FACULDADE TECSOMA Curso de Graduação em Fisioterapia ...

40
FACULDADE TECSOMA Curso de Graduação em Fisioterapia Franciele Montijo dos Santos ANÁLISE DO NÍVEL DE CONTROLE DA PRESSÃO ARTERIAL SISTÊMICA EM PACIENTE GESTANTE HIPERTENSA, APÓS APLICAÇÃO DE UM PROGRAMA DE REABILITAÇÃO CARDIOVASCULAR: estudo de caso. Paracatu 2013

Transcript of FACULDADE TECSOMA Curso de Graduação em Fisioterapia ...

Page 1: FACULDADE TECSOMA Curso de Graduação em Fisioterapia ...

FACULDADE TECSOMA

Curso de Graduação em Fisioterapia

Franciele Montijo dos Santos

ANÁLISE DO NÍVEL DE CONTROLE DA PRESSÃO ARTERIAL SISTÊMICA EM

PACIENTE GESTANTE HIPERTENSA, APÓS APLICAÇÃO DE UM PROGRAMA

DE REABILITAÇÃO CARDIOVASCULAR: estudo de caso.

Paracatu

2013

Page 2: FACULDADE TECSOMA Curso de Graduação em Fisioterapia ...

Franciele Montijo dos Santos

ANÁLISE DO NÍVEL DE CONTROLE DA PRESSÃO ARTERIAL SISTÊMICA EM

PACIENTE GESTANTE HIPERTENSA, APÓS APLICAÇÃO DE UM PROGRAMA

DE REABILITAÇÃO CARDIOVASCULAR: estudo de caso.

Pré-projeto apresentado à disciplina de TCC I no

curso de graduação de Fisioterapia do 7° Período,

da Faculdade Tecsoma.

Orientadora: Prof. M. Sc. Michele Faria Lima

Orientadora: Prof. M. Sc. Cecília Nascimento

Paracatu

2013

Page 3: FACULDADE TECSOMA Curso de Graduação em Fisioterapia ...

LISTA DE SIGLAS

HELP Hemólise de Enzimas Hepáticas e Plaquetopenia

JNC Joint National Committee

MMHG Milímetros de Mercúrio

OMS Organização Mundial de Saúde

PAD Pressão arterial diastólica

PAS Pressão arterial sistólica

SUS Sistema Único de Saúde

Page 4: FACULDADE TECSOMA Curso de Graduação em Fisioterapia ...

SUMÁRIO

1. TEMA .................................................................................................................................. 5

2. HIPÓTESE .......................................................................................................................... 5

3. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 6

4. JUSTIFICATIVA ............................................................................................................... 7

5. OBJETIVOS ....................................................................................................................... 8

5.1. Objetivos Gerais .............................................................................................................. 8

5.2. Objetivos específicos ........................................................................................................ 8

6. REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................. 9

6.1. Gravidez ........................................................................................................................... 9

6.1.1. Farmacocinética ............................................................................................................ 9

6.1.2. Sistema Endócrino ......................................................................................................... 9

6.1.3. Sistema Cardiovascular ............................................................................................... 10

6.2. Hipertensão arterial ...................................................................................................... 11

6.3. Síndromes hipertensivas na gravidez .......................................................................... 13

6.3.1. Hipertensão arterial crônica na gravidez ................................................................... 13

6.3.2. Hipertensão arterial gestacional ................................................................................. 14

6.4. Complicações das síndromes hipertensivas ................................................................. 16

6.4.1. Pré-eclâmpsia ............................................................................................................... 16

6.4.2. Eclampsia ..................................................................................................................... 17

6.4.3. Síndrome de Help ........................................................................................................ 18

6.4.4. Complicações neonatais .............................................................................................. 18

6.5. Atuação fisioterapeutica................................................................................................ 19

6.5.1. Atividade física em gestante hipertensa ...................................................................... 19

6.5.2. Reabilitação cardiovascular ........................................................................................ 20

6.5.3. Sistema cardiovascular e exercícios físicos ................................................................ 21

6.5.4. Cinesioterapia na gestação .......................................................................................... 22

6.5.4.1. Série Metabólica.................................................................................................................22

6.5.4.2. Série Principal....................................................................................................................23

6.5.4.3. Série Respiratória..............................................................................................................24

6.5.4.4. Relaxamento.......................................................................................................................25

7. METODOLOGIA ............................................................................................................. 27

7.1. Descrição do paciente .................................................................................................... 27

7.2. Análise de dados ............................................................................................................ 28

8. CRONOGRAMA .............................................................................................................. 29

REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 30

ANEXO A – TERMO DE CONSENTIMENTO ............................................................... 34

ANEXO B – FICHA DE AVALIAÇÃO ............................................................................. 36

Page 5: FACULDADE TECSOMA Curso de Graduação em Fisioterapia ...

ANEXO C – ENCAMINHAMENTO MÉDICO ............................................................... 38

ANEXO D – ESCALA DE ESFORÇO (BORG) ............................................................... 39

Page 6: FACULDADE TECSOMA Curso de Graduação em Fisioterapia ...

5

1. TEMA

Análise do nível de controle da pressão arterial sistêmica em paciente gestante

hipertensa, após aplicação de um programa de reabilitação cardiovascular: estudo de caso.

2. HIPÓTESE

Se o protocolo de reabilitação cardíaca será eficaz no condicionamento

cardiovascular de pacientes hipertensos, então a pressão arterial da gestante hipertensa se

manterá.

Page 7: FACULDADE TECSOMA Curso de Graduação em Fisioterapia ...

6

3. INTRODUÇÃO

Em análise de literaturas pode ser observada a frequência das síndromes

hipertensivas na gestação que na atualidade apresentam diversas discussões sobre seu valor

estimado, já que esta é bastante comum dentre as patologias consideradas fatores de risco

gestacional (SOUZA; DUBIELA; SERRÃO JUNIOR, 2010).

Segundo Plavnik (2007), a hipertensão atinge cerca de 6% a 15% das gestações, dado

este que é complementado por Ziegel e Cranley (2008), citando a ocorrência de

aproximadamente 15 a 20% de morbimortalidade perinatal.

A hipertensão é a alteração dos níveis pressóricos atingindo os níveis de PAS

maiores que 140 mmHg, e PAD maiores que 90 mmHg, sendo considerados como

hipertensão arterial crônica em mulheres com alterações dos valores pressóricos previamente

a gravidez, ou até a 20ª semana gestacional, e classificada como síndrome hipertensiva

gestacional quando acomete a gestante após a 20ª semana, com ausência de proteinúria

(PLAVNIK, 2007).

As principais complicações presentes de acordo com as alterações da pressão arterial

são a pré-eclâmpsia, eclampsia e a síndrome de Help, caracterizadas por uma série de

eventos que afetam diversos órgãos da gestante, levando em alguns casos, a mortalidade

materno-fetal, ou acarretando diversas complicações, como convulsões, hemorragia, entre

outros (KAHHALE, 2002).

Atualmente, pode se afirmar que o uso de terapias medicamentosas afeta, de forma

direta ou indireta, o feto, sendo utilizado como meio substitutivo a prática de exercícios de

baixa intensidade. Apesar de conter poucos estudos sobre o tema, o objetivo principal deste

método é a melhoria das condições cardiorrespiratórias, e através deste obter o controle e a

manutenção dos níveis pressóricos, explicada pela redução nos valores do débito cardíaco e

da frequência cardíaca (SOUZA; DUBIELA; SERRÃO JUNIOR, 2010).

Com base neste estudo, e no acompanhamento de caso, este projeto tem por objetivo

demonstrar que um programa de atividades físicas possui eficácia no tratamento de

reabilitação cardiovascular de uma gestante hipertensa, e quais motivos alguns autores

demonstram a contraindicação da realização deste.

Page 8: FACULDADE TECSOMA Curso de Graduação em Fisioterapia ...

7

4. JUSTIFICATIVA

A hipertensão arterial crônica é a patologia mais frequente dentre as doenças

cardiovasculares em gestantes, e que, atualmente, acomete gestantes de qualquer faixa

etária, sendo comumente associada ao principal fator de risco para complicações maternas e

perinatais. Dentre estes riscos, pode ser citado o aumento na mortalidade materna, bem

como o aumento da ocorrência de pré-eclâmpsia e eclampsia, e o descolamento prematuro

da placenta. Já para o neonato os principais riscos são a prematuridade, baixo peso, baixo

índice de Apgar no 1° e no 5° minuto após o nascimento, maior índice de admissões em

Unidades de Terapia Intensiva Neonatal, além de apresentar riscos de hemorragia

intraventricular, enterocolite necrotizante, e síndrome da angústia respiratória.

Atualmente, a fisioterapia tem sido muito utilizada em pacientes gestantes com

hipertensão arterial crônica e gestacional, a fim de promover uma reabilitação cardiovascular

através de um programa adaptado para esta paciente, respeitando as limitações fisiológicas

que são encontradas no decorrer da gravidez, como meio de prevenção das complicações

presentes nas gestantes hipertensas durante o período gestacional e pós-gestacional.

