GESTÃO DA QUALIDADE E DA EXCELÊNCIA NOS EVENTOS … · 2019-06-12 · Portugal, de acordo com as...
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Dissertação apresentada com
vista à obtenção do grau de
Mestre em Ciências do
Desporto, especialização na
área de Gestão Desportiva, ao
abrigo do Decreto-Lei 216/92,
de 13 de Outubro.
GESTÃO DA QUALIDADE E DA EXCELÊNCIA NOS EVENTOS DESPORTIVOS
O modelo MEDE como ferramenta de gestão de eventos desportivos Orientador: Prof. Doutor Pedro Mortágua Velho da Maia Soares Autora: Ana Paula Pinho Almeida e Silva Tavares
Porto, Junho de 2007
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Palavras-chave: Gestão da Qualidade, Excelência, Eventos Desportivos e
MEDE.
Tavares, A. (2007). Gestão da Qualidade e da Excelência nos Eventos
Desportivos: o modelo MEDE como ferramenta de gestão de eventos
desportivos. Dissertação apresentada com vista à obtenção do grau de
Mestre em Ciências do Desporto, especialização na área da Gestão
Desportiva. Porto: Faculdade do Desporto da Universidade do Porto.
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AGRADECIMENTOS
pedromortaguapedrosarmentoruigarciairenecoelhoteresajesuspaulobastosisabelsampaiopaulolourençoluisliberatojoaomoraiscristinasenrarafaelmarquesinesbarrosoricardomorgadopaulosergiojorgeteixeiraandrepauloteixeirajuliosilvacarlav
arandamauriciohugoluispaulopedromanueljosecristinaoliveirapaulatavarescastri
nhoabcdefghijklmnopqrstuvwyzagradeçoatodosvocesquecontribuiramcientificaepsiquicamenteparaarealizacaodestetrabalhoepecodesculpapelotempoquevosr
oubei
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RESUMO O Desporto constitui uma alavanca importante em vários sectores da nossa sociedade, nos quais os eventos desportivos assumem um lugar de destaque. Por outro lado, actualmente, os eventos desportivos desempenham, também, um poderoso meio de desenvolvimento económico, manifestado na forma como movem governos, empresas e indústrias. Paralelamente, são destacados nos meios de comunicação social o que os torna mais visíveis em todas as suas manifestações e impactos, potenciando um acrescido aumento de riscos. Para corresponder a todas as expectativas de que são alvo, e no sentido de minimizar os seus riscos, os eventos desportivos necessitam de um modelo de gestão que lhes proporcione a garantia de uma excelente actuação em todas as suas áreas de intervenção. A Gestão da Qualidade constitui uma inesgotável fonte de Excelência, onde as boas práticas permitem identificar, prevenir e controlar de uma forma sistemática os riscos, em todas as suas etapas e fases de desenvolvimento, bem como facilitar a obtenção de resultados orientados para a satisfação de todos os grupos de interesse. Neste sentido, o presente estudo tem como objectivo identificar, caracterizar e sistematizar as práticas utilizadas na gestão de nove eventos desportivos em Portugal, de acordo com as áreas do Modelo da Excelência no Desporto – MEDE (Soares, 2006) e propor os aspectos a considerar em cada uma dessas áreas, relativamente à gestão de eventos desportivos, respectivamente nas seguintes áreas: meios, processos, resultados e melhoria. A amostra deste estudo é constituída por 9 (nove) eventos desportivos e um estudo de caso de um evento desportivo organizado por uma Empresa Municipal com certificação da Qualidade ISO 9001:2000. No presente estudo recolhemos os dados através de três abordagens distintas: a entrevista, o questionário e a análise documental. Os dados recolhidos foram analisados qualitativa e quantitativamente, de acordo com os objectivos do estudo. A utilização da entrevista teve como objectivo principal recolher informação importante para a elaboração do questionário. Este constituiu a ferramenta para a análise quantitativa, a qual permitiu caracterizar os modelos de gestão utilizados pelos eventos desportivos e, por último propor os aspectos a considerar, relativamente à gestão de eventos desportivos, em cada uma das quatro áreas analisadas. Concluímos que as organizações da amostra do estudo, na maioria dos aspectos considerados, gerem os eventos desportivos de acordo com o estabelecido na área de:
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i) Meios, nos seguintes critérios: Liderança, Estratégia e Planeamento, Regulação Externa e Parcerias, Pessoas e Recursos;
ii) Processos, no critério Processos Chave e Processos Suporte. iii) Resultados, nos seguintes critérios: Resultados do Desempenho
Não Financeiro e Resultados do Desempenho Financeiro. iv) Resultados, no critério Resultados Clientes relativamente aos
indicadores de desempenho. v) Melhoria, nos seguintes critérios: Melhoria Contínua e
Aprendizagem e Qualidade, Inovação e Gestão da Mudança. Concluímos também que as organizações da amostra do estudo, na maioria dos aspectos considerados, não gerem os eventos desportivos de acordo com o estabelecido na área de:
i) Resultados, nos critérios Resultados Pessoas e Resultados Sociedade;
ii) Resultados, no critério Resultados Clientes relativamente à percepção das pessoas.
Por último, foi enumerado um conjunto de aspectos a considerar na gestão de um evento desportivo, nas quatro áreas do modelo utilizado como referência para o presente estudo.
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ABSTRACT The Sport is an important stimulus in different areas of our society in which sporting events have a major role. Nowadays, sporting events are a powerful way of economic development as they move governments, companies and industries. At the same time, they are highlighted by the media that makes them being more visible and, as a consequence, this impact leads to an additional increase in risks. In order to answer to all the expectations they are expected to and to minimize its risks, sporting events need a management model that provides them an excellent performance in all the areas they operate. Quality Management is an infinite source of excellent where good practices allow to identify, prevent and control the risks in a systematic way, in all its steps and phases of development. Besides, Quality Management is an Excellent way of getting results directed towards the satisfaction of all the target groups. This way, the present study has as main goal to identify, characterize and systematize the best practices used in the management of nine sporting events in Portugal – as far as the areas of Modelo da Excelência no Desporto MEDE (Soares, 2006) are concerned – and suggest some relevant aspects to be considered in each of those areas: means, processes, results and improvement. This study sample is composed by nine sporting events and a case study of a sporting event organized by a Empresa Municipal with a certification standard under ISO 9001:2000 assessements. In the present study the data has been gathered by three different methods: interview, questionary and study of documents. This data was qualitative and quantitatively analysed accordingly to the aims of the study. The interview was mainly used to get important information for the organization of the questionary, that constituted itself as a tool for the quantitatively analysis. This analysis allowed us to characterize the management models used by sporting events and also to suggest the main aspects to be considered in each of the four analysed areas. We have concluded that the organizations of this study sample manage, in most of the considered aspects, the sporting events accordingly to what is established in the area of: i) Means, in the following criteria: Leadership, Strategy and
Planning, External Regulation and Partnerships, Staff and Resources;
ii) Processes, in the criteria Key Processes and Support Processes.
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iii) Results, in the following criteria: Results of Non Financial Performance and Results of Financial Performance .
iv) Results, in the criteria Results Consumers accordingly to indicators of Performance
v) Improvement, in the following criteria: Systematic Improvement and Learning and Quality, Innovation and Change Management .
We have also concluded that the organizations of this study sample don’t manage, in most of the considered aspects, the sporting events accordingly to what is established in the area of:
i) Results, in the criteria: Results Staff and Results Society; ii) Results, in the criteria: Results Consumers accordingly to
Consumers perception. At last we identified a set of different aspects to consider in the management of a sporting event in the four areas of the model that was used as reference in the present study.
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RÉSUMÉE Le sport constitue un important levier pour divers secteurs de notre société, dans lesquels les événements sportifs ont une place qui se détache. D’un autre côté, actuellement les événements sportifs sont aussi un puissant moyen de développement économique, qui se manifeste à travers la façon dont ils agitent les gouvernements, les entreprises et les industries. Parallèlement ils sont mis en évidence par les moyens de communication qui les rendent plus visibles dans toutes leurs manifestations et impactes, permettant un additionnel accroissement des risques Pour correspondre à toutes les expectatives dont ils sont l’objet, et dans le but de minimiser leurs risques, les événements sportifs ont besoin d’un model de gestion qui leur procure la garantie d’une Excellente action dans tous ses domaines d’intervention. La Gestion de la Qualité constitue une inépuisable source d’excellence où les bonnes habitudes permettent d’identifier, de prévenir et de contrôler de façon systématique les risques dans toutes ses étapes e phase de développement ainsi que de faciliter l’obtention de résultats orientés vers la satisfaction de tous ses groupes d’intérêts. Dans ce sens, cette étude a pour objectif identifier caractériser et normaliser les pratiques utilisées dans la gestion de neuf événements sportifs au Portugal, en accord avec différents points du Modelo da Excelência no Desporto – MEDE (Soares, 2006) e proposer les aspects à considérer dans chacun de ces points en ce qui concerne la gestion des événements sportifs dans les domaines suivants respectivement: moyens, procédures, résultats e amélioration. L’échantillon de cette étude é constitué de 9 (neuf) événements sportifs et de l’étude du cas particulier d’un événement sportif organisé par une Entreprise de la Mairie qui possède le certificat de Qualité ISO 9001:2000. Dans cette étude nous avons recueilli les données par trois moyens différents : l’entrevue, le questionnaire et l’analyse de documents. Les données recueillies ont été analysées qualitative et quantitativement en accord avec les objectifs de cette étude. Le recours à l’entrevue a eu comme objectif principal recueillir des informations importantes pour l’élaboration du questionnaire. Celui-ci a servi comme instrument pour l’analyse quantitative qui, a son tour, a permis de caractériser les modèles de gestion utilisés par les événements sportifs et aussi de proposer les aspects à considérer en ce qui concerne les événements sportifs dans chacun des quatre domaines analysés.
Nous avons conclu que les organisations de l’échantillon de cette étude, dans la majorité des aspects tenus en compte, administrent les évènements sportifs en conformité avec ce qui a été établi dans les domaines suivants :
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i) Moyens, dans les critères suivants : Liderance, Stratégies et Planification, Réglementation Externe, Personnes et Ressources ;
ii) Procédures, dans le critère Procédures Clés et Procédures de Supports.
iii) Résultats dans les critères suivants : Résultats de L’Action Non Financière et Résultats de l’Action Financière.
iv) Résultats, dans le critère Résultats Clients en ce qui concerne les indicateurs d’action.
v) Amélioration, dans les critères suivants :Amélioration Continue et Apprentissage et Qualité, Innovation et Gestion du Changement.
