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FACULDADE DE ENGENHARIA QUÍMICA DE LORENA DEPARTAMENTO DE BIOTECNOLOGIA
Dissertação de Mestrado
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ESTUDO DA VAZÃO MÁSSICA DE ADIÇÃO DE SUBSTRATO PARA O PROCESSO DE PRODUÇÃO DE 2,3-BUTANODIOL EM SISTEMA
DESCONTÍNUO ALIMENTADO
Daniela Fernanda Zanão
Tranferido da Biblioteca do DEBIQ para a Bilblioteca
Universitária em Junbo/2004 Proc. nº 202/04
Lorena - SP - Brasil 2001
FACULDADE DE ENGENHARIA QUÍMICA DE LORENA DEPARTAMENTO DE BIOTECNOLOGIA
PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOTECNOLOGIA INDUSTRIAL
ESTUDO DA VAZÃO MÁSSICA DE ADIÇÃO DE SUBSTRATO PARA O PROCESSO DE PRODUÇÃO DE 2,3-BUTANODIOL EM SISTEMA
DESCONTÍNUO ALIMENTADO
Dissertação de mestrado apresentada como parte das exigências para a obtenção do título de Mestre em Biotecnologia Industrial
Banca examinadora:
Dr. Arnaldo Márcio Ramalho Prata (Presidente) Dr. Adalberto Pessoa Júnior Ora. Inês Conceição Roberto
Estudante:
Daniela Fernanda Zanão
Lorena - SP - Brasil 2001
FACULDADE DE ENGENHARIA QUÍMICA DE LORENA DEPARTAMENTO DE BIOTECNOLOGIA
PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOTECNOLOGIA INDUSTRIAL
ESTUDO DA VAZÃO MÁSSICA DE ADIÇÃO DE SUBSTRATO PARA O PROCESSO DE PRODUÇÃO DE 2,3-BUTANODIOL EM SISTEMA
DESCONTÍNUO ALIMENTADO
Este exemplar corresponde à versão final da dissertação de mestrado aprovada pela banca examinadora.
Dr. Arnaldo Márcio Ramalho Prata Orientador e Presidente da Banca Examinadora
Lorena - SP - Brasil 2001
À minha família,
Ao meu namorado Alípio.
AGRADECIMENTOS
A Deus pelas vitórias conquistadas.
Ao Departamento de Biotecnologia da Faculdade de Engenharia
Química de Lorena pela oportunidade de realizar este trabalho.
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
(CAPES) pelo apoio financeiro.
Ao Professor Arnaldo Márcio Ramalho Prata pela amizade e orientação,
pelo apoio, incentivo e compreensão, pelas sugestões fundamentais para o
meu crescimento profissional.
Aos Professores Inês Conceição Roberto e João Batista de Almeida
pelas sugestões, contribuições e ensinamentos imprescindíveis para a
realização deste trabalho.
Aos professores Maria das Graças de Almeida Felipe e Silvio Silvério da
Silva pelos ensinamentos e incentivos.
À Rita de Cássia, Paulo Roberto e Nicamor pela amizade e contribuição
em vários momentos.
Aos amigos e companheiros de pela amizade, ajuda e cooperação.
À todos que de algum modo contribuíram para a realização deste
trabalho
CONTEÚDO
LISTA DE TABELAS .i
LISTA DE FIGURAS .iii
1. INTRODUÇÃO 1
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 3
2.1. Materiais Lignocelulósicos 3
2.2. 2,3-BUT ANODIOL 6 2.2.1. Aplicações 6 2.2.2. Produção 8 2.2.3. Processos de Produção .16
3. OBJETIVOS 18
4. MATERIAL E MÉTODOS 19
4.1. Hidrolisado 19 4.1.1. Obtenção 19 4.1.2. Concentração 19 4.1.3. Tratamento 20
4.2. Fermentação 21 4.2.1. Microrganismo 21 4.2.2. Meio de ativação 21 4.2.3. Meio de fermentação (fase batelada) 21 4.2.4. Meio de alimentação 22 4.2.5. Condições de fermentação 22
4.3. Concentração de hidrolisado 23
4.4. Efeito da vazão mássica de adição de substrato 24 4.4.1. Planejamento estatístico 24
4.5. Métodos analíticos 25 4.5.1. Concentração de Açúcares e Ácido Acético 25 4.5.2. Concentração de Produtos 25 4.5.3. Concentração de Furfural e Hidroximetilfurfural.. 26 4.5.4. Concentração celular 26 4.5.5. kLa 26
4.6. Parâmetros Fermentativos 27
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO 29
5.1. Caracterização do hidrolisado 29
5.2 .. Concentração de Substrato 30
5.3 Meio de Ativação " 34
5.4. Efeito da vazão mássica de adição de substrato 35 5.4.1. Análise estatística 45 5.4.2 Planejamento Rotacional 51 5.4.3. Análise estatística para o planejamento rotacional.. 57
6. CONCLUSÕES 65
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 66
APÊNDICE
LISTA DE TABELAS
Tabela 2.1 Aplicações do 2,3-butanodiol 8
Tabela 4.1 Nutrientes do meio empregado por FRAZER, McCASKEY (1989) 22
Tabela 4.2 Fatores e níveis do planejamento fatorial 24
Tabela 4.3 Matriz de planejamento experimental fatorial 22 completo com triplicata do ponto central.. 25
Tabela 5.1 Composição do hidrolisado obtido 29
Tabela 5.2 Concentração de açúcares redutores totais (ART) e volume de hidrolisado antes e após o tratamento realizado conforme item 4.1.3 31
Tabela 5.3 Teores de furfural e hidroximetilfurfural (HMF) de diferentes hidrolisados: concentrado antes do tratamento e concentrado após o tratamento 32
Tabela 5.4 Composição do hidrolisado obtido antes e após tratamento 33
Tabela 5.5 Concentração de açúcares redutores totais estimada e obtida, em hidrolisado submetido a tratamento seguido de concentração 33
Tabela 5.6 Parâmetros fermentativos dos ensaios 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7 conduzidos em sistema descontínuo alimentado, em diferentes valores de vazão mássica de adição de substrato 45
Tabela 5.7 Matriz corrigida do planejamento fatorial 22 com os níveis reais e codificados para os fatores concentração de substrato no meio de alimentação e vazão de alimentação e os resultados obtidos de conversão de xilose em 2,3-butanodiol. 46
Tabela 5.8 Estimativas dos efeitos, erros-padrão e teste t para a conversão de xilose em 2,3-butanodiol 47
Tabela 5.9 Análise de variância dos fatores concentração de substrato no meio de alimentação e vazão de alimentação e suas interações 48
Tabela 5.10 Análise de variância da curvatura para o modelo que representa a conversão de xilose em 2,3-butanodiol por Klebsiella pneumoniae em sistema descontínuo alimentado 48
Tabela 5.11 Matriz de planejamento experimental rotacional 51
Tabela 5.12 Parâmetros fermentativos dos ensaios 8, 9, 10 e 11 conduzidos em sistema descontínuo alimentado em diferentes valores de vazão mássica 52
Tabela 5.13 Matriz corrigida do planejamento rotacional apresentando os níveis reais e codificados para os fatores concentração de substrato e vazão de alimentação e resultados obtidos em conversão de xilose em 2,3-butanodiol 58
Tabela 5.14 Estimativa dos efeitos, erros - padrão e teste t para a conversão de xilose em 2,3-butanodiol. 58
Ta bela 5.15 Análise de variância dos fatores concentração de substrato no meio de alimentação e vazão de alimentação e suas interações 60
Tabela 5.16 Análise de variância de regressão para o modelo que representa a conversão de xilose em 2,3-butanodiol por Klebsiella pneumoniae em sistema descontínuo alimentado 60
ii
LISTA DE FIGURAS
Figura 2.1 Classificação das principais bactérias produtoras de 2,3-butanodiol (MAGEE, KOSARIC, 1987).9Erro! Indicador não definido.
Figura 2.2 Conversão de pentoses e pentióis a D-Xilulose-5-P. Enzimas: (1) Quinase; (2) lsomerase; (3) Desidrogenase; (4) 3-Epimerase; (5) 4-Epimerase 11
Figura 2.3 Via das Pentases-Fosfato (JANSEN, TSAO, 1983) 12
Figura 2.4 Conversão de Piruvato a 2,3-butanodiol (JANSEN, TSAO, 1983) 13
Figura 4.1 Evaporador a vácuo de capacidade para 4 L. 20
Figura 4.2 Fermentador de bancada tipo BIOFLO Ili (New Brunswick Sc.Co.) 23
Figura 5.1 Concentração celular (a) e velocidade de crescimento celular (b) em função do tempo, durante cultivo de Klebsiella pneumoniae em meio sintético, em frascos agitados 34
Figura 5.2 Concentrações de células (-•-), açúcares (-9-) e de butanodiol (-A-) (a) e massas de células (-•-), açúcares (-4'-) e de butanodiol (-A-) (b), em função do tempo, durante fermentação em sistema descontínuo alimentado com vazão de alimentação de 50 ml/h e concentração de substrato no meio de alimentação de 138,4 g/L (ensaio 1 ) 37
Figura 5.3 Concentrações de células (-•·), açúcares (-•-> e de butanodiol (-A-) (a) e massas de células (-•·), açúcares (-•-) e de butanodiol (-A-) (b), em função do tempo, durante fermentação em sistema descontínuo alimentado com vazão de alimentação de 50 ml/h e concentração de substrato no meio de alimentação de 238, 1 g/L (ensaio 2) 38
Figura 5.4 Concentrações de células (-•·), açúcares (-•-> e de butanodiol (-A-) (a) e massas de células (-•-), açúcares (-~-) e de butanodiol (-A-) (b), em função do tempo, durante fermentação em sistema descontínuo alimentado com vazão de alimentação de 150 ml/h e concentração de substrato no meio de alimentação de 150,5 g/L (ensaio 3) 39
Figura 5.5 Concentrações de células (-•-), açúcares (-8-) e de butanodiol (-A-) (a) e massas de células (-•-), açúcares (-4'-) e de butanodiol (-A-) (b), em função do tempo, durante fermentação em sistema descontínuo alimentado com vazão de alimentação de 150 ml/h e concentração de substrato no meio de alimentação de 253,6 g/L (ensaio 4) 40
Figura 5.6 Concentrações de células (-•·), açúcares (-9-) e de butanodiol (-A.-) (a) e massas de células (-•-), açúcares (-~-) e de butanodiol (-/\-) (b), em função do tempo,
iii
durante fermentação em sistema descontínuo alimentado com vazão de alimentação de 100 mUh e concentração de substrato no meio de alimentação de 203,6 g/L (ensaio 5) 41
Figura 5.7 Concentrações de células (-•-), açúcares (-•-) e de butanodiol (-.6.-) (a) e massas de células (-•·), açúcares (-•-> e de butanodiol (-A-) (b), em função do tempo, durante fermentação em sistema descontinuo alimentado com vazão de alimentação de 100 mUh e concentração de substrato no meio de alimentação de 201,6 g/L (ensaio 6) 42
Figura 5.8 Concentrações de células (-•·), açúcares (-•-) e de butanodiol (-.A-) (a) e massas de células (-•-), açúcares (-• -) e de butanodiol (-h -) ( b ), em função do tempo, durante fermentação em sistema descontínuo alimentado com vazão de alimentação de 100 mUh e concentração de substrato no meio de alimentação de 198,7 g/L (ensaio 7) 43
Figura 5.9 Distribuição de resíduos que representa o fator de conversão de substrato em produto, em função da concentração de substrato no meio de alimentação e da vazão de alimentação, durante a produção de 2,3-butanodiol por Klebsiella pneumoniae em sistema descontínuo alimentado 47
Figura 5.10 Superfície de resposta descrita pelo fator de conversão de substrato em produto, em função da concentração de substrato no meio de alimentação (fator A) e da vazão de alimentação (fator 8), durante a produção de 2,3-butanodiol por Klebsiella pneumoniae em sistema descontínuo alimentado 49
Figura 5.11 Curvas de nível descritas pelo fator de conversão de substrato em produto, em função da concentração de substrato no meio de alimentação (fator A) e da vazão de alimentação (fator 8), durante a produção de 2,3-butanodiol por Klebsiella pneumoniae em sistema descontínuo alimentado 50
Figura 5.12 Concentrações de células (-•-), açúcares (-9-) e de butanodiol (-A-) (a) e massas de células(-•-), açúcares (-flt-) e de butanodiol (-.~-) (b) em função do tempo, durante fermentação em sistema descontínuo alimentado com vazão de alimentação de 100 ml/h e concentração de substrato no meio de alimentação de 117 ,4 gil ( ensaio 8) 53
Figura 5.13 Concentrações de células (-•·), açúcares (-9-) e de butanodiol (-A-) (a) e massas de células(-•-), açúcares (-0-) e de butanodiol (-A-) (b), em função do tempo, durante fermentação em sistema descontínuo alimentado com vazão de alimentação de 100 mUh e concentração de substrato no meio de alimentação de 265,5 g/L (ensaio 9) 54
iv
Figura 5.14 Concentrações de células (-•·), açúcares <-•-) e de butanodiol {-.Ã-) (a) e massas de células(·•·), açúcares (-•-) e de butanodiol (-.A-) (b), em função do tempo, durante fermentação em sistema descontínuo alimentado com vazão de alimentação de 32,6 mUh e concentração de substrato no meio de alimentação de 189,5 g/L (ensaio 10) 55
Figura 5.15 Concentrações de células (-•·), açúcares (-•-) e de butanodiol (-•-) (a) e massas de células(·•·), açúcares <-•-) e de butanodiol (-A-) (b), em função do tempo, durante fermentação em sistema descontínuo alimentado com vazão de alimentação de 170 ml/h e concentração de substrato no meio de alimentação de 191,6 gil (ensaio 11) 56
Figura 5.16 Distribuição de resíduos do modelo proposto que representa o fator de conversão de substrato em produto, em função da concentração de substrato no meio de alimentação e da vazão de alimentação, durante a produção de 2,3-butanodiol por Klebsiella pneumoniae em sistema descontínuo alimentado 59
Figura 5.17 Superfície de resposta descrita pelo modelo que representa o fator de conversão de substrato em produto, em função da concentração de substrato no meio de alimentação (fator A) e da vazão de alimentação (fator 8), durante a produção de 2,3-butanodiol por Klebsiella pneumoniae em sistema descontínuo alimentado 62
Figura 5.18 Curvas de nível descritas pelo modelo que representa o fator de conversão de substrato em produto, em função da concentração de substrato no meio de alimentação (fator A) e da vazão de alimentação (fator 8), durante a produção de 2,3-butanodiol por Klebsiella pneumoniae em sistema descontínuo alimentado 63
Figura 5.19 Concentrações de células (-•-), açúcares (-•-> e de butanodiol (-A-) (a) e massas de células(-•-), açúcares (-9-) e de butanodiol (-A-) (b), em função do tempo, durante fermentação em sistema descontínuo alimentado com vazão de alimentação de 170 mUh e concentração de substrato no meio de alimentação de
- ·-
117, 1 g/L 64
V
RESUMO
Estudo da vazão mássica de adição de substrato para o processo de produção de 2,3-butanodiol em sistema descontínuo alimentado. Daniela Fernanda Zanão. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-graduação em Biotecnologia Industrial, Departamento de Biotecnologia, Faculdade de Engenharia Química de Lorena. Orientador: Dr. Arnaldo Márcio Ramalho Prata (Departamento de Biotecnologia, FAENQUIL, CP 116, 12600-970, Lorena, SP, Brasil). Banca examinadora: Dr. Adalberto Pessoa Jr. e Ora: Inês Conceição Roberto. Novembro de 2001.
