Hoje Macau 16 JAN 2015 #3253

24
GONÇALO LOBO PINHEIRO AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ WWW.HOJEMACAU.COM.MO MOP$10 SEXTA-FEIRA 16 DE JANEIRO DE 2015 ANO XIV Nº 3253 hojemacau TUDO NO MESMO SACO RESÍDUOS ELECTRÓNICOS À MISTURA COM LIXO DOMÉSTICO Os resíduos electrónicos andam à solta. Computadores, impressoras, telefones e tantos outros componentes do género proliferam cada vez mais no território ao ritmo do desenvolvimento económico. Sem classificação especializada, acabam na Central de Incineração ou são aproveitados por quem lhes deita a mão para os reutilizar ou vender. ENTREVISTA PÁGINAS 4-5 Petição Contra o “canhão”, assinar, assinar POLÍTICA PÁGINA 7 Benfica de Macau Novo plantel pronto para revalidar título LIGA DE ELITE 2015 ÚLTIMA Assembleia Quem dá uma ajuda aos deputados? POLÍTICA PÁGINA 6 PUB O divórcio irreversível GRANDE PLANO PÁGINAS 2- 3 O olhar do director do Centro da Língua Portuguesa do IPM sobre Portugal CARLOS ANDRÉ

description

Hoje Macau N.º3253 de 16 de Janeiro de 2015

Transcript of Hoje Macau 16 JAN 2015 #3253

Page 1: Hoje Macau 16 JAN 2015 #3253

GONÇ

ALO

LOBO

PIN

HEIR

O

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

PUB

DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ WWW.HOJEMACAU.COM.MO MOP$10 S E X TA - F E I R A 1 6 D E J A N E I R O D E 2 0 1 5 • A N O X I V • N º 3 2 5 3

hojemacau

TUDO NO MESMO SACO

RESÍDUOS ELECTRÓNICOS À MISTURA COM LIXO DOMÉSTICO

Os resíduos electrónicos andam à solta. Computadores,impressoras, telefones e tantos outros componentes

do género proliferam cada vez mais no território ao ritmodo desenvolvimento económico. Sem classificação especializada,

acabam na Central de Incineração ou são aproveitadospor quem lhes deita a mão para os reutilizar ou vender.

ENTREVISTA PÁGINAS 4-5

PetiçãoContra o “canhão”, assinar, assinar

POLÍTICA PÁGINA 7

Benfica de MacauNovo plantel pronto para revalidar título

LIGA DE ELITE 2015 ÚLTIMA

AssembleiaQuem dáuma ajuda aos deputados?

POLÍTICA PÁGINA 6

PUB

O divórcio irreversível

GRANDE PLANO PÁGINAS 2- 3

O olhar do directordo Centro da Língua Portuguesa do IPMsobre Portugal

CARLOS ANDRÉ

Page 2: Hoje Macau 16 JAN 2015 #3253

HOJE

MAC

AU

2 hoje macau sexta-feira 16.1.2015GRANDE PLANO

FLORA [email protected]

“E M Macau não há clas-sificação especializada de resíduos electróni-cos”. Quem o admite

é a própria Direcção dos Serviços para Protecção Ambiental (DSPA), através de funcionários do organis-mo responsáveis pela recolha de lixo, que nos dizem que, por cá, não existe a separação de computadores, impressoras, máquinas fotoco-piadoras e tantos outros resíduos deste género. Resíduos que, importa notar, caso não sejam incinerados, podem emitir toxinas prejudiciais.

O desenvolvimento dos tempos e da própria economia do território, cria na sociedade da era moderna a vontade de mudar de equipamentos electrónicos quase de forma cons-tante. Sejam eles computadores, máquinas fotográficas ou até aquele último ‘smartphone’, a tendência é que as modas aumentem e mudem e, com elas, a nossa vontade mude e aumente também.

Mas, o que faz com os seus velhos equipamentos electrónicos? Deitá-los fora pode ser uma opção, mas em Macau isso é apenas sinó-nimo de uma coisa: a possibilidade de fazer dinheiro com este tipo de lixo. É que, por cá, não há incine-ração especializada deste material e o seu uso em fim de vida cabe apenas a quem o separa e opta por vender. O número de compradores

Macau não tem uma estruturapara tratar os resíduos electrónicos,mas esses são muitos no território. Há quem diga “demasiados”. À falta de um tratamento específico para algo que deveria ser destruído devido à sua composição, há quem ponha mãos à obra e recolha este lixo parao reutilizare enviar para fora

RESÍDUOS ELECTRÓNICOS NÃO SÃO CLASSIFICADOS EM MACAU, MAS PODEM SER APROVEITADOS E VENDIDOS PARA FORA

O VELHO COMPUTADOR VAI PARA O CAMBOJAestrangeiros do lixo electrónico que fazemos em Macau tem inclusive aumentado.

CUIDADOS ESPECIAIS Visitámos a Central de Incineração de Resíduos Sólidos de Macau, que começou a funcionar em 1992, onde nos encontrámos com o técnico su-perior do Centro de Gestão de Infra--estruturas Ambientais da DSPA Raymond Lo. Lo explica-nos que, por norma, a Central trata do lixo doméstico, familiar, ou de cariz co-mercial recolhido pela Companhia de Sistemas de Resíduos (CSR). Os resíduos electrónicos, segundo o profissional, integram o grupo deste lixo, sendo que cabe à DSPA desempenhar o papel de inspecção da Central. Onde, por acaso, vêm também parar os equipamentos electrónicos que já não utilizamos.

Acompanhando o desenvolvi-mento económico, o número de resíduos tem também ele subido. E, em 2006, foi construída mais uma central de incineração, fazendo com que, actualmente, haja dois grandes geradores. O técnico explica-nos que todos os processos de incinera-ção são já aplicados há muito tempo e que tudo é automatizado.

“Quando os veículos de recolha de resíduos entram, são verificados para se saber a quantidade, e o [lixo] é colocado num grande [aterro] de resíduos temporários, onde há uma máquina que os corta, permitindo armazenar, assim, até cinco mil toneladas de lixo.”

Através de um guindaste, os resíduos são misturados para, final-mente, serem colocados no forno de incineração, onde ficam cerca de 45 minutos a uma hora, para queimarem de forma eficiente. Há ainda um saco especial, explica a DSPA, que permite conter 99% da poeira derivada das cinzas, de forma a que só o fumo seja emitido pelas duas chaminés da incineradora.

Ao todo, são 80 os funcionários da Central, onde há pessoal específico para controlar os processos, num lo-cal que inclui também um sistema de supervisão de 24 horas para controlar se os gases emitidos correspondem aos critérios da União Europeia.

Os resíduos são incinerados, sendo depois neutralizados com

produtos específicos para o efeito. “Caso contrário, podem criar po-luição e chuvas ácidas”, explica--nos o funcionário da DSPA, que acrescenta ainda que depois de todo o processo, as cinzas são colocadas nos aterros para o efeito.

SISTEMA EM REDEApesar do apertado controlo que parece haver com o lixo na Central de Incineração – e de, nos processos de incineração, existir um produto que permite absolver o metal pro-veniente de resíduos electrónicos que não pode ser reciclado – a verdade é que este lixo continua à

solta quando já não é mais útil. Algo que, para Wang Zhishi, professor de Ciência Ambiental e Engenharia da Universidade de Macau (UM), deveria ser mais controlado.

Zhishi é um dos académicos que participou num estudo sobre o assunto. Contactado pelo HM, o académico explica que, tendo em conta a tecnologia e o capital

necessário para exterminar este lixo, Macau não tem “nenhuma condição” para construir uma fábri-ca ou uma central que se dedique apenas ao tratamento de resíduos electrónicos.

“O mercado é demasiado pe-queno e o número do consumo desses produtos não é suficiente para suportar o custo de operação de uma fábrica”, explica ao HM.

No entanto, o académico conside-ra que, como meta da DSPA, deveria ser criado “o mais rápido possível” um sistema em rede de recolha e tratamento de resíduos electrónicos, evitando o risco de “inundação” desses resíduos no território.

“É viável construir uma rede, mas o Governo também tem que apresentar planos e medidas corres-pondentes a isso”, salienta.

ATÉ 2020Mesmo que, até ao momento, em Macau não haja instalações es-

1729toneladas de resíduos

tratados diariamente

nas seis incineradoras

de Macau

1200toneladas só de lixo

doméstico

“É viável construir uma rede, (de recolha e tratamento de resíduos electrónicos), mas o Governo também tem que apresentar planos e medidas correspondentes a isso”WANG ZHISHI Professor de Ciência Ambiental e Engenharia da UM

Page 3: Hoje Macau 16 JAN 2015 #3253

3 grande planohoje macau sexta-feira 16.1.2015

RESÍDUOS ELECTRÓNICOS NÃO SÃO CLASSIFICADOS EM MACAU, MAS PODEM SER APROVEITADOS E VENDIDOS PARA FORA

O VELHO COMPUTADOR VAI PARA O CAMBOJA

“É impossível construir uma fábrica(em Macau) para resíduos electrónicos”RAYMOND LO Técnico superior do Centro de Gestãode Infra-estruturas Ambientais da DSPA

pecializadas para o tratamento de resíduos electrónicos, a DSPA tem um planeamento sobre a protecção ambiental que traça um caminho de 2010 a 2020 e onde são definidas as metas a curto, médio e longo prazo, também no que refere aos resíduos electrónicos. O organismo está a estudar equipamentos para o trata-mento de resíduos electrónicos como recurso, sendo que a eficácia destes é um dos pontos de análise do plano.

A médio-prazo, a DSPA quer consolidar o tratamento de resíduos tóxicos e prejudiciais provenientes das famílias, assim como elaborar uma proposta de tratamento e re-colha desses resíduos electrónicos mais adequada a Macau.

7,3milhões de toneladas

geradas pela China

65,4milhões de toneladas de lixo

electrónico geradas por ano

em todo o mundo

A longo-prazo, a ideia é, com base do sistema actual de recolha de lixo, construir um sistema em rede de recolha e tratamento de resíduos electrónicos.

Foi por isso que, em 2010 e 2011, Wang Zhishi levou a cabo, juntamente com o Departamento Tecno-Científico da Universidade Tsinghua, em Pequim, um estudo sobre as “Técnicas e Demonstração de Gestão e Controlo da Poluição por Resíduos Electrónicos em Macau”, tendo sido investigada a situação actual da RAEM e a tendência do tratamento. O estudo inclui as carac-terísticas dos resíduos electrónicos causados pela sociedade e apresenta sugestões básicas para Macau.

Um dos pontos defendidos por Zhishi é, por exemplo, adicionar a classificação de resíduos electró-nicos aos nossos lixos, como já se faz com os papéis, os plásticos e as latas. Mas, diz, o mais importante é criar um sistema de recolha. Sistema esse que, defende, deve fazer com que o Governo coopere e aconse-lhe o sector de colectores desses resíduos e as lojas que os vendem. Mas, alerta, esse sistema deve ter em conta leis internacionais, tal como a Convenção da Basileia, que se debruça sobre o controlo dos movimentos transfronteiriços dos resíduos perigosos e na sua eliminação. Movimentos trans-fronteiriços que, definitivamente, acontecem em Macau.

COM AS MÃOS NA MASSACheong Chong é talvez o único jovem que se dedica ao sector de recolha de produtos electrónicos em segunda mão. Com 30 e tal anos, encontrou-se connosco numa loja localizada na Travessa da Corda, com quem trabalha há mais de cinco anos. O jovem recolhe o lixo electrónico, tira-lhe as peças interiores que podem ser úteis e o resto é vendido à loja, que os envia de barco para o Camboja, via Hong Kong, onde existe um local de con-centração destes resíduos.

Anteriormente, e como acontece com outro tipo de lixo ainda hoje, os resíduos electrónicos eram também

vendidos à China continental, mas isso já não acontece, porque o país não permite mais a importação destes resíduos.

Cheong explica por que faz disto a sua vida. “A maioria dos elementos de um produto electró-nico de segunda mão pode ser reu-tilizado. Não se deve estragar todo o produto electrónico, porque pelo menos dois terços podem ser usados novamente. Alguns até são precio-sos”, diz-nos o jovem. “Utilizo-os para reparar outros produtos. Por exemplo, pago cem patacas para recolher um computador e, depois de o reparar, posso vender até 400 patacas, como forma de prolongar a vida de coisas a que se chamam inúteis. Tiram-se as peças deixam--se as partes inúteis para os aterros, ou a incineração”, quando a há.

Com computadores reparados, por exemplo, o destino é, muitas vezes, as Filipinas. O jovem vende--os a filipinos residentes em Macau, que os transportam para as Filipinas e abrem cyber-cafés, por exemplo. “Onde a tecnologia é ainda um

pouco atrasada, não se tem tanta exigência no computador”, repara o jovem.

RECICLAR PARA GANHARCheong Chong não é profissional da área informática, mas começou

a aprender a manutenção e a repa-ração de produtos electrónicos nas redes sociais em 2009. Naquela al-tura, viu um monte de computadores antigos num centro comercial onde se vendem muitos destes produtos. Perguntou para onde iam os produ-tos antigos e apercebeu-se que iam para o lixo. Por isso mesmo, come-çou a sua carreira de recolha deste tipo de lixo. Agora, tem como sonho promover o sector, mas a verdade é que este vai acabar por desaparecer. Para o bem e para o mal.

“As lojas que recolhem estes resíduos são bem velhas e [os donos] vão reformar-se. Os filhos deles não se interessam pelo sector e pior é que a renda é cada vez mais alta e o lixo cada vez mais barato, porque os pro-dutos em si são também mais baratos. O custo passou a ser desequilibrado. Por exemplo, paga-se 30 a 40 pata-cas para recolher um computador. Depois de o transportar, recebemos de volta apenas 60 patacas.”

O jovem ainda arrendou uma loja que lhe custa três mil patacas. Mas, terá agora de desistir porque a renda vai subir para... dez mil.

Cheong Chong não se preocupa, porque ele conta-nos que até pode levar os resíduos para casa depois de recolha. O processo começa de novo: depois de retiradas as peças úteis, vende-as à loja com quem coopera e aos residentes filipinos.

Pela sua experiência, o jovem sabe que na cidade vizinha de Hong Kong, quando um produto electró-nico entra no território, o Governo

pede imposto aos produtores. E que os indivíduos que recolhem os velhos equipamentos electrónicos dos cidadãos da RAEHK podem receber subsídios do Governo. Por Cheong, essa ideia deveria ser fixada em Macau, onde a DSPA, diz, poderia contactar directamente com os colectores, impulsionando o sector e, ao mesmo tempo, na sua visão, a protecção ambiental.

PENSAR BEMNa Central de Incineração, Ray-mond Lo dá-nos pontos mais específicos sobre o restante lixo

“A maioria dos elementos de um produto electrónico de segunda mão pode serreutilizado. Não se deve estragar todoo produto electrónico, porque pelo menosdois terços podem ser usados novamente.Alguns até são preciosos”CHEONG CHONG Jovem que se dedica à recolhade produtos electrónicos em segunda mão

“Pago cem patacas para recolherum computador e, depois de o reparar,posso vender até 400 patacas, como formade prolongar a vida de coisas a que sechamam inúteisCHEONG CHONG

que passa, todos os dias, por seis incineradoras. Estas podem tratar 1729 toneladas de resíduos diaria-mente, incluindo 1200 toneladas só de lixo doméstico.