Nous avons conclu que les organisations de l’échantillon de cette étude, dans la majorité des aspects considérés, n’administrent pas les événements sportifs en accord avec ce qui a été établi dans les domaine suivants :
i) Résultats, dans les critères Résultats Personnels et Résultats Société ;
ii) Résultats, dans le critère Résultats Clients en ce qui concerne la perception des clients.
Finalement, nous avons dénombré une série d’aspects à considérer dans la gestion d’un événement sportif, dans les quatre domaines du model utilisé comme référence pour cette étude.
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ÍNDICE GERAL
AGRADECIMENTOS V
RESUMO VII
ABSTRACT IX
RÉSUMÉE XI
ÍNDICE GERAL XIII
ÍNDICE DE FIGURAS XIX
ÍNDICE DE QUADROS XXV
LISTA DE ABREVIATURAS XXXI
INTRODUÇÃO 3
1 EVENTOS 11
1.1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA 11
1.2 CONCEITOS DE EVENTO 13
1.3 CONCEITO DE EVENTO DESPORTIVO 14
1.4 IMPORTÂNCIA E BENEFÍCIOS DOS EVENTOS 18
1.5 OBJECTIVOS DOS EVENTOS 20
1.6 GESTÃO DE EVENTOS 21
2 QUALIDADE 27
2.1 CONCEITOS DA QUALIDADE 28
2.2 A QUALIDADE NA GESTÃO DE EVENTOS DESPORTIVOS 31
3 MODELO DA EXCELÊNCIA NO DESPORTO - MEDE 35
4 MEIOS 45
4.1 LIDERANÇA 46 4.1.1 MISSÃO E VISÃO 47
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4.1.2 FUNÇÕES DE UM LÍDER 51 4.1.3 ANTECIPAÇÃO E GESTÃO DE CONFLITOS 53
4.2 ESTRATÉGIA E PLANEAMENTO 56 4.2.1 DEFINIÇÃO DE OBJECTIVOS E METAS 56 4.2.2 ANÁLISE DA SITUAÇÃO OU DO AMBIENTE 61 4.2.3 ESTRATÉGIA 62 4.2.4 TIPOS DE ESTRATÉGIAS PARA OS EVENTOS 64 4.2.5 PLANEAMENTO EM EVENTOS 67 4.2.6 PLANEAMENTO ESTRATÉGICO DE EVENTOS 70 4.2.7 PLANEAMENTO ESTRATÉGICO DE MARKETING 71 4.2.8 SISTEMAS DE CONTROLO DO PLANEAMENTO 77 4.2.9 AVALIAÇÃO FINAL DO EVENTO 80
4.3 REGULAÇÃO EXTERNA E PARCERIAS 84 4.3.1 SELECÇÃO DE PARCEIROS E PATROCINADORES 84 4.3.2 RELAÇÃO COM AS PARCERIAS 86
4.4 PESSOAS 88 4.4.1 PLANEAMENTO DE RECURSOS HUMANOS 90 4.4.2 FUNÇÃO DOS RECURSOS HUMANOS 92 4.4.3 POLÍTICAS E PROCEDIMENTOS 93 4.4.4 FORMAÇÂO E APERFEIÇOAMENTO PROFISSIONAL 94 4.4.5 SUPERVISÃO E AVALIAÇÃO 95 4.4.6 MOTIVAÇÃO DOS COLABORADORES 97
4.5 RECURSOS 98 4.5.1 RECURSOS FINANCEIROS 99 4.5.2 PLANEAMENTO DOS RECURSOS FINANCEIROS 101 4.5.3 INFRA ESTRUTURAS E MATERIAIS 102 4.5.4 SEGURANÇA 103 4.5.5 TECNOLOGIA 104 4.5.6 REGULAMENTOS 105 4.5.7 LICENÇAS E AUTORIZAÇÕES 106 4.5.8 SEGUROS 107
5 PROCESSOS 109
5.1 PROCESSOS CHAVE E PROCESSOS SUPORTE 109 5.1.1 PROCESSOS DE EVENTOS 110 5.1.2 FORMA DE CONTROLAR OS PROCESSOS DOS EVENTOS 112 5.1.3 MERCADO ALVO OU CLIENTE CHAVE 114 5.1.4 RECOLHA DE INFORMAÇÃO DO CLIENTE 115 5.1.5 SISTEMA DE COMUNICAÇÃO 116 5.1.6 TIPOS DE RISCOS IDENTIFICADOS NOS EVENTOS 117 5.1.7 A GESTÃO DO RISCO EM EVENTOS 119
6 RESULTADOS 123
6.1 RESULTADOS DO DESEMPENHO NÃO FINANCEIRO 124
6.2 RESULTADOS NAS PESSOAS 126
6.3 RESULTADOS NOS CLIENTES 129
6.4 RESULTADOS NA SOCIEDADE 131 6.4.1 IMPACTO SOCIAL E CULTURAL 134 6.4.2 IMPACTO FÍSICO E AMBIENTAL 135
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6.4.3 IMPACTOS POLÍTICOS 136 6.4.4 MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DOS MEDIA 136
6.5 RESULTADOS DO DESEMPENHO FINANCEIRO 137
7 MELHORIA 139
7.1 MELHORIA CONTÍNUA E APRENDIZAGEM 140
7.2 QUALIDADE, INOVAÇÃO E GESTÃO DA MUDANÇA 142 7.2.1 QUALIDADE 143 7.2.2 INOVAÇÃO NOS EVENTOS 143 7.2.3 GESTÃO DA MUDANÇA 144
8 METODOLOGIA 147
8.1 IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA 147
8.2 OBJECTIVOS 150 8.2.1 OBJECTIVO GERAL 150 8.2.2 OBJECTIVOS ESPECÍFICOS 150
8.3 HIPÓTESES 151
8.4 AMOSTRA 152 8.4.1 CARACTERIZAÇÃO GERAL DA AMOSTRA 153
8.5 VARIÁVEIS 162
8.6 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 162 8.6.1 RECOLHA DE DADOS 164 8.6.2 ESTUDO DE CASO 171 8.6.3 ANÁLISE QUANTITATIVA DOS DADOS 174 8.6.4 TÉCNICAS DE ANÁLISE DOS DADOS QUALITATIVOS 174 8.6.5 ANÁLISE DE CONTEÚDO 176 8.6.6 ANÁLISE DOCUMENTAL 180
9 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 181
9.1 LIDERANÇA 182 9.1.1 VISÃO 184 9.1.2 MISSÃO 190 9.1.3 FUNÇÕES EXERCIDAS PELO LÍDER 195 9.1.4 PRIORIDADES DOS LÍDERES 200 9.1.5 COMUNICAÇÃO DOS OBJECTIVOS 203 9.1.6 ENCORAJAMENTO PARA OS OBJECTIVOS 206 9.1.7 MELHORIA CONTÍNUA 208 9.1.8 DISPONIBILIDADE PARA OUVIR E APOIAR 212 9.1.9 ENCORAJAMENTO DE UM BOM AMBIENTE DE TRABALHO 214 9.1.10 ESTUDO DE CASO 217
9.2 ESTRATÉGIA E PLANEAMENTO 223 9.2.1 OBJECTIVOS PARA O EVENTO 224 9.2.2 ANÁLISE DO AMBIENTE EXTERNO E INTERNO DO EVENTO 235 9.2.3 ESTRATÉGIA PARA O EVENTO 242 9.2.4 PARTICIPAÇÃO DOS COLABORADORES NA DEFINIÇÃO DAS BASES
ESTRATÉGICAS 245 9.2.5 MECANISMOS DE CONTROLO DOS PLANOS OPERACIONAIS 250
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9.2.6 REVISÃO DA EFICÁCIA DA ESTRATÉGIA 258 9.2.7 AVALIAÇÃO DO EVENTO 265 9.2.8 CONCORRÊNCIA 269 9.2.9 BENCHMARKING 272 9.2.10 ESTUDO DE CASO 273
9.3 REGULAÇÃO EXTERNA E PARCERIAS 281 9.3.1 IDENTIFICAÇÃO DOS PARCEIROS CHAVE 282 9.3.2 PLANO DE MARKETING 289 9.3.3 IMPLEMENTAÇÃO DOS PLANOS DE MARKETING 292 9.3.4 MEIOS DE COMUNICAÇÃO UTILIZADOS NA DIVULGAÇÃO DO EVENTO 296 9.3.5 ESTUDO DE CASO 299
9.4 PESSOAS 301 9.4.1 MÉTODO UTILIZADO PARA ASSEGURAR O NÚMERO DE RECURSOS
HUMANOS SUFICIENTES 302 9.4.2 RECOMPENSAS AOS COLABORADORES 307 9.4.3 MANUAL DE ACOLHIMENTO 312 9.4.4 CRITÉRIOS DE SELECÇÃO DAS PESSOAS 314 9.4.5 PLANO DE FORMAÇÃO 319 9.4.6 OPORTUNIDADES PARA ACTIVIDADES DE MELHORIA 325 9.4.7 AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO 328 9.4.8 POLÍTICAS DE MOTIVAÇÃO 331 9.4.9 POLÍTICAS DE RECONHECIMENTO 333 9.4.10 ESTUDO DE CASO 335
9.5 RECURSOS 345 9.5.1 RECURSOS FINANCEIROS DO EVENTO 346 9.5.2 MÉTODO DE ASSEGURAR AS INFRA-ESTRUTURAS SUFICIENTES 350 9.5.3 PLANO DE MANUTENÇÃO 354 9.5.4 SEGURANÇA MÁXIMA NAS INSTALAÇÕES 357 9.5.5 TECNOLOGIA 362 9.5.6 PROGRAMAS INFORMÁTICOS 367 9.5.7 REGULAMENTOS 369 9.5.8 SEGUROS 374 9.5.9 ESTUDO DE CASO 377
9.6 PROCESSOS 384 9.6.1 PROCESSOS CHAVE E PROCESSOS SUPORTE 384 9.6.2 PROCESSOS UTILIZADOS NA GESTÃO 385 9.6.3 IDENTIFICAÇÃO DOS CLIENTES CHAVE OU MERCADO ALVO 392 9.6.4 RECOLHA DE INFORMAÇÃO DOS CLIENTES 396 9.6.5 INDICADORES DE DESEMPENHO PARA IDENTIFICAR OPORTUNIDADES DE
MELHORIA 400 9.6.6 SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO INTERNO E EXTERNO 403 9.6.7 SISTEMA DE IDENTIFICAÇÃO DE RISCOS 409 9.6.8 PLANEAMENTO DO PROCESSO PROTOCOLAR VIP 412 9.6.9 RECLAMAÇÕES 414 9.6.10 MONITORIZAÇÃO DAS RECLAMAÇÕES 416 9.6.11 ESTUDO DE CASO 420
9.7 RESULTADOS NOS CLIENTES 427 9.7.1 INDICADORES DE MONITORIZAÇÃO DAS MEDIDAS DE PERCEPÇÃO 427 9.7.2 INDICADORES DE DESEMPENHO DOS RESULTADOS NOS CLIENTES 432 9.7.3 ESTUDO DE CASO 440
9.8 RESULTADOS NAS PESSOAS 441 9.8.1 PERCEPÇÃO DAS PESSOAS 441 9.8.2 INDICADORES DE DESEMPENHO DOS RESULTADOS DAS PESSOAS 444 9.8.3 ESTUDO DE CASO 452
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9.9 RESULTADOS NA SOCIEDADE 453 9.9.1 PERCEPÇÃO DA SOCIEDADE 453 9.9.2 INDICADORES DE DESEMPENHO DOS RESULTADOS NA SOCIEDADE 457 9.9.3 ESTUDO DE CASO 464
9.10 RESULTADOS DO DESEMPENHO NÃO FINANCEIRO 466 9.10.1 DEFINIÇÃO DE INDICADORES DE AVALIAÇÃO DA MISSÃO 466 9.10.2 ESTUDO DE CASO 479
9.11 RESULTADOS DO DESEMPENHO FINANCEIRO 482 9.11.1 INDICADORES DE AVALIAÇÃO FINANCEIRA 482 9.11.2 ESTUDO DE CASO 485
9.12 MELHORIA 487 9.12.1 ANÁLISE DE ASPECTOS PARA INTRODUZIR MELHORIAS 487 9.12.2 BASE DE DADOS 493 9.12.3 ESTUDO DE CASO 495
9.13 QUALIDADE, INOVAÇÃO E GESTÃO DA MUDANÇA 496 9.13.1 CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO 497 9.13.2 QUALIDADE NA GESTÃO DO EVENTO 500 9.13.3 ESTUDO DE CASO 503
10 CONCLUSÕES 507
10.1 LIDERANÇA 508
10.2 ESTRATÉGIA E PLANEAMENTO 510
10.3 REGULAÇÃO EXTERNA E PARCERIAS 513
10.4 PESSOAS 515
10.5 RECURSOS 517
10.6 PROCESSOS CHAVE E PROCESSOS SUPORTE 519
10.7 RESULTADOS DO DESEMPENHO NÃO FINANCEIRO 523
10.8 RESULTADOS NAS PESSOAS 524
10.9 RESULTADOS NOS CLIENTES 526
10.10 RESULTADOS NA SOCIEDADE 527
10.11 RESULTADOS DO DESEMPENHO FINANCEIRO 528
10.12 MELHORIA CONTÍNUA E APRENDIZAGEM 529
10.13 QUALIDADE, INOVAÇÃO E GESTÃO DA MUDANÇA 531
11 ASPECTOS A CONSIDERAR NA GESTÃO DA QUALIDADE EM EVENTOS DESPORTIVOS 533
12 INVESTIGAÇÃO E DESENVOLVIMENTO 549
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BIBLIOGRAFIA 553 ANEXOS suporte digital Anexo 1 Contacto telefónico / Convite Anexo 2 Guião de Entrevista Anexo 3 Relatório das Entrevistas Anexo 4 Análise de Conteúdo Anexo 5 Questionário
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ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1. MEDE - Modelo da Excelência no Desporto. Fonte: Soares (2006, p.425) 38
Figura 2. Resumo das etapas da metodologia utilizada no presente estudo. 166
Figura 3. Continuação do resumo das etapas da metodologia utilizada no presente estudo. 167
Figura 4. Percentagem de eventos com a visão definida. 185
Figura 5. Percentagem de eventos desportivos cuja declaração de visão se encontra escrita em algum documento. 188
Figura 6. Percentagem de Eventos Desportivos que possuem a declaração de missão escrita em algum documento. 193
Figura 7. Método utilizado pelos líderes na comunicação dos objectivos às pessoas da organização. 204
Figura 8. Métodos de encorajamento. 206
Figura 9. Percentagem de eventos com objectivos principais definidos. 230
