Guia de Estudo de Metodologia de Pesquisa

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Universidade Politécnica A POLITÉCNICA Escola Superior Aberta GUIA DE ESTUDO METODOLOGIA DE PESQUISA Moçambique

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  • Universidade Politcnica A POLITCNICA

    Escola Superior Aberta

    GUIA DE ESTUDO

    METODOLOGIA DE PESQUISA

    Moambique

  • FICHA TCNICA Maputo, Maio de 2009 Srie de Guias de Estudo para o Curso de Gesto de Recursos Humanos (Ensino a Distncia). Todos os direitos reservados Universidade de Uberaba/Universidade Politcnica Ttulo: Guia de Estudo de Metodologia do Trabalho Cientfico Edio: 2 Organizao e Edio Escola Superior Aberta (ESA) Adaptao Aissa Mith Issak (Contedo) Andrea Serra (Reviso Textual)

  • UNIDADES TEMTICAS

    Organizao dos estudos na universidade ....................................................................... 1

    Estudo de textos acadmicos ......................................................................................... 27

    Compreendendo o significado do conhecimento ............................................................ 67

    Normas para a apresentao de trabalhos acadmicos ................................................ 99

  • APRESENTAO Caro(a) estudante Est nas suas mos o Guia de Estudo da disciplina de Metodologia do Trabalho Cientfico que integra a grelha curricular dos Cursos distancia oferecido pela Universidade Politcnica na modalidade de Educao a Distncia. Ao iniciar esta nova forma de aprender, possibilitada pela educao distncia, certamente voc percebeu que ela lhe permite personalizar o seu processo de aprendizagem, uma vez que voc pode conferir aos seus estudos um ritmo prprio, permanecer no seu meio cultural e natural, no tendo que se deslocar para estudar. Alm disso, voc quem escolhe os horrios em que o seu rendimento maior. Entretanto, certamente pode se consciencializar tambm de que, para um melhor desempenho nesta modalidade de estudo, precisa de se organizar e assumir uma postura mais autnoma em relao sua aprendizagem. Saber estudar , como algum j disse, o caminho mais fcil para aprender o que quer que seja. O contedo de Metodologia do Trabalho Cientfico, constante neste guia, pretende contribuir para que o estudante universitrio adquira esta competncia. Neste guia, voc encontrar informaes sobre os mtodos e processos de produo do conhecimento cientfico, noes bsicas sobre as normas tcnicas e a sistemtica que envolve os processos de investigao cientfica e de produo de um trabalho acadmico.

    Estas informaes foram organizadas em quatro unidades de estudo.

    Na primeira unidade, voc encontrar orientaes para a organizao dos seus estudos e ficar a saber de que forma a universidade pode contribuir para a sua formao, e tambm, qual a sua responsabilidade, enquanto estudante, neste processo. A segunda unidade contm os esclarecimentos necessrios para ajud-lo no estudo dos textos acadmicos. Voc ver como os textos acadmicos so organizados, os procedimentos adequados para a leitura desse tipo de texto e as diversas formas de registo dos seus estudos. A terceira unidade ocupa-se do conhecimento, das suas diversas formas de manifestao e respectivas caractersticas e tambm da sua aplicabilidade. Na quarta e ltima unidade voc aprender as normas para a elaborao e apresentao de trabalhos acadmicos.

  • Para facilitar a sua aprendizagem, no decorrer do texto voc encontrar cones, quadros, esquemas e imagens que lhe fornecero pistas valiosas para a compreenso do contedo. Ainda para facilitar a sua compreenso, optamos por colocar um glossrio no decorrer do texto. Assim, sempre que houver uma palavra cujo significado preciso esclarecer, ela vir marcada com uma barra cinzenta e, ao lado, o esclarecimento aparecer num quadro cinzento.

    Ao realizar o estudo de cada unidade voc dever cumprir uma srie de exerccios que o auxiliaro a compreender e fixar melhor o contedo. Para estes exerccios encontrar as respostas na Chave de Correco colocada no fim deste Guia. Esta a nossa proposta para o estudo de cada disciplina deste curso. Ao receb-la, sinta-se como um actor que se apropria de um texto para expressar a sua inteligncia, sensibilidade e emoo, pois voc tambm o(a) autor(a) no processo da sua formao em Gesto de Recursos Humanos. Os seus estudos individuais, a partir destes guias, nos conduziro a muitos dilogos e a novos encontros. A equipa de professores que se dedicou elaborao, adaptao e organizao deste guia sente-se honrada em t-lo como interlocutor(a) em constantes dilogos motivados por um interesse comum - a educao de pessoas e a melhoria contnua da gesto de pessoas, base para o aumento da produtividade e qualidade no sector empresarial no pas. Seja muito bemvindo(a) ao nosso convvio. A Equipa da ESA

  • Metodologia Pesquisa Semestre 1

    Escola Superior Aberta/A Politcnica Ensino a Distncia 1

    UNIDADE TEMTICA 1

    ORGANIZAO DOS ESTUDOS NA UNIVERSIDADE

    Valeska Guimares Rezende da Cunha Iolanda Rodrigues Nunes

    Ernani Cludio Borges Andr Lus Teixeira Fernandes

    Raul Srgio Reis Rezende 1.1 CONSIDERAES INICIAIS

    No fim desta unidade, voc dever ter conscincia da necessidade de se organizar na sua vida de estudos e ter capacidade de distinguir os mtodos e estratgias necessrios ao seu bom desempenho nesta componente curricular, bem como nas outras disciplinas do seu curso. Dever, tambm, saber posicionar-se criticamente em relao ao papel que a universidade desempenha na sua formao acadmica e em relao ao seu papel nessa formao.

    Sabemos que o estudo fundamental na vida das pessoas e, por meio dele, buscamos alcanar os diversos tipos de conhecimento, que sero aplicados em inmeras situaes da nossa vida.

    Durante a sua formao acadmica, voc encontrar exigncias, obstculos e desafios que o faro ter uma nova postura diante dos estudos. Da a necessidade de repensar e avaliar a forma como vem estudando at agora.

    Muitos estudantes, apesar do seu esforo, no conseguem obter o sucesso escolar que estaria ao seu alcance, pois trabalham com mtodos inadequados. A obteno de bons resultados, que o objectivo de todos os estudantes, consegue-se com mtodos e estratgias de estudo eficazes.

    Logo no incio do processo de formao acadmica, preciso que voc tome conscincia de que o resultado de todo o processo depende de si mesmo, ao assumir uma postura com maior autonomia para a realizao da aprendizagem. Alm disso, voc deve empenhar-se num projecto de estudo altamente individualizado, apoiado no domnio e na manipulao de uma srie de instrumentos, que o auxiliaro na organizao da sua vida de estudo e na disciplina da sua vida acadmica.

    Sabemos que cada estudante tem um estilo e um mtodo prprio de estudo. Alguns tm uma postura passiva e mecnica, ao passo que outros constroem o seu conhecimento de forma activa e dinmica durante a sua vida acadmica. Nesta unidade, sugerimos instrumentos de estudo que o ajudaro a assumir uma postura de agente construtor do seu prprio conhecimento, conseguindo, assim, uma aprendizagem mais significativa.

  • Metodologia Pesquisa Semestre 1

    Escola Superior Aberta/A Politcnica Ensino a Distncia 2

    A seguir, apresentamos algumas palavras-chave para um melhor

    aproveitamento dos estudos:

    Tendo em conta que voc est matriculado num curso distncia, tenha

    sempre em mente estas palavras-chave e proceda de acordo com as mesmas, que certamente lhe garantiro xito na sua formao.

    1.2 AUTONOMIA E APRENDIZAGEM

    Para que tenha possibilidades de construo da sua autonomia ao longo do processo, necessrio que voc seja autor do seu prprio trabalho e da sua forma de agir, pois a autonomia uma conquista que somente se completa e se realiza medida que a pessoa cresce e amadurece, no convvio com os outros (Preti, 1996).