Pelo presente trabalho estudou-se a produção de 2,3-butanodiol, a partir de hidrolisado hemicelulósico de eucalipto, empregando-se a bactéria Klebsiella pneumoniae, em sistema descontínuo alimentado.
Verificou-se o limite de concentração do hidrolisado em função da perda de açúcares e de volume durante o tratamento. Com base nos resultados obtidos optou-se pelo tratamento antes da concentração, para reduzir as perdas de volume e de açúcar. Concluiu-se que o hidrolisado pode ser concentrado até cerca de 400 g/L de açúcares redutores sem inviabilizar sua utilização em processos fermentativos sob o ponto de vista material.
Com o objetivo de verificar o efeito da vazão mássica de adição de substrato foram empregados diferentes valores de vazão de alimentação e de concentração de açúcares no meio de alimentação, de acordo com um planejamento fatorial 22 com triplicata no ponto central. A partir do planejamento estatístico pôde-se obter um modelo matemático para a conversão de xilose em 2,3-butanodiol, no nível de 95% de confiança. O ponto máximo de conversão de substrato em produto (0,43 g/g) foi obtido- empregando-se um valor de vazão mássica de 19,9 g/h (Si= 117, 1 g/L e~= 170 mUh).
Verificou-se ainda que o hidrolisado hemicelulósico com elevado nível de concentração pode impedir a atividade da bactéria, provavelmente devido aos altos níveis de inibidores.
ABSTRACT
ln the present work Klebsiella pneumoniae was employed to produce 2,3-butanediol from eucalyptus hemicellulosic hydrolysate by fed-batch fermentation system.
The hydrolysate concentration limit, as a function of substrate and volume losses during the treatment was verified. Basead on the results, the hydrolysate was treated before evaporation to reduce the volume and substrate losses. lt was also found that concentrating the hydrolysate up to 400 g/L does not make it inviable for fermentation processes.
ln order to verify the effect of the mass rate of substrate addition, different values of feed rate and substrate concentration were employed, according to a 22
factorial design. This statistical design made it possible to obtain a mathematical model for the conversion of xylose into 2,3-butanediol, at 95% confidence level. The maximum conversion factor (0.43 g/g) was attained when the mass rate was 19.9 g/h (Si= 117.1 g/L and <!> = 170 mUh).
lt was also found that a highly concentrated hemicellulosic hydrolysate can impair the bacterial activity, probably dueto the high leveis of inhibitors.
1. INTRODUÇÃO
Os materiais lignocelulósicos constituem a principal forma disponível de
biomassa na natureza, sendo uma fonte de substrato barata e renovável. Em
conseqüência da natureza polissacarídica, os materiais lignocelulósicos não
são diretamente utilizados pelos microrganismos, sendo necessário hidrolisar
seus componentes nos respectivos monômeros. O emprego desses materiais
para produção de 2,3-butanodiol tem sido considerado de interesse na área de
conversão de biomassa em combustíveis líquidos e em substâncias químicas
de interesse industrial.
A produção de 2,3-butanodiol por via fermentativa é de grande interesse
devido a variedade de aplicações deste composto. Pode ser utilizado como
anticongelante, devido ao baixo ponto de congelamento (-60 ºC) de seu
isômero levo. É considerado um importante intermediário químico, podendo ser
transformado em diversas substâncias de interesse industrial, como é o caso
do 1,3-butadieno, importante substância química empregada na fabricação de
borracha sintética. Outro produto de interesse industrial obtido a partir do
2,3-butanodiol é a metil-etil-cetona (MEC), que é utilizada como solvente
industrial.
Uma grande parte das substâncias nas quais o 2,3-butanodiol pode ser
convertido são atualmente obtidas do petróleo. Como a produção mundial do
petróleo encontra-se permanentemente ameaçada por problemas políticos ou
de esgotamento, tem-se aumentado o incentivo ao desenvolvimento de
tecnologias para produção de 2,3-butanodiol por via fermentativa.
1
A bactéria Klebsiella pneumoniae possui a capacidade de utilizar os
principais açúcares (glicose, xilose, arabinose e celobiose) derivados de
hidrolisados hemicelulósicos, além de ter a vantagem de ser facilmente
cultivada, crescendo rapidamente em meios simples.
Estudos foram realizados no DEBIQ-FAENQUIL visando otimizar o
processo de produção de 2,3-butanodiol o que tem permitido alcançar
produtividades cada vez maiores. PRATA (1997) empregou o sistema
descontínuo alimentado para produzir 2,3-butanodiol a partir de hidrolisado
hemicelulósico de eucalipto, obtendo uma produtividade, eficiência e máxima
concentração de produto de 1,86 g/Lh, 80 % e 29,4 g/L, respectivamente,
porém com uma concentração de produto relativamente baixa, comparando-se
com os dados da literatura. Entende-se que esta concentração pode ser
aumentada fornecendo-se uma maior quantidade de substrato, uma vez que a
eficiência de conversão apresenta um valor próximo do teórico. Além disto,
GARCIA (1999) utilizando uma vazão de alimentação igual a 72 ml/h e S0 igual
a 90 g/L, verificou que não houve um acúmulo de substrato no meio na
condição de fermentação que proporcionou o melhor resultado de produção de
2,3-butanodiol, obtendo uma produtividade de 2, 15 g/Lh. Isso possibilita a
utilização de uma vazão de alimentação maior, o que resultaria em maiores
valores de produtividade. Assim, através do presente trabalho, pretende-se
aumentar a conversão de substrato em 2,3-butanodiol e a concentração de
produto no meio fermentado, determinando-se a melhor vazão mássica de
alimentação de substrato.
2
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. Materiais Lignocelulósicos
Grandes quantidades de resíduos vegetais e agro-industriais são
gerados e acumulados na natureza, ocasionando sérios problemas de poluição
ambiental (US ENVIRONMENTAL PROTECTION AGENCY, 1995). Estes
resíduos constituem reservas naturais renováveis e representam uma
importante fonte de matérias primas de baixo custo que podem ser utilizadas
para obtenção de insumos de alto valor como combustíveis líquidos e
substâncias químicas (KERN et ai., 1998).
O Brasil é um dos países que mais realiza reflorestamento, ocupando o
3º lugar dentre os países de clima tropical, com uma área plantada de 7
milhões de hectares, o que representa 16% dos 44 milhões registrados pela
FAO (Food Agricultura! Organization) em 1994. Este órgão estima uma
expansão das plantações para o ano 2050, de 3,2 vezes a área plantada em
1991.
Em virtude de seu rápido crescimento e o não comprometimento com as
florestas nativas e da aplicabilidade de sua madeira para diversos fins, o
eucalipto tem sido a essência florestal mais procurada para reflorestamento no
Brasil (GOMES, COUTO, 1986), o qual teve início em 1967 com o plantio de
13.877 hectares do mesmo em vários estados do país (MAGALHÃES, 1986). O
Governo do Estado de São Paulo tem planejado incrementar a área de
3
plantações de eucalipto de 750 mil hectares em 1990 para algo entre 1,5 e 2,8
milhões de hectares no ano de 2015 (FEARNSIDE, 1998).
Estes resíduos constituem a principal forma disponível de biomassa na
natureza, (KOUKLOS, VALKANAS, 1982). Os principais componentes dos
materiais lignocelulósicos são celulose, hemicelulose e lignina, em proporções
que variam de 40% a 50%, 15% a 30% e 10% a 30%, respectivamente
(DEKKER, 1985). Como exemplo pode-se citar o eucalipto, com cerca de 40 a
62% de celulose, 12 a 22% de hemicelulose e 15 a 22% de lignina (VITAL,
DELLA LUCIA, 1986).
A celulose, base estrutural da parede celular dos vegetais, pode ser
descrita como um polímero linear de moléculas de glicose, unidas por ligações
glicosídicas p-1,4; a hemicelulose é um polímero altamente complexo,
constituído por diferentes pentoses (xilose e arabinose) e hexases (glicose,
manose e galactose); a lignina, encontrada na parede celular de todas as
plantas vasculares, é uma macromolécula de estrutura polifenólica complexa
(FENGEL, WEGENER, 1989).
De acordo com DALE (1987), o custo de vários produtos de fermentação
de importância dependem do custo da fonte de carboidrato. Segundo este
autor, a conversão de materiais lignocelulósicos oferece potencial para a
obtenção de açúcares fermentescíveis de baixo custo. Para alcançá-lo é de
fundamental importância o uso integrado de todos os componentes da
biomassa vegetal. Esta condição também é mencionada por GARG, JAIN
( 1995) em sua revisão sobre produção fermentativa de 2,3-butanodiol.
Segundo Flickinger (1980), citado por YU et ai. (1985), a hemicelulose
pode servir como uma fonte abundante e barata de carboidratos
fermentecíveis. A eficiente utilização da hemicelulose poderia aumentar a
economia de muitos dos processos que geralmente enfatizam a conversão da
celulose em combustíveis líquidos e substâncias químicas. Somente a fração
celulósica é hoje utilizada para a manufatura de papel à partir da polpa de
madeira, ao passo que a lignina e a fração hemicelulósica são queimadas para
produzir calor ou descartadas (CONVERTI et ai., 2000) .
Em conseqüência de sua natureza polissacarídica, os materiais
lignocelulósicos não são utilizados diretamente pelos microrganismos em
processos fermentativos, sendo necessário proceder hidrólise de seus
4
componentes (DEKKER, 1985). Os principais produtos obtidos por hidrólises
químicas e enzimáticas de frações hemicelulósicas são uma mistura de
pentases (L-arabinose e D-xilose), hexoses (D-glucose, D-galactose e D-
manose), e dímeros de baixa massa molar como, por exemplo, a celobiose
(YU, SADDLER, 1982). Vários de métodos têm sido empregados para se
proceder ao fracionamento dos materiais lignocelulósicos, tais como hidrólise
ácida (TSAO, 1986) e enzimática (MOTWANI et ai. 1993). YU et ai. (1982)
estudaram a hidrólise ácida de lascas de madeira, submetidas previamente a
explosão a vapor, para produção de 2,3-butanodiol pela bactéria Klebsiella
pneumoniae. Utilizando material lignocelulósico, GONG et ai. (1997)
empregaram um processo de sacarificação e fermentação simultâneas para a
produção de 2,3-butanodiol. Neste caso, as frações de celulose e hemicelulose
foram hidrolisadas pela celulase, obtendo-se glicose, xilose e uma mistura de
outros açúcares em menor quantidade, predominando arabinose. Foram
obtidas maiores velocidades de hidrólise e rendimento em produto que nos
processos envolvendo hidrólise e fermentação separadas. Segundo Parisi
(1989), citado por PALMQUIST et ai. (2000), a hidrólise enzimática leva a um
maior rendimento em monossacarídeos que hidrólise ácida, devido a enzima
celulase catalizar somente as reações de hidrólise e não as reações de
degradação.
De acordo com FRAZER, McCASKEY (1989) um dos principais
problemas relativos a utilização dos hidrolisados hemicelulósicos é a presença
de substâncias inibidoras do crescimento dos microrganismos. Leonard, Hajny
(1945), citados por FRAZER, McCASKEY (1991), identificaram quatro grupos
de inibidores do crescimento microbiano em hidrolisado de madeira. O primeiro
grupo consiste de inibidores derivados de metais ou minerais presentes na
madeira, no solo ou nos equipamentos de hidrólise; o segundo é o grupo de
produtos da decomposição de carboidratos, incluindo furfural,
hidroximetilfurfural; os outros dois grupos são formados principalmente por
compostos fenólicos, incluindo produtos da degradação da lignina e compostos
derivados dos extrativos da madeira. NISHIKAWA et ai. (1988), em estudo
realizado com diversos inibidores concluíram que em baixas concentrações ou
com o prolongamento no tempo de fermentação pode-se atenuar o efeito
inibidor de alguns desses compostos. O processo de evaporação a vácuo é
5
necessário para aumentar a quantidade de açúcares nos hidrolisados. Este
processo associado com tratamento utilizando carvão ativado reduz a
concentração de ácido acético, furfural, hidroximetilfurfural e compostos
fenólicos (RODRIGUES et ai., 2001).
CONVERTI et ai. (2000) empregando o processo de "steam explosion"
para a hidrólise de Eucalyptus globulus para a produção de xilitol realizaram
diversos tratamentos para a remoção dos compostos inibidores. A precipitação
através de elevação e abaixamento de pH e a adsorção com carvão ativo
foram mais adequados para remoção dos compostos derivados da lignina.
PRATA, HISS (1998) verificaram que o tratamento por elevação do pH com
CaO e abaixamento com H2S04 combinado com a adsorção por carvão ativo
proporcionaram melhores resultados de crescimento da bactéria Klebsiel/a
pneumoniae em meio preparado com hidrolisado hemicelulósico de eucalipto,
obtido por hidrólise ácida.
2.2. 2,3-BUTANODIOL
2.2.1. Aplicações
O emprego de materiais lignocelulósicos para a produção de
2,3-butanodiol tem sido considerado de interesse na área de conversão de
biomassa em líquidos combustíveis e substâncias químicas de interesse
industrial.
O 2,3-butanodiol, também conhecido como 2,3-butilenoglicol,
2,3-dihidroxibutano e dimetilenoglicol, é um composto orgânico de grande
interesse econômico. Pode ser obtido tanto por via química como por via
fermentativa, sendo o principal produto da fermentação butileno-glicólica
(MAGEE, KOSARIC, 1987).
As pesquisas para obtenção do 2,3-butanodiol por via fermentativa se
intensificaram durante a li Guerra Mundial em antecipação à falta do
1,3-butadieno sintético obtido por fontes petroquímicas. Este composto pode
ser produzido pela desidratação do 2,3-butanodiol e usado na manufatura de
6
borracha sintética (PRESCOTT, DUNN, 1959; MADDOX, 1988). O processo
fermentativo de produção de 2,3-butanodiol tornou-se inviável em face do
desenvolvimento da rota química de obtenção do 1,3-butadieno a partir do
petróleo (VOLOCH et ai., 1985).
