Higiene e Profiláxia - Aula 1

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13 HISTÓRIA DA HIGIENE É impressionante nos dias de hoje quando visitamos o Palácio de Versailles próximo a Paris e observamos que o suntuoso palácio não tem banheiros. Quem passou por esta experiência ficou sabendo de coisas inacreditáveis. Na Idade Média, não existiam os dentifrícios, isto é, pastas de dentes, muito menos escovas de dente ou perfumes, desodorantes muito menos e papel higiênico, nem pensar ... As excrescências (coisa desnecessárias – dejetos) humanas eram despejadas pelas janelas do palácio... Quando paramos para pensar que todos já viram que nos filmes aparecem pessoas sendo abanadas, passam despercebidos os motivos. Em um país de clima temperado, a justificativa não era o calor, mas sim o péssimo odor que as pessoas exalavam, pois não tomavam banho, não escovavam os dentes e não usavam papel higiênico e muito menos faziam higiene íntima. Os nobres eram os únicos que podiam ter súditos que os abanavam, para espalhar o mau cheiro que o corpo e suas bocas exalavam com o mau hálito, além de ser uma forma de espantar os insetos. Na Idade Média, a maioria dos casamentos ocorria no mês de junho (para eles, o início do verão). A razão é simples: o primeiro banho do ano era tomado em maio; assim, em junho, o cheiro das pessoas ainda estava tolerável. Entretanto, como alguns odores já começavam a ser exalados, as noivas carregavam buquês de flores junto ao corpo, para disfarçar. Daí termos maio como o "mês das noivas" e a origem do buquê de noiva explicada. Os banhos eram tomados numa única tina, enorme, cheia de água quente. O chefe da família tinha o privilégio do primeiro banho na água limpa. Depois, sem trocar a água, vinham os outros homens da casa, por ordem de idade, as mulheres, também por idade e, por fim, as crianças. Os bebês eram os últimos a tomar banho. Quando chegava a vez

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HISTÓRIA DA HIGIENE

É impressionante nos dias de hoje quando visitamos o Palácio de Versailles próximo a Paris e observamos que o suntuoso palácio não tem banheiros. Quem passou por esta experiência ficou sabendo de coisas inacreditáveis. Na Idade Média, não existiam os dentifrícios, isto é, pastas de dentes, muito menos escovas de dente ou perfumes, desodorantes muito menos e papel higiênico, nem pensar... As excrescências (coisa desnecessárias – dejetos) humanas eram despejadas pelas janelas do palácio...

Quando paramos para pensar que todos já viram que nos filmes aparecem pessoas sendo abanadas, passam despercebidos os motivos. Em um país de clima temperado, a justificativa não era o calor, mas sim o péssimo odor que as pessoas exalavam, pois não tomavam banho, não escovavam os dentes e não usavam papel higiênico e muito menos faziam higiene íntima. Os nobres eram os únicos que podiam ter súditos que os abanavam, para espalhar o mau cheiro que o corpo e suas bocas exalavam com o mau hálito, além de ser uma forma de espantar os insetos.

Na Idade Média, a maioria dos casamentos ocorria no mês de junho (para eles, o início do verão). A razão é simples: o primeiro banho do ano era tomado em maio; assim, em junho, o cheiro das pessoas ainda estava tolerável. Entretanto, como alguns odores já começavam a ser exalados, as noivas carregavam buquês de flores junto ao corpo, para disfarçar. Daí termos maio como o "mês das noivas" e a origem do buquê de noiva explicada.

Os banhos eram tomados numa única tina, enorme, cheia de água quente. O chefe da família tinha o privilégio do primeiro banho na água limpa. Depois, sem trocar a água, vinham os outros homens da casa, por ordem de idade, as mulheres, também por idade e, por fim, as crianças. Os bebês eram os últimos a tomar banho. Quando chegava a vez deles, a água da tina já estava tão suja que era possível "perder" um bebê lá dentro.