Raymond Lo explica-nos que a Central de Incineração tem como principal vantagem diminuir o tamanho de ocupação dos resíduos para apenas um décimo do original. “Repare-se que Hong Kong tem três espaços de aterro de lixo, mas também estes vão estar cheios. Ora, como Macau é muito mais pequeno e faltam terrenos é através da inci-neração que conseguimos diminuir o número de aterros.”

Outra vantagem apontada é que a incineração consegue criar 21 Kwh de electricidade, incluindo 30% para a própria incineração e outros 70% para a rede da CEM... o que dá para fornecer energia a 33 mil residências.

Raymond Lo diz que, em Macau “é impossível construir uma fábrica para resíduos electrónicos”, até por-que ninguém impulsiona o sector”. O funcionário da DSPA admite que, a seu ver, os resíduos electrónicos

no território são muitos. E é fácil de explicar porquê.

“Há muitos casinos, escolas e companhias de grande dimensão que mudam de computadores de forma regular, mesmo que ainda sejam novos. Os jovens também são tão ricos, que mudam de novos computadores e telemóveis dema-siado rápido. Às vezes, quando os computadores estão estragados, o custo de despesa de reparação é de 500 patacas, mas eles preferem comprar um novo [mais caro]”, observa.

Em todo o mundo, e até 2017, estima-se que haja cerca de 65,4 milhões de toneladas – sim, milhões de toneladas – por ano. Dados de 2012 mostram que cada pessoa no planeta é responsável por produzir sete quilogramas de lixo electróni-co. A China – a segunda na lista dos países que mais deste lixo produzem – gerou nesse ano 7,3 milhões de toneladas.

Para a DSPA, os residentes de-veriam, primeiro, doar os produtos electrónicos “a quem precisar” e só depois deveriam pensar recolhe-los, tirando as peças ou materiais que podem ser reutilizados.

Mas, para o organismo a recolha e classificação de resíduos deve ser apenas “um método suplementar” e a melhor maneira é diminuir os resíduos a partir da fonte. A DSPA aconselha os residentes a “pensar bastante antes de comprar os pro-dutos electrónicos”.

Page 4: Hoje Macau 16 JAN 2015 #3253

GONÇ

ALO

LOBO

PIN

HEIR

O

4 hoje macau sexta-feira 16.1.2015ENTREVISTACARLOS ASCENSO ANDRÉ, DIRECTOR DO CENTRO DA LÍNGUA PORTUGUESA DO IPM, SOBRE PORTUGAL

“O divórcio entre a classe que dirige e os que são dirigidos é total e irreversível”Chegou ao topo da carreira académica em Portugal mas preferiu vir para Macau, a convite do IPM, para dirigir a estratégia de expansão do Português na China. Sobre o que deixou, mostra-se pessimista, mas a tarefa que tem em mãos enche-o de entusiasmo. E confessa ter adquirido, desde que está em Macau, um outro olhar sobre o seu próprio país

ANDREIA SOFIA [email protected]

CARLOS MORAIS JOSÉ[email protected]

Comecemos pela sua vinda para Macau. Veio numa altura em que já estava no topo da sua carreira universitária, em Coimbra, e acei-tou este desafio para o Oriente. Porquê?Há várias razões. Algumas até são muito curiosas. A verdade é que a aproximação do IPM a mim foi sempre feita de uma forma lenta, subtil, é como um namoro sem que eu me tenha dado conta. Quando me surgiu o convite, já era tarde para dizer não ao casamento (risos). Nunca tinha estado tanto tempo no exercício de uma função como estive como director de uma faculdade [de Letras de Coimbra]. O meu tempo recorde tinham sido seis anos como Governador em Leiria. Sete anos nunca e já encontrava na faculdade situações que estavam a tornar-se complicadas. Se não viesse, conti-nuava a ser director da faculdade, porque os meus colegas queriam que me recandidatasse, ainda tinha mais dois mandatos. Sempre numa situação penosa porque apanhei todo o período de austeridade e gerir uma faculdade a perder orçamento todos os anos não é fácil. Estava cansado. O desafio do Oriente era interessante e fascinante. O desafio em si era desconhecido. Há muita gente que faz uma experiência destas para começar a carreira e eu perguntei--me a mim próprio: “por que não fazer isto para encerrar a carreira?”. Vim para aqui claramente com o intuito de fechar a carreira com um desafio novo e que pode ser muito interessante para mim. Houve um pensamento de um grande amigo meu, o Eduardo Lourenço, e que me fez, no momento da hesitação, decidir: “Você nunca vai ser capaz de olhar Portugal como deve ser se não o olhar de fora”. E já consegue olhar de outra forma?Completamente diferente. Dou-lhe razão. E de que forma vê o país?É um olhar de afastamento, porque olhar de dentro é outra coisa: quando olhamos de dentro vemo-nos ao es-pelho. De fora, mesmo que saibamos que fazemos parte, o que acontece a milhares de quilómetros de distância, depois de alguns meses de afasta-mento e quando não está iminente o regresso... aquilo só nos diz respeito porque a nossa família está lá. Quan-do volto agora, tenho a consciência de

que, transitoriamente, não pertenço lá. Isto permite ter um olhar que me deixa ver... É contraditório, mas sem deixar de ser apaixonadamente, me permite ver menos apaixonadamen-te. O olhar que tenho sobre Portugal neste momento é penoso, triste. O que mais me entristece quando chego a Portugal é que vejo coisas que nunca tinha visto. Portugal estará a perder partes da sua identidade...Coisas que se calhar já estavam a acontecer e que eu não vira. A minha cidade é Leiria e, nas últimas vezes que a tenho visitado, pude verificar que, nas zonas mais comerciais, os passeios não estão limpos. As coisas têm um ar decadente e isso tem a ver com a permanência de um sentimento de pessimismo e de anestesia generalizada, que existe na população, mas que as pessoas não se dão conta. Instalou-se porque já só se vive o dia-a-dia. E o ensino superior em Portugal, como é que o vê?Ainda pior: a minha faculdade está deserta.

Deserta de pessoas, de ideias?De pessoas: não há alunos. Disseram--me que em tempo de férias não há alunos, mas havia muitos antes. Em tempo de aulas também não, porque

há muitos alunos que só vão a Coim-bra fazer os exames porque não já têm dinheiro para pagar o alojamento. Em Portugal há a sensação que está a bater no fundo mas que não se sabe quando se virá ao de cima, pelo menos para já.Durante algum tempo pensei que soubesse o que era bater no fundo mas, neste momento, já não sei o que é bater no fundo, porque não encontramos o fundo. Mas, de facto, bateu no fundo e as pessoas não têm a sensação de estar a vir ao de cima. O que o discurso político diz da luz ao fundo do túnel, que agora é diferente... Não parece ter reflexo na reali-dade.As pessoas têm de vez em quando alguma percepção, porque os com-bustíveis baixaram e podem gastar mais uns euros naquele mês. Mas quem começa a fazer contas sob este prisma perde todo o horizonte expectativo. Não faz planos. E o que está a acontecer com a população portuguesa é a incapacidade para fazer planos. O pior de tudo é que tenho outra sensação: o divórcio entre a classe que dirige e os que são dirigidos é total e irreversível. Falta de credibilidade...Total. Fica a sensação de que quem

dirige vive num universo e quem é dirigido vive noutro e não há nenhum contacto. Faz-me lembrar aquela caricatura de Sócrates, o filó-sofo, feita por Aristófanes, que pôs Sócrates a pensar pendurado numa cesta para não estar em contacto com a terra e ser contaminado pela seiva dos agriões. Por oposição, como olha para o ensino superior em Macau?Não conheço muito o ensino supe-rior de Macau porque vivo muito a realidade em que estou inserido, aqui no IPM. Macau tem várias instituições de ensino superior, tenho algum contacto com os diri-gentes, mas a sensação que tenho é que há uma assimetria grande. A universidade é uma coisa e tem um projecto que tem a ver com o ser uma grande universidade, na sua ciência e afirmação. A sensação que tenho é que está a levar adiante esse projecto que tem a ver com uma concepção de universidade. Depois há o ensino superior politécnico com outras características, com uma aposta de excelência na área da tradução. Mas Macau é uma realidade muito pequena. Olho é para a realidade do ensino superior da China, porque é com essa que eu trabalho. E aí parece que há uma emergên-cia da Língua Portuguesa.

Eu insisto muito nesta tónica: falta-lhes (aos alunos chineses) muito a dimensão da lusofonia. É uma coisa para a qual temos de estar preparados e intervir, porque o entusiasmo grande que existe na RPC e na Ásia em relação ao Português não é por causa de Portugal. É por causa do mundo da Língua Portuguesa

Page 5: Hoje Macau 16 JAN 2015 #3253

5 entrevistahoje macau sexta-feira 16.1.2015

À medida que o número de alunos vai aumentado, o Centro Pedagógico e Científico da Língua Portuguesa pretende fazer melhorias e mudanças profundas na formação que já oferece? Um curso com uma maior dimensão?O mais importante é qualificar quem já está no terreno. A grande novidade é que isso vai começar em Março. As nossas primeiras acções de formação em universidades chinesas vão começar em Cantão, Xangai, Dalian e Xian. Tenho condições aí para reunir vários professores e fazer formações curtas, de três dias. Nunca ninguém tinha pensado nisto, não tem grandes custos: mando uma professora para lá, está lá quatro dias, a universidade faz o acompanhamento. Podemos fazer oito a dez acções desta natureza por ano, na China, a que se juntam as grandes acções que fazemos em Macau. Em termos de publicações, o Centro tem projectos em vista?

CARLOS ASCENSO ANDRÉ, DIRECTOR DO CENTRO DA LÍNGUA PORTUGUESA DO IPM, SOBRE PORTUGAL

“O divórcio entre a classe que dirige e os que são dirigidos é total e irreversível”Enorme e num crescendo mais acentuado. Neste momento há 26 universidades com formação em Português e mais duas a construí-la. Estamos aliás a apoiar um desses projectos e é provável que o curso seja aprovado pelo ministério da educação da RPC. Dentro de dias vou também receber a visita de outra universidade que pretende apoio para a criação de uma licenciatura em português. O Centro Pedagógico e Científico da Língua Portuguesa, que dirige, dá esse apoio às universidades?É nosso objectivo apoiar o Português na China, mais do que em Macau. Por uma razão muito simples: Ma-cau tem os seus protagonistas na área, que estão a funcionar muito bem. Os cursos do IPOR têm mui-to sucesso, a EPM também. Este Centro pretende ligar-se à formação e investigação e isso não se reduz a Macau. O nosso trabalho é focado nas universidades chinesas. Ainda aqui estava há apenas um mês e já visitara três universidades. Deve ser um trabalho fascinante.Sim. Conhecer essas universidades que são assimétricas e logo aí me fascina. Chego a uma universidade e percebo que os alunos percebem o que eu digo e têm perguntas muito pertinentes em relação à cultura e literatura lusófonas, mas noutras universidades vejo que é melhor alguém traduzir aquilo que estou a dizer. Há uma assimetria muito grande na China e isso tem a ver com o tempo de duração das universidades, a longa expe-riência do corpo docente e a sua

formação. É aí que temos de fazer a nossa aposta. Este crescimento foi exponencial, havia 200 ou 300 estudantes de Português e agora há 1500. Como se respondeu a isto? Com as dores de crescimento. Não havia roupa talhada para este corpo. Eles trabalham com muita dedica-ção mas queixam-se da formação. O que mais impressiona os alunos chineses em relação à cultura portuguesa? O que é que eles mais retêm?Estão mais voltados para a língua do que para a cultura, para come-çar. Como a lógica do pensamento chinês e da língua é muito diferente da nossa, determina categorias gramaticais que os surpreendem. Têm muita dificuldade em meca-nizar a aprendizagem da língua. Na cultura, fascinam-se por uma coisa tão simples: um território tão pequeno como Portugal alcançar esta dimensão de língua. E eu in-sisto muito nesta tónica: falta-lhes muito a dimensão da lusofonia. É uma coisa para a qual temos de estar preparados e intervir, porque

o entusiasmo grande que existe na RPC e na Ásia em relação ao Por-tuguês não é por causa de Portugal. É por causa do mundo da Língua Portuguesa. Portugal conta, porque através do país a economia chinesa está a entrar na Europa. É uma porta de entrada. Mas o que conta muito é Angola, Moçambique e Brasil. A quantidade de investi-mento que vemos hoje de empresas chinesas nestes países é fantástica. Seria interessante que pudéssemos transmitir que a Língua Portuguesa não é daquele cantinho ao sul da Europa, mas sim deste território assimétrico. Uma língua que tem esses territórios tem de ser veiculada a uma multiplicidade grande de culturas. Macau está em condições de fazer isso melhor do que ninguém porque tem essa multiplicidade de culturas. Só pode haver optimismo em relação à difusão do Português na China. Mas há quem diga que ainda não vê o Português como uma língua que “dê dinheiro”.Mas dá. Há que sermos pragmáti-cos: o poder político da RPC tem o Português quase no seu discurso quotidiano. Alguma razão há-de haver para isso. E desde a mu-dança de membros do Executivo isso reforçou-se substancialmente. Vemos isso no discurso dos vários Secretários, principalmente o que tutela esta área. Se olharmos as opções das empresas chinesas, vemos que estão voltadas para o mundo lusófono. E depois vemos casos concretos: os estudantes de Português da RPC têm o emprego à porta da universidade.

Mas o contrário, a inexistência de uma sinologia portuguesa, a nível institucional - porque não existe sequer um instituto, uma entidade que se dedique aos estudos da China - também é uma realidade.É uma realidade e também é tris-te, embora tenha havido algumas universidades que tenham feito esforços nesse sentido e há uma que está mais avançada, que é a Universidade do Minho, que tem o Instituto Confúcio, mãe dos institu-tos Confúcio em Portugal.

Não acha que Macau seria o sítio ideal para instalar um instituto desse tipo?Claro que era. Veria com muito bons olhos uma parceria entre instituições chinesas e uma ou mais instituições do ensino superior portuguesas, no sentido de criar em Macau um centro de estudos de sinologia, com ligação a Portugal. Seria interessante desenvolver aqui. Acho é que Portugal não vai dar esse passo tão cedo devido à situação de crise em que vive. Hou-ve um tempo em que isto poderia ter sido feito e não foi. Foi um

erro. Ficou preso na Universidade do Minho. Depois quando houve vontade, não houve dinheiro. O Instituto Politécnico de Leiria deu esse passo quando criou o curso de Tradução e Interpretação, é pio-neiro e está a produzir excelentes tradutores. Mas falta a história, a cultura.Sim, é virado para a língua e tra-dução. E quando olhamos para os orientalistas portugueses, continuo a dizer que nos reduzimos a três ou quatro e há um emblemático: o professor Luís Filipe Tomás. Ainda continua a ser a única pessoa que conhece o Oriente quase todo. Mas em Portugal não há nenhum centro de estudos orientais capaz. Portanto, fala-se muito na China mas ela ainda está longe do ima-ginário académico.Em Outubro estive num colóquio no Centro Cultural de Macau e os participantes eram quase todos estrangeiros. Tinha o director do próprio centro, o professor Luís Filipe Barreto, e de resto não havia quase portugueses. Havia um grupo de pessoas que são sinólogos, que falam mandarim, mas não havia portugueses.