    A autonomia, para ser construda, exige de si, estudante, uma tomada de posio e um compromisso consigo mesmo e com a instituio onde estuda. Segundo Preti (1996), a sua capacidade de aprender de forma autnoma, fazendo com que voc ganhe confiana em si mesmo, no depende passivamente da figura do professor, de algum que vem para ensinar ao outro que no sabe.

    Nesse sentido, sugerimos que voc considere a sua participao nas

    actividades acadmicas como um elemento indispensvel para a construo da sua autonomia. Mas, nesta altura, voc deve estar a perguntar-se:

    Motivao Organizao do tempo

    Organizao dos materiais Autonomia

  • Esse inme

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    Metodologia Pe

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    esquisa Sem

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    , pratique a so dos trabalofessores. Free na Internet,udos e fazer nte que voc

    mestre 1

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    tcnicas de

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    ficuldades ficuldades r a pensar

  • Metodologia Pesquisa Semestre 1

    Escola Superior Aberta/A Politcnica Ensino a Distncia 4

    Dificuldade em adaptar-se a novas situaes de aprendizagem

    Pouco tempo livre Descrena da validade e aplicabilidade de

    estudos tericos Dificuldades econmicas Problemas de sade Problemas interpessoais Dificuldades de concentrao Transtornos afectivos e outros

    noutras dificuldades que no constam nesta lista, mas que podem constituir elementos que dificultaro a sua aprendizagem. importante que voc perceba as suas limitaes pessoais para procurar super-las!

    Segundo Aretio (1994, apud Preti, 1996), necessrio que voc se eduque para que saiba como aprender, como adaptar-se e como mudar, se quiser continuar a desfrutar do seu estudo e da sua vida. s vezes, no conseguimos superar todas as dificuldades, mas preciso saber lidar com elas e ir superando-as aos poucos.

    Inicialmente, fundamental um olhar para si mesmo, importante observar-se e perguntar-se: como estudo, isto , como aprendo, quais as estratgias metacognitivas utilizadas? Como ocupo e organizo o tempo ao longo do dia e da semana? Quando, quanto, como e onde estudo? Quais os horrios mais proveitosos? Que tcnicas utilizo para ler, resumir e estudar, de uma maneira geral? (Preti, 1996)

    Sugerimos, portanto, um conhecimento de si mesmo, enquanto aprendiz, pois essa auto-avaliao o ajudar a melhor definir e ponderar as suas metas em relao disciplina. Reflicta sobre as estratgias que voc utiliza para estudar. Depois, organize o seu tempo, distribuindo melhor as suas actividades ao longo da semana.

    Apud Citado por. Termo usado quando um autor cita no seu livro outro autor e voc deseja usar a mesma citao, mas no tem acesso obra original

    Metocognitiva Significa para alm da cognio, isto , a capacidade de conhecer o prprio acto de conhecer, ou, dito de outra forma, pensar sobre o pensar.

  • as dimtorn-para, Pretensuas asucess

    1.3 O

    seu riprosseorgan

    prprde camestudquadrgaran2002).

    biblioartigojornai Quadro

    Nvrehfpa

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    ndemos, simaces, orgso depende

    OS INSTR

    Esperamitmo de estueguir o no

    nizao da s A tarefa

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    1 - Exemplos e d

    No incio povoc no estiregularidadee prestar atenhorrios nosfacilidade. Enpoucos, crie ao seu ritmo

    M

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    Metodologia Pe

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    esquisa Sem

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    e adaptem

    mestre 1

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    HO

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  • 1.3.1 O mase deapreseou mmas d

    Publicseria

    EXPLOR

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    Livros

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    M

    RAO D

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    o texto, ou s. Algumasianta memo

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    Jornais

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    os

    que voc crie omentos da ma

    m aula, dos eletares a essa m anotadas nasnos debates eios e nas conf

    Metodologia Pe

    DOS INS

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    Este o ppois a bdeve adqu

    O resumo selectiva dinteresse eda obra.

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    esquisa Sem

    TRUMEN

    e para o ess sentidos no precisa mportante compreend

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    profissional.

    mestre 1

    NTOS DE

    studo pessodos conce

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    E TRABA

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    Metodologia Pe

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    esquisa Sem

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    mestre 1

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  • Metodologia Pesquisa Semestre 1

    Escola Superior Aberta/A Politcnica Ensino a Distncia 8

    Tirar apontamentos a maneira mais adequada e sistemtica de estudar, pois expressa um resultado das actividades intelectuais de todo aquele que procura estar em dia com as produes do pensamento humano. O estudante tem que estar ciente de que a sua aprendizagem uma tarefa muito pessoal.

    Os apontamentos so anotaes que voc pode fazer a partir de leituras, seminrios, discusses em grupo, encontros com o tutor ou noutras situaes. Estes devem ser:

    Pessoais cada pessoa deve desenvolver a sua prpria forma de tirar apontamentos de modo a tirar o mximo proveito da sua utilizao; Acessveis a linguagem deve ser simples e de fcil compreenso para uma leitura eficaz; Adaptveis os apontamentos devem poder ser utilizados como referncia durante um longo perodo de tempo para responder s vrias necessidades, quer em ambiente universitrio (trabalhos, provas, exames) quer em ambiente profissional (reunies, entrevistas, discusses); Abrangentes os apontamentos devem incluir um vasto leque de informaes de modo a que seja possvel estabelecer relaes entre os diversos contedos; Curtos quanto mais concisos e precisos forem os apontamentos, melhor cumprem a sua funo de simplificar e apoiar o estudo; Correctos os apontamentos devem estar correctos e, para que isso acontea, quem os escreveu tem que compreender o que est a ler ou ouvir. Nada deve ser registado sem que haja uma compreenso total do assunto, pois, se tal no acontece, poder levar a interpretaes incorrectas das matrias; Apelativos deve-se procurar tornar os apontamentos atraentes e compreensveis, visto que facilitam o estudo, reduzindo o eventual aborrecimento e saturao. O uso de cores diferentes pode ser uma soluo.

  • Onde Ctem qque vposter

    fichasde leit 1.3.1.

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    Metodologia Pe

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    esquisa Sem

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    mestre 1

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    Metodologia Pe

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    esquisa Sem

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  • Metodologia Pesquisa Semestre 1

    Escola Superior Aberta/A Politcnica Ensino a Distncia 11

    Quando se sugere o uso de fichas temticas de formato pequeno, pretende-se realar o facto de estas criarem certos condicionantes aos estudantes, obrigando-os, pelas suas dimenses reduzidas, a ter o hbito de apenas escrever o essencial, usando o mnimo de palavras possveis, fazendo snteses de textos apenas com as ideias-chave e os conceitos principais, evitando as ideias secundrias.

    Enquanto mtodo pessoal de estudo, podemos identificar duas formas principais de fichas: a ficha bibliogrfica e a ficha temtica ou de assunto. Veremos, a seguir, essas formas de fichas. 1.3.1.2 Ficha Bibliogrfica

    Para exercitar este tipo de ficha, sugerimos que, medida que voc tome contacto com livros, artigos, trabalhos e informes diversos, habitue-se a fazer um ficheiro, que pode ser manuscrito, ou digitado no computador, o qual possibilita maior facilidade na insero e manipulao dos dados.

    Veja, no Quadro 3, um exemplo de ficha bibliogrfica por autor, que ser complementada pela ficha temtica.