As invenções mais essenciais da higiene pessoal:

Papel higiênico

Por séculos, a limpeza íntima foi feita com folhas, sabugos de milho – ou com a mão. A primeira fábrica de papel higiênico surgiu nos Estados Unidos, em 1857 – e o produto demorou a vencer a resistência do mercado

Banho

Os romanos tinham casas de banho, que caíram em desuso na Europa medieval. A prática de lavar o corpo só seria efetivamente retomada a partir do século XIX. Em 1867, o francês Merry Delabost inventou o chuveiro. Pois é, um francês

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Privada

A primeira privada, ainda muito rudimentar, foi inventada para o uso da rainha Elizabeth I, da Inglaterra, no século XVI. Mas foi em 1884 que o inglês George Jennings criou o modelo moderno, com descarga

Sabonete

O sabão já era conhecido pelo menos desde o antigo Egito – embora os romanos não o utilizassem. Por muito tempo, porém, foi um artigo de luxo. Sua popularização plena só no século XIX, mais precisamente em 1879, que desenvolveram um sabão perfumado: o sabonete. A partir do século XIX, devido à produção em larga escala o custo do sabonete caiu, o que permitiu a massificação de seu uso e o tornou um dos principais elementos de higiene pessoal.

Xampu/Shampoo

O xampu surgiu na Alemanha em 1890, período em que as pessoas utilizavam os sabonetes para lavar os cabelos. Somente após a Primeira Guerra Mundial que o xampu começou a ser comercializado em grande escala. Seu nome é proveniente de um modismo indiano presente na Inglaterra, pois “xampu” veio do hindu “champo”, que significa "massagear". A partir do século XX, diferentes tipos de xampus foram elaborados para cada tipo de cabelo.

Cuidados dentários

As primeiras escovas de dente datam do século XV, provavelmente inventadas na China. Mas pastas variadas, feitas de vegetais, já eram usadas na limpeza bucal dos antigos egípcios e indianos. As pastas modernas, alcalinas, surgiram nos Estados Unidos, no início do século XX.

Perfume

Os perfumes estão presentes no cotidiano do homem desde a Pré-História. O homem primitivo já utilizava madeiras e resinas para melhorar o cheiro dos alimentos. No Egito Antigo, foram desenvolvidas diversas substâncias aromatizantes de uso religioso, como incensos e óleos perfumantes. Na própria Bíblia Sagrada, há uma passagem em que Deus manda Moisés fazer um incenso perfumado.

Após a contribuição das primeiras civilizações, os gregos tiveram um papel fundamental, pois passaram a trazer perfumes de diversas partes do mundo em suas expedições para o uso medicinal. Os árabes também foram essenciais na evolução do perfume, pois foram eles que desenvolveram o alambique, tornando possível destilar as matérias-primas.

No século XII, por meio das Cruzadas, o perfume penetrou na Europa, passando a ser usado exclusivamente na higiene pessoal e nos banhos públicos. Em 1370, o

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primeiro perfume a base de álcool foi feito especialmente para a rainha da Hungria, Elizabeth.

A partir do século XVII, o perfume tornou-se objeto de requinte na Europa, destinado somente à nobreza, pois somente os reis, rainhas e altos funcionários podiam o utilizar. Posteriormente, com o progresso da química, o que permitiu a reprodução artificial de cheiros encontrados na natureza, o perfume ficou mais acessível e deixou de ser um objeto da elite. Hoje em dia, o perfume é um produto essencial até mesmo para aqueles que não são vaidosos, sendo um símbolo de bom gosto, auto-estima e sociabilidade.

Pente

A palavra “pente” vem do latim “pecten”, que é o nome de uma concha com formato semelhante aos dentes do objeto que conhecemos hoje em dia. Sabe-se que antes mesmo dos egípcios, outras civilizações já haviam desenvolvido pentes feitos com ossos de animais e madeira.

Os egípcios utilizaram este objeto em larga escala. Os pentes, inclusive, eram objetos de luxo, muitos deles eram cobertos por ouro e pedras preciosas. Foram os romanos os responsáveis por reduzir seu tamanho, para que o mesmo pudesse caber até mesmo dentro dos bolsos.