Temos um novo Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura. Acredita que esse empenho na política da Língua Portuguesa será maior?Do que conheço do novo Secretário e das declarações que tenho lido com muito interesse, faz-me perceber que essa vontade que já existia está claramente reforçada.

FORMAÇÃO DE PROFESSORES NA CHINA E UM LIVRO SOBRE LITERATURA DE MACAU

Os trabalhos e os dias

Quando volto agora, (a Portugal), tenho a consciência de que, transitoriamente, não pertenço lá. Isto permite ter um olhar que me deixa ver...

Durante algum tempo pensei que soubesse o que era bater no fundo mas, neste momento, já não sei o que é bater no fundo, porque não encontramos o fundo

Outro passo que quis dar foi nas publicações e este ano vai sair um livro de grande qualidade, do professor José Carlos Seabra Pereira, sobre a literatura portuguesa de Macau e Macau na literatura portuguesa. Cruza as duas visões. Será o princípio, porque gostaria no ano seguinte de fazer uma colectânea sobre os escritores portugueses de Macau. Está pronto e deverá sair este ano um livro bilingue de expressões idiomáticas e provérbios portugueses, feito por um professor chinês bilingue e outro professor português. É provável ainda que faremos sair um livro sobre os meus textos focados na política da língua, que sairá pelo IPM. Estamos claramente empenhados num projecto de publicações, vamos começar a produzir materiais. Mas isso tem a ver com o redimensionamento do Centro: quando mudarmos para a Taipa, o IPM aceitou parte das instalações que eram da UM e ficou decidido que uma parte dessas instalações iria para o Centro de Português. Significa que vamos

redimensionar-nos e vamos ter de fazer mais coisas do que aquelas que estamos a fazer. Macau ocupa um lugar importante do ponto de vista histórico e cultural e só porque tem isso é que pode fazer a

ponte entre a China e o mundo lusófono. Está em condições ideais neste momento, por força de todo o empenho político, que é ocasional, pode não durar para sempre, para fazer esse papel de ponte. Se fizermos esses alicerces, podem durar muito mais para além de 2050. Porquê só agora é que se aposta na formação na China, já que tem custos tão baixos? A burocracia atrasou o processo?Não. A China é muito grande e era preciso conhecer as realidades todas. É preciso muita cautela. Cheguei aqui, não sabia nada e tive de aprender tudo. Com calma fui visitando as universidades, conversando com as pessoas, para perceber se esta solução era a que mais lhe convinha. O ano passado em Julho tivemos 20 professores da China aqui a ter uma acção de formação, que vamos repetir este ano. Fomos desenhando isto, criámos um portal de ponto de encontro. Os nossos projectos estão todos a avançar, mas era preciso dar um passo consistente. Também vamos ter uma acção de formação com professores de Macau, e já temos a primeira acção agendada com a DSEJ, também para Março. Estamos num momento de viragem: estivemos um ano e meio a instalar o centro, contratação de pessoas, e o crescimento vai ser notável. - A.S.S./C.M.J.

Page 6: Hoje Macau 16 JAN 2015 #3253

TIAG

O AL

CÂNT

ARA

6 hoje macau sexta-feira 16.1.2015POLÍTICA

Os deputados clamam por apoio técnico-legislativo para a elaboração de projectos de lei. A criação de um gabinete com juristas seria algo fundamental para aumentar a capacidade produtiva dos legisladores, dizem

FIL IPA ARAÚ[email protected]

A QUANDO da aprova-ção na generalidade das alterações à Lei Orgânica da Assem-

bleia Legislativa (AL), esta semana, foi deixada a sugestão de se criar um departamento jurídico, composto por profis-sionais da área de Direito, com o objectivo de auxiliar os deputa-dos na elaboração dos projectos de lei. A ideia agrada a quem se senta no hemiciclo, até porque, como dizem ao HM, precisam

AL DEPUTADOS A FAVOR DE GABINETE DE APOIO JURÍDICO PARA PROJECTOS DE LEI

Em nome de maior produtividade

“Se escrevemos uma lei por nós mesmos, precisamos de ajuda na sua elaboração”MELINDA CHAN Deputada

de ajuda para elaborar diplomas se os quiserem apresentar por iniciativa própria.

Em declarações ao HM, o deputado José Pereira Coutinho afirma que não existe apoio ne-nhum aos deputados e que é o seu gabinete que o ajuda nos pro-jectos por ele avançados. Pereira Coutinho e o seu número dois, Leong Veng Chai, são os únicos deputados que apresentam pro-jectos de lei no hemiciclo, sendo os restantes sempre apresentados pelo Governo.

“Não há qualquer apoio. De maneira nenhuma”, garante Perei-ra Coutinho, adiantando que “essa é uma das questões que obrigaram a que houvesse uma reestruturação da estrutura orgânica da AL”, para que assim se possa prestar melhores serviços de qualidade, não só aos deputados como aos cidadãos de Macau.

MAIS DO QUE APOIOPara o deputado, a questão vai mais além do que ajuda ao de-putados. “Neste momento não só os juristas como os intérpretes/tradutores estão com uma carga de trabalho enorme, só para fazer andar as propostas apresentadas pelo Governo e o trabalho deles é sobrecarregado devido ao facto de, no passado, muitas propostas de leis serem ao nível técnico--legislativo de fraca qualidade. E é aqui que se percebe que as propostas têm várias versões: pri-

meira, segunda, terceira e algumas até quarta versão”, argumentou.

Isto acontece, segundo Pereira Coutinho, por estas propostas se-rem “mal elaboradas”, o que obriga à duplicação de esforços por parte de todos os profissionais.

Posto isto, Pereira Coutinho defende que o que realmente é preciso é “dar um passo qualitativo, no sentido de melhorar a estrutura geral do quadro da AL”. O que iria permitir aos deputados não estarem sempre dependentes dos recursos humanos do próprio Governo.

“Se a AL é um dos três poderes da RAEM devia por si própria, sem andar a reboque do estatuto dos trabalhadores da Função Pública, criar o seu próprio gabinete e es-pecificar os salários, por forma a manter a estabilidade dos recursos humanos”, defende.

Para Melinda Chan, deputada, todos aqueles que querem subme-ter um projecto de lei, seja ele qual

for, devem ter ajuda. “Se escre-vemos uma lei por nós mesmos, precisamos de ajuda na sua ela-boração”, explica. Como segundo ponto, a deputada defende que algumas leis - dando o exemplo da Lei de Controlo e Prevenção da Violência Doméstica - chegam aos mãos dos deputados de uma forma, mas que depois de algum debate são alteradas. “Por isso é preciso a ajuda de todos. É pre-ciso que alguém nos ajude, nos explique, assim como é preciso também explicar à população o que queremos fazer e porquê”, diz.

“Obviamente que nesta AL cada um de nós representa uma parte da população e é preciso ouvir muitas vozes das sociedade, por isso temos que ter o apoio de todas as outras pessoas - incluindo as que não representamos - e dos gabinetes de apoio”, remata.

Apesar de considerar que qualquer melhoria “será muito bem-vinda”, como é o caso da possibilidade de criação de um ga-binete jurídico, o deputado Gabriel Tong afirma-se bastante satisfeito com a forma e possibilidade de trabalho que tem sido levada a cabo até agora pela AL.

“A equipa de apoio da AL é muito eficiente e competente. Não sinto qualquer deficiência”, diz

o deputado, formado em Direito. Apesar disso, diz, “se [as alterações] vierem criar melhores condições de trabalho, pode ser melhor”.

“Tudo o que vier dar apoio a uma estrutura melhor, ou manter a actual, só posso concordar”, remata, reforçando, “há sempre condições para melhorar”.

MAIS TRABALHO?Quando questionado sobre a pos-sibilidade de aumento de produti-vidade dos próprios deputados, no que à apresentação de projecto de leis diz respeito, Pereira Coutinho acredita que isso seria visível. “Acredito que sim, porque se houvesse, da parte da mesa da AL, a [hipótese] de disponibilizar juristas para apoiar os projectos de leis dos deputados – porque como se sabe eles não têm capacidade técnica-legislativa em moldes estruturais para apresentar um projecto de lei – é evidente que seria de facto muito bom, porque ajudaria a colmatar uma lacuna extremamente importante na vida dos deputados”, rematou, exem-plificando com a necessidade de uma lei de Defesa dos Direitos dos Consumidores. “Caso houvesse disponibilidade de juristas para me dar apoio, poderia apresentá-la ainda este ano”.

Concordando com a opinião, está também a deputada Song Pek Kei, que acredita que a criação do gabinete dará “obviamente um im-pulso ao trabalho, sendo também um grande apoio”.

“O que se vive actualmente é que para os deputados apresen-tarem projectos de lei, têm que procurar técnicos e especialistas de Direito da AL para lhes dar apoio. No entanto, os especialistas já con-tam com muito trabalho em mãos, tal como o estudo de legislação. Por isso mesmo, tudo se torna bastante mais difícil”, diz.

A deputada frisa ainda que a falta deste gabinete, para os actuais técnicos, dificulta a concentração necessária para o estudo dos pro-jectos de lei, revisão, as entradas em vigor e os outros assuntos jurídicos necessários.

As alterações à lei, recorde-se, trazem mudanças como o reforço dos funcionários, nomeadamente no que às línguas diz respeito. O documento prevê que o número de funcionários aumente (em 33 pessoas), algo que não acontece desde 2000. Actualmente, a AL tem 51 funcionários ao serviço.

“Este núcleo será reforçado com pessoal em regime de contra-to, de forma a criar uma estrutura de pessoal mais equilibrada e apta a dar resposta com mais eficiência às solicitações do trabalho que se fazem sentir, tanto da parte dos deputados, como do público em geral”, pode ler-se no projecto de lei, analisado pelo HM, e que foi aprovado esta semana na gene-ralidade.

“Se houvesse, da parte da mesa da AL, a [hipótese] de disponibilizar juristas para apoiar os projectos de leis dos deputados (...) é evidente que seria de facto muito bom, porque ajudaria a colmatar uma lacuna extremamente importante”PEREIRA COUTINHO Deputado

Page 7: Hoje Macau 16 JAN 2015 #3253

7 políticahoje macau sexta-feira 16.1.2015

PUB

JOANA [email protected]

Q UASE duas dezenas de associações colocaram a circular na internet uma petição a condenar

o discurso do deputado Fong Chi Keong sobre violência doméstica na Assembleia Legislativa, no mes-mo dia em que cartoons satíricos sobre o deputado se multiplicam nas redes sociais. Sob o título “Con-denamos fortemente o discurso de Fong Chi Keong sobre violência doméstica”, 17 grupos civis – da área e não só – pedem às pessoas que assinem a petição como forma de condenação do que Fong disse, mas também para que o deputado peça desculpa de forma pública.

Organizado pela Macau Gender Education Association, os promoto-res da petição consideram o discurso de Fong Chi Keong como sendo “ex-plosivo e discriminatório” e capaz de provocar conflitos na sociedade.

“O seu discurso não só ofende as mulheres e homens, como re-força estereótipos chocantes sobre a igualdade de géneros e também agrava a violência e ameaça a har-monia familiar e social. A Macau Gender Education Association e outras organizações condenam fortemente Fong Chi Keong e pedem que se desculpe publica-mente”, pode ler-se na carta que acompanha a petição.

Fong Chi Keong não se mostrou disponível para que se percebesse

Raimundodo Rosário pede “paciência” até às LAG

O novo Secretário para os Transportes e Obras Pú-

blicas, Raimundo do Rosário, disse ontem aos jornalistas não ter novidades a avançar quanto às políticas na sua tutela. “[É preciso] terem um bocadinho de paciência que vêm aí as Linhas de Acção Governativa (LAG) e, certamente, nessa altura, alguma coisa será anunciada.” Raimundo do Rosário falou à margem da tomada de posse do novo director dos Serviços de Regulação das Telecomunica-ções (DSRT), Hoi Chi Leong, e do presidente do Instituto da Habitação (IH), Ieong Kam Wa.

Na tomada de posse, Ieong Kam Wa prometeu, segundo a Rádio Macau, focar-se na revisão do regime de habitação pública e acelerar os processos de candidatura às casas do Go-verno. Segundo um comunicado, Raimundo do Rosário garantiu que começa na próxima semana a ter encontros com dirigentes dos seus serviços por forma a “comunicar e a trocar ideias sobre a acção governativa e os trabalhos de cada serviço”, algo que deverá terminar em Fevereiro. O mesmo comuni-cado aponta ainda que o novo Secretário considera que “um dos trabalhos prioritários con-siste no preenchimento, o mais rápido possível, dos cargos de direcção de alguns serviços da sua tutela”. Sobre esse ponto, Vai Hoi Ieong continua como di-rector substituto dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) por mais seis meses, sendo que Ho Cheong Kei também permanece como coordenador--adjunto substituto do Gabinete para as Infra-estruturas de Transportes (GIT).

Um cartoon encontrado nas redes sociais salienta que ‘por ser amado, o deputado está a ser violentado’, numa alusão ao discurso de Fong

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA PETIÇÃO PARA PEDIDO DE DESCULPAS PÚBLICAS DE FONG CHI KEONG

“Senhor canhão” debaixo de fogoAs críticas a Fong Chi Keong somam e seguem e, agora, quase duas dezenas de associações fazem circular na net uma petição a pedir desculpas públicas. Consideram que o discurso do deputado nomeado pode incentivar violência e alertam mesmoque esta pode ser a ideia de muitas pessoas na sociedade de Macau

se é sua intenção fazê-lo, mas este não é o primeiro pedido de descul-pas a ser requisitado ao deputado, sendo que também a Coligação Anti-Violência Doméstica o fez.

O pedido que acompanha a petição não se fica, contudo, por aqui. “Também pedimos aos mem-bros da sociedade de Macau que não tolerem qualquer linguagem ou comportamento que contribua ou apoie a violência doméstica.”

ESTIGMASRefazendo o percurso do discurso do deputado – nomeado pelo pró-prio Chefe do Executivo para estar na AL -, as associações dizem mes-mo que Fong Chi Keong tem uma ideia distorcida de amor e que não

é aceitável que ele justifique que a violência doméstica deve ficar dentro de portas, primeiro porque são as vítimas que se comportam para que tal aconteça e, depois, porque, caso contrário, o número de famílias destruídas vai aumentar se a lei criminalizar publicamente estes actos.