Este programa de reabilitação favorece o controle da pressão arterial sistêmica e da

frequência cardíaca, atuando de forma preventiva nas complicações, bem como

proporcionando uma melhoria no bem estar físico e psicológico, durante a preparação para o

parto.

Page 9: FACULDADE TECSOMA Curso de Graduação em Fisioterapia ...

8

5. OBJETIVOS

5.1. Objetivos Gerais

Avaliar os benefícios gerados pelo uso de exercícios aeróbicos, rítmicos e

isométricos, sobre a pressão arterial sistêmica e frequência cardíaca, em gestante com fator

de risco para pré-eclâmpsia.

5.2. Objetivos específicos

Verificar, em literaturas, indicação e contraindicação de exercícios em gestante de

risco, e comparar a justificativa utilizada pelos autores para a tomada de decisão.

Comparar os níveis de pressão arterial sistêmica e frequência cardíaca, em gestante

hipertensa antes da inserção do programa de condicionamento, durante e depois deste.

Avaliar o nível de esforço realizado pela gestante hipertensa durante a realização dos

exercícios para o condicionamento cardiovascular.

Orientá-la para as mudanças fisiológicas gestacional, preparando-a para o parto.

Page 10: FACULDADE TECSOMA Curso de Graduação em Fisioterapia ...

9

6. REFERENCIAL TEÓRICO

6.1. Gravidez

O diagnóstico da gestação está baseado nos sinais e sintomas que surgem neste

período, o qual é caracterizado pelas alterações psicossomáticas, conhecidas como

mecanismos de adaptações. Possivelmente, esta será a única fase do ciclo vital que

envolverá todos os sistemas do organismo feminino. As modificações estão relacionadas a

várias queixas presentes em grande parte das gestações são: cefaleia, dores locais ou

generalizadas, ansiedade, alterações do apetite, hiperêmese (VALADARES; DIAS, 2006).

A atenção ao pré-natal é essencial para o sucesso de uma equipe multidisciplinar,

estabelecendo os atendimentos humanizados, assistenciais e preventivos, para compreensão

da gestante em sua totalidade (BRASIL, 2005).

6.1.1. Farmacocinética

Segundo Brasil (2005), as modificações fisiológicas gestacionais estão, muitas vezes,

pautadas como doenças, sendo necessárias as devidas orientações para não serem utilizados

medicamentos eventualmente. Uma vez que este período é transitório, poderá ser regulado a

partir de uma reeducação alimentar e postural.

Estes dados podem ser justificados com base nos estudos de Valadares e Dias (2006),

que relatam as alterações na absorção, metabolismo e excreção de grande parte dos

medicamentos na presença de compostos de progesterona, alcalinos e ácidos leves, levando

a alterações da motilidade intestinal e diminuição do ácido gástrico.

6.1.2. Sistema Endócrino

No período gestacional, as modificações fisiológicas são organizadas pelo sistema

endócrino, através da alteração na excreção de hormônios (POLDEN; MANTLE, 2005).

Dentre os principais hormônios presentes na gravidez, a progesterona e o estrogênio

são produzidos, inicialmente, no corpo lúteo, sendo supridos com o desenvolvimento da

gravidez para serem produzidos na placenta. A progesterona apresenta-se como um dos

principais responsáveis pela implantação da gravidez, redução do tônus da musculatura lisa,

Page 11: FACULDADE TECSOMA Curso de Graduação em Fisioterapia ...

10

diminuição da tensão alveolar e arterial, aumento da ventilação, além do desenvolvimento

das glândulas mamárias, com produção de aproximadamente 10 mg por 24 horas no início

da gestação, e com aumento abrupto em sua produção de até 250-300 mg a cada 24 horas

quando produzido na placenta (POLDEN; MANTLE, 2005).

O estrogênio possui produção de aproximadamente 5 mg por dia no início da

gestação, progredindo para 50 mg por 24 horas em 40 semanas, sendo responsável pelo

crescimento uterino, retenção hídrica, elevação do glicogênio vaginal, e receptor da relaxina,

ou seja, aumenta a flexibilidade da articulação pélvica (VALADARES; DIAS, 2006).

6.1.3. Sistema Cardiovascular

De acordo com as novas necessidades fisiológicas materno-fetal, o sistema

cardiovascular sofre adaptações hemodinâmicas através do aumento no volume sanguíneo,

que pode se aproximar aos níveis de 40% no volume plasmático, e 30% no volume das

hemácias em relação aos níveis anteriores a gestação (POLDEN; MANTLE, 2005).

Polden e Mantle (2005) justificam esta adaptação importante, expondo que há um

aumento do débito cardíaco, uma vasodilatação ativa dos vasos sanguíneos de acordo com a

atuação da progesterona, causando uma diminuição da frequência cardíaca e da pressão

arterial.

Já Plavnik (2007) relata que esta vasodilatação ativa ocorre na presença dos

hormônios prostaciclinas e óxido nítrico, com queda nos níveis pressóricos até

aproximadamente a 20ª e 24ª semana gestacional.

Esses valores, normalmente, apresentam variações, com maior queda, no início da

gravidez, podendo chegar a um valor de 15 mmHg tanto na pressão sistólica como na

diastólica, retornando aos níveis pré-gestacionais no final da gestação. As principais

alterações ou comprometimento, como são conhecidos pelas gestantes hipertensas, é

apresentado em virtude do crescimento uterino, já que este causa a compressão da veia cava

inferior e da aorta abdominal, gerando a redução do débito cardíaco (KOHLMANN, 2007).

Page 12: FACULDADE TECSOMA Curso de Graduação em Fisioterapia ...

11

6.2. Hipertensão arterial

As disfunções das células endoteliais, nas formas congênitas ou adquiridas, geram

complicações no relaxamento e contração, afetando, principalmente, os vasos sanguíneos

periféricos. Está disfunção favorece o desenvolvimento de complicações como a hipertensão

arterial, diabetes, aterosclerose, hiperlipidemia e vaso espasmo (PANDIAN; HAMID;

HAMMOND, 2002).

As alterações dos níveis pressóricos são caracterizadas por ser uma condição

multifatorial, assintomática, ou seja, os sintomas não são aparentes em sua maioria, e

quando estes aparecem, representam uma ocasião de complicação, que comumente se surge

associada com alterações em órgãos como coração, encéfalo, rins e vasos sanguíneos, além

de alterar o sistema metabólico, gerando um risco evidente de episódios cardiovasculares

fatais (BRASIL, 2011).

Desde séculos, já se ouvia dizer sobre medidas da pressão arterial e da frequência

cardíaca, levando os estudiosos a realizarem grandes discussões sobre esse tema. De acordo

com Ribeiro (2007), em 1977, foi realizado nos Estados Unidos a primeira reunião de

grupos multidisciplinares, conhecida como Joint National Commitee (JNC I), onde

começaram a delimitar os limites consideráveis de normotensão e da hipertensão arterial,

sendo estes dados reconhecidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Na reunião de 1997, o JNC VI determinou as definições que são utilizadas nos anos

atuais, em que a pressão arterial diastólica (PAD) e a pressão arterial sistólica (PAS) se

subdividem em três categorias com graduação de seus valores, pré determinando que a PAD

abaixo de 80 mmHg e a PAS abaixo de 120 mmHg são ótimos níveis pressóricos.

Graduação dos estágios hipertensivos: PAD no estágio 1 é de 90-100 mmHg, 2 de 100-110

mmHg, e 3 níveis superiores a 110 mmHg, a PAS no estágio 1 é de 140-160 mmHg, 2 de

160-180 mmHg, e 3 níveis superiores a 180 mmHg, com atualização no JNC VII em 2003

para análise dos dados pré-hipertensivos de: PAS 120-139 mmHg, e PAD 80-89 mmHg,

considerando-se necessariamente hipertensão arterial valores maior que 140/90 mmHg

(RIBEIRO, 2007).

A fisiopatologia está diretamente relacionada com os fatores genéticos e ambientais.

Dentre os principais fatores ambientais citados em Ferreira (2007) como os principais

acarretadores da elevação dos níveis da pressão arterial são: a ingestão de sódio onde se

apresenta indivíduos sensíveis ao sal e os que não apresentam sensibilidade a este; a ingestão

Page 13: FACULDADE TECSOMA Curso de Graduação em Fisioterapia ...

12

de álcool relacionado à dose, com a geração de resposta do organismo; o fumo por causar

uma série de alterações hemodinâmicas, metabólicas e hematológicas, além de alterações

anatômicas decorrentes da inalação continua; e a obesidade de acordo com o estilo de vida

adotado pela sociedade atual, com hábitos alimentares deletérios a saúde, e o baixo índice de

pratica de atividades físicas.

