História da Fibromialgia · • Geralmente a dor é presente sem estimulação, ... ( no quadrante...

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1 FIBROMIALGIA x DOR MIOFASCIAL Ft. Milena Carrijo Dutra [email protected] História da Fibromialgia À 150 anos ocorreram as primeiras considerações 1850 Froriep: relatou que pacientes com reumatismo apresentavam pontos endurecidos em seus músculos dolorosos a pressão 1904 Gowers: denominou essas alterações clínicas de fibrosite Fibromialgia Fibro – fibras de tecido conjuntivo Mia – músculo Algia – dor ou condição dolorosa O conceito de fibromialgia surgiu através dos estudos de Smythe e Moldofsk em 1970 Descreveram os Tender Points Tender Points da Fibromialgia Tender pionts são diferentes dos pontos gatihos miofasciais (PGM), os quais são pequenos pontos de hipersensibilidade, que quando palpados geram dor aguda local, referida ou irradiada Geralmente a dor é presente sem estimulação, associada a limitação de movimento, fraqueza muscular e espasmos Desenvolvem devido a sobrecarga e tensão

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FIBROMIALGIAx

DOR MIOFASCIAL

Ft. Milena Carrijo [email protected]

História da Fibromialgia

• À 150 anos ocorreram as primeiras considerações

• 1850 Froriep: relatou que pacientes com reumatismo apresentavam pontos endurecidos em seus músculos dolorosos a pressão

• 1904 Gowers: denominou essas alterações clínicas de fibrosite

Fibromialgia

• Fibro – fibras de tecido conjuntivo• Mia – músculo• Algia – dor ou condição dolorosa

• O conceito de fibromialgia surgiu através dos estudos de Smythe e Moldofsk em 1970

• Descreveram os Tender Points

Tender Points da Fibromialgia

• Tender pionts são diferentes dos pontos gatihosmiofasciais (PGM), os quais são pequenos pontos de hipersensibilidade, que quando palpados geram dor aguda local, referida ou irradiada

• Geralmente a dor é presente sem estimulação, associada a limitação de movimento, fraqueza muscular e espasmos

• Desenvolvem devido a sobrecarga e tensão

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Tender x TriggerTender Point: • É uma área sensível no músculo, mais especificamente na

junção miotendínea

Trigger Point: • É um local irritável, localizado em uma estrutura de tecido

mole, mais freqüentemente no músculo, caracterizado por baixa resistência e pela alta sensibilidade em relação a outras áreas.Dor em queimação, com banda de tenção e núduloscom irradiação.

Definição da Fibromialgia

• Síndrome dolorosa crônica caracterizada por desordem músculo-esquelética

• História de dor generalizada com mais de 3 meses duração, acometendo:– Hemicorpo direito– Hemicorpo esquerdo– Abaixo da cintura – Acima da cintura– Dor axial

(American College of Rheumatology, 1990)

Definição da Fibromialgia

• É uma síndrome reumática não - articular, caracterizada por dor musculoesqueléticadifusa e crônica, e presença de múltiplas regiões dolorosas, denominadas tender points, especialmente no esqueleto axial.

(WOLFE et al., 1990)

Epidemiologia

• 5% da população americana

• 10% da população brasileira (classe social baixa)

• Entre 30 e 60 anos

• Relação de até 15 mulheres:1homem

• 93% Raça branca

• Pode acometer crianças e idosos (Cavalcante, 2006).

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Fibromialgia Juvenil• Na infância a fibromialgia tem sido descrita desde 1985 por Yunus

& Mais.• 25% dos pacientes referem apresentar sintomas dolorosos desde a

infância.

• Em escolares a prevalência de dores musculoesqueléticas é de 1,2 a 7%, com idade média de 10 anos.

• Esse diagnóstico torna-se progressivamente mais freqüente com o aumento na faixa etária de 8 a 21 anos.

• A presença de dores em alguma parte do corpo nos últimos três meses ocorre em 70% das crianças, ao menos uma vez por mês, em 32%, ao menos uma vez por semana, sendo mais rara a queixa de dor diária.

• Um levantamento mexicano observou que 1/3 de crianças pré-escolares apresenta queixas dolorosas musculoesqueléticas e 1,3% destas preenchem critérios para fibromialgia.