“Este ponto de vista não é suportado por provas científicas e estigmatiza as pessoas que se divorciam, que ficam viúvas ou que optam por viver em famílias monoparentais. Pelo contrário, há evidências de que, quando a violência doméstica é tolerada e considerada como uma questão individual ou privada, as crianças e jovens que vivem com essa violên-

cia são afectados e mais propensos a sofrer de problemas psicológicos e comportamentais.”

A petição diz ainda que a visão do deputado é claramente a de que as mulheres estão subordinadas ao homem, mas teme que esta ideia não seja apenas de Fong Chi Keong.

“A violência conjugal é uma forma comum de violência do-méstica. No entanto, a violência doméstica não se limita à violência conjugal. Um dos objectivos da lei é desafiar o pensamento patriarcal, que vê a mulher como propriedade privada do marido e que este pode fazer o que quer que seja com a es-posa. Acreditamos que o discurso do Sr. Fong reflecte as opiniões de algumas pessoas em Macau, especialmente os perpetradores de violência doméstica.”

Ao todo, são 17 as associações que, para já, se uniram à causa. Entre elas, estão a Juventude Dinâ-mica de Macau, a Forefront of The Macau Gaming, a Association for Reach Out, a Macau Consciência, a Novo Macau e outras. A petição pode ser encontrada no Facebook das associações, mas também po-derá ver o link na edição online do HM, no site.

Na internet, rolam também caricaturas de Fong Chi Keong, que é apelidado em chinês como ‘o senhor Canhão’.

Até ontem, e à hora do fecho desta edição – em menos de 24 ho-ras -, mais de 4200 pessoas tinham assinado a petição.

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 11/AI/2015

-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se os infractores HOÀNG THI CHUNG (portadora do Passaporte da Vietnam n.° N1586XXX) e HOÀNG TRUNG HŨU (portador do Passaporte da Vietnam n.° N1393XXX), que na sequência do Auto de Notícia n.° 116/DI-AI/2012 de 11.11.2012, levantado pela DST, por controlar a fracção autónoma situada na Rua do Terminal Maritimo n.° 93-103, Edf. Centro Internacional de Macau, Bloco 4, 7.° andar E e utilizada para a prestação ilegal de alojamento, bem como por despacho da signatária de 09.01.2015, exarado no Relatório n.° 6/DI/2015, de 02.01.2015, lhe foi determinada a aplicação de uma multa de $200.000,00 (duzentas mil patacas), e ordenada a cessação imediata da prestação ilegal de alojamento no prédio ou da fracção autónoma em causa, nos termos do n.° 1 do artigo 10.° e n.° 1 do artigo 15.°, todos da Lei n.° 3/2010. --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------O pagamento voluntário da multa deve ser efectuado no Departamento de Licenciamento e Inspecção destes Serviços, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, de acordo com o n.° 1 do artigo 16.° da Lei n.° 3/2010, findo o qual será cobrada coercivamente através da Repartição de Execuções Fiscais, nos termos do n.° 2 do artigo 16.° do mesmo diploma. ------------------------------Da presente decisão cabe reclamação para o autor do acto, no prazo de 15 dias e sem efeito suspensivo conforme o prescrito no n.° 1 do artigo 148.°, artigo 149.° e n.° 2 do artigo 150.°, todos do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 57/99/M, de 11 de Outubro.-----------------------------------------------------------------------------------------------------Da presente decisão cabe recurso contencioso para o Tribunal Administrativo, a interpor no prazo de 60 dias, conforme estipulado na alínea b) do n.° 2 do artigo 25.° do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 110/99/M, de 13 de Dezembro e no artigo 20.° da Lei n.° 3/2010. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Há lugar à execução imediata da decisão caso esta não seja impugnada. -----------------------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau. ----------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 09 de Janeiro de 2015.

A Directora dos Serviços,Maria Helena de Senna Fernandes

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 12/AI/2015

-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se a infractora HOÀNG THI CHUNG (portadora do Passaporte da Vietnam n.° N1586XXX), que na sequência do Auto de Notícia n.°116.1/DI-AI/2012 de 11.11.2012, levantado pela DST, por quem angariar pessoa com vista ao seu alojamento na fracção autónoma situada na Rua do Terminal Maritimo n.° 93-103, Edf. Centro Internacional de Macau, Bloco 4, 7.° andar E e utilizada para a prestação ilegal de alojamento, bem como por despacho da signatária de 09.01.2015, exarado no Relatório n.° 7/DI/2015, de 02.01.2015, lhe foi determinada a aplicação de uma multa de $20.000,00 (vinte mil patacas), nos termos do n.° 2 do artigo 10.° da Lei n.° 3/2010. ------O pagamento voluntário da multa deve ser efectuado no Departamento de Licenciamento e Inspecção destes Serviços, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, de acordo com o n.° 1 do artigo 16.° da Lei n.° 3/2010, findo o qual será cobrada coercivamente através da Repartição de Execuções Fiscais, nos termos do n.° 2 do artigo 16.° do mesmo diploma. -----------------------------Da presente decisão cabe reclamação para o autor do acto, no prazo de 15 dias e sem efeito suspensivo conforme o prescrito no n.° 1 do artigo 148.°, artigo 149.° e n.° 2 do artigo 150.°, todos do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 57/99/M, de 11 de Outubro.------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Da presente decisão cabe recurso contencioso para o Tribunal Administrativo, a interpor no prazo de 60 dias, conforme estipulado na alínea b) do n.° 2 do artigo 25.° do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 110/99/M, de 13 de Dezembro e no artigo 20.° da Lei n.° 3/2010. --------------------------------------------------------------------------------------------------------------Há lugar à execução imediata da decisão caso esta não seja impugnada. ----------------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau. ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 09 de Janeiro de 2015.

A Directora dos Serviços,Maria Helena de Senna Fernandes

Page 8: Hoje Macau 16 JAN 2015 #3253

GONÇ

ALO

LOBO

PIN

HEIR

O

hoje macau sexta-feira 16.1.20158 política

WWW. IACM.GOV.MO

PUB

ANÚNCIO

A Direcção dos Serviços de Turismo faz público que, de acordo com o Despacho de 5 de Dezembro de 2014, do Ex.mo

Senhor Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, se encontra aberto concurso público para “Prestação de Serviços do Plano Geral do Desenvolvimento da Indústria do Turismo de Macau”.

O Programa do Concurso e o Caderno de Encargos encontram-se disponíveis, para efeitos de consulta no Balcão de Atendimento da Direcção dos Serviços de Turismo, no Edifício “Hot Line”, Alameda Dr. Carlos d’Assumpção, n.os 335-341, 12.° andar, Macau, a partir da data de publicação do presente aviso, dentro do horário normal de expediente, e as respectivas cópias poderão ser levantadas mediante o pagamento de MOP500,00 (quinhentas patacas).

Para quaisquer esclarecimentos, a partir da data da publicação do aviso e até dez (10) dias antes do termo do prazo para

a entrega das propostas, os interessados podem apresentar as suas questões, na página electrónica da Direcção dos Serviços de Turismo (http://industry.macautourism.gov.mo), sendo as respostas, também, dadas nesta mesma página electrónica.

O limite máximo do valor do concurso é de MOP20.000.000,00 (vinte milhões de patacas).

Os critérios de apreciação das propostas e os respectivos factores de ponderação são os seguintes:- Conhecimento do conteúdo de prestação de serviços do plano (35%);- Método do plano e programa de trabalho das diferentes fases (20%);- Preço (15%);- Experiência (30%).

Os concorrentes devem entregar as suas propostas redigidas em chinês, português, ou inglês no Balcão de Atendimento da DST, no Edifício “Hot Line”, Alameda Dr. Carlos d’ Assumpção, n.os 335-341, 12.° andar, Macau dentro do horário normal de expediente, cujo prazo de entrega é até às 17:45 horas do dia 2 de Março de 2015. Devem, ainda, os concorrentes prestar uma caução provisória, no valor de MOP400.000,00 (quatrocentas mil patacas). A forma de pagamento dessa caução provisória pode ser: 1) mediante depósito bancário à ordem, do Fundo de Turismo, no Banco Nacional Ultramarino; 2) garantia bancária; 3) depósito entregue nesta Direcção dos Serviços de Turismo em numerário, em ordem de caixa ou em cheque visado, emitidos à ordem do Fundo de Turismo; ou 4) por transferência bancária para a conta do Fundo de Turismo, no Banco Nacional Ultramarino de Macau (conta n.º 8003911119) .

O acto público do concurso realizar-se-á no Auditório da Direcção dos Serviços de Turismo, no Edifício “Hot Line”, Alameda Dr. Carlos d’ Assumpção, n.os 335-341, 14.° andar, Macau, pelas 10:00 horas do dia 3 de Março de 2015.

Em caso de encerramento desta Direcção de Serviços, por causa de tempestade ou força maior, o termo do prazo de entrega das propostas, a data e a hora de abertura das propostas serão adiadas para o primeiro dia útil, imediatamente seguinte, à mesma hora.

Os representantes legais dos concorrentes deverão estar presentes no acto público do concurso para efeitos de apresentação de eventuais reclamações e/ou para esclarecimento de eventuais dúvidas dos documentos apresentados ao concurso, nos termos do artigo 27.° do Decreto-Lei n.° 63/85/M, de 6 de Julho.

Direcção dos Serviços de Turismo, aos 18 de Dezembro de 2014.

A Directora dos ServiçosMaria Helena de Senna Fernandes

ANÚNCIO

Época balnear de 2015 – Prestação de Serviços de Gestão, Manutenção, Limpeza, Vigilância e Segurança da Piscina Estoril

Concurso Público no. 04/SCR/2014

Faz-se público que, por deliberação do Conselho de Administração do IACM, tomada em sessão de 21 de Novembro de 2014, se acha aberto o concurso público para a Época balnear de 2015 – Prestação de Serviços de Gestão, Manutenção, Limpeza, Vigilância e Segurança da Piscina Estoril.

O programa de concurso e o caderno de encargos podem ser obtidos, todos os dias úteis e dentro do horário normal de expediente, no Núcleo de Expediente e Arquivo do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), sito na Avenida de Almeida Ribeiro no 163, r/c, Macau.

A sessão de esclarecimentos terá lugar no dia 19 de Janeiro de 2015, pelas10:00 horas, no auditório do Centro de Formação do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais, sito na Avenida da Praia Grande, Nº 762-804, Edificio China Plaza, 6° andar.

O prazo para a entrega das propostas termina às 17:00 horas do dia 3 de Fevereiro de 2015. Os concorrentes ou seus representantes devem entregar as propostas e os documentos no Núcleo de Expediente e Arquivo do IACM e prestar uma caução provisória no valor de MOP80.000,00 (oitenta mil patacas). A caução provisória pode ser efectuada na Tesouraria da Divisão de Contabilidade e Assuntos Financeiros do IACM, sita no mesmo edifício no 163, r/c, por depósito em dinheiro, cheque, garantia bancária ou seguro-caução, em nome do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais.

O acto público de abertura das propostas realizar-se-á no auditório do Centro de Formação do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais, sito na Avenida da Praia Grande, Nº 762-804, Edificio China Plaza, 6° andar, pelas 10:00 horas do dia 4 de Fevereiro de 2015.

Macau, aos 8 de Janeiro de 2015.

O Presidente do Conselho da Administração

Vong Iao Lek

O Secretário de Estado das Co- munidades, José Cesário, inaugu-

rou ontem oficialmente a nova plataforma do Consulado--Geral de Portugal em Macau que permite aos utilizadores inscreverem-se no site e poderem escolher, com uma antecedência de 15 dias, a data e a hora a que querem ser

CONSULADO JÁ SE PODEM RENOVAR DOCUMENTOS ATRAVÉS DA INTERNET

E daqui a uns anos vai ser melhor

“Neste momento, temos marcações até Maio, que continuarão, mas a partirde hoje [ontem] as pessoas podem começar a marcara 15 dias”VÍTOR SERENO Cônsul

CONSULADO EM CANTÃO ATÉ AO FINAL DO ANOQuanto à abertura de um consulado em Cantão, José Cesário reafirmou que a decisão política “está tomada e anunciada” e manifestou o desejo que todo o processo esteja concluído ao longo de 2015. A imprensa chinesa garantia ontem que isso iria acontecer até ao final do ano. Sobre os encontros que já manteve em Macau, quer com entidades oficiais, quer com associações representativas da comunidade local, o Secretário de Estado destacou a abertura dos novos elementos do Governo de Macau em estreitarem as relações com Portugal e defendeu que cabe agora ao consulado, ao Instituto Português do Oriente (para as questões da cultura e da língua) e à AICEP (para as questões económicas) aproveitar essa janela de abertura e procurarem capitalizar acções concretas de cooperação.

atendidos para a renovação de documentos. “Neste momen-to, temos marcações até Maio, que continuarão, mas a partir de hoje [ontem] as pessoas podem começar a marcar a 15 dias”, disse ontem à rádio Macau Vítor Sereno, cônsul.

Depois de feito o regis-to no site, os utilizadores recebem um comprovativo via correio electrónico e um

sms a confirmar a marcação, sendo que voltam a rece-ber uma nova mensagem 24 horas antes da data da marcação. Se facultarem os dados do passaporte, os utilizadores têm uma ajuda adicional para a renovação do documento de viagem.

Sobre a plataforma de marcação do consulado em Macau e Hong Kong, José Cesário salientou a inovação da mensagem enviada pelo sistema, quer para confirmar marcações, quer para alertar os utentes do fim da validade dos documentos, e disse que se trata de mais um serviço que torna mais eficiente o contacto e a relação entre a representação diplomática e os seus utentes.

FUTURO SIMPLIFICADOMas o Secretário de Estado defendeu ontem que “daqui a uns anos” os cidadãos vão poder renovar documentos

como o Cartão do Cidadão automaticamente numa máquina disponível para o efeito. José Cesário não avançou datas, mas frisou ser esse o caminho.

“Esse é um dos objecti-vos que temos para daqui a uns anos, que para se concre-tizar obedece a um conjunto

de requisitos técnicos, mas também de segurança”, explicou o governante por-tuguês.

“Aqui há uns anos tive o objectivo de começar a emitir documentos de iden-tificação fora de Portugal, há 12 anos não havia. Começá-mos a fazê-lo e conseguimos fazê-lo numa altura em que muita gente dizia que não era possível”, exemplificou.

Para José Cesário, daqui a uns anos, “não muitos, haverá alguém que vai de-senvolver mais essa acção e essa medida em prol dos portugueses”, os de dentro e os de fora.

Numa análise compara-tiva, José Cesário destacou também o aumento do vo-lume de trabalho consular em Macau, dizendo que no primeiro semestre de 2011 tinham sido emitidos 2616 passaportes, número que no mesmo período de 2014 aumentou para 6456.

Com 168 mil cidadãos inscritos, a maioria dos quais de etnia chinesa, o consulado de Macau e Hong Kong é uma das maiores representações de Portugal no exterior.

