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Visão O Instituto Belém pretende ser uma instituição de ensino superior associada à visão afetiva e comprometida da nossa igreja que se esforça para proclamar uma men-sagem centrada em Deus, que busca glorificar a Cristo, e ao Espírito Santo. Que se utiliza das Santas Escrituras para auxiliar na formação espiritual de homens e mulheres eq-uipando-os para cumprir os propósitos do Reino de Jesus Cristo no século 21 e forjar discípulos fiéis para ele de toda raça, tribo, língua, povo e nação.

Propomos espalhar o conhecimento de Deus, que desperta não apenas o intelecto, ou o conhecimento in-telectual, mas principalmente o amor e o desejo de viver numa intensa e apaixonante busca por Cristo. Esta é a razão da existência da nossa escola. E é esta a visão que desejamos compartilhar com todos.

AutorMoisés Carneiro

Você pode fazer uma doação para ajudar a manter esse projeto. Deposite o valor que desejar! Caixa E.

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História da IgrejaCurso Básico em Teologia

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Aplicação no estudo deste livro Você deve estar perguntando qual a melhor maneira de es-tudar este livro e extrair o máximo possível de proveito. Ao pensar nisso, elaboramos alguns métodos que poderão lhe ser úteis.Seja Motivado Motivação é um princípio peculiar na vida de todos os que anseiam alcançar um objetivo. É impossível alguém atingir o ápice de um grande sonho sem ter em sua bagagem o item motivação. Muitos já iniciaram alguma coisa, mas só obtiveram o êxito aque-les que se mantiveram motivados até o final.

Seja motivado para orar, para ler, para meditar, para pes-quisar, para elaborar trabalhos e estudos bíblicos. Se sentir-se sem motivação busque-a através do Espírito Santo. Faça petições a Deus e leia sua Palavra, pois são fontes inesgotáveis para sua reno-vação, e por final procure mantê-la acesa até findar o curso. “Se não existe esforço, não existe progresso.” Fredrick Douglas

Seja Organizado e Disciplinado a) Ore a Deus ao iniciar seus estudos e peça que lhe ajude a ter um maior proveito do assunto em pauta. b) Estude em lugares reservados. c) Evite ambientes com sons, ruídos e falatórios. Pois você pode perder sua concentração no estudo. d) Procure adicionar outros importantes materiais à cada lição a ser estudada, como por exemplo:

• Bíblias de Estudos: se possível, com traduções que sejam difer-entes.• Dicionários.• Concordância Bíblica.

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Proibida a comercialização• Livros: cujos assuntos sejam relacionados ao tema de cada lição.• Lápis e bloco para anotações.

e) Leia e estude cada matéria durante a semana, reserve pelo menos 1 hora por dia para fazer isso.

f) Faça anotações, especialmente àquelas que lhe causarem dúvidas.

g) Responda aos questionários assim que terminar de es-tudar cada lição. Eles irão fortalecer o assunto em sua mente.

h) Reserve períodos da semana para você elaborar trabalhos voltados à matéria estudada em cada mês.

i) Formule perguntas ao professor, assim tanto você como ele fi-carão cada vez mais abalizados no aprendizado.

Em suma, todos esses itens elaborados cuidadosamente pelo departamento de pedagogia do IB, são de um valor ines-timável para você, desde que procure segui-los conforme se seg-uem.

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Índice

Introdução

Lição 1Origem da Igreja e sua Expansão....................................................08

Lição 2Os Pais da Igreja e a sua Secularização...........................................27

Lição 3A Igreja da Idade Média e a Reforma Protestante.........................47

Lição 4A expansão da Reforma e a Contra-Reforma................................67

Lição 5Dos Heróis do século XVII à Atualidade........................................81

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Introdução

Este volume narra a história do CRISTIANISMO. A história do povo de Deus chamado Igreja, que vai desde a sua in-auguração até os dias atuais. Uma história que ostenta uma tra-jetória triunfante da Noiva de Cristo que ao longo dos séculos já sobrepôs e resistiu aos temíveis e sorrateiros levantes de seus opo-nentes. O estudo deste livro desnuda uma superior compreensão da cristandade e da sua influência sobre o mundo através dos sécu-los. Mostra a volatilidade de alguns homens que “conduziram” os princípios doutrinários nos séculos subseqüentes ao seu sur-gimento, em detrimento dos seus ambíguos interesses. Homens, que em alguma parte dessa história, foram mais instrumentos do maligno do que do Divino, ao “conduzirem” a Imaculada Igreja do Senhor Jesus. Este estudo ressalta o início da organização da comuni-dade cristã iniciada por Cristo quando este passou a convidar seus primeiros discípulos e lançar-lhes os fundamentos doutrinários da Nova Aliança. Afirma, contudo, que a Fundação ou a Inauguração da Igreja só veio a ocorrer no dia de Pentecostes, numa reunião de comunhão e oração no cenáculo entre aproximadamente cento e vinte irmãos, quando Jesus enviou sobre eles o Espírito Santo. Com a descida do Espírito Santo sobre aqueles primeiros irmãos, a Igreja recebeu poder para espalhar a Mensagem de Boas Novas no mundo todo. A vinda do Espírito Santo, no dia de Pentecostes, marca, portanto, a data inaugural da vida da igreja como organ-ismo espiritual. Essa é a história que desnuda os caminhos da Igreja com-prada na cruz por um alto preço, marcada por sofrimentos e perseguições, causados por tiranos de todas as épocas, que movi-

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dos pela injúria satânica, que tentaram sem sucesso algum, apagar o nome do CRISTIANISMO dos anais da história humana, a fim de que nunca mais fosse lembrado. Ao longo desses dezenoves séculos de existência, a Igreja em nen-hum momento foi derrotada, pois, como afirmou o seu FUNDA-DOR: JESUS CRISTO, sua jornada desde o princípio seria impo-luta e vitoriosa.

“Pois também eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt. 16.18).

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Proibida a comercializaçãoLição 1

Origem da Igreja e sua Expansão

A Igreja Cristã em todas as eras quer na passada, presente ou futura, é constituída por todos aqueles que crêem em Jesus de Nazaré, o Filho de Deus.

Definindo o termo IGREJA O estudo desta lição não deseja elucidar as temáticas que definem a estrutura doutrinária, institucional ou governamental da Igreja, algo que é peculiar em outro estudo, mais propriamente conhecido como Eclesiologia ou Doutrina da Igreja, onde trata destas questões de forma clara e concisa. Contudo, propõe uma rápida definição do termo Igreja antes de mergulhar em sua vasta história. O vocábulo português “igreja”, vem do termo grego ek-klesia e também do latim ecclesia que dá o sentido de “uma as-sembléia de convocados para fora”. Na antiga Grécia seu sentido era amplo e tinha uma conotação de “assembléia popular dos ci-dadãos da cidade”. Por vezes, tinha o sentido de “convocação ex-traordinária”. A Septuaginta, tradução do Antigo Testamento (do he-braico para o grego), emprega o termo ekklesia aproximadamente cem vezes, relacionando-o com o vocábulo hebraico qahal: as-sembléia, congregação, multidão (de Israel), e significa uma con-vocação para uma assembléia e, o ato de reunir-se (Dt 9.10; 2 Cr 6.3). Precisa-se notar que ekklesia é usada com frequência na Sep-tuaginta para traduzir a palavra qahal, e nunca ‘edah (sinagõgê, igual a sinagoga). O uso cristão do termo ekklesia no Novo Testamento pos-

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sui um significado mais específico. Em Mateus 16.18, a palavra foi usada pela primeira vez por Jesus no Novo Testamento, referindo-se ao grupo de discípulos que se reunia em torno dele. Ele afir-mou: “Edificarei a minha igreja” (grifo nosso). Aqui a palavra “igreja”. (ekklesia) transliterada do original (grego), refere-se a uma soma da preposição ek (fora de) e o verbo Kaleõ (chamar). Por conseguinte, ekklesia exprime o conceito de “um grupo de cidadãos chamados e reunidos para fora, visando um propósito especial”. Já o vocábulo grego kuriakos (pertence ao Senhor) que é encontrado no Novo Testamento por duas vezes (1 Co 11.20 e Ap 1.10), deu origem ao termo Church (“igreja”) em inglês. Tinha o significado de lugar onde se reunia a igreja (ekklesia). Entre muitos usos da palavra ekklesia, alguns se destacam como mais importantes:

1. Identificando uma reunião de crentes de alguma locali-dade específica, ou seja, uma igreja local (At. 11.26).2. Identificando igrejas domésticas, ou seja, os lares-igrejas (1 Co 16.19). O fato de que os pequenos grupos em casas individuais se chamam ekklesia (1 Co 16.19) indica que nem a importância da cidade, nem o tamanho numérico da assembléia determinam o emprego do termo. O que conta é a presença de Cristo entre as pessoas, e a fé que nelas é alimentada por Ele. 3. Identificando um grupo de igrejas, como as igrejas da Ju-déia, da Galiléia e de Samaria (At 9.31). Isto não significa que as igrejas constituíam uma organização, como a que atualmente se chama de “denominação”.4. Identificando de forma mais geral a totalidade da igreja no mundo inteiro (1 Co 10.32). 5. Identificando, em seu sentido mais significativo, todo o corpo

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Proibida a comercializaçãode fiéis, quer no céu, quer na terra, que se uniram ou se unirão a Cristo como seu Salvador (Ef 3.10). Hoje, “igreja” leva muitos outros sentidos, bem como: pré-dios, templos (“vou à igreja”, “a igreja ficou glamorosa depois da reforma”), denominações (“minha igreja é melhor que as outras”), entretanto, seja como for, o sentido bíblico de “igreja” se refere primeiramente àquelas pessoas que foram “chamadas” para a co-munhão com Deus mediante a obra salvadora de Jesus Cristo e que desde então pertencem a Ele.

Questionário

Marque “C” para certo e “E” para errado

____ 1) - A Septuaginta, tradução do Antigo Testamento (do he-braico para o grego), emprega o termo ekklesia aproximadamente cem vezes, relacionando-o com o vocábulo hebraico qahal.

____ 2) - Em Mateus 16.18, a palavra foi usada pela primeira vez por Jesus, referindo-se ao grupo de discípulos que se reunia em torno dele.

____ 3) - O vocábulo grego kuriakos (pertence ao Senhor) que é encontrado no Novo Testamento por duas vezes (1 Co 11.20 e Ap 1.10), deu origem ao termo Church (“igreja”) em inglês.

Origem da Igreja Há vários pontos de vista errôneos nos círculos teológicos quanto à data inaugural da Igreja de Cristo como organismo vivo. Vamos enumerar alguns a seguir:

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a) 1º ponto de vista: alguns afirmam que igreja originou-se à partir de Adão e Eva (Gn 3.15). b) 2º ponto de vista: outros dizem que foi à partir do período patriarcal, possivelmente com Abraão e sua descendência, con-tinuando no tempo mosaico. c) 3º ponto de vista: há ainda outros que afirmam que a igreja foi inaugurada quando Cristo começou publicamente seu minis-tério chamando os doze que após se tornariam os apóstolos. d) 4º ponto de vista: e por final há aqueles que acreditam que a igreja realmente não se iniciou antes do ministério e das viagens missionárias de Paulo. Entretanto, a grande maioria dos estudiosos afirma que a data da INAUGURAÇÂO DA IGREJA ocorreu no dia de Pente-costes na descida do Espírito Santo, conforme a evidência bíblica registrada em Atos 2. É certo que Cristo organizou a comunidade cristã ao con-vidar seus primeiros discípulos e lançar-lhes os fundamentos doutrinários da Nova Aliança. Contudo, a Fundação ou a Inaugu-ração da Igreja só veio a ocorrer no dia de Pentecostes, numa re-união de comunhão e oração no cenáculo entre aproximadamente cento e vinte irmãos, quando Jesus enviou sobre eles o Espírito Santo.

“A igreja de Cristo iniciou sua história com um movimento de caráter mundial, no Dia de Pentecoste, no fim da primavera do ano 30, cinquenta dias após a ressurreição do Senhor Jesus, e dez dias depois de sua ascensão ao céu. Durante o tempo em que Jesus exerceu seu ministério, os discípulos criam que Jesus era o alme-jado Messias de Israel, o Cristo. Ora, Messias e Cristo são palavras idênticas. Messias é palavra hebraica e Cristo é palavra grega. Am-bas significam “O Ungido”, o “Príncipe do Reino Celestial”. Apesar de Jesus haver aceito esse título de seus seguidores mais chegados,

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Proibida a comercializaçãoproibiu-lhes, contudo, proclamarem essa verdade entre o povo, antes que ele ressuscitasse de entre os mortos, e nos quarenta dias que precederam sua ascensão, isto é, até quando lhes ordenou pre-gassem o Evangelho. Mas deviam esperar o batismo do Espírito Santo, para então serem testemunhas em todo o mundo. Na man-hã do dia de Pentecoste, enquanto os seguidores de Jesus, cento e vinte ao todo, estavam reunidos, orando, o Espírito Santo veio sobre eles de forma maravilhosa... O Espírito Santo, desde então, ficou morando permanentemente na igreja, não em sua organi-zação ou mecanismo, mas como possessão individual e pessoal do verdadeiro cristão. Desde o derramamento do Espírito Santo, naquele dia, a comunidade daqueles primeiros anos foi chamada com muita propriedade, “Igreja Pentecostal”. Jesse Lyman Hurlbut.

Veja algumas razões que comprovam o surgimento da ig-reja como organismo no dia do Pentecostes: 1. Jesus disse: “edificarei”, está no futuro! Jesus falava de algo que ainda ia realizar (Mt 16.18).2. Era necessário Jesus concluir a sua obra (morte, ressur-reição e ascensão).3. A igreja dependia da vinda do Espírito Santo. Isso só veio acontecer no dia do Pentecostes conforme Atos 2.“A igreja de Cristo veio a existir, como igreja, no dia do Pente-costes, quando foi consagrada pela unção do Espírito Santo. As-sim como o tabernáculo foi construído e depois consagrado pela descida da glória divina (Ex. 40.34), assim os primeiros membros da igreja foram congregados no cenáculo e consagrados como ig-reja pela descida do Espírito Santo. É muito provável que os cris-tãos primitivos vissem nesse evento o retorno da “Shequinah” (a glória manifesta no tabernáculo e no templo) que, havia há muito, partida do templo, e cuja ausência era lamentada por alguns dos rabinos. Davi juntou os materiais para a construção do templo,

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mas a construção foi feita pelo seu sucessor, Salomão. Da mesma maneira, Jesus, durante seu ministério terreno, havia ajuntado os materiais da sua igreja, por assim dizer, mas o edifício foi erigido por seu sucessor, o Espírito Santo. Realmente essa obra foi feita pelo Espírito Santo, operando mediante os apóstolos que lançar-am os fundamentos da igreja por sua pregação, ensino e organi-zação. Portanto, a igreja é descrita como sendo “edificados sobre o fundamento dos apóstolos... (Ef 2.20)”. Myer Pearlman

Questionário

Assinale com “X” a alternativa correta

4) - Entretanto, a grande maioria dos estudiosos afirma que a data da INAUGURAÇÂO DA IGREJA ocorreu no dia de Pentecostes na descida do Espírito Santo, conforme a evidência bíblica regis-trada:

___a. Joel 2. ___b. 1 Coríntio 2.___c. Atos 2.___d. Apocalipse 2.

5) – Para a inauguração da igreja era necessário Jesus concluir a sua obra: ___a. nascimento, morte e ascensão. ___b. batismo, morte e ressurreição.___c. morte, ressurreição e ascensão.___d. Todas as alternativas estão corretas.

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Proibida a comercializaçãoA expansão da Igreja

De modo evidente, nos primeiros anos subsequentes a sua apresentação ao mundo, depois do Pentecostes, a Igreja se man-teve instalada em Jerusalém, a capital da Judéia. Sua trajetória vi-toriosa arrebanhou milhares de vidas em sua grande maioria ju-deus, com a mensagem transformadora do Evangelho, conforme registra Atos 2.41 e 4.4. Os cristãos da época sabiam que Jesus havia determinado quatro importantes “áreas de evangelização”, conforme Atos 1.8:

a) Jerusalémb) Judéiac) Samariad) Confins da Terra

A presidência da Igreja em Jerusalém ficou sob os cuida-dos de Tiago, meio-irmão do Senhor, conforme afirma o famoso historiador Eusébio de Cesaréia:

“Depois também foi escolhido Tiago, chamado irmão de nosso Senhor, visto que é também chamado filho de José... Pedro e Tiago e João, após a ascensão de nosso Salvador, ainda que preferidos de nosso Senhor, não se contenderam pela honra, mas escolheram Tiago o Justo, como bispo de Jerusalém”. História Eclesiástica cap. I, 47 A presidência de Tiago, ainda que questionada por alguns, foi de aproximadamente 28 anos. No ano 62, Tiago, chefe da ig-reja, foi morto por iniciativa do sumo sacerdote e ainda contra a oposição de alguns fariseus. Ante tais circunstâncias, os chefes da igreja de Jerusalém decidiram mudar-se para Pela, uma cidade em sua maioria gentia no outro lado do Jordão. Ao que apresenta

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parte do propósito nessa mudança, era não só fugir da perseguição por judeus, mas também evitar as suspeitas por parte dos roma-nos. Após a morte de Tiago, Eusébio de Cesaréia relata que “certo primo de Jesus, por nome de Simeão, filho de Cleófas, substituiu-o como presidente: “Após o martírio de Tiago e a captura de Jerusalém, que se seguiu de imediato, registra-se que os apóstolos e discípulos de nosso Senhor que ainda viviam juntaram-se de todas as partes com os que eram parentes de nosso Senhor de acordo com a carne. Eles se consultaram para determinar a quem deveriam julgar digno de suceder Tiago. Todos, unânimes, decidiram que Simeão, filho de Cleófas, a quem se faz menção no volume sagrado, era digno do trono daquele episcopado. Dizem que ele era primo do Salvador, pois Hegéspio afirma que Cleófas era irmão de José”. História Eclesiástica Cap. XI, 93.

Com o crescimento impoluto e imediato da igreja, au-mentou-se também a necessidade de organização, e após uma convocação dos apóstolos, a igreja escolheu sete homens de boa reputação para servirem na distribuição do auxílio aos pobres, em especial as viúvas. Dentre esses homens, estava Estêvão, homem cheio do Espírito Santo. Foi provavelmente o primeiro pregador naquela época a ter a visão de que o evangelho seria para o mundo inteiro. Este foi perseguido e morto. Um dos responsáveis pela sua morte foi Saulo de Tarso, cidade das costas da Ásia Menor, um jovem que foi instruído pelo distinto intérprete da lei judaica, Gamaliel. Atos 7.58, afirma que as vestes de Estêvão foram lançadas nos pés de Saulo, isso denota que ele já chefiava uma terrível e pertinaz perseguição contra os cristãos, açoitando-os e arrastando-os pelas cidades. Com isto, a igreja se dispersou por vários lugares. E por onde quer que fossem

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Proibida a comercializaçãoseus membros se tornavam pregadores do evangelho, conforme registra Atos 8.1-4.

“E Saulo estava ali, consentindo na morte de Estêvão. A Perseguição e a Dispersão da Igreja Naquela ocasião desencadear-am-se grande perseguição contra a igreja em Jerusalém. Todos, exceto os apóstolos, foram dispersos pelas regiões da Judéia e de Samaria. Alguns homens piedosos sepultaram Estêvão e fizeram por ele grande lamentação. Saulo, por sua vez, devastava a igreja. Indo de casa em casa, arrastava homens e mulheres e os lançava na prisão. Os que haviam sido dispersos pregavam a palavra por onde quer que fossem”. Além de Estêvão, outro diácono que ajudou na expan-são do cristianismo foi Filipe, que após se refugiar em Samaria, pregou ali o Evangelho com grande êxito (Atos 8.5-8). “Indo Filipe para uma cidade de Samaria, ali lhes anunciava o Cristo. Quando a multidão ouviu Filipe e viu os sinais miracu-losos que ele realizava, deu unânime atenção ao que ele dizia. Os espíritos imundos saíam de muitos, dando gritos, e muitos par-alíticos e mancos foram curados. Assim, houve grande alegria naquela cidade”.