Fibromialgia Juvenil• Por que a Fibromialgia Juvenil ocorre?

Apesar de não se saber o que causa a fibromialgiajuvenil, diversos fatores estão envolvidos em suas manifestações, fazendo que a criança fique mais sensível frente a processos dolorosos, a esforços repetitivos, à artrite crônica, a situações estressantes como cirurgias ou traumas, processos infecciosos e distúrbios psicológicos

• Acredita-se que exista uma interação de fatores genéticos, neuroendócrinos, psicológicos e distúrbios do sono predispondo o indivíduo à fibromialgia.

(Antônio, 2001)

Etiologia da Fibromialgia

• Causa Desconhecida

• Fatores multifatoriais

• Stresse, traumas físicos, psicológicos,

agentes infecciosos e patologias préveas

(Nery, 1999)

Classificação da Fibromialgia

• Primária

• Apresenta o quadro clínico da doença sem qualquer outra patologia associada

• Secundária

• Ocorre concomitante mente a outra patologia

• Geralmente reumatológica

(Maurizio, 1997)

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Fisiopatologia da Fibromialgia

• Alterações nos sistemas:

• Músculo esqueléticos

• Neuroendócrino

• Sistema Nervoso

(Haun, 2001 e Bastos, 2003)

Fisiopatologia da Fibromialgia

• Músculo Esquelético:

• Histológicamente apresentam atrofia muscular

• Aumento de nociceptores na junção miotendínea

• Presença de fibras eslásticas, reticulares de colágeno tipo III

• Diminuição no fluxo sanguíneo• Rigidez e fadiga muscular

(Caillet,2000)

Fisiopatologia da Fibromialgia

• Neuroendócrino:

• Alterações hormonais• Modificação do padrão de liberação do hormônio de crescimento• Redução de IGF-1 (Fator Trófico Muscular)• Deficiência no processo recuperativo do organismo, tornando

músculos, tendões e ligamentos fadigados e mais susceptíveis a lesão

• GH diminuído produz como conseqüência uma baixa reparação tecidual muscular ao microtrauma e um aumento na transmissão nociceptiva das fibras nervosas periféricas aos neurônios do corno dorsal da medula espinhal

(Kinoplich,2003)

• GH diminuído altera o sono!!!

• Provavelmente a diminuição da secreção desse hormônio deva-se ao comprometimento do sono, uma vez que sua liberação pode ocorrer durante as fases 3 e 4 do sono profundo.

• Neste sentido, o exercício pode ter fundamental importância já que a realização de atividade

motora pode estar relacionada ao aumento da secreção de IGF-1 e hormônio do crescimento

(GOMES et al., 2006; LEME et al., 2007).

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Fisiopatologia da Fibromialgia

• Sistema Nervoso:

• Hipersensibilidade dos neurônios do corno dorsal da medula espinhal

• Ocasionando dor anormal transmitida pela substância P

(Kinoplich,2003)

Fisiopatologia da Fibromialgia

• Dor:

• Hiperprodução do neurotransmissordenominado substância ´´P´´, responsável pela transmissão da dor

(Kinoplich,2003)

• Diminuição as serotonina, que diminui e modula os impulsos nociceptivos

(Maurízio, 1997, Haun, 2001)

Quadro Clínico da Fibromialgia

• Dor difusa por todo o corpo, migratória.

• Com ao menos 11 dos 18 tender points ativados por 3 meses

• Diagnosticado pela palpação 4kg ou Dolorímetro (algômetro)

(American College of Rheumatology, 1990)

• Tender point pode ser considerado um ponto que quando submetido à palpação digital é referido desconforto doloroso no local pressionado.

• Em relação à digitopressão, a intensidade de força aplicada para diagnóstico equivale a 4kg. F. com uso de dolorímetro

(WEIDEBACH, 2002).