Segundo Brasil (2011), a hipertensão arterial possui um andamento maligno, com

manifestações clínicas de encefalopatia, acidente vascular encefálico, síndromes

coronarianas, edema pulmonar, levando-se em conta a gravidade do evento e a intervenção a

ser utilizada, usa-se o sistema Common Toxicity Criteria (NCI CTC), que apresenta critérios

de classificação, para que ocorra a documentação necessária com informações unificadas,

para facilitar a identificação dos inibidores de angiogênese e a dose utilizada pelos grupos de

risco, facilitando a busca de metas para o controle da hipertensão arterial, bem como

melhorando a qualidade de vida.

A prevalência populacional de hipertensos está transversalmente relacionada com a

região do país, com variações de acordo com os fatores socioeconômicos, homogeneidade

epidemiológica, atingindo resultados variados em diversos estudos, não podendo assim ser

demonstrados dados, já que, os resultados estimados dificultam a média metodológica.

Observa-se que o Brasil não participa dos grupos do Banco Mundial de informações, devido

não conter publicações criteriosas (FERREIRA, 2007).

Page 14: FACULDADE TECSOMA Curso de Graduação em Fisioterapia ...

13

6.3. Síndromes hipertensivas na gravidez

A hipertensão arterial é uma das patologias mais comumente encontradas na

gravidez, considerada um dos maiores problemas em relação às gestações de alto risco, com

incidência de acometimento em, aproximadamente, 7% das gestações, sendo a principal

responsável pela mortalidade materna, com dados entre 15 a 20%, além de apresentar grande

contribuição à morbidez e mortalidade perinatal (ZIEGEL; CRANLEY, 2008).

Segundo Plavnik (2007), a hipertensão atinge cerca de 6% a 15% das gestações, e

representa 35% das mortes em situações de complicações, dentre estas tem se a eclampsia

como o principal fator desencadeante, sendo esses dados maiores que o referido por Ziegel e

Cranley (2008), e ainda em Plavnik (2007) ocorre à citação dos dados de 15% de

mortalidade materna, mas em referência às mulheres Norte Americanas.

Os fatores de risco da hipertensão na gestação estão, em sua maioria, nas gestantes

nulíparas, idade materna avançada, em mulheres negras, e com excesso de peso (FERRÃO,

2006). Além dos predisponentes citados por Assis, Viana e Rassi (2008) complementam

com fatores desencadeantes como o diabete mellitus, doença renal, primiparidade, história

familiar ou pessoal de pré-eclâmpsia e hipertensão arterial crônica.

De acordo com Sass (2002b), uma das principais características da hipertensão na

gestação é o alto índice de prematuridade, bem como quadros graves de insuficiência

placentária, influenciando diretamente as taxas de mortalidade fetal.

6.3.1. Hipertensão arterial crônica na gravidez

No período gestacional é considerada hipertensão arterial crônica, alterações dos

níveis pressóricos maiores que 140/90 mmHg previa a gravidez com presença de

proteinúria, ou anteriormente a 20ª semana gestacional. A pré-eclâmpsia, neste caso, ocorre

em até 23% das gestantes, podendo ser elevado o fator de risco quando no início da

gestação, período em que ocorre a vasodilatação ativa dos vasos, não ocorre à redução da

pressão arterial (PLAVNIK, 2007).

A hipertensão arterial crônica pode ser classificada na gravidez como leve quando a

PAD estiver menor que 100 mmHg, moderada com níveis de PAD maior ou igual 100-110

mmHg, e grave com PAD superior a 110 mmHg (SASS; MESQUITA, 2005).

Page 15: FACULDADE TECSOMA Curso de Graduação em Fisioterapia ...

14

Segundo Souza, Dubiela e Serrão Junior (2010), as complicações geradas pela

hipertensão arterial crônica na gravidez podem ser classificadas como pré-eclâmpsia

sobreposta, ou seja, a presença do antecedente pessoal de hipertensão superajuda ao

desenvolvimento de complicações no período gestacional.

Com base em uma revisão bibliográfica, é possível observar os riscos,

aparentemente, ocultos da hipertensão crônica na gestação de acordo com o seu grau de

manifestação. A hipertensão leve causará mínimas complicações funcionais, com base em

níveis extremos sua repercussão será de grande gravidade para a funcionalidade, com risco

proporcionalmente crescente. A utilização dos hipotensores possui como objetivo reduzir os

casos da morbimortalidade materna e perinatal, mas em sua contraposição está a atuação dos

fármacos no desenvolvimento fetal, inibindo a difusão placentária (NASS et. al., 2002a).

De acordo com Nass e colaboradores (2002a), observa-se que há uma grande

utilização de hipotensores no Brasil com base em compostos de:

a) Inibição central - que não apresenta complicações maternas, mas há um risco

aparente perinatal a partir do segundo semestre gestacional;

b) Os diuréticos - que são sugeridos como uma escapatória durante a gestação,

com presumível risco de diminuição do volume placentário;

c) Os beta-bloqueadores - não há publicações que comprovem o risco materno,

mas afirmam uma restrição do crescimento fetal;

d) Bloqueadores dos canais de cálcio - sem apresentação consistente para

indicação do uso destes medicamentos, ou até mesmo seus benefícios durante a

gestação, não demonstrando assim em estudos uma diminuição considerável da

mortalidade perinatal e da pré-eclâmpsia sobreposta.

6.3.2. Hipertensão arterial gestacional

As síndromes hipertensivas na gravidez é caracterizada pelo aparecimento da

hipertensão após há 20ª semana gestacional, com PAS acima de 140 mmHg e PAD acima de

90 mmHg, com ausência de proteinúria, retornando aos níveis normais até a 12ª semana

após o parto (OLIVEIRA, 2006).

Page 16: FACULDADE TECSOMA Curso de Graduação em Fisioterapia ...

15

Na fase aguda a hipertensão arterial gestacional é caracterizada pela prevalência dos

níveis pressóricos maiores ou iguais a 140/90 mmHg em um período de sete dias

consecutivos, com verificações diárias (SOUZA; DUBIELA; SERRÃO JUNIOR, 2010).

Page 17: FACULDADE TECSOMA Curso de Graduação em Fisioterapia ...

16

6.4. Complicações das síndromes hipertensivas

6.4.1. Pré-eclâmpsia

De acordo com Pascoal (2002), a pré-eclâmpsia sobreposta, que está representada

como uma complicação da hipertensão arterial crônica, de modo isolado representa o

prognóstico de maior gravidade, com risco aparente ao feto e a mãe. Kahhale (2002),

complementa está informação observando em seu estudo que, o acompanhamento pré-natal

mostra-se com fundamental importância neste caso, devendo ser iniciado o mais

precocemente.

Pode-se dizer que é bastante comum encontrar a pré-eclâmpsia, em sua forma leve,

no final do terceiro trimestre gestacional, não causando risco à mãe e ao feto possibilitando a

evolução natural do parto, mas é necessário a verificação da pressão arterial a cada 3 dias, ou

em intervalos semanais (KAHHALE, 2002).

Alguns dos principais sintomas da pré-eclâmpsia podem surgir de modo discreto com

cefaleia, com progressão para distúrbios visuais, hiper-reflexia, dor epigástricas,

hemoconcentrações (hemorragia), evoluindo para um episódio convulsivo, mas pode haver

um sintoma isolado, ou seja, a gestante iniciará a eclampsia já com um episódio de

convulsão (PASCOAL, 2002).

Peraçoli e Parpinelli (2005), denominam como eclampsia os episódios convulsivos

de caráter tônico clônico, com suposições de vaso espasmo com isquemia na região cerebral,

além de descrever as cefaleias com sendo na região frontal e occipital, com distúrbios

visuais de escotomas, fosfenas ou até amaurose.

Por ser uma patologia de etiologia desconhecida, a pré-eclâmpsia é caracterizada

pelo acometimento de todos os órgãos e sistemas, devido ao grande aumento da resistência

vascular periférica, e a altas respostas de vasoconstrição, acarretando uma ampla disfunção

endotelial, antecedendo assim a lesão do tecido endotelial seguida de vaso espasmo

(PASCOAL, 2002).

Devido à lesão renal, há uma redução na excreção de sódio, colaborando para a

retenção de fluídos conhecidos como edemas, ou a retenção destes fluidos em regiões

localizadas como no pulmão, gerando um aumento na pressão dos capilares pulmonares, o

que leva ao aparecimento de sintomas semelhantes aos da síndrome da angústia respiratória

Page 18: FACULDADE TECSOMA Curso de Graduação em Fisioterapia ...

17

(SARA), além de disfunção hepática, redução dos níveis de albumina com complicações de

extravasamento de proteínas para o meio intersticial (PASCOAL, 2002).

No caso de pré-eclâmpsia grave é necessário analisar se a ultrassonografia indica que

o feto apresenta o peso igual ou superior a 1.000 gramas, e no mínimo de 28 semanas, para

ser realizada a interrupção da gestação através de uma cesariana, seguida de internação do

neonato em uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (KAHHALE, 2002).