O jovem Saulo viajava no caminho de Damasco quando foi surpreendido por uma visão de Jesus ressuscitado que resul-tou em sua conversão ao cristianismo. Os efeitos positivos de sua conversão ao Evangelho foram logos percebidos na cristandade primitiva. Saulo se tornou Paulo, o maior dos apóstolos. Nessa ocasião muitos cristãos já tinham se dispersado por toda parte: especialmente para Damasco e Antioquia da Síria, localizada ao norte da Palestina, cerca de 480 km de Damasco. Segundo o historiador Flávio Josefo, era uma cidade de avultada

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importância, só Roma e Alexandria as superavam. Era uma encru-zilhada onde se encontravam gregos, sírios, e judeus. Ali a nova fé foi pregada aos gregos (gentios), proporcionando uma fácil divul-gação do Evangelho entre muitas outras regiões. Ali surgiu não somente a primeira Igreja gentílica, mas também a maior igreja missionária da época. Dali partiria Barnabé e Paulo em suas via-gens missionárias, a fim de evangelizar a Ásia menor, a Europa e até os confins da Terra conforme a orientação do Mestre (Atos 1.8). Antioquia se tornou o padrão para a nova Igreja, que de-veria se espalhar por todo mundo. Foi ali que os discípulos pela primeira vez foram chamados pelos gregos de cristãos, gr. “chris-tianoi” (Atos 11.26). Quando a Igreja em Jerusalém tomou parte do que estava ocorrendo em Antioquia apressou-se em enviar a Barnabé, personagem que se destacou no desenvolvimento inicial da Igreja ali. Ocupava uma ilustre posição entre os irmãos, pois foi contado entre os “profetas e mestres”. Quando Barnabé se instalou em Antioquia, “muita gente se uniu ao Senhor”. E seguindo a ori-entação divina, foi até Tarso, a fim de buscar Saulo (Paulo), para congregar em Antioquia com eles (Atos 11.25). A Igreja que estava em Antioquia da Síria era muito gener-osa, pois naqueles dias de fome previstos por Ágabo (Atos 11.28-30) enviava ajuda para os irmãos que estavam em dificuldade. Em seguida, em Atos 13 o Espírito Santo orienta aquela Igreja a enviar Barnabé e Saulo para evangelizar outras terras. Eles realizam sua primeira viagem missionária passando por Chipre e algumas cidades da Ásia Menor. A Igreja de hoje, tal qual a de Antioquia deve enviar mis-sionários ao campo tendo em vista o objetivo de proclamar o evangelho de Cristo, e fundar novas igrejas. O alvo daquela ig-reja era conduzir pessoas a Cristo, e não o de realizar trabalhos políticos ou sociais. A mensagem aspirava libertação das almas

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Proibida a comercializaçãodas garras da morte e do inferno, e torná-las membros do corpo de Cristo. Se este não for o objetivo, a visão, o anseio da Igreja de Cristo, qual será então? Seria formar um clube social? Uma organização política? Uma instituição de caridade? Não. A missão da Igreja é testemunhar o poder e a mensagem de Cristo, através do revestimento do Espírito Santo, a força propulsora da obra da evangelização.

Questionário

Marque “C” para certo e “E” para errado

____ 6) - A presidência da Igreja em Jerusalém ficou sob os cuida-dos de Tiago, meio-irmão do Senhor, conforme afirma o famoso historiador Eusébio de Cesaréia.

____ 7) - Além de Estêvão, outro diácono que ajudou na expansão do cristianismo foi André, que após se refugiar em Capadócia, pregou ali o Evangelho com grande êxito (Atos 8.5-8).

____ 8) - A Igreja de hoje, tal qual a de Antioquia deve enviar missionários ao campo tendo em vista o objetivo de proclamar o evangelho de Cristo, e fundar novas igrejas.

As Igrejas Paulinas

Paulo, o “apóstolo dos gentios”, fundou igrejas na Ásia Menor, na Macedônia, na Grécia, e na Ásia Ocidental. Na maio-ria das vezes que lhe era permitido, para falar da mensagem do Evangelho, fazia uso das sinagogas. A partir daí, surgiam igrejas

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separadas das sinagogas, compostas de judeus e gentios conver-tidos, tendo cada uma sua própria estrutura, com os presbíteros separados pelo apóstolo, entre os mais piedosos irmãos. As igre-jas se reuniam no lar dos irmãos, lugar que representou um pa-pel importante para o desenvolvimento histórico dessas igrejas. Há registros da arqueologia que comprovam que durante os três primeiros séculos, o ponto de reunião dos cristãos era em casas particulares e não em edifícios de igrejas distintas.

As Igrejas da Ásia

Quando analisamos a Primeira Epístola de Pedro (cap. 1), observamos que havia um grupo de igrejas espalhadas ao longo da costa sul do mar Negro e pelo interior: Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bítínia. Havia uma maioria gentílica e consequentemente, uma minoria judaica naquelas igrejas. Podemos observar alguns detalhes dessas igrejas no livro de Apocalipse:

Éfeso era a maior cidade da Ásia, e o centro da administração de Roma naquela extensão. Foi entitulada de a “Guardiã do Templo”, em referência ao templo da deusa Diana.

Esmirna, atualmente conhecida como Izmir, na Turquia, locali-zada a uns 60 quilômetros de Éfeso, era uma das cidades mais prósperas da Ásia Menor, considerada a Metrópole. Ali a comuni-dade judaica era numerosa.

Pérgamo era uma cidade localizada a uns 70 quilômetros de Es-mirna. Era famosa por sua grande biblioteca com um acervo de aproximadamente 200.000 pergaminhos, e seus monumentos re-ligiosos. Sobre ela foi dito: “Mais que qualquer outra cidade da Ásia, o seu visitante tinha a sensação de ser ela a sede da autori-

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Tiatira era conhecida por seu comércio e indústria. Localizada a 65 quilômetros de Pérgamo. Era uma cidade pequena em relação as demais citadas no Apocalípse.

Sardes, situada a 53 quilômetros de Tiatira, chegou a ser a capital da Lídia, porém entrou em declínio após a conquista persa, até que o imperador romano Tibério a reconstruiu depois de um ter-remoto.

Filadélfia, a 65 quilômetros de Sardes, era uma cidade que tinha uma pequena população. Foi destruída por um terremoto no ano 17 d.C. juntamente com Sardes, e também foi reconstruída por Tibério. Entre as demais igrejas mencionadas entre o capítulo 2 e 3 de Apocalípse, nesta foi onde o cristianismo sobreviveu por mais tempo.

Laodicéia, localizada a 65 quilômetros de Filadélfia, estava locali-zada a margem de um rio, ficava no entroncamento de três vias que cortavam a Ásia Menor, o que fez com que se tornasse um grande centro comercial. Era um centro bancário de admiráveis reservas financeiras, as indústrias principais eram de tecidos e ta-petes de lã, e possuía uma faculdade de medicina.

Questionário

Assinale com “X” a alternativa correta

9) - Há registros da arqueologia que comprovam, que durante os três primeiros séculos, o ponto de reunião dos cristãos era:

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___a. sinagoga. ___b. templo.___c. tabernáculo.___d. casas particulares.

10) – Éfeso era a maior cidade da Ásia, e o centro da adminis-tração de roma naquela extensão. Foi entitulada de:

___a. “guardiã do templo”. ___b. “guardiã da cidade”.___c. “guardiã da Ásia”. ___d. “guardiã dos cristãos”.

Perseguição Religiosa As primeiras reações de contrariedade à mensagem do evangelho vieram dos próprios judeus, que tinham como religião prevalecente o judaísmo. Como eles já haviam rejeitado o mestre, não seria nada difícil rejeitarem também os seus discípulos. Não demorou muito para o avanço da Igreja, e eles prenderam o diá-cono Estêvão, levando-o à presença de magistrados, que culmi-nou com o seu apedrejamento até a morte. Estêvão foi o primeiro mártir da Igreja primitiva. Contudo, isso não iria parar por aí, haveria ainda, como sempre houve, perseguições contra a Igreja de Cristo, tanto dos que estão dentro, como dos que estão fora. Algo previsto pelo próprio mestre, quando ainda palmilhava este mundo:

“Eu os estou enviando como ovelhas entre lobos. Portanto, se-jam astutos como as serpentes e sem malícia como as pombas. Tenham cuidado, pois os homens os entregarão aos tribunais e os

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Proibida a comercializaçãoaçoitarão nas sinagogas deles. Por minha causa vocês serão leva-dos à presença de governadores e reis como testemunhas a eles e aos gentios”.

A perseguição sob Nero

Conforme a tradição, Nero teria chegado ao poder no ano 54 d.C., graças aos esforços de sua mãe Agripina, que não vacilou ante o assassinato de seu próprio pai, para assegurar a sucessão do trono em favor de seu filho. A princípio, Nero não cometeu os crimes pelos quais depois ficou famoso. Ainda mais, várias das leis dos primeiros anos de seu governo foram de benefício para os pobres e os despojados. Mas pouco a pouco, o jovem imperador se deixou levar por seus próprios afãs de grandeza e poder, e por uma corte que se desdobrava por satisfazer seus mínimos capri-chos. E se tornou um dos piores de todos os imperadores romanos que já existiu. No ano 64 d.C., segundo o historiador Tácito, Nero, o dés-pota, ateou um enorme incêndio em Roma, com o propósito de demolir a Roma antiga, e construir uma nova e magnífica capital para seu extenso Império. Ele só não esperava que surgissem cer-tos rumores de que ele mesmo havia dado as ordens para tal del-ito. Para escapar de tal acusação, culpou os cristãos por tal crime: “Apesar de todos os esforços humanos, da liberalidade do imperador e dos sacrifícios oferecidos aos deuses, nada bastava para apartar as suspeitas, nem para destruir a crença de que o fogo havia sido ordenado. Portanto, para destruir esse rumor, Nero fez aparecer como culpados os cristãos, uma gente odiada por todos por suas “abominações”, e os castigou com mui refinada cruel-dade. Cristo, de quem tomam o nome, foi executado por Pôn-cio Pilatos durante o reinado de Tibério. Detida por um instante,

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esta superstição daninha apareceu de novo, não somente na Ju-déia, onde estava a raiz do mal, mas também em Roma, esse lugar onde se narra e encontram seguidores de todas as coisas atrozes e abomináveis que chegam desde todos os rincões do mundo. Por-tanto, primeiro foram presos os que confessaram (ser cristãos), e baseadas nas provas que eles deram foi condenada uma grande multidão, ainda que não os condenaram tanto pelo incêndio, mas sim pelo seu ódio à raça humana. Além de matá-los (aos cris-tãos) fê-los servir de diversão para o público. Vestiu-os em peles de animais para que os cachorros os matassem a dentadas. Outros foram crucificados. E a outros acendeu-lhes fogo ao cair da noite, para que a iluminassem. Nero fez que se abrissem seus jardins para esta exibição e, no circo, ele mesmo ofereceu um espetáculo, pois se misturava com as multidões, disfarçado de condutor de carruagem, ou dava voltas em sua carruagem”.(Anais, XV,44).

A morte dos primeiros discípulos

Nesse período, os cristãos e os seus líderes sofreram mar-tírios bárbaros. Milhares foram torturados e mortos, entre os quais mencionamos apenas alguns, conforme narra a tradição:

1. André foi atravessado por uma lança. 2. De Bartolomeu tiraram sua pele por ordem de um tirano. 3. Filipe foi enforcado na Frigia. 4. João foi lançado numa caldeira de óleo fervente, dester-rado para a ilha de Patmos, depois morreu em Éfeso. 5. Mateus foi morto à espada na Etiópia. 6. Matias foi apedrejado e depois decapitado. 7. Marcos foi arrastado por um animal feroz nas ruas de Al-exandria.

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Proibida a comercialização8. Lucas foi enforcado em uma oliveira. 9. Tiago, irmão de João, foi morto ao fio da espada em Je-rusalém. 10. Tiago, o menor, irmão do Senhor, foi lançado do templo abaixo, tendo morte instantânea. 11. Tomé foi amarrado a uma cruz e ainda assim pregou a Cristo até morrer. 12. Judas Tadeu foi morto a flechadas. Simão, o Zelote foi crucifi-cado na Pérsia. 13. Pedro foi crucificado de cabeça para baixo. 14. Paulo foi decapitado em Roma nos tempos de Nero.

Os crimes bárbaros de Roma Já mencionamos os atos sangrentos do Imperador Nero sobre os cristãos. Atos praticados por motivos sórdidos e mentirosos. Condenando-os por um crime do qual não tinham cometido. Os imperadores que se seguiram após Nero, o imitaram em sua refi-nada crueldade contra a massa cristã, pois os tinham como opres-sores, pelo fato de combaterem a baixeza moral que se havia no império. A perseguição dos truculentos imperadores romanos foi tão desenfreada que perdurou pelos três primeiros séculos da era cristã, como se segue:

Domiciano (96 d.C.): Este imperador liderou uma das mais acen-tuadas perseguições contra os cristãos. Matou-os sob a acusação de que eram ateus, por não frequentarem os cultos realizados em seu favor. Foi em seu governo que João esteve exilado na ilha de Patmos. Suas atrocidades não tinham limites, pois até a sua esposa ele a exilou. Este matou milhares de cristãos. Também foi neste período que se escreveram os últimos livros do Novo Testamento, conforme afirma o famoso escritor Jesse Lyman. Ele menciona os possíveis livros que foram compilados na época de Domiciano:

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Hebreus, II Pedro, as epístolas de João e o seu Evangelho, Judas e o Apocalípse. Sendo estes reconhecidos posteriormente como canônicos.

Trajano (98-117 d.C.): Apesar de se mostrar um benevolente im-perador, preferiu manter as leis severas da antiga Roma, proib-indo a todo custo o cristianismo. E segundo a tradição, este teria matado a Simão, irmão de Jesus, bispo de Jerusalém.Caio Plínio (111 d.C.): enquanto procônsul na Ásia Menor, em 111 d.C. escreve uma carta ao imperador Trajano em que cita os cristãos, constituindo-se esta em um dos mais antigos documen-tos não neotestamentários sobre a igreja primitiva: “...[os cristãos] têm como hábito reunir-se em um dia fixo, antes do nascer do sol, e dirigir palavras a Cristo como se este fosse um deus; eles mesmos fazem um juramento, de não cometer qualquer crime, nem cometer roubo ou saque, ou adultério, nem quebrar sua pala-vra, e nem negar um depósito quando exigido. Após fazerem isto, despedem-se e se encontram novamente para a refeição...”Adriano (117-138): Foi menos bárbaro em suas perseguições. Mesmo assim, tirou a vida de muitos cristãos.Antonio Pio (138-161): Favoreceu a igreja até certo ponto, entre-tanto ainda proibiu o culto há um único Deus e matou muitos do “Caminho”, entre eles, Policarpo, discípulo de João.Marco Aurélio (161-180): Após Nero, foi o mais cruel. Praticou os atos mais horríveis contra a igreja, lançando mão dos fiéis e jogando às feras, também decapitou a muitos.Sétimo Severo (193-211): Por todas as partes a igreja sofria pesada perseguição. Muitos foram queimados vivos, crucificados e dego-lados por não negarem a fé.Máximo (235-238): Foi um imperador cruel, matou muitos líderes da época.Décio (249-251): Cipriano disse a respeito da época em que o im-perador Décio perseguiu aos cristãos: “O mundo inteiro está dev-

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Proibida a comercializaçãoastado”.Valeriano (253-260): Este matou a Cipriano, bispo de Cartago e perseguiu a igreja.Diocleciano (284-305): Diz a história que esta foi a mais severa de todas as perseguições do império romano aos cristãos. Por um espaço de dez anos ele investiu uma grande crueldade diabólica para destruir o cristianismo.

Questionário

Associe a coluna “A” de acordo com a coluna “B”

___ 11) – Foi atravessado por uma lança.

___ 12) – Foi enforcado em uma oliveira.

___ 13) – Foi enforcado na Frigia.

___ 14) – Foi crucificado de cabeça para baixo.

A. Filipe

B. André

C. Lucas

D. Pedro

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Lição 2

Os Pais da Igreja e a sua Secularização

Os cristãos eram alvos de calúnias

Na comunidade cristã, desde o cerco e a destruição de Je-rusalém (66-70 d.C) liderada pelo general Tito, filho do impera-dor Vespasiano, as reuniões se tornaram secretas. Visto que havia uma forte e prolongada perseguição imperial, que perdurou até o quarto século, por volta do ano 313, quando o edito de Constan-tino fez cessar todos os intentos para destruir o cristianismo. Por causa dessas reuniões secretas que geralmente aconte-ciam antes do por sol, ou à noite, despertaram falsos rumores de que entre eles haviam práticas de atos imorais e criminosos. Havia também rumores, acusando os cristãos de comerem e beberem até embriagarem-se, e praticarem atos sexuais entre si, e com parentes mais próximos.

“Fundamentados na comunhão levantaram outro rumor: que os cristãos diziam que comiam a “carne” de Cristo (simboli-camente), e já que também falavam do menino que havia nas-cido em um estábulo, daí chegaram a conclusão de que os cristãos estariam escondendo um menino recém-nascido dentro de um grande pão, e o colocando diante de alguém que desejava ser cris-tão. Os cristãos então estariam ordenando que se cortasse o pão, e logo devorariam o corpo ainda palpitante do menino. O neófito, que se havia feito participante de tal “crime”, ficaria assim compro-metido a guardar o segredo”.

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Proibida a comercialização Outra estranha opinião que alguns sustentavam era de que os cristãos adoravam a um asno crucificado. Algum tempo antes, haviam dito que os judeus adoravam a um asno. Agora, começar-am a transferir essa opinião aos cristãos, a quem se fazia então objeto de zombaria. A inimizade contra os cristãos, que parecia se basear só em questões de religião e doutrinas, também tinha muito a ver com preconceitos de classe, e questões econômicas. Atacavam o cristianismo, considerando-o uma religião de bárbaros. Diziam:

“em todo caso, seja qual for esse Deus dos cristãos, o fato é que seu culto destrói a própria fibra da sociedade”.

“Os cristãos eram considerados como niveladores da so-ciedade, portanto anarquistas, perturbadores da ordem social. Eis por que eram tidos na conta de inimigos do Estado. Não raro interesses econômicos também provocavam e excitavam o es-pírito de perseguição. Assim como o apóstolo Paulo, em Éfeso, esteve em perigo de morte em razão de um motim incitado por Demétrio, o ourives, assim também, muitas vezes os governantes eram influenciados para perseguir os cristãos, por pessoas cujos interesses financeiros eram prejudicados pelo progresso da igreja: sacerdotes e demais servidores dos templos dos ídolos, os que ne-gociavam imagens, os escultores, os arquitetos que construíram templos, e todos os que ganhavam a vida por meio da adoração pagã.” Jesse Lyman

O surgimento de três escolas teológicas Um novo e desafiador período se inicia à partir do seg-undo século. Defender a fé entregue aos santos por meio de obras

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e artigos que a corroborasse. Nesse período, surgiram muitas sei-tas e heresias, e então, tornou-se proeminente o cuidado da Igreja quanto ao desenvolvimento da sua doutrina. Nos tempos apostólicos, a comunidade cristã estava vol-tada para o interior, para o coração. Havia uma entrega sem res-salvas a Cristo. Contudo, nesse novo período, a fé passou a ser mais mental e intelectual mais voltada para as doutrinas (artigos) da Igreja, do que propriamente para o exemplo de vida de Jesus. A doutrina ocupou um avantajado espaço no cristianismo e com isso, nesse período, apareceram três escolas teológicas: uma em Alexandria, outra na Ásia Menor, e outra no norte da África.

A escola de Alexandria: fundada em 180 d.C., por Patento, um filósofo afamado. Foi um eloqüente orador, contudo, poucos de seus ensinamentos sobreviveram. Suas obras combatiam acirr-adamente o paganismo. Orígenes foi o mais ilustre personagem da escola de Alexandria. Contribuiu com muitos temas intelec-tuais naquele período.

A escola da Ásia Menor: era formada por um grupo distinto de escritores e mestres da teologia. Irineu foi seu mais importante porta-voz.

A escola do norte da África: localizava-se em Cartago. A que mais contribuiu para o cristianismo. Ela deu forma ao pensamento te-ológico da Europa. Seus dois maiores representantes foram: Ter-tuliano e Cipriano, ambos fervorosos teólogos.

As obras deixadas por esses distintos cristãos se tornaram ricas informações sobre a Igreja, sua vida, suas doutrinas até aquele período.

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Proibida a comercializaçãoQuestionário

Marque “C” para certo e “E” para errado.

___ 15) – Na comunidade cristã, desde o cerco e a destruição de Jerusalém (66-70 d.C) liderada pelo general Tito, filho de Vespa-siano, as reuniões se tornaram secretas..

___ 16) – A inimizade contra os cristãos, que parecia se basear só em questões de religião e doutrinas, também tinha muito a ver com preconceitos de classe, e questões econômicas.

___ 17) – A escola de Alexandria: fundada em 380 d.C., por Plínio, um filósofo afamado. Foi um eloqüente pregador, contudo, pou-cos de seus ensinamentos sobreviveram.