O QUE É HIGIENE?

Higiene é um conjunto de conhecimentos e técnicas para evitar doenças infecciosas usando desinfecção, esterilização e outros métodos de limpeza com o objetivo de conservar e fortificar a saúde.

Higiene significa limpeza; asseio; relação entre o homem e o meio ambiente, no sentido da preservação da saúde. Existem vários tipos de higienização, a individual (banho, cabelos, unhas e mãos, boca, dentes e vestuário), coletiva (saneamento básico, água, esgoto, lixo, vetores), a mental (equilíbrio, costumes morais e sociais), do trabalho (riscos físicos, químicos e biológicos), e ambiental (limpeza de moveis, utensílios e estrutura).

Profilaxia é a aplicação de meios que tendem evitar doenças ou contágios. As medidas profiláticas interrompem a interação entre o agente causador da doença e o organismo. Alguns exemplos de doenças sujeitas a profilaxia são hepatite, verminoses, DSTs, infecções hospitalares.

Higiene e profilaxia estão intimamente ligadas, pois a higienização, em todas as suas formas, evita a transmissão e/ou contágio por agentes infecto-contagiosos, logo é uma medida profilática.

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O QUE É SAÚDE?

A saúde é para cada ser humano um fim, e para a sociedade a que pertence, um meio.

É um fim, um objeto permanente de preocupação individual, porque permite a cada um realizar-se.

É um meio porque constitui um componente de desenvolvimento, isto é, um conjunto de esforços que conduz ao bem-estar social.

A saúde é um direito de todos e não um privilégio de alguns.

A saúde é um direito universal que distingue uma sociedade civilizada.

Gozar saúde, no contexto geral, é um dos direitos fundamentais de todo o ser humano, sem distinção de raça, religião, ideologia política e condições econômica e social.

A saúde de todos os povos é a condição básica para se alcançar a paz e a segurança, e depende da cooperação das pessoas e do Estado.

A influência da higiene do meio, a importância da habitação, e a prevenção das doenças, são reconhecidas por todos os povos como o único meio que permitirá um completo bem-estar físico, mental e social.

A melhoria das condições de vida depende de:

Habitação humana; Ar; Alimentação; Saneamento básico, uma das pedras fundamentais da Saúde Pública, que

reúne um grupo de ações de saúde dirigidas ao meio.

Para considerar o indivíduo com saúde, é necessário que ele atinja um nível excelente de ajustamento equilíbrio entre o homem, os agentes e o meio ambiente.

Os problemas de saúde de cada país estão ligados à cultura, à história e ao desenvolvimento sócio-econômico e político.

No processo de desenvolvimento, a saúde tem merecido prioridade nos programas de administração dos governos. No entanto na maioria das regiões, a grande parte da população não consegue atendimento satisfatório nem se beneficia da tecnologia da saúde.

O atendimento insatisfatório ou a total falta de assistência obriga a população a depender de recursos locais, como a assistência prestada pelos ‘curiosos’, pelos práticos de farmácia, atendentes e outros.

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Relevantes esforços de âmbito nacional, para promover a assistência primária a nível comunitário, são considerados como a única forma válida para o desenvolvimento rápido e eficiente do serviço de saúde.

O enfoque da assistência primaria exige que se desenvolvam, novos tipos de atendimentos, a partir de estruturas periféricas modeladas, seguindo o contexto em que deverão servir. E para que estes esforços sejam bem sucedidos, é importante que a população local se engaje ativamente na formação de atividades de saúde para que a assistência possa adequar – se às necessidades e prioridades locais.