6.4.2. Eclampsia

A eclampsia é uma complicação obstétrica que pode ser evitada, de acordo com as

escolhas da gestante, ou seja, decidir iniciar um tratamento rigoroso, precedido de

acompanhamento médico regular (PERAÇOLI; PARPINELLI, 2005).

Ainda no artigo de Peraçoli e Parpinelli (2005) pode ser observada uma citação de

Sibai e colaboradores (2005), que relata a existência de uma determinada falha nos métodos

preventivos, com principais coadjuvantes erros médicos, a falha no uso do sulfato de

magnésio, baixa idade gestacional, e surgimento repentino.

Após um episódio convulsivo, ocorre um aumento da frequência respiratória

chegando a aproximadamente 50 incursões por minuto, seguida de hipoxemia, cianose, febre

com temperatura maior ou igual a 39° C, e na maioria dos casos está associada a

hemorragias cerebral, edema pulmonar, e amaurose. De acordo com essas evoluções do

quadro clínico, pode-se observar o inicio do trabalho de parto, denominado anteparto. Essa

evolução da complicação gestacional não atinge somente a mãe, mas o feto sofrerá diversas

alterações, dentre elas a redução da frequência cardíaca, bradicardia (BRASIL, 2000).

De acordo com Kahhale (2002), após o uso de medicamentos hipotensores, e

reguladores hemodinâmicos e metabólicos, faz-se necessária à observação de,

aproximadamente, 2 horas para a normatização das complicações da eclampsia para iniciar o

parto, com as opções de: cesariana nos casos em que a mulher não mantém o controle dos

níveis pressóricos, mesmo após medicações; parto vaginal quando não oferece riscos

maternos; em casos de óbito fetal e normatização da pressão arterial é induzido o parto

vaginal.

Page 19: FACULDADE TECSOMA Curso de Graduação em Fisioterapia ...

18

6.4.3. Síndrome de Help

A síndrome de Help pode ser designada como uma variante grave da pré-eclâmpsia,

sua incidência é de aproximadamente de 6,6% a 24,1%. Sua denominação de HELP é a

junção das iniciais inglesas de: hemólise (H), ampliação nos níveis de enzimas hepáticas

(EL) e plaquetopenia (LP) (BRASIL, 2000).

Segundo Brasil (2000), além dos sinais já aparentes da pré-eclâmpsia, essa síndrome

também se associa a hemorragia na região da gengiva (gengivorragia), hematúria ou

oligúria, icterícia, hipoglicemia, hiponatremia, hemorragia vítrea, e em alguns casos, ocorre

a presença de esteatose hepática aguda, apendicite, lúpus eritematoso sistêmico.

6.4.4. Complicações neonatais

De acordo com as literaturas, além do risco de óbito, prematuridade, infecções

neonatais, baixo peso e diminuição do crescimento, hipóxia neonatal sendo, em sua maioria,

necessária a internação em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, para um melhor suporte

ventilatório, levando o neonato a apresentar um baixo índice de Apgar tanto no primeiro

quanto no quinto minuto de avaliação (SOUZA; DUBIELA; SERRÃO JUNIOR, 2010).

Além de maior propensão a desenvolver doenças pulmonares agudas e crônicas, com

risco de desenvolvimento tardio de hipertensão arterial e dislipidemia (PASTORE;

VINADÉ).

Page 20: FACULDADE TECSOMA Curso de Graduação em Fisioterapia ...

19

6.5. Atuação fisioterapeutica

A partir da concepção até o momento do parto classifica-se como período pré-natal,

em que ocorrerão diversas modificações em todo o organismo feminino. Nesse período, cabe

ao fisioterapeuta orientar a gestante quanto às adaptações fisiológicas, preparando-a

fisicamente, através da conscientização das mudanças posturais, bem como melhorar a

potencia muscular para que diante das exigências extras da gravidez, ela se mostre apta a

suportar as necessidades circunstanciais (BARACHO; BARACHO; VELLOSO 2007).

É sabido que o fisioterapeuta em seu atendimento utiliza-se de exercícios,

diferenciando-os de acordo com o seu objetivo, que é aliviar e prevenir dores e os

desconfortos das adaptações gestacionais, além de melhorar a autoestima, empregando

recursos como atividades físicas, técnicas manuais e eletrotermoterapia (BARACHO, 2007).

Segundo Miranda e Abrantes (2003), estas atividades podem ser praticadas por

gestantes que nunca praticaram nenhuma atividade física, apresentando como período de

adaptação de aproximadamente duas semanas, devendo ser passado para essa gestante que

esse período de exercício é um momento agradável, com exercícios ritmados.

Nessa prática é de grande importância ressaltar que os exercícios físicos não devem

exceder os limites maternos, pois esses geram uma condição desfavorável ao

desenvolvimento gestacional, devendo também ser observadas as condições ambientais e

climáticas para execução de atividades físicas. A intensidade do exercício pode ser

calculada através do teste de conversa, que se executa durante o exercício físico, já que se a

mulher for capaz de exercitar-se e dialogar sem esforço, o nível de intensidade é considerado

normal; ou através da utilização de escala visual de esforço, sugerindo-se em sua maioria a

escala de Borg para gestantes (BARACHO, 2007).

6.5.1. Atividade física em gestante hipertensa

De acordo com Sass e Mesquita (2005), a atividade física exagerada está

contraindicada neste grupo de gestante, como um meio de prevenção de complicações, que

não estão esclarecidas em seu estudo, citando ainda que a paciente deve permanecer o maior

tempo possível em repouso em decúbito lateral esquerdo, além de adaptar-se com

afastamento de atividades profissionais.

Page 21: FACULDADE TECSOMA Curso de Graduação em Fisioterapia ...

20

Ainda em Sass e Mesquita (2005), cita que não há métodos eficazes de prevenção

para doenças hipertensivas da gestação, mas que pode ser feito o seu controle como meio

preventivo.

Antigamente, por volta do século XX, a prática de exercícios físicos em gestantes era

muito preocupante, mas, atualmente, pode se dizer quer este fator deixou de existir, pois os

novos estudos demonstram que a prática de exercícios físicos não causa interferência na

gestação, bem como, não reduz o peso do feto (MARQUEZ et al., 2000; LEET; FLICK L,

2003 apud BURGOS, 2010).

A prática de exercícios físicos é indicada não apenas para mulheres que já possuíam

o hábito de exercitá-los, mas também para as mulheres sedentárias, e àquelas que já têm

histórico de complicação obstétrica, com aprovação médica para o início das atividades

(ACOG, 2002 apud BURGOS, 2010).

Segundo Souza, Dubiela e Serrão Junior (2010), a fisioterapia atuará na prevenção

das complicações na gestação através da realização de exercícios para condicionamento

cardiovascular, objetivando a redução da frequência cardíaca e da pressão arterial, evitando

a necessidade da utilização de fármacos. Barbosa e Tufanin (2012) complementam esta

informação, afirmando uma real redução dos níveis pressóricos, explicados através da

redução nos valores do débito cardíaco e da frequência cardíaca.

Os exercícios realizados em uma gestação normal, também apresentam resultados

eficazes em gestantes hipertensas, que afirmam a redução do risco de desenvolver

complicações como a pré-eclâmpsia em até 35% dos casos (SORENSE, 2003 apud SOUZA,

DUBIELA, SERRÃO JUNIOR, 2010).

6.5.2. Reabilitação cardiovascular

Segundo Nobre, Santos e Fonseca (2006), estima-se que o índice de mortalidade por

episódios cardiovasculares está em declínio nas regiões brasileiras mais desenvolvidas, de

acordo com as novas medidas de controle, com tratamentos cirúrgicos e medicamentosos. Já

em sua contraposição está o estilo de vida adotado com características do sedentarismo e má

alimentação, facilitando o desenvolvimento de patologias crônico degenerativas.

Com evolução para eventos cardiovasculares, o paciente iniciará a reabilitação

cardiovascular que tem como objetivo reparar os níveis cardiovasculares máximos,

proporcionando o retorno às atividade tradicionalmente realizadas antes da complicação

Page 22: FACULDADE TECSOMA Curso de Graduação em Fisioterapia ...

21

cardiovascular. Além deste objetivo a reabilitação cardiovascular também apresenta o

proposito de melhorar a qualidade de vida (FLORES; ZOHMAN, 2002).

De modo simplificado, é importante ressaltar a prevenção dos episódios

cardiovasculares. Em indivíduos com hipertensão arterial a prática regular de atividade física

tem demonstrado eficácia na condição cardiorrespiratória, com o controle e a manutenção

dos níveis pressóricos, perda de peso, e controle no tratamento de dislipidemias, bem como

o controle do estresse (BRUM et al., 2006).