Os líderes proeminentes da Igreja

Entre o primeiro e terceiro séculos, prosperou uma geração de grandes homens verdadeiramente inspirados, capazes de rep-resentarem a fé, e ainda persuadirem a muitos com a mensagem de Cristo e com uma vida corroborada de singeleza e pureza di-ante do Salvador:

Inácio (67–110 d.C.) - foi o Bispo de Antioquia da Síria, entre os anos 70 e 107, data do seu martírio. Diz Eusébio que ele foi o seg-undo bispo de Antioquia: Também Inácio, celebrado por muitos até hoje como sucessor de Pedro em Antioquia, foi o segundo que obteve o ofício episcopal dali. A tradição diz que ele foi enviado da Síria para Roma e lançado como alimento para as feras selvagens, por conta de seu testemunho de Cristo. Diz ainda que ele desejava ser martirizado, pois escrevia cartas as igrejas confessando seu an-seio de não perder a honra de morrer por seu Salvador.

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Policarpo (69-156 d.C.) – homem que fora instruído pelos apósto-los e bem relacionado com muitos que haviam visto a Cristo, ten-do sido também nomeado bispo pelos apóstolos na Ásia, na igreja de Esmirna, pois ele viveu longo tempo até idade muito avançada, quando, após glorioso e por demais notável martírio, partiu desta vida, queimado vivo. Diz que ao ser levado perante o governador a fim de negar o nome de Cristo, assim respondeu: “oitenta e seis anos o servi, e somente bem recebi durante todo o tempo. Como poderia eu agora negar ao meu Senhor e Salvador?”Papias (70-155 d.C.) – segundo Irineu, Papias foi ouvinte de João e companheiro de Policarpo, um escritor antigo que os menciona no quarto livro de suas obras. Foi bispo de Hierápolis. Justino Mártir (100-167 d.C.) - era filósofo antes de se tornar cris-tão. Seus ensinamentos acerca da vida da Igreja em meados do se-gundo século ainda existem. Foi um grande defensor da fé. Conta em suas obras como eram realizados os cultos e suas formas de adoração. Diz que o culto consistia na leitura dos Salmos, Profetas e outros textos do Velho Testamento, logo após celebravam a Ceia do Senhor, e que recolhiam ofertas para atender as necessidades existentes. Irineu (130 d.C.) - era natural da Ásia Menor, provavelmente de Esmirna, onde nasceu e se tornou discípulo do bispo Policarpo. Durante sua vida, foi um admirador de seu mestre Policarpo, e em seus escritos se referiu repetidamente aos ensinos de um “ancião” - o presbítero — cujo nome não menciona, mas que denota ser Policarpo. Foi bispo em Lion e defensor da fé cristã. A tradição diz que foi degolado em um monte com outros cristãos.Clemente de Alexandria (150-215 d.C.) - ao que parece, Clemente era natural de Atenas, a cidade que durante séculos havia sido fa-mosa por seus filósofos. Depois de viajar por uma boa parte do Mediterrâneo, encontrou em Alexandria um mestre que o satisfez. Este mestre era Panteno, de quem é pouco o que sabemos. Mas, em todo caso, Clemente permaneceu em Alexandria, e sucedeu a Panteno. No ano 202, por causa da perseguição de Sétimo Severo,

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Proibida a comercializaçãoClemente viu-se obrigado a abandonar Alexandria, e andou por várias regiões do Mediterrâneo oriental — particularmente Síria e Ásia Menor — até sua morte, que teve lugar por volta do ano 215.Tertuliano (160-220 d.C.) - nasceu na cidade africana de Carta-go por volta do ano 150, mas foi em Roma, quando contava uns quarenta anos, que se converteu ao cristianismo. Algum tempo depois, regressou à sua cidade natal, onde se dedicou a escrever em defesa da fé contra os pagãos, e em defesa da ortodoxia contra os hereges. Já que, ao que parece, era advogado ou ao menos havia sido adestrado na ciência retórica, e nos procedimentos que usa-vam os advogados toda sua obra leva o selo de uma mente legal.

Orígenes (185-254 d.C.) – o mais notável discípulo de Clemente, e o último dos quatro grandes mestres da igreja que discutiremos agora. Diferentemente de seu mestre Clemente, Orígenes era filho de pais cristãos. Durante a perseguição de Sétimo Severo, o pai de Orígenes foi feito prisioneiro e sofreu o martírio. Orígenes, que ainda era jovem, quis sofrer martírio junto com ele. Sua mãe, porém, escondeu suas roupas, e Orígenes viu-se obrigado a per-manecer em casa, onde dedicou a seu pai um tratado em que o exortava a ser fiel até a morte. Por fim, no tempo da perseguição de Décio, Orígenes teve ocasião de mostrar a firmeza de sua fé. Dado o caráter dessa perseguição, Orígenes não foi morto, mas torturado até o ponto em que, posto em liberdade, morreu em pouco tempo. Diz-se que morreu na cidade de Tiro.

Cipriano (257 d.C.) – segundo afirma o historiador Eusébio de Cesaréia, ele era bispo de Cartago. Foi alcançado por Cristo aos 45 anos de idade. Tornou-se um dos maiores escritores e dirigentes da Igreja nesse período. Acabou sendo condenado pelo impera-dor Valeriano por recusar-se a venerá-lo.Eusébio, de Cesaréia (264-340 d.C.) – bispo de Cesaréia no tempo de Constantino escreveu uma importante obra: História Eclesiás-

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tica, uma fonte riquíssima sobre os primeiros quatro séculos da Igreja de Cristo.

Questionário

Assinale com “X” a alternativa correta

19) – Foi o Bispo de Antioquia, entre os anos 70 e 107, data do seu martírio.:

___a. Eusébio. ___b. Teófilo.___c. Bartimeu.___d. Inácio.

20) – Irineu (130 d.C.) - era natural da Ásia Menor, provavelmente de Esmirna, onde nasceu e se tornou discípulo do bispo:

___a. Orígenes. ___b. Estevão.___c. Policarpo.___d. Filipe.

Um perigo eminente: seitas e heresias

As lutas da Igreja para continuar existindo parecia não ter fim. Não bastassem as intermináveis perseguições cruéis e bár-baras dos imperadores, e as calúnias levantadas contra eles, brava-mente combatia também as seitas e heresias que passavam a surgir no transcorres dos anos dentro do próprio rebanho. Vamos desta-car as mais importantes:

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Proibida a comercializaçãoO Gnosticismo – o termo grego “gnosis” significa sabedoria. Movimento filosófico-teológico que considerava o conhecimento como decisivo para a salvação. Nasceu antes do cristianismo com elementos de diversas culturas antigas, na Ásia Menor. Adquiriu força no mundo judeu e heleno desde o século I a. C. e se pro-longou, também com elementos cristãos, até o século IV d.C. Foi dualista; o espírito deveria ser libertado do cárcere da matéria por meio do conhecimento em etapas sucessivas. Criam que do Deus supremo emanava um grande número de divindades inferiores, algumas benéficas, outras malignas. Interpretavam as Escrituras de forma alegórica. Perduraram por apenas um século.

O Ebionismo – no hebraico significa pobre. Era formado por um grupo de judeus que observavam a lei e os costumes judaicos. Não aderiram aos ensinos de Paulo, porque este combatia tais posturas.

Docetismo - Do grego dókesis (aparência). Heresias dos primei-ros tempos da Igreja, à qual já se refere em escritos do NT (João, Colossenses), que atribuía a Cristo um corpo apenas aparente, il-usório; com isso negava a realidade do mistério da Encarnação. Negavam que Cristo teria nascido de Maria.

Judaizantes - Eles afirmavam ser necessário, para quem se tornava cristão, seguir as práticas judaicas e, portanto, tornar-se judeu an-tes de ser cristão. Paulo respondeu defendendo a liberdade dos filhos de Deus frente à lei (cf. Rm 1,16-17; Gl 2.11-14).

O Marcionismo - foi uma seita religiosa fundada em 144 d.C. em Roma por Marcião de Sinope (110-160), um religioso cristão do segundo século, e um dos primeiros a serem denunciados pelos cristãos como um herético. Ele rejeitava o Antigo Testamento. Por muitos é considerado um anti-semita (aversão aos judeus).

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O Maniqueísmo – fundado por Mani, e era de origem persa. Dizi-am que o universo compõe-se do reino das trevas e do reino da luz e ambos lutavam pelo domínio da natureza e do próprio homem. Não se casavam. Antes de se converter, Agostinho, o maior teólo-go da Igreja era maniqueu.

O Montanismo – nome recebido por causa do seu fundador se chamar Montano. Eram puritanos, exigiam que tudo voltasse à simplicidade dos primitivos cristãos. Esta seita quase não poderia ser contada entre as heréticas. Tertuliano, um dos principais pais da Igreja escreveu em favor delas e aceitou as idéias dos montani-stas.

Arianismo – no final do século III, Sabélio, bispo da Igreja na África, questionou a divindade de Jesus, e a doutrina da Trindade Divina. Outro por nome de Ário, bispo de Alexandria por volta do século IV, ampliou as idéias de Sabélio, interpretando as Es-crituras de modo pessoal e irreverente. Seus ensinos influenciam correntes heréticas até os dias de hoje, como é o caso das Teste-munhas de Jeová. Consideravam Cristo como um ser igual aos demais seres criados, e não eterno como o Pai, conforme afirmam as Escrituras.

Pelagianismo – foi fundado pelo de frade Pelágio, que negou a corrupção total da raça humana pela transgressão de Adão, que segundo ele, prejudicou apenas o próprio Adão. Ensinava com isso, que nascíamos em estado de inocência. Sendo assim, seg-undo ele, o homem poderia salvar-se tanto pela graça quanto pela lei,

Apolinarialismo – este grupo afirmava que Jesus tinha uma na-tureza divina que sobrepujava a humana, não tendo desta forma,

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Proibida a comercializaçãosofrido a agonia da cruz, ou passado fome visto que sua natureza divina lhe supria todas as suas necessidades, em contraposição aos ensinos bíblicos. Estes seguiam as idéias do bispo rebelde Apolinário. Seus ensinos são aderidos pelos unicistas, que negam a trindade.

Agnosticismo – não podemos confundir agnosticismo com gnos-ticismo. O agnosticismo é uma espécie de ateísmo disfarçado. Embora não admitam que serem chamados de ateus, pois afirma que não descrê na existência de Deus, apenas a ignora, por julgar ser um problema insolúvel.

Os defensores da Fé Crista

A grande maioria dos tratados escritos após a formação do Cânon do Novo Testamento tinha como objetivo opor-se tenaz-mente as iminentes heresias formuladas contra a Igreja. Surgiram líderes, que escreveram um vasto acervo de tratados de cunho doutrinários. Estes homens posteriormente passaram a ser cham-ados de “apologistas”, ou defensores da fé.

Jerônimo (340-420 d.C.) – o mais ilustre dos pais da Igreja. Tra-duziu a Bíblia para o latim, conhecida como Vulgata. Vivia num mosteiro em Belém, onde se dedicou profundamente para a tradução da Bíblia e composição de tratados contra as heresias.

João Crisóstomo (345-407 d.C.) – um exímio orador, considerado o maior pregador em sua época, apelidado de “boca de ouro” pela eloqüência e unção de suas mensagens que paralisava as multi-dões, nas grandes reuniões da catedral de Santa Sofia em Con-stantinopla, onde era bispo. Suas mensagens incomodaram à cor-te que passou a persegui-lo. Foi lançado num exílio, onde morreu.

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Seu sepultamento em Constantinopla foi como o de um grande estadista, um grande embaixador do Reino de Cristo.

Agostinho (354-430 d.C.) – converteu-se por causa da mãe de Ambrósio, bispo em Milão, e das cartas de Paulo. Têm um nome muito reconhecido na teologia. Foi um mestre e contribuiu distin-tamente para doutrina da Igreja na Idade Média. Combateu acir-radamente as heresias de Pelágio e Mani.

Ambrósio de Milão (340-397 d.C.) – possuía um grande zelo que o destacou entre os líderes mais consagrados da época. Repreen-deu o imperador Teodósio por seu pecado, levando-o a um since-ro arrependimento diante de Deus. Sua atitude destacou-se entre os líderes da sua época.

Atanásio (296-373 d.C.) – bispo de Alexandria que combateu severamente as heresias arianas. Foi acusado falsamente de ter matado o bispo de Arsino de Mileto. No dia do julgamento, para espanto de seus acusadores, o próprio Arsino, que estava vivo, apareceu para testemunhar em seu favor.

A Secularização da Igreja

Uma armadilha satânica contra a Igreja de Nosso Senhor

Depois de Diocleciano abdicar de sua coroa, por volta de 305 d.C., dois imponentes rivais aspiravam por ocupar o trono imperial. O déspota Maxêncio, filho de Maximiano; e Constan-tino favorável aos cristãos. Este era filho do governador Con-stâncio e de Helena, filha de um estalajadeiro sérvio, que sendo cristã, procurou incutir-lhe os princípios básicos do cristianismo: justiça, misericórdia, paz e tolerância, contrastando com aqueles

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Proibida a comercializaçãodefendidos pela cultura romana e de seu próprio pai. Apesar disso, a religião de sua mãe, exerceu forte influência sobre si, que mesmo sabendo da antipatia popular aos cristãos, demonstrou desde o princípio tolerância para com os mesmos. Ao enfrentar a batalha campal a oposição que lhe fazia Maxêncio no ano de 312 d.C., afirmou ter tido uma visão de uma cruz resplandecente no céu e uma voz que lhe dizia e determinava: -”In Hoc Signo Vinces” – (por este sinal vencerás). Adotando o símbolo da cruz, como sinal de vitória e insígnia para o seu exérci-to, morrendo seu inimigo Maxêncio, afogado no rio Tigre. Tendo logrado êxito na batalha contra Maxêncio que morreu afogado no rio Tibre, construiu o monumental arco comemorativo que existe ainda, hoje, em Roma – o famoso arco de Constantino defronte ao Coliseu, e determinou a liberdade aos cristãos, promulgando o famoso “Edito de Tolerância” no ano seguinte em 313 d.C, quando a espada não mais se levantou contra os cristãos. Nesse período, Constantino se limitou a garantir a paz da igreja, e a lhe devolver as propriedades que tinham sido confisca-das:

“Os templos das igrejas foram restaurados e novamente abertos em toda a parte. No período apostólico celebravam-se reuniões em casas particulares e em salões alugados. Mais tarde, nos períodos em que cessavam as perseguições construíram-se templos para as igrejas. Na última perseguição, durante o tempo de Diocleciano, alguns desses templos foram destruídos e outros confiscados pelas autoridades. Todos os templos que ainda exis-tiam quando Constantino subiu ao poder, foram pagos pelas ci-dades em que estavam. A partir dessa época os cristãos gozavam de plena liberdade para edificar templos que começaram a ser er-guidos, por toda a parte. Esses templos tinham a forma e toma-vam o nome de “basílica” romana ou salão da corte, isto é, um retângulo divido por filas de colunas, tendo na extremidade uma

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plataforma semicircular com assentos para os clérigos”.Jesse Lyman

Depois apoiou a igreja mais decididamente, como por ex-emplo, doando-lhe o palácio de Latrão, em Roma, que pertencia à família de sua esposa, e ordenando que os bispos que se dirigiam para o sínodo de Áries, em 314, utilizassem os meios de trans-porte imperiais, sem nenhum ônus para a igreja. Ao mesmo tempo, entretanto, ele tentava manter boas relações com os devotos dos cultos antigos, e particularmente com o Senado romano. O Império oficialmente era pagão, e des-ignava a Constantino, como cabeça do Império, o título de sumo sacerdote. O Cristianismo, sem dúvidas, passou a desfrutar de mui-tos benefícios nesse período. Com a construção de novos templos cristãos, a indenização pelo Estado de diversos templos destruídos ou confiscados durante o governo do Imperador Diocleciano, até mesmo a transformação dos templos pagãos em casas de oração, porém a adoração pagã, não só era tolerada, mas sutilmente era introduzida na esfera do cristianismo, que fazia “vistas grossas”. Com o “Edito de Milão” em 320 d.C. dando mais liberdade aos cristãos, o império ficou praticamente envolvido pelo cristianis-mo, não existindo mais perigo de retrocesso. As Igrejas e o clero passaram a receber donativos em pequena escala em princípio, mas logo depois passaram a receber de maneira generalizada e de forma liberal, enriquecendo as Igrejas, bem como todo clero, que gozava de privilégios acima de todos os demais cidadãos, uma vez que dos mesmos não se exigiam os deveres cívicos, não podiam ser tributados nas causas em que tornassem parte, só poderiam ser julgados por uma corte eclesiástica e não civil. Domingo, o primeiro dia da semana, foi proclamado o dia de descanso e adoração em todo o império. Proibindo o funciona-mento das cortes e tribunais nos domingos, ressalvo quando fosse

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Proibida a comercializaçãopara libertar algum escravo. Inibiu o exército de trabalhar aos do-mingos. Da mesma forma que o cristianismo influenciou o impé-rio romano, contribuindo para o crescimento das relações sociais, sendo eliminadas práticas extremamente desumanas e irracionais como:

a) – A CRUCIFICAÇÃO: forma comum de castigo para todos os criminosos, exceto para um cidadão romano, que diante de uma pena de morte eram decapitados, como foi o caso de Paulo que possuía a cidadania romana. Constantino aboliu a crucificação, pelo fato de considerá-la um emblema sagrado a ponto de torná-la distintivo de seu exército.

b) – O INFANTICÍDIO: naquela época havia se tornado comum o hábito de os pais matarem asfixiadas as crianças que não lhes agradassem. Quando não as matavam as abandonavam para que morressem. O Cristianismo trouxe o benefício da vida para aque-las crianças, fazendo com que o infanticídio fosse banido do im-pério.

c) – AS LUTAS DE GLADIADORES: as lutas entre os gladiadores foram banidas. Essa lei foi imposta na capital. Entretanto, no an-fiteatro romano ainda houve combates até 404 d.C. Até um monge por nome de Telêmaco tentou parar uma luta entre gladiadores ao entrar na arena, mas acabou sendo morto. Desde então, cessou a matança de homens para satisfazer o prazer dos espectadores.

Contudo, apesar de todos esses plausíveis benefícios ad-vindos naquela época, a aliança com o ESTADO trouxe terríveis resultados para o CRISTIANISMO. Que se embebedou com as regalias que lhe foi proporcionado, e aliado ao fato de ocorrer novamente as terríveis circunstâncias da perseguição, deixou-se

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também influenciar, principalmente pela cultura religiosa pre-dominante no império, trazendo para ao culto cristão práticas es-púrias do paganismo, como a idolatria, o culto e a veneração aos mortos, a divinização da virgem Maria, para assumir o lugar das divindades femininas ali cultuadas, a elevação do bispo de Roma à condição de Bispo Universal (imitando a estrutura de poder do império). Infelizmente, não existem evidências animadoras da con-versão de Constantino a Jesus Cristo, senão um relatório extenso de práticas que contrariam a moral cristã, como a execução de seu filho; e pouco depois, a de sua própria mulher. Apesar de tão antagônico comportamento, passou a freqüentar as reuniões de líderes da Igreja, sem encontrar restrições por parte dos mesmos, que passaram a reverenciá-lo como o “bispo dos bispos”, dando origem através deste desvio doutrinário do cristianismo apóstata, que foi o dogma do papado oficializado anos depois. Mesmo sendo o principal responsável pelo fim da perseguição aos cristãos, e inegavelmente ter demonstrado ta-manho favorecimento ao Cristianismo, Constantino nunca acei-tou submeter-se ao batismo durante toda sua vida, o que só ocor-reu no último momento da sua vida, em seu leito de morte. Só Deus conhece a real sinceridade de sua decisão.

