Fernandogoldmanecristianorocha comunidadesdepratica
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19-Oct-2014Category
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COMUNIDADES DE
PRTICA PARA A REA DE
EMPREENDIMENTOS DE
TRANSMISSO UM
INSTRUMENTO EFETIVO DE
GESTO DO
CONHECIMENTO
Fernando Goldman e Cristiano Rocha
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COMUNIDADES DE PRTICA PARA A REA DE
EMPREENDIMENTOS DE TRANSMISSO UM
INSTRUMENTO EFETIVO DE GESTO DO CONHECIMENTO
Fernando Goldman e Cristiano Rocha
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Sumrio
Resumo : 4
1. Introduo 4
2. Motivaes 6
3. Comunidades de Prtica 8
4. O Modelo Conceitual 11
5.Concluso 13
Referncias 15
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Resumo :
Este artigo tcnico tem como objetivo principal descrever as motivaes que levaram
a Superintendncia de Empreendimentos de Transmisso de FURNAS CENTRAIS
ELTRICAS a propor um Projeto de Pesquisa e Desenvolvimento ( P&D) sobre
Comunidades de Prtica, dentro do Programa de P&D da ANEEL, no ciclo 2006/2007.
O resultado da pesquisa ser, antes de tudo, produzir um modelo conceitual , uma
abstrao, que deve ter objetivos bem definidos, permitindo, antes mesmo de
implementado, aprofundar a compreenso das relaes entre os temas Comunidades
de Prtica e o Segmento de Transmisso de Energia Eltrica do Setor Eltrico
Brasileiro.
O modelo permitir identificar e avaliar um conjunto complexo de variveis envolvidas,
diretamente ou no , permitindo integr-las com o aumento da competitividade nos
Leiles da Transmisso. Como todo modelo, esse dever permitir a identificao, a
representao e o atendimento aos requisitos fundamentais dos temas estudados,
viabilizando os detalhamentos necessrios para sua implementao.
Palavras-chave: Leiles da Transmisso, Comunidades de Prtica, Transmisso de
Energia Eltrica,Gesto do Conhecimento
1. Introduo
Aps o processo de reestruturao geral no Setor Eltrico Brasileiro, ocorrida nos anos
90, houve a implantao de um modelo competitivo, afetando especialmente o
recm criado segmento da Transmisso, onde as concesses deixaram de ser
delimitadas por rea geogrfica fechada, passando a serem concedidas por
empreendimentos isolados em regime de licitao por leilo. (PINGUELLI ROSA ET
AL,2002)
Dessa forma, a Rede Bsica de Transmisso,composta agora por mltiplos agentes,
passa a ser neutra e regulada, com importante papel na qualidade e confiabilidade do
suprimento de energia, bem como nos seus preos finais. (GOLDMAN,2006,p.02)
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As Transmissoras tradicionais do Grupo Eletrobrs passaram a ter participaes em
Sociedades de Propsito Especfico(SPE), compartilham instalaes e esto
constantemente lutando por novas concesses, em um emaranhado de situaes em
que parceiros, fornecedores, consumidores, concorrentes e etc. constantemente
mudam de papis.
Em paralelo, o segmento de Transmisso de Energia Eltrica, em todo o mundo, vem
passando por rpidas modificaes tecnolgicas. H uma clara tendncia de um
aumento na complexidade do gerenciamento da rea de Construo de
Empreendimentos de Transmisso de Energia Eltrica, principalmente como resultado
do avano das demandas da "economia digital" (qualidade, confiabilidade e preciso),
da entrada em larga escala de gerao distribuda, cogerao e auto-gerao, maior
nfase na sustentabilidade, saturao dos sistemas de transmisso existentes e
etc.Tais fatos obrigam os agentes a estarem sempre atualizados.