Os protocolos de evolução dos exercícios físicos são realizados, diariamente, em

pacientes que apresentam alguma incapacidade. Usa-se o protocolo de Kattus adaptado em

esteira com inclinação, havendo a graduação dos mets, inicialmente com velocidade de 0,8

Km/h (4 met), com desenvolvimento máximo de 6,4 Km/h (9 met), ou após um evento

coronariana, utiliza-se o protocolo de Bruce modificado em esteira horizontal à 2,4 Km/h,

com graduação da inclinação da esteira (FLORES; ZOHMAN, 2002).

De acordo com Flores e Zohman (2002), o condicionamento cardiovascular deve ser

feito de modo supervisionado/monitorado, com exercícios isotônicos, rítmico e aeróbico,

abrangendo amplas massas musculares, envolvendo o mínimo de componente isométrico.

Para a prescrição da intensidade deste exercício dever respeitar os métodos da Associação

Americana de Cardiologia, com a frequência cardíaca submáxima a 70 % (220-idade-70%),

com duração máxima do exercício num período de 20 a 30 minutos.

Em relação às contraindicações absolutas estão as arritmias cardíacas severas,

pericardite aguda, endocardite, estenose aórtica grave, disfunção severa do ventrículo

esquerdo, angina ativa, infarto agudo do miocárdio, embolia pulmonar, e incapacidade

física. Contraindicação relativa: hipertensão arterial e pulmonar grave descontrolados,

taquiarritmias, cardiopatias valvulares moderadas, estenose coronariana e miocardiopatia

hipertrófica (FLORES; ZOHMAN, 2002).

6.5.3. Sistema cardiovascular e exercícios físicos

Ao iniciar um exercício físico ocorrerá inicialmente a elevação da frequência

cardíaca de forma linear ao aumento da velocidade de execução do exercício, sendo

compensado com um aumento no débito cardíaco, que, neste momento, será imprescindível

para abastecer as necessidades de oxigênio muscular, além de levar a um aumento no

volume sistólico de acordo com a intensidade do exercício, com elevação de até 50% no

Page 23: FACULDADE TECSOMA Curso de Graduação em Fisioterapia ...

22

consumo de oxigênio, gerando assim um aumento na pressão de enchimento ventricular, e

aumento no volume diastólico, observando os limites desejados da frequência cardíaca, para

que seja realizada a interrupção do exercício. Logo após o exercício, poderá ser observada

uma diminuição não muito significante do débito cardíaco, e uma diminuição da frequência

cardíaca e o aparecimento da bradicardia de repouso, explicados como um aumento do tônus

vagal cardíaco, e a redução do tônus simpático, além do aumento no consumo de oxigênio

(RONDON, 2006).

Em seu estudo Cunha e colaboradores (2006), confirmam os dados expostos por

Rondon (2006), acrescendo as informações, em que atividades físicas aeróbicas de caráter

contínuo de baixa intensidade, têm apresentado uma redução significativa nos níveis

pressóricos pós-exercícios, efeito este, benéfico em pacientes hipertensos.

6.5.4. Cinesioterapia na gestação

Segundo Alcãntara e colaboradores (2012), no sistema cardiovascular ocorrerão

alterações na frequência cardíaca, com elevações no final da gestação. O débito cardíaco

também apresentará elevações, sendo de fundamental importância a verificação da pressão

arterial como forma de acompanhamento da gestante na prática de atividade física.

De acordo com Miranda e Abrantes (2003), a prática de exercícios físicos na

gestação deve ser subdividida em séries, com atividades específicas e dosadas.

6.5.4.1. Série Metabólica

Os exercícios metabólicos possuem como intuito, ativar a circulação sanguínea, e

elevar a capacidade pulmonar, realizada através de movimentos em membros inferiores

principalmente com caminhadas em terrenos estáveis, associando exercícios em membros

superiores, objetivando a correção postural. Observa-se que, durante a realização dos

exercícios deve ser evidenciada a coordenação, juntamente com a respiração, em inspirações

pelo nariz e expiração pela boca (MIRANDA; ABRANTES, 2003).

Alves e outros (2006) descrevem, em seu trabalho realizado com pacientes

hipertensos, a realização de exercícios metabólicos, ou como também denominado

aquecimento, como uma série de exercícios que abrangem grandes cadeias musculares,

sendo estes realizados com intensidade progressiva.

Page 24: FACULDADE TECSOMA Curso de Graduação em Fisioterapia ...

23

Segundo Miranda e Abrantes (2003), esta série deve ter uma duração média de 5 a 10

minutos em pacientes gestantes normotensas, já em observação a estudos de Alves e

colaboradores (2006) a reabilitação cardiovascular, que tem como objetivo condicionar o

sistema cardiovascular em pacientes hipertensos, sugere que a série metabólica percorra um

período de 5 a 10 minutos, sendo estes pacientes saudáveis ou portadores de fatores de risco.

6.5.4.2. Série Principal

Segundo Miranda e Abrantes (2003), esta série é composta por exercícios

musculares, com a finalidade de manter a tonicidade da musculara, já que no período

gestacional estes se alongam. Este trabalho ajudará no crescimento uterino na posição

vertical, permitindo o alongamento da musculatura costal, com afastamento das vertebras

lombares e descompressão nervosa, aliviando em sua maioria as lombalgias. Exercícios

estes realizados em posição ortostática, sentada, decúbito dorsal e lateral, com uso de bastão,

peso ou barra, com duração de aproximadamente 30 (trinta) minutos.

Já em observação a outros estudos, esta série é composta por programas aeróbicos

durante o programa de condicionamento cardiovascular em pacientes hipertensos, sendo esta

seguida por outra série denominada ginástica localizada, onde sua característica é o trabalho

de exercícios musculares (ALVES et al., 2006). Objetivo este requisitado na série principal

nos estudos de Miranda e Abrantes (2003), em trabalho com gestantes.

De um modo ou outro, esta série é composta por programas de exercícios que

mostram a necessidade de avaliações prévias, permitindo-se assim a prática de exercícios

regulares (BURGOS, 2010; ALVES et al., 2006)

Em sua maioria, são realizados para condicionamento cardiovascular exercícios de

forma rítmica, como caminhadas, ciclismo e natação. Podendo estes ser associados à prática,

à melhoria da função ventricular, melhoria na viscosidade sanguínea e na vasodilatação

coronariana. Segundo Miranda e Abrantes (2003), benefícios estes são aparentes na

realização da série metabólica, já em Alves et al. (2006), sugere um prazo de até 8 semanas

para serem verificados os benefícios citados em pacientes hipertensos, surgindo na

realização da série principal (exercícios aeróbicos).

De acordo com Alves e colaboradores (2006), deve-se ressaltar que em pacientes

hipertensos o exercício aeróbico pode provocar variadas alterações hemodinâmicas e neuro-

humorais, analisando-se que, após o término do exercício físico há uma redução nos níveis

Page 25: FACULDADE TECSOMA Curso de Graduação em Fisioterapia ...

24

de concentrações plasmáticas de noradrenalina, além de, uma diminuição da atividade

simpática na musculatura lisa dos vasos e elevação da sensibilidade reflexa pressorreceptor,

justificando a hipotensão pós-treino aeróbico.

Em abordagem ao tema de duração do exercício, pode se analisar também relatos de

exercícios aeróbicos em gestantes com histórico prévio de hipertensão, com duração de 40

minutos e em período de 5 vezes por semana, utilizando-se como base a caminhada (YEO et

al., 2002 apud BURGOS, 2010).

Já em Burgos (2010), foram avaliados os benefícios gerados pela realização de

exercícios aeróbicos em gestantes hipertensas, utilizando bicicleta estacionária, por período

de 20 minutos, justificando a utilização deste meio à sua segurança, que atua como meio de

prevenção de traumas e desequilíbrio, já que no período gestacional a mulher apresenta uma

alteração em sua estrutura corporal.

Dean (2004) expõem em seu estudo que, na reabilitação cardiovascular o exercício

aeróbico contínuo por um período de 5 a 20 minutos é classificado como intensidade leve,

sendo possível serem prescritos à pacientes de risco, mas apesar desta classificação deve-se

monitorar a presença de qualquer alteração, de forma criteriosa, para que possa ser inibido

qualquer risco inerente ao exercício.

6.5.4.3. Série Respiratória

Segundo Polden e Mantle (2005), a respiração é um processo que ocorre de maneira

involuntária, com volumes e profundidades variadas, podendo a mesma ser realizada de

forma voluntária, sendo esta controlada e manipulada.

Com o desenvolvimento gestacional ocorre uma alteração da configuração do tórax

(cerca de 5 a 7 centímetros da circunferência), o diafragma é elevado em até 5 centímetros

da sua posição de repouso, com alteração progressiva do ângulo subcostal de 68,5° para

103,5°, levando a um deslocamento na zona de aposição do diafragma, o que influencia,

discretamente, na frequência respiratória, alterando a configuração da mecânica ventilatório,

ocasionando assim uma redução do volume residual (ALCÃNTARA et. al., 2012).

