Hilario Ribeiro e Sua Produção Didatica

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HI RI O RIBEIRO E SUA PRODUÇÃO DI TICA DE LI VROS DE LEITURA Francisca Iza be l Per eir a Maciel - Pro fes sor a do Pro gra ma de Pós-Gradua çã o da FaE/UFMG ia Gard!nia "# da $# %am&elo - 'ouoranda da FaE/UFMG Introdução (o longo dos s)culos* a &reocu&ação com a ransmissão de saberes e &ráicas na soc ied ad e dem andara m e dem and am um esf orç o co n + nuo # ( ins i uiç ão esc ola r ) in,enada como lugar reser,ado ransmissão de con.ecimenos# egundo 0incen* 1a.ire e 2.in 345567* o 8ue eles denominam 9forma escolar:* cu;a in,enção eria ocorrido no decorrer dos s)culos <0I e <0II* caraceriza-se* enre ouros as&ecos* &ela 9escriuralização-codificação dos saberes e das &ráicas:= Uma &edagogia do desen.o* da m>sica* da ai,idade f+sica* da ai,idade miliar* da dança ec# não se faz sem uma escria do desen.o* uma escria musical* uma escria es&ori,a* uma escria miliar* uma escria da dança# ? modo de socialização escolar )*  &ois* indissociá,el da naureza escriural dos saberes a r an sm i ir # ? modo de socializ ão escola r )* &o r an o * indissociá,el da naureza escriural dos saberes a ransmiir 3&# @4#7# ( ransmissão desse código orna-se* &orano* a arefa &rimordial da escola* como reieram 0incen * 1a.ire e 2.in 345567= ? ob;ei,o da escola ) de a&render a falar e a escre,er segundo regras gramaicais* orográficas* esil+sicas ec# ?ra* ) &reciso reomar o 8ue se ornou uma e,id!ncia culural= a escola ) o lugar de a&rendizagem da l+ngua# 3###7 ( forma escolar de relaçAes sociais ) a forma social consiui,a do 8ue se &ode denominar uma relação escriural-escolar com a linguagem e com o mundo# 3&# @B#7 C nesse meio* em 8ue saberes 3escriurados7 e disci&linas se mesclam* 8ue os li,ros didáicos ornam-se dis&osii,os &ri,ilegiados da escolarização# Eles con!m não a&e nas a 9ma )r ia: * ma s am b)m ,al ore s mor ais* com &or amen ais e nac ion ais# ? g!nero de li,ro didáico* con.ecido como 9li,ros de leiura:* &resa-se bem a isso# ( +ulo de eDerciar a leiura e a escria* &ri,ilegiando ou não ceros saberes* esses li,ros consiuem um imenso re&osiório de consel.os de moral* de bom com&orameno* de  boa condua* da &iedade* de res&eio ao &róDimo* de amor fam+lia e ria* de rememoração dos feios e daas considerados da 9nacionalidade: ou da 9.umanidade: e a ) me smo eDal a çã o ao regi me &o l+ ico de &l an ão* al)m de udo a8 uilo 8u e se considera digno da formação da criança e do ;o,em= a naureza 3e suas &ares7* o +ndio* o folclore* os 9grandes ,ul os: da ci!ncia* das ar es* do des&or o* da &ol+ ica e c#* conano 8ue re&resenem o oimismo* a &erse,erança* a abnegação* o alru+smo e odas essas aiudes idas como nobres e ele,adas#  o rasil* a &rodução de li,ros didáicos só se iniciou no s)culo <I<* a&ós a ransfer!ncia* em 4H* da sede da monar8uia &oruguesa &ara o $io de aneiro e a liberação das ai,idades de im&ressão# abe-se* conudo* 8ue 9eram raros os li,ros

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HILÁRIO RIBEIRO E SUA PRODUÇÃO DIDÁTICA DE LIVROS DELEITURA

Francisca Izabel Pereira Maciel - Professora do Programa de Pós-Graduação daFaE/UFMG

Káia Gard!nia "# da $# %am&elo - 'ouoranda da FaE/UFMG

Introdução

(o longo dos s)culos* a &reocu&ação com a ransmissão de saberes e &ráicas nasociedade demandaram e demandam um esforço con+nuo# ( insiuição escolar )in,enada como lugar reser,ado ransmissão de con.ecimenos# egundo 0incen*1a.ire e 2.in 345567* o 8ue eles denominam 9forma escolar:* cu;a in,enção eriaocorrido no decorrer dos s)culos <0I e <0II* caraceriza-se* enre ouros as&ecos* &ela9escriuralização-codificação dos saberes e das &ráicas:=

Uma &edagogia do desen.o* da m>sica* da ai,idade f+sica* daai,idade miliar* da dança ec# não se faz sem uma escria dodesen.o* uma escria musical* uma escria es&ori,a* uma escriamiliar* uma escria da dança# ? modo de socialização escolar )*

 &ois* indissociá,el da naureza escriural dos saberes aransmiir# ? modo de socialização escolar )* &orano*indissociá,el da naureza escriural dos saberes a ransmiir 3&#@4#7#

( ransmissão desse código orna-se* &orano* a arefa &rimordial da escola*como reieram 0incen* 1a.ire e 2.in 345567=

? ob;ei,o da escola ) de a&render a falar e a escre,er segundo regrasgramaicais* orográficas* esil+sicas ec# ?ra* ) &reciso reomar o 8uese ornou uma e,id!ncia culural= a escola ) o lugar de a&rendizagemda l+ngua# 3###7 ( forma escolar de relaçAes sociais ) a forma socialconsiui,a do 8ue se &ode denominar uma relação escriural-escolar com a linguagem e com o mundo# 3&# @B#7

C nesse meio* em 8ue saberes 3escriurados7 e disci&linas se mesclam* 8ue osli,ros didáicos ornam-se dis&osii,os &ri,ilegiados da escolarização# Eles con!m nãoa&enas a 9ma)ria:* mas amb)m ,alores morais* com&oramenais e nacionais# ?

g!nero de li,ro didáico* con.ecido como 9li,ros de leiura:* &resa-se bem a isso# (+ulo de eDerciar a leiura e a escria* &ri,ilegiando ou não ceros saberes* esses li,rosconsiuem um imenso re&osiório de consel.os de moral* de bom com&orameno* de

 boa condua* da &iedade* de res&eio ao &róDimo* de amor fam+lia e Pária* derememoração dos feios e daas considerados da 9nacionalidade: ou da 9.umanidade: ea) mesmo eDalação ao regime &ol+ico de &lanão* al)m de udo a8uilo 8ue seconsidera digno da formação da criança e do ;o,em= a naureza 3e suas &ares7* o +ndio*o folclore* os 9grandes ,ulos: da ci!ncia* das ares* do des&oro* da &ol+ica ec#*conano 8ue re&resenem o oimismo* a &erse,erança* a abnegação* o alru+smo e odasessas aiudes idas como nobres e ele,adas#

 o rasil* a &rodução de li,ros didáicos só se iniciou no s)culo <I<* a&ós aransfer!ncia* em 4H* da sede da monar8uia &oruguesa &ara o $io de aneiro e aliberação das ai,idades de im&ressão# abe-se* conudo* 8ue 9eram raros os li,ros

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didáicos nas 3&ou8u+ssimas7 escolas de &rimeiras leras criadas &ela &rimeira lei brasileira de Insrução P>blica* de 4J: 3(2I2(* JHHL* &# 7# (os &oucos* ao longodo s)culo <I<* foram-se inroduzindo os li,ros didáicos no coidiano escolar* masacom&an.ar esse &rocesso ) eDremamene dif+cil* &ois* al)m da dimensão coninenaldo rasil* o n+,el &rimário de ensino esá* desde o dis&osii,o legal denominado (o