Page 9: Hoje Macau 16 JAN 2015 #3253

TIAG

O AL

CÂNT

ARA

9SOCIEDADEhoje macau sexta-feira 16.1.2015

E STA semana, o Instituto de Acção Social (IAS) publi-cou um segundo relatório – mais completo – sobre o

Regime de Credenciação e Inscri-ção para o Exercício de Funções de Assistente Social. Tal como o HM tinha já avançado, este documento mais recente engloba a redacção um Código de Ética e Conduta, bem como a composição e pro-porção dos membros da Comissão que deverá ficar responsável pela credenciação e qualificação dos profissionais desta área. Se, por um lado, há quem aponte o conteúdo do relatório como “um grande pas-so”, alguns queixam-se de falta de equilíbrio na proporcionalidade de membros do Governo e do sector.

A segunda fase de consulta pública sobre a legislação acontece até dia 13 de Fevereiro. Leung Kai Yin, especialista que lecciona no curso de licenciatura em Serviço Social no Instituto Politécnico de Macau (IPM), considera que o documento de consulta pode não responder à “autonomia da profissão” apresentada pelo sector.

O documento sugere a divi-são do diploma num regime de credenciação e noutro reservado à inscrição para o exercício das funções. O IAS responsabiliza-se pela inscrição, enquanto a futura Comissão Profissional de assis-tentes sociais – o presidente, os quatro membros representantes da autoridade administrativa pública e os quatro representantes dos ins-titutos e associações do sector são todos nomeados pelo Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura – se responsabiliza pela avaliação

Há quem concorde plenamente com o mais recente relatório publicado pelo IAS sobre a credenciação de assistentes sociais na região, mas também há quem tenha algumas reservas. Podenão ser perfeito, mas para Jackson Ho, professorda USJ, é já “um grande avanço”

ASSISTÊNCIA SOCIAL ESPECIALISTAS CONCORDAM COM CREDENCIAÇÃO, MAS TÊM RESERVAS

Primeiro a autonomia

FLORA FONG [email protected]

LEONOR SÁ [email protected]

“Cheguei à conclusão de que, uma vez que tudo nesta área é regulamentado pelo IAS,só faz sentido que sejam maioritariamente eles que iniciem os trabalhos”JACKSON HO Professor da USJ

dos profissionais, ficando ainda responsável pela aprovação das credenciais e pelas investigações relativas a infracções disciplinares.

EXECUTIVO EM MAIORIANo entanto, Leung Kai Yin consi-dera que a proporção dos represen-tantes do Governo na Comissão Profissional de assistentes sociais é excessiva. “O maior problema é que mais de metade dos membros deste organismo não são esco-lhidos pelo sector e predominam entidades governamentais, o que suscita dúvidas na questão da autonomia da profissão, uma vez que a grande maioria das pessoas provém do Governo”, disse o responsável ao canal chinês da rádio Macau.

Também o presidente da As-sociação dos Assistentes Sociais de Macau, Andrew Ng, considera que há ainda arestas para limar. No que toca ao Código de Ética, Ng considera que o regime não está ainda completo e ainda é preciso discutir este assunto, disse.

“As instruções de ética são também importantes, porque têm que ver com a disciplina dos assistentes. No entanto, a versão actual assemelha-se a um rascunho apenas, pelo que é necessário consultar mais opiniões através da comissão”, explicou o presidente da asso-ciação. O representante de parte dos profissionais do sector apoia

a premissa de Leung Kai Yin, afirmando que a proporcionali-dade dos membros da comissão impossibilita a autonomia do órgão. Ng não está satisfeito com a constituição do colectivo e espera que os assistentes sociais

do sector público sejam tratados da mesma forma daqueles que trabalham em empresas privadas.

COMEÇAR É O MAIOR DOS PASSOSJá para Jackson Ho, coorde-nador do curso de Assistência Social, essa proporção é, numa fase inicial e de implementação de medidas, “a adequada”. O especialista considera que, num

primeiro momento, é necessário que haja pessoas qualificadas para gerir os trabalhos, justificando que os profissionais do IAS estão “realmente empenhados” em levar isto para a frente. O especialista aponta, no entanto, algumas falhas

que acredita serem resolvidas com a participação de todas as partes.

“É preciso definir quais as línguas disponíveis para o exame de avaliação, porque o chinês e o português devem certamente ser incluídos, mas Macau está a internacionalizar-se e há gente estrangeira a querer trabalhar, por isso o inglês pode ser uma terceira hipótese”, referiu ao HM.

Também a escolha da equipa de redacção do exame e a definição de quais os cursos reconhecidos e os critérios para a prática desta actividade na região são assuntos a resolver.Para Paul Pun, presidente da Cáritas de Macau, a proporção representativa na Comissão é apropriada. O porta-voz também participou na redacção do relató-rio criado através dos resultados da consulta pública. Questionado sobre a possibilidade de alterar a composição para que todos os membros da comissão façam parte do sector de assistência social, Paul Pun disse que seria um assunto a estudar. “Existe uma interacção entre a sociedade e o Governo no regime, portanto é difícil que todos os membros seja parte integrante da sociedade” disse. Além disso, acrescentou que agora já será pos-sível auscultar a opinião de todos os sectores com a nova consulta pública, que integra já questões relativas às definições traçadas.

A ARTE DE BEM FAZERJackson Ho é um dos maiores apolo-gistas da aprovação desta lei, já que acredita que pode trazer uniformida-de de comportamento e conduta entre todos os profissionais do sector. “Em todo o mundo se anda a promover a qualificação profissional dos assis-tentes sociais e é essencial que um especialista passe por um período de treino específico”, começou Jackson Ho por explicar. Ho apoia a iniciati-va dos responsáveis e membros da comissão, mostrando-se “curioso” para saber quais serão os próximos passos. “Cheguei à conclusão de que, uma vez que tudo nesta área é regu-lamentado pelo IAS, só faz sentido que sejam maioritariamente eles que iniciem os trabalhos”, acrescentou.

Os especialistas contactados pelo HM consideram, na sua maioria, que a criação de uma comissão e as propostas delineadas são apenas a primeira fase de um longo processo. Para alguns, há já pontos a alterar antes de avançar para uma próxima etapa, havendo ainda quem considere que tudo está no bom caminho. Dú-vidas não há, no entanto, no que diz respeito à necessidade deste diploma, que vem impor limites e normas à profissão.

Page 10: Hoje Macau 16 JAN 2015 #3253

HOJE

MAC

AU

10 sociedade hoje macau sexta-feira 16.1.2015

ANDREIA SOFIA [email protected]

O ano de 2014 foi mau ano em termos de re-ceitas dos casinos de Macau e o primeiro

trimestre de 2015 ainda vai reflectir esse mau período. Contudo, para Aaron Fischer, director regional para as áreas do Consumo e Pes-quisa do Jogo da CSLA, entidade independente na área do inves-timento e mercados financeiros, 2016 será o ano da recuperação.

Caso Lisboa Alan Hoe outros suspeitosem prisão preventivaAlan Ho, o alegado cabecilha da rede de prostituição desmantelada esta semana no Hotel Lisboa, está em prisão preventiva no Estabelecimento Prisional de Macau (EPM). De acordo com uma nota do Ministério Público (MP), há ainda mais um suspeito além dos seis anunciados esta semana. Este, contudo, está sujeito a medidas de coacção de proibição de ausência da RAEM. Mais de noventa testemunhas foram interrogadas pelo MP.

Quartel de S. Francisco vai ser remodelado e IC já aprovou projecto

“No início haverá dificuldades, mas 2016 vai ser um ano fantástico. Pensamos que as receitasdo Jogo vão crescer na ordem dos22% em 2016”AARON FISCHER Directorregional para o Consumoe Pesquisa do Jogo da CLSA

Aaron Fischer, director regional para o Consumo e Pesquisa do Jogo da CLSA, acredita que este ano ainda vai ser “muito difícil” em termos de receitas do Jogo, mas defende que o sector vai recuperar no ano seguinte. Uma coisa é certa: o segmento VIP vai mesmo abrandar e é quase certo queo imposto sobre o Jogo vá aumentar

JOGO PREVISTA RECUPERAÇÃO EM 2016 E AUMENTO DE IMPOSTO

Os anos da maturidade

O Quartel de S. Fran-cisco – onde actual-

mente funciona a sede da Direcção dos Serviços das Forças de Segurança – vai sofrer obras de ampliação e remodelação, tendo o Instituto Cultural (IC) já aprovado o projecto.

Segundo notícia avan-çada pelo Jornal Tribuna de Macau, a obra será feita pela empresa San Kei Ip e

vai custar 26,5 milhões de patacas ao erário público. Em declarações ao mesmo diário, o arquitecto Vizeu Pinheiro condena o pro-jecto escolhido e mostra--se surpreendido com o facto do IC ter efectuado a aprovação, principal-mente sem que primeiro tenha sido realizada uma consulta pública. O argu-mento do profissional é

que a estrutura a erguer não vai ao encontro do desenho original e Vizeu Pinheiro acusa o Governo de não pensar na “harmonia” do projecto.

“É uma falácia total. Não há qualquer integra-ção, nem harmonia, nem nas cores, na textura ou no volume das estruturas. É uma intervenção pesada, com um estilo contrastante

e conflituoso com o exis-tente e que adultera e des-trói a tradição portuguesa deste tipo de construções”, explicou o arquitecto ao JTM.

Neste momento, a Lei de Salvaguarda do Património mantém uma alínea antiga que protege os edifícios já classifica-dos. No entanto, de acordo com o diário, a proibição

de demolir ou alterar os edifícios foi revogada, tendo o IC poder para fazer alterações depois de um estudo prévio de cada projecto.

“O ano de 2015 vai continuar a ser muito difícil para Macau e as receitas de Jogo deverão ter uma quebra de 9%. Mas penso que vamos começar a ver uma recuperação no segundo semestre deste ano”, disse o especialista à margem da conferência de im-prensa de apresentação da edição da feira G2E Asia.

A chave para a recuperação do sector está na abertura dos novos empreendimentos no Cotai. “No início haverá dificuldades, mas 2016 vai ser um ano fantástico.

Pensamos que as receitas do Jogo vão crescer na ordem dos 22% em 2016. E isso deve-se à abertura dos novos projectos, que vão aumentar a capacidade hoteleira em 70%, e um crescimento do número das mesas de jogo em 14%”, apontou Aaron Fischer.

Questionado sobre se as medi-das anti-corrupção adoptadas pelo Governo Central vão continuar a ter impacto no sector, Aaron Fis-cher desdramatizou.

“As medidas anti-corrupção na China não visam especificamente Macau nem outra região. Apenas visam combater os actos ilícitos. Isso poderá trazer alguma quebra de receitas do segmento VIP, essa poderá ser uma das consequên-cias”, frisou.

Para o especialista da CLSA, essa é, aliás, a tendência para os próximos anos: a consolidação do mercado de massas e a estabi-lização das apostas no sector VIP.

“O segmento VIP não irá cres-cer muito mais e pensamos que o mercado está mais maduro agora. Macau gere cerca de dois mil mi-lhões de receitas no segmento VIP e é difícil crescer muito mais do que isso. Os que são milionários na China vão continuar a vir a Macau, então o futuro é crescer o mercado de massas”, apontou.

ENTRETENIMENTO É O CAMINHONuma fase em que o Executivo quer apostar na diversificação económica, e quando a renovação das licenças de Jogo é um dos pontos na agenda do novo Secre-tário para a Economia e Finanças,

G2E ASIA VIRADAPARA A DIVERSIF ICAÇÃOSão 150 expositores de todo o mundo, mais 20% de visitantes que se esperam mais internacionais. Assim será mais uma edição da feira G2E Asia, que decorre no Venetian de 19 a 21 de Maio. Lisa Moi, responsável pelo evento, garantiu que a feira irá mostrar produtos que visam a diversificação económica que Macau quer atingir. “Uma vez que Macau está a apostar na diversificação, vamos continuar a ter produtos ligados ao Jogo mas mais na área do entretenimento, como na área da música, segurança, sistemas de luz e áudio. Esses serão os novos conteúdos que iremos mostrar este ano. Para um desenvolvimento mais sustentável do sector.”

Aaron Fischer acredita que “o Governo deve ser mais especí-fico quando atribuir as licenças, sobre a dimensão que será dada às actividades não Jogo”. Mas diz acreditar que todas as licenças serão renovadas e que poderá até haver mais uma.

“O Governo é responsável pela construção das infra-estruturas, estão a construir o metro ligeiro e o novo terminal marítimo e a me-lhorar a capacidade do aeroporto. A única coisa que o Governo pode fazer é dizer às operadoras que têm a licença, mas que se querem mais

mesas de jogo, só têm de apostar nas actividades não Jogo. O Go-verno não tem de gastar dinheiro nisso. Essa é uma boa política. Este sistema funcionou noutras regiões, como em Singapura, com os resorts integrados”, defendeu.

De acordo com a TDM, o analista diz ainda que acredita que a taxa de imposto sobre o Jogo, actualmente de 39%, deverá aumentar para 43%.

Aaron Fischer não prevê uma quebra no sector, uma vez que os hotéis vão continuar a ter uma taxa de ocupação superior a 90%. A ideia é apostar no crescimento das apostas no mercado de massas e fazer com que as famílias per-maneçam mais dias no território.

Apesar de muitos países asiá-ticos estarem a planear a abertura de casinos, Aaron Fischer acredita que Macau vai continuar a liderar nos próximos anos. “Pensamos que a dimensão do mercado no Japão poderá ser semelhante a Macau. Mas mesmo que a legislação fique pronta este ano, podemos esperar o primeiro casino daqui a sete anos, por isso teremos em Macau mais cinco ou dez anos sem uma com-petição (mais directa)”, concluiu.

Page 11: Hoje Macau 16 JAN 2015 #3253

11 sociedadehoje macau sexta-feira 16.1.2015

PUB

As associações educativas estão preocupadas com a falta de mão-de--obra e pedem ao Governo contratação de não residentes. Ao mesmo tempo, querem mais espaços para escolas e actividadese um reforçomaior no apoioao ensino especial JOANA [email protected]

A Associação das Escolas Católicas pediu ontem a Alexis Tam que fosse aberta a possibilidade

de se recrutarem professores de fora para o ensino de Macau. O Secretário para os Assuntos So-ciais e Cultura, que visitou duas

ENSINO ASSOCIAÇÕES ESCOLARES PEDEM PROFESSORES DE FORA

A praga dos escassos recursos

“A Associação das Escolas Católicas de Macau (...) realçou que, por causa do desenvolvimento da sociedade, as escolas encontram dificuldades ao nível dos recursos humanos”

associações educativas de forma a recolher opiniões para as suas LAG, afirmou que poderá considerar-se esta hipótese.

“A Associação das Escolas Ca-tólicas de Macau (...) realçou que, por causa do desenvolvimento da sociedade, as escolas encontram dificuldades ao nível dos recursos humanos, incluindo pessoal docen-te”, começa por explicar o gabinete do Secretário em comunicado. “Sugeriu-se que se possa contratar, de forma adequada, quadros qua-lificados não residentes.”

Alexis Tam não avança detalhes exactos sobre o assunto, mas, em comunicado que cita o Secretário, é dito que “quanto à falta de alguns docentes especializados, poderá considerar-se a introdução de pro-fissionais de que Macau tem falta”.