De acordo com Dean (2004), devido a alterações da capacidade de transporte de

oxigênio, a prática de exercícios trará uma maior demanda metabólica, onde esta será

suprida por aumento no trabalho do sistema cardíaco e respiratório, constituindo um

aumento do consumo de oxigênio e metabólico global. Uma das consequências da prática de

Page 26: FACULDADE TECSOMA Curso de Graduação em Fisioterapia ...

25

exercícios aeróbicos no sistema respiratório é um aumento na ventilação por minuto,

melhorando o volume corrente e o discreto aumento na frequência respiratória.

O treino respiratório em gestantes é utilizado em várias fases, representando a

preparação para o trabalho de parto, com inspirações lentas pelo nariz e expirações

prolongadas pela boca (MIRANDA; ABRANTES, 2003).

Devido às alterações fisiológicas da gestação, e associação da hipertensão arterial a

este período, ocorre uma redução na perfusão em vários órgãos, dentre estes os pulmões,

levando a uma redução do volume plasmático e comprometimento da velocidade do fluxo

sanguíneo (DUSSE et al., 2001 apud MAYO; ARAUJO, 2008).

A fisioterapia respiratória associada a exercícios proporcionará uma maior resistência

das vias aéreas, bem como, manterá a integridade da musculatura respiratória (CORLETA,

KALIL, 2010 apud PEDROSO et al., 2012). A série respiratória contará com: respirações

torácicas para conscientização corpórea; respiração abdominal ou diafragmática,

beneficiando a descida diafragmática, e melhorando a oxigenação sanguínea e relaxamento;

respiração de bloqueio, utilizando nas técnicas os comandos de inspirar profundamente pelo

nariz, flexionar o pescoço, e realizar uma contração abdominal, forçando assim a descida do

diafragma (PEDROSO et al., 2012).

No entanto, com a prática regular de exercícios físicos reduz-se esse estresse

cardiovascular, o que se reflete, especialmente, em frequências cardíacas mais

baixas, maior volume sanguíneo em circulação, maior capacidade de oxigenação,

menor pressão arterial, prevenção de trombose, varizes e redução do risco de

diabetes gestacional (PEDROSO et al., 2012, p.8).

Em um estudo exposto por Pinheiro e colaboradores (2006) realizado em observação

a pacientes hipertensos, verificou-se que o exercício respiratório em padrão lento melhora a

expansibilidade torácica, levando a uma redução da pressão arterial e frequência cardíaca, o

que beneficia a sensibilidade do barorreflexo.

6.5.4.4. Relaxamento

O momento do relaxamento apresenta grande importância para a gestante,

principalmente no primeiro trimestre, no qual ela apresenta extremo cansaço e náuseas e na

maioria dos casos, costumam se associar ao estilo de vida da mulher atual, ou seja, o estresse

do trabalho (POLDEN; MANTLE, 2005).

Page 27: FACULDADE TECSOMA Curso de Graduação em Fisioterapia ...

26

As mudanças gestacionais e as alterações posturais acometem a musculatura das

costas e pescoço devido ao aumento da tensão, aparecendo nódulos musculares em pontos

gatilhos (CASSAR, 2001).

De acordo com Polden e Mantle (2005), qualquer técnica de relaxamento

fisioterapêutico deve ser compreendida pelo profissional e aplicada de modo a proporcionar

a diminuição da tensão, trazer a calma e conforto, de modo a afastar os pensamentos

preocupantes.

Miranda e Abrantes (2003) relatam em seu estudo que no momento de relaxamento,

a gestante deve evitar posições que causem desconfortos, sendo indicada, principalmente, a

posição sentada ou em decúbito lateral esquerdo.

Já em Cassar (2001), apresenta a indicação da massagem terapêutica para pacientes

com hipertensão arterial, expondo que esta ajudará na diminuição do estresse, minimizando

as atividades simpáticas, sendo assim, levará a uma redução da intensidade da

vasoconstrição arterial, gerando uma menor resistência dos vasos diante do fluxo sanguíneo.

Observa-se a contraindicação de massagem em região abdominal, devido provocar uma

atuação reflexa sobre a musculatura cardíaca, e aumento súbito da pressão arterial.

Page 28: FACULDADE TECSOMA Curso de Graduação em Fisioterapia ...

27

7. METODOLOGIA

Este estudo trata-se de uma pesquisa quantitativa, apresentando como fonte de coleta

de dados um estudo de caso. Para a realização deste estudo, será exposto à paciente o modo

em que será realizada a coleta de dados, e a partir deste momento haverá a observação da

evolução de acordo com a progressão dos atendimentos, logo após comparar-se-ão os dados

coletados (POLIT; BECK; HUNGLER, 2001).

7.1. Descrição do paciente

No presente estudo serão utilizados os seguintes critérios de seleção para

participação da pesquisa: paciente gestante, com idade superior a 18 (dezoito) anos,

apresentando como diagnóstico clínico hipertensão arterial sistêmica crônica, bem como

idade gestacional no inicio da pesquisa entre 12 (doze) e 20 (vinte) semanas. Considerando-

se a necessidade de apresentação de encaminhamento médico do Sistema Único de Saúde

(SUS).

São verificados como critérios de exclusão de pesquisa: gestação múltipla,

cardiopatias associadas, insuficiência renal, incompetência istmo-cervical, associação de co-

morbidade (tabagista, etilista, dependente química), sangramento persistente, perda de

líquido amniótico, ausência de acompanhamento médico (pré-natal).

No presente estudo será acompanhada uma paciente do sexo feminino, com 24 (vinte

e quatro) anos de idade, apresentando-se em uma união estável, auxiliar de escritório,

residente no município de Paracatu-MG. De acordo com os critérios de inclusão, a paciente

apresenta-se com o diagnóstico clínico de hipertensão arterial crônica à aproximadamente 7

(sete) anos, fazendo uso aos medicamentos previamente ao período gestacional: Lorsatran

50 mg e Igrotan 25 mg, gravidez unípara, acompanhamento pré-natal regular.

As sessões serão realizadas na Clínica Escola de Fisioterapia da Faculdade Tecsoma,

centrada na Rua Eugênia Martins de Souza, número 17, bairro Alto do Córrego na cidade de

Paracatu. O município está situado no estado de Minas Gerais, localizado na região

Noroeste, à 220 km da capital nacional Brasília e a 500 km da capital estadual Belo

Horizonte (IBGE, 2011).

As sessões serão realizadas duas vezes por semana com duração de cinquenta

minutos cada. Com a somatória total de 20 (vinte) sessões, durante 3 (três) meses,

Page 29: FACULDADE TECSOMA Curso de Graduação em Fisioterapia ...

28

desenvolvidas sob orientação fisioterapêutica. Será utilizado neste período, o protocolo

fisioterapêutico previamente utilizado por outros autores, e adaptado pela autora deste

estudo, de acordo com as necessidades da paciente.

Inicialmente, ocorrerá a aplicação de uma ficha de avaliação, onde serão analisados

os dados disponibilizados pela gestante, bem como a verificação do uso de medicamentos.

Para as sessões e coleta de dados para a monografia, serão realizados: aferição de pressão

arterial com aparelho SOLIDOR verificado pelo INMETRO (N°6,958,723,1), realizada

antes do exercício, a cada 10 (dez) minutos após iniciação do exercício aeróbico em bicicleta

estacionária da marca VITALLE III, finalizando o exercício após 20 (vinte) minutos de

exercício com nova aferição de pressão arterial, os exercícios serão interrompidos a partir de

esforço (escala de BORG – Anexo D); a frequência cardíaca será verificada antes dos

exercícios e a cada 10 (dez) minutos de exercício, e no final de 20 (vinte) minutos, ou sob as

condições citadas anteriormente; os exercícios devem ser realizados de maneira rítmica e

progressiva, seguidos de exercícios isométricos leves em cadeia cinética aberta, com

materiais disponibilizados na Clínica Escola.

De acordo com o Conselho Nacional de Saúde, resolução 196/96, o termo de

consentimento foi explicito à paciente, sendo obtida de maneira livre e esclarecida a

concordância de participação do estudo.

7.2. Análise de dados

Revisão bibliográfica analisada dos artigos publicados nos bancos de dados:

SCIELO, BiremeBioline, Biblioteca Virtual em Saúde – Ministério da Saúde, Centro

Cochrane do Brasil, e Departamento de Cardiológico do Brasil.

Com utilização das palavras chave: risco gestacional, hipertensão, gravidez,

hipertensão gestacional, pré-eclâmpsia, complicações da hipertensão na gestação. Sendo

incluídos artigos publicados nos últimos 10 (dez) anos, no idioma português.

Serão utilizados para a análise dos dados recolhidos os programas da Microsoft

Office Word 2010 e Microsoft Office Excel 2010.

Page 30: FACULDADE TECSOMA Curso de Graduação em Fisioterapia ...