    Exemplo de ficha bibliogrfica por autor Quadro 3 - Exemplo de ficha bibliogrfica por autor Garcia, A. M. F. (1999). O Conhecimento. In: Hhne, L. M. (Org). Metodologia Cientfica: Cadernos de Texto e Tcnicas. (7a ed.) Rio de Janeiro: Agir. Lakatos, E. M. & Marconi, M. de A. (1990). Fundamentos de Metodologia Cientfica. So Paulo: Atlas. Tema: Metodologia cientfica

    Esta forma de registo constitui-se num conjunto de referncias sobre livros, artigos e trabalhos dentro de uma rea do saber. Este tipo de ficha til porque permite consultar, facilmente, o conjunto de textos que voc leu sobre o assunto em questo, quando precisar de realizar um trabalho sobre tal assunto.

  • Metodologia Pesquisa Semestre 1

    Escola Superior Aberta/A Politcnica Ensino a Distncia 12

    1.3.1.3 Ficha Temtica ou de Assunto Esta forma de registo baseia-se nos conceitos fundamentais de uma determinada rea do saber, podendo referir-se a uma ou mais obras. Este tipo de ficha til quando voc for realizar algum trabalho sobre um determinado assunto. Ao consultar a ficha, voc ter acesso aos contedos dos livros que tratam do assunto em questo, bem como a um breve resumo. Assim, no precisa de voltar a ler o livro, o captulo ou o artigo original. Este tipo de ficha pode ser elaborado de diversas formas:

    AA seguir, apresentamos um exemplo de uma ficha temtica com a sntese das ideias do autor e tambm com ideias pessoais. Trata-se de uma forma, dentre as muitas, que podem ser utilizadas para este fim. A se

    Sntese das ideias do autor

    Ideias pessoais, anotadas a partir de uma aula

    No necessria a utilizao de aspas nem a indicao da fonte.

    Transcrio literal (cpia fiel) das palavras do autor

    Colocar o conceito entre aspas, indicando o autor, a obra e a pgina de onde foi retirado

    Dispensam-se as aspas, mantendo a indicao da fonte

  • Exem Quadr O Con A autoatravsa) apre

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  • Metodologia Pesquisa Semestre 1

    Escola Superior Aberta/A Politcnica Ensino a Distncia 14

    1.3.1.4 Constituio de um Dossier Realizado de maneira sistemtica e organizada, no qual o estudante arquiva as sebentas, os textos de seminrios, os trabalhos didcticos, os textos de conferncia e outros, cujo uso seja julgado importante, formando um conjunto de textos relacionados com a sua rea de estudo. O dossier pode ser arquivado numa pasta de arquivo, numa caixa ou numa gaveta usando separadores para os diferentes assuntos.

    Indicamos, a seguir, algumas orientaes prticas, que sero teis no seu dia-a-dia:

    a) Considere material de ficha tudo que julgar importante e til para os seus estudos: as leituras, as aulas, os seminrios, os grupos de discusso, as conferncias;

    b) Para fichas manuscritas ou para os registos feitos no computador, observe o seguinte:

    Evitar transcries longas; Os registos feitos a partir de leituras devem conter: ttulo e

    fonte no cabealho. Por fonte entende-se: nome do autor, ttulo da obra, local, editora, pgina, ano;

    Registos feitos a partir de aulas devem conter: data, disciplina, assunto e nome do professor.

    Ter um ficheiro prprio, no caso de se utilizar fichas; Transcrever os assuntos dos cadernos para as fichas ou para o

    editor de textos/planilha, no computador.

    c) Para a elaborao de fichas manuscritas deve-se considerar: Tamanho adequado, que pode ser grande, mdio ou pequeno

    (optar por um tamanho nico);

    Cabealho ttulo e fonte no verso escrever de cabea para baixo;

    Aspas ( ) para citao; asterisco (*) para resumo; duas barras ( //) para indicar ideias pessoais.

    d) Para a elaborao das fichas no computador deve-se considerar: Tamanho do papel e margens adequados para a impresso; Espaamento entre linhas de modo a permitir uma boa leitura; Tipo e tamanho de fonte (letra) legveis;

  • leitura Quadr

    Exem Quadr ESTUD Tcnica FurlanConstr

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    ASSUNTTULRefern

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    esquisa Sem

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    elos mais stituindo-

  • Metodologia Pesquisa Semestre 1

    Escola Superior Aberta/A Politcnica Ensino a Distncia 16

    Sobre os textos tericos, afirma que moldam a viso do homem e seu pensamento e que, alm de ser obras que demonstram um conhecimento do mundo, fazem ver o que foi produzido pelos homens na sua existncia, expressando momentos histricos contendo toda a srie de situaes. Tambm so sistematizados, organizados e metdicos, fruto de construo de cientistas na tentativa de explicar o real. (p. 132) Interpreta o texto como uma voz humana, do passado, qual se tem que dar vida e ouvir a sua palavra, o seu mundo a compreenso dos significados nele implcitos. Continua afirmando que no encontro histrico, quando diversas experincias se defrontam, que se torna possvel a compreenso e interpretao dos textos. (p. 133) Atravs dos textos tericos que entramos em contacto com a produo cientfica. Portanto, para poder decifrar melhor o mundo, necessrio compreend-los e, para tanto, necessrio ter um objectivo para o estudo dos mesmos. Tambm necessrio ter claro as questes e problemas contidos nos textos e saber localiz-lo no tempo e espao, etapas que facilitam a compreenso. tambm sugerida a demarcao dos conceitos, doutrinas desconhecidas, autores citados, para, a seguir, fazer uma consulta a dicionrios, enciclopdias e manuais para buscar explicaes que facilitem a compreenso da mensagem do autor. (p. 134)

    Citaes: Segundo Paulo Freire, o papel do educador o de proporcionar a organizao de um pensamento correto atravs da relao educador-educando e educando-educador. (p. 108) No laboratrio de classe no h lugar para a reproduo mecnica do conhecimento mas para a recriao e, at, criao de um trabalho cooperativo de professor e aluno. (p. 109) O professor dever orientar seus alunos para um sistema de auto-aprendizagem atravs de mtodos de pesquisa bibliogrfica e documentao. (p. 109)

    Ideias Pessoais: // Texto bastante significativo e que prope uma metodologia aprofundada de leitura de textos tericos//

    Local: Disponvel na biblioteca central da Universidade Politcnica Fonte: Furlan, V. I. (1988). O estudo de textos tericos. In: Carvalho, M. C. M. (Org.) Construindo o saber: tcnicas de metodologia cientfica. Campinas: Papirus.

  • 1.4 ODO EFORM

    univecontritambprpr

    inteposi

    univeautorenecesestrat

    O PAPEL ESTUDANMAO

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    esquisa Sem

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    mestre 1

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  • Metodologia Pesquisa Semestre 1

    Escola Superior Aberta/A Politcnica Ensino a Distncia 18

    a universidade e a sociedade. Esse um grande desafio a ser enfrentado, pois conhecer o perfil dinmico e multifacetado dos profissionais que o mercado de trabalho exige um trabalho cauteloso e de dilogo permanente (Figura 1). Torna-se necessrio, portanto, criar condies para essa comunicao, oferecendo apoio inovao tecnolgica e criatividade, para que o universitrio se enquadre no mercado de trabalho que a sociedade exige.

    Segundo Infante (2003), actualmente exige-se da universidade competitividade ao nvel de formao do novo profissional, preparando-o tanto na dimenso do como fazer quanto do porque fazer. Isto d-se pelo facto de a universidade, ao gerir o conhecimento artstico, cientfico e tecnolgico, estar sempre em confronto com as exigncias da actual era da evoluo da informao.

    A ideia de Infante vem ao encontro das ideias de Pereira num debate1 sobre o papel da universidade. Segundo Pereira (2003), a universidade de qualidade aquela que forma profissionais competitivos, crticos e eficientes e, para tal, preciso que os docentes dessa universidade tambm sejam eficientes. A forma de avaliar a eficincia dos docentes o nmero de artigos publicados, a participao em congressos, o nmero de pesquisas que orientam e outras formas de produo.