O 2,3-butanodiol possui uma série de aplicações, entre as quais
podemos citar a utilização do isômero levo, que devido ao seu baixo ponto de
congelamento (-60ºC), é a base de interesse comercial para uso como
anticongelante (Clendenving, 1946 e Clendenving, Wright, 1946, citados por
MAGEE, KOSARIC, 1987). SOL TYS et ai. (1998) empregaram 2,3-butanodiol
para o congelamento de fígado de rato, e EVANS, AZEMAN (1998) estudaram
as propriedades do dimetil sulfóxido e do 2,3-butanodiol como crioprotetores.
Pode também ser utilizado como combustível líquido, uma vez que possui calor
de combustão maior que o do metanol e próximo ao do etanol (MAGEE,
KOSARIC, 1987). O 2,3-butanodiol é um composto biodegradável podendo ser
empregado como um solvente ou agente de ligação para a produção de tintas
e polímeros, não agredindo o meio ambiente (AFSCHAR et ai., 1993).
O 2,3-butanodiol é conhecido por ter uma aplicação potencial na
obtenção de tintas de impressão, perfumes, explosivos, plastificantes e como
suporte para a indústria farmacêutica, entre outros (MAGEE, KOSARIC, 1987).
Este composto também pode ser transformado em diversas substâncias de
interesse para a indústria, sendo caracterizado como um importante
intermediário químico (MAGEE, KOSARIC, 1987). A Tabela 2.1 apresenta uma
relação de compostos dos quais o 2,3-butanodiol é precursor.
A maior parte dos compostos nos quais o 2,3-butanodiol pode ser
convertido, atualmente são obtidos a partir do petróleo. No entanto, as
atividades industriais baseadas nessa matéria-prima encontram-se
permanentemente ameaçadas por problemas de esgotamento ou políticos
(MERCADO, 2000).
7
Tabela 2.1 Aplicações do 2,3-butanodiol
COMPOSTO PROCESSO FINALIDADE REFERÊNCIA
Meti 1-eti 1-cetona Desidratação Solvente industrial NEISH,
catalisada por e aditivo para LEDINGHAM (1949)
ácido combustível
Éter Reação com Mistura à gasolina VOLOCH et ai.
tetra-metílico acetona (1985)
Diacetil Desidrogenação Aditivo para MAGEE, KOSARIC
catalítica alimentos (1987)
1,3-butadieno a. Desidrogenação Borracha sintética MAGEE, KOSARIC
catalítica de (1987)
2-buteno
b. Esterificação
com ácido acético e
pirólise do
diacetato formado
Diésteres do Esterificação Plastificantes de VOLOCH et ai.
butanodiol polímeros (1985)
termoplásticos
Adaptado de SILVEIRA (1991)
2.2.2. Produção
2.2.2.1. Microrganismo
Segundo Fields, Richmod (1967), citados por MAGEE, KOSARIC (1987),
inúmeras leveduras e fungos filamentosos têm habilidade de formar
2,3-butanodiol, no entanto os rendimentos são extremamente baixos, e em
conseqüência disso os processos que empregam estes microrganismos são
inviáveis. As bactérias são consideradas os organismos de importância
8
industrial para a fermentação butileno-glicólica (GARG, JAIN, 1995). As
principais espécies são encontradas no gênero Klebsiella, Bacillus, Serratia e
Pseudomonas (Figura 2.1) (MAGEE, KOSARIC, 1987). SAHA, BOTHAST
(1999) empregaram Enterobacter c/oacae no processo de obtenção de
2,3-butanodiol. CONVERTI et ai. (2001) utilizaram Enterobacter aerogenes e
Bacil/us licheniformis para produção de 2,3-butanodiol.
Klebsiel/a pneumoniae e Bacil/us po/ymyxa são as bactérias usualmente
utilizadas para produção comercial de 2,3-butanodiol (MADDOX, 1988). Porém,
K/ebsiella pneumoniae produz o dobro de 2,3-butanodiol em relação ao Bacillus
polymyxa e apresenta baixa produção de etanol (MAGEE, KOSARIC, 1987). As
principais características dessa bactéria são a estabilidade genética (LONG,
PATRICK, 1963); a ausência de problemas de inibição pelo produto formado,
podendo chegar a concentrações de 2,3-butanodiol de 80 g/L
(SABLAYROLLES, GOMA, 1982) ou 90 g/L (TSAO, 1986) no meio de
fermentação. Um dos principais atributos da Klebsiella pneumoniae na
conversão de biomassa é sua capacidade de converter todos os principais
açúcares presentes nos hidrolisados hemicelulósicos (YU, SADDLER, 1982) e
celulósicos (YU et ai., 1984) em 2,3-butanodiol.
ORDEM FAMÍLIA GÊNERO ESPÉCIE
Klebsiella ----K preummioe
~area,L~---- E oerogenes
~&rraria-----Srrnrcescens Eubacterial
Pseudotmnadales---- Pseudotmnadaceae - Aeromnas --- A hydrophila
Figura 2.1 Classificação das principais bactérias produtoras de 2,3-butanodiol (MAGEE, KOSARIC, 1987).
9
2.2.2.2. Via Metabólica
O mecanismo bioquímico de obtenção de 2,3-butanodiol a partir de
pentases, por Klebsiella pneumoniae, consiste na conversão das mesmas em
xilulose-5-fosfato (Figura 2.2), a qual é convertida completamente em triose
utilizando as enzimas transaldolase e transcetolase da via das
Pentases-Fosfato, como ilustrado na Figura 2.3. Gliceraldeído-3-fosfato é
convertido a piruvato por enzimas da via glicolítica. A conversão de piruvato a
2,3-butanodiol, segundo JANSEN,TSAO (1983) é mostrada na Figura 2.4.
Os produtos da fermentação butileno-glicólica obtidos a partir de glicose,
identificados por PIRT (1957), são 2,3-butanodiol, etanol, C02, ácido fórmico e
acetoína. JANSEN, TSAO (1983), em trabalho sobre a bioconversão de
pentases em 2,3-butanodiol por Klebsiel/a pneumoniae, citam como produtos
provenientes desta fermentação os mesmos do metabolismo de glicose.
2.2.2.3. Fatores que influenciam a formação de produto
Temperatura
De acordo com MAGEE, KOSARIC (1987), a temperatura ótima para a
produção bacteriana de 2,3-butanodiol está no intervalo de 30-35 ºC.
CONVERTI et ai. (2001 ), utilizando Enterobacter aerogenes e Bacil/us
licheniformis para produção de 2,3-butanodiol, testaram diferentes
temperaturas entre 20 ºC e 45 ºC. Enterobacter aerogenes não mostrou
sensibilidade significativa a este parâmetro, sendo que os maiores rendimentos
de conversão foram encontrados a 39 ºC. Para Bacillus licheniformis, o máximo
rendimento foi obtido a 37 ºC, enquanto que houve um decréscimo na
produção de 2,3-butanodiol nas demais temperaturas. PIRT, CALLOW (1958),
utilizando cultura contínua para conversão de sacarose em 2,3-butanodiol por
Klebsiella pneumoniae, encontraram 30-37 ºC como intervalo ótimo de
temperatura. JANSEN, TSAO (1983) concluíram que a temperatura ótima para
crescimento da bactéria e para a formação de produto é aproximadamente
37 ºC. De fato, a maioria dos trabalhos que envolvem a produção de
2,3-butanodiol por Klebsiel/a pneumoniae é realizada a 37 ºC (FRAZER,
10
McCASKEY, 1989; SILVEIRA et ai., 1998; BERBERT, 1995; MENZEL et ai.,
1996; GARCIA, 1999). Alguns dos trabalhos que visam a produção de
2,3-butanodiol a partir de resíduos lignocelulósicos empregando esta bactéria
foram conduzidos a 37 ºC (GARCIA, 1999; FRAZER, McCASKEY, 1989; YU,
SADDLER, 1982; SADDLER et ai., 1983)
D-Ribose ( 1) D-Ribose-5-P
t (2)
D-Arabinose - (2) • + D-Ribulose (1) • D-Ribulose-5-P
Ribitol (3) t t D-Xilose (2) (4) l D-Lixose (2) +
• D-Xilulose-5-P -·--
D-Xilulose--(1) - t ~
D-Arabitol --(3) (5)
Xilitol (3 + L-Arabi nose---{2) • L-Ribulose--(1) • L-Ribulose-5-P
t (4)
L-Xilose (2) + + L-Lixose (2) L-Xilulose-(1) • L-Xilulose-5-P
L-Arabitol (3) t
Figura 2.2 Conversão de pentoses e pentióis a D-Xilulose-5-P. Enzimas: (1) Quinase; (2) lsomerase; (3) Desidrogenase; (4) 3-Epimerase; (5) 4- Epimerase.
11
Xilulose-5-P
i Ribulose-5-P
+ Ribose-5-P
1
Xilulose-5-P
1 V
____ T_r_an__,s/\tolase
+ Gliceraldeído-3-P
1
+ Sedoheptulose-7-P
1
Xi I ui ose-5-P
V Transaldolase
..-------/\'--------11 . + ... Entrose-4-P Frutose-6-P
ATP~l ATP~
Frutose-6-P ., 2 F rutose-16-di-P
V Transcetolase ..-----___,/\..____ + +
Gliceraldeído-3-P
+ 2 Diidrosiacetona-P 2 Gliceraldeído-3-P
2 Gliceraldeido-3-P
Reação global: 3 Xilulose-5-P + 5 ATP"-+ 5 Gliceraldeido-3-P
Figura 2.3 Via das Pentoses-Fosfato (JANSEN, TSAO, 1983).
12
CH3 C02 CH3 C02 CH3 NAD+ CH3 1 ?+ 1 / 1 ~ ... 1 C=O ... C=O ... C=O .11111 H-C-OH 1 1 ? 1
7oH2 1
COOH H3C-C-OH H3C-C-OH H-C-OH 1 1 1 COOH H CH3
2 Piruvato Acetolactato Acetil Metil
Carbinol
2,3-Butanodiol
Figura 2.4 Conversão de Piruvato a 2,3-butanodiol (JANSEN, TSAO, 1983)
pH
Assim como a temperatura, o pH é um parâmetro fundamental na
regulação do metabolismo bacteriano (MAGEE, KOSARIC, 1987). GROVER et ai. (1990) examinaram o efeito do pH sobre a produção de 2,3-butanodiol a
partir de hidrolisado de madeira, por Klebsiella pneumoniae, e verificaram que
o pH inicial ótimo variava entre 5,5 e 6,0. Segundo PIRT, CALLOW (1958) a
máxima produção de 2,3-butanodiol ocorre em uma faixa de pH que varia de
5,0 a 6,0. Em valores de pH acima de 6,0 a produção decresce, aumentando a
formação de acetato. PRATA (1997) observou que a produção de
2,3-butanodiol, por Klebsiella pneumoniae, em meio preparado com hidrolisado
hemicelulósico de eucalipto, é favorecida em pH 5,8.
STÕRMER (1968a e b), descobriu que o pH ótimo para a ação da
enzima acetolactato sintase, necessária para a produção de 2,3-butanodiol, se
situa em torno de 5,8, e que o acetato tem o poder de ativar esta enzima e que
a atividade enzimática é inibida por fosfato e sulfato. Coincidentemente o pH
ideal para a atividade da acetolactato sintase, 5,8, se encontra na faixa de pH
na qual o ácido acético se apresenta em sua forma dissociada, ou seja acetato
(MAGEE, KOSARIC, 1987).
13
Concentração de substrato
Outro fator de grande importância para fermentação butileno-glicólica é a
concentração inicial de substrato. YU, SADDLER (1983) investigaram a
produção de 2,3-butanodiol por Klebsiella pneumoniae em altas concentrações
de açúcares. Sob condições limitadas de ar, 50 g de D-glucose e D-xilose por
litro foram convertidas de modo eficiente a 2,3-butanodiol, no entanto, a
eficiência da conversão decresceu com o aumento da concentração de
substrato (acima de 200 g/L). Esta tendência foi também observada em meios
contendo L-arabinose, D-galactose, D-manose e D-celobiose. Segundo Esener
et ai. (1981), citados por JANSEN, TSAO (1983), o decréscimo da velocidade
específica de crescimento com o aumento da concentração de substrato se
deve a diminuição da atividade de água.
SILVEIRA et ai. (1998), na fermentação de sacarose em sistema
descontínuo, verificou que o crescimento de Klebsiella pneumoniae é inibido
por concentrações iniciais de substrato acima de 60 gil. Utilizando uma
concentração inicial de 95 g/L de sacarose obteve-se uma produtividade de
1,34 g/L.h e uma conversão de substrato em produto de 0,49 g/g. No entanto,
para concentrações iniciais de sacarose acima de 100 g/L houve um
decréscimo no rendimento e na produtividade. Utilizando uma concentração
inicial de substrato de 204 g/L os valores de rendimento e produtividade obtidos
foram, respectivamente de 0,41 g/g e 1,05 g/Lh. Para evitar este problema foi
proposta a condução do processo em regime batelada alimentada. AFSCHAR
et ai. (1991) para minimizar a inibição da velocidade de crescimento celular por
altas concentrações de substrato empregou, para a produção de 2,3-butanodiol
a partir do melaço, o sistema de batelada com pulso de substrato. Após o
cultivo atingir uma alta concentração celular uma nova quantidade de substrato
foi adicionada. Utilizando esta fermentação em batelada com pulso de
substrato foi possível obter uma concentração de 98,6 g/L de 2,3-butanodiol.
A ótima concentração de açúcar freqüentemente depende do tipo de
matéria prima utilizada como fonte de carbono. Quando se utiliza meio
proveniente de materiais lignocelulósicos, por exemplo, um aumento na
concentração de açúcares resulta em aumento de outros componentes do
meio, sendo que alguns destes são inibitórios. Para meio sintético, quando
14
compostos inibitórios não estão presentes, a concentração inicial de açúcar de
aproximadamente 200 g/L pode ser empregada. (MADDOX, 1988).
A atividade de água pode explicar porque o processo de obtenção de
2,3-butanodiol é mais difícil com uma fonte complexa de carboidratos como
melado, hidrolisado de amido, ou hidrolisado de celulose. A concentração de
soluto total nestas fontes complexas de carbono é relativamente maior devido a
presença de não-carboidratos, como os compostos tóxicos. Esta maior
concentração de soluto causa diminuição da atividade de água, o que pode
explica as baixas velocidades metabólicas (JANSEN, TSAO, 1983).
Suprimento de oxigênio
Este é outro parâmetro importante que afeta o processo fermentativo. O
2,3-butanodiol é um produto do metabolismo anaeróbio, sendo que sua síntese
se inicia quando a concentração de oxigênio do meio se aproxima de zero
(JANSEN et ai., 1984). No entanto, SILVEIRA (1991) observou a formação de
produto em concentrações de oxigênio de até 80 % da concentração de
saturação em fermentação de sacarose por Klebsiella pneumoniae. No trabalho
de GARCIA (1999), em processo descontínuo alimentado, a partir de
hidrolisado hemicelulósico de eucalipto, também houve formação de
2,3-butanodiol em concentrações semelhantes de oxigênio dissolvido. Porém,
houve um nítido favorecimento da produção no momento em que a
porcentagem de oxigênio dissolvido no meio tornou-se próxima de zero.