(dicional de 4@6* a cargo das Pro,+ncias 3durane a Monar8uia7 e dos Esados 3desde a &roclamação da $e&>blica* em 457* consiuindo res&eci,os sisemas de ensino# Emconse8!ncia dessa descenralização* os li,ros adoados nas escolas são muiodi,ersificados* aendendo a &>blicos regionais e a) locais# Muias ,ezes* a &ró&ria

 &rodução desses li,ros ) regionalizada#

Os livros didti!os d" Hilrio Ri#"iro !o$o %ont" " o#&"to d" inv"sti'(ção

 a &rimeira d)cada do s)culo <<I foram inensificadas &es8uisas desen,ol,idasno cam&o da .isoriografia educacional brasileira 8ue conem&lam a ,ida e as obras do

 &rofessor "ilário $ibeiro 346-4B7# Pes8uisadores como $azzini 3JHH7* KlinNe

3JHHJ7* 2rindade 3JHHJ7* %orr!a 3JHHB7* Pfromm eo e# al#34567 8ue desen,ol,eramou desen,ol,em &es8uisas 8ue conem&lam a abordagem .isórica do li,ro didáico e desua maerialidade* desinado &rinci&almene ao ensino &rimário nas d)cadas finais dos)culo <I< e &rimeira meade do s)culo <<* sinalizam a circulação e usos das obrasdesse &rofessor como recursos maeriais rele,anes uilizados no &rocesso de ensinoa&rendizagem#

 os eDos resulanes dessas &es8uisas enconram-se fores ind+cios acerca dainensidade com 8ue essas obras circularam em escolas &rimárias brasileiras*conribuindo* em deerminado momeno* na formação e manuenção de uma culuraescolar# ( &arir dessas fones &ode-se inferir 8ue os li,ros didáicos elaborados &or "ilário $ibeiro i,eram uma re&resenai,idade significai,a nos cam&os ediorial eeducacional brasileiro#

(&esar do desa8ue como &rofessor e &ro&rieário de escola* no Esado do $ioGrande do ul* &ro,a,elmene nas d)cadas de H-H do s)culo <I<* de er &ublicadomanuais didáicos# endo esses* uma s)rie de leiura graduada com&osa de= %aril.a

 acional* Primeiro 1i,ro de 1eiura 3Ollabario7* egundo 1i,ro de 1eiura 3cenarioinfanil7* 2erceiro 1i,ro de 1eiura3a erra* no mar e no es&aço7 e uaro 1i,ro de1eiura 3Paria e de,er7Q e os li,ros Grammaica Elemenar e Geografia do $io Grandedo ul# ão escassos rabal.os de análise* mais minuciosa* sobre suas obras e auação

 &rofissional no cenário educacional#Ese rabal.o esá circunscrio análise de as&ecos maeriais e de cone>do da

s)rie de leiura graduada* elaborada &or "ilário $ibeiro* &ublicada inicialmene &ela9ediora %arlos Pino R %ia* enre os anos 4H e 4H: 3I22E%?U$2* 455@* &#4JL7 &oseriormene &elas Edioras "# Garnier e Francisco (l,es#

Um dos desafios enconrados na consrução desse esudo foi a dificuldade emconseguir eDem&lares originais* ou mesmo có&ias 3DeroD* microfilmadas oudigializadas7 das obras &ara análise# Em elo "orizone* o (cer,o 1uzia MeOer ornou-se um local de refer!ncia &or &ossibiliar o acesso de &es8uisadores a obraseducacionais raras# esse es&aço* foram dis&onibilizados os seguines eDem&lares=%aril.a acional 345L47* Primeiro 1i,ro de 1eiura 3Ollabario7 345JJ7* egundo 1i,rode 1eiura 3s#d#7# ? 2erceiro 1i,ro de 1eiura 3a erra* no mar e no es&aço7 345J47* foiad8uirido em uma li,raria de li,ros raros em ão Paulo# %omo não conseguimos er 

acesso ao uaro 1i,ro de 1eiura 3Paria e de,er7 nese rabal.o abordaremos a&enas osdemais li,ros da s)rie graduada#

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?s obsáculos eDisenes no acesso a obras didáicas &odem esar relacionadosaos as&ecos sugeridos &or aisa 3JHHJ* &#7*

2raa-se de um li,ro ef!mero* 8ue se desaualiza com muia,elocidade &or8ue o mundo muda* &or8ue as edioras 3buscando

am&liar seu mercado7 mudam o li,ro a cada no,a edição# 2raa-seamb)m de um li,ro 8ue raramene se rel!* a 8ue dificilmene se ,ola &ara buscar dados ou informaçAes e* &orano* de um li,ro 8ue &oucas,ezes se guarda 3###7

Fernandes 3JHH6* &#L@7* corrobora com essa dimensão do li,ro didáico aoafirmar 8ue*

de modo geral* o li,ro didáico em sido des,alorizado de&ois deseu uso imediao &or cum&rir uma função es&ec+fica na ,ida dosindi,+duos* ou se;a* &or ser inr+nseco ao coneDo escolar*

ornando-se descará,el e sem ,alor fora de seu coneDooriginal# 

%onsidera-se 8ue esse caráer e,anescene aribu+do ao li,ro didáico* se;arecene* a) meados do s)culo <<* esse ob;eo era considerado &or muios um 9bem defam+lia: re&assado de geração a geração# C recorrene relaos de &essoas 8ue esudaramnas d)cadas de 45@H/456H a&onarem o manual escolar como um ob;eo ,alioso# 9Fuialfabeizada em 456* o li,ro era ,el.o* &arece 8ue era guardado &ela fam+lia .á muiosanos# Min.a mãe in.a esudado nele:4# o enano* em-se &or .i&óese 8ue a fala dees&aços e condiçAes ade8uadas &ara guardar esse i&o de maerial em conribu+do com8ue se orne raridade# Uilizou-se como &rocedimeno meodológico nese rabal.o o

9&aradigma indiciário:# Essa escol.a se ;usifica não somene &ela radição com 8ueesse &rocedimeno embasa os regisros .isóricos* mas &elo 8ue a&resena defecundidade na leiura do maerial le,anado &ara análise# ?u mel.or* a busca dos dados

 ;á &re,! os seguimenos 8ue* indubia,elmene* abrirão fresas nas &oras da realidadein,esigada# Esse modelo e&isemológico emergiu na esfera das ci!ncias .umanas* nofinal do s)culo <I<* ornando-se am&lamene o&erane como sa+da &ara o debae 8ueo&Ae 9racionalismo: e 9irracionalismo:# (&esar da eDis!ncia de &ouca eorização ares&eio* o ensaio de Ginzburg 34557 raz im&oranes esclarecimenos sobre aldis&osii,o de &es8uisa# egundo Ginzburg 3455* &#67=

? &aradigma indiciário consise em realizar um rabal.o de

in,esigação minuciosa* buscando &isas* ind+cios* deal.es 8uaseim&erce&+,eis* mas 8ue &odem conribuir de maneira fundamenal &ara a com&reensão de e,enos e fenSmenos in,esigai,os# (ssimcomo o caçador busca rasros* &egadas* &ulsaçAes* o .isoriador  &recisa esar aeno aos deal.es* s lacunas* s min>cias das fones.isóricas &es8uisadas#