    Nesse contexto, fica claro que a universidade produtiva fundamentalmente uma universidade que produz conhecimento, atravs do ensino, pesquisa e publicaes. Isso fica ainda mais claro quando o autor afirma que ...os professores tm que ser eficientes, tm que produzir, se preocupar com os custos, e viabilizar alguma coisa que seja politicamente possvel.

    Percebemos que todos os autores citados defendem a ideia de uma universidade produtiva. Sendo assim, importante que entendamos o conceito de universidade produtiva, que est implcito nas ideias apresentadas at agora.

    Certamente voc compreendeu que o conceito de universidade produtiva defendido pelos autores Justo (1995), Solino (2003), Infante (2003) e Pereira (2003), de uma universidade que prepara profissionais tecnicamente eficientes para actuarem no mercado de trabalho, esquecendo-se de pensar numa formao mais ampla, ou seja, a que prepara profissionais crticos e conscientes dos problemas sociais.

    A partir destas constataes, seria interessante levantarmos outras questes: Qual seria a funo social da universidade? A universidade acessvel a todas as camadas sociais?

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  • Metodologia Pesquisa Semestre 1

    Escola Superior Aberta/A Politcnica Ensino a Distncia 20

    reproduzindo subsidiariamente. Segundo este autor, quem ensina carece pesquisar e quem pesquisa carece ensinar.

    Para Chau (2003), o mercado exige rotina, repetio, tudo que no inclui inovao, nem criatividade, nem originalidade, nem profundidade. Isso devido ao fato de o mercado considerar que somente as agncias de publicidade que precisam ser originais e criativas. Entretanto, no haveria desenvolvimento do conhecimento sem inovao nem criatividade. Por isso, a necessidade da pesquisa, que, por seu carcter questionador, sempre produz novos conhecimentos.

    Nesse sentido, a pesquisa, o ensino e a extenso devem estar integrados dentro de uma universidade.

    Voc deve ter percebido que o conceito de universidade crtica, defendida pelos autores, vai alm do conceito de universidade produtiva, porque embora eles no desprezem a competncia tcnica do profissional, defendem que a universidade deve ter critrios de avaliao mais qualitativos do que quantitativos e que a universidade deve ser direito de todos e os profissionais que forma devem ser mais crticos e reflexivos, engajados em pesquisas e projectos sociais.

    A esta altura, voc j se deve ter posicionado frente s contribuies dos autores citados. Qualquer que seja a sua opinio, gostaramos de lanar agora uma outra questo: Qual o seu compromisso com a sua prpria formao?

    Voc deve ter percebido que, ao pensarmos sobre o papel da universidade na formao acadmica do estudante, inevitavelmente devemos pensar no tipo de sociedade que temos. Ao expressar a nossa ideia de sociedade e, portanto, o tipo de profissional que a universidade deve formar, estamos, na verdade, a expressar a maneira como compreendemos o mundo.

    Por isso, para pensar no seu compromisso com a sua prpria formao, no podemos deixar de considerar a sociedade da qual fazemos parte. Sendo assim, precisamos de ter em conta a nova era da informao que estamos a viver por meio da globalizao do conhecimento, que permite a acelerao da quebra de paradigmas de forma multidimensional, permitindo a concepo e o nascimento de novos modelos de gesto, comportamento, procura e outros. Estamos a viver uma grande transformao proveniente do confronto e da aliana do ensino com as tecnologias de comunicao, surgindo ento novas formas de comunicao da universidade com a sociedade. .

    Segundo Bentes apud Barichello (2003), em relao a essa transformao essencial enfatizarmos dois pontos cruciais e relevantes nessa nova comunicao entre a universidade e a sociedade: a cultura meditica, que

    Paradigma Viso de mundo que predomina num momento histrico e que influencia o comportamento, as atitudes e os valores das pessoas

  • Metodologia Pesquisa Semestre 1

    Escola Superior Aberta/A Politcnica Ensino a Distncia 21

    utilizada actualmente por uma grande parte da sociedade e o excesso de informaes descontextualizadas, que atingem, desde a populao mais carente at os sectores mais privilegiados da sociedade. Nesse novo contexto meditico, o professor passa a ser um orientador, utilizando diversos recursos tecnolgicos nas actividades educacionais, criando, assim, uma nova possibilidade de interaco entre os diferentes campos do conhecimento. Tal interaco optimiza novas formas de sociabilidade, sem acabar com as diferenas e especificidades de cada saber ou realidade.

    Aps as reflexes, voc percebeu que o docente que apenas transmite informao est a desempenhar o mesmo papel dos meios de comunicao social, ou seja, a transmitir informaes descontextualizadas. Na verdade, o papel do docente, hoje, deve ser o de problematizar, criar situaes e orientar os estudantes no sentido de buscar, organizar e analisar as informaes, aplicando-as na resoluo dos problemas.

    Consideramos, diante da realidade actual, que estudante no est em busca, apenas, de informaes. Ao contrrio, ele est em busca de uma formao pessoal e profissional que o torne competente, mas tambm agente transformador da sociedade. Nesse sentido, cabe ao docente orient-lo nesse processo.

    Quando falamos do papel do docente e do estudante entramos num assunto chamado processo de ensino-aprendizagem. Se entendemos ensino-aprendizagem como algo a ser construdo, a partir da interaco dos sujeitos envolvidos (docente estudante), de forma cooperativa e colaborativa e que esse processo ocorre num meio sociocultural, ento precisamos de enumerar algumas atitudes, habilidades e competncias fundamentais que precisam de ser desenvolvidas pelos estudantes sob a orientao do docente.

    Sendo assim, busca-se uma mudana de mentalidade e atitude, tanto por parte do estudante como por parte do docente, que devem criar um ambiente favorvel para que essa mudana ocorra.

    Veja, no quadro a seguir, a relao de algumas atitudes, habilidades e competncias que servem como directrizes para essa mudana:

    Cultura meditica Uma forma cultural proveniente do contexto social actual. Se at h pouco tempo livros, jornais e revistas eram a principal fonte de estudo e de pesquisa, hoje tambm se integram a esses recursos os CD-ROMs e as pginas de Internet, bem como os de udio e videoconferncias. Se a biblioteca era a referncia para pesquisas nas diversas reas do conhecimento, o prprio conceito de biblioteca hoje muda, com os sistemas de pesquisa online nas bibliotecas digitais e virtuais.

  • Metodologia Pesquisa Semestre 1

    Escola Superior Aberta/A Politcnica Ensino a Distncia 22

    Desenvolver uma atitude mais participativa e activa nas aulas. Trabalhar individualmente para aprender. Aplicar as tcnicas de registo dos estudos realizados. Interagir com os colegas, sabendo debater e dialogar. Ver os professores e os colegas como parceiros e colaboradores no

    processo de aprendizagem. Saber pesquisar. Assumir responsabilidade sobre a prpria aprendizagem. Saber trabalhar em equipa. Desenvolver atitudes e valores como tica, respeito pelos outros e

    pelas suas opinies. Estar aberto ao novo. Desenvolver a capacidade crtica. Desenvolver a sensibilidade s necessidades da comunidade onde

    actuar como profissional. Buscar solues tcnicas e condizentes com a realidade para a

    melhoria da qualidade de vida da populao.

    Todos os pontos citados, anteriormente, devem ser desenvolvidos

    desde os momentos iniciais do curso. No basta apenas memorizar o contedo. necessrio ir alm, desenvolvendo uma conscincia crtica em relao ao conhecimento e aos problemas sociais.

    Para que tudo isso ocorra, uma das formas que os docentes utilizam, para alm das aulas, a orientao de projectos e a solicitao de trabalhos. Por isso importante que voc fique atento a dois pontos:

    1. Entender que os trabalhos solicitados pelos docentes no so mera formalidade, mas parte fundamental da sua prpria aprendizagem;

    2. Ser capaz de analisar, comparar, discutir, transformar a informao em conhecimento, expressando a sua opinio sobre o tema discutido.

