fichamento- APENDICITE AGUDA.docx
-
Upload
danielle-santos -
Category
Documents
-
view
112 -
download
0
Transcript of fichamento- APENDICITE AGUDA.docx
APENDICITE AGUDA
A apendicite aguda parasitária é causa rara de inflamação do apêndice cecal. A
patogênese se correlaciona, primariamente, com a obstrução do lúmen apendicular
devido à hiperplasia licular de origem infecciosa, pela obstrução mecânica por fecalito
ou pela obstrução por outros agentes como sementes, corpos estranhos ou muito mais
raramente por parasitas intestinais. Em nosso meio não existem dados quanto à
incidência e prevalência e qual parasita seria o principal agente causador da apendicite
parasitária. Baseados em estudos realizados em outros países em desenvolvimento,
provavelmente, no Brasil, o Enterobius vermiculares também seja o principal parasita
intestinal relacionado à apendicite. Por outro lado, a apendicite aguda causada por
proglotes de Taenia sp., sem dúvida, é um caso raro tanto na literatura brasileira quanto
na mundial.
Apendicite aguda é a inflamação do apêndice. O apêndice apresenta um canal em seu
interior que se comunica com o intestino grosso, onde existem fezes semilíquidas. A
apendicite aguda, na sua forma típica, inicia com dor em torno do umbigo,
acompanhada de náuseas e eventualmente vômitos. Horas depois, a dor localiza-se na
parte inferior do lado direito do abdome, acompanhada por febre moderada e perda de
apetite. A apendicite pode restringir-se ao órgão inflamado ou pode provocar sua
ruptura. Quando isso acontece as defesas do organismo costumam bloquear a infecção
em torno do apêndice originando um abscesso. Quando o organismo não bloqueia a
infecção, o conteúdo da mesma espalha-se pelo abdome provocando um quadro grave
de peritonite aguda. Nesta última circunstância haverá dor difusa intensa, febre alta e
quadro tóxico grave, exigindo intervenção cirúrgica imediata e uso de antibióticos.
Os sintomas descritos ocorrem numa situação típica, a mais habitual, mas é frequente
que as manifestações da doença sejam bem diversas e que o diagnóstico possa se tornar
difícil.
O diagnóstico de apendicite é feito pelo médico através dos sintomas de achados
obtidos em cuidadoso exame clínico e por exames complementares. Entre esses estão:
hemograma, Rx simples de abdome, ecografia, tomografia computadorizada,
laparoscopia e exame comum de urina. O hemograma, geralmente, apresenta aumento
no número total de glóbulos brancos (leucócitos). O exame comum de urina, quando
normal, exclui doença do sistema urinário como passagem de cálculos ou infecção.
O Rx simples de abdômen, além de ajudar a excluir outros diagnósticos, pode
demonstrar um fecalito na região do apêndice, bem como sinais que o intestino parou
momentaneamente de funcionar. A ecografia é um exame indolor, não invasivo, que
pode demonstrar aumento de volume do apêndice e a presença de abscesso. O apêndice
nem sempre é visível à ecografia; essa circunstância não exclui apendicite. Serve
também para descartar a presença de outras doenças, particularmente problemas
pélvicos em mulheres.
Tomografia computadorizada é indicada quando os sintomas não são típicos, para
diferenciar apendicite de outras doenças abdominais. É também utilizada quando a
ecografia abdominal é inconclusiva e para diferenciar outras afecções abdominais.
Quando, apesar de toda a investigação clínica, laboratorial e de exames de imagem
permanece dúvida, pode se indicar laparoscopia. Esta é feita através da introdução de
uma microcâmera que transmite imagens ampliadas do abdome para um monitor de
televisão. Com a laparoscopia pode-se ver o apêndice, diagnosticar sua inflamação e
eventuais complicações ocorrentes e, ao mesmo tempo, retirar o apêndice doente e
drenar abscesso secundário à apendicite, quando presente.
Quando há suspeita firme do diagnóstico de apendicite aguda indica-se cirurgia, que é
realizada sob anestesia geral. A operação é feita com incisão cirúrgica no abdômen
inferior direito e retira-se o órgão enfermo. Ao haver também abscesso, faz-se
drenagem. Atualmente, cada vez mais realiza-se a cirurgia por laparoscopia onde o
procedimento operatório é o mesmo, com a diferença de que a incisão abdominal é bem
menor.
A permanência hospitalar em apendicite aguda não complicada costuma ser curta, de
um a três dias. Quando há abscesso a internação hospitalar será mais prolongada para
administração de antibióticos endovenosos. Na eventualidade de peritonite difusa,
felizmente rara, o tratamento será bem mais complexo, podendo haver risco de vida e
permanência hospitalar bem mais prolongada, inclusive em Unidades de Tratamento
Intensivo.
A apendicite aguda é tratada com cirurgia para remover o apêndice. A recuperação da
operação demora algumas semanas. O médico geralmente receita medicação para dor e
pede ao paciente limitar a atividade física. A maioria das pessoas se recupera de forma
excelente e raramente precisa de alterações na dieta ou estilo de vida.