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Os Pontos da Fibromialgia• Os pontos dolorosos correspondem a inserções

tendíneas ao osso ou a ventres musculares:

• Occipitais (inserção dos músculos suboccipitais)• Paravertebrais cervicais (entre os processos transversos de

C5 a C7)• Borda superior do trapézio (ponto médio)• Supra-espinais (em sua origem sobre as escápulas, na

borda medial)• Segunda junção condrocostal (na superfície das costelas

anteriores)• Epicôndilos laterais dos cotovelos (2 cm distalmente aos

epicôndilos)• Glúteos médios ( no quadrante superior externo)• Trocanteres maiores dos fêmures (posteriormente às

proeminências)• Interlinhas mediais dos joelhos (no coxim gorduroso medial)

Quadro Clínico da Fibromialgia

• Dor - acúmulo de tensão em diferentes partes do corpo• Fadiga - 90%• Depressão e ansiedade – 25%• Localização mais comum da dor: coluna vertebral, cinturas

escapular e pélvica, parede anterior do tórax. • Distúrbios do sono e fadiga – 80%• Rigidez matinal , sensação subjetiva de edema , fenômeno

de Raynauld, tonturas e palpitações ocorrem em 58 a 80% dos casos.

• Humor Alterado• Outras afecções como enxaqueca, síndrome do cólon

irritável, tensão pré-menstrual, zumbido , ocorrem em 30%-60% dos casos

• Restrição da fáscia: superficial e profunda (Marques, 2007).

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(Functional Magnetic Resonance Imaging Evidence Of Augment Pain Processing In Fibromyalgia

Gracely R, et al. Arthritis Rheum 46: 1333-1343, 2002)

• 16 pacientes SFM / 16 controle

• Estímulo pressórico moderado nos pontos dolorosos • Ativação de 13 áreas cerebrais• A RM firmou-se como o melhor exame na avaliação

dinâmica na fibromialgia• Dor real e não comportamental

• Explicação associada ao estresse para défict de atenção

(Functional Magnetic Resonance Imaging Evidence Of Augment Pain Processing In Fibromyalgia

Gracely R, et al. Arthritis Rheum 46: 1333-1343, 2002)

• Hipoperfusão no núcleo caudado (núcleo da base, aprendizado e memória) e tálamo (Reorganiza os estímulos vindo da periferia)

• Existem evidências que em pacientes fibromiálgicos apresentam fluxo sanguíneo cerebral diminuído nas áreas do tálamo, núcleo caudado e regiões pré-frontais essas áreas são responsáveis pela integração, análise e interpretação dos estímulos dolorosos que controlam as sensações e a afetividade.

• Mesmo com as discussões sobre o assunto, não se conseguiu definir se o hipofluxo sanguíneo écausador da fibromialgia ou se é conseqüência do desequilíbrio neuro-hormonal

(ANTONIO, 2001; HAUN et al.,2001).

• A fibromialgia provoca um impacto negativo e significativo no nível de vida dos pacientes devido às modificações decorrentes nos padrões interpessoais, profissionais, familiares e sociais.

• Os sintomas da fibromialgia comprometem a capacidade para o trabalho e para a realização de tarefas domésticas, esse impacto correlaciona-se fortemente com a intensidade da dor, com a fadiga originada e com o decréscimo da capacidade funcional

(PROVENZA et. al., 2005).

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Curiosidade

• Termografia:(Sociedade Brasileira de reumatologia, 2009)

• Visão humana através do espectro infravermelho

• Detecta áreas inflamadas através da temperatura

Fibromialgia

• A maioria dos pacientes com fibromialgiaprocuram diversos médicos.

• São submetidos a múltiplos tipos de exames e recebem diversos rótulos e diagnósticos.

• Ou...

• Rotulados com hipocondíacos e histéricos

(Goldenberg, 1989)

Tratamento da Fibromialgia

• Medicação:

• Antinflamatórios, indutores do sono, relaxantes musculares, antidepressivos.

• Mudança dos hábitos de vida (sedentarismo, perfeccionismo, vida agitada, stress).

• Fisioterapia (TENS,US, Crioterapia, Massoterapia)

• Exercícios físicos,relaxamento e alongamento.