    Um trabalho nunca deve ser uma mera formalidade a ser cumprida, mas um meio de aprendizagem para o estudante que o realiza.

    O docente ou o tutor, ao avaliar o trabalho realizado pelo estudante, pode perceber falhas e enganos conceituais que precisam de ser esclarecidos ou lacunas com relao ao contedo que precisam de ser preenchidas. Portanto, os trabalhos acadmicos so instrumentos auxiliares na tarefa do docente, que a de orientar o estudante na aprendizagem. Por isso, importante realiz-los com seriedade.

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  • Metodologia Pesquisa Semestre 1

    Escola Superior Aberta/A Politcnica Ensino a Distncia 24

    d) ( ) o sucesso dos estudos desenvolvidos pelo estudante na universidade depende, fundamentalmente, do nvel das aulas expositivas apresentadas pelo docente.

    02. A criao do hbito de documentar os contedos abordados na aula, as informaes obtidas nos debates, seminrios e conferncias possibilita uma racionalizao do trabalho, do tempo e a assimilao das ideias centrais. Podemos classificar as formas de documentao em trs nveis:

    a) ( ) Ficha geral, ficha especfica e ficha cientfica. b) ( ) Ficha temtica, ficha bibliogrfica e ficha oficial. c) ( ) Ficha geral, ficha temtica e ficha do quotidiano. d) ( ) Ficha temtica, ficha bibliogrfica e ficha de leitura.

    03. O estudo, compreenso e aplicao do contedo de Metodologia do Trabalho Cientfico, possibilitar ao estudante:

    I- Tomar decises rpidas e apropriadas, utilizar mtodos adequados e ser agente construtor do seu conhecimento.

    II- Perceber que, se no partilhar com os colegas o processo de aquisio de conhecimentos, os seus resultados sero ineficazes.

    III- Estudar individualmente, mas amparado por uma srie de instrumentos, que contribuem para uma melhor organizao da sua vida escolar.

    IV- Colaborar com os demais colegas de disciplina na construo de um conhecimento colectivo, autnomo e eficaz.

    Analise as afirmaes apresentadas e marque as que agrupam as afirmaes correctas.

    a) ( ) I e II b) ( ) II e IV c) ( ) I e III d) ( ) II e III

    04. A prtica de elaborao de fichas de leitura a maneira mais importante, sistemtica e adequada de um bom mtodo pessoal de estudo. Sobre as formas dessas fichas, podemos afirmar que:

    a) ( ) a ficha temtica a mais importante porque apresenta nveis aprofundados e uma viso de conjunto ampla.

    b) ( ) o dossier composto de maneira sistemtica e organizada, possibilitando que as sebentas, os textos de seminrios e conferncias sejam agrupados formando um conjunto coeso e cientfico.

    c) ( ) a ficha bibliogrfica apresenta uma viso panormica da produo acadmica e as informaes possibilitam uma viso menos profunda.

  • Metodologia Pesquisa Semestre 1

    Escola Superior Aberta/A Politcnica Ensino a Distncia 25

    d) ( ) a ficha bibliogrfica contempla informaes que, se no forem resumidas em ficheiros, nico instrumento que as unifica, o acervo se perde.

    05. Em relao prtica da escrita acadmica, responda s questes a seguir:

    a) Explique, por palavras suas as caractersticas das duas formas de ficha de leitura estudadas: ficha bibliogrfica e ficha temtica

    ______________________________________________________________________

    __________________________________________________________________

    b) Para cada situao apresentada a seguir, indique o tipo de ficha mais adequado:

    SITUAO TIPO DE FICHA A SER UTILIZADO

    - Um professor, ao analisar a proposta de actividades de um estudante do curso de Gesto de Recursos Humanos sugeriu que, antes da realizao do trabalho fosse feito o registo das obras mais significativas sobre o assunto, apresentando as snteses das ideias dos autores e das ideias pessoais do aluno.

    - Foi solicitado ao estudante de Gesto de Empresas o levantamento bibliogrfico dos livros que sero utilizados no trabalho de concluso do curso.

    06. Ao pensar sobre o papel da universidade na formao acadmica do estudante, devemos pensar no tipo de sociedade que temos. Estabelea, na tabela abaixo, a diferenciao entre universidade crtica e produtiva, apontando o papel de cada uma, o tipo de profissional que deve formar e a sua opinio sobre elas.

  • Metodologia Pesquisa Semestre 1

    Escola Superior Aberta/A Politcnica Ensino a Distncia 26

    07. Ao praticar a autonomia no convvio com os outros, existem inmeras dificuldades que devemos considerar e procurar superar Aponte 04 dificuldades que voc possuiu e j superou, ou ainda possui, em relao ao estudo da disciplina de Metodologia do Trabalho Cientfico ou ao estudo das outras disciplinas do seu curso. a) ____________________________________________________________________

    b) ____________________________________________________________________

    c) ____________________________________________________________________

    d) ____________________________________________________________________

    08. Na universidade, ao iniciar as actividades especficas prprias de cada rea de conhecimento fundamental utilizar diversos instrumentos de trabalho que auxiliam na organizao da sua vida de estudo e na disciplina do seu curso.

    Cite dois instrumentos que voc mais utiliza e aponte duas vantagens que cada um proporciona.

    a) ___________________________________________________________________

    ______________________________________________________________________

    ______________________________________________________________________

    b) ___________________________________________________________________

    ______________________________________________________________________

    ______________________________________________________________________

    UNIVERSIDADE CRTICA UNIVERSIDADE PRODUTIVA

    PAPEL SOCIAL

    AVALIAO DA QUALIDADE

    TIPO DE PROFISSIONAL A SER FORMADO

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    UNIDADE TEMTICA 2

    ESTUDO DE TEXTOS ACADMICOS Ivanilda Barbosa

    2.1 CONCEITO DE TEXTO E OS MODOS DE ORGANIZAO DOS TEXTOS ACADMICOS

    2.1.1 CONSIDERAES INICIAIS

    Nesta unidade, estudaremos o texto acadmico ou cientfico. Desenvolveremos algumas reflexes sobre o seu conceito e a sua organizao. Em seguida, veremos alguns procedimentos mais adequados para a leitura de um texto acadmico ou cientfico e, no fim, sero indicadas as formas de textos acadmicos mais frequentes para os registos dos estudos que so realizados nos cursos universitrios.

    Alm dos exemplos que sero dados, vamos sugerir algumas actividades para o exerccio da leitura.

    O que se pretende que voc amplie os seus conhecimentos sobre as formas de organizao e o uso adequado desses textos, para o seu melhor desempenho nos estudos.

    2.1.2 A PALAVRA TEXTO

    Para compreender o que um texto acadmico, seria interessante investigar o lugar que a palavra texto vem assumindo na nossa vida dentro e fora da universidade. Desde que aprendemos a ler e a escrever, ouvimos diariamente as pessoas dizerem leia o texto, escreva um texto, gostei do seu texto, foi publicado um texto no jornal sobre..., o texto constitucional garante....

    Ouvindo essas expresses, relacionamos texto com uma sequncia

    articulada de palavras escritas que, em maior ou menor extenso, nos permite: obter informaes; expressar o que pensamos; dizer do que ou de quem gostamos; saber da Fsica, da Qumica, da Biologia, das leis de uma sociedade,

    da poltica e dos costumes dos povos;

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    Interlocuo Conversao entre duas ou mais pessoas. Todo aquele que produz um texto tem em mente uma pessoa a quem se dirige quando fala, escreve, gesticula, desenha, ou seja, o seu interlocutor. Coeso Relaes de sentido entre as componentes do texto. Coerncia Relaes de sentido do texto com o mundo, isto , com o contexto externo.

    aprender a geografia e a histria do pas; conhecer o pensamento do colega, do cientista, do poeta.