JANSEN et ai. (1984) mostraram que um alto suprimento de oxigênio favorece
a formação de massa celular em detrimento da produção de 2,3-butanodiol.
Um decréscimo do suprimento de oxigênio aumenta o rendimento em produto,
porém leva a um decréscimo da velocidade de conversão devido a baixa
concentração celular. Neste sentido GARCIA (1999) definiu a melhor condição
de suprimento de oxigênio para o sistema descontínuo alimentado de produção
de 2,3-butanodiol, a partir de hidrolisado hemicelulósico de eucalipto. A
aeração foi avaliada em termos do coeficiente volumétrico de transferência de
oxigênio (kLa). Os resultados mostraram que a maior produtividade (2, 15 g/Lh)
foi encontrada utilizando-se o valor de kLa inicial igual a 100 n'. na fase de
batelada do processo descontínuo alimentado.
15
2.2.3. Processos de Produção
Diferentes sistemas de produção podem ser empregados em processos
fermentativos. Muitos estudos sobre fermentação de 2,3-butanodiol têm usado
a tradicional fermentação em sistema descontínuo (SABLA YROLLES, GOMA,
1984; RAMACHANDRAN et ai. 1990; BERBERT, 1995; JANSEN et ai. 1984).
Uma desvantagem da cultura em sistema descontínuo é que a concentração
final de 2,3-butanodiol é limitada por altas concentrações de substrato inicial
(JANSEN, TSAO, 1983). Para evitar este problema, alguns autores propõem
conduzir o processo em sistema descontínuo alimentado (SILVEIRA et ai.,
1998; OLSON, JOHNSON, 1948). O sistema descontínuo alimentado também
é indicado quando se tem problema de inibidores no meio de fermentação
(MOSER, 1985), como no emprego de materiais lignocelulósicos em que o
processo de hidrólise resulta na formação de diversos compostos inibidores
(SJOLANDER et ai., 1938). A produção de 2,3-butanodiol através de sistema
contínuo não é favorável, devido às baixas concentrações de produto e
rendimento obtidos, porém os níveis de produtividade são nitidamente
superiores aos demais (JANSEN, TSAO, 1983).
AFSCHAR et ai. (1991), na produção de 2,3-butanodiol a partir do
melaço, conduziram fermentações em sistema contínuo, descontínuo
alimentado e descontínuo com pulso de substrato. Os melhores valores de
produtividade (1,0 - 1, 1 g/L.h), rendimento (96 - 100% do valor teórico) e
concentração de 2,3-butanodiol (95,2 - 98,6 g/L) foram obtidos utilizando-se o
sistema de descontínuo com pulso.
GARCIA (1999) na produção de 2,3-butanodiol a partir de hidrolisado
hemicelulósico de eucalipto empregando o sistema descontínuo alimentado, na
condição de fermentação que proporcionou o melhor resultado de produção,
obteve uma produtividade de 2, 15 g/Lh. Numa tabela comparativa das
produtividades obtidas em diferentes formas de condução do processo
(Tabela 2.2), o autor ressalta o seu processo como promissor, em razão do
valor obtido, considerando o uso de uma matéria prima impura.
16
Tabela 2.2 Alguns resultados descritos na literatura para a fermentação butileno-glicólica por Klebsiel/a pneumoniae
Modo de Substrato ou Yp,s Produtividade Referência operação Matéria-Prima (g/g) (g/Lh)
Batelada Glicose 0,45 1,10 SABLA YROLLES, GOMA, 1984
Batelada Sacarose 0,41 1,05 SILVEIRA, 1991
Batelada Xilose 0,30 1,35 JANSEN etal., 1984
Batelada Lactose 0,21 0,86 RAMACHANDRAN et ai., 1990
Batelada Melaço 0,50 1, 10 AFSCHAR et ai., 1991
Batelada Hidrolisado de 0,48 - FRAZER, madeira McCASKEY, 1989
Batelada Caldo-de-cana - 3,2 BERBET, 1995
Batelada Glicose 0,37 0,92 OLSON, alimentada JOHNSON, , 1948
Batelada Glicose 0,46 0,50 YU, SADDLER, alimentada 1983
Batelada Sacarose 0,35 2,63 SILVEIRA, 1991 alimentada
Batelada Hidrolisado de 0,45 1,86 PRATA, 1997 alimentada eucalipto
Batelada Xilose 0,50 0,50 YU, SADDLER, alimentada 1983
Contínuo Sacarose 0,32 3,28 PIRT, CALLOW, 1958
Contínuo e/ Glicose 0,43 9,84 RAMACHANDRAN, reciclo GOMA, 1988
17
3. OBJETIVOS
Geral
Aumentar a conversão de substrato em 2,3-butanodiol e a concentração
de produto no meio fermentado para o processo de obtenção de 2,3-butanodiol
por Klebsiella pneumoniae a partir de hidrolisado hemicelulósico de eucalipto,
em sistema descontínuo alimentado.
Específicos
• Verificar o limite de concentração do hidrolisado em função da perda de
açúcares e de volume durante o tratamento.
• Estudar a vazão de alimentação e a concentração de substrato no meio de
alimentação, em sistema descontínuo alimentado, visando a máxima
conversão de substrato em 2,3-butanodiol e concentração de produto no
meio fermentado.
18
4. MATERIAL E MÉTODOS
4.1. Hidrolisado
4.1.1. Obtenção
O hidrolisado hemicelulósico de eucalipto foi obtido a partir de cavacos
de eucalipto com dimensões aproximadas de 20 x 1 O x 5 mm, provenientes da
indústria de Papel Simão Ltda. A hidrólise foi conduzida em reator cilíndrico tipo
eixo rotativo a alta pressão, utilizando-se o processo de hidrólise ácida, nas
seguintes condições: solução ácida 0,35 % de ácido sulfúrico; relação matéria
seca : solução ácida igual a 1 :4; temperatura de 156 ºC e tempo de 26 minutos.
Após separar o hidrolisado do cavaco, este foi filtrado para separação dos
sólidos em suspensão.
4.1.2. Concentração
O hidrolisado foi concentrado à vácuo, em evaporador de capacidade
para 4,0 L (Figura 4.1 ), a uma temperatura de 70 ± 5 ºC, afim de se obter
teores de açúcares redutores desejados.
19
4.1.3. Tratamento
Antes de se proceder ao preparo do meio de fermentação o hidrolisado
foi submetido a um tratamento para remoção de compostos inibidores do
crescimento microbiano. O tratamento se baseou na variação do pH (elevação
a 8,0 com óxido de cálcio e abaixamento a 5,4 com ácido sulfúrico) seguida da
adsorção por carvão ativo em pó. O hidrolisado ficou em contato com o carvão
(15% após concentração e 4% antes da concentração) durante 1 hora, sob
agitação mecânica e temperatura de 30 ± 5 ºC. Em seguida o mesmo foi
separado por filtração.
Ci) Entrada de hidrolisado ! 11 : 0 Saída de hidrolisado
concentrado . 6 \ 0 Vácuo e saída de 1 1 )
.. ~-,..
condensado ; 10 ) © Entrada de vapor
( 5) 8 © Saída de vapor
. 7 ) i 9 1 ® Entrada de água de - resfriamento 0 Saída de água de resfriamento
- (!) Reservatório de líquido 1 3) ® Aquecimento
-- ~ Condensador
( 4 !
@ Defletor de espuma
1 2 1 --
Figura 4.1 - Evaporador a vácuo de capacidade para 4 L.
20
4.2. Fermentação
4.2.1. Microrganismo
Foi empregada, para todos os experimentos, a bactéria Klebsiella
pneumoniae NRRL 8-199, a qual foi mantida sob refrigeração em ágar
inclinado, contendo nutrientes do meio sintético FRAZER, McCASKEY (1989)
(Tabela 4.1).
4.2.2. Meio de ativação
Para a identificação da fase de maior velocidade de crescimento da
bactéria para que a inoculação fosse feita com as células nestas condições, a
bactéria foi ativada em meio sintético, em frascos Erlenmeyer de volume útil de
500 ml, sendo o volume utilizado de 100 ml, por cerca de 1 O horas, sob
agitação de 180 rpm, a 37 ºC, em incubadora de movimento circular (lnnova
4000 - New Brunswick Sc.Co.).
O meio foi constituído por uma solução de xilose suplementada com
nutrientes do meio sintético (Tabela 4.1). Após a adição dos nutrientes o pH foi
ajustado para 6,2, quando necessário. A concentração inicial de xilose no meio
foi de 20 gil.
4.2.3. Meio de fermentação (fase batelada)
O meio foi constituído por uma solução de xilose (30 g/L) e nutrientes do
meio sintético (Tabela 4.1). Após a mistura das soluções o pH foi ajustado para
6,9, quando necessário.
21
4.2.4. Meio de alimentação
O meio foi constituído pelo hidrolisado hemicelulósico de eucalipto obtido
e tratado conforme descrito anteriormente, e suplementado com os nutrientes
do meio sintético (Tabela 4.1). Após a adição dos nutrientes e ajuste do pH
para 5,8 o meio foi filtrado para remoção de sólidos em suspensão. As
soluções dos nutrientes foram preparadas com concentrações 40 vezes
maiores que as indicadas na Tabela 4.1, para evitar a diluição do hidrolisado no
momento do preparo do meio. Todas as soluções foram esterilizadas a 121 ºC
por 15 minutos.
Tabela 4.1 Nutrientes do meio empregado por FRAZER, McCASKEY (1989).
Nutriente Concentração final (g/L)
Fosfato diásico de amônio (NH4)2HP04 4,0
Fosfato monobásico de potássio (KH2P04) 1,0
Cloreto de sódio(NaCI) 1,0
Fosfato dibásico de sódio (Na2HP04) 1,0
Sulfato de magnésio (MgS04) 0,2
Extrato de levedura 1,5
pH = 6,2
4.2.5. Condições de fermentação
Foi empregado sistema descontínuo alimentado, sendo os ensaios
conduzidos em fermentador de bancada tipo BIOFLO Ili (New Brunswick
Sc.Co.) (Figura 4.2), com capacidade útil de 1,25 L, equipado com controle de
temperatura, pH, agitação e aeração, e medidor de oxigênio dissolvido. Na fase
inicial (batelada) os experimentos foram conduzidos a 37 ºC, pH mantido em
5,8 (ajustado com NaOH 6 N), sendo a aeração e a agitação definidas
conforme o valor de kLa (100 h-1). A concentração celular inicial foi igual a
22
0,6 g/L. A alimentação foi iniciada após 4 horas, quando a velocidade de
consumo de substrato for máxima (GARCIA, 1999).
Figura 4.2 Fermentador de bancada tipo BIOFLO Ili (New Brunswick Sc.Co.).
4.3. Concentração de hidrolisado
Inicialmente o hidrolisado foi concentrado até teores de açúcares
redutores totais iguais a 2,6, 6,0, 6,9 e 10,0 vezes o seu valor inicial. Em
seguida foi submetido ao tratamento descrito no item 4.1.3 e analisado quanto
ao teor açúcares redutores totais e volume final de hidrolisado.
23
4.4. Efeito da vazão mássica de adição de substrato
Nesta etapa foi empregado um planejamento fatorial completo de acordo
com a metodologia proposta por BARROS NETO et ai. (1995), em que os
fatores estudados foram: vazão de alimentação e concentração de substrato no
meio de alimentação, possibilitando a avaliação da vazão mássica de adição
de substrato.
4.4.1. Planejamento estatístico
A Tabela 4.2 mostra os fatores e os níveis das variáveis estudadas. A
Tabela 4.3 apresenta a matriz de planejamento experimental (fatorial completo
22 com triplicata do ponto central), contendo os fatores e níveis codificados. Os
níveis máximo e mínimo para concentração de substrato no meio de
alimentação e vazão de alimentação foram determinados com base nos
trabalhos realizados por PRATA (1997) e GARCIA (1999).
Para a análise dos resultados foi empregada como variável resposta o
fator de conversão de xilose em 2,3-butanodiol.
Tabela 4.2 Fatores e níveis do planejamento fatorial
Fatores -1 o +1
Si (g/L) 150 200 250 ~ (ml/h) 50 100 150
I Níveis
Si: Concentração de substrato no meio de alimentação; ~: vazão de alimentação.
Nível superior: +1; Nível inferior: -1; Nível central: O
24
Ta bela 4.3 Matriz de planejamento experimental fatorial 22 completo com triplicata do ponto central.
Experimentos I Si ~
1 -1 -1
2 +1 -1
3 -1 +1
4 +1 +1
5 o o 6 o o 7 o o
4.5. Métodos analíticos
4.5.1. Concentração de Açúcares e Ácido Acético
Os açúcares redutores e o ácido acético foram dosados por
cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC), em cromatógrafo WATERS,
equipado com coluna 810-RAD Aminex HPX 87H (300 x 7,8 mm), acoplado a
um detector de índice de refração WATERS 410 operando nas seguintes
condições: temperatura: 45 ºC; eluente: ácido sulfúrico 0,01 N; fluxo do eluente:
0,6 ml/min; volume de amostra: 20 µL.
4.5.2. Concentração de Produtos
Os produtos da fermentação 2,3-butanodiol e acetoína foram
quantificados por cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC), em
cromatógrafo WATERS equipado com coluna HAMILTON PRP X-300,
acoplado a um detector de índice de refração, operando nas seguintes
25
condições: temperatura 50 ºC; eluente: água pura; fluxo do eluente:
0,8 mUmin; volume de amostra: 20 µL.
4.5.3. Concentração de Furfural e Hidroximetilfurfural
As concentrações de furfural e hidroximetilfurfural foram determinadas
por cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC), em cromatógrafo WATERS
equipado com coluna HEWLETT-PACKARD RP 18, acoplado a um detector
ultravioleta UV-2487, operando nas seguintes condições: temperatura 25 ºC;
eluente: acetonitrila e água na proporção de 1 :8 com 1 % de ácido acético; fluxo
do eluente: 0,8 mUmin; volume de amostra: 20 µL.
4.5.4. Concentração celular
O crescimento celular foi medido por densidade ótica, em
espectrofotômetro BECKMAN OU 6408. A concentração celular foi
determinada utilizando-se uma curva de calibração de absorbância (600 nm)
em função da massa seca de células previamente separadas por centrifugação
e ressuspendidas em água.
O coeficiente volumétrico de transferência de oxigênio (kLa) foi estimado
com base no método polarográfico descrito por Wise (1951 ), citado por
STANBURY, WHITAKER (1986).