• Acompanhamento psicológico

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Benefícios das Atividades Físicas Para a Fibromialgia:

• Diminuição na sensação de tensão muscular (Wigers et al, 1996)

• Redução no número de “tender points” (Burckhardt,1994)

• Redução na dor localizada nos “tender points”.(Burckhardt, 1994)

• Diminuição da dor corporal geral (Valim, 2006)

• Benefícios psicológicos - aumento da sensação de bem estar, diminuição no sentimento de vulnerabilidade e aumento da auto-

eficácia, além da diminuição da ansiedade e da depressão.(Buckelew 1998)

Benefícios das Atividades Físicas Para a Fibromialgia:

• De acordo com Marques (2002) a prática do exercício físico apresenta um efeito

analgésico pela liberação de serotonina e funciona como um antidepressivo, além de proporcionar uma sensação de bem-

estar global e de autocontrole.

Atividades F ísicas Para a Fibromialgia:

• Considerações:• A literatura científica é clara quando diz que, na grande maioria dos casos, ocorre um aumento dos sintomas da doença (principalmente dor e fadiga)

após o início de um programa de atividades físicas regulares.

• Contudo, este desconforto vai diminuindo na medida em que o portador de SFM dá continuidade ao seu treinamento.

• Logo, inicie o treinamento com cargas leves e, também, motivar seu aluno na convicção de que ao longo do tempo (até 2 meses) este desconforto irádesaparecer.

Atividades Físicas Para a Fibromialgia:

• Considerações:

• Muitos pacientes tornam-se fisicamente inativos porque a dor pode ser aumentada com o início do treinamento . (Mengshoel,1996)

• Pacientes com fibromialgia apresentavam menor capacidade física quando

comparados a uma amostra da população geral (Natvig et al.1998).

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Atividades Físicas Para a Fibromialgia:

Mengshoel et al.(1995):

• Investigaram a relação entre a capacidade aeróbica e os níveis de fadiga, dor e esforço pós-exercício de pacientes com fibromialgia.

• Resultados : pacientes com fibromialgiaapresentavam maiores níveis de fadiga, esforço

e dor induzida pós-exercício comparados a indivíduos saudáveis.

• Além disso, a intensidade da dor permaneceu acima do valor prévio ao exercício por mais de 24

horas.• Entretanto, os autores não constataram diferença

significante na capacidade aeróbica.

Tipo de Exercícios:

• A literatura mostra que programas de exercícios físicos aeróbicos são os mais utilizados nos experimentos que pretendem verificar os efeitos sobre os sintomas da SFM.

• Há, porém, relatos de intervenções com fortalecimento, flexibilidade e relaxamento muscular, combinados com exercícios aeróbicos; e força muscular.

• Além desses, há experimentos com exercícios físicos associados à terapia cognitiva

(Fusco, 2005)

Autor x Tipo de exercício x Intensidade x Duração x Conclusão

• Nichols et al. (1994), exercício aeróbico (caminhada) 20´, 3 x/sem. Contínuo: 60-70% da FC max.8 sem.Sem benefíc ios

• Meyer et al. (2000), caminhada de alta e baixa inten sidade3 x/sem. carga aumentada gradativamente24 sem.Baixa intensidade é benéfica

• Ramsay et al. (2000), exercício aeróbico supervisiona doe não-supervisionado60 min. 1x/semana12 sem.Ambos sem benefícios

• Wigers et al. (1996), exercício aeróbico e terapia de manejo do estresse45 min., 3 x/semana4 picos: 60-70% FC max.1 4 sem.Ambos benéficos; ex.aeróbico mais efetivo

• Autor x Tipo de exercício x Intensidade x Duração x Conclusão

• Meiworm et al. (2000), exercício aeróbico (natação, b icicleta, caminhada e corrida)25 minutos, 2 vezes/semana,12 sem.Benéfico

• Sabbag et al. (2000), exercício aeróbico60 min., 3 x/ sem. 60-70% da FC max., 24 sem.Benéfico

• Martin et al. (1996), programa de exercícios aeróbic os, alongamento e fortalecimento60 min., 3 vezes/semana 6 sem.,Benéfico

• Jentoft et al. (2001), exercício aquático e em solo ( aeróbico, along. fortalecimento e relax)60 minutos, 2 vezes/s emana,20 sem.Ambos benéficos

• Mannerkorpi et al. (2000), hidroterapia e educativo,2 4 sem.Benéfico

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• Autor x Tipo de exercício x Intensidade x Duração x Conclusão

• Mengshoel et al. (1992), exercício de endurance + de 25 repetições, muscular de baixa-intensidade por 20 se m.