Esa )cnica surge* inicialmene* no cenário ar+sico* em arigos escrios &eloialiano Gio,anni Morelli* cu;o 9m)odo morelliano: ) ainda .o;e res&eiado &elos.isoriadores da are# Para disinguir as obras de are &elo auor* seria necessário ir al)mdas caracer+sicas mais e,idenes dos 8uadros* a8uelas 8ue obedeciam s &eculiaridades

da escola a 8ue a8uele &inor &erencia# ( &remissa era ficar aeno aos &ormenores mais

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descuidados* como os lóbulos das orel.as* as un.as e a forma dos dedos 8ue*minuciosamene regisrados* confirma,am a originalidade do auor#

(ssim* o &aradigma indiciário &re,! uma aenção es&ecial &ara &ormenoresnormalmene considerados sem im&orTncia* ou a) ri,iais* como uma c.a,e &ara sealcançar &roduos essenciais &ara o ser .umano# Porano* dados a&arenemene

negligenciá,eis &odem le,ar-nos a uma realidade com&leDa 8ue não &ermiiria umaeD&erimenação direa# ão seria esse o caso das &es8uisas 8ue dialogam com a.isória 'ecifrar* ler as &isas no maerial selecionado* eis a arefa a 8ue nos &ro&omoscomo in,esigadores do cam&o educacional# %omo defende Ginzburg 3455* &#47* 9omesmo &aradigma indiciário usado &ara elaborar formas de conrole social sem&re maissuis e minuciosas &ode se con,erer num insrumeno &ara dissol,er as n),oas daideologia V###W:#

( &ul,erização de documenos 8ue conem&lam a ,ida e a obra de "ilário$ibeiro de (ndrade e il,a foi um desafio na organização dese rabal.o# %om oob;ei,o de con.ecer e com&reender as&ecos sobre a maerialidade e cone>do da s)riegraduada elaborada &or esse auor* alguns documenos 8ue conem&laram o ensino

 &rimário foram omados como fones# 'enre esses* desacam-se= &arecer do %onsel.o'irecor 34L7Q &edidos de li,ros realizados &or escolas mineirasQ li,ros de in,enáriode escolasQ corres&ond!ncias dos maeriais en,iados s escolasQ o caálogo das

 &ublicaçAes do Insiuo acional do 1i,ro 345@/45@57Q &rogramas de ensinoQ 8uarodos cinco manuais escolares 8ue com&Aem a s)rie graduada#

( análise e o enrecruzameno dessas di,ersas fones &ermiiram um ol.ar sobrea maerialidade e os cone>dos ,eiculados na s)rie graduada organizada &or "ilário$ibeiro# Ese eDo esá di,idido em duas &ares disinas e inrinsecamene ariculadas#Primeiramene* ) eDibido um bre,e .isórico do mo,imeno do Ensino Primário cominuio de fornecer elemenos ca&azes de &ossibiliar a com&reensão do cenárioeducacional* ao 8ual* essas obras foram desinadas# Por fim* ) a&resenada a análise dosas&ecos maeriais e de cone>do da %aril.a acional 345L47* Primeiro 1i,ro de 1eiura3Ollabario7 345JJ7* egundo 1i,ro de 1eiura 3s#d#7# ? 2erceiro 1i,ro de 1eiura 3aerra* no mar e no es&aço7 345J47#

 

Ensino Pri$rio) (l'uns (*ont($"ntos

? mo,imeno em 8ue se insere o ensino &rimário no rasil em uma ra;eória8ue &ode ser considerada ardia e com&leDa# 2ardia &or8ue ) a &arir de meados dos)culo <I< 8ue se em uma maior &reocu&ação com &ol+icas educacionais desinadas aesse n+,el de ensino e com&leDa &or en,ol,er ,ários faores econSmicos* &ol+icos e

sociais# 'esde o s)culo <I0* a &arir da educação ;esu+a* o ensino elemenar erarabal.ado de forma &recária e resria a uma &e8uena &arcela da &o&ulação# a8ueleconeDo esse n+,el de ensino fica,a sob a res&onsabilidade das fam+lias* conribuindoassim* 8ue o acesso fosse faciliado s elies e in,iabilizado a maioria da &o&ulação daselies#

'essa forma* mesmo com a im&lanação das 9aulas de &rimeiras leras: J* em4J* a insrução elemenar começa a er ,isibilidade legal com do 'ecreo Im&erial de4L de ouubro de 4J# (uores como 0idal R Faria Fil.o 3JHHL7 e Xoi 3JHH7*a&onam a im&orTncia desse 'ecreo como marco da oficialização da insrução

 &rimária brasileira# ? 'ecreo &re,ia* em seu arigo 4Y* a im&lanação de escolas de &rimeiras leras em cidades* ,ilas e lugares &o&ulosos 8ue fossem necessárias#

Uma lei ) elaborada a &arir de uma demanda gerada em algum dos segmenosda sociedade* como o &ol+ico* o econSmico ou o social# o &rocesso de elaboração*

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im&lanação e im&lemenação de uma legislação* esá im&licado um ;ogo de ensAes*conflios e &oder* susciado &elas siuaçAes e su;eios en,ol,idos#

( re&ercussão e os desdobramenos decorrenes da im&lanação e im&lemenaçãodo 'ecreo Im&erial de 4L de ouubro de 4J são sinalizados &ela im&rensa em ouubrode 45J# egundo 0idal R Faria Fil.o 3JHHL* &#J57* alguns ;ornais* como ? Paiz* aribu+am

daa um caráer fesi,o#

 Para ? Paiz* mais im&orane do 8ue* o grio do I&iranga* .a,ia sido oao de 4J* &ois 9só de&ois dele o &a+s iniciou ,erdadeira marc.a &ara sua inde&end!ncia# Ensinar a ler ao &o,o* era dar-l.ecom&reensão de Pária* de sua ,ida* de sua .isória* de suasfinalidades no mundo#

?uros ;ornais a&ro,eia,am o momeno do cenenário do ensino &rimário e* emsuas &áginas eram &ublicados arigos com den>ncias acerca do ele,ado +ndice deanalfabeismo e a necessidade de re&ensar esse n+,el de ensino#

? 'ecreo Im&erial de 4L de ouubro de 4J conem&la,a al)m da im&lanaçãode escolas de &rimeiras leras* os saberes e os cone>dos a serem ,eiculados# o arigoBY esa,a &rescrio 8ue=

?s &rofessores ensinarão a ler* escre,er* as 8uaro o&eraçAes deariim)ica* &raica de 8uebrados* decimaes e &ro&orçAes* as noçAesmais geraes de geomeria &raica* a grammaica da l+ngua nacional* os &rinc+&ios de moral c.risã e de dourina da religião ca.olica ea&osólica romana* &ro&orcionados com&re.ensão dos meninosQ &referindo &ara o ensino da leiura a %onsiuição do Im&)rio e"isoria do razil 3$(I1* 4J* &#J7

 

Ese arigo sugere* de cera forma* escassez e inade8uação dos maeriaisdidáicos uilizados como su&ore &edagógico no &rocesso de ensino da leiura emmeados do s)culo <I<# Para Pfromm eo e# al# 34567* mesmo eDisindo refer!nciasdo uso de caril.as &oruguesas nesse &er+odo* acredia-se 8ue essa uilização en.a sidolimiada# (ssim*

eram escassos os li,ros didáicos* &obres as escolas e &rimii,os os &rocedimenos de ensino# ( %onsiuição do Im&)rio* o %ódigo%riminal* os E,angel.os* e* s ,ezes* um o&>sculo conendo o resumode "isória do rasil* eis udo de 8uano dis&un.am as escolas doscenros mais &o&ulosos &ara a &ráica da leiura Pfromm eo e# al#