Primeiramente a concentração de oxigênio dissolvido no meio foi
reduzida a zero através da injeção de nitrogênio. Em seguida o líquido foi
agitado e aerado de acordo com as condições desejadas, e o aumento da
concentração de oxigênio dissolvido foi monitorado por uma sonda do tipo
polarográfica. A variação da concentração de oxigênio em função do tempo
pode ser expressa pela seguinte equação:
26
dCL/dt = kLa (C* - CL), que integrada resulta em:
ln (C* - CL) = -kia . t, onde:
C* é a concentração de oxigênio dissolvido na saturação
CL é a concentração de oxigênio dissolvido no meio no tempo t
Portanto, medindo-se vários valores de CL, compreendidos entre O e
100 % da saturação do meio com ar, e calculando-se, para cada medida, a
diferença entre C* e CL, obtém-se a curva ln (C* - CL) em função do tempo,
sendo a sua inclinação correspondente a -k.a.
4.6. Parâmetros Fermentativos
As massas de células formadas, de substrato consumido e de produto
formado foram obtidas de acordo com as seguintes equações:
Mxt= Mx.-Mxo Msc = Mso-Ms,+ Msa Mpt = Mpi-Mpo, onde:
Mxt é a massa de células formada
Mx1 é a massa de células formada no tempo t
Mxo é a massa inicial de células
Msc é a massa de substrato consumido
Mso é a massa inicial de substrato
Mst é a massa de substrato no instante t
Msa é a massa de substrato adicionada até o instante t
Mpt é a massa de produto formada até o instante t
Mpt é a massa de produto no instante t
Mpo é a massa inicial de produto
27
As produtividades foram obtidas dividindo-se a variação da massa de
produto formado pelo intervalo de tempo correspondente à concentração
máxima de produto. Foram consideradas as massas de produto formadas a
partir do início da alimentação do reator.
Pr= (Mp-Mpo)/t
O fator de conversão de substrato em produto foi obtido
dividindo-se a massa de produto formado no tempo correspondente à máxima
concentração de produto pela massa de substrato consumido.
Y p/s = Mpr/Msc
A eficiência de fermentação foi definida pela relação entre o fator de
conversão obtido e o coeficiente estequiométrico. Para a conversão de xilose,
glicose e arabinose em 2,3-butanodiol o valor estequiométrico é de 0,5 g por
grama de substrato.
11 = (Yp1s/0,5)x100
28
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1. Caracterização do hidrolisado
Foram realizadas 20 hidrólises em reator de capacidade útil de 50 L, no
qual foi possível obter em cada batelada, em média, 23 L de hidrolisado
hemicelulósico com pH igual a 1,98 a partir de 8,97 Kg de cavacos de
eucalipto, que foi caracterizado quanto ao teor de açúcares (xilose, glicose e
arabinose), ácido acético, furfural e hidroximetilfurfural (Tabela 5.1 ).
Tabela 5.1 Composição do hidrolisado obtido.
COMPONENTES I CONCENTRAÇÃO (g/L)
Xilose 27,6
Glicose 1,90
Arabinose 0,50
Ácido acético 6,70
Furfural 1,20
Hidroximetilfurfural 0,10
Observa-se uma predominância de xilose em relação aos demais
açúcares presentes no hidrolisado hemicelulósico, resultado semelhante ao
obtido por GARCIA (1999). A concentração de carboidratos redutores totais
29
(31,6 g/L), determinada pelo método colorimétrico de NELSON (1944), foi
maior que a obtida por PRATA (1997), que foi em torno de 23,0 g/L. Verifica-se
também a presença de ácido acético proveniente da fração hemicelulósica
(FENGEL, WEGENER, 1989), furfural e hidroximetilfurfural, grupo de inibidores
provenientes da decomposição de carboidratos identificados por Leonard,
Hajny (1945), citados por FRAZER, McCASKEY (1991). Comparando-se os
resultados de composição do hidrolisado com os obtidos por ALMEIDA e
SILVA (1996), o qual definiu as condições de hidrólise empregadas no presente
trabalho, verificou-se grande semelhança, indicando que o processo foi
conduzido adequadamente. As principais diferenças foram quanto aos teores
de ácido acético e furfural obtidos por aquele autor (5,4 g/L e 2, 1 g/L,
respectivamente).
5.2. Concentração de Substrato
Esta etapa do trabalho teve como objetivo definir se é possível obter
hidrolisados com altas concentrações, sem que ocorram perdas de açúcares e
de volume, que inviabilizam sua utilização em processos fermentativos sob o
ponto de vista da perda de açúcares e de volume, assim como utilizar estes
resultados como um direcionamento para o Planejamento Estatístico (item
4.4.1).
O hidrolisado obtido foi concentrado utilizando-se diferentes fatores de
concentração, e submetidos a tratamento, conforme descrito no item 4.1.3,
para a remoção dos compostos inibidores. PRATA, HISS (1998), utilizando
hidrolisado hemicelulósico de eucalipto, verificaram que o tratamento por
elevação do pH com CaO e abaixamento com H2S04 combinado com a
adsorção por carvão ativo proporciona os melhores resultados de crescimento
da bactéria Klebsiella pneumoniae. As concentrações de açúcares e os
volumes antes e após o tratamento encontram-se na Tabela 5.2. Realizou-se
também o tratamento do hidrolisado sem concentrar, para fins de comparação.
Observa-se que as perdas de volume aumentaram à medida que se utilizou
hidrolisado com fator de concentração mais alto. O aumento na perda de
30
açúcar, apesar de não inviabilizar a utilização dos hidrolisados, foi maior no
hidrolisado mais concentrado. Fato semelhante foi observado por RODRIGUES
et ai. (2001), no tratamento de hidrolisado hemicelulósico de bagaço de cana
de açúcar, por elevação e abaixamento de pH com CaO e H3P04,
respectivamente, combinado com adsorção por carvão ativo.
Como pode ser observado, houve uma nítida diferença entre as perdas
de volume dos hidrolisados sem concentrar e concentrado. Utilizando-se 3,3
como fator de concentração, a perda de volume foi de 63%, enquanto que sem
concentrar a perda foi de 23%. Estes resultados tornam inviável o uso do
tratamento após a concentração, uma vez que para altas concentrações seria
necessário um volume muito grande de hidrolisado, e conseqüentemente,
realizar um número maior de hidrólises.
A Tabela 5.3 apresenta uma comparação da remoção dos compostos
inibidores em hidrolisados com fatores de concentração semelhantes, sendo
que um deles foi primeiramente concentrado e depois tratado, e o outro foi
tratado e posteriormente concentrado. A partir dos resultados podemos
observar que o furfural e o hidroximetilfurfural, em ambos os casos, foram
totalmente removidos. Assim, concluímos que não há diferença na remoção de
compostos inibidores quando o tratamento é realizado antes ou depois da
concentração.
Tabela 5.2 Concentração de açúcares redutores totais (ART) e volume de hidrolisado antes e após o tratamento realizado conforme item 4.1.3.
Fator de ART ART Perda de Volume Volume Perda de concentra- inicial final ART (%) inicial final volume
ção (g/L) (g/L) (ml) (ml) (%)
Sem 30,0 27,6 7,9 100 77,0 23,0 concentrar
3,3 78,5 71,4 9,0 100 37,0 63,0
6,7 179,7 163,2 9, 1 100 30,0 70,0
10,0 207,0 187,9 9,2 100 23,0 77,0
13,3 300,0 261,5 12,8 100 20,0 80,0
31
Com base nos resultados obtidos optou-se, portanto, pelo tratamento
antes da concentração, o que permite reduzir as perdas de volume e de açúcar
(Tabela 5.3), e obter um hidrolisado, com relação aos inibidores (furfural e
hidroximetilfurfural), com características semelhantes ao hidrolisado obtido a
partir do procedimento anterior (concentração antes do tratamento). Embora
não se tenha dosado os compostos fenólicos, o mesmo comportamento pode
ser esperado para os mesmos, uma vez que RODRIGUES et ai. (2001), no
tratamento de hidrolisado hemicelulósico de bagaço de cana de açúcar,
concluíram que a adição de carvão antes do processo de evaporação a vácuo
favorece a remoção de compostos fenólicos.
Tabela 5.3 Teores de furfural e hidroximetilfurfural (HMF) de diferentes hidrolisados: concentrado antes do tratamento e concentrado após o tratamento.
Hidrolisado Fator de Furfural HMF Perda de Perda de Concentração açúcar volume
(%) (%)
Concentrado e 10,0 nd nd 9,2 77,0 Tratado
Tratado e 10,8 nd nd 7,3 23,0 Concentrado
nd - não detectado
Os experimentos para determinação do limite de concentração foram
realizados tratando-se o hidrolisado conforme descrito no item 4.1.3, e
posteriormente concentrando-se os mesmos até diferentes teores de substrato.
A caracterização do hidrolisado, quanto aos teores de açúcares (xilose,
glicose e arabinose), ácido acético, furfural e hidroximetilfurfural, antes e após o
tratamento está apresentada na Tabela 5.4. Observa-se que com o tratamento
há uma ligeira queda na concentração de açúcares e que os compostos
inibidores do crescimento microbiano, furfural e hidroximetilfurfural, foram
totalmente removidos. Além disso, observa-se que o tratamento empregado
não remove o ácido acético.
O hidrolisado foi concentrado com o objetivo de se obter 100, 200, 300 e
400 g/L de açúcares redutores totais. Os resultados estão apresentados na
Tabela 5.5. Observa-se que com o aumento do fator de concentração há uma
32
elevação na perda de açúcares. Como as porcentagens de açúcar perdido não
foram relevantes (menores que 10%), pode-se concluir que o hidrolisado pode
ser concentrado utilizando-se 14,5 como fator de concentração, sem inviabilizar
a utilização do mesmo.
Este teste para determinar se hidrolisados altamente concentrados
continuam viáveis para utilização em processos fermentativos foi realizado
utilizando-se 14,5 como fator de concentração máximo, atingindo-se uma
concentração de açúcares redutores totais de 366, 18 g/L. Não foi estudado um
fator maior, devido à máxima concentração utilizada no Planejamento
Estatístico ser de 250 gil.
Tabela 5.4 Composição do hidrolisado obtido antes e após tratamento.
CONCENTRAÇÃO (g/L) COMPONENTES
Sem tratar Tratado
Xilose 27,6 25,9 -
Glicose 1,90 1,4
Arabinose 0,50 0,3
Ácido acético 6,70 6,2
Furfural 1,20 o Hidroximetilfurfural 0, 10 o
Tabela 5.5 Concentração de açúcares redutores totais (ART)estimada e obtida, em hidrolisado submetido a tratamento seguido de concentração.
Fator de ART estimada ART obtida (g/L) Perda de açúcar Concentração (g/L) (%)
3,6 100 97,5 2,5
7,2 200 188,3 5,9
10,8 300 278,0 7,3 -
14,5 400 366,2 8,5
33
5.3 Meio de Ativação
A ativação das células, para utilização nos ensaios em fermentador de
bancada, foi realizada em frascos de 500 ml com 100 ml de meio sintético,
como descrito no item 4.2.2.
Primeiramente, conduziu-se uma fermentação em batelada nas
condições citadas anteriormente, para determinar a fase em que a bactéria
atinge a maior velocidade de crescimento celular. Durante esta fase as células
2 . 5
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Tempo (h) 1 O 1 2
Figura 5.1 Concentração celular (a) e velocidade de crescimento celular (b) em função do tempo, durante cultivo de Klebsiella pneumoniae em meio sintético, em frascos agitados.
34
estão em alta atividade, sendo o momento mais adequado para a inoculação. A
Figura 5.1 a apresenta a curva de crescimento celular deste cultivo.
A Figura 5.1 b apresenta a curva de velocidade de crescimento celular
em função do tempo, obtida durante o cultivo de Klebsiel/a pneumoniae em
frascos agitados. A partir dos resultados, observamos que a fase de maior
velocidade de crescimento celular encontra-se em um tempo de
aproximadamente 6 horas. Determinou-se, então, que este seria o tempo
padronizado para inoculação.
5.4. Efeito da vazão mássica de adição de substrato
Com o objetivo de verificar o efeito da vazão mássica de adição de
substrato foram empregados diferentes valores de vazão de alimentação e
concentração de açúcares no meio de alimentação, de acordo com um
planejamento fatorial 22 (item 4.4.1 ).
As Figuras 5.2 a 5.8 apresentam os perfis das fermentações em sistema
descontínuo alimentado realizados com base no planejamento fatorial, onde as
setas indicam o final da alimentação.
Verifica-se que em todos os ensaios ocorreu um acúmulo de substrato
durante a fase de alimentação, o que indica que a velocidade de consumo foi
menor que a de fornecimento. Este acúmulo foi menor no ensaio 1
(Figuras 5.2), onde utilizou-se a menor vazão mássica de alimentação (6,8 g/h),
indicando que a velocidade de adição de inibidores no meio de fermentação foi
baixa, não afetando o desempenho do microrganismo.
Pelas Figuras 5.5 a 5.8 (ensaios 4, 5, 6 e 7) verifica-se que o substrato
não foi consumido após o final da alimentação. No ensaio 4 utilizou-se as mais
altas concentração de substrato e vazão de alimentação, o que corresponde
consequentemente à mais alta velocidade de adição de inibidores no meio de
fermentação, prejudicando o desempenho do microrganismo. Nos ensaios 5, 6
e 7 a vazão mássica de adição de substrato foi mais baixa que a utilizada no
ensaio 3 (Figuras 5.4), no entanto a concentração do hidrolisado utilizado foi
maior, acarretando também uma alta concentração de inibidores no meio de
alimentação. O crescimento celular durante a fase de alimentação também foi
menor, e pode ser explicado pela ação dos inibidores, que é muito maior
35
nestes ensaios, como relatado anteriormente. Segundo PARAJÓ ef ai. (1998)
os inibidores podem limitar o consumo de substrato, prejudicar o crescimento
celular e a formação de produto, e até mesmo interromper o processo
fermentativo.
Furfural e hidroximetilfurfural foram totalmente removidos com o
tratamento empregado, no entanto outros grupos de inibidores, diferente dos
que foram relatados e analisados, que não foram removidos ou reduzidos a
teores satisfatórios, podem estar presentes, e, provavelmente com a
concentração do hidrolisado hemicelulósico até fatores próximos a 1 O houve a
elevação da concentração dos mesmos. Dentre os inibidores conhecidos
encontram-se os compostos fenólicos, que são produtos da degradação da
lignina (FENGEL, WEGENER, 1989). Segundo estudo realizado por FRAZER,
McCASKEY (1991) o crescimento da bactéria Klebsiella pneumoniae foi inibido
por concentrações de compostos fenólicos acima de O, 10% (p/v), enquanto
concentrações acima de 0,05% (p/v) inibiram a produção de 2,3-butanodiol.