Benéfico.

• Hakkinen et al. (2001), treinamento de força (RML), 1 5 -25 repetições, 2 vezes/semana por 21 sem.Benéfico.

• Marques et al. (1994), exercício de alongamento,1 vez/semana,por 6 sem.Benéfico.

• Assis (2005), piscina deep water , solo, aeróbico por 15 semanas, benéfico

Estudos Sobre Fibromialgia:

• Martin L et al,1996; Mannerkorpi K etal.2002: pesquisas com quatro meses de

duração ou mais foram capazes de verificar a melhora de vários parâmetros fisiológicos e de

qualidade de vida.

• Van Santen M et al., 2002; Jones KD e Clarck SR, 2002:

• Demonstraram que as mudanças e adaptações ao treinamento parecem mesmo necessitarem de um tempo maior para acontecerem nesta população.

(Geel S, Robergs RA. The effect of graded resistance exercise on fibromyalgia symptoms and muscle

bioenergetics: a pilot study. Arthritis Care Res 2002;47:82-6)

• Treino de força para mulheres pré-menopausadas com SFM e mulheres saudáveis.

• 2 sessões de treino por semana• 3 primeiras sem – de 15 a 20 repetições com 40 a 60% de RM• 4 sem seguintes – de 10 a 12 repetições com 60 a 70% de RM• 7 últimas sem – de 8 a 12 repetições com 60 a 80% de RM

• Resultados: igual capacidade de treinamento do sistema neuromuscular nas mulheres saudáveis e nas portadoras da SFM.

• Conclusão: O treino de força progressivamente aplicado seguramente pode ser incluído no tratamento da SFM, atuando na diminuição dos sintomas e aumentando a capacidade funcional dos doentes.

(Jentoft ES, Kvalvik AG, Mengshoel AM. Effects of pool-based and land-base exercise on women with

fibromyalgia/chronic widespread muscle pain. ArthritisRheum 2001;45:42-7)

• Em um outro estudo, portadores da SFM fizeram exercícios resistidos por 8 semanas em solo e água, 2 vezes por semana, executando 3 séries de 10 repetições com cargas que variaram entre 60 e 70% de RM

• Os resultados mostraram que este programa de exercícios atenuou de maneira significativa os sintomas da doença, com especial ênfase na diminuição da fadiga e melhora na qualidade do sono e do humor.

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• McCain et al. (1998) durante 20 semanas, com 42 pacientes fibromiálgicos divididos em 2 grupos

• G1- um submetido somente a um programa de condicionamento cardiovascular aeróbio

• G2- exercícios de alongamento

• Obteve como resultado aumento na performance cardíaca em 83% e melhora no limiar de dor sobre

os tender points das participantes do grupo de condicionamento aeróbio quando comparadas aos

selecionados somente para exercícios de alongamento.

• As evidências sugerem, até o momento, que as atividades aeróbias e sessões de

alongamento são benéficas , pois seus efeitos terapêuticos influencia vários aspectos da

fibromialgia, tais como, melhora das alterações isquêmicas e metabólicas nos tender points, além de aumentar os níveis de endorfinas e

melhorar o estado mental e o padrão de sono

(VALIM, 2006).

Atividades Físicas Para a Fibromialgia:

• Condicionamento Aeróbio: caminhada, trote leve, natação, hidroginástica, bicicleta (aumento dos níveis de beta-endorfina e de serotonina, diminuição da dor, sensação de prazer, aumento da capacidade funcional, melhora do sono).

• Alongamento x Pompagens:( estiramento dos pontos retesados, alívio da dor, melhora do sono).

• Fortalecimento muscular: (nas áreas menos acometidas, intensidade leve: entre 50 e 70% de RM, de 15 a 30 repetições,1 a 3 séries). Não se deve trabalhar com altas cargas visando hipertrofia.

• Relaxamento:( tai chi, yoga, mentalização, meditação)

• Hidroginástica: pré-aquecida são recomendados (efeito miorelaxante)

(A EFICÁCIA DA POMPAGE, NA COLUNA CERVICAL, NO TRATAMENTO DA CEFALÉIA DO TIPO TENSIONAL

Hoffmann, J; Teodoroski,R.C.)

