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ENTROPIA E SEGUNDA LEI DA TERMODINÂMICA Cap. 20 Prof. Oscar

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  • ENTROPIA E SEGUNDA LEI DA

    TERMODINMICA

    Cap. 20

    Prof. Oscar

  • 20.1 INTRODUO

    Os processos que ocorrem num nico sentido so chamados

    de irreversveis. A chave para a compreenso de por que

    processos unidirecionais no podem ser invertidos envolve

    uma grandeza conhecida como entropia.

    20.2 PROCESSOS IRREVERSVEIS E ENTROPIA

    O carter unidimensional dos processos irreversveis to

    evidente que o tomamos como certo. Se tais processos

    ocorressem no sentido errado, ficaramos abismados.

    A entropia diferente da energia no sentido de que a entropia

    no obedece a uma lei de conservao.

    Se um processo irreversvel ocorre num sistema fechado, a

    entropia S do sistema sempre aumenta, ela nunca diminui

  • 20.3 VARIAO DE ENTROPIA.

    Existem duas maneiras equivalentes para se definir avariao na entropia de um sistema:

    Em termos da temperatura do sistema e da energia queele ganha ou perde na forma de calor e;

    Contando as maneiras nas quais os tomos ou molculasque compem o sistema podem ser arranjados.

    Considerando a expanso livre de um gs ideal, j vistaanteriormente, a figura ao lado mostra este gs nasituao (a) inicial i. Depois de aberta a vlvula, o gsrapidamente ocupa todo o recipiente, atingindo seuestado final f.

    O diagrama p-V do processo mostra a presso e o volumedo gs no seu estado inicial i e final f. a presso e ovolume so propriedades de estado, ou seja, dependemapenas do estado do gs e no da forma como ele atingiueste estado. Outras propriedades de estado so atemperatura e a energia. Supomos agora que o gspossui ainda uma outra propriedade de estado suaentropia.

  • Alm disso, definimos a variao da entropia do sistema durante um processo que leva o

    sistema de um estado inicial para um estado final como:

    f

    i

    ifT

    dQSSS

    Variao da Entropia

    Q a energia transferida na forma de calor para o sistema, ou dele retirada durante o

    processo. T a temperatura em kelvins. Como T sempre positiva, o sinal de S o mesmo

    de Q. A unidade J/k.No caso da expanso livre do gs ideal, os estados

    intermedirios no podem ser mostrados porque eles

    no so estados de equilbrio. O gs preenche

    rapidamente todo o volume, a presso, o volume e a

    temperatura variam de forma imprevisvel. Desta forma,

    no possvel traar uma trajetria presso-volume

    para a expanso livre.

  • Se a entropia uma funo de estado, ela ir

    depender apenas do estado inicial e final do gs e

    no da forma com que o sistema evoluiu de um

    estado a outro.

    Ao substituirmos a expanso livre irreversvel por um processo reversvel

    que conecta os mesmos estados i e f, ser possvel traar uma

    trajetria entre estes estados e encontrar uma relao entre T e Q, que

    nos permita usar a equao posta inicialmente.

    Vimos no captulo anterior que a temperatura de um gs ideal no varia

    durante uma expanso livre Tf=Ti=T. Assim os pontos i e f devem estar

    sobre a mesma isoterma. Assim:

    f

    i

    if dQT

    SSS1

    T

    QSSS if

    Variao de Entropia, Processo Isotrmico

    Para encontrarmos a variao de entropia para um processo irreversvel

    que ocorre em um sistema fechado, substitumos esse processo por

    qualquer processo reversvel que conecte os mesmos pontos inicial e

    final. Calculamos a variao de entropia para este processo usando a

    equao

    f

    i

    ifT

    dQSSS

  • Quando a variao de temperatura T de um sistema pequena em relao temperatura

    (em kelvins) antes e depois do processo, a variao de entropia pode ser aproximada como

    md

    ifT

    QSSS

    Tm a temperatura mdia, em kelvins, do sistema durante o processo.

    Exemplo 1:

    Suponha que 1,0mol de gs nitrognio est confinado

    no lado esquerdo do recipiente da figura ao lado. Voc

    abre a vlvula e o volume do gs dobra. Qual a

    variao de entropia do gs para este processo

    irreversvel? Trate o gs como sendo ideal. Resp.