Figura 10. Percentagem de eventos desportivos cuja gestão têm objectivos quantificados e temporizados. 232
Figura 11. Componentes do ambiente externo, mais analisadas pela Gestão dos Eventos Desportivos analisados. 236
Figura 12. Componentes do ambiente interno do evento mais analisadas pela gestão dos eventos desportivos analisados. 239
Figura 13. Tipo de estratégia mais adoptada pela gestão dos eventos desportivos analisados. 243
Figura 14. Nível de participação dos colaboradores na definição das bases estratégias dos eventos. 245
Figura 15. Tipo de colaboradores que participaram na definição das bases estratégias dos eventos. 246
Figura 16. Momentos mais frequentes, utilizados pela gestão dos eventos, para rever a eficácia da estratégia definida. 261
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Figura 17. Percentagem de eventos cuja gestão divulga os resultados da avaliação. 268
Figura 18. Destinatários da divulgação dos resultados da avaliação. 268
Figura 19. Métodos mais utilizados para divulgar os resultados da avaliação dos Eventos Desportivos. 269
Figura 20. Percentagem de eventos cuja gestão considera ter concorrentes. 270
Figura 21. Percentagem de eventos cuja gestão acompanha as actividades da concorrência. 270
Figura 22. Método mais utilizado pela Gestão dos Eventos para acompanhar a concorrência. 271
Figura 23. Percentagem de eventos cuja gestão utiliza o método de Benchmarking . 272
Figura 24. Percentagem de eventos desportivos que tiveram um plano de marketing definido. 290
Figura 25. Número de eventos desportivos que desenvolveram o seu “produto” de forma a satisfazer as necessidades dos consumidores. 293
Figura 26. Percentagem de eventos desportivos que estabeleceram o preço do “produto” de acordo com a concorrência e o valor percebido pelos consumidores. 294
Figura 27. Número de eventos desportivos cuja gestão comunicou o “produto” de forma a ter os potencias consumidores devidamente informados. 295
Figura 28. Número de eventos que utiliza critérios para atribuir recompensas aos seus colaboradores. 308
Figura 29. Critérios mais utilizados pela gestão dos eventos para atribuir recompensas aos seus colaboradores. 309
Figura 30. Principais recompensas atribuídas aos colaboradores efectivos. 310
Figura 31. Principais recompensas atribuídas aos colaboradores não efectivos. 311
Figura 32. Percentagem de eventos que têm um manual de acolhimento para cada colaborador. 313
Figura 33 . Percentagem de eventos cuja gestão efectuou um Plano de Formação para as suas pessoas. 320
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Figura 34. Nível de participação das pessoas na formação. 320
Figura 35. Principais colaboradores que usufruíram de formação. 321
Figura 36. Locais mais utilizados na formação e tipo de formador mais utilizado. 323
Figura 37. Percentagem de eventos desportivos, cuja gestão criou oportunidades às pessoas para participarem em actividades de melhoria. 326
Figura 38. Principais Métodos utilizados pela gestão dos eventos na participação das pessoas em actividades de melhoria. 326
Figura 39. Percentagem de eventos cuja gestão avalia o desempenho das suas pessoas e o seu nível de participação. 328
Figura 40. Tipo de pessoas abrangidas na avaliação de desempenho, nos Eventos cuja avaliação é efectuada apenas para algumas pessoas. 329
Figura 41. Percentagem de eventos cuja gestão utiliza políticas de motivação das pessoas. 331
Figura 42. Métodos mais utilizados para motivar as pessoas. 332
Figura 43. Percentagem de eventos cuja gestão utiliza políticas de reconhecimento das pessoas. 334
Figura 44. Métodos mais utilizados para reconhecer as pessoas. 334
Figura 45. Percentagem de eventos que dispõe de programas informáticos para a sua gestão. 367
Figura 46. Tipo de programas informáticos mais utilizados pela gestão dos eventos analisados. 368
Figura 47. Percentagem de eventos desportivos com regulamentos. 369
Figura 48. Percentagem de eventos desportivos cuja gestão assegurou que os regulamentos foram transmitidos a todos os interessados 372
Figura 49. Mecanismos mais utilizados pela gestão dos Eventos para assegurar que o conteúdo dos regulamentos foi transmitido a todos os interessados. 373
Figura 50. Número de Eventos cuja Gestão Efectuou algum tipo de seguros para o evento. 374
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Figura 51. Indicadores mais utilizados pela gestão do evento para identificar oportunidades de melhoria. 401
Figura 52. Percentagem de eventos desportivos cuja gestão tem implementado um sistema de identificação dos potenciais riscos. 409
Figura 53. Percentagem de eventos desportivos cuja gestão planeou o processo protocolar de acompanhamento aos Vips. 412
Figura 54. Momentos mais utilizados para monitorizar as reclamações. 418
Figura 55. Percepção dos clientes da imagem do evento. 428
Figura 56. Percepção dos clientes da Qualidade, valor e fiabilidade do evento. 429
Figura 57. Percepção dos clientes da lealdade e intenção de voltar. 431
Figura 58. Indicador de desempenho: incidentes ocorridos no evento. 433
Figura 59. Indicador de desempenho: retenção dos clientes. 434
Figura 60. Indicador de desempenho: duração das relações com os clientes. 434
Figura 61. Indicador de desempenho: satisfação dos clientes. 435
Figura 62. Indicador de desempenho: cobertura dos media. 436
Figura 63. Indicador de desempenho: elogios dos clientes. 437
Figura 64. Indicador de desempenho: número de reclamações. 438
Figura 65. Indicador de desempenho: motivos das reclamações. 439
Figura 66. Percepção das pessoas relativa à sua motivação. 442
Figura 67. Percepção das pessoas relativa à sua satisfação. 443
Figura 68. Indicador de desempenho: Cumprimento dos prazos das pessoas. 445
Figura 69. Indicador de desempenho: desempenho das pessoas nas tarefas. 446
Figura 70. Indicador de desempenho: produtividade das pessoas. 447
Figura 71. Indicador de desempenho: níveis de lealdade das pessoas. 449
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Figura 72. Indicador de desempenho: níveis de formação das pessoas. 450
Figura 73. Indicador de desempenho: prémios e reconhecimentos externos. 450
Figura 74. Indicador de desempenho: taxas de resposta das pessoas a inquéritos. 451
Figura 75. Percepção da sociedade do papel do evento. 454
Figura 76. Percepção da sociedade da responsabilidade social do evento. 456
Figura 77. Indicador de desempenho: elogios da comunidade. 458
Figura 78. Indicador de desempenho: resultados relativos à reciclagem. 459
Figura 79. Indicador de desempenho: prémios obtidos pelos eventos. 461
Figura 80. Indicador de desempenho: reutilização. 461
Figura 81. Indicador de desempenho: redução e eliminação de desperdícios. 463
Figura 82. Indicador de desempenho: número de Notícias na imprensa. 468
Figura 83. Indicador de desempenho: Número de participantes. 470
Figura 84. Indicador de desempenho: Número de participantes novos. 471
Figura 85. Indicador de desempenho: satisfação do patrocinador. 472
Figura 86. Indicador de desempenho: exposição do evento na televisão. 473
Figura 87. Indicador de desempenho: resultados dos inquéritos de satisfação. 475
Figura 88. Indicador de desempenho: número de participantes Internacionais. 476
Figura 89. Indicador de desempenho: número de espectadores e telespectadores. 477
Figura 90. Indicador de desempenho: resultado do relatório da Federação Internacional da modalidade. 478
Figura 91. Indicador de desempenho: Reconhecimento e imagem do país. 479
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xxiv
Figura 92. Indicador de desempenho: custos previstos sobre custos reais 483
Figura 93. Indicador de desempenho: relação dos custos sobre as receitas. 484
Figura 94. Número de Eventos cuja Gestão dedicou algum tempo após a realização dos mesmos, para analisar aspectos que poderiam trazer melhorias na sua gestão. 488
Figura 95. Percentagem de eventos cuja gestão promove a criatividade e inovação, no desenvolvimento de eventos mais competitivos. 497
Figura 96. Método mais utilizados pela gestão dos eventos para promover a criatividade e inovação no desenvolvimento de eventos mais competitivos. 498
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xxv
ÍNDICE DE QUADROS
Quadro 1. Áreas e Critérios do Modelo da Excelência no Desporto – MEDE (adaptado de Soares, 2006, p.424). 37
Quadro 2. Ficha modelo para processo de auto-avaliação preconizada no Modelo MEDE. Fonte: Soares (2006, p.425) 39
Quadro 3. Exemplos de declarações de Missão de um evento ou organização desportiva. 50
Quadro 4. Exemplos de declarações de Visão de uma organização desportiva. 50
Quadro 5. As variáveis de liderança, as suas funções e os objectivos de cada função (adaptado de Pires, 2005, p.206). 51
Quadro 6. Tipo de objectivos de eventos e seus exemplos (adaptado de Allen et al., 2003, p. 58). 58
Quadro 7. Tipos de objectivos de eventos e seus exemplos (adaptado de Pedro et al., 2005). 59
Quadro 8. Tipos de objectivos para o patrocinador (adaptado de Giacaglia, 2006). 59
Quadro 9. Vantagens e Desvantagens da integração de um planeamento estratégico (adaptado de Pires (2007). 70