• A pompagem constitui uma técnica de terapia manual que, de acordo com Bienfait (1999):

• “...é uma forma de tensionamento lento, regular e progressivo de um segmento corporal, que proporciona alongamento das estruturas envolvidas, estimulando a circulação de líquidos e, consequentemente, promovendo um alívio da tensão na musculatura atingida...´´

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(A EFICÁCIA DA POMPAGE, NA COLUNA CERVICAL, NO TRAT AMENTO DA CEFALÉIA DO TIPO TENSIONAL

Hoffmann, J; Teodoroski,R.C.)• Realizada nos músculos posteriores e laterais da coluna cervical. • As sessões foram realizadas semanalmente, 5x sem, 10 sessões de 50´• Escala de dor analógica pré e pós teste

• A pompagem é realizada em três tempos. A mesma é descrita da seguinte maneira:

• Tensionamento : o terapeuta alonga lenta, regular e progressivamente, aquilo que a fáscia cede. Vai apenas até o limite da elasticidade fisiológica, sendo dosado pela sensibilidade;

• Manutenção da tensão: constitui o tempo principal da pompage, são fenômenos lentos, pois os miofilamentos de actina só podem deslizar lentamente entre os miofilamentos de miosina.

• Neste estudo foi mantido por 20 segundos cada manobra• Tempo de retorno: deve ser o mais lento possível, a fáscia que puxa a mão do

terapeuta, mas este controla a tração. • É realizado desta forma para não provocar o reflexo contrátil do músculo• Resultados:• Redução do tempo de permanência da dor, freqüência e intensidade• Redução da tensão em pontos de contratura muscular, diminuição de pontos

gatilhos e contratura

(Hidroterapia, pompagem e alongamento no tratamento de fibromialgia: relato de caso.

Fisioterapa e movimento;19(2):49-55,abrr-jun, 2006)

• Avaliações foram realizadas pré e pós teste, incluindo: postural e de flexibilidade pelo teste mão solo, positividade dos tender points pela digito pressão e avaliação da dor pela EVA

• Tto em hidro constituindo alongamentos e pompagens gerais em 10 sessões de 1 h.

• Observaram nos resultados melhora da flexibilidade, redução do limiar de dor, redução do espasmo, melhora do bem estar geral.

(Síndrome da Fibromialgia: tratamento na piscina aq uecida.Bastos, C.; Oliveira, E. M.;

Ver. Lato e Sensu, V.4, n.1,p,3-5, out 2003 Belém)

• Estudo de caso• Aplicação de exercícios em água aquecida 33

graus:• Alongamentos ativos• Fortalecimento dos principais grupos

musculares• Relaxamento por flutuação• Resultados:• Alívio da dor, diminuição da rigidez, diminuição

dos espasmos e melhora da autoestima

(Hidrocinesioterapia no tratamento de mulheres com fibromialgia.

Salvador, J; et al,2004Rev. Fisioterapia e Pesquisa )

• 4 mulheres entre 30 e 55 anos sem submissão a algum tipo de tto medicamentoso préveo

• Avaliação da qualidade de vida pelo questionário Whoqolbref, qualidade de sono pela escala de 1-péssima,2-ruim, 3-regular, 4-boa e 5-ótima, flexibilidade pelo teste do 3 dedo-chão, dor pela eva e AVD´s pelo ques tionário de impacto da fibromialgia FIQ

• Reavaliadas na 5 e 11 sessão

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• Protocolo de exercícios em 4 fases:

• 1- 5´ de aquecimento global com camihadana água antero posterior e latero lateral

• 2- 15´ de alongamento musular ativo de MMSS, MMII e dorsal sustentado por 20´´

• 3- Exercícios de FM ativo livre inicialmente de MMSS e MMII segudo com carga por alteres e pesos aquáticos de 1k. 3x 12 repetições

• 4- 20´ de relaxamento em DD com flutuadores

• 11 sessões de 70´ 3 x semanal

• Resultados:

• Melhora na qualidade do sono• Melhora na flexibilidade• Melhor do quadro álgico geral e localizado, por

redução da sensibilidade do tender point• Melhora na qualidade de vida, aumento da

resistencia física, diminuição de inatividade, melhora do condicionamento físico geral