A Oficialização do Cristianismo como a Religião Oficial Pouco a pouco a influência do imperador crescia dentro da igreja, com isso os líderes da igreja lhes concediam honras e o bajulavam, tanto por medo de que a repressão voltasse, como também pelos interesses temporais de galgar posições dentro da hierarquia interna, ou mesmo funções públicas. Podemos, sem sombra de dúvida, afirmar, que se o fim da perseguição aos cristãos foi uma benção, a oficialização do cris-tianismo como religião oficial do império, foi uma terrível cilada

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Proibida a comercializaçãodo inimigo, que afetou profundamente a realidade espiritual da Igreja, que se viu inflada, repleta de “membros”, que forçados a uma pseuda conversão, migraram para o cristianismo, sem pas-sarem pela imprescindível experiência do novo nascimento. A Igreja e o Estado uniram-se quando Constantino ado-tou o CRISTIANISMO como religião oficial do império romano. Estando a Igreja aliada ao Estado, passou a ser dominada por ele, com isso os propósitos estabelecidos por Cristo para ela foram postos de lados por seus líderes, que se preocupavam ap-enas em satisfazer os anseios do imperador, que por sua vez intro-duzia o mundo dentro da Igreja. Ao invés de humildade e santi-dade, os membros adotaram uma postura ambiciosa, arrogante e orgulhosa. O impacto de Constantino

O impacto da “conversão” de Constantino sobre a vida da igreja foi tão grande que se fará sentir durante toda a narrativa da história do cristianismo. Depois da sua “conversão”, o temor se dissipou. Os poucos governantes pagãos, que vieram depois dele, não perseguiram os cristãos, somente tentaram restaurar o pagan-ismo por outros meios. Tudo isso produziu, em primeiro lugar, o desenvolvimen-to do que poderíamos chamar de uma “teologia oficial”. Deslumb-rados com o favor que Constantino evidenciava em relação a eles, não faltaram cristãos que se empenharam em provar que Con-stantino era um eleito de Deus, e que sua obra era a consumação da história da igreja. Até a época de Constantino, o culto cristão tinha sido relativamente simples. No princípio, os cristãos se reuniam para adorar em casas particulares. Depois começaram a se reunir tam-bém em cemitérios, como as catacumbas romanas. No século terceiro já havia lugares dedicados especifica-mente para o culto. A igreja mais antiga descoberta até agora é a

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de Dura-Europos, que data aproximadamente do ano 270. Mas também essa igreja de Dura-Europos não passa de uma pequena habitação, decorada somente com algumas pinturas murais de caráter quase primitivo. Depois da conversão de Constantino, o culto cristão começou a sentir a influência do protocolo imperial. O incenso, que até então tinha sido sinal do culto ao imperador, apareceu nas Igrejas cristãs. Os ministros que oficiavam no culto começaram a usar vestimentas ricamente ornamentadas, em sinal de respeito. Pela mesma razão vários gestos de respeito normalmente feitos diante do imperador começaram a surgir também no culto. Além disso, apareceu o costume de iniciar-se o culto com uma procissão. Para dar mais destaque a esta procissão surgiram os coros, com o resultado, em longo prazo, de que a congregação participava cada vez menos do culto. Por outro lado, as igrejas construídas no tempo de Con-stantino e dos seus sucessores contrastavam com a simplicidade da Igreja de Dura-Europos. O próprio Constantino mandou con-struir em Constantinopla a igreja de Santa Irene, em honra à paz. Helena, sua mãe construiu na Terra Santa a igreja da Natividade e a do Monte das Oliveiras. Ao mesmo tempo, ou por ordem do imperador, ou seguin-do seu exemplo, foram construídas igrejas semelhantes nas prin-cipais cidades do Império. Essa política continuou sob o governo dos sucessores de Constantino que morreu em 22 de maio do ano 337 d. C. Quase todos eles tentaram perpetrar sua memória, con-struindo igrejas pomposas.

A divisão do Oriente com a Igreja de Roma Constantino em sua efêmera vaidade reconstruiu Bizân-cio, cidade grega que datava existência de mil anos e estava situ-ada entre a Europa e a Ásia, chamando-a de Constantinopla (hoje

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Proibida a comercializaçãoIstambul, na Turquia), assim denominada em sua homenagem, transformando-a na nova capital do Império Romano. Logo, sur-gia a primeira dificuldade religiosa, pois o Bispo de Roma, havia imposto sutilmente sua autoridade sobre as demais Igrejas a pre-texto de ser o bispo da capital do império, plantando gradativa-mente a semente do papado. Com a mudança da capital, o bispo de Constantinopla passou a reivindicar seus direitos sob a mesma alegação de que se Constantinopla era a nova capital do império, logo o direito de comando também deveriam ser transferidos a nova igreja. Iniciou-se então a animosidade das igrejas do Ocidente com o Oriente, culminando com a separação definitiva no século VIII, surgindo desta forma a primeira divisão do cristianismo: Igreja Católica Apostólica Romana no Ocidente e Igreja Ortodoxa Gre-ga no Oriente. Houve durante este período cinco bispos, ou patriarcas como passaram a ser designados mais tarde, instalados em: Je-rusalém; Antioquia; Alexandria; Constantinopla, e Roma. O pa-triarca desta última reivindicava para a Igreja de Roma a suprema-cia da autoridade religiosa, por ter sido fundada pelos apóstolos Pedro e Paulo. Nesta ocasião surgiu a tradição de que Pedro teria sido o primeiro bispo de Roma. Seu argumento baseava-se nos textos de Mateus 16.18 “Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja”. E outro registrado em João 21.16-17 “apascenta as minhas ovelhas”. Defendiam erroneamente estas afirmações, utilizando-se de uma hermenêutica conveniente e preponderante. Ao contrário, a Bíblia diz que Jesus, e não Pedro, é o fundamento da Igreja. “Porque ninguém pode pôr outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo”. (I Co 3.11)Apóstolo Paulo

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O fim do Império Romano

Após a morte de Constantino, o Império Romano, um dos mais bárbaros e temíveis impérios já visto, chegou ao seu final. Os motivos que causaram seu enfraquecimento e consequentemente sua subversão foram: as sucessivas invasões e divisões, a insatisfa-ção do povo com a mudança religiosa, política e econômica. Em 476, Odoacro, rei dos hérculos (uma tribo germânica) apodera-se de Roma expulsando do trono o menino imperador Rômulo, pondo fim ao extenso período de domínio do Império Romano. O fim do Império Ocidental é relevante por demarcar a passagem da Idade Antiga para a Idade Média que vai até 1453 d.C. com a tomada de Constantinopla pelos turcos, onde finda os dias do Império Oriental.

Questionário

Marque “C” para certo e “E” para errado

___ 21) – o termo grego “gnosis” significa graça. Movimento filosófico-teológico que considerava a graça como decisiva para a salvação.

___22) – Depois de Diocleciano abdicar de sua coroa, por volta de 305 d.C., dois imponentes rivais aspiravam por ocupar o trono imperial. O déspota Maxêncio, filho de Maximiano.

___ 23) – O impacto da “conversão” de Constantino sobre a vida da igreja não foi tão grande assim, quase não se faz senti-lo no decorrer da história do cristianismo.

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Proibida a comercialização___ 24) – A igreja mais antiga descoberta até agora é a de Dura-Europos, que data aproximadamente do ano 270 d.C

___ 25) – Em 476, Odoacro, rei dos hérculos (uma tribo germâni-ca) apodera-se de Roma expulsando do trono o menino impera-dor Rômulo, pondo fim ao extenso período de domínio do Impé-rio Romano.

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Lição 3

A Igreja da Idade Média e a Reforma Prot-estante

Período que abrangem os fatos da Idade Média até a Reforma 476-1529

Origem do Papado

No período da Idade Média, fato que se tornou mais no-tável foi o desenvolvimento do poder papal. Já no século V di-vulgou-se por todos os lugares a heresia de que o bispo de Roma deveria exercer poder sobre os demais bispos cristãos em todo o mundo, pois este seria o legítimo sucessor de Pedro. Quando o império ocidental (476) caiu o bispo de Roma ganhou notorie-dade como a mais célebre autoridade na cidade e nos limites do império. Inocêncio I já havia iniciado as prerrogativas do bispo “universal” em 402, convencendo a igreja ocidental de que todo e qualquer assunto de ordem eclesiástica deveria ser remetido à “sé apostólica” para lá ser resolvido, porém não conseguiu o conven-cimento universal. Contudo, o período de crescimento da autoridade papal começou com Gregório I, o Grande (589-604), que se destacou por sua liderança expressiva, passando a exercer de fato o domínio sobre a igreja ocidental, chegando a ser chamado de “o cônsul de Deus”. Considerado o primeiro papa de caráter universal. O poder temporal dos papas cresceu de tal forma na idade média, que o poder da igreja neste período comparava-se ao do antigo Império Romano, passando o próprio papa, a utilizar in-clusive, títulos exclusivos da antiga autoridade imperial, como o de “pontiex-maximus” (sumo – pontífice).

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Proibida a comercialização O registro dos fatos, porém, deixam claro e evidente, que a criação do cargo de papa só ocorreu muitos séculos depois da era apostólica, por pura vaidade humana, sem nenhum respaldo bíblico, pois jamais foi mencionada no texto sacro a palavra “papa”, ou qualquer referência a tal posto de “representante de Deus”, pois esta é uma prerrogativa exclusiva do Espírito Santo. – S. João 14: 16-17, 26; 15: 26; 16: 7-14. Jesus enviou o Espírito Santo, como o seu representante e fiel testemunha.

Papisa Joana

A Igreja Católica sofre por causa de um desconfortável as-sunto, que há muito tem sido motivo de questões na cristandade. Trata-se da papisa Joana, que para uns existiu, e para outros não passa de uma lenda.

“Registros históricos dão conta de que Joana ocupou o trono papal durante dois anos, cinco meses e quatro dias, tendo sido aclamada pelos bispos e pelo povo de Roma, em 855. A ela se deve a fundação do Vaticano, que engloba toda a área entre o castelo de Santo Ângelo e a basílica de São Pedro, além de muitas casas e outras obras... o fato teria ocorrido por volta de 851, quan-do ela então, com o nome de João, o Anglicano, exercia a função de cardeal. O verdadeiro nome da papisa era Gilberta, nascida em Mogúncia... e teria quarenta e nove anos quando chegou à elevada posição de papa com o nome de João VIII”.Abraão de Almeida

As Cruzadas

Um grande movimento da Idade Média foram as CRU-ZADAS, que se iniciou por volta do ano 1000 d.C. e perdurou por trezentos anos. Com o aumento das peregrinações à terra santa na esperança de que o retorno de Cristo ocorreria naquele ano,

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os peregrinos passaram a ser roubados e até mortos pelos mao-metanos, promovendo indignação em toda Europa. Dado esse fato, o papa Urbano II foi inquirido pelo imperador Aleixo (ori-ente) de enviar guerreiros a fim de ajudá-lo e libertar a terra santa das mãos dos maometanos, onde nasceu então a primeira cruzada em 1095 d.C, no Concílio de Clermont. Houve inúmeras cruzadas realizadas pela Igreja Papal com o intento de libertar a terra santa do poder dos maometanos, contudo promoveram apenas guerras, e incitou o ódio de muitos povos contra os cristãos. As principais foram apenas sete, que diga se de passagem, não obtiveram êxito em seus intentos:

a) – Urbano II em 1095 d.C.;b) – Clairveaux, Luiz VII (França) e Conrado III, lideraram um grande exército em socorro dos lugares santos, para reforçar o domínio ocidental de Jerusalém, que perdurou até 1187 d.C.;c) Frederico Barbarroxa, Felipe Augusto, e Ricardo I (“coração de leão”) de 1188 a 1192 d.C.;d) – A quarta cruzada realizada entre 1201 a 1204, foi um verdadeiro fracasso, devido os grandes prejuízos causados a igreja;e) – O excomungado Frederico II liderou um exército até a Palestina em 1228 d.C. coroando a si mesmo como rei de Je-rusalém;f) – Luiz IX (França) em 1248 a 1254 d.C.;g) – Luiz IX (França) e Eduardo (Inglaterra) em 1270 a 1272 d.C.;

A Apostasia e Idolatria inseridas nos cultos

O início do período medieval reporta-nos a decadência na vida e na comunhão da Igreja. Nesse tempo o papa já exercia total domínio sobre ela, que passou a ceder às exigências dos cidadãos romanos como as práticas dos seus antigos rituais: festas, dogmas

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Proibida a comercializaçãoe tradições, tornando o cristianismo uma religião quase pagã. A igreja passou a receber imagens de santos, que eram cultuados em suas reuniões, em especial da virgem Maria, “denominada” a mãe de Deus e intercessora. Fazia-se oração pelos mortos, um costume pagão. A liturgia do culto era uma missa, como faziam os pagãos. Os sacramentos eram conhecidos como: batismo, matrimônio, extrema-unção, eucaristia, penitência, confirmação e ordem. O cumprimento dos sacramentos garantiria a salvação, segundo os sacerdotes. Havia-se na Igreja, especificamente entre o sacerdócio, muitos escândalos. Eles eram acusados por negligenciarem seus ofícios nas paróquias que dirigiam. Também eram acusados por roubarem os cofres da Igreja. A mistificação da Igreja nesse período, infelizmente, é in-egável. Ela transformou-se numa terrível apostasia. Embora, uma minoria ainda se mantinha em perfeita comunhão com Cristo.

O início da Reforma Religiosa – Uma luz na escuridão

Entre o século V e IX os genuínos cristãos, conheci-dos como: Donatistas, Publicanos, Cátaros, Anabatistas, Pateri-nos, dentre outros, foram cruelmente perseguidos pelos cristãos católicos. Pouca coisa realmente se sabe da história da Igreja nessa fase, em virtude dessas circunstâncias em que vivia esses cristãos genuínos. Esses irmãos possuíam parte de manuscritos sagrados, que posteriormente foram alvos de aniquilação da Igreja papal, com o intento de inibir a dispersão de suas doutrinas. Já nos séculos posteriores, entre o século X a XIII surgi-ram cinco grandes movimentos que podemos denominá-los de movimentos da pré-reforma, são eles:

Os Albingenses. Surgiram no norte da Itália e sul da França por volta do ano 1170 d.C. Aceitavam apenas o Batismo e a Santa Ceia

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como sacramentos eclesiásticos. A Bíblia era considerada a su-prema autoridade, criticando o poder e a riqueza da Igreja Papal. Inocêncio III mobilizou uma “cruzada” contra eles, desferindo mortalmente quase toda a população da região.

Os Valdenses (1970 d.C.). Assim chamados por terem como ca-beça um negociante de Lyon, na França, por nome de Pedro Val-do. Repugnava a missa, as orações pelos mortos e a doutrina do purgatório. Incentiva a leitura das Escrituras, em especial o Novo Testamento. Foram cruelmente perseguidos e expulsos da França. Esse movimento se fortificou e ainda hoje constitui uma parte do pequeno grupo de cristãos protestantes na Itália.

João Wyclif. Este iniciou um movimento na Inglaterra com o propósito de libertação do poder romano e da reforma da igreja. Wyclif nasceu em 1324, foi instruído na Universidade de Oxford, tornando-se doutor em teologia e chefe dos conselhos que minis-travam aquela instituição. Não reconhecia a autoridade do papa, atacava os frades, era contrário a doutrina da transubstanciação, era contrário também a divisão estrutural do sacerdócio na Igreja. Para ele o modelo estava no Novo Testamento. Traduziu o Novo Testamento que foi publicado em 1384, ano em que morreu. A pregação e a tradução da Bíblia por Wyclif abriram se as portas para a grande Reforma da Igreja.

João Huss (1369-1415). Boêmio. Leitor dos escritos de Wyclif, dando continuidade em suas doutrinas, dando ênfase na necessi-dade da libertação do poder papal. Foi reitor da Universidade de Praga. Propagou parte de suas mensagens através de cartas, quan-do esteve afastado da sua cidade Praga, por ocasião de sua ex-comungação. Foi queimado em 1415 por ser considerado herege, passado cem anos de morte nasceu Martinho Lutero.

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Proibida a comercializaçãoJerônimo Savonarola (1452-1498). Um dos pregadores mais no-táveis da história da Igreja. Suas mensagens abalavam as estrutur-as do inferno. Era considerado como um dos profetas do Antigo Testamento. Ao ouvir dizer que ele ia pregar, a catedral se enchia até transbordar de multidões desejosas de ouvi-lo. Às vezes suas pregações causavam profundo medo e pavor, e por todos que o ouviam era grandemente respeitado. Foi um proeminente refor-mador na cidade de Florença (Itália). Foi queimado na praça em 1498.

A Inquisição A Inquisição chamada de a Santa Inquisição foi a institu-ição das mais desumanas, anticristãs e abomináveis estabelecida pela igreja papal em vários países a partir do ano 1231 contra o protestantismo. Esta foi a reposta da Igreja Romana para certos movimentos populares contrários a ela e reformadores. Este ten-ebroso instrumento de perseguição religiosa contra os cristãos genuínos matou milhares de pessoas em todo o mundo, não só por questões de fé, mas, também, por pesquisa científica e rac-ismo (judeus, árabes, e outros). “Os tribunais do santo ofício fizeram de tudo para ful-minar os discípulos da Reforma, os judeus e outros religiosos dissidentes. Os suspeitos de heresias eram levados aos terríveis tribunais eclesiásticos e, sem qualquer direito de defesa, eram su-pliciados da maneira mais cruel que se possa imaginar”.

“Este funesto tribunal (Inquisição), somente na Espanha, em 18 anos levou à fogueira 10.200 e à infâmia 97.000 infelizes”.

Questionário

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Assinale com “X” a alternativa correta

26) – O poder temporal dos papas cresceu de tal forma na idade média, que o poder da igreja neste período comparava-se ao do antigo Império Romano, passando o próprio papa, a utilizar in-clusive, títulos exclusivos da antiga autoridade imperial, como o de:

___a. “maximus”. ___b. “pontiex-maximus”.___c. “pontiex-cardeal”.___d. “pontífice-universal”.

27) – Um dos pregadores mais notáveis da história da Igreja. Suas mensagens abalavam as estruturas do inferno. Era considerado como um dos profetas do Antigo Testamento:

___a. João Huss. ___b. Wyclif.___c. Pedro Valdo.___d. Savonarola.

A Reforma Protestante

A Renascença Uma das grandes forças que conduziu a Reforma Protes-tante, e a ajudou a progredir foi o movimento chamado RENAS-CENÇA, também conhecido como o despertar da Europa para um novo interesse pela literatura, artes, ciências, na busca pela transformação dos métodos medievais para os modernos.

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Proibida a comercialização A Renascença surgiu não com o caráter de um movimento religioso, mas com o caráter da literatura. Seus líderes não eram sacerdotes nem monges, mas leigos que moravam na Itália, onde teve início. Os motivos que culminaram no seu surgimento foram: o colapso do poder imperial, e o enfraquecimento do poder papal. Nesse período foi descoberta a IMPRENSA, por João Gutemberg (1455) em Mogúncia, no Reno, que se tornou um forte aliado da Reforma que ainda estava para chegar. O primeiro livro que Gutemberg imprimiu foi a Bíblia. A Renascença preparou o espírito da reforma e da inde-pendência (nacionalista) em toda Europa. Abriu o caminho para a tradução e circulação da Bíblia despertando a sua leitura entre o povo. Com isso a massa se convenceu de que a Igreja Papal estava em contradição com os ensinos do Novo Testamento. Tudo isso abriu o caminho para a Reformada Protestante liderada por Mar-tinho Lutero.

O Reformador Martinho Lutero São poucos os heróis da fé que durante a história do cris-tianismo têm sido examinados tanto como Martinho Lutero. Para muitos católicos e céticos, Lutero é o “bicho-papão que destruiu a unidade da igreja, a besta selvagem que pisou na vinha do Senhor, um monge renegado que se dedicou a destruir as bases da vida monástica”. Para outros, no entanto, ele é o grande reformador de uma igreja corrompida, o grande herói que fez voltar, uma vez mais, a pregação do evangelho puro. Ao estudar a vida de Lutero e também sua obra, uma coisa fica bem clara: a tão esperada reforma se produziu, não porque Lutero ou outra pessoa se havia proposto a isso, mas porque ele chegou no momento oportuno e porque nesse momento o Refor-mador, e muitos outros junto dele, estiveram dispostos a cumprir sua responsabilidade histórica. Segundo a tradição, João Huss na hora de seu martírio disse aos espectadores aos gritos a seguinte frase:

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“Podem matar o ganso (que significa “huss” em sua lín-gua), mas daqui a cem anos surgirá um cisne que não poderão queimar”. Segundo a história, cem anos após a morte de João Huss, Lutero nasceu, no dia 10 de novembro em 1483, em Eisleben, Ale-manha, onde seu pai, de origem camponesa, trabalhava nas minas. Sua infância não foi feliz, porque seus pais foram extremamente duros com ele e, muitos anos mais tarde, ele mesmo contava com amargura alguns dos castigos que lhe tinham sido impostos. Suas primeiras experiências no colégio não foram melhores, pois tam-bém posteriormente se queixava de como o tinham golpeado por não saber suas lições. Se bem que não se deva exagerar em tudo isso, não resta dúvida que essas situações deixaram marcas perma-nentes no caráter do jovem Martinho.