Quadro 10. Etapas do processo de Planeamento estratégico de eventos (adaptado de Allen et. al., 2005, p. 56). 71
Quadro 11. Exemplos de tipos de recompensas de colaboradores remunerados ou efectivos e voluntários ou não efectivos (adaptado de Allen et al., 2003, p. 97). 97
Quadro 12. Medidas de percepção e indicadores de rendimento de acordo com o Modelo da Excelência EFQM (20007) para avaliar o resultados nas pessoas. 127
Quadro 13. Aspectos a serem considerados pela organização desportiva para motivar as suas pessoas e indicadores de rendimento para avaliar as pessoas (adaptado de Soares, 2006, p. 458). 128
Quadro 14. Indicadores de qualidade dos recursos humanos. Fonte: Garvin (1992, pp. 25-43), EFQM (1999), Kaplan & Norton (1992, pp. 71-79) e Olve, Roy & Wetter (1999). 129
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xxvi
Quadro 15. Medidas de percepção e indicadores de rendimento de acordo com o Modelo da Excelência EFQM (2006) para avaliar o resultados nas pessoas. 130
Quadro 16. Indicadores de qualidade do ponto de vista dos clientes. Fonte: Garvin (1992, pp. 25-43), EFQM (1999), Kaplan & Norton (1992, pp. 71-79) e Olve, Roy & Wetter (1999). 131
Quadro 17. Medidas de percepção para avaliar a percepção da sociedade sobre a organização de acordo com o Modelo da Excelência EFQM (2002). 133
Quadro 18. Indicadores financeiros da qualidade. Fonte: Garvin (1992, pp. 25-43), EFQM (1999), Kaplan & Norton (1992, pp. 71-79) e Olve, Roy & Wetter (1999). 138
Quadro 19. Número de Eventos diferenciados de acordo com o tipo de entidade organizadora. 153
Quadro 20. Classificação dos Eventos de acordo com a sua dimensão (Regional, Nacional e Internacional). 154
Quadro 21. Distribuição dos Eventos de acordo com o tipo de modalidade abordada. 154
Quadro 22. Ano de realização da última edição de cada um dos eventos. 155
Quadro 23. Localização geográfica do local de realização de cada um dos Eventos. 156
Quadro 24. Número edições de cada um dos eventos. 156
Quadro 25. Distribuição do número de colaboradores efectivos e não efectivos envolvidos na organização de cada um dos Eventos. 157
Quadro 26. Número de participantes/participações totais envolvidos em cada um dos eventos. 158
Quadro 27. Número aproximado de espectadores envolvidos. 159
Quadro 28. Duração em dias de cada evento. 160
Quadro 29. Duração efectiva de cada actividade desportiva principal. 161
Quadro 30. Exemplos de documentos que têm a declaração de visão do evento desportiva escrita. 189
Quadro 31. Exemplos de documentos que têm a declaração de missão escrita. 194
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xxvii
Quadro 32. Funções exercidas pelos líderes na Gestão do Evento Desportivo. 197
Quadro 33. Prioridades dos líderes na Gestão do Evento. 200
Quadro 34. Método utilizado pelos líderes para fomentar a melhoria contínua na Gestão do Evento. 209
Quadro 35. Metodologia utilizada pelos líderes para encorajarem um bom ambiente de trabalho na organização de um evento desportivo. 215
Quadro 36. Objectivos dos nove Eventos Desportivos analisados. 225
Quadro 37. Objectivos principais estabelecidos para os Eventos Desportivos. 231
Quadro 38. Exemplos da quantificação e temporização de um objectivo principal estabelecido para alguns Eventos. 234
Quadro 39. Mecanismos de controlo mais utilizados pela gestão dos eventos desportivos, para assegurar que os planos operacionais implementados são cumpridos. 251
Quadro 40. Métodos utilizados para rever a eficácia da estratégia definida para os eventos desportivos. 259
Quadro 41. Informações mais frequentes utilizadas para rever a eficácia da estratégia definida. 263
Quadro 42. Áreas abrangidas pela avaliação dos eventos Desportivos. 267
Quadro 43. Parceiros chave mais identificados pelos eventos desportivos analisados. 283
Quadro 44. Critérios mais utilizados pelos eventos desportivos para seleccionar os seus parceiros chave. 286
Quadro 45. Meios de comunicação mais utilizados pelos Eventos para divulgar os eventos e os seus benefícios. 297
Quadro 46. Métodos mais utilizados na gestão dos eventos para assegurar que os recursos humanos são suficientes. 303
Quadro 47. Critérios mais utilizados na gestão dos eventos Desportivos, para seleccionar as pessoas. 315
Quadro 48. Recursos financeiros mais utilizados para financiar os eventos desportivos analisados. 347
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xxviii
Quadro 49. Métodos mais utilizados pela gestão dos eventos para assegurar infra-estruturas adequadas às necessidades dos mesmos. 351
Quadro 50. Mecanismos mais utilizados pelos eventos desportivos nos seus planos de segurança. 355
Quadro 51. Mecanismos de segurança mais utilizados para assegurar a segurança máxima nas suas instalações. 358
Quadro 52. Tecnologias mais utilizadas pela Gestão para os eventos desportivos. 363
Quadro 53. Tipo de regulamentos mais utilizados nos eventos analisados. 370
Quadro 54. Tipo de seguros mais efectuados para os eventos desportivos analisados. 376
Quadro 55. Processos mais utilizados na gestão dos eventos desportivos analisados. 386
Quadro 56. Processos mais importantes na gestão dos eventos desportivos analisados. 388
Quadro 57. Principais clientes chave ou mercado alvo identificados pelos eventos desportivos analisados. 394
Quadro 58. Métodos mais utilizados para recolher informação pertinente dos clientes chave ou mercado alvo dos eventos desportivos. 397
Quadro 59. Mecanismos de Comunicação Interna mais utilizados dos eventos desportivos analisados. 404
Quadro 60. Mecanismos de comunicação externa mais utilizados nos eventos desportivos analisados. 407
Quadro 61. Métodos mais utilizados para identificar os potenciais riscos dos eventos desportivos analisados. 411
Quadro 62. Processos mais utilizados no processo protocolar de acompanhamento aos VIPS. 413
Quadro 63. Mecanismos disponíveis, mais utilizados pela gestão dos eventos analisados para dar oportunidade para os clientes efectuarem reclamações. 415
Quadro 64. Indicadores mais utilizados para monitorizar as reclamações. 419
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xxix
Quadro 65. Áreas mais analisados pela gestão dos eventos, que podem trazer melhoria na sua gestão. 489
Quadro 66. Novos conhecimentos mais adquiridos pela gestão dos eventos analisados, que vão ajudar na realização do próximo. 492
Quadro 67. Registos mais utilizados para elaborar a base de dados com informações importantes para eventos futuros. 493
Quadro 68. Áreas, cuja Gestão dos Eventos se preocupou mais com a Qualidade. 501
Quadro 69. Principais resultados obtidos neste estudo relativamente à componente Liderança (I). 508
Quadro 70. Principais resultados obtidos neste estudo relativamente à variável Liderança (II). 509
Quadro 71. Principais resultados obtidos neste estudo, na componente Estratégia e Planeamento (I). 510
Quadro 72. Principais resultados obtidos neste estudo, na componente Estratégia e Planeamento (II). 511
Quadro 73. Principais resultados obtidos neste estudo, na componente Estratégia e Planeamento (III). 512
Quadro 74. Principais resultados obtidos neste estudo na componente Regulação Externa e Parcerias (I). 513
Quadro 75. Resultados obtidos neste estudo na componente Regulação Externa e Parcerias (II). 514
Quadro 76. Principais resultados obtidos neste estudo na componente Pessoas (I). 515
Quadro 77. Principais resultados obtidos neste estudo na componente Pessoas (II). 516
Quadro 78. Principais resultados obtidos neste estudo na componente Recursos (I). 518
Quadro 79. Principais resultados obtidos neste estudo na componente Processos Chave e Processos Suporte (I). 520
Quadro 80. Principais resultados obtidos neste estudo na componente Processos Chave e Processos Suporte (II). 521
Quadro 81. Principais resultados obtidos neste estudo na componente Resultados do Desempenho não Financeiro (I). 523
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xxx
Quadro 82. Principais resultados obtidos neste estudo na componente Resultados do Desempenho Não Financeiro (II). 524
Quadro 83. Principais resultados obtidos neste estudo na componente Resultados nas Pessoas. 525
Quadro 84. Principais resultados obtidos neste estudo na componente Resultados nos Clientes (I). 526
Quadro 85. Principais resultados obtidos neste estudo na componente Resultados nos Clientes (II). 527
Quadro 86. Principais resultados obtidos neste estudo na componente Resultados na Sociedade. 528
Quadro 87. Principais resultados obtidos neste estudo na componente Resultados do Desempenho Financeiro. 529
Quadro 88. Principais resultados obtidos neste estudo na componente Melhoria Contínua e Aprendizagem. 530
Quadro 89. Principais resultados obtidos neste estudo na componente Qualidade, Inovação e gestão da Mudança (I). 531
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xxxi
LISTA DE ABREVIATURAS
a.C. – Antes de Cristo
BI – Bilhete de Indentidade
CEDAR EEE - Customer audience, Exposure potencial, Distribuition channel audience, Advantage over competitiors, Resourse investiment involvement required, Event`s characteristics e Event organisation`s reputation
d. C. – Depois de Cristo