• Tratamento multidiciplinar se torna necessário• Fator psicológico não apresentou mudança

satisfatória

Atividades Físicas Para a Fibromialgia: ACSM

• Iniciar com cargas leves, tanto para o condicionamento cardiorespiratório como para o neuromuscular, e respeitar um tempo maior de adaptação antes de propor aumento da carga

• Diminuir o trabalho de contrações musculares excêntricas para diminuir a dor tardia ao exercício

• Se o professor propuser uma nova carga de treino que provoque aumento da dor ou piora de quaisquer outros sintomas da doença, deverá diminuir a carga assim que observar este efeito

• Na medida em que o portador da SFM for se condicionando, a cargadeverá ser aumentada gradativamente, podendo chegar a 85% da FC máx para trabalhos aeróbios e a 70-80% de RM para exercícios neuromusculares, se, é claro, o paciente estiver treinado e respondendo bem à carga proposta

• Incluir exercícios de flexibilidade, respiração e relaxamento em todas as aulas

Lembrar• Apenas iniciar o planejamento após expressa autorização

do médico responsável e realização de avaliação física e anamnese completas

• O plano de treino deve ser individualizado e específico para aquele aluno

• Incluir atividades físicas que o aluno goste de praticar, para facilitar a aderência ás sessões de treino

• FREQUÊNCIA DE 2 A 3 VEZES POR SEMANA PARA INICIANTES E 3 A 4 VEZES PARA AVANÇADOS

• Antes da prática avaliação é essencial

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• a. Individualize a prescrição

• b. Tipo de exercício: Condicionamento aeróbio deve ser prescrito para todos, exceto quando houver condição associada que o contra-indique. Treinos de força e alongamento são seguros e podem ser prescritos se houver contra-indicação para treino aeróbio ou por preferência do paciente. c. A preferência do paciente deve ser considerada na escolha da modalidade.

• d. Modalidade: de baixo impacto• e. Intensidade: Treinamento na frequência cardíaca do limiar anaeróbio.

Quando fórmulas forem utilizadas, prescrever 65-70% da FCmax, ou 50-55% da FCR (Karvonen).

• f. Iniciar com carga menor e aumentar progressivamente (treino escalonado)

• g. Diminuir carga quando houver piora sintomática

• h. Evitar super treinamento

• i. Minimizar contrações excêntricas

• j. Se possível, oferecer programa supervisionado ou atividades em grupo

• k. Estimular pacientes a participar de grupos e associações

• l. Ser otimista sobre o quanto o exercício poderá ajudá-los (Valim, 2006).

Avaliação• Antes de iniciar um programa de treinamento para estes indivíduos, é

extremamente importante a realização de uma avaliação prévia cardiorrespiratória e funcional, além da revisão dos medicamentos em uso.

a. Avaliar risco cardiovascular b. Avaliar e tratar co-morbidades musculoesqueléticasc. Avaliação funcionald. Checar medicações em usoe. Perguntar sobre história pregressa de atividade física f. Quando o uso de medicamentos para fibromialgia estiver indicado, iniciá-lo quatro

semanas antes de começar a atividade física para melhorar a dor e tolerância ao esforço

g. Explicar a importância do exercício no tratamento h. Explicar que deverá ser “para sempre”i. Preparar o paciente para uma possível piora da dor nas primeiras oito semanas de

treinamento

• Explicar aos pacientes que os benefícios ocorrem após 8-10 semanas e continuam aumentando até 20 semanas.

(VALIM, 2006).

DOR MIOFASCIALou

Síndrome dolorosa miofascial

Definição da Dor Miofascial

• A síndrome dolorosa miofascial é definida como uma disfunção neuromuscular regional que tem como característica a presença de regiões sensíveis em bandas musculares contraturadas/tensas, produzindo dor referida em áreas distantes ou adjacentes.

• Esta dor miofascial pode se originar em um único músculo ou pode envolver vários músculos, gerando padrões complexos e variáveis de dor.