É necessário e importante:

Que a assistência primaria integre serviços preventivos e curativos, tanto a nível de atendimento individual, quanto de comunidade;

Que todas as intervenções no campo de saúde se façam ao nível mais elementar possível e com pessoal treinado da forma mais simples para essa atividade;

Que sejam destacados outros escalões de assistência para servir de apoio às necessidades de nível elementar, especialmente, as de apoio técnico, como supervisão;

Que a assistência primaria se integre totalmente ao serviço de outros setores que se relacionam com o desenvolvimento comunitário (agricultura, educação, obras públicas, habitação e comunicação);

Atendimento adequado tanto individual como coletivo.

O nível em que a saúde, qualquer que seja sua definição, se percebe como desejável, dependerá do lugar que ocupa na hierarquia total de valores.

DOENÇA

Homem é uma variável, diferenciando-se um do outro, não somente pelas:

Feições; Grupo sanguíneo; Cor; Estatura.

E vários outros aspectos biológicos, inclusive a resistência ao meio ambiente e aos parasitas.

Conclui-se que as doenças, no seu aspecto clínico, na menor ou maior susceptibilidade (alterações), variam de um para outro indivíduo; como também a resistência pode ser atingida por fatores:

Ambientais; Desnutrição, etc.

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A saúde não tem o rigor de um código penal, coletânea de leis que, pela menor infração, paga um preço. Não, as regras são mais ou menos globais, abrangentes, que dizem respeito à média dos homens, e casos, é inteiramente genética.

Em face dos componentes:

O homem (hospedeiro); O agente (o micro e macro parasita); O meio (ecossistema).

E da interação dos três, compreende-se o homem como um ser psicossomático, interagindo com o seu meio bio-psicossocial.

Da inter-relação do homem com o ecossistema:

O meio físico; O meio biológico; O meio sócio-econômico.

Resulta o binômio “Saúde – Doença”.

Para identificação da doença, é necessário estudá-la, quanto aos aspectos:

a) Patológicos – sinais e sintomas;b) Epidemiológicos – distribuição e determinantes na população.

Conforme foi descrito, os estados de saúde e de doença não acontecem apenas pela ação isolada de qualquer fator, mas sim de interação desses fatores, como:

Homem – portador de caracteres inerentes ou adquiridos. Ex. hereditários (sexo, raça, idade), nível de nutrição, de imunidade e psicológicos.

Os determinantes genéticos têm a sua importância. Ex. a tuberculose é um caso, pois só o contato com o bacilo de koch não basta, dependendo de susceptibilidade e fatores a estafa e a desnutrição.

Agentesa) Animado (ex. vírus, bactérias, fungos, etc);b) Inanimado (ex. calor, frio, tóxicos, acidentes, etc).

É um tanto difícil estabelecer uma linha demarcatória entre um indivíduo e os outros, entre nós e os microorganismos que habitam a pele e o interior do corpo, pois é quase como se fossem um complemento natural.

A pele é ricamente colonizada, assim como a cavidade nasal, a faringe, a boca e todo o tubo digestivo, independentemente das fezes que são constituídas de 9% a 10% de bactérias.

Para que a doença tenha início, são necessários fatores especiais. Ex. para que o ‘stafilococus aureus’ da pele seja capaz de causar abscesso, é indispensável que exista um ferimento, ou seja, uma solução de continuidade.

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Fatores de Risco – é a patogenicidade dos agentes infecciosos, podendo determinar maior ou menor conseqüência para o hospedeiro – a doença. As infecções causadas por agentes pouco patogênicos permitem que grande número dos hospedeiros alberguem o agente sem apresentar a doença.

Meio – todas as causas que contribuem para o aparecimento de uma doença estão relacionadas com o meio, por exemplo:1. Meio Físico – topografia do terreno, ventos, relevo, umidade,

temperatura, etc;2. Meio Biológico:a) Fauna – propiciando a fonte de infecção da doença. Ex: porco,

morcego, , na doença de chagas;b) Flora – quando o homem faz derrubada de árvores na mata, o

mosquito permanece e pica. Ex: o Aedes, transmissor da febre amarela;

3. Meio Sócio-econômico – a concentração de população favorece o aparecimento de doenças:

a) Poliomielite – incide em população mais jovem na zona urbana do que na rural;

b) Comportamento humano.