    5,76J/K

  • EXEMPLO 2:

    A figura 1 ao lado mostra dois blocos decobre idnticos de massa m=1,5kg: O blocoE, a uma temperatura inicial TiE=60

    0C e obloco D a uma temperatura TiD=20

    0C. Osblocos encontram-se em uma caixatermicamente isolada e esto separadospor uma divisria isolante. Quandoremovemos a divisria, os blocos acabamatingindo uma temperatura de equilbrioTf=40

    0C. Qual a variao lquida daentropia do sistema dos dois blocosdurante este processo irreversvel? O calorespecfico do cobre 386J/kgK.

  • ENTROPIA COMO UMA FUNO DE ESTADO

    O fato de a entropia ser uma funo de estado pode ser deduzido apenas

    experimentalmente. Entretanto, pode-se provar que ela uma funo de estado para o

    importante caso especial no qual um gs ideal efetua um processo reversvel, realizado

    lentamente, em pequenos passos. Para cada passo, teremos:

    dWdQdE int intdEdWdQ Assim:

    dTnCpdVdQ v

    Usando a lei dos gases ideais. Ento dividimos cada termo da equao resultante por T,

    teremos:

    dTnCdVV

    nRTdQ v

    T

    dTnCdV

    VT

    nRT

    T

    dQv

    Integrando cada termo de i a f.

  • f

    i

    v

    f

    i

    f

    iT

    dTnC

    V

    dVnR

    T

    dQ

    i

    fv

    i

    fif

    T

    TnC

    V

    VnRSSS lnln

    A variao da entropia entre os estados inicial e final de um gs ideal depende apenas das

    propriedades do estado inicial (Vi e Ti) e das propriedades do estado final (Vf e Tf). S no

    depende de como o gs varia entre os dois estados.

  • 20.4 A Segunda Lei da Termodinmica:

    Se o processo irreversvel, a entropia de um sistema fechado sempre

    aumenta. No entanto, se o processo for reversvel, como no caso da

    figura ao lado, seria possvel reverter o processo recolocando esferas no

    pisto e, para que a temperatura no aumentasse, o gs cede calor para

    o reservatrio, e a entropia diminui. Neste caso, o sistema (gs) no

    fechado.

    Se o reservatrio fizer parte do sistema, juntamente com o gs, teremos

    um sistema fechado (gs+reservatrio). Durante a reverso do processo,

    a energia, na forma de calor, transferida para o reservatrio, ou seja, de

    uma parte do sistema para outro, dentro do sistema. Seja o valor

    absoluto (mdulo) deste calor. Ento teremos:

    De forma que a variao na entropia do sistema (gs+reservatrio) seja

    nula.

    Se um processo ocorre em um sistema fechado, a entropia do sistema

    aumenta para processos irreversveis e permanece constante para

    processos reversveis. Ela nunca diminui.

    T

    QSgs

    T

    QSres

    0S Forma da 2 Lei da Termodinmica(>irreversvel e = reversvel)

  • 20-5 ENTROPIA NO MUNDO REAL: MQUINAS.

    Uma mquina trmica, ou simplesmente mquina, um dispositivo queretira energia na forma de calor de sua vizinhana e realiza trabalho til.

    Substncia de trabalho aquela que a mquina utiliza para realizartrabalho (gua, combustvel+ar, etc). Se a mquina opera em ciclo, asubstncia de trabalho passa por uma srie fechada de processostermodinmicos, chamados tempos.

    Uma Mquina de Carnot

    Com o mesmo esprito que tratamos um gs ideal, vamos estudar asmquinas reais analisando o comportamento de uma mquina ideal.

    Em uma mquina ideal, todos os processos so reversveis e no ocorremdesperdcios nas transferncias de energia em virtude, digamos, do atrito eda turbulncia.

    N.L. Sadi Carnot (1824) props o conceito de mquina.

    Mquina de Carnot mquina ideal que se revela a melhor (em princpio)no uso de energia na forma de calor para realizar trabalho til.

  • As figuras ao lado, mostram a mquina de Carnot e seu

    diagrama p-V onde, em cada ciclo a mquina retira uma

    quantidade QA sob a forma de calor de um reservatrio a uma

    temperatura TA e libera uma energia QB, na forma de calor, para

    um reservatrio a uma temperatura mais baixa TB.