EFQM – European Foundation for Quality Management
GNR – Guarda Nacional Republicana
GPS – Global Positioning System
h – Hora
IDP – Instituto do Desporto de Portugal
IEFP – Instituto de Emprego e Formação Profissional
ISO – International Organizational for Standardization
m – Minutos
MEDE – Modelo da Excelência no Desporto
Nº - Número
PEST – Políticos, Económicos, Sociais e Tecnológicos
PSP – Polícia de Segurança Pública
RFM – Rádio Frequência Modulado
RTP- Rádio Televisão Portuguesa
SIC – Sociedade Independente de Comunicação
SMART – Specific, Measurable, Agreed, Realistic e Time Specific
SWOT – Strenghs, Weaknesses, Opportunities e Threats
TI – Tecnologias de Informação
TIC – Tecnologias de Informação e Comunicação
UPS – Uninterruptible Power Supply
VHF – Very High Frequency
VIP – Very Important Person
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INTRODUÇÃO
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3
Só fazemos melhor aquilo que repetidamente insistimos em melhorar. A busca da Excelência não deve ser um objectivo. E sim, um hábito. (Aristóteles)
INTRODUÇÃO O aumento exponencial dos eventos desportivos tem sido uma constante na
nossa sociedade, talvez porque os mesmos proporcionam inúmeros benefícios,
praticamente em todos os sectores da nossa cultura.
Porque atraem verdadeiras massas populacionais, potenciam sobremaneira o
desenvolvimento económico, servem para apresentar novos produtos ou
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INTRODUÇÃO
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4
serviços, melhoram a imagem de um País, cidade, organização ou mesmo dos
organizadores, promovem o prazer e a auto-estima, ou seja, são um serviço ao
serviço de muitos outros serviços.
Actualmente os eventos desportivos constituem um dos principais objectos,
senão o principal servidor de informação, cobiçado por inúmeros meios de
comunicação social, que vivem das certezas e incertezas, das alegrias e
desgraças, das falhas e acertos, vitórias e derrotas, que neles operam e
acontecem, fruto de inúmeras acções, atitudes, comportamentos e
procedimentos complexos dos quais depende a sua existência.
Directamente proporcionais aos seus inegáveis benefícios estão os seus
subjacentes riscos, que vão desde o prémio pago a mais do que um recorde
inesperado obtido, o atraso na abertura, um cliente insatisfeito até ao maior
acidente, envolvendo a segurança máxima dos seus consumidores, não
deixando de, entretanto, passar pelos motins de adeptos nas ruas, nas filas de
entrada, os riscos são também inesgotáveis.
Desta forma, o barulho do seu “respirar” é transformado num eco que pode
atingir um raio de acção mundial. Claro que nem todos os eventos são
potenciadores de um eco desta dimensão, no entanto, todos eles apresentam
riscos e são geradores, à luz do meio onde se inserem e à dimensão a que se
propõem, de impactos positivos e negativos na sua imagem.
Paralelamente, os seus clientes são cada mais exigentes e esperam de um
evento desportivo, tudo aquilo que mais benefício trouxer, que varia neste
caso, de consumidor para consumidor, de parceiro para parceiro, de autarquia
para autarquia, de patrocinador em patrocinador, de colaborador para
colaborador. Enfim, uma fonte de expectativas geradas em torno de um
acontecimento, que move transacções milionárias, serviços vários, imagens,
recepções, atendimentos, deferências e protocolos.
Cruzando o aumento do número de eventos desportivos e o consequente
aumento da concorrência, a inegável fonte de riscos e a cada vez maior
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INTRODUÇÃO
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5
exigência do seu público, marca a diferença o evento desportivo que melhor
corresponder às expectativas de todos os seus clientes, que melhor garanta a
segurança máxima nos seus espaços, que melhor tratamento der aos riscos,
que melhor rentabilize os seus recursos, que melhores relações tenha com os
seus parceiros, que melhor lidere as suas actividades, que melhor Qualidade
apresente nos seus serviços, que melhor comunique os seus serviços e ou
produtos, que melhor estratégia seleccione, que melhor identifique e planeie os
processos a desenvolver, enfim, que melhor resultados obtenha em todos os
sectores.
Os seus resultados precisam de ser medidos, pelo que será necessário a
definição de diferentes indicadores de desempenho, qualitativos e ou
quantitativos, que melhor traduzam as intenções declaradas e os objectivos
apontados.
Nesta perspectiva, a melhoria contínua parece ser a palavra de ordem neste
percurso. É conseguida através de um processo sistemático da procura da
Excelência, que consequentemente assenta na avaliação e medição da forma
como decorrem os processos e actividades constituintes dos eventos
desportivos, parecendo-nos este o caminho a seguir pela gestão dos eventos
desportivos.
A Excelência implica a existência de práticas relevantes na gestão e no
alcançar de resultados baseados num conjunto de conceitos fundamentais que
incluem: orientação para os resultados, focalização nos clientes, liderança e
constância de propósitos, gestão por processos e por factos, envolvimento das
pessoas, melhoria e inovação contínuas, parcerias com benefícios mútuos e
responsabilidade social corporativa (Soares, 2006, p. 423).
Nos últimos tempos a Qualidade tem vindo a assumir uma condição muito mais
significativa e de grande importância, ou seja, a Qualidade hoje em dia já não
se discute, está implícita, pois sem ela uma organização não sobrevive (Pires,
2000, p. 5).
-
INTRODUÇÃO
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6
A procura incessante das populações relativamente às questões da Qualidade,
nomeadamente, alta Qualidade a baixo custo são cada vez maiores. Como
consequência verifica-se uma maior procura das organizações de diversas
áreas, por modelos de Gestão da Qualidade, de forma a satisfazer os seus
clientes, rentabilizar o seu produto ou serviço e melhorar a sua competitividade
com a concorrência.
Sendo a Qualidade uma ferramenta tão útil para a obtenção da satisfação do
cliente a um custo baixo e podendo ser aplicada a qualquer sector de
actividade, visando sempre o sucesso, parece-nos indispensável aplicá-la aos
diversos procedimentos e acções preconizados na organização de eventos
desportivos, no sentido de identificá-las e sistematizá-las, de forma a aumentar
e melhorar a sua Qualidade, diminuindo significativamente os inúmeros riscos
de falhas que comporta.
Pensamos que a adopção, por parte da gestão dos eventos desportivos, de um
modelo para a sua auto-avaliação, constituirá também uma poderosa
ferramenta na busca da melhoria contínua e no tratamento eficaz, pela
utilização de boas práticas e diminuição dos seus riscos subjacentes.
Soares (2006, p. 423) desenvolveu um modelo para a auto-avaliação da gestão
de instalações desportivas denominado por MEDE. Este modelo baseia-se
numa integração dos diferentes sistemas de avaliação da Qualidade,
actualmente existentes, e constitui uma ferramenta que possibilita a análise da
organização desportiva como um todo.
O objectivo principal do Modelo da Excelência no Desporto – MEDE é
possibilitar a uma organização desportiva, após a sua auto-avaliação,
identificar as áreas exactas em que deve melhorar e quais as acções que deve
desenvolver para que a melhoria contínua aconteça (Soares, 2006, p.424).
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INTRODUÇÃO
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7
Constitui objectivo deste trabalho, a partir do modelo MEDE, identificar,
caracterizar e sistematizar as práticas utilizadas na gestão de alguns eventos
desportivos, de acordo com cada um dos critérios preconizados no modelo.
Acreditamos, também, que através da aplicação deste Modelo da Excelência
no Desporto - MEDE na organização de eventos desportivos, será possível
identificar os aspectos mais importantes a considerar na sua gestão utilizando
como suporte base uma cultura da Qualidade e da Excelência, constituindo
este um dos objectivos principais deste estudo.
Neste sentido, apresentamos também como resultado deste estudo os
aspectos a considerar na organização de eventos desportivos, relativamente a
cada um dos critérios subjacentes às áreas preconizadas pelo MEDE. Estes
aspectos foram constituídos através:
i) Dos resultados obtidos com a análise qualitativa das entrevistas efectuadas;
ii) Dos resultados obtidos da análise quantitativa dos questionários.
A opção por este Modelo da Excelência no Desporto – MEDE decorreu do facto
de o mesmo incidir sobre o universo desportivo, do qual fazem parte os
eventos desportivos.
Na busca pela Qualidade, gostaríamos que este trabalho pudesse constituir um
degrau na escada da Excelência e que o leitor adepto desta filosofia possa
encontrar uma oportunidade de melhoria, através da identificação dos aspectos
críticos, orientados nesse sentido. A organização de eventos desportivos está longe de ser uma ciência exacta, no entanto, se utilizarmos alguns procedimentos e preceitos técnicos, diminuiremos sensivelmente a possibilidade de erros crassos (Poit, 2006, p. 75).