As associações sugerem que se garanta a qualidade educativa tanto ao nível das instituições, como de preparação de docentes e que seja reforçada formação dos professo-res. Também ao nível do apoio às escolas que oferecem ensino espe-

cial – e que têm, como é assunto na sociedade, muitas dificuldades -, as associações pedem mais da parte do Governo.

ESFORÇOS E REFORÇOS Da parte das Associação da Edu-cação de Macau, o Secretário

ouviu ainda o que vem já há muito a ser debatido: mais espaço para escolas, uma vez que “há um pro-blema de insuficiência” destes.

Mas, os desejos não ficam por aqui. “Em relação ao pe-dido de subsídio ao Fundo de Desenvolvimento Educativo,

[as associações] esperam que o processo se torne mais flexível”, acrescenta ainda o comunicado.

No que diz respeito ao investi-mento nos recursos educativos, Ale-xis Tam assegurou às associações que o Chefe do Executivo apontou que vai haver um reforço do rácio para a educação, que vai ocupar as despesas nos próximos cinco anos, “pelo que o Secretário procederá à promoção e implementação de todos os esforços necessários”.

Esforços esses que passam, segundo Alexis Tam, por “redobrar os esforços” no que ao desenvol-vimento do ensino especial diz respeito, mas também em relação às instalações e espaços das acti-vidades para jovens, sendo que o Governo “espera” que se possam abrir mais instalações escolares e centros de actividades.

No encontro com o Secretário, as associações pediram ainda o reforço da educação da cultura local, bem como o “cultivar uma consciência de cumprimento da lei e de amor pela pátria e por Macau”.

Page 12: Hoje Macau 16 JAN 2015 #3253

hoje macau sexta-feira 16.1.201512 publicidade

Page 13: Hoje Macau 16 JAN 2015 #3253

OS PRÓXIMOS 100 ANOS • GEORGE FRIEDMAN Neste novo e ousado livro, George Friedman, fundador da STRATFOR, foca-se naquilo que melhor conhece: o futuro. Advoga que a nossa civilização está prestes a entrar numa nova era, e oferece uma previsão lúcida e estimulante das alterações que podemos esperar ao longo do século XXI. Explica onde, por que razões e como serão travadas as guerras futuras, quais as nações que irão ganhar e perder poder económico e político, e ainda as tendências culturais que vão alterar o nosso modo de vida.

À VENDA NA LIVRARIA PORTUGUESA RUA DE S. DOMINGOS 16-18 • TEL: +853 28566442 | 28515915 • FAX: +853 28378014 • [email protected]

A ORDEM MUNDIAL • HENRY KISSINGEREscrito a partir da sua experiência enquanto um dos mais notáveis estadistas da era moderna – aconselhando presidentes norteamericanos, viajando pelo mundo, observando e moldando os eventos mais marcantes da política externa das últimas décadas – Kissinger faz por fim a sua análise do maior desafio do século XXI: como construir uma ordem internacional partilhada num mundo de perspectivas históricas divergentes, conflitos violentos, proliferação tecnológica e extremismo ideológico.

hoje macau sexta-feira 16.1.2015 13EVENTOS

São prémios do continente chinês distribuídos a actores, actrizes, realizadores e tantas outras personalidades internacionais e vão trazer a Macau estrelas comoNaomi Wattse Chris Hemsworthjá este domingo

JOANA [email protected]

N AOMI Watts, Chris He-mswort e Michael Mann são algumas das cele-bridades que chegam

este fim-de-semana ao Venetian Macau, onde vêm participar na 15ª

T UDO acontece entre estantes e livros, títulos e grandes autores. A Li-

vraria Portuguesa recebe, em Fevereiro, uma peça teatral que se passa no seio daquilo que é a própria livraria. Este ano, a peça ‘Puzzle The Pu-zzle’ volta ao espaço, para celebrar o seu 10º aniversário.

Ao todo, são 12 os espec-táculos agendados, que têm lugar entre os dias 2 e 13 de Fevereiro e narram a história de um poeta em busca de criatividade. A obra foi pen-sada pela directora de teatro de Taiwan Hope Chiang. A artista vive no território.

O teatro acontece dentro de pequenos espaços, pre-

VENETIAN CERIMÓNIA DE ATRIBUIÇÃO DE PRÉMIOS TRAZ CELEBRIDADES A MACAU

Passadeira vermelha estendida

TEATRO LIVRARIA COM PEÇA NAS ESTANTES

Completar o puzzle

Escultura Todi Kong de Sousa na Casa Garden Todi Kong de Sousa apresenta em Macau a exposição “Metamorfose”. A escultora, auto-didacta, é natural de Moçambique, mas vive em Macau desde 1986. Agora, expõe uma dúzia de peças na sede da Fundação Oriente, na Casa Garden, num evento que está marcado para o próximo dia 21 de Janeiro. A exposição, que ficará patente durante um mês, até Fevereiro, inaugura às 18h30. “Metamorfose” é inspirada na constante mudança do ser humano ao longo da vida, conforme explica a organização em comunicado. É uma série composta essencialmente por figuras estilizadas, executadas com técnica mista utilizando materiais diversos como massa epoxi de modelagem, tecidos e outros acabamentos. Todi Kong de Sousa é licenciada em Engenharia Civil e frequentou vários módulos de cursos de pintura, sendo que, mais recentemente, se tem dedicado à escultura por modelagem, “tendo como paixão a combinação de materiais, de formas e de texturas”. A exposição estará patente todos os dias, excepto às segundas-feiras, das 10h00 às 19h00.

ferencialmente de livrarias e cafés com locais de leitu-ra. Além da própria Hope Chiang, também Kai Leung participa na peça, integrando objectos do quotidiano como fantoches ou sapatos de bar-bie. A música ficará a cargo do compositor espanhol a residir em Macau Victor Garnier.

“A grande maioria das produções teatrais locais é em cantonês, raramente se encontram espectadores

estrangeiros para participar nestas peças. Contudo, este grupo de pessoas que não fala cantonês aparece sempre em performances internacionais e com isto esperamos dar mais oportunidades para que estas pessoas tenham acesso a produções locais”, explicou o produtor, Erik Kuong, em comunicado.

A estreia de ‘Puzzle The Puzzle’ aconteceu em 2005 na Pinto-livros, uma livraria no Leal Senado, estando des-de aí em digressão mundial.

Desta vez, a peça será apresentada em mandarim e inglês e os bilhetes estão disponíveis para venda a partir de amanhã.

edição dos Huading Awards Global Entertainment Celebrities Satisfac-tion Survey Release Ceremony. A actriz britânica, o actor de ‘Thor’ e o realizador norte-americano estão na lista dos nomeados para esta edição dos prémios que acon-tecem anualmente e pela segunda vez na RAEM.

Organizado pelo grupo Huading Awards Global Entertainment, pretende atribuir prémios em cate-gorias diferentes ao nível da China e internacionalmente: Categoria de Melhor Dançarino, Cantor, Actor/

Actriz de Televisão e Cinema e Melhor realizador.

Este ano, os nomeados para melhor actor de televisão vão para Kevin Space, com ‘House of Car-ds’, ‘Sheldon’ Jim Parsons da série ‘The Big Bang Theory’ e ‘Watson’ Martin Freeman da série ‘Sherlock Holmes’, entre outros.

Já o actor Chris Hemsworth, que encarnou a personagem ‘Thor’, e Chris Evans, o ‘Capitão América’, estão nomeados para o Melhor Ac-tor de Filme Internacional do Ano.

O Melhor Realizador do ano ao nível internacional vai ser disputado entre Peter Jackson, com ‘The Ho-bbit: The Battle of the Five Armies’ , Christopher Nolan, por ‘Interste-

llar’, Luc Besson para ‘Lucy’ e Michael Mann por ‘Blackhat’.

Na categoria de Melhor Ac-triz estão Anne Hathaway, pelo desempenho em ‘Interstellar’, Naomi Watts, com ‘St. Vincent’ e Julianne Moore, pelo filme ‘Still Alice’. Natalie Portman, actriz de ‘Thor’ está também nomeada.

Na categoria de televisão, as melhores actrizes escolhidas pela China são Chloé Wang, da série ‘Agents of Shield’ e Nina Dobreva do ‘Vampire Diaries’, entre outras.

Chris Hemswort, Michael Mann, Naomi Watts, Chow Yun Fat, Dicky Cheung, Charmaine Sheh, Raymond Lam e Kate Tsui são algumas das celebridades que estarão presentes no tapete vermelho do Venetian. Em 2012, o Venetian recebeu estrelas como Nicole Kidman, Nicolas Cage e Quentin Tarantino.

Estes prémios, assegura a orga-nização, são cada vez “mais reco-nhecidos internacionalmente” e são calculados com base nos votos das audiências da China continental.

O evento acontece no domingo, no Venetian, sendo que o público poderá ver as celebridades desfilar na passadeira vermelha a partir das 16h30.

Page 14: Hoje Macau 16 JAN 2015 #3253

hoje macau sexta-feira 16.1.201514 publicidade

Page 15: Hoje Macau 16 JAN 2015 #3253

15CHINAhoje macau sexta-feira 16.1.2015

PUB

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 9/2015

-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se TORRES, ESPERANZA GALLEGA, proprietária do Bar e Karaoke, situado na Rua de Espectação de Almeida n.° 3, Edf. Son Heng, Rés-do-Chão A, Macau, que na sequência do Auto de Notícia n.° 26/2014/C1, levantado pelo CPSP, em 01.02.2014, bem como por despacho da signatária de 16.09.2014, exarado no Relatório n.° 764/DI/2014, de 03.09.2014, foi desencadeado procedimento sancionatório.---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Nos termos do n.° 3 do artigo 95.° do Decreto-Lei n.° 16/96/M, de 1 de Abril, pode, no prazo de 5 dias úteis, contados a partir da presente publicação, apresentar, querendo, a sua defesa por escrito sobre a matéria do referido Auto de Notícia, oferecendo nessa altura todos os meios de prova admitidos em Direito.-------------------- --------------------------------------------------------------------------------A matéria daquele Auto de Notícia constitui infracção ao artigo 30.° do Decreto-Lei n.° 16/96/M, de 1 de Abril – “Os estabelecimentos hoteleiros e similares só podem abrir ao público após a emissão da licença respectiva.”, punível com encerramento imediato do estabelecimento e multa de $60,000.00 (sessenta mil patacas), nos termos do n.° 1, da alínea b) do n.° 2 e n.° 3 do artigo 67.° do mesmo Diploma.-------------------------------- ------------------------------------------------------------------------------------------------------O processo administrativo poderá ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau.----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 12 de Janeiro de 2015.

A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes

De acordo com o disposto no artigo 13.º do Orçamento da Região para o ano de 2015, aprovado pela Lei n.º 9/2014, os bens imóveis adquiridos com destino à habitação, até ao valor de $3 000 000,00 (três milhões de patacas) encontram-se isentos, no referido ano, de imposto do selo sobre transmissão de bens, pelo que se comunica o seguinte:

I. Para beneficiar da isenção do referido imposto do selo, devem os contribuintes apresentar requerimento em conformidade, junto da Direcção dos Serviços de Finanças, desde que preencham os seguintes requisitos:

1. sejam residentes permanentes da Região Administrativa Especial de Macau, maiores de idade, e,

2. não sejam proprietários, no ano de 2015, de qualquer bem imóvel (tais como: bens destinados a habitação, a comércio, a escritório, a indústria, a estacionamento de veículos motorizados, etc.), na Região Administrativa Especial de Macau, salvo casos em que se detenha apenas um imóvel destinado ao estacionamento de veículos motorizados.

II. Considera-se proprietária a pessoa singular que tenha adquirido bens imóveis por qualquer um dos documentos considerados como fonte de transmissão para

efeitos fiscais, independentemente do registo de aquisição na Conservatória do Registo Predial.

III. Quando for adquirido por um casal e o regime de bens adoptado for o da comunhão geral, da comunhão de adquiridos ou da participação nos adquiridos, desde que no ano de 2015 nenhum deles seja proprietário de qualquer imóvel, salvo casos em que se detenha apenas um imóvel destinado ao estacionamento de veículos motorizados, é atribuído o direito à isenção atrás mencionada.

IV. A transmissão de bens imóveis a terceiro que não seja por motivo de sucessão hereditária, no período de 3 anos contados da data da concessão da isenção, determina a caducidade da mesma, devendo o seu beneficiário, antes daquela ocorrer, proceder ao pagamento do imposto do selo que seria devido nos termos gerais.

V. Os contribuintes que obtiveram o benefício fiscal desta natureza em anos anteriores, não têm direito à isenção atrás mencionada.

Aos 2 de Janeiro de 2015.A Directora da DSFVitória da Conceição

AVISOISENÇÃO DE IMPOSTO DO SELO SOBRE TRANSMISSÕES DE BENS

A China autorizou que os investidores estran-geiros tenham proprie-dade total de empresas

de e-commerce na zona de livre comércio de Xangai como parte de um projecto piloto, disse a agência oficial Xinhua, citando o Minis-tério da Indústria e Tecnologia da Informação.

Os investidores estrangeiros precisavam anteriormente de firmar joint-ventures com uma empresa chinesa para poderem operar uma empresa de comércio electrónico no mercado altamente competitivo da China. O esquema piloto poderá fornecer um cami-nho mais fácil para as companhias estrangeiras entrarem na arena e lutarem por um pedaço de um dos maiores mercados de e-commerce do mundo.

As autoridades de telecomuni-cações em Xangai irão regular o esquema e as acções dos investi-dores estrangeiros, de acordo com um comunicado do Ministério da Indústria e Tecnologia da Informa-ção citado pela Xinhua.

BATALHA DE TUBARÕESDesde o lançamento da zona de livre comércio em Setembro de 2013, os legisladores anunciaram reformas e relaxaram as regula-ções para impulsionar a indústria do comércio electrónico chinês,

Tabaco é grande contribuição para o tesouro nacionalO sector de tabaco da China rendeu 1,05 biliões de yuans em receitas taxáveis em 2014, um aumento anual de 10,02%, revelou esta quinta-feira a Administração Estatal do Monopólio de Tabaco. Da facturação total o sector entregou no ano passado mais de 911,03 mil milhões de yuans em impostos e taxas, mais 11,63% que no ano anterior, disse Ling Chengxing, director da Administração. A China reforçou nos últimos anos o controlo de tabaco em locais públicos. No entanto, este sector, de monopólio, continua a ser um grande contribuinte das receitas do governo. Em 2013, o tabaco rendeu ao governo 816 mil milhões de yuans, representando 6,3% da receita fiscal total do país. A Administração prevê que em 2015 o número deve voltar a ficar em cerca de 1 bilião de yuans.

XANGAI ESTRANGEIROS JÁ PODEM DETER EMPRESAS E-COMMERCE

Por conta própria

dominado pelo Alibaba Group Holding.