(WOLENS, 1998)

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Etiologia da Dor Miofascial

• Traumas (macro e micro traumas), infecção ou inflamação devido a uma patologia de base, alterações biomecânicas (discrepância de membros, aumento acentuado dos seios) e posturais, distensões crônicas, esfriamento de músculos fatigados, miosite aguda.

(ZOHN, 1988)

• Lesões localizadas de músculos, ligamentos, cápsulas articulares, desequilíbrios endócrinos, exposição prolongada ao frio, deficiência de vitaminas C, complexo B, estrógeno, K+ e Ca+ , estress emocional, tensão fadiga, inflamação, deficiência muscular.

(MANNHEIMER E LAMPE, 1984; FISHER, 1986)

Quadro Clínico da Dor Miofascial

• Trigger Points• Queixa de dor regional • Espasmo muscular segmentar (fáscia e banda

muscular tensa palpável) • Ponto dolorido na banda muscular • Restrição de alguns graus de amplitude de

movimento (ADM)• Reprodução de queixa durante pressão no ponto• Alívio da dor pelo estiramento da fáscia e músculo

subsequente

Trigger Point

• O ponto gatilho é um lugar irritável, localizado em uma estrutura de tecido mole, mais freqüentemente no músculo, caracterizado por baixa resistência e pela alta sensibilidade em relação a outras áreas

(FISHER, 1995)

• Quando se estimula esse ponto por 30 segundos com uma pressão moderada, surge uma dor irradiada e fraqueza muscular.

Síndrome dolorosa miofascialX

FibromialgiaDOR MIOFASCIAL

• Trigger points :

bandas de tensão

• Músculos afetados:

isolados / regionais

• Nível crítico de dor:

2 kg / cm 2

• Assimétrico

FIBROMIALGIA

• Tender points :

junção miotendínea

• Músculos afetados: generalizado e difuso

• Nível crítico de dor:

4 kg / cm 2

• Simétrico

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DOR MIOFASCIAL

• Qualquer idade• Irradiação: zona de dor

referida• Triggers Points em número

variado• Amplitude de movimento

restrito ou não• 20% têm fibromialgia• Espasmo com

encurtamento

FIBROMIALGIA

• 30 – 65 anos em geral• Irradiação da dor:

ausente• 11 dos 18 Pontos ativos• Amplitude de movimento

restrito pela rigidez• 72% têm Trigger ativo

• Espasmo

Atividade Física Para Dor Miofascial

• As recomendações são as mesmas indicadas para um indivíduo saudável (exercícios aeróbios e anaeróbios, fortalecimento muscular,flexibilidade, relaxamento)

• A intensidade de trabalho pode variar de leve a intensa (50 a 85% de RM, de 60 a 85% da FC máx.)

• Ressalva: não trabalhar exercícios contra- resistência em áreas com muita dor ou vários trigger poits. Espere passar a crise e enfatize pompagens e alongamentos e exercícios aeróbios nesta fase

• O trabalho em água pré-aquecida é recomendado (efeito miorelaxante)

Terapia Manual e Massoterapia

• Diminuição da dor através da melhora da circulação e oxigenação do local

• Aumento da flexibilidade muscular

• Relaxamento muscular

(Hoshi, 2009)

(Efeitos do yoga com e sem a aplicação da massagem t ui na em pacientes com fibromialgia. Silva G.,D.et al.

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP -2005

http://www.teses.usp.br

• 33 pacientes com fibromialgia (FM) foram submetidas a 8 sessões semanais de Yoga (grupo YR, n=17) ou Yoga e massagem Tui Na (grupo YRT, n=16).

• Foram avaliados: questionário de impacto da FM (FIQ), dolorimetria, escalas visuais analógicas para a dor (EVA) e notas verbais para a dor antes da 1ª sessão e após a 8ªsessão.

• Ambos os grupos apresentaram reduções significativas nos resultados do FIQ após o tratamento e nas EVA em todas as sessões. As EVA e notas verbais mostraram que o grupo YR apresentou reduções significantes da dor no seguimento, mas não na sessão 8, enquanto o grupo YRT as apresentou já na sessão 8, porém não no seguimento.

• Portanto, o Yoga mostrou-se eficaz na redução dos sintomas da fraqueza muscular e a adição da massagem reforçou a diminuição da tensão ansiedade e dor