-
INTRODUÇÃO
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8
ORGANIZAÇÃO DA DISSERTAÇÃO
A presente dissertação, pretende traduzir o caminho percorrido nesta
investigação. Encontra-se organizada em doze capítulos, os quais se
apresentam resumidamente.
No Capítulo 1 QUALIDADE efectuamos uma breve referência aos conceitos da Qualidade e à Qualidade na Gestão de Eventos à luz de diferentes autores.
No Capítulo 2 EVENTOS apresentamos uma breve perspectiva da sua evolução histórica, da sua importância dos seus benefícios e dos seus
objectivos. De seguida, procuramos abordar várias perspectivas de diferentes
autores em relação aos conceitos de evento, de evento desportivo e por fim da
gestão de eventos.
O Capítulo 3 MODELO DA EXCELÊNCIA NO DESPORTO, corresponde ao modelo de referência utilizado no presente estudo. São apresentados as áreas,
os critérios e os sub-critérios que o compõem, respectivamente quatro áreas,
treze critérios e vinte e dois sub critérios.
O Capítulo 4 MEIOS corresponde a uma das áreas do modelo MEDE, utilizado como suporte base nesta investigação. Neste capítulo serão abordados
respectivamente os cinco critérios que o constituem, nomeadamente a
Liderança, Estratégia e Planeamento, Regulação Externa e Parcerias, Pessoas
e Recursos.
O Capítulo 5 PROCESSOS corresponde à segunda área do modelo MEDE, constituída por um critério, Processos Chave e Processos Suporte.
O Capítulo 6 RESULTADOS corresponde à terceira área do modelo MEDE, utilizado como suporte base nesta investigação. Desenvolvemos neste capítulo
os cinco critérios que o constituem, respectivamente os Resultados do
Desempenho não Financeiro, os Resultados nas Pessoas, os Resultados no
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INTRODUÇÃO
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9
Clientes, os Resultados na Sociedade e os Resultados do Desempenho
Financeiro.
O Capítulo 7 MELHORIA corresponde à quarta e última área do modelo MEDE, constituída por dois critérios, Melhoria Contínua e Aprendizagem e
Qualidade, Inovação e Gestão da Mudança.
O Capítulo 8 corresponde à METODOLOGIA. Neste capítulo será efectuada uma abordagem à identificação do problema, aos objectivos definidos, à
amostra utilizada, às variáveis e aos procedimentos metodológicos utilizados
para a realização deste trabalho.
O Capítulo 9 corresponde à APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS, no qual será efectuada uma análise quantitativa aos resultados
obtidos de acordo com os treze critérios do modelo MEDE, utilizado com
referência nesta investigação, e ao estudo de caso efectuado. Os resultados
correspondem à análise efectuada aos eventos desportivos que constituem a
amostra deste trabalho.
De seguida serão apresentadas no Capítulo 10 as CONCLUSÕES obtidas a partir da análise quantitativa efectuada no capítulo anterior e à aceitação ou
não das hipóteses identificadas no capítulo 8.
No Capítulo 11 ASPECTOS A CONSIDERAR NA GESTÃO DE EVENTOS DESPORTIVOS, serão apresentados os apectos mais importantes a ter em
consideração na gestão de eventos desportivos, de acordo também com os
treze critérios identificados no modelo MEDE.
Terminamos, no Capítulo 12, com algumas reflexões relativas às questões futuras de INVESTIGAÇÃO E DESENVOLVIMENTO.
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INTRODUÇÃO
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10
A presente dissertação inclui ainda um conjunto de anexos, para além da
bibliografia, nos quais constam informações e documentos utilizados ao longo
da investigação.
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1 EVENTOS
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1 EVENTOS O dicionário define evento como sendo “qualquer coisa que aconteça, diferentemente de qualquer coisa que exista” ou “uma ocorrência, especialmente de grande importância”. Essas definições especificam o assunto deste texto – eventos – como coisas importantes que acontecem (Watt, 2004:15).
1.1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA
Os eventos, no decurso da sua caminhada, desde a Antiguidade até os dias de
hoje, foram adquirindo características económicas, políticas e sociais, de
acordo com as diferentes sociedades que representam.
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1 EVENTOS
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Possuem as suas origens na Antiguidade e vivenciaram diversos períodos da
história da civilização humana, chegando aos nossos dias. Possivelmente, um
dos mais antigos eventos da epopeia humana na Terra terá ocorrido há
milhões de anos quando um primitivo grupo de humanos se reuniu para
comemorar uma caçada (Poit, 2006, p.19).
Desta forma, desde os primórdios, os seres humanos têm encontrado formas
de marcar eventos importantes das suas vidas: a mudança das estações, as
fases da lua e a renovação da vida em cada Primavera. Desde a festa
Corroborre dos aborígenes ao Ano Novo Chinês, dos ritos dionisíacos dos
gregos antigos à tradição de Carnaval medieval, vários mitos e rituais foram
criados para interpretar acontecimentos cósmicos (Allen et al.,2003, p.4).
Poit (2006, p. 20) refere alguns exemplos que promoveram a evolução dos
eventos, quer no aspecto formal quer no informal. Podemos imaginar como
deverá ter sido formal a cerimónia de inauguração das pirâmides do Egipto há
quase 5000 anos. Já a Roma antiga usava o slogan “ dê ao povo pão e circo
que eles não terão motivos para a revolta”. O circo daquela época era um
evento informal.
Também corroborado por diversos autores, Matias (2004, p.4) identifica os
eventos como acontecimentos que possuem as suas origens na Antiguidade e
que atravessaram diversos períodos da história da civilização humana,
atingindo os dias de hoje.
No âmbito desportivo, a maior contribuição na organização de eventos
desportivos vem dos Jogos Olímpicos. Foram 1170 anos de Jogos Olímpicos
que começaram em 776 a. C., e só terminaram no ano 393 d. C. quando a
Grécia foi conquistada pelos Romanos. Acredita-se que os Jogos Olímpicos
foram os primeiros eventos desportivos com critérios organizacionais
detalhados, servindo, deste modo, de modelo para várias festas desportivas da
época e padrão técnico e organizacional para a maioria dos eventos antigos e
contemporâneos (Poit, 2006, p.20).
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1 EVENTOS
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Por sua vez, também Matias (2004, p.3) sublinha que os primeiros registos que
podemos considerar como origens do Turismo de Eventos, foram os Jogos
Olímpicos da Era Antiga, datados de 776 a. C. Foi a partir dos Jogos Olímpicos
que o espírito da hospitalidade se desenvolveu e fez com que outras cidades
gregas como, por exemplo, Delfos e Corinto, passassem a organizar os seus
jogos, concursos e outras atracções.
1.2 CONCEITOS DE EVENTO
Evento é um componente do mix da comunicação, que tem por objectivo
minimizar esforços, fazendo uso da capacidade sinérgica da qual dispõe o
poder expressivo no intuito de agrupar pessoas numa ideia ou acção
(Giácomo, 1993).
Já para Simões (1995) evento é um acontecimento criado com uma finalidade
específica de alterar a história da relação organização-público, face às
necessidades observadas.
Evento especial é todo o evento excepcional que acontece fora dos programas
ou actividades normais do grupo patrocinador ou organizador; para o
consumidor ou visitante, é mais uma oportunidade para uma actividade social,
cultural ou de lazer fora do âmbito normal de suas escolhas ou além da
vivência quotidiana (Getz, 1997, p.4).
Os eventos bem sucedidos só acontecem por meio da acção de algum
indivíduo ou grupo que faz com que as coisas aconteçam. Isso aplica-se a
todos os eventos, quer sejam grandes ou pequenos e aos mínimos detalhes de
cada um deles (Watt, 2004, p.15).
É o resultado da definição do tema central, da sua missão e dos seus
objectivos (Giacaglia, 2006, p.11).
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1 EVENTOS
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14
De acordo com Matias (2004, p.75), como os eventos são uma actividade
dinâmica, o seu conceito tem sofrido modificações ao longo dos tempos,
conforme vai evoluindo. De acordo com a experiência de vários especialistas
da área, evento significa:
i) Uma acção do profissional mediante pesquisa, planeamento, organização, coordenação, controle e implementação de um projecto, e
visa atingir o seu público-alvo com medidas concretas e resultados
projectados;
ii) Um conjunto de actividades profissionais desenvolvidas com o objectivo de alcançar o seu público-alvo através do lançamento de produtos,
apresentação de uma pessoa, empresa ou entidade, com a finalidade de
estabelecer o seu conceito ou recuperar a sua imagem;
iii) A realização de um acto comemorativo com objectivo de apresentar, conquistar ou recuperar o seu público-alvo;
iv) A soma de acções previamente planeadas com objectivo de alcançar resultados definidos perante seu público-alvo.
Nesta perspectiva, os eventos constituem um conjunto de acções profissionais
previamente planeadas, que segue uma sequência lógica de preceitos e
conceitos administrativos, com o objectivo de alcançar resultados que possam
ser qualificados e quantificados junto do público-alvo (Poit, 2006, p.19).
O conceito de evento pode ser utilizado na tentativa de definição do conceito
de evento desportivo, desde que sejam identificadas as suas particularidades.
1.3 CONCEITO DE EVENTO DESPORTIVO
É um factor de notoriedade para um país enquanto afirmação externa. É um elemento estimulador de diversas actividades económicas. É um meio de dar visibilidade pública às modalidades e aos que as protagonizam (Constantino, 2006, p.59).
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Eventos desportivos são essencialmente experiências subjectivas, de difícil
mensuração, onde os praticantes e os espectadores são parte integrante do
acontecimento (Correia, 2001, p.10).
É um acontecimento previamente planeado, com objectivos claramente
definidos. Tem um perfil marcante: desportivo, social, cultural, entre outros. A
sua realização obedece a um cronograma e uma de suas metas é a interacção
entre seus participantes, público, personalidades e entidades (Poit, 2006, p.
19).
De acordo com Barreau (2001,p.48) um evento desportivo é uma organização.
Deste modo, enquanto serviço produzido por uma organização, pode-se
caracterizar pela intangibilidade, inseparabilidade, variabilidade e
perdurabilidade (Correia, 2001, p.10).
Um grande evento desportivo é um acontecimento de impacto mundial que
atrai a atenção de milhões de pessoas e as maiores empresas do mundo como
patrocinadores, como por exemplo no Campeonato do Mundo de Futebol e nos
Jogos Olímpicos que, com grandes patrocinadores, obtém ganhos de
notoriedade à escala global (Pedro et al., 2005, p.14).