Segundo as causas, as doenças dividem-se em:

Infecciosas – Hepatites virais, DSTs; Parasitárias - Amebíase; Alérgicas – Asma, rinite; Metabólica - Ascite (perímetro abdominal aumentado- retenção de

liquido) Carências – Desidratação, desnutrição Tóxicas – Radiação; Degenerativas – Parkinson; Psicogênicas - Distúrbios neurológicos Iatrogênicas – Doenças provocadas pelo profissional de saúde. Hereditárias – Hipertensão, Diabetes. Congênitas - Sífilis

Somente as doenças hereditárias e congênitas não podem ser evitadas pelo próprio indivíduo.

A saúde é um imensurável tesouro que devemos, nós mesmos, preservar, recomendo, previamente, aos meios que evitam ou ajudam a impedir as enfermidades.

As regras de Higiene, divulgadas nos programas de Educação em Saúde, são os meios para atingir o fim.

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MEDIDAS COLETIVAS DE PROMOÇÃO A SAÚDE

A promoção da saúde contribui na construção de ações que possibilitam responder às necessidades sociais em saúde. No SUS a estratégia de promoção da saúde é retomada como uma possibilidade de enfocar os aspectos que determinam o processo saúde x doença em nosso país. A promoção da saúde apresenta-se como um mecanismo de fortalecimento e implantação de uma política transversal, integrada e intersetorial, devendo fazer dialogar as diversas áreas do setor sanitário, os outros setores do Governo, o setor privado e não governamental e a sociedade, compondo redes de compromisso e corresponsabilidade quanto à qualidade de vida da população em que todos participem na proteção e no cuidado com a vida.

Entende-se, portanto, que a promoção da saúde realiza-se na articulação sujeito/coletivo, público/privado, Estado/sociedade, clínica/política, setor sanitário/outros setores, visando romper com a excessiva fragmentação na abordagem do processo saúde-doença e que deve reduzir a vulnerabilidade, os riscos e os danos que nele se produzem.

As medidas de promoção a saúde visam aumentar a saúde, bem como o bem-estar do indivíduo. Busca transformação das condições de vida e trabalham que atuam diretamente na saúde do indivíduo e da população. Desperta a idéia de autonomia da poplação, fortalecimento da capacidade individual e coletiva para lidar com os fatores que interferem na saúde do indivíduo como integrante de uma sociedade.

PRECEITOS BÁSICOS DA HIGIENE E PROFILAXIA

Higiene consiste na prática do uso constante de elementos ou atos que causem benefícios para os seres humanos. Em seu sentido mais comum, podemos dizer que significa limpeza acompanhada do asseio. Mais amplo, compreende de todos os hábitos e condutas que nos auxiliem a prevenir doenças e a manter a saúde e o nosso bem-estar, inclusive o coletivo.

Com o aumento dos padrões de higiene e estudos socio-epidemiológicos têm demonstrado que as medidas de maior impacto na promoção da saúde de uma população estão relacionadas à melhoria dos padrões de higiene e nutrição da mesma.

Muitas das doenças infecto-contagiosas existentes que são encontradas, em locais inadequados decorrentes dos baixos padrões de higiene, por vezes relacionados com o baixo padrão cultural e social local, atualmente, são de certa forma contidas com a implementação de padrões de higiene, através da conscientização da população e instrução de novas metodologias que ensinam como a sociedade deve comportar-se nesses momentos em relação à sua Higiene.

As necessidades Básicas das pessoas são sentidas e expressas diferentemente, e dependem da individualidade, da cultura, da escolaridade, dos fatores sócio-econômicos e do ambiente físico. Cabe ao profissional de saúde identificar as necessidades alteradas

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de cada individuo, concentrando na promoção e manutenção da saúde deste e de sua família, prevenção e minimização da doença e na melhoria qualidade de vida.