3456 &# 4B57#

( escassez de manuais escolares@ &ara o ensino elemenar &ode ser iner&readacomo sinalização da fala de com&romisso do go,erno com a im&lemenação dalegislação# 9Por ,ários moi,os a lei não se efei,ou en8uano &ráica* o 8ue demonsrao descaso do Esado &ara com ese n+,el de ensino: 3X?22I* JHH* &#L7# ?sin,esimenos financeiros e inelecuais mobilizados na organização da educação

 &o&ular foram baiDos e conse8uenemene o ensino &rimário &assou a aconecer dediferenes formas e em diferenes es&aços#

Em 4@6* um (o (dicional lei de 4J ad,ogou* denre ouras deliberaçAes*8ue a insrução &>blica &rimária ficaria sob a res&onsabilidade das &ro,+ncias# (ssim*

nos ?iocenos* s &ro,+ncias foi delegada a auonomia em relação s leis 8ue regiam ainsrução &>blica &rimária# Essa auonomia &ermiiu a di,ersidade das leis educacionais

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enre as &ro,+ncias brasileiras* o 8ue faciliou o surgimeno &aulaino dos sisemas deensino nas &ro,+ncias# Z legislação escolar foi dada uma maior aenção* &or ser considerada um camin.o &ara o &rocesso modernizador e um mecanismo ideológico

 &erinene# Isso se ;usifica &ela 9id)ia de 8ue a iner,enção das elies &ro,inciais* emma)ria de insrução* dar-se-ia inicial e &rimordialmene &or meio da legislação

educacional: 3F($I( FI1"?* JHH@ &#J7#(relada a busca &elo sucesso educacional esa,a a discussão sobre os m)odos eas )cnicas &edagógicas 8ue mel.or aenderia aos ob;ei,os &ro&osos ao ensino# esse

 &er+odo* não .a,ia uma uniformidade da insrução elemenar# Faores como a fala de &rofessores &re&arados6* a escassez de maerial didáico e a aus!ncia de es&açosade8uados s aulas conribu+ram &ara 8ue os sisemas educacionais das &ro,+nciasconinuassem em uma siuação de muliformidade no ensino#

%om o inuio de mel.orar a 8ualidade do ensino em Pro,+ncias como ão Pauloe Minas Gerais* os go,ernos se de&ara,am com o desafio de &adronizar a meodologiaa&licada nas escolas# ? li,ro seria uma o&ção como ferramena ca&az de faciliar essa

 &adronização# %omo ad,ere Maciel 3JHH@* &#J@7* 9buscar a uniformidade do ensino

mediane uma meodologia ornaria mais ,iá,el e racional se os &rinc+&iosmeodológicos &udessem ser maerializados em um com&!ndio desinado aos alunos eaos &rofessores:#

 a8uela )&oca* o discurso do &rocesso de escolarização esa,a ariculado aodiscurso do &rocesso modernizador* o 8ue demandou uma aenção es&ecial educaçãoescolar# 'enre os maeriais considerados ca&azes de conribuir &ara a efei,ação do

 &rocesso de ensino na Pro,+ncia* esa,a o li,ro escolar# Essa &erce&ção da im&orTnciado li,ro uilizado na educação escolar se faz &resene nos relaórios dos &residenes daPro,+ncia* como nos informa Maciel 3JHH@ &# J@7=

( &edido do &residene Pedro (lcTnara %er8ueira 1eie* foi nomeada

uma comissão &ara dar um &arecer sobre a insrução &>blica daPro,+ncia de Minas e* ao mesmo em&o* a&onar medidas a seremomadas &ara mel.orar a insrução &>blica# Enre as mel.oriasrelacionadas &or essa comissão esá a soliciação de com&!ndio &ara oensino da leiura e da escria#

 o ensino da leiura e da escria* no s)culo <I<* a fala de um maerial de a&oioao &rofessor e aos alunos dificula,a* ainda mais* as &ráicas e os bons resulados daa&rendizagem# egundo Faria Fil.o a&ud Frade 3JHH@ &#@7=

$elaórios de ins&eores de ensino* al como o de Peregrino

34@57* aesam 8ue na Pro,+ncia de Minas Gerais eram escassosos li,ros# ? relaório de Peregrino desaca 8ue 9cada disc+&ulorecebe de seus &ais* ou Educadores* um li,ro diferene* ou umacara manuscria com imensos erros de Gramáica e ?rografia*e raando sem&re de ob;eos* 8ue nada &odem ineressar aeducação da mocidade e 8ue &elo conrário* &odem muias ,ezesl.es ser &re;udicial#

(o &rofessor fica,a o desafio de a&ro,eiar os maeriais a&resenados &elosalunos* uilizando-os de forma a faciliar o &rocesso de ensino# ( escassez dos li,rosescolares e a necessidade de uma organização da disribuição e uilização desses ob;eossão &erce&+,eis nesses relaórios dos ins&eores de ensino# Essa escassez edesorganização dos li,ros escolares com&romeiam a 8ualidade do ensino* dessa forma*

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o in,esimeno e a &adronização de obras a serem uilizadas no ensino foi uma &reocu&ação do go,erno da &ro,+ncia* 8ue* aos &oucos* esabelecia uma organização emrelação aos li,ros escolares* ara,)s de normaizaçAes#

? li,ro im&resso ) um elemeno &erinene da comunicação ,erbal* e o discursoescrio conem&lado nesse ob;eo ) &are inegrane de uma discussão dialógica# ? li,ro

como mecanismo de mediação de con.ecimenos a&resena um discurso auorizado e*a) cero &ono* legiimado &or a8ueles 8ue de!m o &oder em uma deerminada )&oca#Ele ) um ob;eo mulifaceado* im&licado de conflios e ensAes* desde o seu &rocesso de

 &rodução a) a a&ro&riação do seu discurso# Para aN.in 3454* &#4J@7=

ele ) ob;eo de discussAes ai,as sob a forma de diálogo e* al)m disso*) feio &ara ser a&reendido de maneira ai,a* &ara ser esudado afundo* comenado e criicado no 8uadro do discurso inerior* semconar as reaçAes im&ressas* insiucionalizadas* 8ue se enconram nasdiferenes esferas da comunicação ,erbal 3cr+icas* resen.as* 8ueeDercem influ!ncia sobre os rabal.os &oseriores* ec#7#

'esare* o li,ro sem&re foi considerado ob;eo muio im&orane* &rinci&almenecomo ,e+culo de disseminação de saberes a serem reafirmados ou a&ro&riados &elasociedade# o sisema de ensino* &ercebe-se com maior clareza a im&orTncia e afunção do li,ro# o rasil* o li,ro didáico em sua função am&liada* a &ono dealgumas ,ezes ser considerado res&onsá,el &elo sucesso ou &elo fracasso escolar* comoafirma Pereira 3455L* &#7=

Embora o li,ro de,a ser a&enas um insrumeno auDiliar no rabal.odo &rofessor* em nosso &a+s* em função dos gra,es &roblemas ano deesruura do sisema educai,o 8uano de formação do &rofessor* ele

acaba se ransformando no seu &rinci&al elemeno de a&oio* numsinSnimo de 8ualidade de ensino* res&onsá,el &elo sucesso ou &elofracasso de nossa educação#

 o ocane ao li,ro e ao ensino da leiura e da escria* sabe-se 8ue* com anecessidade de difundir am&lamene o ensino da leiura e da escria* surge e cresce auilização de m)odos &ara faciliar a mediação desse con.ecimeno s grandes massas*como recurso maerial de a&oio aos m)odos* ad,!m as caril.as de alfabeizaçãoL#

