h)

    0 1 8 133,3 2,22 16,2

    1 2 8,5 141,7 2,36

    2 3 9 150,0 2,50 19,2

    3 4 9,5 158,3 2,64 8.5

    4 5 10 166,7 2,78 22,1 9.1

    5 6 10,5 175,0 2,92 23,9 9.7

    6 7 11 183,3 3,06 25,8 10.2

    7 8 11,5 191,7 3,19 28,7 10.8

    8 9 12 200,0 3,33 30,6 11.5

    9 10 12,5 208,3 3,47 32,6 12.1

    10 11 13 216,7 3,61 34,9 12.8

    11 12 13,5 225,0 3,75 36,2 13.3

    12 13 14 233,3 3,89 37,4 13.7

    13 14 14,5 241,7 4,03 41,2 14.1

    14 15 15 250,0 4,17 43,7 14.7

    15 16 15,5 258,3 4,31 46,1 15.2

    16 17 16 266,7 4,44 49 15.9

    17 18 16,5 275,0 4,58 51,8 16.3

    18 19 17 283,3 4,72 54 16.7

    19 20 17,5 291,7 4,86 59,6 17.1

    20 21 18 300,0 5,00 64,2 17.5

    21 22 18,5 308,3 5,14 67,5 18.18

    22 23 19 316,7 5,28 70,1 18.46

    23 24 19,5 325,0 5,42 73,2 19.05

    24 25 20 333,3 5,56 75,2 19.87

    Tabela 5. Resultados do teste de Lger-Mercier.

  • 31

    Lactate minimum test

    1 srie uchi-komi(40")

    ippon

    Velocidade mxima

    Recuperao 8' 8 series de uchi-komi(1')

    (1 execuo a cada 8",7",6",5";4",3",2",1")

    Lactate Minimum Test

    Este teste tem como objectivo determinar o limiar lctico do judoca. O teste

    composto por trs partes:

    Realizao de uma serie de uchi-komi (tcnica de repetio sem projeco) com uma durao

    de 40 segundos.A tcnica realizada para a execuo do uchi-komi deve ser o ippon seio-nage

    ( mxima velocidade possivel).

    Recuperao passiva (8 minutos).

    Oito series de uchi-komi com uma durao de 1 minuto cada uma, com tempo de

    repouso entre elas de um minuto.

    O nmero de repeties deve ser incrementado ao longo dessas oito series, ou seja na

    primeira serie o judoca deve realizar uma repetio a cada 8 segundos, na segunda serie deve

    realizar uma repetio a cada 7 segundos, fazendo assim com que a frequncia de repeties

    na ltima serie seja de uma repetio por segundo.

    As recolhas das amostras de lactato devem ser recolhidas ao minuto 7 da

    recuperao, no final de cada minuto de recuperao entre as 8 series finais.

    Com estes dados construdo um grfico e os autores do teste afirmam que a menor

    concentrao deste parmetro corresponde ao limiar lctico.

    Figura 3. Exemplificao da aplicao do Lactate Minimum Test. Adaptado de

    (Rodrguez e Saborit, 2008)

  • 32

    Consideraes finais

    Uma reviso da literatura mostra-nos que a produo de conhecimento relacionado

    com a modalidade de judo amplo e na sua maioria com bastante validade. No entanto,

    alguns dos estudos produzidos continuam a pecar pela falta de aplicao dos dados recolhidos

    ao planeamento do treino na modalidade de judo.

    Assim, de seguida, apresentamos algumas caractersticas que devem ser tidas em

    conta em futuros estudos.

    - Tipo de pega e eficcia da mesma;

    - Efectividade e variabilidade dos ataques;

    - Eficcia e conhecimento das tcnicas de defesa (bloqueio, esquiva, contra-ataque);

    - Controlo do deslocamento.

    - Princpios das tcnicas de Ne-wasa (solo), imobilizaes, chaves e estrangulamentos.

    - Noo dos princpios que regem um combate, tempo, espao, leitura do marcador,

    capacidade de ouvir indicaes do treinador.

    Estas variveis podem ser mais ou menos fceis de avaliar, e este o buslis do

    planeamento desportivo para a modalidade de judo, e a nica maneira de o contornar

    arranjar um conjunto de instrumentos, mtodos e procedimentos testados e validados que

    possibilitem uma anlise e avaliao mais fidedigna, que aliada capacidade dos

    treinadores/avaliadores possa constituir uma opo vlida para o progresso e sucesso das

    prestaes desportivas na modalidade de judo.

    Neste trabalho no tivemos como objectivo fazer uma completa reviso dos testes de

    avaliao mas sim mostrar alguns dos testes/protocolos mais utilizados por profissionais no

    estudo da modalidade de judo, de modo a que se compreenda que a avaliao dos

    desportistas pode ser feita de uma maneira sria e eficaz atravs de mtodos simples e de

    baixo custo. Embora mostrando sempre quais os mtodos que se utilizam nos laboratrios

    mais sofisticados de modo a que se tenha conscincia do que existe e o que podemos fazer

    para tornar os protocolos mais acessveis mais parecidos com os protocolos laboratoriais. Esta

    tarefa tem vindo a ser facilitada nos ltimos anos com aparecimento de uma grande

    quantidade de instrumentos como relgios, cronmetros, medidores de frequncia cardaca,

    dinammetros, medidores de cido lctico entre muitos outros, que apresentam baixo custo e

    que so acessveis grande maioria dos clubes e treinadores que desejem realmente realizar

    um trabalho com base cientfica. A utilizao de alguns destes protocolos e instrumentos

    permitem realizar uma avaliao geral da performance dos nossos desportistas. Essa avaliao

    ir ser fundamental na preparao e programao do treino tendo em conta as necessidades

    desse desportista.