Sua primeira vocação

Em julho de 1505, pouco antes de completar os 22 anos de idade, Lutero ingressou no mosteiro agostiniano de Erfurt. Tem-pos depois, ele mesmo revelou que os rigores do seu lar o lev-aram ao mosteiro. Por outro lado, seu pai havia decidido que seu filho se tornasse um advogado e fazia grandes esforços para lhe dar uma educação adequada a essa carreira. Lutero não queria ser advogado e, portanto, é muito possível que, ainda sem saber, havia interposto a vocação monástica entre seus próprios desejos e os projetos de seu pai, que se mostrou profundamente irado ao re-ceber notícias do ingresso de Martinho no mosteiro e demorou muito tempo para perdoá-lo. Mas para Lutero, a vida presente não parecia ser mais que uma preparação e prova para a vida vin-doura. Logo seria tolice dedicar-se a ganhar prestígio e riquezas

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Proibida a comercializaçãono presente, mediante a advocacia, e descuidar do futuro. Lutero entrou no mosteiro como fiel filho da igreja, com o propósito de utilizar os meios de salvação que a igreja lhe oferecia e dos quais o mais seguro lhe parecia ser a vida monástica. Muitas vezes se tem dito entre os protestantes que Lutero não conhecia a Bíblia e que foi, no momento de sua conversão, ou pouco antes, que começou a estudá-la, mas isso não é certo. Como monge que tinha de recitar as horas canônicas de oração, Lutero sabia o Saltério de memória. E além disso, em 1512 ele obteve seu doutorado em teologia e, para tanto, teria que ter estudado as Es-crituras. O que é certo é que quando se viu obrigado a preparar conferências sobre a Bíblia, Lutero começou a ver nela uma pos-sível resposta para suas angústias espirituais. Em meados de 1513, começou a dar aulas sobre os Salmos. Este foi o princípio de sua grande descoberta.

Uma grande descoberta

A grande descoberta veio provavelmente em 1515, quando Lutero começou a dar conferências sobre a epístola de Romanos, pois ele mesmo disse, depois, que foi no primeiro capítulo dessa epístola onde encontrou a resposta para as suas dificuldades. Essa resposta não veio facilmente. Não ocorreu simplesmente que, num bom dia, Lutero abriu sua Bíblia no primeiro capítulo de Romanos e descobriu ali que “o justo viverá pela fé”. Segundo ele mesmo conta, a grande descoberta foi precedida por uma grande luta e uma amarga angústia, pois a epístola aos Romanos (1.17) começa dizendo que: “no evangelho a justiça de Deus se revela”. Segundo este texto, o evangelho é a revelação da justiça de Deus. E era precisamente a justiça de Deus que Lutero não podia tolerar. Se o evangelho fosse a mensagem de que Deus não é justo, Lutero não teria tido problemas. Porém este texto relaciona indissoluvel-mente a justiça de Deus com o evangelho. Segundo Lutero conta,

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ele odiava a frase “a justiça de Deus” e esteve meditando nela dia e noite para compreender a relação entre as duas partes do ver-sículo que começa afirmando que “no evangelho a justiça de Deus se revela” e conclui dizendo que “o justo viverá pela fé”. A resposta foi surpreendente. Em consequência, continua comentando Lutero sobre sua descoberta, “senti que havia nas-cido de novo e que as portas do paraíso me haviam sido abertas. As Escrituras todas tiveram um novo sentido. E a partir de então a frase “a justiça de Deus” não me encheu mais de ódio, mas se tornou indizivelmente doce em virtude de um grande amor”.

Sua visita a Roma

Quando esteve visitando Roma, sofreu uma terrível de-cepção com a imoralidade a que a cidade, sede do cristianismo, estava entregue, principalmente os clérigos. Suas convicções acer-ca da estrutura da instituição a que pertencia começaram a ruir, e a doutrina da justificação pela fé, foi se consolidando em seu coração à medida que mergulhava no estudo do Novo Testamen-to, principalmente das epístolas pastorais e doutrinárias, ouvindo através das mesmas a doce voz do Espírito Santo “Todavia, o meu justo viverá da fé...” Hb. 10.38, Rm. 5.1, Gl. 2.16-21, etc. No fa-moso concílio de Latrão, realizado em 1516, exortou os líderes e sacerdotes, buscando conscientizá-los da necessidade de viverem de acordo com a moral cristã, por eles proclamada verbalmente, mas longe de praticá-las, comprometendo assim a credibilidade do Evangelho com suas atitudes devassas.

As Indulgências e as 95 teses

Se não fosse a pregação imoral e profana da Igreja Roma-na, as indulgências, defendida e propagada e comercializada pelos mensageiros do papa Leão X, diz-se que a Reforma não teria sur-

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Proibida a comercializaçãogido tão rápido na Alemanha, tornando-se um brado de revolta, que logo se estenderia por muitos países. Lutero perdeu a paciên-cia com esta pregação que proclamava as “indulgências” como meio de salvação, afixando na porta da Catedral de Wittemberg, suas famosas 95 teses, onde expunha os contrastes da Bíblia com a Igreja Romana. “O ouro é o tesouro, e aquele que o possui tem tudo de que se necessita no mundo, como ele tem também o meio de resgatar as almas do purgatório e de as chamar ao paraíso”Cristóvão Colombo se referindo às Indulgências Segundo a Igreja Católica, define-se que doutrina das in-dulgências significa “remissão das penas temporais merecidas pelo pecador, em todo ou em parte, fora da confissão”. Observe abaixo parte de um texto apresentando o perdão ao pecador que comprasse as indulgências:

“Que o nosso Senhor Jesus Cristo, tenha misericórdia convosco e vos absolva pelos méritos de sua santíssima paixão. E eu, pela sua autoridade e a dos seus santos apóstolos Pedro e Paulo, pela sua autoridade e a do santíssimo Papa, dada a conce-dida a mim nestas partes, vos absolvo, primeiramente de todas as censuras eclesiásticas, seja qual for o modo que incorrestes nelas; depois de todos os vossos pecados, transgressões e excessos, por enormes que sejam, mesmo dos que são reservados para o con-hecimento da Santa Sé, e até onde se estendam as chaves da santa igreja. Eu vos remito todas as penas... de sorte que quando mor-rerdes logo, esta graça ficará em força ampla quando estiverdes ao pondo de morrer. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. As indulgências foram inventadas no século XI, por São Tomaz de Aquino, conforme ensina a tradição. Contudo no sécu-

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lo XVI, o Papa Leão X, devido à grande necessidade de obter uma elevada soma de dinheiro para completar as obras do templo de S. Pedro em Roma, contratou hábeis pregadores para comercial-izar o produto que assegurava salvação e total perdão dos peca-dos. Dentre esses, destacou-se João Tetzel, que em nome do papa percorreu a Alemanha vendendo as cartas (indulgências), assina-das pelo pontífice, as quais, dizia, possuíam o poder de conceder o perdão de todos os pecados, não só aos possuidores da carta, mas também aos amigos, em cujos nomes fossem compradas e até mesmo dos parentes mortos. Tetzel bradava:

“Padres, nobres, mercadores, esposas, rapazes, moças, ouvi vossos pais e amigos já mortos, gritando-vos ao abismo profundo. ‘ Nós estamos sofrendo um martírio terrível. Uma pequena es-mola poderia salvar-nos; vós podeis dá-la e, contudo não quereis fazer! ’ Ouvi esses gritos... Como sois surdos e desleixados! Com uma significante quantia podeis livrar o vosso pai do purgatório, e, apesar disso, sois tão ingratos que não comprais a sua liber-dade! No dia do juízo sereis castigados tanto mais severamente por terdes desprezado tão grande salvação. Vinde e eu vos darei cartas munidas de selos, pelas quais todos os vossos pecados vos serão perdoados, mesmo os que desejais cometer no futuro... As indulgências salvam não só os vivos, mas também os mortos. E apenas a moeda tino no fundo do cofre, vossa alma será libertada do purgatório para o Céu”.

Tetzel garantia que as indulgências que vendiam deixava o pecador “mais limpo do que saíra do batismo”, ou “mais limpo do que Adão antes de cair”, que “a cruz do vendedor de indulgências tinha tanto poder como a cruz de Cristo”.

“Que magnífica religião a dos papas! Que religião tão cô-

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Proibida a comercializaçãomoda, desde o dia em que o ‘seráfico’ doutor Tomaz pôde desco-brir o tesouro dos méritos dos santos! Podem pecar à vontade; isto é, roubar, assassinar, adulterar, pois que, tendo dinheiro para remir essas transgressões das leis divinas e humanas, dinheiro que chegue para fazer saltar a mola de tal tesouro dos papas, está ga-rantida a impunidade e regido o salvo-conduto de outros dias de maiores crimes. As indulgências são a feira franca e permanente da igreja: ela vende tudo. Vende o infame batismo, ao pecador o perdão, ao amante direito de se casar, ao defunto a missa de réquiem; vende orações, rosários, bentinhos, relíquias, amuletos. O altar é um grande balcão, o papa o grande usuário. Os escribas eram menos perversos, pois que os papas nem sequer se podem chamar como Cristo chamou àqueles: sepulcros branqueados.”Sanctis, L

Desde então Lutero, o Cisne que acreditava na justificação pela fé, redigiu um discurso que foi lido possivelmente no Con-cílio de Latrão, Roma, em 1516. Afirmando que:

“A maior e primeira de todas as preocupações – ah, se eu pudesse inscrever com letra de fogo em vossos corações! É que os ministros, antes de tudo, tragam ricamente a palavra da verdade. O globo terrestre está repleto, sim, repleto até em profusão como toda imundícia possível de doutrina. O povo é submetido a tantas leis, a tantas opiniões de homens, sim, até mesmo a matérias su-persticiosas; é inundado por eles – não se pode dizer: ensinando – de modo que a palavra da verdade praticamente nem sequer mais sussurra, sim, em muitos lugares, nem sequer mais isso. O que pode aí nascer, se é concebido com palavras de homens, e não com a Palavra de Deus?! Como a palavra, assim o nascimento, as-sim o povo”

Para Lutero, o estado apóstata da Igreja era fruto das in-conseqüências papais, ou lideranças da Igreja Católica. Tal a men-

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sagem, tal seria o povo, tal o ensinamento, tal seria o princípio do povo. A Palavra de homens, segundo ele, produziu um povo deca-dente e apóstata, ao contrário do que poderia produzir a Palavra de Deus.

“Portanto permaneça firme esta tese: a igreja não nasce nem pode resistir segundo sua essência, a não ser que seja através da Palavra de Deus, pois assim está escrito: ‘Ele nos gerou pela Palavra da Verdade’, Tg 1.18”.

Lutero, indignado com as indulgências e ensinos papais, e tendo esgotados todos os meios de frear esse comércio atroz, afixou suas famosas noventa e cinco teses na porta da igreja do castelo de Wittemberg. Essas teses, escritas em latim, não tinham o propósito de criar uma comoção religiosa. Para Lutero, se era verdade que o papa tinha poderes para tirar uma alma do pur-gatório, tinha que utilizar esse poder, não por razões tão vulgar como a necessidade de fundos para construir uma igreja, mas simplesmente por amor, e assim fazê-lo gratuitamente (tese 82). E ainda mais, o certo é que o papa deveria dar do seu próprio din-heiro aos pobres de quem os vendedores de indulgências tiravam, mesmo que para isso tivesse que vender a Basílica de São Pedro (tese 51). Lutero deu a conhecer suas teses na véspera da festa de Todos os Santos, e seu impacto foi tal que frequentemente se mar-ca essa data, 31 de outubro de 1517, como o começo da reforma protestante. Os impressores produziram um grande número de cópias das teses e as distribuíram por toda a Alemanha, tanto no original latino, como em tradução alemã. O próprio Lutero havia mandado uma cópia a Alberto de Brandeburgo, acompanhada com uma carta muito respeitosa. Alberto enviou as teses e a carta para Roma, pedindo a Leão X que interviesse. O imperador Maxi-miliano se encolerizou diante das atitudes e dos ensinos daquele

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Proibida a comercialização“monge impertinente”, e também pediu a Leão X que interviesse.

Lutero é perseguido pelo papa

A resposta do papa foi pôr a questão debaixo da juris-dição dos agostinhos, cuja próxima reunião capitular, teria lugar em Heidelberg, e Lutero foi convocado. Para lá foi nosso monge, temendo por sua vida, pois se dizia que seria condenado e quei-mado. Porém para grande surpresa sua, muitos dos monges se mostraram favoráveis a sua doutrina. Alguns dos mais jovens acolheram entusiasticamente. Em consequência, Lutero regressou a Wittemberg fortalecido pelo apoio de sua ordem e feliz por ha-ver ganhado vários conversos para sua causa. O papa então tomou outro caminho. Em breve enviaria Cajetano, para se entrevistar com Lutero e o obrigar a retratar-se. Se o monge se negasse, deveria ser levado prisioneiro a Roma. O leitor Frederico, o Sábio da Saxônia, obteve do impera-dor Maximiliano um salvo-conduto para o frade, a quem se dis-pôs a ajudar em Augsburgo, mesmo sabendo que pouco mais de cem anos atrás e, em circunstâncias muito parecidas, João Huss tinha sido queimado em violação a um salvo-conduto imperial. A entrevista com Cajetano não produziu o resultado de-sejado. O cardeal se negava a discutir com o monge e exigia sua renúncia. O frade, por sua vez, não estava disposto a retratar-se, se não fosse convencido de que estava errado. Quando por fim se inteirou de que Cajetano tinha autoridade para arrastá-lo, ainda que em violação do salvo-conduto imperial, abandonou a cidade às escondidas no meio da noite, regressou a Wittemberg e apelou a um concílio geral. Durante todo este período, Frederico, não protegia Lutero porque estava convencido de suas doutrinas, mas sim porque lhe pareceu que a justiça exigia um julgamento correto. A principal preocupação de Frederico era ser um governante justo e sábio.

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Com esse propósito fundou a Universidade de Wittemberg, onde muitos dos professores lhe diziam que Lutero tinha razão, e que se enganavam aqueles que o acusavam de heresia. Pelo menos, en-quanto Lutero não fosse condenado oficialmente, Frederico estava disposto a evitar que se cometesse com ele uma injustiça semel-hante a que havia acontecido no caso de João Huss.

Lutero sofre ameaças

Na bula Exsurge domine, Leão X declarou que um javali selvagem havia penetrado na vinha do Senhor e ordenava que os livros de Martinho Lutero fossem queimados, e dava ao monge rebelde sessenta dias para submeter-se à autoridade romana, sob pena de excomunhão e anátema. A bula demorou muito tempo para chegar às mãos de Lu-tero, pois as circunstâncias políticas eram sobremodo complexas. Em vários lugares, ao receber cópias da bula, as obras do Reforma-dor foram queimadas. Porém em outros, alguns estudantes e out-ros partidários de Lutero, preferiram queimar algumas das obras que se opunham ao movimento reformador. Quando enfim a bula chegou às mãos de Lutero, este a queimou, junto com outros livros que continham as doutrinas papistas. O rompimento era defini-tivo e não havia modo de se voltar atrás.

Lutero em Worms rompe com o Império

Quando Lutero chegou a Worms, foi levado diante do Im-perador e vários dos principais personagens do Império. Quem estava encarregado de interrogá-lo lhe apresentou um montão de livros e lhe perguntou se os havia escrito. Depois de examiná-los, Lutero confirmou que os havia escrito todos e vários outros que não estavam ali. Então seu interlocutor lhe perguntou se continu-ava sustentando tudo o que havia dito neles ou se estava disposto

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Proibida a comercializaçãoa retratar-se de algo. Este era um momento difícil para Lutero, não tanto porque temia o poder Imperial, mas porque temia sobrema-neira a Deus. Atrever-se a se opor a toda a igreja e ao Imperador, que tinha sido ordenado por Deus, era um passo temerário. Uma vez mais o monge temeu diante da majestade divina e pediu um dia para considerar sua resposta. No dia seguinte, correu a notícia de que Lutero com-pareceria diante da dieta e a assistência foi grande. A presença do Imperador em Worms, rodeado de soldados espanhóis que abusa-vam do povo, havia exacerbado ainda mais o sentimento nacional. Uma vez mais, em meio ao maior silêncio, se perguntou a Lutero se retratava. O monge respondeu dizendo que o que havia escrito não era mais que a doutrina cristã que tanto ele como seus inimi-gos sustentavam, e, portanto ninguém deveria pedir-lhe que se retratasse daquilo. Seu interlocutor insistiu: “Retratas-te, ou não?” E Lutero lhe respondeu, em alemão, desdenhando, portanto, o latim dos teólogos: “Não posso nem quero retratar-me de coisa alguma, pois ir contra a consciência não é justo nem seguro. Deus me ajude. Amém”. Ao queimar a bula papal, Lutero havia rompido definiti-vamente com Roma. E agora em Worms, rompia com o Império. Não lhe faltavam razões suficientes para clamar: “Deus me ajude”. Seu objetivo inicial não era o rompimento com a Igreja Romana, mas antes reformá-la espiritual e moralmente, todavia Deus tinha planos mais excelentes e a reação do papa foi de to-tal indignação à atitude ousada de Lutero, que determinou sua disciplina imediata com a convocação de um tribunal religioso na cidade de Worms na Alemanha, com o intuito de condená-lo ao mesmo destino de seus antecessores. Lutero, contrariando seus amigos, que temiam por sua vida afirmou: “Com a ajuda do Senhor Jesus Cristo, estou resolvido a nunca fugir do campo, nem abandonar a Palavra de Deus”. Chegando a Frankfurt os boatos

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de que o imperador o abandonaria à própria sorte, como, fez o imperador Sigismundo com João Huss, Lutero reafirma sua con-fiança no poder de Deus e afirma: “Ouvi dizer que Carlos V, pub-licou um edito com o fim de me aterrorizar. Mas Cristo vive; e havemos de entrar em Worms ainda que as portas do inferno, ou todos os poderes das trevas se oponham”, nessa ocasião compôs o mais antigo hino evangélico, ainda hoje conhecido: “Castelo Forte é o Nosso Deus”. Lutero, debaixo de forte pressão psicológica, tendo o próprio imperador Carlos V, comparecido ao seu julgamento em Worms, silenciou seus opositores e causou forte comoção popular, devido à sua intrepidez e força de seus argumentos bíblicos, con-cluindo sua defesa da seguinte forma:

“Visto que vossa majestade e vós poderosos senhores me exigem uma resposta clara, simples e precisa, dar-vo-la-ei, assim: Não posso submeter a minha fé, nem ao papa, nem aos concílios, porque é claro como o dia, que eles muitas vezes têm caído em erro, até nas mais palpáveis contradições, com eles próprios. Se, portanto, não me convencerdes pelo testemunho das escrituras, se não me persuadirdes pelos próprios textos que tenho citado, liber-tando assim a minha consciência por meio da Palavra de Deus, eu não posso, nem quero retratar-me, porque não é seguro para um cristão falar contra a sua consciência”.

Em seguida, ele foi excomungado em plena praça pública. Mas apoiado por seus alunos, nobres e o povo em geral, queimou a bula de sua excomunhão e declarou publicamente a ilegitimi-dade do papa para tal atitude, iniciando assim o glorioso movi-mento da Reforma, que recebeu o nome de “Reforma Protestante”, e que mudou de uma vez por todas a história da humanidade. Seus seguidores passaram a ser chamados de “luteranos” e a ig-reja luterana foi assim a primeira igreja evangélica após a reforma

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Proibida a comercializaçãoprotestante. Em 18 de fevereiro de 1546 faleceu Lutero em Eisleben, local onde nasceu. Morreu com a certeza de que a Reforma na Alemanha já estaria vitoriosamente estabelecida.

Questionário

Marque “C” para certo e “E” para errado

___ 28) – Uma das grandes forças que conduziu a Reforma Prot-estante, e a ajudou a progredir foi o movimento chamado RENAS-CENÇA.

___ 29) – Nesse período foi descoberta a IMPRENSA, por João Gutemberg (1455) em Mogúncia, no Reno, que se tornou um forte aliado da Reforma que ainda estava para chegar. O primeiro livro que Gutemberg imprimiu foi a Bíblia.

___ 30) – Segundo a história, dez anos após a morte de João Huss, Lutero nasceu, no dia 10 de novembro em 1393, em Eisleben, Áus-tria, onde seu pai, de origem camponesa, trabalhava nas minas.

___ 31) – As indulgências foram inventadas no século XXI, pelo papa João Paulo II, conforme ensina a tradição.

___ 32) – Lutero deu a conhecer suas teses na véspera da festa de Todos os Santos, e seu impacto foi tal que frequentemente se mar-ca essa data, 31 de outubro de 1517, como o começo da reforma protestante.

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Lição 4

A expansão da Reforma e a Con-tra-Reforma

Dado o mesmo período que Martinho Lutera labutava com ardor na defesa da justificação do homem pela fé, pregada em suas teses, outros grandes homens proclamavam a mesma verdade em suas nações. Dentre os quais se destacaram Zwínglio, Calvino e Tyndale.