    Poderamos enumerar uma infinidade de situaes e de pessoas com as

    quais nos envolvemos por meio de um texto escrito. E o gesto, o desenho, a oralidade? possvel construir situaes e relaes humanas com os gestos, os desenhos e a oralidade, assim como fazemos com as palavras escritas? E entre os povos que no adoptaram a escrita como um recurso de comunicao e trabalho, no existe texto? Como so passadas as tradies, os costumes, as normas de convivncia em grupos sociais que no adoptam a lngua escrita?

    medida que essas questes vo sendo respondidas, a imagem de texto vai-se diversificando, pois empregamos a palavra TEXTO para nomear diferentes objectos:

    as sequncias de gestos nos rituais; as sequncias de linhas e de cores, numa pintura; as sequncias de sons, nos dilogos e msicas.

    Assim, comum ouvirmos: esse texto fotogrfico foi tirado da revista x, o texto em banda desenhada era do Srgio Zimba..., o texto cinematogrfico ...... Ento, perguntamos:

    O que h de comum entre uma fotografia, uma histria em banda desenhada, um filme, uma letra de msica, um ritual tradicional e uma sequncia musical para que todos sejam denominados TEXTO?

    Vamos reflectir juntos. Todos esses textos: - surgem de uma necessidade: a pessoa (o autor) quer se expressar para se relacionar com outra (ouvinte, leitor, espectador);

    - trazem as marcas do seu autor e do seu destinatrio;

    - relacionam-se com uma situao;

    - as suas partes relacionam-se umas com as outras, formando uma unidade de sentido;

    - mantm uma relao com o mundo do autor e do destinatrio;

    - o autor utiliza cdigo(s) para produzi-los

    O texto verbal um espao de dilogo, de interlocuo. E, como todo o dilogo, necessita de condies para a sua existncia. Entre essas condies destacam-se a coeso e a coerncia. Da coeso, depende a organizao interna entre as

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    partes do texto, para que seja um todo significativo. Da coerncia, depende o sentido histrico do texto, o seu contedo, que poder ser ponto de partida e de chegada para o conhecimento de mundo. Portanto, um texto resulta das relaes de coeso e coerncia que se juntam para constituir uma unidade de sentido.

    UNIDADE DE SENTIDO

    notcia elogio artigo cientfico lei histria em banda desenhada poema resenha relato mapa grfico relatrio de pesquisa livro portflio resumo memorial crnica propaganda

    TEXTO

    Sendo uma unidade de sentido, cada texto tem existncia prpria, embora se relacione com outras tantas unidades de sentido, isto , com outros textos, que o antecederam ou que dele podero surgir.

    Como voc pode perceber, o acto de ler deve ser entendido no seu sentido mais amplo. Estamos continuamente a ler os textos que so produzidos no quotidiano do espao cultural em que vivemos.

    O acto de ler pode ser definido como o momento em que o leitor se dispe a compreender essa unidade de sentido que o texto.

    Seria diferente ler um artigo de jornal ou um poema? Um romance ou um tratado cientfico? Se eles tm formas e finalidades diferentes, possvel que ns os leiamos de variadas maneiras. Mas, quem determina as maneiras de ler um ou outro texto?

    Para responder s questes colocadas, vamos ler dois textos.

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    Texto 1

    A barata e o rato Era uma dessas baratinhas brancas e nojentas, acostumadas s a

    imundcies e ao monturo, comendo calmamente sua refeio composta de um pedao de batata podre e um pedao de tomate podre. Chegou junto dela um Rato transmissor de peste bubnica e lhe disse: "Comadre, ontem tive uma aventura extraordinria. Estive num lugar realmente impressionante, como voc, comadre, certo jamais encontrar em toda sua vida". Barata comendo. "O lugar era uma coisa que realmente me deixou de boca aberta" - prosseguiu o Rato - "to espantoso e to diferente de tudo que tenho visto em minha vida roedora". Barata comendo. "imagina voc" - prosseguiu o Rato - "que descobri o lugar por acaso. Vou indo numa das cavidades subterrneas por onde passeio sempre, entrando aqui e ali numa casa e noutra, quando, de repente, percebo uma galeria que no conheo. Meto-me nela, um pouco amedrontado por no saber onde vai dar e de repente saio numa cozinha inacreditvel. O cho, limpo, que nem espelho! Os espelhos, de um brilho de cegar! As panelas, polidas como voc no pode imaginar! O fogo, que nem um brinco! As paredes, sem uma mancha! O teto, claro e branco como se tivesse sido acabado de pintar! Os armrios, to arrumados e cuidados que estavam at perfumados! Poeira em nenhuma parte, humidade inexistente, no cho nem um palito de fsforo...

    E foi a que a Barata no se conteve. Levou a mo boca num espasmo e protestou: "Que mania! Que horror! Sempre vem contar essas histrias exactamente no momento em que a gente est comendo!"

    MORAL: PARA O VRUS A PENINCILINA UMA DOENA. SUBMORAL: A ECOLOGIA MUITO RELATIVA

    (Millr, F. (1980). Literatura Comentada. So Paulo: Abril Cultural.)

    Este texto uma fbula. As fbulas so textos narrativos que apresentam questes complexas de uma forma simples e concisa. Algumas circulam h sculos, mas, em cada poca que so lidas, renovam-se. Podemos fazer uma leitura das fbulas com a inteno de satirizar os costumes (pardia, crtica) ou para resgatar a moral nelas existentes. Foi o que Millr fez, retomando a antiga histria da D. Baratinha.

    Observe nesta fbula as partes da narrativa simples:

    uma situao inicial (a barata come calmamente a sua refeio); uma mudana de situao (a chegada do rato); o desenvolvimento (o relato do rato enquanto a barata come); uma situao final (o protesto da barata).

    O que garante a ligao entre as partes da narrativa so alguns elementos como: a pontuao, os tempos verbais (era, chegou, lhe disse), expresses como barata comendo, prosseguiu o rato, e foi a. A histria vai progredindo de forma articulada e as partes formam um todo. Tambm podemos estabelecer uma relao entre a situao vivida pelo rato e pela barata

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    com situaes quotidianas no nosso meio social e com os valores culturais e pontos de vista das pessoas.

    Vejamos um outro texto.

    Texto 2 O Termo Direito

    No fcil perceber todas as significaes encerradas no termo "Direito", ou tirar desse termo o contedo que possa nos aproximar da compreenso do que seja a finalidade da cincia que pretendemos conhecer: direito, do latim directus, adj. - colocado em linha recta; direito, recto; certeiro; directo; preciso. O vocbulo ora significa: a) ordenamento ou norma - conjunto de normas ou sistema jurdico vigente num pas: o Direito da Alemanha; b) autorizao ou permisso de fazer o que a norma no proba, ou o que a norma autorize, ou seja, certo poder de exigir ou dispor de uma aco: isso direito meu; c) qualidade do que atende a um anseio de justia e rectido, do que justo e recto: isso no direito; d) prerrogativa que algum possui de exigir de outrm a prtica ou absteno de certos actos: defendo-me porque algum pe em risco o meu direito; e) cincia de norma coercitivamente imposta (obrigatria): o Direito a cincia normativa; f) conjunto de conhecimentos acerca dessa cincia: essa regra de Direito.

    Tambm pode significar um conjunto de conhecimentos englobantes, que se ocupa de uma srie de disciplinas diferentes: "a filosofia do Direito, a sociologia do Direito, a histria do Direito e a Jurisprudncia ("dogmtica jurdica"), para se referir somente s mais importantes. (9)

    (9) Karl Larenz, Metodologia da cincia do direito, 3.ed.,cit.,p.261 Nery, R. M. de A..e.(2002). O Direito como cincia, arte e tcnica. In:______. Noes preliminares de Direito Civil. So Paulo: Revista dos Tribunais.