  • 33

    A realizao deste trabalho permitiu-nos analisar os fundamentos sobre os quais

    assentam os pressupostos para a performance desportiva, bem como bem como as variveis

    fundamentais para um pressuposto de performance na modalidade de judo.

    Desta forma foi necessrio analisar e compreender as exigncias em termos

    fisiolgicos da modalidade de judo.

    A caracterizao da modalidade em termos fisiolgicos permite uma percepo dos

    parmetros a ter em conta para uma avaliao, controlo e prescrio do treino desportivo

    com vista a obteno de performances de excelncia na modalidade de Judo.

    A reviso bibliogrfica permitiu-nos entender em que ponto est a investigao

    cientfica no que diz respeito aos factores fisiolgicos de avaliao e predio da performance

    de um judoca, bem como identificar e analisar os testes ou protocolos utilizados para

    avaliao de judocas.

    E como denota o nosso trabalho h ainda um longo caminho a percorrer. Em reas

    como a avaliao de factores relacionados com a capacidade aerbia e composio corporal,

    j existem algumas solues quer ao nvel de testes laboratoriais bem como de testes de

    campo que permitem avaliar e estimar de uma forma vlida e precisa. J outras reas, como

    a flexibilidade esto ainda por desenvolver sendo que no existe nenhum protocolo especfico

    para a modalidade de judo, embora o factor flexibilidade desempenhe um papel fundamental

    para a realizao de boas performances.

    Conclumos com este trabalho que a modalidade de judo caracterizada por um

    conjunto complexo de factores e variveis e por isso difcil realizar um transfere directo

    entre alguns dos testes e protocolos utilizados para avaliao de alguns factores de

    performance.

    Fundamentalmente, temos a convico que, com este trabalho, apresentmos uma

    viso dos parmetros e variveis fundamentais para que treinadores/avaliadores possam

    proceder avaliao da performance na modalidade de judo, com especial nfase na

    componente fisiolgica.

  • 34

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  • 40

    Anexo 1

    Sistemas metablicos de obteno de energia - Produo de ATP

    Sistema ATP-PCr (fosfocreatina):

    tambm designado como processo anaerbio alctico j que se realiza na ausncia de

    oxignio e no ter como produto metablico o cido lctico, ocorre no citoplasma.

    Este processo energtico o mais rpido e o que fornece menos energia ao organismo apenas

    uma mole de ATP por cada mole de fosfocreatina hidrolisada. o sistema responsvel por

    esforos de curta durao e grande intensidade (20 a 30s), no entanto este sistema no tem a

    capacidade de fornecer energia durante muito tempo j que existem poucas reservas de

    fosfocreatina nos msculos, e a sua renovao s ocorre durante a recuperao do exerccio.

    Sistema glicoltico (Gliclise):

    Este processo ocorre no citoplasma, na ausncia de oxignio, origina duas moles de ATP por

    cada mole de glicose, e tem como produto metablico o cido pirvico (pirvato) que ir

    originar o cido lctico, da ser designado tambm como sistema anaerbio lctico.

    o sistema energtico responsvel pelos esforos de durao superiores a 30segundos e at 2

    minutos.

    Este processo tambm no tem capacidade de fornecer energia durante longos perodos de

    tempo j que a glicose existente no organismo provem dos alimentos que ingerimos, do fgado

    (glicose heptica) mas essencialmente do glicognio muscular cerca de 80% da energia total,

    no entanto as reservas intramusculares de glicognio so poucas e apenas podem ser repostas

    atravs de glcidos de alto ndice glcemico e atravs do ciclo de Cori (formao de glicose a

    partir do lactato), processos que no so os suficientemente rpidos tendo em conta a

    velocidade de consumo de glicose no organismo.

  • 41

    Respirao Celular:

    o processo energtico mais rentvel e realiza-se na presena de oxignio fornece 38 mole

    de ATP por cada molcula de glicose, o processo mais lento e responsvel pelos esforos

    superiores a 2 minutos, tem como produtos metablicos dixido de carbono e gua. Permite

    integrar as protenas e os lpidos na obteno de energia, existe uma variao de

    predominncia de hidratos de carbono para os lpidos, essa alterao ocorre por volta dos 20

    minutos. A respirao aerbia ento constituda por 4 fases, gliclise anaerbia, oxidao

    do cido pirvico, ciclo de Krebs e cadeia de transporte electrnico que corre na mitocondria.

    um sistema lento de obteno de energia logo responsvel pelos esforos de longa

    durao e de intensidades baixas.