Outro grupo de inibidores presentes nos hidrolisados hemicelulósicos
corresponde aos íons contidos nos materiais lignocelulósicos ou resultantes da
corrosão do equipamento de hidrólise e do evaporador utilizado, uma vez que
este possui partes de metal que entram em contato direto com o líquido. Outras
técnicas mais eficientes de tratamento do hidrolisado, como a utilização de
resinas de troca iônica, podem ser empregadas, a fim de remover os inibidores
ou reduzir os seus teores a níveis não prejudiciais.
Quanto à concentração de produto, o maior valor (39,3 g/L) foi obtido no
ensaio 2 (238, 1 g/L e 50 mUh), fato explicado pela grande quantidade de
substrato fornecida, e pelas condições mais brandas de adição de substrato.
Esta concentração de 2,3-butanodiol foi maior que a máxima concentração
alcançada por GARCIA (1999), que utilizou concentração de substrato no meio
de alimentação de 90 g/L e vazão de alimentação de 72 mUh, resultando numa
vazão mássica de 6,48 g/h. No entanto, o fator de conversão de substrato em
produto e a produtividade foram menores. Isto evidencia a influência da
velocidade de adição do substrato, sobretudo quando se trata de meio impuro,
contendo substâncias inibidoras do metabolismo microbiano. Parece existir um
limite de concentração de substrato para vazões de alimentação a partir de
100 mUh, conforme se constata pelos ensaios 4 a 7 (Figuras 5.5 a 5.8).
36
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Figura 5.2 Concentrações de células (-•-), açúcares (-•-) e de butanodiol (-.6.-) (a) e massas de células(-•-), açúcares(-•-) e de butanodiol (-.6.-) (b ), em função do tempo, durante fermentação em sistema descontínuo alimentado com vazão de alimentação de 50 mUh e concentração de substrato no meio de alimentação de 138,4 g/L (ensaio 1 ).
37
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Figura 5.3 Concentrações de células (-•-), açúcares (-•-) e de butanodiol (-..&.-) (a) e massas de células(-•-), açúcares(-•-) e de butanodiol (-A-) (b), em função do tempo, durante fermentação em sistema descontínuo alimentado com vazão de alimentação de 50 mUh e concentração de substrato no meio de alimentação de 238, 1 g/L (ensaio 2).
38
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Figura 5.4 Concentrações de células (-•-), açúcares (-•-) e de butanodiol (-A-) (a) e massas de células(-•-), açúcares(-•-) e de butanodiol (-A-) (b), em função do tempo, durante fermentação em sistema descontínuo alimentado com vazão de alimentação de 150 mUh e concentração de substrato no meio de alimentação de 150,5 g/L (ensaio 3).
39
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Figura 5.5 Concentrações de células (-•-). açúcares (-•-) e de butanodiol (-Ã-) (a) e massas de células(-•-). açúcares(-•-) e de butanodiol (-.A-) (b ), em função do tempo, durante fermentação em sistema descontínuo alimentado com vazão de alimentação de 150 mUh e concentração de substrato no meio de alimentação de 253,6 g/L (ensaio 4).
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Figura 5.6 Concentrações de células (-•-), açúcares (-•-) e de butanodiol (-A.-) (a) e massas de células(-•-), açúcares(-•-) e de butanodiol (-.A-) (b), em função do tempo, durante fermentação em sistema descontínuo alimentado com vazão de alimentação de 100 mUh e concentração de substrato no meio de alimentação de 203,6 g/L (ensaio 5).
41
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4 O 2 O
o o 5 1 O 1 5 2 O 2 5 3 O
T e m p o ( h )
Figura 5.7 Concentrações de células (-•-), açúcares (-•-) e de butanodiol (-.Ã-) (a) e massas de células(-•-). açúcares(-•-) e de butanodiol (-.A.-) (b), em função do tempo, durante fermentação em sistema descontínuo alimentado com vazão de alimentação de 100 mUh e concentração de substrato no meio de alimentação de 201,6 g/L (ensaio 6).
42
1 6 O - _J 1 4 O -- C) -120
o ,m100
o- (\l 8 O ,._ ..... e: 6 O Q)
o 4 O e: o 2 O o
o o
(a)
5 1 O 1 5 2 O 2 5 3 O Tempo (h)
2 O O
1 8 O (b)
l 1 6 O
,....._ 1 4 O • O)
........, 1 2 O
ro 1 O O (/)
(/) 8 O ro
6 O ~
4 O
2 O
o o 5 1 O 1 5 2 O 2 5 3 O
Tem p o ( h )
Figura 5.8 Concentrações de células (-•-), açúcares (-•-) e de butanodiol (-A-) (a) e massas de células(-•-), açúcares(-•-) e de butanodiol (-A-) (b), em função do tempo, durante fermentação em sistema descontínuo alimentado com vazão de alimentação de 100 mUh e concentração de substrato no meio de alimentação de 198, 7 g/L (ensaio 7).
43
Os parâmetros fermentativos conversão de substrato em produto (Yp1s),
eficiência da fermentação (ri) e produtividade, foram calculados conforme
mostrado no item 3.6, e estão apresentados na Tabela 5.6. Os maiores valores
de eficiência (76 %) e conversão de substrato em 2,3-butanodiol (0,38 g/g)
foram obtidos no ensaio 3, em que utilizou-se uma vazão de alimentação de
150 mUh e concentração de substrato de 150,5 g/L. YU, SADDLER (1983)
utilizando uma concentração de xilose de 190 g/L na produção de
2,3-butanodiol, por Klebsiella pneumoniae em sistema descontínuo alimentado
com adições diárias de substrato junto com extrato de levedura, obtiveram um
fator de conversão de substrato em produto de 0,46 g/g, maior que o obtido no
ensaio 3 (Tabela 5.6). No entanto, os referidos autores utilizaram meio
sintético, que não possuí inibidores do metabolismo microbiano como os
hidrolisados hemicelulósicos. Os menores valores de conversão de substrato
em 2,3-butanodiol foram obtidos quando as concentrações de substrato
utilizadas foram superiores a 200 g/L, e com uma velocidade de adição maior
que 100 mUh (ensaios 4 a 7), ensaios em que as cargas de inibidores são
maiores. No entanto, quando a concentração de substrato foi de 238, 1 g/L e
empregou-se uma vazão de 50 mUh (ensaio 2) os valores dos parâmetros
foram nitidamente superiores, fato que pode ser explicado pela baixa vazão de
alimentação utilizada. Os maiores valores de produtividade foram obtidos nos
ensaios 1, 2 e 3. Os baixos valores de produtividade quando comparados aos
obtidos por GARCIA (1999) (2,15 g/Lh) e PRATA (1997) (1,86 g/Lh) podem ser
explicados pelo prolongamento do tempo de fermentação devido as altas
concentrações de açúcares empregadas. Uma conseqüência direta do uso de
meios de alimentação com altos teores de substrato, sobretudo em se tratando
de matérias-primas impuras, pode ser observado pelos valores de Yp/s obtidos.
O maior valor (0,38 g/g) foi menor que o obtido por GARCIA (1999), que foi de
0,47 glg, com Si = 90,0 g/L e ~ = 72 mUh, empregando hidrolisado
semelhante.
Para confirmar os resultados dos ensaios 4, 5, 6 e 7, que foram
nitidamente inferiores, alguns destes experimentos foram repetidos, tendo-se
concluído que os baixos valores dos parâmetros fermentativos e as baixas
concentrações de 2,3-butanodiol obtidos foram decorrentes das próprias
44
condições empregadas (200 g/L, 100 mUh e 250 g/L, 150 mUh). Cabe
salientar que os ensaios 5, 6 e 7 correspondem às três repetições do ponto
central.
Estes resultados sugerem que o aumento da vazão de alimentação
favorece a conversão de substrato em 2,3-butanodiol quando são empregados
baixos valores de concentração de substrato, ou quando são empregadas
menores vazões de alimentação com altas concentrações de substrato.
Tabela 5.6 Parâmetros fermentativos dos ensaios 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7 conduzidos em sistema descontínuo alimentado, em diferentes valores de vazão mássica de adição de substrato.
Ensaio Si (g/L) cj, (ml/h) Vazão Mássica Yp,s (g/g) T) (%) Qp (g/h) (g/Lh)
1 138,4 50 6,8 0,26 52 1,37
2 238,1 50 11,4 0,31 62 1,30
3 150,5 150 22,6 0,38 76 1,33
4 250,6 150 38,0 0,22 44 0,16
5 203,6 100 20,3 0,18 36 0,22
6 201,6 100 20,2 0,20 40 0,22
7 198,7 100 18,9 0,20 40 0,22
5.4.1. Análise estatística
O estudo do efeito da vazão mássica de adição de substrato baseou-se
em um planejamento fatorial 22, onde os fatores estudados foram a vazão de
alimentação e a concentração de açúcares redutores totais no meio de
alimentação, conforme mostrado no item 4.4.1.
Na Tabela 5.7, encontra-se a matriz do planejamento fatorial 22 com 3
repetições no ponto central, tendo a conversão de xilose em 2,3-butanodiol
como variável resposta. Foi necessário corrigir os níveis do fator concentração
de substrato devido a variações do mesmo.
45
A análise estatística dos dados apresentados encontra-se na Tabela 5.8.
São apresentados as estimativas dos efeitos, os erros-padrão e o teste t de
"Student". A partir desta análise verificou-se que os efeitos principais e os
efeitos de interação não foram significativos ao nível de 95% de confiança
(tcar.>ttab).
A análise de variância dos resultados, apresentada na Tabela 5.9, indica
que um modelo linear não pode ser aplicado, devido ao baixo valor de R2
obtido. A partir desta constatação, foi realizada a análise da curvatura, como
apresentada na Tabela 5.1 O. Como pode ser observado, esta é estatisticamente significativa (p<0,05), indicando que existe uma curvatura do
modelo proposto e que, provavelmente, existe uma relação quadrática entre os
efeitos e sua interação com a variável resposta.
Na Figura 5.9, encontra-se a distribuição de resíduos, onde se verifica
que a mesma mostrou-se tendenciosa, indicando que o modelo linear não é adequado. Assim há a possibilidade de se empregar um modelo quadrático
para representar o processo.
A superfície de resposta e as curvas de nível que descrevem a influência
da concentração de substrato no meio de alimentação e vazão de alimentação
no rendimento estão apresentadas nas Figuras 5.1 O e 5.11, respectivamente. A
partir da análise das figuras podemos concluir que o aumento da vazão de
alimentação associado ao decréscimo na concentração de substrato favorece a
conversão de substrato a 2,3-butanodiol.
Tabela 5.7 Matriz corrigida do planejamento fatorial 22 com os níveis reais e codificados para os fatores concentração de substrato no meio de alimentação e vazão de alimentação e os resultados obtidos de conversão de xilose em 2,3-butanodiol.
Variáveis Variáveis codificadas Resposta
Experimentos Si (g/L) cj> (ml/h) Si (fator A) cj> (fator B) Yp,s 1 136,4 50 -1,2724 -1 0,26 2 238,1 50 +0,7622 -1 0,31 3 150,5 150 -0,9900 +1 0,38 4 253,6 150 +1,0724 +1 0,22 5 203,6 100 -0,0264 o 0,18 6 201,6 100 +0,0720 o 0,20 7 198,7 100 +0,0312 o 0,20
46
Tabela 5.8 Estimativas dos efeitos, erros-padrão e teste t para a conversão de xilose em 2,3-butanodiol.
Efeitos j Estimativas / Erros - Padrão / t
Média 0,2522 ±0,0298 8,46
Si (fator A) -0,0636 ±0,0759 0,83
~ (fator B) 0,0148 ±0,0793 0,19
Si X~ -0,0897 ±0,0759 1,18
Erro estimado a partir do erro total com 3 graus de liberdade (t = 3, 13245)
0.07
•
-0.08 ~~~~~-'
0.17 0.2 0.23 0.26 0.29 0.32 0.35
0.04
0.01 residuos
-0.02
-0.05 ..
Valores previstos
Figura 5.9 Distribuição de resíduos que representa o fator de conversão de substrato em produto, em função da concentração de substrato no meio de alimentação e da vazão de alimentação, durante a produção de 2,3-butanodiol por Klebsiel/a pneumoniae em sistema descontínuo alimentado.
47
Tabela 5.9 Análise de variância dos fatores concentração de substrato no meio de alimentação e vazão de alimentação e suas interações.
Efeitos Soma dos Graus de Quadrado F p Quadrados Liberdade Médio
Si 0,00427979 1 0,0042798 0,70 0,4721
q, 0,00021312 1 0,0002131 0,03 0,8655
Si X cj> 0,00851942 1 0,0085194 1,40 0,3225
Erro total 0,01830897 3 0,0061030 -- --
Total 10,031400001 6
R = 0,42
Tabela 5.10 Análise de var,ancia da curvatura para o modelo que representa a conversão de xilose em 2,3-butanodiol por Klebsiella pneumoniae em sistema descontínuo alimentado.
Fonte de Soma dos Graus de Quadrado F p variação Quadrados Liberdade Médio
Si 0,00006657 1 0,0000666 0,49 0,5616
cl> 0,00000566 1 0,0000057 0,04 0,8585
Si Xq, 0,02138064 1 0,0213806 158,70 0,0062*
Curvatura 0,01803951 1 0,0180395 133,90 0,0074*
Erro total 0,00026945 2 0,0001347 -- --
Total 10,031400001 6
R = 0,99
48
0.22
0.34
0.30
Yp/s 0.26
0.2 0.6
1 0.6
0.2 -0.2
-0.6 Fator a -1
0.18 -1
1
Fator A
Figura 5.10 Superfície de resposta descrita pelo fator de conversão de substrato em produto, em função da concentração de substrato no meio de alimentação (fator A) e da vazão de alimentação (fator 8), durante a produção de 2,3-butanodiol por Klebsiel/a pneumoniae em sistema descontínuo alimentado.
49
1 06 Çtº3 T 270:6 \
I !
0.18
-0.6
0.20
0.2 Fatora
-0.2
.. t. / 0.21
0.23
0.24
-1 -0.6 -0.2 0.2 0.6 1
Fator A
Figura 5.11 Curvas de nível descritas pelo fator de conversão de substrato em produto, em função da concentração de substrato no meio de alimentação (fator A) e da vazão de alimentação (fator B), durante a produção de 2,3-butanodiol por Klebsiella pneumoniae em sistema descontínuo alimentado.
50
5.4.2 Planejamento Rotacional
Um planejamento fatorial 22 rotacional com triplicata no ponto central,
como mostrado na Tabela 5.11, foi proposto para verificar se o modelo
quadrático é adequado para representar a conversão de substrato em
2,3-butanodiol por Klebsiel/a pneumoniae em sistema descontínuo alimentado
e determinar valores de concentração de substrato e vazão de alimentação que
proporcionem aumentar a conversão de substrato em 2,3-butanodiol. Para
completar este planejamento, além dos experimentos discutidos anteriormente,
mais quatro ensaios foram realizados (8, 9, 1 O e 11 ).