Zwínglio e a Reforma na Suíça

Zwínglio, o reformador suíço, nasceu em janeiro de 1484, quase dois meses depois que Lutero, em uma pequena aldeia suíça. Foi educado nas Universidades de Viena e Basiléia. Quando recebeu seu título de Mestre em Artes, em 1506, deixou os estudos formais para ser sacerdote na aldeia de Glarus. Assumiu sua primeira paróquia em Glarus, de onde deu continuidade em seus estudos. No ano de 1516 tomou empresta-do o Novo Testamento, copiando as cartas paulinas para fazer es-tudos mais acurados. Quando por fim chegou a ser cura da cidade de Zurique em 1518, Zwínglio começou a pregar sobre as verdades bíblicas. Em 1522 publicou um livro onde mencionou o seu rompimento com o papado.Assim o prestígio de Zwínglio em Zurique foi grande. Quando alguém chegou vendendo indulgências, ele conseguiu que o gov-erno o expulsasse.

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Proibida a comercialização Lutero estava motivando uma imponente revolução na Alemanha, justamente naquela mesma época, confrontando o então, Imperador em Worms. E assim os inimigos de Zwínglio começaram a dizer que suas doutrinas eram as mesmas do alemão. Mais a frente, o próprio Zwínglio diria que, antes de ter conhecido as doutrinas de Lutero, havia chegado a conclusões semelhantes com base em seus estudos bíblicos. Assim, percebe-se aqui não um resultado direto da obra de Lutero, mas sim de uma reforma paralela à da Alemanha, que logo começou a estabelecer contatos com ela, cuja origem, porém era independente.

A primeira divisão entre evangélicos

O termo Protestante surgiu depois do histórico protesto de Espira (1529). Quando então, se percebeu a necessidade de que logo teriam os protestantes de defender a sua fé. Dado a essa ne-cessidade, Zwínglio e Lutero se reuniram em uma conferência, no mesmo ano, como o propósito de se unirem e formarem uma liga. Embora mantivessem uma mesma linha de pregação e de doutri-na, descobriu-se, contudo uma divergência entre eles. O desfecho da reunião ao invés de uni-los mais, acabou por ocasionar uma ruptura entre ambos. A divergência concentrou-se em apenas uma das quinze questões elaboradas para a conferência. Chocaram-se na questão doutrinária da Santa Ceia. Lutero dizia: “o verdadeiro corpo e o verdadeiro sangue de Cristo eram recebidos pelos comungantes ao lado do pão e do vinho”. Entretanto, Zwínglio dizia que o “sac-ramento era um memorial da morte do Senhor e que a Sua pre-sença é unicamente espiritual. Em 1531, depois de prestar um excelente trabalho na reforma protestante em seu país, Zwínglio morreu após ser ferido mortalmente numa batalha entre os cantões católico-romanos e protestantes.

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Questionário

Marque “C” para certo e “E” para errado

___ 33) – Zwínglio, o reformador suíço, nasceu em janeiro de 1484, quase dois meses depois que Lutero, em uma pequena al-deia suíça.

___ 34) – O termo Protestante surgiu depois do histórico protesto de Espira (1529). Quando então, se percebeu a necessidade de que logo teriam os protestantes de defender a sua fé.

João Calvino e a Reforma em Genebra

João Calvino que pertenceu a segunda geração da Refor-ma é considerado por muitos como o maior teólogo da igreja, de-pois de Agostinho (bispo de Hipona). Nasceu na pequena cidade de Noyon, na França, em 10 de julho de 1509, quando Lutero, aos 26 anos de idade, já havia ditado suas primeiras conferências na universidade de Wittemberg. Seu pai pertencia à classe média da cidade e trabalhava, principalmente, como secretário do bispo e procurador da biblioteca da catedral. Com esses recursos, o jovem Calvino foi estudar em Paris. A discussão teológica que tinha lugar nos seus dias levou-o a conhecer as doutrinas de Wyclif, Huss e Lutero. Porém, segun-do ele mesmo disse: “estava obstinadamente atado às superstições do papado”. Em 1529, completou seus estudos em Paris, ao obter o grau de Mestre em Artes, e decidiu dedicar-se à jurisprudência.

A Conversão de Calvino

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Proibida a comercialização É desconhecida a razão que levou Calvino a abandonar a fé católica. Todavia, o mais provável parece ser que, no meio do círculo de humanistas que frequentava e através de seus estu-dos das Escrituras e da antiguidade cristã, Calvino chegou à con-vicção de que teria de abandonar a comunhão romana e seguir o caminho dos protestantes. Em 1533, dois anos após a morte de seu pai, Calvino se converteu ao protestantismo. Um ano depois, fugiu com um grupo de convertidos para Basiléia, por causa de uma terrível perseguição.

As Institutas da Religião Cristã

Surgia, então mais um notável reformador: Calvino. Ele dedicou-se ao estudo das obras literárias. Seu propósito, a princí-pio, não era de modo algum chegar a ser um dos líderes da Refor-ma, mas sim encontrar um lugar tranquilo onde pudesse estudar as Escrituras e escrever sobre a nova fé. Pouco antes de chegar a Basiléia, havia escrito um breve tratado sobre o estado inter-mediário dos mortos. Segundo ele encarava sua própria vocação, sua tarefa consistiria em escrever outros tratados como esse, que serviriam para aclarar a fé da igreja numa época de tanta con-fusão. A mais famosa obra que Calvino escreveu foi o manual ao qual deu o título de Institutas da Religião Cristã, publicado no ano de 1535.

O Reformador de Genebra

Passados três anos em Basiléia, Calvino rumou para Gen-ebra (1536), onde a situação nessa cidade era confusa. O clero, em

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geral de escassa instrução e menor convicção, simplesmente havia seguido ordens do governo de Genebra quando este decidiu abo-lir a missa e optar pelo protestantismo. Isto tinha ocorrido poucos meses antes da chegada de Calvino a Genebra e, portanto, os mis-sionários procedentes de Berna, cujo chefe era Guilherme Farel, se encontravam à frente da vida religiosa de toda uma cidade e carentes de pessoal necessário. Calvino chegou a Genebra com a intenção de não passar ali mais que um dia e prosseguir seu caminho para Estrasburgo. Porém alguém avisou a Farei que o autor das Institutas se encon-trava na cidade, e assim se produziu uma entrevista inesquecível, que o próprio Calvino nos conta. Guilherme Farel, que “ardia com um maravilhoso zelo pelo avanço do evangelho”, apresentou a Calvino várias razões pe-las quais precisava de sua presença em Genebra. Calvino escutou atentamente seu interlocutor, uns quinze anos mais velho que ele, porém se negou a aceitar seu rogo, dizendo-lhe que tinha projeta-do certos estudos e que não lhe seria possível terminá-los na situ-ação em que Farei descrevia. Quando por fim, Farel tinha esgo-tado todos seus argumentos, sem conseguir convencer ao jovem teólogo, apelou ao Senhor de ambos e insurgiu contra o teólogo com voz estridente: “Deus amaldiçoe teu descanso e a tranquili-dade que buscas para estudar, se diante de uma necessidade tão grande te retiras e te negas a prestar socorro e ajuda”. Diante de tal imprecação, nos conta Calvino: “essas pala-vras me espantaram e me quebrantaram e desisti da viagem que tinha empreendido”. E assim começou a carreira de João Calvino como reformador de Genebra. Em 1559, Calvino viu cumprir-se um dos seus sonhos, ao ser fundada a Academia de Genebra, sob a direção de Teodoro de Beza, que depois sucedeu Calvino como chefe religioso da cidade. Naquela academia, se formou a juventude genebrina segundo os princípios calvinistas. Mas seu principal impacto se deve a que

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Proibida a comercializaçãonela cursaram estudos superiores pessoas procedentes de vários outros países, que depois levaram o calvinismo a eles. Os resultados das obras de Calvino em Genebra foram: a vida moral da cidade se tornou um exemplo do que o poder da fé reformada poderia fazer; a cidade de Genebra se tornou um refúgio para os protestantes reformadores que eram perseguidos em seus países, vindo principalmente da Holanda, Alemanha, Es-cócia e Inglaterra; na sua academia e no ambiente da cidade foram instruídos ministros piedosos e corajosos, dentre eles o reforma-dor escocês João Knox, que se espalharam como missionários da reforma por países que ainda não havia entrado. Guilherme Farel, que havia se dedicado a prosseguir a obra reformadora em Neuchâtel, foi ver seu amigo pela última vez. Calvino morreu em Genebra, Suíça, a 27 de maio de 1564. Os seguidores de Calvino se dividiram em duas correntes principais:

A Calvinista: corrente que exalta à onipotência divina a escolha e seleção antecipada dos que hão de ser salvos.

A Arminiana: corrente que destaca à onisciência divina o con-hecimento antecipado, dos que hão de ser salvos, por sua própria iniciativa, não influenciando, todavia em sua decisão.

Os huguenotes

A reforma logo se expandiu na França, apesar de muitas perseguições. O movimento cresceu e se fortaleceu na luta, não só para expandir o verdadeiro Evangelho, mas também para alcançar a liberdade religiosa. Dado o contínuo crescimento do protestant-ismo, a igreja católica, não se achou satisfeita, e incitou Carlos IX atacar esses cristãos, apelidados de “huguenotes”. A origem desse apelido, como se sabe, deu-se porque os cristãos protestantes costumavam reunir-se à noite em frente ao

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portão do Rei Hugo. “O povo daquele lugar acreditava que o es-pírito do rei perambulava pela noite. Certa vez, um monge disse em seu sermão que os protestantes deveriam ser chamados de hu-guenotes ‘parentes do rei Hugo’, porque andavam à noite e por isso se pareciam com ele”. O nome ‘huguenotes’ passou a ser conhecido depois do morticínio de Amboise. Havia constantes guerras entre os cristãos reformados e os católicos. De um lado os católicos queriam ex-tinguir os huguenotes (cristãos), e do outro lado, os huguenotes, liderados por Coligny e o príncipe Condé lutavam pela liberdade religiosa. A batalha que ocorreu em 1562 foi uma reação contra a tirania da rainha Catarina de Médice.

A noite de S. Bartolomeu

A igreja católica ameaçava por um fim esmagador na co-munidade protestante em toda a França, com isso tornou-se mui-to delicado o estado dos cristãos huguenotes. Pio V, Catarina de Médice e Felipe II rei da Espanha, es-timulavam Carlos IX para que destruísse todos os cristãos da França. Felipe II afirmou invadir a França caso os “hereges” não fossem destruídos. Um terrível mal estava por vir contra os cristãos, na noite de São Bartolomeu, dia 24 de agosto de 1582. Muitos cristãos franceses se reuniram em Paris durante alguns dias para comemorar o casamento de Margarida de Va-lois, irmã de Carlos IX, com Henrique de Bearn, filho de Joana D’Albert, rainha de Navarra, uma das principais líderes do prot-estantismo naquela época, que se opusera a essa aliança, talvez ‘pressentindo’ a tragédia. Ela havia se dirigido para Paris alguns dias antes no mês de maio de 1572, com intento de tentar impedir o casamento de seu filho. Chegando lá, logo (4 de julho) ficou doente, e no dia 9 morreu misteriosamente. O que se soube depois

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Proibida a comercializaçãofoi que ela foi envenenada pela infame rainha Catarina de Médice. Henrique e Margarida se casaram no dia 18 de agosto de 1572, por causa da morte de Joana D’Albert. Os cristãos acredita-vam que o casamento entre eles garantia uma paz duradoura entre as duas religiões. A festa perdurou por alguns dias com muitos jogos. Enquanto isso, em surdina, os malvados assassinos se pre-paravam para surpreenderem os cristãos durante a noite.

“Os algozes deveriam ter uma cruz no chapéu e um laço da mesma cor no braço; as casas das vítimas foram marcadas com uma cruz branca”.

Naquela como narra os anais da história, que milhares de cristãos huguenotes foram cruelmente assassinados indefesa-mente. O sino da igreja de Saint Germain-l’Alxerrois dá o sinal para o início da matança naquela noite. As ruas se enchem de cor-pos, uma terrível carnificina. Matam cruelmente os líderes do hu-guenotes, dentre eles, Coligny que foi morto e seu cadáver atirado ao pátio do palácio de Gaspar sob os pés de Guise, que num gesto covarde retira a cabeça do cadáver, que depois é enviada a Roma, para regozijo do papa Gregório XIII. Acredita-se que o número de cristãos atrocidados tenha chego a 70.000, conforme afirma Sully, o primeiro ministro de Henrique IV. Embora, De Tour disse que foi 30.000, e o bispo Peréfixe 100.000, Sully parece estar mais próximo do número real. Apesar desse terrível massacre os cristãos se reabilitaram e lutaram pela sua liberdade na França, logrando êxito em 1598 com o Edito de Nantes.

João Knox e a Reforma na Escócia

A Reforma na Escócia teve um progresso considerado lento, pois a igreja estava ligada ao Estado. Em 1559, quando foi

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assassinado o cardeal Beaton, João Knox, que se achava exilado em Genebra, regressou para assumir a direção da Reforma na Es-cócia. Nesse período, os discípulos de Calvino, em Genebra for-maram uma nova congregação cristã, e foram denominados de presbiterianos. O que se sabe sobre Knox, é que ele nasceu em 1505, foi educado na Universidade de Santo André, foi professor, em 1547 abraçou a causa da Reforma Protestante, foi preso por com outros reformadores, em Genebra conheceu João Calvino e adotou suas idéias, conseguiu que a ordem e a fé presbiterianas alcançassem importância suprema na Escócia, e possuía uma profunda paixão pelas almas.

“Senhor, dá-me a Escócia, senão eu morro”.Oração feita repetidamente por João Knox

Knox morreu em 1572, quando seu corpo descia à sep-ultura, Morton (regente da Escócia) disse apontando para seu caixão:

“Aqui jaz um homem que jamais conheceu o medo”. A Reforma na Inglaterra

O movimento da Reforma na Inglaterra iniciou-se no re-inado de Henrique VIII, com um grupo de estudiosos das Escrit-uras Sagradas, dentre os quais alguns como Tomás More, volta-ram a fé católica, enquanto outros avançaram para a fé reformada. João Tyndale, um homem de Deus, foi quem dirigiu a Reforma naquele país. Este viajou para Alemanha em 1524 a fim de traduzir o Novo Testamento para o inglês. Logo em 1526, cerca de seis mil cópias do Novo Testamento foram distribuídas secre-tamente na Inglaterra. A sua tradução em inglês foi a primeira de-

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Proibida a comercializaçãopois da invenção da imprensa. Antes de sua morte conseguiu tra-duzir ainda parte do Antigo Testamento (até Crônicas). Tyndale foi degolado e em seguida foi queimado no fogo publicamente no dia 6 de outubro de 1536. Tomás Cranmer, também foi um dos dirigentes da Refor-ma naquele país. Ele foi arcebispo de Cantuária. Após sua con-versão ao protestantismo, pagou com sua própria vida por tal ou-sadia. A Reforma da Inglaterra foi beneficiada por Henrique VIII que havia se separado de Roma por que o papa não autorizou seu divórcio da rainha Catarina. Com isso ele fundou uma igreja, da qual era o próprio chefe. Aos que não aderiram à sua igreja, tanto protestantes quanto católicos, designou-lhes à morte. Sob o reinado de Eduardo VI que era muito jovem, a causa da Reforma se expandiu muito. Liderada por Cranmer e outros, a igreja da Inglaterra foi fundada e o Livro de Oração foi compilado, com sua rica linguagem. Após Eduardo VI, subiu ao trono a rain-ha Maria, uma católica que iniciou um movimento para recon-duzir seus súditos à igreja antiga. Depois dela, veio Elizabete, uma mulher capaz, que abriu as portas novamente para o cristianismo. Durante seu longo governo, a igreja da Inglaterra firmou-se outra vez e tomou a forma que dura até hoje.

Questionário

Assinale com “X” a alternativa correta

35) – A mais famosa obra que Calvino escreveu foi o manual ao qual deu o título de Institutas da Religião Cristã, publicado no:

___a. ano de 1535. ___b. ano de 1553.___c. ano de 1355.

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___d. ano de 1555.

36) – A igreja católica ameaçava por um fim esmagador na comu-nidade protestante em toda a França, com isso tornou-se muito delicado o estado dos cristãos:

___a. presbiterianos. ___b. luteranos.___c. calvinistas.___d. huguenotes.

37) – Zwínglio, o reformador suíço, nasceu em janeiro de 1484, quase dois meses depois que Lutero, em uma pequena aldeia:

___a. escocesa. ___b. francesa.___c. suíça.___d. inglesa.

A Contra-Reforma

Ameaçada em seu próprio território pela Reforma Prot-estante, a igreja católica, iniciou também um grande esforço para recuperar-se em toda Europa. Um grupo de aproximadamente sessenta pessoas criou uma união para defesa da fé, conhecida de Oratório do Amor Divino. A finalidade dessa instituição foi o de moralizar a igreja católica para fazer frente às ameaças protes-tantes, através das instalações dos terríveis tribunais da inquisição. Esse movimento contrário as doutrinas luteranas e calvinistas foi denominado “Contra-Reforma”.

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Proibida a comercializaçãoOs Jesuítas

A Contra-Reforma se espalhou por toda parte, em forma de entidades, que defendiam cegamente as tradições e os dogmas romanistas. Dentre essas entidades, destacou-se a Ordem dos Jesuítas organizada entre o período de 1528 à 1534 pelo espanhol Inácio de Loyola. Este nasceu em 1491 ou 1495 em Azpeitia, no castelo de Loyola, numa região basca, ao norte da Espanha. Era de família nobre, caçula de 11 irmãos, ficou órfão de mãe aos 8 anos de idade e de pai aos 14 anos. Até a idade de vinte seis anos, Loyola foi soldado valente, embora dissoluto. Até que numa batalha tra-vada no ano de 1521, foi gravemente ferido, deixando-o aleijado para o resto da vida. Dedicou sua vida a serviço da igreja, e no dia 31 de julho de 1556 veio a falecer sendo posteriormente canoni-zado. A Sociedade de Jesus ficou conhecida como os Jesuítas, uma das instituições mais notáveis dos tempos modernos a serviço da igreja católica. Era uma ordem monástica caracterizada pela combinação da mais severa disciplina. Sua meta primordial era combater o movimento protestante, tanto com métodos conheci-dos como com formas secretas. Com o fortalecimento da Ordem dos Jesuítas, esta passou a enfrentar uma forte oposição, inclusive pelos países católicos. E por decreto do papa Clemente XIV, foi proibida de funcionar dentro da igreja. Ainda assim, ela subsistiu secretamente por algum tempo, até que, mais tarde foi reconhe-cida pelo papa em 1814. Hoje é uma das forças mais ativas para divulgar e fortalecer a igreja católica em todo o mundo.

O Concílio de Trento

Houve uma tentativa, quanto a fazer a Reforma dentro da própria igreja, através do Concílio de Trento, convocado pelo papa Paulo III, onde se reuniram durante o período de 1545 a 1563. Seu intento era “investigar os motivos e acabar com os abu-sos que deram causa à Reforma”. O Concílio era composto de bis-

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pos e prelados, e cujas últimas sessões foram lideradas pelo gen-eral Lainez. Havia um consenso entre muitos de que os católicos e protestantes se unissem novamente, isso, contudo não aconteceu. Fizeram várias reformas dentro da igreja e as doutrinas foram pre-gadas. Depois do Concílio de Trento, acredita-se que os papas se conduziram com mais acerto do que os que haviam governado antes.

Intensas Perseguições

A perseguição contra a expansão da Reforma Protestante foi uma arma poderosa da qual a igreja católica fez uso para ten-tar reprimí-la. Em toda a Europa, os governos procuravam fazer cessar o protestantismo através da espada. Na Espanha estabele-ceu-se a Inquisição, por meio da qual praticaram inimagináveis crueldades contra milhares de vidas. Nos Países-Baixos o governo determinou matar todos os que fossem suspeitos de “heresias”.

Esforços Missionários Os trabalhos missionários realizados pela igreja católica foram também uma das forças da Contra-Reforma. Seu alcance atingiu a América do Sul, México, parte do Canadá, e na Índia. Esses trabalhos já haviam sido iniciados antes mesmo das mis-sões protestantes, e nesse período já gozava de muitos membros aumentando o poder da igreja.