    Este texto foi retirado de uma publicao dirigida a pessoas que se

    interessam por adquirir conhecimentos bsicos sobre Direito. Lendo-o, podemos observar que o autor:

    situa-se como algum solidrio com o leitor, quando usa as expresses "...nos aproximar ...pretendemos";

    fornece pistas para o leitor ampliar o seu conhecimento acerca do assunto quando fundamenta as suas explicaes, recorrendo a outros autores;

    usa termos tcnicos: preocupa-se em traduzir, nos parnteses, cada palavra que possa impedir a compreenso do significado do termo Direito.

    O leitor sente-se amparado pelo autor que parece compreender as suas dificuldades de se relacionar com um assunto novo. Podemos afirmar que o objectivo do autor didctico, ou seja, facilitar a compreenso do significado do termo Direito.

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    Como voc pode observar, cada um dos textos exige um tipo de leitura. Portanto, o prprio texto que nos fornece o caminho para a leitura.

    Vamos prosseguir a nossa reflexo, procurando compreender o que se denomina por texto acadmico.

    2.1.3 O TEXTO ACADMICO: UMA DEFINIO

    Na primeira unidade, voc teve a oportunidade de trocar ideias sobre a organizao dos estudos na universidade. Entre outros pontos, destacou-se a importncia dos recursos que so utilizados nos seus estudos, para que voc seja um dos actores do processo de ensino-aprendizagem durante o seu curso. Entre esses recursos esto os textos orais ou dilogos.

    Usando a linguagem verbal, os cidados produzem textos orais e escritos, conforme as suas necessidades e as suas circunstncias sociais e histricas. A produo dos textos orais to variada quanto variadas so as situaes de encontros entre as pessoas. Mas, ainda assim, podemos identificar uma estrutura de base em todos os textos orais. a estrutura do dilogo:

    h sempre a suposio de que uma pessoa se dirige a outra; a proposio pode ser mais espontnea ou mais formal, conforme a

    pessoa esteja mais ou menos vontade na situao; gestos, expresses faciais, complementam a fala; as pessoas falam a mesma lngua.

    Em geral, distinguimos dois tipos de dilogos, os informais (conversas) e os dilogos dirigidos (entrevistas e debates).

    Como a universidade um espao de pesquisa, de produo e de difuso de conhecimentos acumulados ao longo da histria da humanidade, em princpio, os textos que circulam no espao universitrio so os mesmos que encontramos no espao social mais amplo e que esto disponveis para os cidados.

    Se considerarmos as funes da escrita numa dada sociedade, identificamos cinco grandes gneros de textos: literrio; comercial e oficial (incluindo nesses ltimos os tipos legal e jurdico); cientfico (e didctico-cientfico); jornalstico e publicitrio; religioso.

    Cada um destes tipos de textos pode se apresentar sob diferentes formas - variantes - que resultam de tcnicas de redaco que so escolhidas a partir dos objectivos que o autor tem, nas diferentes situaes em que se usa a escrita.

    Gneros de texto Os gneros de textos surgem de uma prtica social e, em cada gnero, ocorre uso da linguagem em funo das diferentes situaes e dos fins a que se destina o texto.

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    Observe o quadro, a seguir:

    Gnero Objectivos Variantes

    Grupo 1 Literrio Artstico Poema, conto, romance

    Grupo 2 Oficial (legal, jurdico) e comercial

    Estabelecer comunicao formal e documentar em ambientes de trabalho

    Memorando, ofcio, parecer, requerimento, leis, correspondncia administrativa

    Grupo 3 Cientfico (tcnico e didctico-cientfico)

    Comunicar factos, fenmenos estudados e resultados de investigao cientfica

    Artigos, resenhas, relatrios, monografia, dissertao, tese, resumo

    Grupo 4 Jornalstico e publicitrio

    Divulgar informaes, formar opinio

    Notcias, reportagens, editoriais

    Grupo 5 Religioso Difundir princpios religiosos; doutrinar

    Parbolas, sermes evanglicos, cnticos

    (Adaptado de Santos, 2001:33)

    Geralmente so os textos tcnicos e acadmicos ou cientficos os mais indicados como referncia para a ampliao das reflexes realizadas em sala de aula, com colegas e docentes, ou para subsidiar a pesquisa e o conhecimento do que j se produziu sobre assuntos de interesse para a formao profissional, estejam esses textos nos livros, em revistas especializadas e em jornais impressos ou online.

    Ao mesmo tempo, tambm lhe solicitado que registe o que ouve e l, a dizer o que leu, a opinar sobre o assunto que pesquisou, de forma oral ou escrita. Ou seja: voc tambm produz textos para apresentar ao docente e aos colegas em sala de aula, em eventos cientficos ou para publicar em revistas ou jornais.

    Na prtica universitria, o debate, a entrevista, o artigo, a resenha, o resumo, o relatrio, a monografia, o memorial e o portflio so produzidos com a finalidade especfica de alimentar o processo de ensinar e de aprender.

    A universidade adopta, ento, alguns modelos de textos, adequando-os aos estudos que os estudantes e os docentes desenvolvem para a progressiva ampliao e troca de conhecimentos necessrias formao profissional. A esses textos denominamos de textos acadmicos ou cientficos.

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    TEXTOS ACADMICOS - conjunto de textos com os quais lidamos, no dia-a-dia dos nossos estudos na universidade, com o objectivo de ampliar os nossos conhecimentos cientficos sobre determinado assunto, ou que produzimos para registar o estudo que realizmos.

    2.1.4 MODOS DE ORGANIZAO DOS TEXTOS ACADMICOS

    No contexto da universidade desenvolvemos um conjunto de aces que nos levam a memorizar, analisar, interpretar, a compreender e a produzir textos orais e escritos.

    Para cada situao, procuramos recuperar o que j conhecemos e adequar nossa oralidade e escrita, com o propsito de realizar mais competentemente os nossos estudos. Por exemplo, imagine que o docente lhe pede para participar num debate. Voc, que j assistiu a debates entre candidatos a cargos polticos, entre especialistas em desporto, entre cientistas e educadores, faz uma ideia do que o docente espera de si enquanto pessoa que est a fazer um debate. Da mesma forma, podemos pensar sobre uma entrevista, que pode ser um instrumento de recolha de dados para uma pesquisa ou para a elaborao de um texto jornalstico. Temos experincia, conhecimento das componentes de um debate ou de uma entrevista, pois so duas prticas de linguagem muito frequentes no nosso contexto social. Somos, tambm, capazes de contrapor uma carta familiar a uma correspondncia oficial; de distinguir um artigo cientfico de uma reportagem. Quanto mais contacto temos com essas formas de textos, mais fcil se torna reconhec-las e identificar o seu espao no contexto social.

    Afirmmos, no ponto anterior, que, na prtica universitria, esses tipos de textos so adequados ao exerccio do ensinar e do aprender. Na universidade, alm de usarmos a linguagem para estabelecer os vnculos de cooperao e de interaco, como em qualquer outro espao da sociedade, tambm simulamos situaes de comunicao como um recurso de aprendizagem.

    Assim sendo, para adquirirmos uma maior competncia comunicativa, interessante conhecer um pouco mais sobre a composio e finalidade dos textos acadmicos. Precisamos de aprender a adequar o que j sabemos fazer com os objectivos dos nossos estudos. Ou ainda, saber como usar o debate, a entrevista, a reportagem, o artigo cientfico para o desenvolvimento de habilidades que so esperadas dos profissionais que tm formao universitria.

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    2.1.4.1 Textos orais: a entrevista e o debate

    ENTREVISTA

    Voc j foi entrevistado? J entrevistou algum? J assistiu a uma entrevista de algum grupo musical ou de uma equipa desportiva?

    Certamente, em todas essas situaes, reconhecemos dois papis distintos, presentes em toda entrevista: o papel do entrevistador, que o responsvel por abrir o dilogo, fazer as perguntas, dar continuidade ao assunto, controlar os rumos da conversa e encerrar a entrevista; e o papel do entrevistado, que o de responder s perguntas.