As necessidades humanas básicas foram, por MASLOW , hierarquizadas em cinco níveis:

1. Necessidades fisiológicas: Oxigenação; Hidratação – água; Nutrição – alimentos; Repouso; Sono; Eliminações; Exercícios; Atividade sexual; Higiene – limpeza; Equilíbrio ecológico.

2. Necessidades de segurança; Habitação; Liberdade; Status; Emprego; Legislação; Vestuário; Assistência médico-social; Religião; Prevenção de acidentes; Poupança.

3. Necessidades de amor; Atenção; Respeito; Aceitação; Conversação – comunicação.

4. Necessidades de estima; Auto - estima; Competência; Afirmação; Realização; Reconhecimento; Ajustamento.

5. Necessidades de auto-realização.

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Progresso; Afirmação; Independência; Poder – aquisição.

TIPOS DE HIGIENE

Pessoal

É um conjunto de hábitos de limpeza e asseio com que cuidamos do nosso corpo, por ser um fator de importância no nosso dia a dia, acaba por influenciar no relacionamento inter social, pois implica na aplicação de hábitos, que viram normas de vida em carácter individual, como:

Banho: Tomar banho diariamente - Devemos utilizar sabonete neutro. Assepsia- O uso de desodorisante é bastante útil, especialmente de

Verão. No entanto devem ser evitados os que inibem a produção de suor, podendo assim aumentar a transpiração em outros locais do corpo – transpiração compensatória.

Lavar as mãos sempre que necessário, especialmente antes das refeições, antes do contato com os alimentos e depois de utilizar o banheiro. Além disso, é importante manter as unhas bem cortadas e limpas.

Higiene bucal: Os dentes e a boca devem ser lavados depois da ingestão de alimentos, usando um creme dental com flúor. Uma higiene inadequada dos dentes dá origem à cárie dentária, que pode ser causa de inúmeras doenças.

Água potável: Beber água mineral ou filtrada. Uma alimentação equilibrada, com alimentos mais naturais (se possível)

e que encontrem-se em melhores condições de conservação.

Coletiva

É o conjunto de normas de higiene implantadas pela sociedade de forma a direcioná-las a um conceito geral de higiene, especificando em normas especiais, o manuseio de produtos de higiene e suas interações com o Ser Humano. A higiene coletiva é também um conjunto de normas para evitar nossas doenças e de outras pessoas também, para preservar a vida de todos. É claro que não se podem preocupar só com a vossa higiene, a do mundo que vos rodeia.

Mental

É a necessidade que temos de verbalizar. Ela evita conflitos sociais e doenças psicossomáticas.

Ambiental

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Consite na limpeza dos ambientes naturais pouco interferidos pelos homens, produtos abióticos e bióticos e natureza morta (presente nas paisagens naturais). Ainda a limpeza dos protutos que interferem ou vão interferir na natureza.

TIPOS DE HIGIENE PESSOAL

Oral:

é a melhor maneira para prevenir as cáries dentárias, gengivites, periodontites, e outros trastornos dentais. Isso também ajuda a prevenir o mal hálito (halitose). A higiene oral deve ser praticada por todas as pessoas para a manutenção da saúde dos dentes e da boca. Dentes saudáveis têm menos cáries. São dentes limpos, com pouco ou nenhum depósito de placa. Gengivas saudáveis são rosadas e firmes.

A higiene oral abrange tanto os cuidados pessoais quanto os tratamentos realizados pelo profissional. Os raio X dos dentes podem fazer parte dos exames profissionais de rotina.

Cuidados Pessoais : A escovação cuidadosa e o uso do fio dental ajudam a prevenir o aparecimento de placas e cálculos (tártaro).

Os dentes devem ser escovados pelo menos duas vezes ao dia. O fio dental deve ser utilizado pelo menos uma vez ao dia. Para algumas pessoas, recomenda-se a escovação dos dentes e o uso do fio dental após cada refeição e antes de dormir. Deve-se consultar o dentista ou o higienista dental se houver necessidade de demonstração das técnicas adequadas de escovação e de uso do fio dental.