A Guerra dos Trinta Anos

Em 1618, como consequência dos interesses e objetivos dos Estados contrários à Reforma, culminou-se uma guerra em toda a Europa, denominada de a “Guerra dos Trinta Anos”. Os motivos dessa guerra abrangiam dois aspectos: rivalidades religi-

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Proibida a comercializaçãoosas, e rivalidades políticas. Por vezes, estados que professavam a mesma fé, optavam por partidos distintos. Esta guerra subsistiu por quase uma geração, causando prejuízos pertinentes à Ale-manha. Até que no ano de 1648, veio ao fim com a demarcação dos limites católicos e protestantes, por meio do tratado de paz de Westfália, que perdura até o dia de hoje. Aqui finda-se o período da Reforma.

Questionário

Marque “C” para certo e “E” para errado

___38) – A Contra-Reforma se espalhou por toda parte, em forma de entidades, que defendiam cegamente as tradições e os dogmas romanistas.

___39) – Houve uma tentativa, quanto a fazer a Reforma dentro da própria igreja, através do Concílio de Tróia, convocado pelo papa Paulo V, onde se reuniram durante o período de 1555 a 1573.

___40) – Em 1618, como consequência dos interesses e objetivos dos Estados contrários à Reforma, culminou-se uma guerra em toda a Europa, denominada de a “Guerra dos Trinta Anos”.

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Lição 5

Dos heróis do século (XVII)à atualidade

Os Puritanos

Surgiram após a reforma três grupos distintos na igreja da Inglaterra:

a) os Romanistas: procuravam fazer uma nova amizade com Roma, b) os Anglicanos: que estavam satisfeitos com as reformas, c) os Puritanos: denominados assim em 1654, por serem cristãos reformados radicais. Resistia de maneira firme o sistema angli-cano, e desejava uma igreja semelhante as de Genebra e Escócia. Os puritanos foram grandes defensores dos direitos popu-lares. Entre eles havia dois grupos: os que eram favoráveis ao pres-biterianismo, e os chamados congregacionais. Três igrejas surgi-ram desse movimento: Presbiteriana, Congregacional, e Batista. No início o grupo Presbiteriano predominava. Segundo a ordem do Parlamento, um concílio de ministros reunido em Westmin-ster, em 1643, preparou a “Confissão de Westminster”, considerada por muito tempo como regra de fé por presbiterianos e congrega-cionais. No período de 1660 a 1688, em que Carlos II governava, os anglicanos assumiram novamente o poder, que passaram a perseguir os puritanos. Dentre os perseguidos que foram expulsos de suas igrejas estava o célebre João Bunyan, que escreveu a maior obra literário-cristã depois da Bíblia, “O Peregrino”, quando esteve na prisão durante 12 anos.

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Proibida a comercializaçãoOs Congregacionais

Os abusos de autoridade por parte dos pastores luteranos e presbiterianos foram assemelhados por alguns, iguais aos abusos papais, que muitas, por interesses egoístas, persuadiam o presbité-rio a tomarem decisões contra a vontade da maioria. Isso fez com que o sistema episcopal de governo (onde a congregação simples-mente obedecia às determinações de seus superiores, não partici-pando das decisões, e a igreja local não tinha nenhuma autonomia de decisão, mas submetia-se às determinações de um sínodo ger-al), fosse questionado, surgindo então o movimento protestante “congregacional”. Esse movimento decidiria então, pelo voto da maioria, subordinando assim a autoridade do pastoral aos seus in-teresses. O efeito negativo desse movimento, logo ficou evidente, pois os líderes piedosos, verdadeiros arautos e servos de Deus, foram sufocados. O estadista João Wesley (séc. XVIII)

A Inglaterra foi despertada no início do século dezoito, após passar um momento sombrio e formalista entre os protes-tantes. Os protagonistas desse despertamento foram três notáveis pregadores, homens sinceros, tais como João Wesley, Carlos Wes-ley e Whitefield. Este último era o pregador mais poderoso, suas mensagens comoviam milhares de pessoas. Carlos Wesley era po-eta sacro. João Wesley foi dirigente e estadista do movimento. Wesley nasceu em 1703 em Epworth, norte da Inglaterra. Seu pai foi superintendente da igreja da Inglaterra por mais de quarenta anos. Mas foi a sua mãe quem o influenciou. Uma vir-tuosa mulher cristã, que educou 18 filhos. O jovem concluiu seus estudos no Colégio da Igreja de Cristo, em Oxford em 1724, e logo foi ordenado a ministro em seu país.

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“Senti que confiei em Cristo, em Cristo somente, para minha salvação e alcancei grande segurança e certeza da purifi-cação dos meus pecados, dos meus próprios pecados, e livrei-me da lei do pecado e da morte”.Depoimento da conversão de Wesley João Wesley tornou-se pregador em 1739, e desde então, por mais de cinquenta anos semeou a boa semente do Evangelho de Cristo incansavelmente. Em pouco tempo, Wesley já tinha ajuntado muitos seguidores do seu movimento, que passou a ser chamado de “metodistas”, aceitando com naturalidade. Muitos lí-deres da época passaram a negar o púlpito para Wesley pregar, daí ele dizer esta frase: “minha paróquia é o mundo”. Suas atividades resultaram na organização do corpo wes-leyano na Inglaterra, no surgimento de igrejas metodistas no mundo inteiro, e no avultado número de membros metodistas, chegando a milhões. Wesley morreu em 1791.

A Igreja na América do Norte

A presença das igrejas reformadas ou protestantes, não só na América do Norte, como em todo o continente, devem-se as colonizações de países europeus. A igreja católica foi a primeira a se instalar no continente em 1494, quando Colombo trouxe para a América, em sua segunda viagem, doze sacerdotes para conver-terem os ‘escravos’ nativos. A imigração para os Estados Unidos cresceu muito a par-tir do ano de 1845, procedente de toda Europa, trouxe a principio muitos católicos, especialmente dos condados da Irlanda. Mas logo depois, os primeiros imigrantes protestantes desembarcaram em solo americano.

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Proibida a comercializaçãoa) A Igreja Episcopal

A igreja da Inglaterra, Episcopal, foi a primeira igreja prot-estante a se instalar no solo dos Estados Unidos. Francis Drake, dirigiu um culto solene em 1579, na Califórnia. Com a apropri-ação do território de Nova Iorque pelos ingleses, antigas colônias dos holandeses, houve um grande favorecimento para a igreja da Inglaterra, que tornou-se reconhecida como a igreja oficial da colônia.

b) Os Congregacionais

A presença dos congregacionais nos arredores dos Estados Unidos, chamado pelos colonizadores até então de Na Nova Ingla-terra, foi resultado de uma intensa perseguição inglesa contra os puritanos. Milhares de cristãos se refugiaram na Nova Inglaterra. As colônias nessa região tiveram um imediato desenvolvimento. Logo, fundaram duas Universidades: Harvard em Cambridge e a de Yale em Novo Haven.

“Como os cristãos presbiterianos e os congregacionais procediam da igreja da Inglaterra, e ambos os grupos adotavam crenças calvinistas e aceitavam a Confissão de Westminster, suas relações eram amigáveis”.

Houve até um pacto formalizado em 1801, que permitia aos líderes servirem em ambas as denominações. Extinto esse pacto em 1852, a corrente congregacional cresceu muito nos Es-tados Unidos, menos no sul. Em 1931 a igreja Congregacional e a igreja Cristã uniram-se para formar a igreja Cristã Congrega-cional, possuindo dois milhões de membros.

c) Os Luteranos

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As igrejas que se organizaram na Alemanha depois da Reforma, foram denominadas Igrejas Luteranas. Bem no início da colonização holandesa na Nova Amsterdã, atualmente Nova Iorque, os luteranos chegaram a essa cidade. No ano de 1652 pediram uma licença para fundar uma igreja, mas sem êxito. Contudo, em 1664, dada a conquista da Inglaterra sobre a Nova Amsterdã, os luteranos gozaram de liberdade para realizarem seu culto. O primeiro templo luterano construído deu-se próximo ao rio Delaware, próximo aos condados de Lewes, na América do Norte. Em 1710, com a chegada de novos luteranos, vindo prin-cipalmente dos territórios da Alemanha, estabeleceram sua igreja em Nova Iorque e na Pensilvânia. Atualmente o número de mem-bros arrolados nessa igreja chega a quase 10.000.000 (dez milhões) em todo o mundo.

d) Os Presbiterianos

As igrejas dos Estados Unidos surgiram de duas origens. A primeira veio da igreja presbiteriana que surgiu na Escócia no período da Reforma, através de João Knox, depois que assumiu a direção do movimento reformador. Onde se espalhou ao noroeste da Irlanda quando a população era e ainda é protestante. A segun-da fonte de onde se originou outro ramo do presbiterianismo foi o movimento puritano da Inglaterra, durante o reinado de Tiago I. Depois da ascensão de Carlos II, a igreja da Inglaterra conquistou novamente influência, onde mais de dois mil pastores puritanos, da linha presbiteriana, foram expulsos de suas paróquias. Os escoceses, irlandeses e ingleses ajudaram a formar a ig-reja Presbiteriana nos Estados Unidos. Uma das primeiras igrejas presbiterianas dos Estados Unidos foi organizada em Snow Hill, Maryland em 1648, pelo Ver. Francis Makemie.

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Proibida a comercialização e) Os Batistas

A história do surgimento dos Batistas, ou Anabatistas, as-sim denominados por batizarem os adultos mergulhando-os em água, remonta os primeiros anos da Reforma Protestante, com origem na Suíça. Assim que surgiu, esse movimento logo se espal-hou pela Alemanha e Holanda. Chegando aos Estados Unidos por volta de 1644, quando Roger Willians, organizou a denominação batista na América do Norte, depois de ser expulso do clérigo da igreja em Massachusetts por não acatar as regras e opiniões congregacionais. Na Inglaterra formaram a primeira agência mis-sionária dos tempos considerados modernos em 1792, quando enviaram Guilherme Carey à Índia. Os batistas seguiam a linha congregacional, e assim eram considerados, por se unirem a eles na Inglaterra. Contudo, logo se afastaram. Diz-se que a igreja que João Bunyan pastoreou (1660) é uma igreja considerada tanto batista como congregacional. Por volta de 1814, organizou-se a Convenção Geral Mis-sionária Batista, desde então, é tida como a pioneira nos esforços missionários. f) Os Quakers

Nesse período, o inglês Jorge Fox criou a sociedade dos amigos na Inglaterra, mais conhecida como os “Quakers”. Ele era contrário a forma de governo da igreja, e dizia que esta deveria ser instruída diretamente pelo Espírito Santo e não pelos seus sacer-dotes. Os Quakers eram assim chamados de Sociedade dos Ami-gos. Seus ensinos concluíram que a igreja não deveria ter sacer-dote, que foram adotados por milhares de pessoas. Fugidos dos perseguidores ingleses, muitos se refugia-

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ram para as colônias da Nova Inglaterra, onde depois de acirrada perseguição por parte dos puritanos já instalados em solo ameri-cano, obtiveram êxito. Os Quakers possuem aproximadamente 70.000 membros espalhados pelos arredores do mundo.

g) Os Metodistas

As igrejas Metodistas do Novo Mundo surgiram em 1766, desde que os irmãos wesleys vieram da Irlanda para os Estados Unidos a fim de realizarem cultos segundo a linha metodista. No ano de 1768, Filipe Embury edificou uma capela na Rua João, onde funciona ainda uma igreja metodista. Em 1769, por ordem de João Wesley, Ricardo e Tomás, vieram aos Estados Unidos acompanha a grande expansão da igreja. Em 1784 foi organizada a Igreja Metodista Episcopal em Baltimore. Asbury foi nomeado o bispo. Diz-se que as igrejas metodistas da América do Norte devem mais a Asbury do que a qualquer outro homem, por causa de seus incansáveis trabalhos.

h) A Assembléia de Deus

A Assembléia de Deus nos Estados Unidos é resultado do movimento que teve origem no início do século XX, espalhando-se logo por todos os arredores do mundo. Uma das características que se evidenciaram nas igrejas no final do século XIX, era a intensa sede espiritual que moti-vava os cristãos da época a se reunirem por largas horas a fim de orarem em busca de avivamento. O início do movimento pentecostal não se pode atribuir

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Proibida a comercializaçãoa determinada pessoa, pois existem evidências do derramamento simultâneo do Espírito Santo em vários lugares. Daniel Awrey, um ministro protestante recebeu o batismo com o Espírito Santo em janeiro de 1890, na cidade de Delaware, Estado de Ohio, América do Norte. Um grupo de pentecostais realizou uma convenção em 1897 na Nova Inglaterra. Na mesma época, manifestou-se um avi-vamento no estado da Carolina do Norte. Segundo Clara Smith, havia em torno de quarenta ou cinquenta pessoas batizadas com o Espírito Santo. No mesmo ano houve um grande avivamento pen-tecostal em Moorhead, Minnesota, cujos resultados são notáveis até os dias de hoje. Nesse período William Joseph Seymour, um pastor de cor, apareceu no norte americano, onde iniciou reuniões na cidade de Houston, Texas. Foi ali que Seymour recebeu a mensagem antes mesmo de ser batizado com o Espírito Santo. Em Los Angeles, pregou as Boas Novas a um grupo de pessoas de cor. Ali reascen-deu a fé no coração dos ouvintes realizando reuniões de oração com intenso fervor. Logo depois de receber o batismo com o Espírito Santo, Seymour então alugou um salão na Azusa Street 312 em Los An-geles, Califórnia no dia 6 de abril de 1906, com mais oito irmãos e uma criança onde realizaram reuniões durante três anos. Houve um grande impacto naquele lugar ficando conhe-cida como a Azusa Street Revival “Renovação da Rua Azusa”. “O Pastor Seymour não só derrubou a existência de barreiras raciais em favor da “unidade em Cristo”, ele também rejeitou barreiras às mulheres em qualquer forma de liderança de uma igreja”. A mensagem pentecostal espalhou-se com rapidez, que recebeu o nome de movimento. Por esse motivo o termo Movi-mento Pentecostal passou a designar todos os grupos que enfati-zavam o batismo com o Espírito Santo. Com o objetivo de formar um conjunto de doutrinas e

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forma de governo para o crescente movimento, realizou-se na ci-dade Hot Springs, Estado de Arkansas, entre o dia 2 e 12 de abril de 1914. Formando a primeira Convenção das Assembléias de Deus nos Estados Unidos. A Assembléia de Deus norte americana é uma grande potência mundial, reunindo milhões de membros e muitos out-ros patrimônios.

Questionário

Assinale com “X” a alternativa correta

41) – Após a Reforma surgem três grupos distintos na igreja da Inglaterra: os Romanistas, os Anglicanos, e os Protestantes Rad-icais. Este último ficou conhecido como:

___a. “Os publicanos”. ___b. “Arminianos”.___c. “Os wesleyanos”.___d. “Os puritanos”.

42) – Uma das mais antigas igrejas presbiterianas dos Estados Unidos foi organizada em:

___a. 1468. ___b. 1648.___c. 1668.___d. 1864.

43) – Muitos líderes da época passaram a negar o púlpito para Wesley pregar, daí ele dizer esta frase:

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___a. “Minha paróquia é o mundo”. ___b. “O mundo é uma paróquia”.___c. “A paróquia é o meu mundo”.___d. “Minha paróquia é a igreja”.

A Igreja Evangélica no Brasil

a) A chegada dos Huguenotes no Brasil

Nicolau Durand de Villegaignon, vice-almirante francês, rumou para o Brasil, depois de conseguir apoio do almirante Gas-par de Coligny, chegando a solo brasileiro em 1555. Ao desembarcar na terra que tanto ambicionou Nico-lau sofreu uma conspiração de seus próprios companheiros de viagem, o que resultou na morte 16 pessoas. O vice-almirante en-tão chefiou uma segunda expedição composta por 300 homens, dentre eles 14 cristãos huguenotes renomados. Ao desembarcar os Huguenotes no Rio de Janeiro, no dia 10 de março de 1557, realizou-se o primeiro culto em terras bra-sileiras, onde o Pastor Peter Richer pregou o Salmo 27 e verso 4. Os portugueses, entretanto, não ficaram passivos diante do surgimento do primeiro movimento evangélico e como tin-ham o monopólio do governo local, pressionaram Villegaignon, na tentativa de extinguir o recém trabalho evangélico. Como Vil-legaignon apesar de ter fé, tinha mais interesses pessoais e comer-ciais do que profunda convicção religiosa, preferiu acomodar-se às ordens dos portugueses, Manoel da Nóbrega e Anchieta, que determinaram a execução dos Pastores Jean du Bourdel, Mattthieu Verneuil e Pierre Bourdon em 1558, e ainda mandaram enforcar em 1567 o pregador Jean de Bolés que pregava o evangelho aos

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índios tamoios em São Vicente-SP.

b) A chegada dos Holandeses

O Brasil foi invadido pela Holanda, cujos navios aporta-ram primeiramente em Salvador, Bahia em 1624, e em 1630 em Recife (PB), estabelecendo nestes Estados, a fé evangélica, pelo fato de ser a Holanda, na ocasião, um dos países onde a reforma protestante logrou grande êxito. Os holandeses em curto espaço de tempo de ocupação em alguns pontos do Brasil iniciaram posteriormente alguns movi-mentos de evangelização. Os morávios foram até as Guianas em 1735, onde se dedicaram a evangelizar os nativos. Com a expulsão dos holandeses por parte dos portugueses, as portas para a pregação do evangelho no Brasil, foram mais uma vez fechadas e aqueles que receberam a nova religião, passaram a ser perseguidos. Há registro do primeiro culto evangélico reali-zado pelos holandeses em Recife, no dia 14 de fevereiro de 1630, a bordo de um navio da Missão holandesa, ministrado pelo rever-endo João Baers. Devemos admitir que o principal motivo da frustração destas primeiras iniciativas para evangelizar o Brasil, deveu-se pelo fato de que tanto os franceses como os holandeses, tinham outros interesses além da evangelização da nação brasileira, que eram interesses políticos e econômicos.