    A entrevista organiza-se a partir de um esquema padro:

    - situao inicial: apresentao dos interlocutores e as razes da entrevista (INTRODUO);

    - desenvolvimento do dilogo: sequncia de perguntas, respostas e comentrios que estabelecem a relao entre um e outro ponto da conversa (DESENVOLVIMENTO); - finalizao da entrevista: palavras finais, despedidas, agradecimentos que nem sempre vm transcritos quando a entrevista publicada (FECHO).

    No entanto, diferente a entrevista que o profissional da sade faz ao

    doente, que o reprter realiza com o poltico ou o gerente da empresa com o candidato a um emprego, o advogado com o seu cliente. Essa variao decorre dos propsitos das pessoas em cada situao. Em todas elas, as habilidades de comunicao oral do entrevistador e do entrevistado contribuem para o xito da entrevista e, consequentemente, para o alcance dos objectivos.

    Exemplo de uma entrevista realizada com a finalidade de ser divulgada, num meio impresso.

    I

    NTR

    OD

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    O

    ESCREVER UMA MANEIRA DE RETER A VIDA

    Tema da entrevista

    Quando se conversa com Craveirinha, percebe-se claramente que este homem no poderia ser outra coisa na vida: j nasceu poeta do ventre da sua me. O processo de crescimento, a adolescncia, a idade adulta, tudo isso apenas serviu para a maturao das suas capacidades inatas de escrevinhar a vida. Jos Craveirinha no engana.

    Apresentao da pessoa entrevistada

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    Tem um trato firme com as palavras, onde incontestvel uma ironia fina, por vezes mordaz. Recebeu-nos afavelmente, junto com o seu filho Zeca, na sua casa, no eterno burgo da Mafalala. Aqui e acol, porm, perante a nossa curiosidade nisto e naquilo, o nosso poeta-mor foi respondendo de forma breve, como lhe caracterstico, mas tambm com uma penetrao incapaz de deixar insensvel quem quer que seja.

    Jos Joo Craveirinha, de seu nome completo, filho de pai algarvio e me machangana, nasceu a 28 de Maio de 1922, na ex-cidade de Loureno Marques, hoje Maputo, numa casa de madeira e zinco no bairro da Mafalala.

    Jeremias Langa, Eduardo Humbane e Dnis Tivane Entrevistadores, representantes da Proler

  • Metodologia Pesquisa Semestre 1

    Escola Superior Aberta/A Politcnica Ensino a Distncia 37

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    Proler- Imaginou, no incio da sua produo literria, que um dia chegaria aos patamares que chegou? Jos Craveirinha No, o factor importante no nosso dia-a-dia ser e continuar a ser... Proler- - Se no fosse escritor, o que seria? Jos Craveirinha - Fazia por escrever. Proler O que para si ser poeta? Jos Craveirinha O poeta outra coisa, alis, eu entendo que o poeta sempre os outros. Ele quando escreve est a pensar nos outros. por isso que s vezes as coisas coincidem e tornam-se profecias. essa a capacidade dele de visionar o que poder ser o amanh. Mas isto tudo depende de uma mundivivncia adquirida. Proler um poeta universal, laureado em quase todos os quadrantes. Qual o significado que os galardes tm para si? Jos Craveirinha H uma satisfao em escrever, principalmente quando depois surge algo dessa escrita. Proler Qual a obra que mais gostou de escrever? Jos Craveirinha Nenhuma, mas depois gostei de as ter escrito. Proler Quais so as suas preferncias na vida? Jos Craveirinha As coisas que tm preferncia por mim. Proler Quarenta anos depois dos poemas profticos e de exaltao utpica da nao que se adivinhava, intensamente vincada em Xigubo, esta a ptria que esperava? Jos Craveirinha Em boa parte era e com muito gosto. Sentimos uma dose de satisfao quando algum ou algo vem ao nosso encontro e acontece aquilo que ns queramos, com razo de ser. Hoje estou com oitenta anos e no estou arrependido de nada em que me tenha metido, participado; a no ser no ter sido contundente O Poeta Jos Craveirinha faleceu a 06 de Fevereiro de 2003 (Proler, Edio Especial dedicada aos 80 anos de Jos Craveirinha. p. 24-25, maio 2002.)

  • Metodologia Pesquisa Semestre 1

    Escola Superior Aberta/A Politcnica Ensino a Distncia 38

    DEBATE

    Quem participa num debate usa argumentos para defender um ponto de vista sobre determinado assunto e quer levar o seu interlocutor e o pblico ouvinte a pensar como ele ou, pelo menos, a conhecer as razes que o levam a pensar daquela maneira sobre o tema em questo. No meio acadmico, o debate contribui para a ampliao das reflexes e para a divulgao dos conhecimentos cientficos.

    A realizao de um debate, no espao acadmico, requer:

    - Uma definio dos objectivos: para qu? Qual a finalidade do debate?

    - O estabelecimento de normas: as pessoas envolvidas devem conhecer e concordar com as regras estabelecidas, relacionadas com o tempo para a exposio, para a formulao de perguntas e para as respostas;

    - A presena do moderador: aquele que coordena o debate e responsvel por garantir a progresso das ideias em torno do tema que est em questo. No espao da sala de aula, essa funo normalmente

    Entrevista: pode ser definida como uma situao de comunicao em que esto envolvidos o entrevistador e o entrevistado e que:

    a) Se organiza com base na apresentao dos motivos, na sequncia de perguntas e respostas, no fecho;

    b) Se apresenta sob estilos diferentes: entrevista jornalstica, mdica, empresarial, cientfica;

    c) Deve ser adequada ao suporte (meio utilizado para a sua divulgao), conforme o pblico que se quer alcanar: ao vivo, transmitida pela televiso ou pela rdio; publicada, em jornal, revista ou online

    d) realizada com finalidades diversas: seleccionar candidatos; conhecer o doente ou fazer um diagnstico; esclarecer a populao sobre determinado assunto; divulgar conhecimentos cientficos; recolher dados para uma pesquisa.

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  • Metodologia Pesquisa Semestre 1

    Escola Superior Aberta/A Politcnica Ensino a Distncia 40

    2.1.4.2 Textos Escritos

    Vamos mostrar aqui a organizao de alguns tipos de textos cientficos e didctico-cientficos mais frequentes, tanto para a leitura, como para a redaco de trabalhos que desenvolvemos na universidade.

    Os textos cientficos resultam da necessidade de se comunicarem as investigaes no mbito das cincias. A comunidade cientfica, atravs de grupos, academias ou sociedades, define os critrios para o reconhecimento e validao de resultados de estudos e de pesquisas nas variadas reas do conhecimento. Embora paream distintos entre si, um tratado de Direito e um tratado de Gesto ou de Lingustica, para que tenham crdito e possam ser divulgados como conhecimento cientfico, passam por uma avaliao da comunidade cientfica.

    As universidades, no mundo todo, tm sido um lugar privilegiado para a produo, validao e certificao do conhecimento. Outro compromisso da comunidade acadmica o de difundir o conhecimento cientfico. Com essa finalidade, so criadas as revistas especializadas e os livros didcticos. O intuito tornar o conhecimento mais acessvel para os pesquisadores iniciantes. Colaboram para essa prtica algumas formas de textos que se tornaram recorrentes no desenvolvimento dos estudos no espao da universidade.

    A seguir sero apresentados alguns desses tipos de textos:

    Organizao textual

    Se considerarmos a organizao e as finalidades, podemos identificar trs grupos distintos entre as formas de textos acadmicos mais frequentes nos cursos de universitrios.

    PRIMEIRO GRUPO - relatrio, relato de experincia e informe cientfico

    Textos que relatam o que se desenvolveu numa pesqu