?uro marco na organização do ensino &rimário foi a reformulação desse n+,elensino* em ão Paulo* no final do s)culo <I<# Um maior in,esimeno ) &erce&+,elnessa reorganização* não a&enas em relação ao discurso* mas amb)m s realizaçAes*

como a im&lanação dos Gru&os Escolares* &ro;eos ar8uieSnicos es&ecialmene &lane;ados de acordo com os &adrAes de .igienização necessária ao es&aço de formaçãodo .omem moderno#

En,ol,endo muio mais 8ue a esruura f+sica das consruçAes* o in,esimenoinelecual foi inenso ano na im&lanação das s)ries graduadas como na formação do

 &rofessorado# ?s manuais escolares &assam a er maior ,isibilidade* assim* a &reocu&ação com os li,ros uilizados no &rocesso de ensino a&rendizagem ,ai desde aade8uação dos cone>dos inseridos nesse maerial a) o conrole mais r+gido do Esadona a8uisição e disribuição desse ob;eo# a8uele coneDo* &ercebe-se a fecundidadedos li,ros do i&o s)ries graduadasB* a &ublicação desse i&o de li,ro* no rasil* )sinalizada desde 4BB &or 'r# (b+lio %)sar orges [ o arão de Maca>bas#

 esse &er+odo* alguns enra,es dificula,am a im&lemenação da regulamenaçãodo li,ro escolar# 'enre esses* esa,a 9o alo cuso dos li,ros e a escassez de li,ros de

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auoria nacional: 3M(%IE1* JHH@* &#J@7# ? alo cuso dos li,ros se da,a de,ido a umas)rie de faores# ( maioria dos li,ros uilizados* na8uele &er+odo* ad,in.a da França oude Porugal* o 8ue acarrea,a um cuso de im&oração muio ele,ado# ?s li,ros

 &roduzidos no &a+s* muias ,ezes* eram considerados de 8ualidade inferior e a seu &reçoera agregado o ,alor da ma)ria &rima - o &a&el - 8ue amb)m in.a um cuso muio alo*

de,ido im&oração# o 8ue ange resolução do &roblema ,inculado ao baiDo n>merode auores brasileiros* em algumas &ro,+ncias foram criadas esra)gias* como a&onaMaciel 3JHH@* &#J@57=

na enai,a de sanar a fala de auores de manuais escolares* ogo,erno insiui concursos e disribuição de &r!mios &ara auores deli,ros escolares no (r#B4 do $egulameno do Ensino P>blico eParicular - 4@* &#JH= são garanidos &r!mios aos &rofessores 8ueescre,erem com&!ndios e li,ros &ara uso nas escolas# Esses &r!miosserão concedidos &elo go,erno* de&ois de adoados os li,ros* a 8ue sereferem* e se farão efei,os* logo 8ue a assembl)ia &ro,incial .ou,er concedido 8uoa &ara ese fim#

%om esse i&o de legislação* o &rofessor &assa a ocu&ar amb)m um ouro lugar no ensino* o de auor de obras didáicas# Passa a eDisir um maior inceni,o &ara adi,ulgação das &ráicas &edagógicas consideradas de sucesso# Essa esra)gia adoada

 &elo go,erno de inceni,ar &rofessores a &roduzir obras didáicas &re,aleceu &or muioem&o* ano em n+,el esadual como nacional# EDisem ind+cios de 8ue essa esra)giafoi uilizada a) meados do s)culo <<#

Para iencour 3JHH6* &#6J7* 9a conce&ção de li,ro didáico e a sua desinaçãoeram deerminaçAes 8uase eDclusi,as do &oder &ol+ico educacional* 8ue &rocura,a* nogru&o da elie inelecual* a&oio &ara a &rodução desse i&o de lieraura:# Podemos

considerar "ilário $ibeiro um desses inelecuais* uma ,ez 8ue* sua ra;eória &rofissional* descria aneriormene* nos &ermie inferir 8ue ele &ensa,a e &roblemaiza,a a educação na8uele &er+odo#

 o 8ue ange circulação e uilização dessas obras em escolas &rimárias* a) omomeno* dis&omos de ind+cios 8ue a&onam 8ue a s)rie graduada de "ilário $ibeiro foiam&lamene difundida no rasil# a ca&a do 2erceiro 1i,ro de 1eiurada em-se aseguine informação= 9(do&ado nas escolas &ublicas da %a&ial Federal* nos Esados deMinas* $io Grande do ul* $io de aneiro* # Paulo* Pernambuco* %eará e ouros* e no1Oceu de (res e ?fficios do $io de aneiro:#

Esudos como de %orrea 3JHHB7* sinalizam uma &oss+,el circulação das obras de"ilário $ibeiro no Esado do (mazonas* ao comenar a ,isia do auor ao Esado e as

esra)gias* &or ele* adoadas &ara ,enda de seus li,ros#?uros documenos como= li,ros de in,enário* li,ros de corres&ond!nciasrecebidas e en,iadas s escolas* a&resenam ind+cios sobre a am&la circulação 8ue e,e as)rie de li,ros de leiuras graduadas de "ilário $ibeiro em Minas Gerais# (lgumascorres&ond!ncias de escolas* 8ue se enconram no (r8ui,o P>blico Mineiro*conem&lam soliciaçAes de li,ros da s)rie graduada dese auorQ

Pacoil.a @H 4 4L/HB/4'e= &rof# Maria Izabel ernardina $eis &/ Ins&# G# Ins# Publ# &edido &/ escola do seDo masc# da freguesia de ?uro Preo dos ob;eos# @Y li,ros

JY li,ros grammaica

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ari.meica4J 4Y li,ros de (b+lio ou "ilário $ibeiroDDDPacoil.a @H 4B 4J/ HB/4B [ (ra&onga'e= &rof# (nonio ( $amos &/ Ins&# Ins# Publ# &edido de 4H 4Y li,rosde "ilário $ibeiro* 4H JY li,ro de "# $#Q 4H @Y li,ros de "# $#* 4 resmade &a&el* 4J caneas* 4 d>zia de lá&is* 4 cD de &enas#

( análise e o enrecruzameno dessas di,ersas fones &ermiiram inferir 8ue osli,ros da s)rie graduada de leiura de "ilário $ibeiro circularam am&lamene em ,áriosesados brasileiros#

A s+ri" 'r(du(d( d" Hilrio Ri#"iro) (nlis" $(t"ri(l " d" !ont",do

( s)rie graduada elaborada &or "ilário $ibeiro ) com&osa &elas seguinesobras= %aril.a acional* Primeiro 1i,ro de 1eiura 3Ollabario7* egundo 1i,ro de1eiura 3cenario infanil7* 2erceiro 1i,ro de 1eiura3a erra* no mar e no es&aço7 euaro 1i,ro de 1eiura 3Paria e de,er7# Encadernadas e com dimensAes a&roDimadasde 4J cm < 4 cm* o 8ue &ode denoar uma &adronização dos dis&osii,os i&ográficosda )&oca#

Essas ca&as a&resenam informaçAes im&oranes sobre as obras como &r!mios eauorização# Em relação auorização obser,a-se 8ue nas ca&as dos li,ros &ublicadosde&ois de dezembro de 45@ .á o +ulo em leras de im&rensa grandes* logo abaiDo do+ulo* em leras de im&ressa menores* os seguines dizeres= 9U? (U2?$IX('?PE1? MII2C$I? '( E'U%(\]? E %U12U$(: e um n>mero de $EGI2$?#Esses dizeres indicam a consonTncia desas obras didáicas com a legislação* em ,igor na )&oca* e nos fornecem ind+cios do conrole das obras adoadas nas escolas# ?