    Para ilustrar as variaes de entropia para a mquina de

    Carnot, podemos fazer o grfico do ciclo de Carnot em um

    diagrama temperatura-entropia (T-S), conforme a figura abaixo.

  • O Trabalho realizado por uma mquina de Carnot durante um ciclo pode ser

    calculado aplicando-se a 1 Lei da Termodinmica (EINT=Q-W) substncia detrabalho. Num ciclo completo, EINT=0. Lembrando que o calor lquidotransferido por ciclo e que W o trabalho resultante, podemos escrever a primeira lei

    da termodinmica para o ciclo de Carnot como:

    Q FQ Q Q

    WQE int 0 ( )Q FQ Q W

    Q FW Q Q Variaes de Entropia Existem apenas duas transferncias de energia reversvel na forma de calor, e assim duas variaes na entropia da substncia de trabalho, uma a

    temperatura TQ e outra a temperatura TF. A variao da entropia por ciclo ser:

    Q F

    Q F

    Q F

    Q QS S S

    T T

  • Como a entropia S=0 uma funo de estado para o ciclo, ento:

    Q F

    Q F

    Q Q

    T T

    Como ou seja, mais calor retirado da fonte quente do que

    entregue fonte fria.

    , ,Q F Q FT T Q Q

    Eficincia de uma Mquina de Carnot

    O propsito de qualquer mquina transformar o mximo possvel da energia

    extrada da fonte quente em trabalho. A eficincia trmica de uma mquina a

    razo entre o trabalho realizado e a energia retirada da fonte quente.

    Q

    W

    Q

  • Para uma mquina de Carnot, teremos:

    1Q F F

    c

    Q Q

    Q Q Q

    Q Q

    Sendo que , podemos escrever:Q F

    Q F

    Q Q

    T T 1 Fc

    Q

    T

    T

    Uma mquina perfeita seria aquela cuja eficincia trmica 1 (ou 100%). Isto s

    ocorreria se TF=0 ou , requisitos impossveis.QT

    No possvel realizar uma srie de processoscujo nico resultado seja a transferncia de energia

    na forma de calor de um reservatrio trmico e a

    sua completa converso em trabalho.

    No desenvolvimento de mquinas de qualquer tipo, simplesmente no existe maneira

    de ultrapassar o limite de eficincia imposto pela mquina de Carnot.

  • Exerccio 4:

    Imagine uma mquina de Carnot que opera entre as temperaturas TA=850K e

    TB=300K. A mquina realiza 1200J de trabalho em cada ciclo. O qual leva 0,25s. (a)

    Qual a eficincia desta mquina? (b) Qual a potncia mdia desta mquina? (c)

    Quanta energia QA extrada sob a forma de calor do reservatrio de alta

    temperatura em cada ciclo?

  • Exerccio 5:

    Um inventor alega ter construdo uma mquina que possui uma eficincia de 75%

    quando operada entre as temperaturas dos pontos de ebulio e congelamento da

    gua. Isto possvel?

  • 20.6 Entropia no Mundo Real: Refrigeradores

    Um refrigerador um dispositivo que utiliza trabalho para

    transferir energia de um reservatrio em baixa

    temperatura para um reservatrio em alta temperatura

    enquanto o dispositivo repete continuamente uma dada

    srie de processos termodinmicos.

    Em um refrigerador ideal, todos os processos so reversveis e no h perdas nas transferncias de energia

    que ocorrem em virtude, digamos, do atrito e da

    turbulncia.Uma medida da eficincia de um refrigerador o

    coeficiente de desempenho K, dado por:

    FQK

    W

    No caso do refrigerador de Carnot, usamos:

    F Fc

    Q FQ F

    Q TK

    T TQ Q

  • Um refrigerador perfeito seria aquele

    que transfere energia na forma de calor Q de um reservatrio

    frio para um reservatrio quente sem a necessidade de

    trabalho. A entropia num ciclo no varia, mas a entropia dos

    reservatrios variam, sendo a entropia para todo o sistema:

    F Q

    Q QS

    T T

    Como , o lado direito da equao negativo, dando

    um violando a 2 lei. Logo, no existe refrigerador

    perfeito.

    No possvel uma srie de processos cujo nico efeito seja atransferncia de energia na forma de calor de um reservatrio a

    uma dada temperatura para um reservatrio a uma

    temperatura mais alta.

    BA TT

    0S