Nesta perspectiva, também os megas eventos desportivos, tais como a Taça
do Mundo ou as Olimpíadas, são eventos especificamente direccionados para
o mercado de turismo internacional e podem ser adequadamente descritos
como mega, em virtude da sua grandiosidade em termos de público, mercado-
alvo, nível de envolvimento financeiro do sector público, efeitos políticos,
extensão de cobertura televisiva, construção de instalações e impacto sobre o
sistema económico e social da comunidade anfitriã (Hall, 1992, p.5).
Por seu lado, os pequenos eventos provocam um impacto muito mais restrito,
mas atraem também os patrocinadores, cujo objectivo não é divulgar a sua
marca a nível mundial, mas sim atrair novos clientes, reforçar a relação com os
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actuais e, muitas vezes, desenvolver laços com o meio onde se inserem (Pedro
et al., 2005, p.14).
Barreau (2001, p.46) define um evento desportivo como um espectáculo, um
produto e uma empresa. Um espectáculo, porque é organizado em torno de
uma unidade de acção, de uma unidade de tempo, que conduz à gestão do
tempo, logo à planificação e de uma unidade de espaço, que conduz ao estudo
da dimensão espacial do evento desportivo (espaço real da arena desportiva
ou do seu ambiente ou espaço virtual do espectáculo transferido pela imagem
para os ecrãs de televisão); um produto, porque a organização do evento
desportivo inscreve-se numa abordagem de marketing e gestão do capital
marca do evento desportivo e uma empresa, porque o estudo da organização
como Gestão de projecto permite realçar um carácter permanente e imutável a
qualquer empresa, ou seja, o do risco ou dos riscos corridos.
Por outro lado, Poit (2006, p.25) considera que um evento desportivo comporta
sete sub-divisões:
i) Campeonato: forma de competição onde os concorrentes se enfrentam pelo menos uma vez e tem uma duração relativamente longa.
Recomendável quando há disponibilidade de tempo e recursos;
ii) Torneio: competição de carácter eliminatório que é realizada num curto espaço de tempo. Neste tipo de competição, dificilmente ocorre o
confronto entre todos os participantes. Recomendável quando se tem
pouco tempo e um grande número de participantes;
iii) Olimpíadas: competição que reúne várias modalidades desportivas e consome alguns dias na realização das diversas categorias;
iv) Taça ou Copa: com excepção da Copa do Mundo de Futebol e de alguns eventos tradicionais, normalmente se utiliza o nome Taça ou
Copa juntamente com o nome oficial do torneio para poder prestar
alguma homenagem ou promover um patrocinador;
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v) Festival: evento desportivo participativo e informal que visa a integração, promoção da modalidade, e principalmente motivar os
participantes e familiares;
vi) Circuito Desportivo: actividade desportiva recreativa que conta com diversas estações e ou objectivos a serem atingidos;
vii) Desafios: competições, normalmente individuais, que tem os processos de escala como referência;
Já Nicolini (2006, p.18) sublinha apenas duas sub-divisões, os eventos
desportivos de vértice e os eventos desportivos de base, explicando que:
i) Os eventos desportivos de vértice, como por exemplo, as competições desportivas de nível nacional ou internacional do calendário
oficial de Federações ou Confederações de um País (Ligas nacionais e
mundiais e os Jogos Olímpicos) acontecem com maior frequência nas
modalidades de ténis, natação, atletismo, voleibol e golfe, com
objectivos promocionais.
ii) Os eventos desportivos de base referem-se a eventos mais acessíveis a promoções extra-calendário. Com objectivo promocional, são por
exemplo, os campeonatos colegiais polidesportivos com público jovem,
caminhadas populares, torneios de futebol de salão, torneios massivos
de ténis, caminhadas ecológicas, passeios de bicicleta, entre outros.
Desta forma, qualquer evento desportivo pode ser definido através das
respectivas especificações técnicas ou a partir do seu valor simbólico para a
comunidade. Pode-se, também, definir um evento desportivo partindo da
análise das implicações organizacionais, económicas, sociais, políticas,
concorrenciais e pessoais, que caracterizam este serviço particular das
organizações de Desporto (Correia, 2001, p.10).
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1.4 IMPORTÂNCIA E BENEFÍCIOS DOS EVENTOS
Actualmente, os eventos são mais essenciais à nossa cultura do que jamais
foram. O tempo de lazer cada vez maior e a forma mais cuidadosa de o gastar,
levaram à proliferação de eventos públicos, celebrações e entretenimento. Os
governos de hoje apoiam e promovem eventos como parte de suas estratégias
para o desenvolvimento económico, crescimento da nação e marketing de
destino. As organizações adoptam eventos como elementos essenciais em
suas estratégias de marketing e de promoção da imagem (Allen et al, 2003,
p.4).
Deste modo, são também uma importante actividade económica, desportiva e
social, pois possuem factores que fazem deles um acontecimento que merece
um refinado tratamento profissional (Poit, 2006, p.19).
Tanto de forma particular quanto em público, as pessoas sentem necessidade
de marcar as ocasiões importantes das suas vidas e de festejar os principais
momentos. Ao nível público, os eventos importantes transformam-se em
marcos pelos quais as pessoas pautam as suas vidas privadas (Allen et al,
2003, p.4).
Nesta perspectiva, os eventos assumem um papel de grande importância na
nossa sociedade, fruto de inúmeros benefícios que diversos autores lhes
conferem, assim como o impacto que provocam.
De acordo com Giacaglia (2004, p.7), os benefícios que geram quer para os
negócios das organizações, quer para os consumidores explicam o
espectacular crescimento na área de eventos, nos dias de hoje. Possibilitam,
entre outros, os seguintes benefícios:
i) O estreitamento das relações com os clientes, gera empatia e consequentemente facilita as vendas;
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ii) O atingir num curto espaço de tempo e de uma só vez, boa parte do público-alvo da organização;
iii) A obtenção de novos clientes, por meio da venda a curto, médio e longo
prazo;
iv) A actualização de muitos profissionais e consumidores em relação às
novas tendências, tecnológicas ou comerciais do mercado;
v) A alavanca da imagem institucional; vi) O estabelecimento de novos contactos comerciais. As organizações
procuram novas parcerias comerciais ou tecnológicas que podem ser
efectuadas durante os eventos;
vii) O lançamento de novos produtos ou serviços. Os eventos são óptimas
ocasiões para se apresentar a um público específico, um novo produto
ou serviço.
Os eventos ajudam, também, as organizações a alcançar muitos prospects não
alcançados pelas suas forças de vendas normais (Kotler & Armstrong, 1991, p.
463).
Permitem que o público-alvo possa ser informado e instruído acerca da
utilização de um produto, ou serviço, com o objectivo de persuadi-lo a comprar
o produto ou a utilizar o serviço (Cobra, 1993, p.432).
Os eventos geram, ainda, benefícios para o consumidor, pois permitem
examinar e estabelecer comparações com produtos, serviços e empresas
concorrentes (Cobra, 1990, p.648). Acrescenta, ainda, que os eventos
destacam respectivamente a imagem de um produto e salientam o nome de um
ou mais patrocinadores (Cobra, 1993, p.432).
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Neste sentido, de acordo com o mesmo autor, os congressos, os seminários,
os cursos e os espectáculos patrocinados, como as caminhadas, as maratonas
e as competições, possibilitam a apresentação institucional de vários produtos
que devido à novidade, vão ganhando espaço na mente dos potenciais
consumidores e recebem o aval de credibilidade.
Apesar de algumas especificações e discriminações, os diversos autores
concordam que os eventos são úteis para todos, constituindo uma actividade
em crescimento no seio de organizações de grande, médio e pequeno porte e
para todas as áreas de negócios, seja, na indústria, nos serviços, no comércio
e no Desporto.
Os eventos contribuem também, para o aumento da visibilidade, de acesso e
do apelo de conveniência para os clientes. Praticamente todas as empresas
que ofereçam produtos ou serviços para o público, podem encontrar
oportunidades para exibir e demonstrar suas ofertas (Lynch, 1984, p.420).
Uma das razões que justificam o elevado crescimento de eventos realizados
pelas organizações é o facto de os mesmos serem menos dispendiosos que a
venda pessoal, a propaganda e outras formas de comunicação, bem como pelo
facto de estes trazerem, comprovadamente, resultados mais eficazes
(Giacaglia, 2004, p.11).
1.5 OBJECTIVOS DOS EVENTOS
Apesar de apresentarem diferentes tipologias, os eventos são actividades
típicas da promoção de vendas. Esta promoção atinge hoje também, os
campos desportivos, no patrocínio de equipas de futebol, voleibol, basquetebol,
atletas, tenistas, entre outros. Neste sentido, desde o patrocínio de feiras,
congressos, convenções e até onde a imaginação e a relação custo-benefício
permitir, a promoção estará presente (Cobra, 1986, p.325).
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Os eventos são também ocorrências utilizadas para comunicar com um
público-alvo definido (Kotler, 1990, p.397).
Já para Nicolini (2006, p. 15) praticamente não existe nenhum evento que não
possa estar ligado a um objectivo de marketing. Dos mais simples aos mais
sofisticados existe sempre a possibilidade de um produto, serviço ou uma
instituição ser promovida. Até os Jogos Olímpicos, mediante o patrocínio
institucional e os direitos de televisão, se transformaram num autêntico
fenómeno económico pelo volume de verbas envolvidas.
Nesta perspectiva, dificilmente será encontrado um evento que, apesar dos
mais variados objectivos aparentes, não tenha como finalidade a obtenção de
lucros para as organizações participantes, organizadoras ou patrocinadoras
(Giacaglia, 2004, p.20).
Em função dos objectivos fixados, do grande número de pessoas que envolve
e das diferentes expectativas e necessidades que estas pessoas apresentam,
o evento tornou-se numa importante actividade económica e social e deve,
deste modo, ser tratada de forma profissional (Matias, 2004, p.3).
1.6 GESTÃO DE EVENTOS
A Gestão de Eventos implica um elevado número de acções que variam de
importância consoante os autores. Muitas vezes a gestão de eventos é
abordada de uma forma geral para um evento na sua totalidade, outras de uma
forma muito particular, focando apenas um aspecto do seu todo.