'ecreo-1ei 4HHB/@ &re,ia 8ue a&ós a auorização de uso* o li,ro de,eria= coner na ca&a* im&resso direamene ou &or meio de ei8uea* osseguines dizeres= 1i,ro de uso auorizado &elo Minis)rio daEducação# Em seguida* enre &ar!nesis* declara-se-á ainda o n>merodo regisro feio &ela %omissão acional do 1i,ro 'idáico#:3'I^$I? ?FI%I(1* @H/4J/45@7

 esse &er+odo* o conrole das obras adoadas nas escolas era basane rigoroso#Esse rigor ;á eDisia* em menor ou maior grau* em alguns Esados# Em Minas Gerais*

 &or eDem&lo* os li,ros didáicos &ublicados &elos &oderes &>blicos eram* como8ual8uer oura obra* submeidos a&ro,ação do Presidene da Pro,+ncia* desde o finaldo s)culo <I<* como ficou insiu+do no regulameno nY 4HH de 4@# Em relação sobras de "ilário $ibeiro* o %onsel.o 'irecor da Pro,+ncia de Minas Gerais* em 4L*fez as seguines obser,açAes=

? %onsel.o 'irecor de&ois de er acuradamene lido a no,a serie deli,ros de "ilário $ibeiro &ara uso das escolas &rimarias* folga derecon.ecer 8ue forão corregidos os defeios da &rimeira serie ada&adade conformidade com o %onsel.o &elo finado Presidene de saudosamemória 'r# 2.eo&.ilo ?oni* e 8ue esa muio eDcede a oura naa&&licação dos &receios de &edagogia#

? %onsel.o affirma 8ue eses li,ros são >eis e necessários não

só ao disc+&ulo como ao &rofessor 3'?%UME2? '? ($UI0?P_1I%? MIEI$?*4L7#

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Esse documeno raz ind+cios do rigor desinado análise dos li,ros escolaresem Minas Gerais nas d)cadas finais do s)culo <I<# á em ão Paulo $azzini 3JHH*

 &#JH7* a&ona 8ue=

%om relação s ,alidaçAes oficiais* desde o in+cio da $e&>blica ogo,erno &aulisa conrolou a adoção dos li,ros didáicos nas escolas &>blicas &rimárias* 8uer se;a sob a alegação da necessidade deuniformização do ensino* 8ue se;a &or8ue legisla,a sobre &rogramas ecurr+culos* ou ainda &or8ue se con,erera em &rinci&al com&rador do &roduo#

( &reocu&ação com o conrole das obras didáicas ) recorrene amb)m emouros &a+ses como a&ona Ferrer 34555* &#6H7* ao afirmar 8ue na Es&an.a*

Em las &rimeras d)cadas del siglo <I<* cuando se dan los &rimeros &asos .acia la consiución del sisema educai,o nacional* loslegisladores inmediaamene se &lanean la cuesión del conrol de losmanuales escolares# %onscienes del im&orane &a&el 8ue los libros ;uegan em educación* los &oderes &>blicos se ,em obligados a omar decisiones acerca de su auorización O uso#

( ca&a da %aril.a acional raz no cenro o desen.o de duas crianças lendo umli,ro* as demais ca&as da s)rie graduada de leiura a&resenam a&enas os +ulos emdesa8ue e ouras informaçAes ;á mencionadas nese rabal.o# ( %aril.a e o Primeiro1i,ro de 1eiura a&resenam &oucas ilusraçAes* nesas obras* &ode-se considerar e,idenciada uma &reocu&ação com o código da escria# á o egundo e o erceiro 1i,rode 1eiura a&resenam uma m)dia de uma ilusração &ara cada lição# (s ilusraçAes

 &resenes na s)rie graduada são desen.os em &reo e branco# a escola &rimária* alinguagem escria e iconográfica dos eDos escolares se com&lemena,a com o ob;ei,ode des&erar o ineresse ou de faciliar* ara,)s do &rocesso associai,o* a memorizaçãonas crianças# Essa esra)gia de ,incular a imagem escria não ) algo recene# egundo(ra>;o 345B* &#6H7=

? uso de re&erório iconográfico como ,e+culo &ara `ilusrar` o eDoanecede de muio o li,ro im&resso# a radição manuscriora* em 8uese fiDaram alguns &adrAes es&ec+ficos 8uano dis&osição dasimagens na &ágina* foram marcanes os &a&iros do Egio faraSnico eos códices medie,ais#

(s gra,uras &ublicadas em manuais didáicos* &rinci&almene nos manuaisdesinados aos alunos do ensino &rimário* fornecem ind+cios de uma es&ecificidadeculural* de ob;eos uilizados em deerminado momeno* &or deerminada sociedade#Por isso considera-se 8ue essas gra,uras conribuem &ara o resgae .isórico de umcoidiano social* uma ,ez 8ue a maioria das ilusraçAes era de animais* crianças*

 &aisagens#

? Primeiro 1i,ro de 1eiura e a %aril.a acional

 o Primeiro li,ro de leiura ou ilabário* "ilário $ibeiro eD&lica o m)odo &araensinar a ler sem se referir escria* aus!ncia refleida maerialmene na obra &elo usoeDclusi,o da lera de im&rensa e &ela a&resenação gráfica das &ala,ras* com as s+labas

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sisemaicamene se&aradas &or .+fen# 2ais li,ros foram &remiados na ED&osiçãoPedagógica do $io de aneiro em 4@ e* em 4L* "ilário $ibeiro* ;á &rofessor doIm&erial 1iceu de (res e ?f+cios do $io de aneiro* &ublicou &ela 1i,raria Francisco(l,es a %aril.a acional ou o,o &rimeiro li,ro de leiura &ara 9o ensino simulTneode leiura e escria:# ? sucesso da obra &ode ser ,erificado nas informaçAes conidas nas

ca&as das ,árias ediçAes= a de 4 ;á ) nona ediçãoQ a de 4545 ) JH6 ediçãoQ &or fim* ade 45L4 ) de n>mero J6@# esa edição* o auor eD&lica o m)odo simulTneo dealfabeização=

( %aril.a acional em &or fim ensinar simulaneamene a ler e aescre,er# %omo a are da leiura ) a análise da fala* le,emos desdelogo o aluno a con.ecer os ,alores fSnicos das leras* &or8ue ) com o,alor 8ue .á de ler e não com o nome delas#Uma ,ez 8ue o aluno con.eça &erfeiamene o elemeno fSnicocorres&ondene a cada ,ogal* começará o &rofessor a ensinar-l.e aescre,er com giz* no 8uadro &reo* &rimeiro o i* 8ue ) a ,ogal maiselemenar* e sucessi,amene o u* "* o* e o (# 3&# B7

( %aril.a acional se diferencia de seu anecessor* o ilabário* &elo uso da leracursi,a ;uno com a lera de im&rensa em odas as liçAes e &ela a&resenação das