A tendncia mundial na transmisso de energia eltrica a interligao de sistemas
que envolvem diferentes tipos e portes, desde os mais simples, passando por
interligaes entre diferentes reas regionais e internacionais. Por outro lado, medida
que os sistemas de transmisso de energia crescem e se tornam mais interligados,
sua complexidade aumenta. Assim, os leiles de novas instalaes envolvem
equipamentos complexos e novas tcnicas de construo que passam a fazer parte do
dia-a-dia de todos os profissionais ligados ao setor eltrico. (GOLDMAN,2006,p. 03)
Alm disso, o constante aumento na demanda, sem o correspondente aumento na
capacidade de gerao e transmisso de energia eltrica, tem levado os sistemas de
potncia a operarem cada vez mais prximos dos seus limites. Desta forma, novos
componentes e equipamentos, tais como FACTS, Linhas de Potncia Natural Elevada -
LNPE e etc., tornam ainda mais desafiador o trabalho dos profissionais ligados
coordenao da implantao dos empreendimentos e no gerenciamento e fiscalizao
da construo de LTs e SEs. Estes profissionais, alm de dominarem as informaes
relativas sua rea especfica, necessitam ter uma clara compreenso da evoluo do
sistema eltrico como um todo, de modo a estarem atualizados e desempenharem
satisfatoriamente suas funes.(GOLDMAN,2006,p. 03)
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2. Motivaes
Em funo dos fatos apresentados, diversos dilemas so enfrentados atualmente pela
rea de Construo de Empreendimentos de Transmisso de Furnas, dentre os quais
ressaltam-se a necessidade de:
Capturar o conhecimento da fora de trabalho com maior tempo de empresa Replicar melhores prticas Acelerar o aprendizado na empresa Alavancar o processo de inovao Reduzir riscos para o negcio
Segundo Senge(1990), as empresas que quiserem realmente sobreviver precisaro
focar no aprendizado generativo, onde a resoluo de problemas baseada na
experimentao contnua e na anlise de feedbacks. O aprendizado generativo,
diferente do adaptativo, requer novas maneiras de olhar o mundo, mas tambm requer
um forte embasamento em conceitos bsicos. Assim, necessrio criar mecanismos
nas chamadas Transmissoras tradicionais que realmente faam frente crescente
complexidade do negcio da Transmisso de Energia Eltrica. Alguns autores afirmam
que deve-se investir cada vez mais em desenvolver as meta-capacidades que
permitem gerar novas capacidades com a rapidez que o mercado demandam (SAINT-
ONGE H. e WALLACE D., 2002). As duas principais meta capacidades para uma
organizao so o Aprendizado e a Colaborao.
Figura 1
META CAPACIDADES
Fonte : Adaptado de SAINT-ONGE H. e WALLACE D., 2002
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Para enfrentar as mudanas causadas pela economia baseada no conhecimento,
adaptando-se atual tendncia de instabilidade no ambiente empresarial, as empresas
em geral e as empresas Transmissoras, em especial, tero de enfrentar o desafio de
estarem constantemente reinventando a si mesmas, na busca da excelncia.
Segundo os Critrios de Excelncia da Fundao Nacional da Qualidade (2005,p.18), a
gesto das informaes e do capital intelectual so elementos essenciais jornada em
busca da excelncia.
O advento do trabalhador do conhecimento trouxe uma grande revoluo para dentro
das organizaes. O tempo gasto com interaes complexas, aquelas nas quais se
deve fazer uso de conhecimento tcito, est aumentando exponencialmente. Ao
mesmo tempo, o conhecimento fica obsoleto cada vez mais rpido. Esse ciclo traz
uma forte presso sobre os colaboradores, que tm de se manter atualizados e ao
mesmo tempo so cada vez mais exigidos pelos processos de negcio em que atuam.
A obsolescncia do conhecimento adquirido e dominado torna-se extremamente
acelerada nos dias atuais, realando assim a necessidade do Aprendizado
Organizacional como um processo contnuo. Peter Drucker (1995) afirmou que todos
perdem com a obsolescncia, o funcionrio desatualizado no tem valor para a
organizao e sem conhecimento apropriado, tende a perder participaes de
mercado, conseqentemente receitas e, por fim, a capacidade de contratar e reter
colaboradores valiosos, que acabam sendo contratados por outras companhias.
Os talentos so o diferencial nas empresas da Sociedade do Conhecimento. Escassos
e difceis de reter, antigas promessas j no os seduzem. Na eterna lei da oferta e da
procura, eles escolhero o ambiente mais humano, mais propcio ao seu
desenvolvimento e a recompensa mais justa ao seu real valor. Reala-se assim a
importncia na Cultura Organizacional de Confiana e Respeito mtuos. Gesto do
Conhecimento um processo a ser sistematizado para que uma organizao se torne
baseada no conhecimento e possa reconhecer e valorizar seus talentos, de modo que
esses a reconheam, tambm. (GOLDMAN,2007,REP)
A Superintendncia de Empreendimentos de Transmisso de Energia de FURNAS,
precisa acelerar a resoluo dos problemas enfrentados atualmente pelo rgo no
desempenho das atribuies sob sua responsabilidade.
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3. Comunidades de Prtica
Uma soluo largamente testada e identificada como adequada para o caso em
questo a implantao de Comunidades de Prtica. Uma Comunidade de Prtica
(Community of Practice - CoP) comumente definida como um grupo de pessoas que
partilham:
interesses; um conjunto de problemas que enfrentam regularmente e que se renem para desenvolver conhecimento de forma a criar uma prtica
em torno desse tpico.
Segundos dados da APQC (American Productivity and Quality Center), 60% das
grandes organizaes do mundo que praticam a Gesto do Conhecimento focam suas
estratgias nas Comunidades de Prtica. No entanto esse dado no deve induzir a
idia de que a simples implantao de uma Comunidade de Prtica tenha a g