29

8. CRONOGRAMA

Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Pesquisa bibliográfica X X X X X X X X X X

Confecção Projeto X X X

Entrega do Projeto X

1ª avaliação X

2ª avaliação X

Análise dos resultados X X X X X

Defesa X

Correção e entrega final

do TCC

X

Page 31: FACULDADE TECSOMA Curso de Graduação em Fisioterapia ...

30

REFERÊNCIAS

ALCÂNTARA, Nayara N. et al. Influência da hidroterapia nas variáveis cardiorrespiratórias

na gestação. Revista Neurociência, 2012. Disponível:

<http://www.fisioterapia.com/public/files/artigo/hidroterapia.pdf>. Acesso em: 27 maio

2013.

ASSIS, Thaís R.; VIANA, Fabiana P.; RASSI, Salvador. Estudo dos principais fatores de

risco maternos nas síndromes hipertensivas da gestação. Arquivos Brasileiros de

Cardiologia, 2008. Disponível em:

<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0066-782X2008001300002>.

Acesso em: 18 fev de 2013.

BARACHO, Elza. Exercícios na Gravidez. In: BARACHO, Elza. Fisioterapia aplicada à

obstetrícia, uroginecologia e aspectos de mastologia. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara

Koogan, 2007. Cap. 13. p. 131 – 137.

BARACHO, Elza; BARACHO, Sabrina M.; VELLOSO, Fernanda S. B. Atuação do

Fisioterapeuta no pré-natal: Orientações Gerais. In: BARACHO, Elza. Fisioterapia

aplicada à obstetrícia, uroginecologia e aspectos de mastologia. 4. ed. Rio de Janeiro:

Guanabara Koogan, 2007. Cap. 8. p. 70 – 87.

BARBOSA, Priscila F.; TUFANIN, Andréa T. A importância da intervenção

fisioterapêutica na doença hipertensiva gestacional – revisão. Disponível:

<http://www.cpgls.ucg.br/7mostra/Artigos/SAUDE%20E%20BIOLOGICAS/A%20importa

ncia%20da%20intervencao%20fisioterapeutica%20da%20doen%C3%A7a%20hipertensiva

%20gestacional%5B1%5D.pdf>. Acesso em: 18 fev 2013.

BRASIL. Conselho Nacional de Saúde. Normas para pesquisa envolvendo seres

humanos: Res. CNS 196/96 e outras. Brasilia: Ministério da Saúde, 2003.

BRASIL. Ministério da Saúde. Pré-natal e puerpério: atenção qualificada e humanizada –

manual técnico. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas

Estratégicas. Série A. Normas e Manuais Técnicos - Série direitos sexuais e direitos

reprodutivos – caderno n° 5. 3° ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2006. Disponível:

<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_pre_natal_puerperio_3ed.pdf>. Acesso

em: 03 mar 2013.

BRASIL. Ministério da Saúde. Urgências e emergências maternas. Guia para diagnóstico

e conduta em situações de risco de morte materna. 2. ed. São Paulo: Editora Ponto,

FEBRASGO, 2000.

BRASIL. Sociedade Brasileira de Onco-cardiologia; Sociedade Brasileira de Cardiologia. I

Diretriz Brasileira de Cardio-Oncologia da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Arquivo

Brasileiro de Cardiologia, 2011. Disponível:

<http://publicacoes.cardiol.br/consenso/2011/diretriz_cardio_oncologia.pdf>. Acesso em: 27

fev 2013.

Page 32: FACULDADE TECSOMA Curso de Graduação em Fisioterapia ...

31

BRUM, Patrícia C. et al. Hipertensão arterial e exercício físico aeróbico. In: NEGRÃO,

Carlos E.; BARRETO, Antônio C. P. Cardiologia do exercício: do atleta ao cardiopata. 2.

ed. São Paulo: Manole, 2006. Cap. 8. p. 173-184.

BURGOS, Camila S. G. Avaliação do exercício físico com bicicleta estacionária em

gestantes com risco para o desenvolvimento da pré-eclâmpsia. 2010. 86 f. Dissertação

(Mestrado) – Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas. Título

de Mestre em Tocoginecologia, Campinas.

CASSAR, Mario-Paul. Manual de massagem terapêutica: um guia completo de

massoterapia para o estudante e para o terapeuta. São Paulo: Manole, 2001. Cap. 4. p 51- 87.

CUNHA, Gisela A. et al. Hipotensão pós-exercício em hipertensos submetidos ao exercício

aeróbico de intensidades variadas e exercícios de intensidade constante. Revista Brasileira

de Medicina do Esporte, 2006. Disponível:

<http://www.scielo.br/pdf/rbme/v12n6/a03v12n6.pdf>. Acesso em: 27 maio 2013.

DEAN, Elizabeth. Mobilização e exercício. In: FROWNFELTER, Donna; DEAN,

Elizabeth. Fisioterapia cardiopulmonar: princípios e prática. 3. ed. Rio de Janeiro:

Revinter, 2004. Cap. 17. p. 209 – 234.

FERRÃO, Mauro H. L., et. al. Efetividade do tratamento de gestantes hipertensas. Revista

Associação Médica Brasileira. Disponível:

<http://www.scielo.br/pdf/ramb/v52n6/a16v52n6.pdf>. Acesso em: 03 mar 2013.

FERREIRA, Sandra R. G. Epidemiologia na Hipertensão Arterial. In: RIBEIRO, Artur;

PLAVNIK, Frida. Atualização em hipertensão arterial: clínica, diagnóstica e terapêutica.

2. ed. São Paulo: Atheneu, 2007. Cap. 3. p. 19 – 25.

FLORES, Angeles M.; ZOHMAN, Lenore R. Reabilitação do paciente cardíaco. In:

DELISA, Joel A.; GANS, Bruce M. Tratado de medicina de reabilitação: princípios e

prática. 3. ed. São Paulo: Manole, 2002. V.2. Cap. 54. p. 1407 – 1428.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia Estatística. IBGE Cidades@ Minas Gerais.

Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/cidadesat/painel/painel.php?codmun=314700#>.

Acesso em: 01 maio 2013.

KAHHALE, Soubhi. Assistencia a parturição na doença hipertensão específica da gestação

(pré-eclâmpsia e eclampsia). In: CAMANO, Luiz; SOUZA, Eduardo de. Assistência ao

parto e tocurgia: manual de orientações. São Paulo: Editora Ponto, FEBRASGO, 2002. p.

265 – 270.

KOHLMANN, Nárcia E. B. Medida da pressão arterial. In: RIBEIRO, Artur; PLAVNIK,

Frida. Atualização em Hipertensão Arterial: clínica, diagnóstica e terapêutica. 2. ed. São

Paulo: Atheneu, 2007. Cap. 2. p. 9 – 17.

MAYO, Carline T. R.; ARAÚJO, Elaine M.; ROMEIRO, Lívia S. Efeitos hemodinâmicos

da fisioterapia em gestantes com doença hipertensiva especifica da gravidez. Disponível:

<http://www.perspectivasonline.com.br/revista/2008vol2n8/volume%202%288%29%20arti

go8.pdf>. Acesso em: 27 maio 2013.

Page 33: FACULDADE TECSOMA Curso de Graduação em Fisioterapia ...

32

MIRANDA, Sérgio A.; ABRANTES, Fernanda. Ginástica para Gestantes. 4. ed. Rio de

Janeiro: Sprint, 2003. Cap. 3. p. 42 – 93.

NOBRE, Moacyr R. C.; SANTOS, Luciana A.; FONSECA, Vera R. Epidemiologia do risco

cardiovascular associado à atividade física. In: NEGRÃO, Carlos E.; BARRETO, Antônio

C. P. Cardiologia do exercício: do atleta ao cardiopata. 2. ed. São Paulo: Manole, 2006. p.

1-24.

OLIVEIRA, Cristine Alves de et al. Síndromes hipertensivas da gestação e repercussões

perinatais. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil. Recife, v. 6, n.1, p. 93-98, jan-

mar 2006. Disponível: <http://www.scielo.br/pdf/rbsmi/v6n1/a11v6n1.pdf>. Acesso em: 03

mar 2013.

PANDIAN, Geetha; HAMID, Farrukh; HAMMOND, Margarett. Reabilitação do paciente

com vasculopatia periférica e problemas do pé diabético. In: DELISA, Joel A.; GANS,

Bruce M. Tratado de Medicina de Reabilitação – princípios e prática. 3. ed. São Paulo:

Manole, 2002. Cap. 60. p. 1593 – 1622.

PASCOAL, Istênio. Hipertensão e Gravidez. Revista Brasileira de Hipertensão, 2002.

Disponível: <http://departamentos.cardiol.br/dha/revista/9-3/hipertensaogravidez.pdf>.

Acesso em: 30 abr 2013.

PASTORE, Simone; VINADÉ, Inês A. Hipertensão gestacional – uma revisão de literatura.

Disponível: <http://www.fisio-tb.unisul.br/Tccs/07b/simone/Simone_artigo.pdf>. Acesso

em: 01 maio 2013.