 &ala,ras sem a se&aração das s+labas# Embora o auor esi,esse &ersuadido de 8ue ono,o m)odo de alfabeização da %aril.a nacional fosse &or muios consideradosu&erior ao anigo* o ilabário amb)m coninuou a ser reediado a) 456L* daa da 4JLa

edição# ( reedição dessas duas obras do mesmo auor sinaliza 8ue não .a,ia consenso8uano ao mel.or m)odo de alfabeização e 8ue os no,os m)odos não eram.egemSnicos#

? egundo e o 2erceiro 1i,ro de 1eiura

 o egundo 1i,ro de 1eiura o auor usa como forma discursi,a faos comuns sfam+lias da )&oca* em 8ue a emáica da consiuição familiar* dos ,alores morais ec+,icos* dos animais dom)sicos* faziam &are do coneDo .isórico social# 'esa forma*suas obras aendiam

a &ro&osa de um ensino 8ue ocasse os senimenos da criança* &ro&osa essa recorrene no discurso educacional e 8ue considera,aser ara,)s do des&erar dos senimenos* 8ue a criança criaria umaidenificação com o eDo* o 8ue a faria senir ,onade de a&render KlinNe 3JHH@* &#4BL7#

( fam+lia ) refer!ncia* consiu+da &ela mãe* &ai e irmãos# ?s eDem&losadoados nas narrai,as &ermiem considerar a fam+lia como insiuição socialres&onsá,el &or im&lanar rudimenos de ci,ilidade# ( rele,Tncia do &a&el da fam+lia noconeDo do &rocesso de ensino-a&rendizagem da ci,ilidade ) &ercebida .á muio em&ocomo &onua $e,el 34554* &#4B7* ao comenar 8ue Erasmo em seu li,ro 9( ci,ilidade

 &ueril:* &ublicado em 4L@H* 9em &lena confiança na educação dom)sica* ) no seio dafam+lia e imiando os &ais 8ue a criança a&rende modos e cosumes# 2oda,ia* o fuuro daci,ilidade esá na escola:# endo a ci,ilidade uma a&rendizagem omada comofundamenal &ara a ordem social#

 os eDos a mãe ,ai a&arecendo como dona de casa* res&onsá,el direa &elaeducação dos fil.os# C uma &essoa ;usa* bondosa* caridosa* sabe cuidar de odos# ? &ai

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) uma figura &resene* geralmene* ) bem sucedido* bondoso e sábio# (s narrai,as 8uea&resenam &ais 8ue não são bem sucedidos &rofissionalmene* os enalecem com ouros,alores como a .onesidade e dedicação ao rabal.o# ?s &ais são sem&re a&resenadoscomo eDem&los a serem seguidos ano &elos meninos como &elas meninas#

?s irmãos são &ersonagens sem&re amigos* com&an.eiros de brincadeiras e

a,enuras* nurem um amor fraernal um &elo ouro# o enano* o conflio faz &are docoidiano* s ,ezes* os irmãos discordam enre si* mas conseguem su&erar as diferençase se man)m unidos# ? &erdão e o arre&endimeno são senimenos 8ue &o,oam asnarrai,as#

 esse li,ro sobressaem as crianças 8ue a&renderam com seus &ais a seremres&eiosas* amorosas e* sobreudo obedienes aos &ais# (s narrai,as são consru+das deforma a sensibilizar o leior a &erceber as ,anagens da obedi!ncia* sem discussão e8uesionamenos# (o &asso 8ue* as crianças mal educadas sem&re acabam &unidas#

(o longo das leiuras ) reraada a infTncia* a sociedade e muias ,ezes o &es8uisador ) enado a esabelecer relaçAes de &roDimidade com o seu coneDo aual# ( &ossibilidade de realizar uma leiura anacrSnica se faz &resene* o cuidado e o rigor ao

ol.ar &elas lenes do &assado de,em ser res&eiados# ?uro as&eco a ser considerado &elo &es8uisador ) o fao de 8ue os auores escre,em sobre uma infTncia e umasociedade &or eles idealizadas# ? 8ue &ermie algumas indagaçAes= ual seria a medidade a&roDimação desses eDos com a realidade da )&oca ( sociedade descria seria umaa&roDimação da realidade ou uma mea idealizada &elo auor

 a ca&a do 2erceiro 1i,ro de 1eiura 345J47* consa 8ue ese foi re,iso eacualisado &elo &rofessor (rnaldo de ?li,eira arreo* 8ue de cera forma* conribui

 &ara aumenar a credibilidade da obra#? 2erceiro 1i,ro de 1eiura ) consiu+do de 44B &áginas nas 8uais esão

disribu+das 4B liçAes* subdi,ididas em emáicas menores# ?s &ersonagens &rinci&ais doli,ro são= "enri8ue 3criança7 e o soldadin.o de c.umbo# ? soldadin.o de c.umbo narrasuas a,enuras &elo mundo* a&resena coninenes* &a+ses* cosumes* animais# Esse li,ro

 &ode ser considerado amb)m como li,ro de esudo* de,ido ao caráer enciclo&)dico# (obra 8ue con)m eDos abordando di,ersos assunos como= .isória da euro&a* .isóriadas (m)ricas* .isória aniga* geografia* ci!ncias* .igiene* ec

Em algumas narrai,as obser,a-se a &resença do ouro* iso )* a re&resenação doouro 8ue .abiou ou .abia um es&aço di,erso da8uele em 8ue o leior escolar seenconra# Esse ouro ) caracerizado &or &essoas diferenes do &ersonagem &rinci&al#Podendo ser de oura raça* culura* nacionalidade ou região# %omo eDem&los desseouro* &resene nessas obras em-se os sel,agens da ^frica* os c.ineses* os ;a&oneses*ec#

Consid"r(ç-"s %in(is

Em suas obras da s)rie de leiura graduada* "ilário $ibeiro* deiDa rans&arecer a &reocu&ação em acom&an.ar a realidade educacional* iso )* a ada&ação de suas obrass mudanças eóricas e meodológicas 8ue ocorriam eram consanes* na enai,a deade8uar da mel.or forma suas obras ao &>blico ao 8ual eram desinadas# Essa

 &reocu&ação fica e,idenciada na &rimeira &ágina da %aril.a acional 8uando o auor afirma= 9enendo 8ue ceros li,ros escolares não &odem su&orar uma longa eDis!nciaQeles !m uma duração limiada &ela ci!ncia &edagógica 8ue odos os dias &rogride ea&odera-se de no,os &rocessos:3&#@7#

"ilário $ibeiro &arici&ou efei,amene das discussAes 8ue en,ol,iam &ro&osaseducacionais# %onsidera-se 8ue as eD&eri!ncias no cam&o educacional* inelecual e seus

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conaos &ol+icos* conribu+am &ara a a&ro,ação de suas obras didáicas# o 8ue ange s)rie de leiuras graduadas de "ilário $ibeiro* a) o momeno não dis&onibilizamos dedados sobre o &er+odo* locais de circulação e usos das obras# EDisem ind+cios sobre

 &oss+,eis locais de circulação* como comenado nese eDo aneriormene*em algunsli,ros da s)rie são a&resenadas informaçAes do i&o= 9adoados no Esado de Minas* $io

Grande do ul* $io de aneiro* ão Paulo: ec# (lgumas lacunas &ermanecem= Em 8uemedida essa s)rie foi uilizada nesses Esados ual o &er+odo de &erman!ncia %omoocorria a di,ulgação dessas obras

Enfim* nese eDo le,anamos algumas refleDAes acerca da s)rie de li,ros deleiuras graduadas de "ilário $ibeiro# Essa s)rie ) um ob;eo de esudo fecundo e