Tabela 5.11 Matriz de planejamento experimental rotacional
Experimentos I Si 1 ~
1 -1 -1
2 +1 -1
3 -1 +1
4 +1 +1
5 o o
6 o o 7 o o
8 -1,4142 o
9 +1,4142 o 10 o -1,4142
11 o +1,4142
Os perfis das fermentações ( ensaios 8, 9, 1 O e 11) são apresentados
nas Figuras 5.12 a 5.15, onde as setas indicam o final da alimentação. Verifica-
se que os perfis obtidos são parecidos com os dos ensaios 4 a 7, em que o
substrato não foi consumido após o final da alimentação, indicando que a
51
concentração de inibidores utilizando estas condições foram altas, limitando o
consumo de substrato e a formação de produto. No entanto, as concentrações
de produto obtidas foram maiores que as obtidas nos ensaios 4, 5, 6 e 7,
indicando que estas condições são mais favoráveis para a formação de
produto.
Os parâmetros fermentativos conversão de substrato em produto (Yp1s).
eficiência da fermentação (rt) e produtividade (Op), foram calculados conforme
mostrado no item 3.6, e estão apresentados na Tabela 5.12. O valor de Yp,s
para o ensaio 8 (Si = 117 ,4 g/L e cj> = 100 mUh) foi maior que dos demais
ensaios. A produtividade nos ensaios 8, 9, 1 O e 11 foram nitidamente maiores
que as obtidas nos ensaios 4, 5, 6 e 7, no entanto menores que nos ensaios 1,
2 e 3, provavelmente devido a alta carga de inibidores no meio. Como pode ser
observado nas Figuras 5.12 a 5.15, à exceção do ensaio 8, o consumo de
açúcar foi mínimo, provavelmente decorrente do efeito de inibidores. Isto pode
ser constatado pelo fato de a concentração de substrato ter permanecido
constante após o término da alimentação. No entanto, os valores de Yp1s foram
maiores, indicando que a conversão de substrato em produto não foi afetada e
o açúcar consumido foi convertido em 2,3-butanodiol.
Tabela 5.12 Parâmetros fermentativos dos ensaios 8, 9, 10 e 11 conduzidos em sistema descontínuo alimentado em diferentes valores de vazão mássica.
Ensaio Si (g/L) cj> (mUh) Vazão Mássica Yp1s (g/g) TI(%) Qp (g/h)
(g/h)
8 117,4 100 11,7 0,40 80 0,60
9 256,5 100 26,6 0,37 74 0,60
10 189,5 32,6 6,2 0,33 67 0,30
11 191,6 170 32,6 0,21 41 0,82
52
- 1 6 O (a) ...J - 1 4 O C)
1 2 O o
,ca 1 O O o,
ca 8 O i .... - 6 O ./·-·-· e: ,/ 1
Q) 4 O ,/ o / e: 2 O o A--A-----A
o ~·=•=•=•=·--· . o o 5 1 O 1 5 2 O 2 5 3 O T e m p o ( h )
2 O O
1 8 O
1 6 O .......... 1 4 O
O> '-" 1 2 O
aJ 1 O O ,n ,n 8 O aJ 6 O ~ 4 O
2 O
o o
(b)
l 1 -----------
•..... ,-----·--------t--------~------------········--:-·- .... 5 1 O 1 5 2 O 2 5 3 O
Tempo (h)
Figura 5.12 Concentrações de células (-•-), açúcares (-•-) e de butanodiol (-.à-) (a) e massas de células (-•-), açúcares (-•-) e de butanodiol (-A-) (b) em função do tempo, durante fermentação em sistema descontínuo alimentado com vazão de alimentação de 100 ml/h e concentração de substrato no meio de alimentação de 117,4 g/L (ensaio 8).
53
2 O O
1 8 O
1 6 O
- 1 4 O O)
- 1 2 O cu 1 o o u, u, 8 O cu 6 O ~ 4 O
2 O = a g
o o 5
1 6 O
.....1 1 4 O - O) 1 2 O - o 1 O O
•CU
o- 8 O cu ..... 6 O - e (!) 4 O o 2 O e o o o o
t /·-·-· • .I I
(a)
5 3 O 1 O 1 5 2 O 2 5 Tempo (h)
l ·~ (b)
..•....... 1 ..... :1 ...
1 O 1 5 3 O 2 O 2 5 Tempo (h)
Figura 5.13 Concentrações de células (-•-), açúcares (-•-) e de butanodiol (-A-) (a) e massas de células (-•-), açúcares (-•-) e de butanodiol (-A-) (b), em função do tempo, durante fermentação em sistema descontínuo alimentado com vazão de alimentação de 100 ml/h e concentração de substrato no meio de alimentação de 265,5 g/L ( ensaio 9).
54
1 6 O _J -- 1 4 O O) _. 1 2 O o 1 O O
•CU o- 8 O cu L.. 6 O e (!) 4 O o e 2 O o o o o
2 O O
1 8 O
1 6 O
...--.. 1 4 O O) _. 1 2 O
cu 1 O O (/)
(/) 8 O cu 6 O
:;E 4 O
2 O
o o
(a)
5 10 15 20 Tempo (h)
2 5 3 O
(b)
5 1 O 1 5 2 O 2 5 3 O Tempo (h)
Figura 5.14 Concentrações de células (-•-), açúcares (-•-) e de butanodiol (-Â-) (a) e massas de células (-•-), açúcares (-•-) e de butanodiol (-A-) (b), em função do tempo, durante fermentação em sistema descontínuo alimentado com vazão de alimentação de 32,6 mUh e concentração de substrato no meio de alimentação de 189,5 g/L (ensaio 10).
55
1 6 O ........_
....J - 1 4 O C)
........... 1 2 O
o 1 O O •tU o, 8 O t1J 1... - 6 O e <1> 4 O o e 2 O o o o o
(a)
5 1 O 1 5 2 O 2 5 3 O
Tempo (h)
2 O O
1 8 O
1 6 O t
(b)
....-.. 1 4 O ·~ • O> '-' 1 2 O
t1J100 (/)
(/) 8 O t1J 6 O ~ 4 O
2 O
o o 5 1 O 1 5 2 O 2 5 3 O
T e m p o ( h )
Figura 5.15 Concentrações de células (-•-}, açúcares (-•-) e de butanodiol (-.A-) (a) e massas de células (-•-}, açúcares (-•-) e de butanodiol (-.A-) (b}, em função do tempo, durante fermentação em sistema descontínuo alimentado com vazão de alimentação de 170 ml/h e concentração de substrato no meio de alimentação de 191,6 g/L (ensaio 11).
56
5.4.3. Análise estatística para o planejamento rotacional
A matriz do planejamento fatorial rotacional 22 com 3 repetições no
ponto central, tendo a conversão de xilose em 2,3-butanodiol como variável
resposta encontra-se na Tabela 5.13. Foi necessário corrigir os níveis do fator
concentração de substrato devido às variações do mesmo.
Na Tabela 5.14 são apresentadas as estimativas dos efeitos,
erros-padrão e teste t de "Student". A análise de variância (ANOVA) está
representada na Tabela 5.15. A partir desta análise verificou-se que somente
as interações Si x ~ e Si2 foram significativos ao nível de 95% de confiança.
Através de uma análise inicial foi possível fazer uma triagem dos fatores e suas
interações. Como o efeito principal Si não foi significativo ao nível de 95% de
confiança e excluí-lo não afetaria no valor do coeficiente de determinação (R2},
este fator foi eliminado.
A Figura 5.16 apresenta a distribuição de resíduos para o modelo
proposto. Verifica-se que os pontos estão dispostos de maneira aleatória,
indicando que o modelo não é tendencioso.
Na Tabela 5.16, encontra-se a análise de variância de ajuste do modelo
referente aos dados da Tabela 5.13. Verifica-se que o F estimado (8,56) para o
modelo (cujo valor de R2 é igual a 0,8508, ou seja, consegue prever 85,08%
das variâncias dos resultados experimentais), é maior que o F tabelado (4,53),
evidenciando que o modelo é significativo dentro da região estudada.
Após as análises realizadas, foi possível obter um modelo estatístico que
representa a conversão de substrato em 2,3-butanodiol por Klebsiella
pneumoniae em sistema descontínuo alimentado nas condições estudadas,
representado pela seguinte equação:
Yp,s = O, 1974 - 0,0281 ~ + 0,0782 Si2 - 0,0733 Si x ~ + 0,03141 ~2
Observa-se pela análise da superfície de resposta (Figura 5.17) e pelas
curvas de níveis (Figura 5.18) que a região estudada era a região de mínimo.
No entanto, como o modelo foi significativo, este buscou a região ótima,
encontrando o ponto máximo de conversão de substrato em 2,3-butanodiol
57
Tabela 5.13 Matriz corrigida do planejamento rotacional apresentando os níveis reais e codificados para os fatores concentração de substrato e vazão de alimentação e resultados obtidos em conversão de xilose em 2,3-butanodiol.
Variáveis Variáveis codificadas Resposta
Experimentos Si (g/L) cj> (ml/h) Si (fator A) cj> (fator B) Yp1s
1 136,38 50 -1,2724 -1 0,26
2 238, 11 50 +0,7622 -1 0,31
3 150,50 150 -0,9900 +1 0,38
4 253,62 150 +1,0724 +1 0,22
5 203,60 100 -0,0264 o 0,18
6 201,56 100 +0,0720 o 0,20
7 198,68 100 +0,0312 o 0,20
8 265,46 100 1,3092 o 0,40
9 117,40 100 -1,6520 o 0,37
10 191,63 170 -0, 1674 1,4142 0,33
11 189,31 30 -0,2138 -1,3478 0,21
Tabela 5.14 Estimativa dos efeitos, erros - padrão e teste t para a conversão de xilose em 2,3-butanodiol.
Efeitos j Estimativas j Erros - Padrão t
Média 0,195366 ±0,025677 7,61*
Si 0,011387 ±0,032339 0,35
cj> -0,057515 ±0,032625 1,76
Si X cj> -0, 148326 ±0,044634 3,32*
Si2 0,160880 ±0,034870 4,61*
cj,2 0,065136 ±0,039166 1,66
Erro estimado a partir do erro total com 5 graus de liberdade (t = 2,57141) * Significativo ao nível de 95% de confiança
58
0.06
•
1 1 • ' 1 1 ' ' \ ' ' • 1 • 1 ' 1 1 ' J 1 ' J 1 1
0.04
0.02
resíduos
-0.02
-0.04
-0.06
O. 19 0.23 0.27 0.31 0.35 0.39 0.43 Valores Previstos
Figura 5.16 Distribuição de resíduos do modelo proposto que representa o fator de conversão de substrato em produto, em função da concentração de substrato no meio de alimentação e da vazão de alimentação, durante a produção de 2,3-butanodiol por Klebsiel/a pneumoniae em sistema descontínuo alimentado.
59
Tabela 5.15 Análise de variância dos fatores concentração de substrato no meio de alimentação e vazão de alimentação e suas interações.
Efeitos Soma dos Graus de Quadrado F p
Quadrados Liberdade Médio
~ 0,00592278 1 0,00592278 3,53 O, 1095
Si X~ 0,02147590 1 0,0214759 12,79 0,0117*
Si2 0,04557930 1 0,04557930 27,14 0,0020*
4>2 0,00520700 1 0,00520700 3, 10 O, 1288
Erro total 0,01007760 6 0,01007760 - -
Total 10,010077601 10
R = 0,850842
Tabela 5.16 Análise de variâncla de regressão para o modelo que representa a conversão de xilose em 2,3-butanodiol por Klebsiella pneumoniae em sistema descontínuo alimentado.
Fatores e Soma dos Graus de Quadrado F p
interações Quadrados Liberdade Médio
Modelo 0,0574860 4 0,01437150 8,56 0,0118*
Resíduo 0,0100776 6 0,00167961 - -
Total 1 0.06756361 10
R = 0,850842
(0,5 g/g), na vazão de alimentação de 170 mUh e na concentração de
açúcares redutores no meio de alimentação de 133 g/L.
Para a validação do modelo proposto para a conversão de substrato em
2,3-butanodiol por Klebsiel/a pneumoniae em sistema descontínuo alimentado,
foi realizado um ensaio nas condições citadas acima. Devido às variações da
concentração de substrato, o Si utilizado foi de 117, 1 g/L.
A Figura 5.19 apresenta os resultados obtidos do ensaio para validação
do modelo. Obteve-se experimentalmente um valor de conversão de xilose em
60
2,3-butanodiol de 0,43 g/g (86% do valor teórico). Este valor se encontra
próximo ao valor estimado (0,5 g/g), o que mostra que o modelo representou
matematicamente a conversão em estudo.
Os baixos valores de conversão de substrato em produto, produtividade
e concentração de produto dos ensaios 4 a 11 podem ser atribuídos às altas
cargas de inibidores que podem estar presentes no meio de alimentação. O
tratamento empregado para remoção destes compostos, provavelmente não foi
suficiente para removê-los a níveis que não afetem o desempenho do
microrganismo. A utilização de técnicas mais eficientes, como o tratamento
com resinas de troca iônica, pode ser uma das alternativas para reduzir esses
inibidores a níveis satisfatórios. VINALS (2001) verificou a eficiência deste
tratamento para a remoção de ácido acético, furfural e hidroximetilfurfural e
para minimizar o teor de compostos fenólicos na produção de xilitol a partir de
hidrolisado hemicelulósico de bagaço de cana-de-açúcar, sendo, inclusive,
mais eficiente que carvão ativo. Além da degradação da lignina e dos açúcares,
estes compostos podem ser provenientes do equipamento de hidrólise, que
devido ao longo tempo de uso encontra-se com pontos de corrosão, o que
pode ter contribuído para o aumento da carga de íons prejudiciais do
hidrolisado ou para a formação de alguma substância desconhecida e que
tenha alguma ação inibidora. O estudo dos parâmetros de hidrólise para se
determinar condições mais brandas é uma maneira de reduzir a carga de
inibidores do hidrolisado .. A utilização de uma vazão de alimentação crescente
também pode ser citada como alternativa para minimizar o efeito dos inibidores
no processo fermentativo.
61
0.68
0.58
Ypls 0.48
0.38
0.28
1 1.5
Fator A
Figura 5.17 Superfície de resposta descrita pelo modelo que representa o fator de conversão de substrato em produto, em função da concentração de substrato no meio de alimentação (fator A) e da vazão de alimentação (fator 8), durante a produção de 2,3-butanodiol por Klebsiella pneumoniae em sistema descontínuo alimentado.
62
-0.5
-1
Fator B O
-1.5
-1.5 -1 -0.5 O 0.5 1 1.5
Fator A
Figura 5.18 Curvas de nível descritas pelo modelo que representa o fator de conversão de substrato em produto, em função da concentração de substrato no meio de alimentação (fator A) e da vazão de alimentação (fator 8), durante a produção de 2,3-butanodiol por Klebsiella pneumoniae em sistema descontínuo alimentado.