PEDROSO, Aline. et al. Fisioterapia respiratória e atividade física em gestantes para

humanização do parto. Disponível:

<http://www.uniarp.edu.br/periodicos/index.php/ries/article/view/5/91>. Acesso em: 27

maio 2013.

PERAÇOLI, José C.; PARPINELLI, Mary A. Síndromes hipertensivas da gestação:

identificação de casos gravis. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, 2005.

Disponível: <http://www.scielo.br/pdf/rbgo/v27n10/27578.pdf>. Acesso em: 30 abr 2013.

PINHEIRO, Carlos H. J. et al. Modificação do padrão respiratório melhora o controle

cardiovascular na hipertensão essencial. Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2006.

Disponível: <http://www.scielo.br/pdf/abc/v88n6/v88n6a05.pdf>. Acesso em: 27 maio

2013.

PLAVNIK, Frida Liane. Gravidez. In: RIBEIRO, Artur; PLAVNIK, Frida. Atualização em

Hipertensão Arterial – Clínica, Diagnóstica e Terapêutica. 2. ed. São Paulo: Atheneu,

2007. Cap. 43. p. 403 – 409.

POLDEN, Margaret; MANTLE, Jill. Fisioterapia em ginecologia e obstetrícia. São Paulo:

Livraria Santos, 2005. Cap. 2. p. 22 – 45.

Page 34: FACULDADE TECSOMA Curso de Graduação em Fisioterapia ...

33

POLIT, Denise F.; BECK, Cheryl T.; HUNGLER, Bernadette P. Fundamentos de pesquisa

em enfermagem: métodos, avaliação e utilização. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2004. Cap.

13. p. 310 – 356.

RIBEIRO, Artur. Hipertensão arterial: evolução desde a conceituação clássica até os dias de

hoje. In: RIBEIRO, Artur; PLAVNIK, Frida. Atualização em Hipertensão Arterial –

Clínica, Diagnóstica e Terapêutica. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2007. Cap. 1. p. 3 – 8.

RONDON, Maria E. P. B. et al. Noções sobre fisiologia integrativa no exercício. In:

NEGRÃO, Carlos E.; BARRETO, Antônio C. P. Cardiologia do exercício – do atleta ao

cardiopata. 2. ed. São Paulo: Manole, 2006. Cap. 1. p. 25-46.

SASS, Nelson et al. Hipertensão arterial crônica leve e moderada na gravidez: práticas

terapêuticas baseadas em evidencias. Revista Femina, 2002(a). Disponível:

<http://www.centrocochranedobrasil.org.br/apl/artigos/artigo_483.pdf>. Acesso em: 12 abr

2013.

SASS, Nelson. Assistencia a parturição na hipertensão arterial crônica. In: CAMANO, Luiz;

SOUZA, Eduardo de. Assistência ao parto e tocurgia: manual de orientações. São Paulo:

Editora Ponto, FEBRASGO, 2002(b). p. 271 – 274.

SASS, Nelson; MESQUITA, Maria R. Hipertensão arterial Crônica. In: CAMANO, Luiz et.

al. Guia de obstetrícia. Barueri: Manole 2005. Cap. 66. pag. 505-510. (Guias de medicina

ambulatorial e hospitalar – Unifesp).

SASS, Nelson. Doença hipertensiva específica da gravidez (DHEG). In: CAMANO, Luiz et.

al. Guia de obstetrícia. Barueri: Manole 2005. Cap. 19. pag. 137-146. (Guias de medicina

ambulatorial e hospitalar – Unifesp).

SOUZA, Viviani F. F.; DUBIELA, Ângela; SERRÃO JUNIOR, Nelson F. Efeitos do

tratamento fisioterapêutico na pré-eclâmpsia. Fisioterapia em Movimento. v. 23, n. 4, p.

663-72, 2010. Disponível: <http://www.scielo.br/pdf/fm/v23n4/a16v23n4.pdf>. Acesso em:

18 fev 2013.

VALADARES, Julio D.; DIAS, Rita C. M. Adaptações Fisiológicas da Gestação. In:

BARACHO, Elza. Fisioterapia aplicada à Obstetríca, Uroginecologia e Aspectos de

Mastologia. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. Cap. 2. p. 17 – 34.

ZIEGEL, Erna E.; CRANLEY, Mecca S. Enfermagem Obstétrica. 8.ed. Rio de Janeiro:

Guanabara Koogan, 2008. Cap. 14 pag. 265.

Page 35: FACULDADE TECSOMA Curso de Graduação em Fisioterapia ...

34

ANEXO A – TERMO DE CONSENTIMENTO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

(Conselho Nacional de Saúde, Resolução 196/96)

Eu _______________________________________________________________,

RG _______________________, abaixo qualificada(o), DECLARO para fins de

participação pesquisa, que fui devidamente esclarecida(o) sobre o Projeto de Pesquisa

intitulado: Análise do nível de controle da pressão arterial sistêmica em paciente gestante

hipertensa, em um programa de reabilitação cardiovascular: estudo de caso, desenvolvido

pela aluna Franciele Montijo dos Santos, do curso de Fisioterapia da Faculdade Tecsoma,

quanto aos seguintes aspectos:

Durante o período gestacional o fator de risco mais comumente encontrado é a

hipertensão arterial, sendo que à hipertensão gestacional apresenta-se apenas no período da

gravidez ou após a vigésima semana comumente associada às alterações nos níveis de

proteinúria, e a hipertensão arterial crônica presente anteriormente ao período gestacional,

estas alterações nos níveis pressóricos geram um grave prognóstico materno-fetal,

responsável pelo aumento da morbimortalidade perinatal, pré-eclâmpsia e eclampsia.

Haverá a aplicação de um protocolo de reabilitação cardiovascular adaptado, com

uma frequência de duas vezes por semana entre os meses Abril e Julho de 2013, sendo

realizado atendimento na Clínica Escola de Fisioterapia, na cidade de Paracatu – MG, esse

programa de reabilitação constará de: exercício aeróbico em bicicleta estacionária, em

ritmos progressivos e exercícios isométricos com carga gradativa, em sessões de cinquenta

minutos.

O treinamento citado tem como objetivo avaliar os benefícios gerados pelo uso dos

exercícios aeróbicos, rítmicos e isométricos, sobre a pressão arterial sistêmica, e frequência

cardíaca em paciente gestante com hipertensão arterial crônica, sendo os resultados

comparados com os níveis anteriores à sua inserção ao programa de condicionamento,

durante e depois deste período.

A paciente tem a liberdade de recusar a sua participação ou retirar o seu

consentimento em qualquer fase da pesquisa, sem penalidade alguma e sem prejuízo ao

tratamento e cuidado. É garantido o sigilo e a privacidade dos dados confidenciais

Page 36: FACULDADE TECSOMA Curso de Graduação em Fisioterapia ...

35

envolvidos na pesquisa. Os dados e informações concedidas pela paciente serão utilizados

neste trabalho com fins de conclusão da graduação em Fisioterapia.

DECLARO, outrossim, que após convenientemente esclarecido pelo pesquisador e

ser entendido o que me foi explicado, consinto voluntariamente em participar desta pesquisa.

Paracatu, abril de 2013.

QUALIFICAÇÃO DO DECLARANTE

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Objeto da Pesquisa

Nome: ........................................................................................................................................

RG:........................................................ Data de nascimento: ....../....../........ Sexo: M ( ) F ( )

Endereço: ............................................................................ N°: .............. Apto: ......................

Bairro: ................................... Cidade: .............................. Cep: ........................ Tel.: ..............

_______________________________________

Assinatura do Declarante

Declaração do pesquisador

DECLARO, para fins de realização da pesquisa, ter elaborado este Termo de

Consentimento Livre Esclarecido (TCLE), cumprindo todas as exigências contidas no

Capítulo IV da Resolução 196/96 e que obtive, de forma apropriada e voluntária, o

consentimento livre e esclarecido do declarante acima qualificado para a realização desta

pesquisa.

Paracatu, abril de 2013

______________________________________

Franciele Montijo dos Santos

Assinatura do Pesquisador

Page 37: FACULDADE TECSOMA Curso de Graduação em Fisioterapia ...

36

ANEXO B – FICHA DE AVALIAÇÃO

Page 38: FACULDADE TECSOMA Curso de Graduação em Fisioterapia ...

37

Page 39: FACULDADE TECSOMA Curso de Graduação em Fisioterapia ...

38

ANEXO C – ENCAMINHAMENTO MÉDICO

Page 40: FACULDADE TECSOMA Curso de Graduação em Fisioterapia ...

39

ANEXO D – ESCALA DE ESFORÇO (BORG)

6

7 Muito, muito leve

8

9 Muito leve

10

11 Razoavelmente leve

12

13 Um pouco árduo

14

15 Árduo

16

17 Muito árduo

18

19 Muito, muito árduo

20

Segundo Flores e Zohman (2002).