 &ermie ,árias &ossibilidades de análise e ,árias ,erenes de &es8uisa* 8ue &oderão ser eD&loradas em ouro momeno#

.ot(s

4- %omenário realizado &or '# Maria %am&os ao descre,er o seu &rocesso de ensino

a&rendizagem da leiura e da escria* em 456#J- egundo il,a a&ud X?22I 3JHH7* 9a &ala,ra 9aula: nesse &er+odo não de,e ser enendidacomo a de uso correne na aualidade# os aos oficiais* 8ue criaram as aulas r)gias* a &ala,ra )sinSnima de escolas###:@ - (doa-se a conce&ção de manual escolar cun.ada &or (lain %.o&&in 3455J7 a&ud (2I2(e# al# 3JHHJ* &#@@7* 9&or manual escolar com&reendem-se os uiliários da sala de aula= eles sãoconcebidos na inenção* mais ou menos eD&l+cia ou manifesa segundo as )&ocas* de ser,ir desu&ore escrio ao ensino de uma disci&lina no seio de uma insiuição escolar:#6 - ( maioria do &rofessorado era leiga= &essoas 8ue ermina,am o 6Y ano do ensino &rimário e aassa,am a minisrar aulas# as cidades do inerior a escassez de &rofessores 8ualificados &ermiia um n>mero cada ,ez maior de leigos# a maioria das ,ezes* re&roduziam a )cnica damesma forma 8ue foram ensinados#

L - (doamos a mesma conce&ção de caril.a a&resenada &or ?2? 3JHH6* &#65L7= 9&oder-se-ia dizer 8ue o ermo caril.a consiui um desdobrameno da &ala,ra 9carin.a: 8ue* &or sua ,ez*era usada [ em l+ngua &oruguesa [ desde o &rinc+&io da Idade Moderna* &ara idenificar a8ueleseDos im&ressos cu;o &ro&ósio eD&l+cio seria o de ensinar a ler* escre,er e conar#(&resena,am usualmene o abecedário* a consrução das &ala,ras e suas subdi,isAes* algunseDceros sim&les com cone>dos moralizadores* 8uase sem&re &recedidos de eDceros de oraçAesou de salmos* &oso 8ue a religiosidade era a marca da8uele ensino &rimário 8ue* &ouco a &ouco* se consiu+a# ( &ala,ra caril.a* 8ue ,em de carin.a* remona* &or seu urno* ssiuaçAes mais corri8ueiras e fre8enes= a) o s)culo <I<* boa &are 3muias ,ezes a maioria7dos eDos escrios 8ue as crianças raziam de casa &ara uilizá-los na escola como maeriais deensino da leiura eram manuscriosQ denre esses* as caras eram uma fone &ri,ilegiada### Muioseram os meninos e meninas 8ue* em Porugal* a&renderam a ler inicialmene mediane a leiurade carin.as### Z semel.ança e &or analogia* elabora-se [ &ara os &rimeiros eDos im&ressoscom a finalidade alfabeizadora [ a eD&ressão 9carin.a de leiura:# 'a+ ,em caril.a:#B - egundo (2I2( e#al# 3JHHJ* &#@L7* ?s li,ros do i&o s)ries graduadas se caracerizam=9como coleçAes de li,ros desinados s 8uaro s)ries do ensino elemenar* &odendo incluir um8uino* ,olado &ara a alfabeização ou &ara um oura s)rie* de acordo com a organização dosisema de ensino:#

R"%"r/n!i(s Bi#lio'r%i!(s

($(_?* Emanuel# ( consrução do li,ro# $io de aneiro= o,a FroneiraQ ras+lia=I1 - Insiuo acional do 1i,ro* 45B#

8/16/2019 Hilario Ribeiro e Sua Produção Didatica

http://slidepdf.com/reader/full/hilario-ribeiro-e-sua-producao-didatica 14/15

(K"2I* MiN.ail# MarDismo e Filosofia da 1inguagem= &roblemas fundamenais doM)odo ociológico na %i!ncia da 1inguagem# ão Paulo= Ediora "uciec* 454#

(2I2(* (nonio (# G# Um ob;eo ,ariá,el e insá,el= eDos* im&ressos e li,rosdidáicos# In= 1eiura * "isória e "isória da leiura* edied bO M# ($EU# %am&inasQ

ão Paulo= Mercado das 1eras* (ssociação de 1eiura do rasilQ F(PEPQ JHHJ#

(2I2(* (nSnio (# G#Q G(10]?* (na M# ?#Q K1IKE* Karina# 1i,ros escolares deleiura - uma morfologia 34BB-45LB7# $e,isa rasileira* Maio/un/ul/(go* nYJH*

 &&#J-6* JHHJ#

(2I2(* (nonio (uguso Gomes# Pa&)is ,el.os* manuscrios im&ressos= &aleógrafosou li,ros de leiura manuscria# In ($EU* Márcia e %"(P?%"IK* elson 3org#7#%ulura 1erada no rasil# %am&inas= Mercado das 1eras* &&# -44B* JHHL#

I22E%?U$2* %irce Maria Fernandes# 1i,ro 'idáico e %on.ecimeno "isórico=

uma "isória do aber Escolar# ão Paulo# 2ese 3'ouorado em "isória7 -- Faculdadede Filosofia* 1eras e %i!ncias "umanas* Uni,ersidade de ão Paulo*455@#

I22E%?U$2* %irce# F# (uores e ediores de com&!ndios e li,ros de leiura 344H-454H7# ão Paulo* $e,isa da Faculdade de Educação da UP* @H 3H@7= 6L - 654*se/dez# JHH6#

?2?* %arloa# (&render a ler enre caril.as=ci,ilidade* ci,ilização e ci,icmos &elaslenes do li,ro didáico# Educação e Pes8uisa* ão Paulo* ,#@H* n#@* &#65@-L44* se/dez*JHH6#

$(I1# 1ei de 4L de ouubro de 4J# Manda crear escolas de &rimeiras leras emodas as cidades* ,illas e logares mais &o&ulosos do Im&)rio# 'is&on+,el em=.&=//J#camara#go,#br/legislacoes/doim&)rio#

%?$$E(* %arlos "umbero (l,es# (s ,árias faces do circuio do li,ro escolar=noas &ara a com&reensão de seu funcionameno no coneDo educacional amazonense 34LJ a45HH7# (nais do 0I %ongresso 1uso-rasileiro de "isória da Educação# UFU*UberlTndia* &#@4L [ @4B* JHHB#

F($I( FI1"?* 1uciano M# "isória da Educação# %oleção 0eredas# 0ol#@ elo

"orizone= ecrearia Esadual de Educação* JHH@#FE$('E* (nonia 2# de %# 1i,ros didáicos em dimensAes maeriais e simbólicas#Educação e &es8uisa* ão Paulo# 0# @H* n#@ &#L4@-LJ5* se#/dez#JHH6#

FE$$E$* (le;andro 2# 1a lecura como e;e ,erebrador de la &racica escolar uma &ers&eci,a .isórica# In= %(2$?* $ui 0ieira e al# 3?rgs#7 I Enconro Inernacionalsobre Manuais Escolares# Manuais Escolares= esauo* funçAes* .isoria# raga*Porugal= 1usografe* 4555#

F$('E* Isabel %# (# # Um &asseio &elo ar8ui,o &>blico mineiro* esado* auores*

edioras e usuários* enre &edidos e remessas de caril.as em Minas Gerais* no in+cio do

8/16/2019 Hilario Ribeiro e Sua Produção Didatica

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