Mas as empresas de e-commer-ce estrangeiras têm-se desenvol-vido grandes esforços na China, competindo com o grupo Alibaba

e o JD.com, a segunda maior em-presa do género no país. A Amazon.com detém apenas uma pequena fatia do mercado, enquanto o eBay deixou o país em 2006 depois de uma batalha ácida com o Alibaba.

Em Agosto, a Amazon disse que iria criar uma loja na zona de livre comércio de Xangai, espe-rando beneficia de regulações de comércio menos rigorosas para vender uma variedade mais ampla de produtos no país.

No sentido oposto, o Alibaba tem feito incursões nos Estados Unidos, enquanto procura ligar retalhistas e comerciantes norte--americanos com consumidores chineses.

Ao mesmo tempo, a empresa tem dado passos para assegurar aos reguladores as suas boas in-tenções. O Alibaba acordou em evitar a venda de 15 brinquedos ilegais ou perigosos nos Estados Unidos, disse a Comissão de Se-gurança de Produtos de Consumo na terça-feira.

O projecto piloto anunciado na zona de comércio livre de Xangai permite às empresas estrangeiras que eram até agora obrigadas a estabelecer parcerias com congéneres chinesas gerir individualmente as suas acções

Page 16: Hoje Macau 16 JAN 2015 #3253

16 hoje macau sexta-feira 16.1.2015

hARTE

S, L

ETRA

S E

IDEI

AS

A QUELES tiros, que na Eu-ropa fizeram Charlies por todo o lado, foram sobre-tudo dados contra a nossa

colonial mente, que pelo burguês quer ainda negociar mais o Ser Humano, depois de dizimado o Reino Animal. Que estilo de liberdade é essa que brin-ca com o Fogo?

O EU DO OCIDENTE

Não aceitamos que se use (para es-cárnio) a nossa imagem, porque não se é figura pública, mas para essas não achamos mal o seu uso e sem querer entender o que a figura de Maomé re-presenta, pela aceitação que se crê não religiosa, é apenas uma figura pública.

O querer saber do simbólico, com que os agnósticos não alinham, obriga-

-nos a contar a história da necessidade do aparecimento do Islão.

Encontrava-se o mediterrâneo cris-tão no século VI com um quotidiano que urgia limpar e ajustar, tal era a vida sem princípios na cultura do deboche e a elevadíssima mortandade, cujas cau-sas, entre outras mais graves, estavam no vinho e carne de porco, exploradas

pelo tórrido calor. Tal ambiente de cor-rupção propiciou de novo a vinda de um iluminado que, reajustando as leis do espelho Natureza para o quotidiano estar, trouxe de volta a educação pelo acreditar (pela submissão dos crentes) e tal como Shakyamuni e Jesus referi-ram, não se fazer imagens das figuras veneradas, Maomé adicionou a do Ser

Lamentando sempre as mortes violentas...

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 7/AI/2015-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se o infractor YE, PENGFEI (portador do Passaporte da China n.° E00493XXX), que na sequência do Auto de Notícia n.° 94/DI-AI/2012 de 01.09.2012, levantado pela DST, por prestação ilegal de alojamento da fracção autónoma situada na Travessa da Amizade, n.° 82, Edf. Centro Internacional de Macau, Bloco 8, 7.° andar D, bem como por despacho da signatária de 09.01.2015, exarado no Relatório n.° 4/DI/2015, de 02.01.2015, lhe foi determinada a aplicação de uma multa de $200.000,00 (duzentas mil patacas), e ordenada a cessação imediata da prestação ilegal de alojamento no prédio ou da fracção autónoma em causa, nos termos do n.° 1 do artigo 10.° e n.° 1 do artigo 15.°, todos da Lei n.° 3/2010. ----------------------------------------------------------------------------------------------------O pagamento voluntário da multa deve ser efectuado no Departamento de Licenciamento e Inspecção destes Serviços, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, de acordo com o n.° 1 do artigo 16.° da Lei n.° 3/2010, findo o qual será cobrada coercivamente através da Repartição de Execuções Fiscais, nos termos do n.° 2 do artigo 16.° do mesmo diploma.-----Da presente decisão cabe reclamação para o autor do acto, no prazo de 15 dias e sem efeito suspensivo conforme o prescrito no n.° 1 do artigo 148.°, artigo 149.° e n.° 2 do artigo 150.°, todos do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 57/99/M, de 11 de Outubro.---------------------------------------Da presente decisão cabe recurso contencioso para o Tribunal Administrativo, a interpor no prazo de 60 dias, conforme estipulado na alínea b) do n.° 2 do artigo 25.° do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 110/99/M, de 13 de Dezembro e no artigo 20.° da Lei n.° 3/2010. ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Há lugar à execução imediata da decisão caso esta não seja impugnada. ----------------------------------------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau. ------------------------------------------------

-----Direcção dos Serviços de Turismo, aos 09 de Janeiro de 2015.

A Directora dos Serviços,Maria Helena de Senna Fernandes

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 14/AI/2015-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se os infractores 國輝(portador do passaporte da RPC n.° E00299xxx) e 馬立(portadora do passaporte da RPC n.° G58508xxx), que na sequência do Auto de Notícia n.° 56/DI-AI/2013, de 27.05.2013, levantado pela DST e por despacho da signatária de 12.01.2015, exarado no Relatório n.° 9/DI/2015, de 02.01.2015, lhe foi desencadeado procedimento sancionatório, por controlar a fracção autónoma situada no Beco do Gonçalo n.° 1, Edf. Long Sou Kai, 2.° andar B e utilizada para a prestação ilegal de alojamento. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------No mesmo despacho foi determinado, que deve, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, apresentar, querendo, a sua defesa por escrito sobre a matéria constante daquele Auto de Notícia, oferecendo nessa altura todos os meios de prova admitidos em direito. Nos termos do n.° 2 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010 não é admitida apresentação de defesa ou de provas fora do prazo. --------A matéria constante daquele Auto de Notícia constitui infracção ao artigo 2.° da Lei n.° 3/2010, tal facto é punível nos termos no n.° 1 do artigo 10.° da Lei n.° 3/2010. -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

-----Direcção dos Serviços de Turismo, aos 12 de Janeiro de 2015.

A Directora dos Serviços,Maria Helena de Senna Fernandes

PUB

Page 17: Hoje Macau 16 JAN 2015 #3253

17 artes, letras e ideiashoje macau sexta-feira 16.1.2015

José simões morais

SER UM CHARLIE, É QUEM NÃO ENTENDE TEREM AQUELES TIROS DOIS SENTIDOS E QUANDO SOMOS CONFRONTADOS COM O TIRAR VIDAS, SENDO PELA PÓLVORA, OU PELA FOME, QUE MATA MAS NÃO SE VÊ, PERCEBE-SE O ESTADO DE DEGRADAÇÃO EM QUE COMO SERES HUMANOS CHEGAMOS

Vivo Animal e por isso, proibiu a sua representação. (Desculpem a econo-mia das palavras).

Ao contrário do Ocidente, que ob-serva projectando a figura para fora dos olhos e no ponto de fuga aí foca a sua perspectiva, o Islão traz a figura definida de fora para dentro pela mental constru-ção interior e na submissão aceita-a.

Se quem se dedica ao cartoon, na sua terra não pode invocar o desconhe-cimento das leis, deverá entender que sabendo a grande provocação que é ir contra as leis de milhões de crentes do Islão, haveria alguém que ripostaria.

Sem as sofisticadas armas que o ocidente tem, pois pela sua civilização Absoluta governa o mundo, os crentes do Islão fortemente sentidos das injus-tiças dos que não querem saber dos ou-tros (os que não correspondem ao que se aceita) e fazem-se pelas liberdades individuais infinitas perante as formas materiais com que se projectam, sem outro espaço, pois a sua figura ocupa-o todo, nada mais pode existir.

Faz-me lembrar a chegada dos jo-vens jornalistas à TDM e para criar uma grelha de programas, usaram a votação pela internet. Desconheciam existir muitas pessoas já com uma avan-çada idade a quem nada dizia o uso da internet e apesar de terem sido esses mesmos que durante dezenas de anos mantiveram a existência portuguesa em Macau, ficaram esquecidos, fora das es-colhas dos programas. Aqui deixo um voto de BOM ANO para os nossos lei-tores e em especial aos que há longos anos, tendo vindo cumprir o serviço militar em Macau aqui se casaram e criaram família de raízes maioritaria-mente luso-chinesas, macaenses daois-tas que esquecidos se vão passeando ignorados pela cidade.

Entendo que ser um Charlie é só para quem usa computadores e telemóveis de Geração, um maria vai com as outras, enfeudado num diário provar e ser re-conhecido no burguês Trato e assim, ao fim do dia reconfortado reencontra-se com a universalidade da sua Civilização do nada acreditar e ainda sem destino traçado, enfeuda-se em maquilhagens de estar na inacção e Violeta’s com es-tádios esgotados com bilhetes a oitenta e cinco euros e o Outro, medido pelo padrão com que nos fazemos.

COMO NOS FAZEMOS

A imagem mental com que criamos as realidades são construções próprias (de povo, na Ásia e para o ocidente, indi-viduais) e quando perdem a autoridade natural só pela estatutária se impõem.

Os arquétipos protótipos dos mo-delos de Ser Humano conduzem às

diferentes civilizações ligadas cultural-mente ao neolítico comércio e nessa mobilidade, os intercâmbios de produ-tos, nos quais o mundo do desejo cres-ceu muito para cima do físico e quí-mico e alienado na materialização do pensamento concreto tem, nas provas aju-dadas pelos condutores de massas e comprovadas em laboratório científica mente testada pela Audiência dos ca-nais de televisão, a sua Salvação.

Ser um Charlie, é quem não enten-de terem aqueles tiros dois sentidos e quando somos confrontados com o ti-rar vidas, sendo pela pólvora, ou pela fome, que mata mas não se vê, perce-be-se o estado de degradação em que como seres humanos chegamos.

De agnósticos que não querem sa-ber do que não sabem e pela liberdade que a si próprios se admitem, também têm direito a falar e sem reconhecer as leis do Sagrado (Natureza) pelo caos se estruturam nas projecções e perspecti-vas das suas religiosas imagens mentais e crendo-se transportados a ateus, não acreditam no Céu.

Eliminados foram os sacerdotes do espírito que juntos com os Reis gover-navam o Mundo. Apostou-se a desen-volver o negócio do Direito na Terra, que a vida material terrena é a única que existe e depois de mortos, pois as-sim já nos vemos em projecção, tudo acaba. Sem Céu, só a matéria conta e apenas acreditamos no Deus Dinheiro.

Para piorar, os sacrifícios que eram pagos ao Céu vieram substancializados em cada vez mais e mais leis e como o seu desconhecimento não desresponsabi-liza... num espartano estar, onde nos en-tregam os brinquedos para numa segunda vida nos espraiarmos dentro da casa, ago-ra vemo-nos aos papéis para os preencher e sem recurso (àqueles que tinham o Céu) temos forçosamente de usar os homens das Leis, quais sacerdotes ateus, que ape-sar de humanos, servem apenas a religião

PUB

do ter material. (E é essa a única que ac-tualmente aceitamos, mesmo quando já nada temos.)

Começada no Trato, da troca di-vergiram na Arte e se no trato entre as pessoas havia o respeito pelo Outro, aquele do que de nós não conhecíamos e assim os tributos de confiança e paz a distinguir a erudição revelada pelos conhecimentos que faziam a distinção. Com os excedentes de produção se evoluiu para o comércio, não da troca, mas do comprar. Até que nos encontra-mos perante os nossos olhos ao espe-lho e produto do que nos fazem saber, já vivemos numa única Civilização.

Na lei do nada se cria, nada se per-de, tudo se transforma, para onde so-mos levados? A acreditar, pela vida que é essa transformação, após reorientada a direcção, falta o Respeito ao Outro, que já não tem espaço para existir.

O Respeito que, para quem crendo existir apenas uma civilização, a Civi-lização Ocidental, em vez de reflectir, projecta-se. Ultrapassa-se com o ser sem estar e impõe a fuga para fora, no

ponto da perspectiva focada a fazer céu enquanto, o que projecta são imagem mental sem realidade (sem autoridade natural) e só pela imposição das leis de-finidas pela máquina, como modelo, aí, pela autoridade estatutária, se encaixa o ser humano, os charlies. Esperam horas ao relento para conseguir comprar uma revista, um bilhete, uma máquina digi-tal, não se importando de fazer sacrifí-cios para alimentar o desejo e daí até ao ter, que parece ser o garante do ser.

Os descobrimentos de imagens por padrões retiradas do vazio estruturado pela construção mental que ao prender o advir encaminhou, sem a bifurcação do caminho, para o caminho com a ló-gica do racional ligado ao fio e nos nós se lembram memórias com os arquéti-pos dependurados.

O caminhar da viagem traz os olhos como lente e a película, a mente. Ima-gens que no retorno se resumem a um estar e esse encontra-se novamente na bifurcação do caminho. Será o cami-nho o caminhar?

Je ne suis pas Paulo!

Page 18: Hoje Macau 16 JAN 2015 #3253

18 DESPORTO hoje macau sexta-feira 16.1.2015

PUB

SÉRGIO [email protected]

A Associação Automó-vel de Hong Kong (HKAA) ainda não

desistiu de colocar de pé uma corrida do Campeonato FIA de Fórmula E, para carros eléctricos, nas ruas do terri-tório vizinho. Lawrence Yu, o presidente da Associação, confirmou ao diário de língua chinesa Apple Daily que a FIA terá concordado com “a nova proposta e vai discuti-la em Março”.

A localização será a mesma da proposta inicial que foi reprovada, com alterações pontuais, a co-meçar pela entrada do Túnel da Rua Lung Wo que será abandonada, pois levantava questões de segurança. Esta utilizava um troço da zona utilizada em 2011 pela de-monstração do Fórmula 1 da Red Bull que reuniu 40 mil espectadores. O traçado inicialmente proposto - e que tinha sido suficiente para entrar no calendário provisório da competição -, no final, não convenceu os inspectores da FIA. O traçado inicial proposto

FIA DISCUTE CIRCUITO DE FÓRMULA E EM MARÇO

Hong Kong não desiste

FANTASMA DO OCCUPYPara além de um Governo muito pouco cooperante e um circuito difícil de homologar, a HKAA ainda se bate com outro problema: o movimento “Occupy Central”. Apesar do novo traçado evitar a zona de Admiralty, o presidente da Associação automóvel do território vizinho teme as consequências de novas manifestações. “Temos patrocinadores que estão preocupados com o efeito que poderão ter no evento novos protestos”, diz Yu, esperando que “as pessoas consigam diferenciar que desporto é desporto e política é política”.

pela HKAA à FIA impedia a entrada no edifício do Governo de Hong Kong ao Chefe do Executivo CY Leung, mesmo tendo o evento a duração de um dia só e este ser num domingo.

A alternativa encontrada pela HKAA para ultrapassar este obstáculo reduzia o cir-cuito da Victoria Speedway a apenas 2,4 quilómetros, mas os delegados da FIA terão levantado muitas dú-vidas quanto à segurança num troço de dez metros da pista na Rua Lung Wo que incluía a controversa entrada no túnel.