Para Correia (2001, pp.9-15) dos vários serviços de Desporto existentes, a
gestão de eventos desportivos, pelas várias implicações que apresenta,
merece uma atenção especial. Nesse sentido, defende que a gestão de
eventos deve comportar determinadas acções como: i) a análise estratégica
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que possibilite prever os ganhos e perdas; ii) a conjugação dos objectivos da
organização e a satisfação dos interessados e iii) a utilização do marketing
estratégico, com objectivo de potenciar as trocas, ao conjugar visão global com
visão analítica.
O mesmo autor defende ainda que a organização deverá:
A) Fazer a análise da situação; B) Definir objectivos; C) Definir opções estratégicas; D) Definir programas; E) Controlar o processo de gestão do evento desportivo
No entanto, Pedro et al. (2005, pp.11-100) lembram que a Gestão de eventos
surge numa época muito prolífera de grandes eventos de sucesso no nosso
País. Entre os maiores eventos realizados em Portugal o autor destaca o
evento à escala Mundial que foi o Euro 2004; o Rock in Rio – Lisboa, que se
auto-denominou como o maior Festival de música do mundo; ou a Expo 98.
Neste sentido, refere que devem ser abordados e desenvolvidos alguns
processos fundamentais na gestão de eventos, tais como:
i) O planeamento de eventos, para estabelecer o caminho que a organização quer percorrer no futuro, através de estratégias e tácticas,
para que se atinjam os fins previamente definidos;
ii) O planeamento de marketing de forma a que a organização do evento
concentre a sua energia na satisfação das necessidades de um grupo de
pessoas com características homogéneas, ou seja, o mercado-alvo,
neste caso através do marketing-mix (combinação entre produto, preço,
comunicação e distribuição);
iii) O patrocínio de eventos, ou seja, deve desenvolver estratégias para
obter patrocínios e benefícios para os patrocinadores;
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iv) A avaliação de eventos, que consiste no processo de observação, medição e acompanhamento crítico da sua implementação para avaliar
os resultados de forma precisa, através de parâmetros de avaliação de
um evento.
Por outro lado, Barreau (2001, p.48) dá maior importância à gestão do risco na
organização de eventos desportivos, realçando o seu carácter permanente e
imutável a qualquer organização, considerando neste caso, que o evento
desportivo também é uma organização. Neste sentido, considera que na
gestão dos riscos dos grandes eventos desportivos, existem dois aspectos
fundamentais a ter em conta: a natureza do risco dos eventos desportivos e o
método utilizado na sua gestão.
Já Ferrand (2001, p.17) salienta a gestão da marca na organização de eventos
desportivos, considerando que o evento desportivo possui um capital marca
que deve ser gerido, porque é muito importante à sua organização.
Desta forma, AaKer (1994, p.21) sugere que, na gestão de eventos, o capital
marca corresponda a todos os elementos do activo e passivo de uma marca e
podem ser agrupados em cinco categorias principais:
i) Fidelidade dos clientes à marca; ii) Notoriedade da marca; iii) A Qualidade percebida; iv) A imagem da marca; v) Qualquer outro activo ligado à marca.
Pires (2005, p.100) considera que uma organização desportiva pode ser um
conjunto de princípios que governam a actividade de um clube ou outro
qualquer organismo desportivo, sendo o acto de organizar (gerir), o esforço
dirigido à prossecução de determinados objectivos desportivos.
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Roldão (2005, p.1) define projecto referindo que o mesmo é uma organização
designada para cumprimento de um objectivo, criada com esse objectivo e
dissolvida após a sua conclusão.
A gestão de projectos consiste no planeamento, organização, direcção e
controlo dos recursos de uma organização para um objectivo de mais ou
menos curto prazo, definido para a concretização de objectivos específicos
(Kerzner, 2003).
Podemos constatar que a gestão de eventos apresenta muitas semelhanças
com a área da gestão de projectos.
Neste sentido, gestão de projectos é o processo através do qual um projecto é
levado a uma conclusão, com objectivos de âmbito, organização, qualidade,
custo e tempo, processo de gestão como planear, organizar, implementar e
controlar e níveis integrativo, estratégico e táctico (Turner, 1993).
Por sua vez Roldão (2005, p.2) sublinha, ainda, que o principal objectivo a
atingir na gestão de um projecto é um produto final, com o melhor desempenho
possível. O projecto caracteriza-se por alguns atributos de que se destacam
como:
i) Ser único: nunca é exactamente repetido, mesmo que existam
elementos repetitivos, isso não elimina o seu carácter único;
ii) Ser finito: tem um princípio e um fim. O projecto é temporário e normalmente a organização do projecto dissolve-se após a sua
concretização;
iii) Ser complexo: é normalmente constituído por um conjunto de tarefas e recursos interdependentes num contexto organizacional de duplo reporte
que lhe confere características de complexidade;
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iv) Ter elevado risco: o facto do projecto nunca ser exactamente repetido e de estar em construção permanente, aumenta o grau de incerteza e do
risco comparativamente a actividades de rotina repetidas;
v) Ter um potencial de conflito: em virtude da elevada complexidade e da elevada componente de incerteza e risco aumenta o potencial de
conflito.
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Nada é mais prático do que uma boa teoria.
(Kurt Lewin)
2 QUALIDADE
A palavra Qualidade é cada vez mais promíscua nos nossos dias, proferida por
milhões de pessoas, passeia de sector em sector, percorrendo um universo
ambulante sempre à espera de um cliente exigente que lhe dê o real valor. No
entanto, apesar de tão pronunciada, a Qualidade é percebida por cada
indivíduo de forma diferente sendo que a sua percepção vai variando à medida
que vai evoluindo em termos da exigência.
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2 QUALIDADE
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Neste sentido, também o seu conceito, varia de autor para autor, tendo sofrido
ao longo dos tempos algumas modificações. Apresentamos neste capítulo
alguns dos conceitos da Qualidade e a sua importância na gestão de eventos.
2.1 CONCEITOS DA QUALIDADE
O conceito da Qualidade pode ser tão vasto e impreciso que, na ausência de
uma padronização, não é possível medir a Qualidade. E sem medição não há
processo da Qualidade (Cruz, 1994).
Inicialmente, a Qualidade foi referida como um luxo, para depois ser vista como
um custo dos processos da Qualidade, sendo hoje um factor estratégico de
desenvolvimento das organizações cujo objectivo é a fidelização do cliente, e a
conquista de novos clientes e recursos (Correia, 2000, pp.11-28).
Crosby (1979) considera que a Qualidade é um processo dinâmico e não um
programa em que o único padrão de performance aceitável é o zero erros.
A Qualidade é um grau previsível de uniformidade e confiança ao mais baixo
custo e adaptado às necessidades do mercado (Deming, 1982).
Já para Tribus (1990, p.2) a Qualidade é o que torna possível a um consumidor
ter uma paixão pelo produto ou serviço. Dizer mentiras, diminuir o preço ou
acrescentar propriedades pode criar um entusiasmo temporário. Isto permite à
Qualidade sustentar a paixão. Devemos estar sempre alerta, no sentido de
entender o que agrada ao cliente, porque somente o cliente define o que
constitui a Qualidade.
No mesmo sentido, Kano (1984, pp.39-44) refere que as expectativas podem
mesmo em algumas situações, ter que ser excedidas.
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2 QUALIDADE
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Por sua vez, Garvin (1992, p.357) refere que confiar apenas numa única
definição, pode causar problemas. Neste sentido, identificou cinco abordagens
gerais para definir qualidade:
i) Abordagem transcendente, onde a Qualidade é sinónimo de Excelência inata, ou seja, é algo que quando é visto, é imediatamente
reconhecido; não é mensurável, apenas se sabe que existe;
ii) Abordagem baseada no produto, ou seja, Qualidade é uma variável precisa e mensurável e pode ser avaliada objectivamente;
iii) Abordagem baseada no usuário, em que a Qualidade é subjectiva, baseada na preferência do consumidor;
iv) Abordagem baseada na produção, pelo que a Qualidade é conforme as especificações;
v) Abordagem baseada no valor, ou seja, é definida em termos de custos e preços, traduzindo-se a relação dos dois, em resultados para o
consumidor.
Já Juran (1995, p.394) trata o conceito da Qualidade em serviços, como sendo
a adequação ao uso, ou seja, a capacidade dos serviços responderem
satisfatoriamente às necessidades dos clientes.
Desta forma, a Qualidade dos serviços é a capacidade que qualquer facto tem
para satisfazer uma necessidade, resolver um problema ou fornecer benefícios
para alguém (Albrecht, 1992, p.216).
De acordo com Ishikawa (1993) o mais importante é controlar a Qualidade em
todas as suas manifestações. Assim, a Qualidade significa controlar a
qualidade:
i) De trabalho; ii) De serviço; iii) De informação; iv) De processo;
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2 QUALIDADE
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v) De divisão; vi) De pessoal; vii) De sistema; viii) De empresa.
De acordo com Pires (2000, p.33) a evolução dos conceitos pode ser
esquematicamente resumida na sequência:
i) Inspecção: actividades de medição, comparação, verificação;
ii) Controlo da Qualidade: actividades que se centram na monitorização, nomeadamente na análise dos desvios e reposição dos parâmetros dos
processos nas condições desejadas;
iii) Garantia da Qualidade: actividades planeadas e sistemáticas que de uma forma integrada podem garantir que a qualidade desejada está a
ser alcançada;
iii) Gestão da Qualidade: actividades coincidentes com as da garantia, mas em que é enfatizada a integração na gestão global da empresa;
iv) Qualidade Total: cultura de empresa capaz de assegurar a satisfação
dos clientes.
A nova versão das normas ISO 9000:2000 introduz o conceito de Produto
como resultado de uma actividade ou processo, e que pode ser classificado em
hardware, serviço, software, material processado, ou qualquer combinação
entre eles, bem como assumir aspectos tangíveis e intangíveis.
Para Correia (2000, pp.11-28) a Qualidade é o grau de satisfação das
necessidades do cliente, numa perspectiva de longo prazo, em função dos
atributos do serviço consumido.
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Já para Pires (2000, p.18), na linguagem comum, Qualidade tem muitas vezes
como sinónimos excelente, extraordinário ou muito bom se for relativa a
produtos ou serviços e um modo de ser, um atributo ou pertencer a um grupo
se, for em relação às pessoas.
Por sua vez, Roldão (2005, p.209) sublinha que é uma meta possível de
medição e não apenas uma definição vaga de bom, ou seja, é mais um esforço
contínuo para melhorar do que um grau de excelência pré-definido. O conceito
da Qualidade está, desta forma fortemente associado ao de Valor.
Na mesma linha de pensamento, Pires (2000, p.22) considera que a Qualidade
absoluta não existe. Como tal, o produto deve ser concebido para um
segmento