Pode ser recomendado o uso de utensílios ou instrumentos para suplementar (mas não substituir) a escovação e o uso do fio dental, tais como palitos e escovas de dentes especiais, irrigadores de água ou outros aparelhos. Escovas de dentes elétricas podem ser recomendadas para pessoas que têm pouca agilidade, ou pouca força, nas mãos.

O dentista ou o higienista dental podem recomendar pastas de dentes ou soluções orais de higiene que contêm flúor ou produtos anti-placas ("controle de tártaro").

Deve-se manter as dentaduras, os aparelhos dentais e outros utensílios sempre muito limpos. Tais cuidados incluem escová-los regularmente e mergulhá-los em uma solução de limpeza.

Cuidado Profissional: Uma limpeza regular dos dentes, feita pelo dentista ou higienista dental, é importante para a remoção da placa, que pode se acumular mesmo com a escovação cuidadosa e uso do fio dental. A

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limpeza feita pelo profissional inclui a raspagem e polimento dos dentes. Esse processo envolve diversos instrumentos ou aparelhos que soltam e removem depósitos que se acumulam entre os dentes.

Muitos dentistas recomendam a limpeza profissional dos dentes pelo menos a cada seis ou doze meses. A limpeza e o exame mais freqüente podem ser necessários durante o tratamento de muitos transtornos dentais/orais. Recomenda-se um exame dental de rotina no mínimo uma vez por ano. Esse exame pode incluir raio X dos dentes. Veja também procedimentos de identificação e remoção da placa dentária.

Resultado: Uma boa higiene oral previne muitos transtornos dentais e orais, além de ser muito importante para o tratamentos desses transtornos. Uma boa higiene oral resulta em dentes e boca saudáveis.

Complicações: Normalmente não há complicações. No entanto, a escovação e uso do fio dental de modo vigoroso ou inadequado podem provocar lesões nas gengivas.

Consulte o dentista ou o higienista dental se você precisar de instruções ou demonstrações sobre técnicas adequadas de escovação e uso do fio dental, ou ainda para marcar um exame ou limpeza de rotina.

Pele:

A superfície da pele deve sempre permanecer o mais limpa possível, já que tanto a sujidade como a simples acumulação de secreções cutâneas podem alterar o seu funcionamento e, consequentemente, provocar o aparecimento de reacções inflamatórias e o desenvolvimento de infecções. Importa referir que, embora a pele seja colonizada por inúmeros microorganismos saprófitos, ou seja, que em condições normais não são nocivos, caso estes se reproduzam em excesso ou encontrem condições favoráveis para habitarem, por exemplo, perante uma diminuição das defesas naturais do organismo, podem tornar-se patogénicos

A limpeza da pele baseia-se na utilização de água e sabonete . Enquanto a água arrasta a sujidade, a dissolução do sabonete no líquido forma, com o manto de gordura cutâneo, uma emulsão, que facilita o arrastamento das partículas e dos microorganismos acumulados na superfície. É igualmente conveniente utilizar uma esponja ou equivalente para esfregar o corpo, de modo a eliminar a sujidade e também para "massagear" o tecido cutâneo e estimular a circulação sanguínea, contribuindo para a nutrição e manutenção da elasticidade da pele.

Vestuário:

Do mesmo modo que tomamos banho, tudo o que entra em contacto direto com nosso corpo precisa estar limpo.

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Portanto, as roupas também têm que ser lavadas com frequência. É por isso que a gente troca de camisa, meias, cuecas, todos os dias.

A nossa casa também tem roupas: tapetes, carpetes, toalhas de mesa, lençóis e cobertores de cama, toalhas, pano de cozinha. Tudo isto também deve ser lavado com frequência, porque a higiene também deve ser praticada dentro de casa.

Regras:

A roupa deve ser bem lavada e passada a ferro. Usar roupa limpa. Usar roupa e calçado confortáveis. Colocar a roupa suja para lavar.

O homem com saúde participa ativamente da vida. O homem doente é um espectador.