63
1 6 O ....1 -- 1 4 O O)
.......... 1 2 O o 1 O O
•t'IJ o, 8 O ('IJ .... - 6 O e Q) 4 O o
2 O e o o o o
2 O O
1 8 O
1 6 O ..--.. 1 4 O O)
........- 1 2 O
Ct:l 1 O O !/)
!/) 8 O Ct:l 6 O 2 4 O
2 O
o o
(a)
··--- / ------· . ~. / ~.--------------- ... ······· ... ·~·-······- -1!1.---=::::.::_:A ... A A . A •------
- IA··········Â· ::::::=-ll!=••=-=---·--·--·--·--·--·--•--11- 5 1 O 1 5 2 O 2 5 3 O
Tempo (h)
(b)
··~-------
. A· .-- -11.-- - . .A--· - A··
• • • • • • • • 5 1 O 1 5 2 O 2 5 3 O
Tempo (h)
Figura 5.19 Concentrações de células (-!!!!!-), açúcares (-•-) e de butanodiol (-•-) (a) e massas de células (-•-), açúcares (-•-) e de butanodiol (-Á-) (b), em função do tempo, durante fermentação em sistema descontínuo alimentado com vazão de alimentação de i 70 ml/h e concentração de substrato no meio de alimentação de 1 i 7, i g/L.
64
6. CONCLUSÕES
Com base nos resultados do presente trabalho, conclui-se que:
o O tratamento do hidrolisado antes do processo de concentração permite
reduzir as perdas de volume e de açúcar.
o Após o tratamento, o hidrolisado pode ser concentrado utilizando-se um
fator igual a 14,5 (aproximadamente 400 g/L de açúcares redutores) sem
inviabilizar sua utilização em processos fermentativos, sob o ponto de vista
material.
o Existe um limite de concentração de substrato para vazões de alimentação
acima de 100 mUh, quando se emprega hidrolisado hemicelulósico de
eucalipto para a produção de 2,3-butanodiol, nas condições estudadas.
CJ O aumento na vazão de alimentação favorece a conversão de xilose em
2,3-butanodiol quando são empregados baixos valores de concentração de
substrato no meio de alimentação.
CJ Através da utilização da análise estatística obteve-se um modelo
matemático para a conversão de substrato em 2,3-butanodiol. O modelo
proposto foi comprovado experimentalmente e se mostrou adequado, sendo
0,43 g/g o maior valor de conversão de substrato em produto obtido para o
processo estudado, quando empregou-se um valor de vazão mássica de
adição de substrato igual 19,9 g/h, correspondente a uma vazão de
alimentação de 170 ml/h e uma concentração de substrato igual a
117, 1 g/L.
65
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71
Apêndice
Tabela A1 Concentrações e massas de células, açúcares redutores totais e produto em função do tempo, durante fermentação em sistema descontínuo alimentado com vazão de alimentação de 50 mUh e concentração de substrato no meio de alimentação de 136,4 g/L (ensaio 1).
Tempo (h) j Cél. (g/l) j Subs. (g/l) j Prod. (g/l) j Mx (g) j Ms (g) j Mp (g)
o 5,3 4,8 0,6 3,2 2,9 0,4
3 8,5 10,6 3,4 6,4 8,0 2,5
6 10,0 7,8 8,8 9,0 7,0 7,9
9 11,5 5,0 15,0 12,0 5,2 15,7
12 11,0 1,9 17,0 13,3 2,3 20,5
14,5 11,0 1,1 20,2 15,0 1,5 27,3
17,5 11,0 0,4 17,4 15,0 0,5 23,6
Tabela A2 Concentrações e massas de células, açúcares redutores totais e produto em função do tempo, durante fermentação em sistema descontínuo alimentado com vazão de alimentação de 50 ml/h e concentração de substrato no meio de alimentação de 238,1 g/l (ensaio 2).
Tempo (h) j Cél. (g/L) j Subs. (g/l) j Prod. (g/l) j Mx (g) j Ms (g) j Mp (g)
o 4,4 14,8 0,8 2,6 8,9 0,5
3 8,5 25,8 6,0 6,4 19,3 4,5
6 8,7 32,7 9,2 7,8 29,5 8,3
9 8,6 37,6 14,3 9,0 39,5 15,0
12 8,7 41,4 14,9 10,4 43,3 17,9
15 7,9 44,5 20,3 10,6 60,1 27,4
18 9,0 35,2 23,0 12,2 47,5 31,0
21 10, 1 25,3 29,4 13,6 34,2 39,8
24 9,8 17,2 32,4 13,2 23,2 43,8
27 10,7 11,7 33,4 14,5 15,8 45,0
30 11,0 7,8 39,3 14,9 10,6 53,0
Tabela A3 Concentrações e massas de células, açúcares redutores totais e produto em função do tempo, durante fermentação em sistema descontínuo alimentado com vazão de alimentação de 150 ml/h e concentração de substrato no meio de alimentação de 150,5 g/L (ensaio 3).
Tempo (h) 1 Cél. (g/L) 1 Subs. (g/L) 1 Prod. (g/L) 1 Mx (g) 1 Ms (g) 1 Mp (g)
o - 17,4 0,7 - 0,4 0,4
2 3,7 42,3 3,0 3,3 38,1 2,7
4 3,2 58,4 4,2 3,9 70,0 5, 1
5 3,4 62,3 4,4 4,6 84,1 5,9
8 3,3 54,4 7,5 4,4 73,4 10, 1
11 3,4 44,0 11, 1 4,6 59,4 15,0
14 3,6 30,0 18,7 4,9 40,5 25,2
17 3,0 24,4 21,9 4,0 32,9 29,5
18 3, 1 18,7 25,3 4,1 25,2 34,2
21 3,3 10,8 28,1 4,4 14,6 38,0
Tabela A4 Concentrações e massas de células, açúcares redutores totais e produto, em função do tempo, durante fermentação em sistema descontínuo alimentado com vazão de alimentação de 150 ml/h e concentração de substrato no meio de alimentação de 253,6 gil. (ensaio 4)
Tempo (h) 1 Cél. (g/L) 1 Subs. (g/L) 1 Prod. (g/L) 1 Mx (g) 1 Ms (g) 1 Mp (g)
o 3,6 18,8 1,9 2,2 11,2 1,1
2 3,5 94,7 2,4 3,2 85,2 2,2
4 3,4 127,2 2,5 4,0 152,7 3,0
5 3,9 142,0 2,4 5,3 190,6 3,2
8 3,9 135,4 2,4 5,3 182,8 3,3
11 3,9 141 ,2 2,6 5,3 190,6 3,5
14 4,5 144,3 2,6 6, 1 194,8 3,5
17 4,3 138,5 2,4 5,8 186,9 3,2
Tabela A5 Concentrações e massas de células, açúcares redutores totais e produto em função do tempo, durante fermentação em sistema descontínuo alimentado com vazão de alimentação de 100 ml/h e concentração de substrato no meio de alimentação de 203,6 g/L. (ensaio 5)
Tempo (h) 1 Cél. (g/L) 1 Subs. (g/L) 1 Prod. (g/L) 1 Mx (g) 1 Ms (g) 1 Mp (g)
o 4,7 18,8 1,8 2,8 11,3 1,1
2 4,9 56,5 3,9 3,9 45,2 3, 1
4 3,7 81,3 3, 1 3,7 81,3 3, 1
6 2,8 99,0 3,3 3,3 118,9 3,9
7,5 2,5 106,6 3,7 3,4 143,9 4,4
10,5 3,2 109,0 3,2 4,2 147,1 4,4
13,5 3,4 104,7 3,8 4,7 141,3 5, 1
16,5 3,4 101,6 3, 1 4,5 137, 1 4, 1
Tabela A6 Concentrações e massas de células, açúcares redutores totais e produto em função do tempo, durante fermentação em sistema descontínuo alimentado com vazão de alimentação de 100 mUh e concentração de substrato no meio de alimentação de 201,6 g/L. (ensaio 6)
Tempo (h) 1 Cél. (g/L) / subs. (g/L) j Prod. (g/L) / Mx (g) / Ms (g) / Mp (g)
o 4,5 22,0 1,8 2,7 13,2 1,1
2 5,0 58,6 3,9 4,0 46,9 3, 1
4 4,8 84,3 3,7 4,8 84,3 3,7
6 4,5 100, 1 3,3 5,4 120, 1 3,9
7,5 3,9 110,3 3,5 5,2 148,8 4,7
10,5 3,8 107,5 3,5 5, 1 145,2 4,7
13,5 4,2 106,8 3,8 5,7 144,2 5, 1
16,5 4,3 106, 1 3,6 5,8 143,2 4,8
Tabela A7 Concentrações e massas de células, açúcares redutores totais e produto em função do tempo, durante fermentação em sistema descontínuo alimentado com vazão de alimentação de 100 ml/h e concentração de substrato no meio de alimentação de 198,7 g/L. (ensaio 7)
Tempo (h) 1 Cél. (g/L) 1 Subs. (g/L) 1 Prod. (g/L) 1 Mx (g) 1 Ms (g) 1 Mp (g)
o 6,2 18,6 2,0 3,7 11,2 1,2
2 6, 1 55,9 3,7 4,9 44,7 3,0
4 5,3 79,8 3,9 5,3 79,8 3,9
6 4,4 98,7 3, 1 5,3 118,5 3,7
7,5 4,0 104,9 2,7 5,4 141,7 3,7
10,5 4,3 104,4 3,2 5,8 141,0 4,4
13,5 4,6 103,4 3,9 6,2 139,6 5,3
16,5 4,7 103,3 3,3 6,3 139,4 4,4
Tabela AS Concentrações e massas de células, açúcares redutores totais e produto em função do tempo, durante fermentação em sistema descontínuo alimentado com vazão de alimentação de 100 mUh e concentração de substrato no meio de alimentação de 117 ,4 g/L. (ensaio 8)
Tempo (h) 1 Cél. (g/L) 1 Subs. (g/L) 1 Prod. (g/L) 1 Mx (g) 1 Ms (g) 1 Mp (g)
o 4,4 17,5 0,8 2,6 10,5 0,5
2 4,6 35,3 5,7 3,7 28,3 4,5
4 4,7 45,7 6,4 4,7 45,7 6,4
6 5,0 55,8 6,5 6,0 66,9 7,8
7,5 4,9 61,2 4,9 6,6 82,6 6,6
10,5 4,9 58,1 8,2 6,6 78,4 11, 1
13,5 5,0 55,5 9,2 6,8 75,0 12,5
19,5 5,0 53,6 9,5 6,8 72,4 12,8
Tabela A9 Concentrações e massas de células, açúcares redutores totais e produto em função do tempo, durante fermentação em sistema descontínuo alimentado com vazão de alimentação de 100 ml/h e concentração de substrato no meio de alimentação de 265,5 g/L. (ensaio 9)
Tempo (h) 1 Cél. (g/L) 1 Subs. (g/L) 1 Prod. (g/L) 1 Mx (g) 1 Ms (g) 1 Mp (g)
o 4,4 15,0 1,6 2,6 9,0 0,9 1,5 5,0 72,2 4,1 4,0 57,8 3,2 3 5,5 97,7 4,8 5,5 97,7 4,8
4,41 5,9 116,6 5, 1 7,1 139,9 6, 1 7,41 6,0 130,9 5,2 8, 1 176,7 7,0 10,41 6,5 129,3 4,8 8,8 174,6 6,5 13,41 6,8 127,4 5,0 9,2 172,0 6,7
Tabela A10 Concentrações e massas de células, açúcares redutores totais e produto em função do tempo, durante fermentação em sistema descontínuo alimentado com vazão de alimentação de 32,6 ml/h e concentração de substrato no meio de alimentação de 189,31 g/L. (ensaio 10)
Tempo (h) 1 Cél. (g/L) 1 Subs. (g/L) 1 Prod. (g/L) 1 Mx (g) 1 Ms (g) 1 Mp (g)
o 4,6 17,6 0,5 2,8 10,6 0,3 3 3,8 26,7 6,9 2,7 18,7 4,8 6 3,8 35,0 9,9 3,0 27,8 7,8 9 4,0 45,4 8,9 3,6 40,5 8,0 12 4,7 59,5 8,9 4,7 58,9 8,8 15 4,7 72,6 8,2 5, 1 79,0 9,0 18 4,8 81, 1 7,6 5,7 96,2 9, 1 21 4,8 86,3 7,2 6,5 110,8 9,3 23 4,9 92,4 7, 1 6,3 124,8 9,5 26 4,8 91,4 6,8 6,4 123,5 9,2 29 5,0 95,1 6,7 6,8 128,4 9,0
Tabela A11 Concentrações e massas de células, açúcares redutores totais e produto em função do tempo, durante fermentação em sistema descontínuo alimentado com vazão de alimentação de 170 ml/h e concentração de substrato no meio de alimentação de 191,6 g/L. (ensaio 11)
Tempo (h) 1 Cél. (g/L) 1 Subs. (g/L) 1 Prod. (g/L) 1 Mx (g) 1 Ms (g) 1 Mp (g)
o 4,7 12,7 1,6 2,8 7,6 1,0
2 4,9 60,5 4,5 4,2 51,7 3,8
4 4,9 76,8 4,4 5,5 85,3 4,9
6 5,0 100,0 4,4 6,8 134,9 5,9
7,5 5,3 100,4 4,3 7,2 135,5 5,8
10,5 5,3 97,9 4,2 7,1 132,2 5,7
Tabela A12 Concentrações e massas de células, açúcares redutores totais e produto em função do tempo, durante fermentação em sistema descontínuo alimentado com vazão de alimentação de 170 ml/h e concentração de substrato no meio de alimentação de 117,1 g/L (Validação do modelo)
Tempo (h) 1 Cél. (g/L) 1 Subs. (g/L) 1 Prod. (g/L) 1 Mx (g) 1 Ms (g) 1 Mp (g)
o 4,3 12,5 0,5 2,6 7,5 0,3
2 3,9 42,6 4, 1 3,7 40,0 3,8
4 3,4 56,4 5, 1 4,3 72,2 6,6
4,46 3,5 57,4 5,9 4,8 77,5 7,9
7,46 3,9 52,3 8,5 5,3 70,6 11,5
10,46 4,7 42,8 10,7 6,3 57,7 14,4
13,46 4,6 32,6 13,7 6,2 43,9 18,5
16,46 4,7 25,6 16,0 6,3 34,5 21,6
19,46 4,3 20,9 22,2 5,8 28,2 29,9
22,46 4,3 21,0 20,2 5,8 28,4 27,2
25,46 4,7 17,9 23,2 6,4 24,2 31,3
28,46 4,7 15,9 23,0 6,3 21,5 31,0
31,46 4,7 11, 1 22,8 6,3 14,9 30,8