Deus abre as portas definitivamente

Quando as portas se fecham e as dificuldades aumentam, Deus interfere na história. Tem sido assim desde o princípio. Em 1810, Lord Strangford, que era crente em Jesus Cristo, foi designa-do como embaixador da Inglaterra para o Brasil, pelos relevantes

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Proibida a comercializaçãoserviços prestados ao rei de Portugal, pois, como comandante da esquadra inglesa, garantiu a segurança da esquadra que trouxe o rei D. João VI. Assim que chegou ao Rio de Janeiro, Strangford começou a realizar cultos de adoração a Deus, despertando a reação adversa dos padres católicos, que solicitaram a sua ex-pulsão do país, mas não conseguiram. Em 1819, foi inaugurado o primeiro templo evangélico do país, da Igreja Anglicana, à Rua dos Bourdons, que hoje se chama Rua Evaristo da Veiga, no Rio de Janeiro.

c) A Igreja Luterana

Por volta de 1800 quando os alemães emigraram para o Sul, ali se instalou a primeira Luterana no Brasil. Os Luteranos, embora sejam reformados, seguindo a idéia de Martinho Lutero, batizam crianças recém-nascidas, conforme a igreja católica. Os cultos luteranos no Brasil durante alguns anos foram celebrados na língua alemã, mas depois, passaram também a ser celebrados em português. No ano de 1846 realizou-se um Seminário, em São Le-opoldo (RS), com o intento de preparar luteranos brasileiros para o pastorado das igrejas.

d) A Igreja Metodista

A Igreja Metodista marcou seu início em solo brasileiro à partir de 1835 quando o Rev. Fountain Pitts, foi enviado à Amé-rica do Sul em viagem missionária, e como observador, nas prin-cipais cidades do continente. Os Metodistas dos Sul dos Estados Unidos em 1874 co-missionaram Newman na qualidade de missionário episcopal me-

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todista do Sul para o Brasil. Três anos depois, Ranson também foi enviado para o Brasil, dedicando seus esforços missionários no Rio de Janeiro, São Paulo e Piracicaba.

e) A Igreja Congregacional

Iniciada 1855 pelo Reverendo Roberto Kalley. Pelo vulto e expressão do seu trabalho, alguns associam a ele o inicio da Ig-reja Evangélica Brasileira, porém esta informação não é verídica. Organizou a primeira Escola Bíblica Dominical, voltada especifi-camente à evangelização de brasileiros, marcando o evangelismo pátrio, com seus abençoados 21 anos de serviços prestados à causa do evangelho e à medicina em nosso país.

f) A Igreja Presbiteriana

Foi inciada em 1862 no Rio de Janeiro pelo Reverendo A G. Simonton, enviado pela Junta de Missões Estrangeiras da Ig-reja Presbiteriana dos Estados Unidos. Logo depois outros mis-sionários, inclusive seu cunhado Alexandre Blackford, chegaram para ajudar expandir a obra, sendo fato notório a conversão do Padre católico José Manoel da Conceição, cuja repercussão alcan-çou os jornais e se tornou um ministro presbiteriano exemplar, que muito contribuiu para a causa evangélica no Brasil.

g) A Igreja Batista

Um missionário norte americano (1859) chegou ao Rio de Janeiro onde trabalhou por pouco tempo, pois teve que retornar ao seu país natal, por motivos de doença. Em Santa Bárbara (SP), os colonos norte-americanos que

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Proibida a comercializaçãoviviam ali fundaram a Igreja Batista de Santa Bárbara em 10 de setembro de 1871. Mas por serem celebradas suas reuniões em inglês, acabou se extinguindo. A primeira Igreja Batista brasileira foi fundada no dia 15 de outubro de 1882, Salvador (BA), por Willian e Ann Bagby, Zac-ary e Kate Taylor, e Antônio Teixeira de Albuquerque.

h) A Assembléia de Deus no Brasil

Em solo brasileiro, a Assembléia de Deus foi oficialmente estabelecida no ano de 1911, em Belém do Pará através dos dois pentecostais sueco-americanos Daniel Berg e Gunnar Vingren que atribuíam suas motivações missionárias as revelações recebi-das “diretamente de Deus”. Gunnar Vingren, era ex-pastor da Swedsh Baptist Church (Igreja Batista Sueca) , Michigan, EUA. Vingren nasceu no dia 8 de agosto de 1879, em Ostra Husby, Suécia. Vingren e Daniel Berg, outro jovem sueco nascido na aldeia de Vargon, foram os apóstolos comissionados por Deus para lançarem os fundamen-tos da Assembléia de Deus no Brasil. A aproximação dos dois pioneiros deu-se por ocasião da convenção de igrejas batistas reavivadas, em Chicago, quando sentiram o chamado para as terras distantes. Na cidade de South Bend, pouco tempo depois, o Senhor lhes falou profeticamente: “Num dia, no verão, Deus pôs no coração que deveríamos nos reunir num sábado à noite para oração. Quando orávamos, o Espírito do Senhor veio de uma forma poderosa sobre nós (…). Um irmão, Adolfo Ulldin, recebeu pelo o Espírito Santo palavras maravilhosas e mistérios escondidos que foram revelados. Entre muitas coisas, o Espírito Santo falou por meio desse irmão que nós deveríamos ir a um lugar chamado “Pará”, onde o povo a quem

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testificaríamos de Jesus era de um nível social muito simples. Nós iríamos ensinar-lhes os primeiros rudimentos do Senhor. Tam-bém escutamos pelo Espírito Santo a linguagem daquele povo o idioma português (…). Nenhum dos presentes conhecia tal lugar. Após a oração, fomos a uma livraria a fim de consultar um mapa que nos mostrasse onde estava localizado o Pará. Descobrimos então que se tratava de um Estado no Norte do Brasil. A chamada divina então estava confirmada (…)”.

Convictos da chamada de Deus, os dois missionários Berg e Vingren empreenderam sua viagem missionária, sem o apoio de nenhuma agência missionária, ou denominação evangélica, pois já que não quiseram seguir para a Índia, conforme os planos da Convenção Batista, não receberam nenhum apoio ao projeto missionário para o Brasil. O que o irmão Vingren conseguiu jun-tar para o empreendimento missionário no Brasil foi 90 dólares. Além de se ter pouco dinheiro, Vingren sentiu pelo Espírito Santo de doar aquele dinheiro para o Pastor Durham, para ajudá-lo na publicação de uma revista. Ao invés de receberem o necessário para a viagem, tiveram que doarem os poucos pertences que possuíam. Porém, havia uma voz interior que os confortava dizendo: “Se fores, nada vos faltará”. Envolvidos pelas chamas que ardiam em seus corações e sem nenhuma dúvida quanto à chamada de Deus, deixaram a próspera América do Norte e rumaram para o Brasil. Ao iniciarem a viagem de trem para Nova Iorque, não pos-suíam dinheiro nem para suas necessidades pessoais. Numa para-da para troca de composição, andando pela cidade, carregando duas pequenas malas, enquanto aguardavam o horário de partida, resolveram passar na Igreja do Pastor B. M. Johnson para se des-pedirem. Chegando lá, receberam uma oferta missionária, quatro vezes maior do que os 90 dólares que haviam ofertado.

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Proibida a comercialização Chegando ao Brasil, após 14 dias de viagem a bordo do vapor “Clement”, onde uma alma aceitou a Jesus durante o longo percurso, desembarcaram no Brasil no dia 19 de Novembro de 1910, indo residir e congregar na pequena Igreja Batista na Rua Balby, 406 em Belém do Pará, onde iniciaram o ministério em ter-ras brasileiras, pregando o evangelho com simplicidade dizendo: “Jesus salva, cura, batiza com o Espírito Santo, porque: Jesus Cris-to é o mesmo, ontem e hoje e eternamente”. Logo, começou a reação de um grupo de conservadores que começaram lhes chamarem de fanáticos e cobraram do pastor uma atitude em relação aos novos missionários, que segundo os batistas, oravam demais e ensinavam doutrinas que só foram váli-das para os dias dos apóstolos, resultando na expulsão dos dois missionários e dos que aceitaram as doutrinas ensinadas por eles. No dia 08 de julho de 1911, a irmã Celina Albuquerque recebeu o batismo com o Espírito Santo, no dia seguinte sua irmã Maria Nazaré teve a mesma experiência. O resultado da experiên-cia pentecostal entre aqueles irmãos culminou na revolta do evan-gelista Raimundo que fez um motim para tentar inibi-los. Por falta de compreensão talvez, ou não provar a gloriosa experiência do batismo com o Espírito Santo, o irmão Raimundo fez uma re-união como nos conta Vingren:

“Todos os demais que tinham vindo da Igreja Batista Cre-ram então que isto era obra de Deus, todos menos dois, o evange-lista Raimundo Nobre e a mulher de um diácono... Na terça-feira seguinte ele (Raimundo) convocou os membros da igreja para um culto extraordinário e não permitiu que o pastor falasse. Ele (o evangelista) somente disse: ‘Todos os que estão de acordo com a nova seita, levantem-se’. Dezoito irmãos levantaram-se e foram imediatamente cortados da comunhão da igreja. Estes dezoito irmãos saíram então da Igreja Batista para nunca mais voltar. Isto aconteceu no dia 13 de junho de 1911.”

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Diário do Pioneiro, G. Vingren

No dia 18 de junho de 1911 passaram a congregar na Rua Siqueira Mendes, nº 67, em Belém, que ficou posteriormente con-hecida por toda parte, por ser o primeiro endereço da maior de-nominação evangélica do país. No ano de 1913 os missionários suecos consagraram os primeiros pastores brasileiros, devido o avultamento da obra: Ab-salão Pinto, Isidoro Filho, Crispiniano de Melo, Pedro Trajano e Adriano Nobre.

Questionário

Marque “C” para certo e “E” para errado

___ 43) – Os franceses foram os primeiros a difundir a fé evan-gélica em solo brasileiro.

___ 44) – Há registro do primeiro culto evangélico realizado pelos holandeses em Recife, no dia 14 de fevereiro de 1630, a bordo de um navio da Missão holandesa, ministrado pelo reverendo João Baers.

___ 45) – Em 1819, foi inaugurado o primeiro templo evangélico do país, da Igreja Anglicana, à Rua dos Bourdons, que hoje se cha-ma rua Evaristo da Veiga, no Rio de Janeiro.

___ 46) – William Joseph Seymour foi um pastor (filho de escra-vos) norte americano que iniciou o movimento denominado neo-pentecostalismo.

___ 47) – Sobre o pentecostalismo no Brasil, Louis Francescon,

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Proibida a comercializaçãoDaniel Berg, Gunnar Vingren, são o precursores do pentecostal-ismo neste solo.

O progresso

Durante sete anos a Igreja Assembléia de Deus avançou em meio as lutas e perseguições terríveis, destituindo as potes-tades do mal, que imperavam em uma nação idólatra. Vingren e Berg arriscaram a própria vida, enfrentando não só a fúria dos homens, mas principalmente a do inferno, que na tentativa de de-tê-los criava todos os obstáculos possíveis, tendo os mesmos con-traídos por diversas vezes malária e outras doenças que minavam a saúde, mas não minavam sua fé inabalável em Cristo Jesus. Em 11 de Janeiro de 1918, foi registrado oficialmente o nome de “Assembléia de Deus, em Belém do Pará”. Nos primeiros meses no Brasil, Daniel Berg, dedicou-se ao árduo trabalho de ferreiro para garantir o sustento, enquanto Gunnar Vingren estudava o idioma, compartilhando com ele à noite o aprendizado. Agora, enquanto Vingren dedicava-se ao pastorado da Ig-reja em Belém do Pará ao lado de sua esposa, a jovem missionária sueca, Frida Vingren, autora de diversos hinos da Harpa Cristã; Berg, companheiro fiel, dedicava-se ao trabalho de evangelismo pessoal, como colportor, fundando inúmeras igrejas, inclusive no Amazonas e outras regiões do norte do país, até que o Senhor di-recionou Vingren para o Rio de Janeiro, a fim de atender a um pedido feito através de uma carta, solicitando que o mesmo fun-dasse uma Igreja naquela cidade.

Avanço na Região Sudeste

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Era tardinha, quando ao passar em frente ao número doze da Rua São Luiz Gonzaga, Paulo Macalão deparou com um fol-heto amassado e jogado ao chão. Ao ler encontrou uma porção da palavra de Deus que o tocou profundamente. De um jovem triste e sem perspectiva levantou-se um jovem alegre e disposto a consumir cada minuto da sua vida a proclamar o nome do Senhor Jesus Cristo. Seu pai, preocupado, pois o mesmo queria que seu filho seguisse a carreira militar, tentou afastá-lo da fé que abraçara, porém em vão, mesmo sob os protestos do pai, o jovem Paulo pas-sou a freqüentar os cultos na casa da família Brito, à Rua Senador Alencar, 17, em São Cristóvão, trazendo seu violino com o qual louvou a Deus por longos anos, antes que formasse a primeira banda musical na Assembléia de Deus de São Cristóvão, criando com esta iniciativa a salutar marca característica das Assembléias de Deus, as bandas e orquestras que acompanham o louvor con-gregacional. Nesse período, chega ao Rio de Janeiro o irmão Heráclito, vindo de Belém do Pará, e passa a freqüentar o mesmo local de culto, contando aos irmãos sobre o avivamento espiritual que var-ria o norte do país, sob a liderança dos missionários suecos. To-dos sentindo o desejo de receber a mesma benção incumbiram o jovem Paulo e o irmão Heráclito de escrever ao Missionário Vingren, pedindo-lhe que enviasse alguém para lhes ministrar as verdades pentecostais. Vingren responde dizendo que Deus já o havia dirigido para descer para o sudeste do país. Vingren chega ao Rio de Janeiro em novembro de 1923, fundando oficialmente em 30 de abril de 1924, a Assembléia de Deus nesta cidade. As Assembléias de Deus constituem a maior denominação em território nacional. Tendo como slogan, a mensagem anun-ciada por Daniel Berg e Vingren:

“Jesus cura, salva e batiza com Espírito Santo”.

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Surgimento de outras igrejas Pentecostais

A partir da década de 1950, com a chegada de dois mis-sionários da International Church of The Foursquare Gospel, os pastores Harold Edwin Willians e o seu auxiliar, Pastor Jesus Her-mínio Vasquez Ramos. O primeiro natural de Los Angeles- EUA e o segundo natural do Peru. A obra começou numa casa na cidade de Poços de Caldas, junto com uma escola de inglês indo depois para São João da Boa Vista onde foi construído pelos fundadores um pequeno templo. Em 1952 vieram para a capital de São Paulo realizar campanhas evangelísticas a convite de um pastor da ig-reja Presbiteriana do Cambuci e pouco tempo depois foram para uma tenda de lona no mesmo bairro. De lá foram para o bairro da Água Branca e então para o salão da Rua Brigadeiro Galvão, 713. Diz-se que na capital paulista, eles criaram a Cruzada Nacional de Evangelização e, centrados na cura divina, iniciaram a evan-gelização das massas, principalmente pelo rádio, contribuindo bastante para a expansão do pentecostalismo no Brasil. Em se-guida, fundaram a Igreja do Evangelho Quadrangular. No seu rastro, surgiu a Igreja Pentecostal O Brasil para Cristo, uma denominação fundada por Manoel de Mello (1929-1990). Mello veio a São Paulo do sertão de Pernambuco, con-verteu-se na Assembléia de Deus, porém, logo aderiu a Cruza-da Nacional de Evangelização, hoje conhecida como a Igreja do Evangelho Quadrangular. No ano de 1956, Mello iniciou sua própria igreja, A Ig-reja Pentecostal “O Brasil para Cristo” (IPBC). Mello, um homem leigo, porém era um pregador eloqüente, usando o rádio para es-palhar sua mensagem, e o seu programa, “A Voz do Brasil para Cristo” que durou no ar por duas décadas. Conduziu reuniões de cura em praças públicas e estádios de futebol. Depois veio a Igreja Pentecostal Deus é Amor, uma de-

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nominação que se originou no Brasil no ano de 1962 pelo mis-sionário David Martins de Miranda, que havia se desvinculado da Igreja O Brasil para Cristo, iniciando seu próprio ministério, no Brás, São Paulo, com ênfase na cura divina e libertação de oprimi-dos. Em função da fraca hermenêutica (regras básicas de interpre-tação de textos bíblicos), em que se baseava a fundamentação de sua visão de santidade, a partir dos anos 80, muitos membros se uniram a outras denominações pentecostais.No dia 9 de junho de 1964 foi realizado o primeiro culto da Casa da Bênção, na praça Vaz de Melo, Belo Horizonte, às 15 horas, pelo Missionário Doriel de Oliveira. Este foi o primeiro culto ofi-cial, pois Doriel já tinha realizado vários cultos como ministro da Igreja O Brasil para Cristo. Eles se reuniram por 5 meses na praça até arranjarem um templo. Depois, a Igreja Unida, uma instituição evangélica pente-costal, foi fundada em São Paulo, Brasil, em 12 de julho de 1963, que nesse ato teve como presidente o Pastor Luiz Schiliró. A enti-dade tem como única regra de fé e prática, declaradamente, as Es-crituras Sagradas, a Bíblia. Seus membros aceitam e praticam o batismo nas águas por imersão, e em nome da Trindade Divina. Sua existência se deu por fusão das seguintes igrejas: Igreja Cristã Pentecostal Evangelismo e Cura Divina “Maravilhas de Jesus”; Ig-reja Evangélica do Povo e Igreja Cristã Evangélica Unida. A Igreja de Nova Vida foi organizada pelo Bispo Robert McAlister, canadense, no ano de 1960 no Rio de Janeiro. Este oriundo do pentecostalismo clássico e filho de pastores também teve sua origem religiosa na Assembléia Pentecostal do Canadá. O Bispo Robert foi missionário em vários lugares do mundo e esteve pregando no Brasil em 1958/1959 a convite das Igrejas Assem-bléia de Deus e Evangelho Quadrangular. Sentindo a direção de Deus estabeleceu-se no Brasil, estudando a língua portuguesa e inaugurando um programa radiofônico, logo em seguida alugou o nono andar da ABI (Associação Brasileira de Imprensa) iniciando

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Proibida a comercializaçãoa Cruzada de Nova Vida, onde era pregado o pentecostalismo, acompanhado de manifestações de curas, libertação e batismo no Espírito Santo. É uma denominação compatível com as Ig-rejas Americanas. Uma vez que no Brasil prevalecia a tendência conservadora, preferiu o estilo “liberal” das Igrejas Pentecostais Americanas, alcançando principalmente a classe média carioca. O movimento neopentecostal, teve início na segunda metade dos anos 70 com igrejas fundadas por brasileiros, como por exemplo: A Igreja Universal do Reino de Deus (Rio de Janeiro, 1977), fundada pelo Bispo Edir Macedo – oriundo da Igreja de Nova Vida. A igreja iniciou suas atividades em um salão no bairro Abolição no Rio de Janeiro. Adotou como princípio o ultra-liber-alismo, e o sincretismo de símbolos religiosos, como instrumentos de evangelização, dando toda ênfase na teologia da prosperidade e sendo duramente criticado por não evangélicos e recebendo a censura das igrejas evangélicas conservadoras, devido aos seus métodos nada ortodoxos. No final da década de 90, adotou a es-tratégia de construção de mega-templos em todo o país. Depois, surgiu a Igreja Internacional da Graça de Deus no Rio de Janeiro, fundada no de 1980 pelo Missionário RR Soares (Romildo Ribeiro Soares), cunhado do Bispo Edir Macedo, repre-sentante oficial de Kenneth Hagin no Brasil. Em seu trabalho deu ênfase à teologia da prosperidade. Em seguida, veio a Igreja Apostólica Renascer em Cristo, uma denominação protestante também da linha neopentecostal, foi fundada em São Paulo, em 1986, por Estevam Hernandes e Sônia Hernandes. A Igreja Renascer logo passou a controlar uma rede de TV, uma gravadora, rede de rádio, uma editora e uma lin-ha de confecções; hoje no Brasil há cerca de 1200 templos e mais de 2 milhões de seguidores. A Renascer é hoje, uma das maiores denominações neopentecostais brasileiras. E por último, a Comunidade Evangélica Sara Nossa Terra,

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que foi fundada em fevereiro de 1992, em Brasília, pelos bispos Robson e Maria Lúcia Rodovalho. As igrejas da linha neopentecostal, em sua maioria, utili-zam de maneira muito intensa a mídia eletrônica, proporcionando dessa forma uma grande expansão de fiéis. O neopentecostalismo constitui a vertente pentecostal mais influente e a que mais cresce. Além das grandes denominações pentecostais, existem outros milhares de ministérios independentes surgindo anual-mente no Brasil e no mundo. No decorrer dos anos, várias igrejas tradicionais aderiram ao Movimento Pentecostal, experimentando novos horizontes, com manifestações pentecostais. Considerados renovados, como é o caso da Igreja Presbiteriana Renovada, da Convenção Batista Nacional, Igreja do Avivamento Bíblico e a Igreja Cristã Maranata.

Questionário

Marque “C” para certo e “E” para errado

___ 48) – Durante sete anos a Igreja Assembléia de Deus avançou em meio as lutas e perseguições terríveis, destituindo as potesta-des do mal, que imperavam em uma nação idólatra.

___ 49) – Era tardinha, quando ao passar em frente ao número doze da Rua São Luiz Gonzaga, Paulo Macalão deparou com um folheto amassado jogado ao chão. Lendo-o encontrou uma porção da palavra de Deus que o tocou profundamente.

___ 50) – No ano de 1996, Mello iniciou sua própria igreja, A Igreja Pentecostal “O Brasil de Cristo” (IPBC).

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___ 51) – A Igreja de Nova Vida foi organizada pelo Bispo Robert McAlister, canadense, no ano de 1960 no Rio de Janeiro.

___ 52) – No dia 19 de junho de 1984 foi realizado o primeiro culto da Tenda da Bênção, na praça Paz de Melo, Belo Horizonte, às 18 horas, pelo Missionário David Miranda.

___ 53) – A Igreja Universal do Reino de Deus (Rio de Janeiro, 1977), foi fundada pelo Arcebispo João Macedo, oriundo da Igreja de Vida Nova. A igreja iniciou suas atividades em um salão no bairro Abolição no Rio de Janeiro.

___ 54) – Em seguida, veio a Igreja Apostólica Renascer em Cris-to, uma denominação protestante também da linha neopentecos-tal, foi fundada em São Paulo, em 1986, por Estevam Hernandes e Sônia Hernandes.

___ 55) – A Igreja Internacional da Graça de Deus foi fundada no Rio de Janeiro pelo Missionário Romualdo Ribeirinha Soares no ano de 1980.

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Bibliografia

Dicionário de Religiões - Editora VidaBíblia de Estudo Pentecostal – CPAD.CABRAL, Davi. Assembléia de Deus – A Outra face da História, Editora Betel, 2002. ALMEIDA, Abraão de. A Reforma Protestante, CPAD, 1997.DAMIÃO, Valdemir. A Igreja no Século XXI, CPAD, 2005.HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática, CPAD, 1997.CESARÉIA, Eusébio de, História Eclesiástica, CPAD, 1999.PEARLMAN, Myer. Conhecendo as Doutrinas da Bíblia, Editora Vida, 1970.GARDNER, Paul . Quem é quem na Bíblia Sagrada, Editora Vida, 1999.HURBUT, Jesse Lyman. História da Igreja Cristã, Editora Vida, 1993.

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