Outro problema levanta-do pela FIA estava na área insuficiente para as paragens nas boxes. As corridas da Fórmula E têm um “pit-stop” obrigatório, onde os pilotos

não trocam de pneus ou ba-terias, mas sim de carro. Yu, que há vinte anos luta para que Hong Kong organize um evento de automobilismo em circuito urbano, lembra também que este evento, que promove “emissões zero” e veículos silenciosos, encai-xa perfeitamente nas direc-tivas do Governo de Hong Kong e do Comité Director para Promoção dos Veículos Eléctricos. Os direitos co-merciais da Fórmula E são detidos pelo consórcio For-mula E Holdings Ltd, com sede precisamente em Hong Kong, e as primeiras quatro provas do campeonato já fo-ram disputadas, sendo que o vencedor da última corrida, realizada em Buenos Aires, foi o português António Félix da Costa.

Page 19: Hoje Macau 16 JAN 2015 #3253

19hoje macau sexta-feira 16.1.2015 (F)UTILIDADESTEMPO POUCO NUBLADO MIN 10 MAX 20 HUM 45-85% • EURO 9 .3 BAHT 0 .2 YUAN 1 .2

O QUE FAZER ESTA SEMANA?

João Corvo fonte da inveja

C I N E M ACineteatro

SALA 1INTO THE WOODS [B]Um filme de: Rob MarshallCom: James Corden, Emily Blunt, Meryl Streep14.30, 16.45, 19.15, 21.30

SALA 2CLOUDS OF SILS MARIA [C]Um filme de: Oliver AssayasCom: Juliette Binoche, Kristen Stewart,

Chloe Grace Moretz14.30, 16.45, 19.15, 21.30

SALA 3WOMEN WHO FLIRT [B](FALADO EM MANDARIM COM LEGENDA EM CHINÊS E INGLÊS)Um filme de: Pang Ho-CheungCom: Zhou Xun, Huang Xiao Ming14.30, 16.30, 19.30, 21.30

SEVENTH SON

ACONTECEU HOJE 16 DE JANEIRO

Charlie didn’t surf, but now rules.

Morre Passos Manuel,o político reformista• Manuel da Silva Passos, conhecido por Passos Manuel, nasceu em Guifões (Matosinhos), a 5 de Janeiro de 1801. Destacou-se na política, ao impor reformas que colocaram em causa os inte-resses instalados. O brilhante reformista morre a 16 de Janeiro. Formado em Direito, Passos Manuel foi um parlamentar notável e um dos mais proeminentes ministros das primeiras décadas do liberalismo, encarnando a esquerda do movimento vintista, na fase inicial da monarquia, e liderando, de modo incontestável, o movimento dos setembristas.Ficou célebre também por uma declaração de princípios. “A Rainha é o chefe da nação toda. E antes de eu ser de esquerda já era da Pátria. A Pátria é a minha política”, dizia. Passos Manuel assumia-se como um “democrata incorrigível” e um defensor da soberania popular.Nomeado Ministro do Reino após o movimento dos Guardas Nacionais, foi sempre considerado como uma das figuras chave do setembrismo. Esteve no poder ao longo de nove meses, entre 1836 e 1837.A 28 de Setembro de 1836, encarregou Almeida Garrett de elaborar e propor ao governo um plano para a fundação e organização do Teatro Nacional de Lisboa. No mesmo ano, reorganizou as escolas de cirurgia de Lisboa e Porto. Passos Manuel – a quem se deve a fundação da Academia de Belas Artes – criou também a Academia Politécnica do Porto, que substituiu a Academia Real de Marinha.Reformou o sistema tributário, deu um novo fôlego ao comércio externo, permitiu que Portugal recuperasse a soberania alfande-gária, promulgou um novo Código Administrativo. O seu ímpeto reformista levou a que tivesse muitos adversários, que viviam à custa de interesses instalados.Apesar do curto tempo de exercício, levou a cabo um conjunto notável de reformas, algumas delas ainda hoje visíveis. Dos estadistas do seu tempo, Passos Manuel foi aquele que mostrou conhecimentos mais profundos sobre os assuntos políticos. É ainda reconhecido como o parlamentar mais brilhante e o democrata mais ardente. Passos Manuel morreu em Santarém, a 16 de Janeiro de 1862.

• DiariamenteEXPOSIÇÃO “PONTO DE PARTIDA: PINTURAS

DE DENNIS MURREL E DOS SEUS ARTISTAS” (ATÉ 31/01)

Fundação Rui Cunha, 18h30

Entrada livre

EXPOSIÇÃO DE SÂNDALO VERMELHO (ATÉ 22/03)

MGM Resort

Entrada livre

EXPOSIÇÃO DE PINTURA “KOREAN ART”,

COM OH YOUNG SOOK E KIM YEON OK (ATÉ 15/02)

Galeria Iao Hin

Entrada livre

EXPOSIÇÃO DE DESIGN DE CARTAZES “V•X•XV:”

(OBRAS DE 1999, 2004 E 2009) [ATÉ 15/03]

Museu da Transferência da Soberania de Macau,

10h00 às 19h00

Entrada livre

EXPOSIÇÃO “TRANSMUTATION” E “FOAM TIP”

(PINTURA E PORCELANA, POR CAROL KWOK E ARLINDA FROTA)

Signum Living Store, 18h30

Entrada livre

EXPOSIÇÃO FOTOGRÁFICA

DE TAM KAI HON “BRILHANTE”

Centro UNESCO de Macau, 18h30

Entrada livre

“INCOMPARABLE BEAUTY”(SODAGREEN, 2007)

É terceiro álbum da banda taiwanesa Sodagreen, que conta com cinco jovens membros. Utiliza diversos instrumentos de corda para nos trazer um estilo rock popular e lírico. “Incomparable Beauty” mostra como nos podemos divertir no contexto do nosso imaginário. Quando enfrentarmos várias emoções mais negativas, vemos que, de facto, podemos encontrar felicidade numa vida simples. - Flora Fong

U M D I S C O H O J E

Page 20: Hoje Macau 16 JAN 2015 #3253

PUB

20 OPINIÃO hoje macau sexta-feira 16.1.2015

N O começo de 2015, a Assem-bleia Legislativa organizou uma reunião plenária para debater e apreciar propostas de lei. Apesar de eu não seguir estes debates da As-sembleia Legislativa através da transmissão directa da TDM há já muito tempo, desta vez encontrei espaço

para o fazer, visto o debate e a apreciação serem sobre leis que visam o aumento dos montantes das indemnizações a atribuir aos trabalhadores despedidos sem justa causa e ainda sobre a Lei de Prevenção e Correc-ção da Violência Doméstica. Ao mesmo tempo, queria também apreciar a primeira intervenção dos dois recém-nomeados Secretários na Assembleia Legislativa.

Não posso deixar de confiar no Governo da RAEM e na Assembleia Legislativa, senão Macau ficaria completamente sem esperança. Mas os funcionários públicos ou mesmo os deputados que não estão qualificados para exercer as suas funções devem abandonar os seus cargos imediatamente. Não concordo com a ideia de se fornecer almoços gratuitos

*Ex-deputado e membroda Associação Novo Macau Democrático

um gr i to no desertoPAUL CHAN WAI CHI*

A qualidade do sistema determina a qualidade dos deputados e a qualidade dos deputados determina a qualidade da Assembleia Legislativa

Os nossos deputados

à sociedade, pois isso, na minha opinião, faz as pessoas preguiçosas. Se formos governados por pessoas incompetentes, toda a sociedade entrará num declínio progressivo.

Os pontos de vista defendidos pelo novo Secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, durante segunda e terça-feira, foram considerados estranhos pelos outros deputa-dos. Além disso, deixou todos os intervenien-tes descontentes ao trazer uma proposta de lei para votação na Assembleia Legislativa que não reunia consenso pelo membros do Conselho Permanente da Concertação Social. A discussão acerca do montante máximo ante-rior, de 14 mil patacas, para as indemnizações a atribuir aos trabalhadores despedidos, um valor que tem estado congelado há já 17 anos, relembra um debate sem fim, que põe em risco os interesses daqueles que foram despedidos sem justa causa. Quando o Governo decidiu trazer esta proposta de lei para debate na Assembleia Legislativa, é óbvio que achava que a proposta ia ser aceite pela AL, apesar das diferentes críticas tecidas pelos deputados, e ainda que quando chegasse a altura de votar os deputados apoiariam a proposta e esta seria eventualmente aceite para discussão plenária. Neste caso, o desempenho do Secretário Lionel Leong foi aceitável. Mas durante a dis-cussão foi evidenciado um problema: haverá necessidade de restruturar a composição do actual Conselho Permanente de Concertação Social através da adição de um representante dos empregadores e trabalhadores como membro deste órgão? Este Conselho foi estabelecido de acordo com o artigo 115 da Lei Básica da RAEM, que diz que “a Região Administrativa Especial de Macau dispõe de uma organização de concertação de carácter consultivo, constituída por representantes do Governo, das associações patronais e das associações de trabalhadores”. Assim, esta restruturação pode melhorar a sua represen-tatividade e ao mesmo tempo impedir que a mesma seja dominada por representantes de certos grupos ou associações por um longo período de tempo. Isto permitiria então que o Conselho exercesse as suas funções de órgão consultivo.

Quanto ao debate sobre a Lei de Preven-ção e Correcção da Violência Doméstica, o

desempenho de Alexis Tam, novo Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, merece ser louvado. Antes da proposta de lei ser apresentada para discussão na Assembleia Legislativa, Alexis Tam tomou a iniciativa de se encontrar com a Coligação Anti-Violência Doméstica de Macau para escutar as suas opiniões finais acerca da proposta de lei e tentou ainda obter o máximo apoio desta ONG, que é o grupo mais activo na busca de uma Lei de Prevenção e Correcção da Violência Doméstica. O processo legislativo desta proposta de lei demorou muito tempo, especialmente nas discussões sobre o facto de a violência doméstica dever ou não ser considerada um crime público. Depois de uma entusiástica promoção por parte da Coligação Anti-Violência Doméstica, os membros do público começaram por con-cordar que a violência doméstica deve de facto ser considerada um crime público. O conteúdo da proposta de lei que foi subme-tida à Assembleia Legislativa para debate foi então corrigido de modo a permitir que a lei seja completamente eficiente quando esta proposta for finalmente adoptada. A votação na generalidade da proposta de Lei de Preven-ção e Correcção da Violência Doméstica foi comparativamente mais consensual quando comparada com a proposta de lei acerca do aumento dos montantes das indemnizações a atribuir aos trabalhadores despedidos. Por fim, o depoimento feito pelo deputado Fong Chi Keong atraiu muita atenção.

Fong Chi Keong, que foi eleito directa e indirectamente, sendo por fim nomeado como deputado da AL, é muito sincero mas também egoísta, tendo os seus comentários demonstrado completamente a sua per-sonalidade e qualidades. Ao ser nomeado deputado para a 5ª Assembleia Legislativa pelo Chefe do Executivo, Fong tornou-se frequentemente no centro de atenção da imprensa local e da comunidade em geral. Pessoalmente, não consigo compreender a razão da sua nomeação. Durante o primei-ro dia de discussão da proposta de Lei de Prevenção e Correcção da Violência Do-méstica, o presidente da AL não impediu os seus depoimentos irrelevantes e irrestritos mas relembrou-o que a discussão estava a ser emitida em directo pela televisão. No segundo dia da discussão, o comentário de Fong acerca de “bater em alguém ser na verdade um acto de amor” fez com que a Assembleia Legislativa se tornasse o foco dos comentários da população.

A qualidade do sistema determina a qualidade dos deputados e a qualidade dos deputados determina a qualidade da Assem-bleia Legislativa. De modo a melhor a admi-nistração da RAEM, é necessário melhorar a qualidade da AL, levar a cabo reformas políticas e ser mais exigente quanto ao ní-vel de qualificações dos deputados. Senão, nunca mais vai haver nenhum progresso.

“PUB

LIC

ENIM

IES”

, WIL

LIAM

A. W

ELLM

AN (1

931)

Page 21: Hoje Macau 16 JAN 2015 #3253

PUB

21 opiniãohoje macau sexta-feira 16.1.2015

J Á se sabe que a estupidez é mais ou menos livre e não paga imposto – escrevi em tempos nestas páginas que, se houvesse taxas sobre a parvoíce, Macau não precisava de casinos e tampouco havia necessidade de os seus lí-deres estarem preocupados com a diversificação económica.

Sendo certo que a estupidez não paga imposto, é um facto também que, como quase tudo na vida, a estupi-dez tem limites – ou, pelo menos, devia ter. Os limites da estupidez dos jornais estão expressos nas leis de imprensa. Se hoje ocupasse esta página com parvoíces pegadas, insultos gratuitos e barbaridades diversas, o mais certo seria amanhã ter alguém a bater-me à porta com a ameaça de um processo judicial. Igual sorte teria o director deste jornal, responsável máximo pelo que aqui se publica.

Na política também há limites para a estupidez. São os limites que constam das leis, que foram inventadas para que a sociedade se entenda e os políticos não cheguem à parvoíce extrema, ao insulto a despropósito, às barbaridades inqualifi-cáveis. As leis existem para que a gente consiga conviver de forma civilizada.

O que esta semana aconteceu na As-sembleia Legislativa choca mas não sur-preende quem acompanha os trabalhos do hemiciclo com alguma frequência. Se leu jornais, viu televisão e andou pelas redes sociais sabe a que me refiro: à polémica intervenção de Fong Chi Keong, deputado nomeado pelo Chefe do Executivo, acerca da violência doméstica.

As palavras de Fong Chi Keong, re-petidas até à exaustão e já publicamente condenadas pelas associações que, durante estes últimos anos, trabalharam para que haja legislação que proteja as vítimas de violência doméstica, são inqualificáveis. Ultrapassam os limites estabelecidos pelas regras sociais de convivência, des-respeitam as regras da política. São um insulto para quem luta contra a violência doméstica, enxovalham quem se preocupa com direitos, liberdades e garantias. São um atentado à dignidade.

Claro que, infelizmente, há mais quem pense como Fong Chi Keong – o homem que, já lá vão alguns anos, comparou os jovens a cães vadios que deviam ser recolhidos por carrinhas durante a noite e que, na passada segunda-feira, decidiu fazer uma longa dissertação sobre o tempo que passa no trânsito a caminho do Grand Hyatt, quando o tema em debate eram as indemnizações a dar aos trabalhadores despedidos sem justa causa. Não me apetece ir ao meu arquivo repescar outras inusitadas intervenções.

Claro que há muita gente no mundo a fazer e a dizer coisas sem sentido e há muita gente no mundo que não vê qualquer problema no facto de existirem maridos

contramãoISABEL [email protected]

Erro cometido, resta a Chui Sai On tentar controlar a verborreia deste homem da sua confiança que nomeou em nome do equilíbrio político e social do território

Fong que te feriu

que agridem as mulheres: os homens que agridem as mulheres – e as mulheres que agridem os homens – concordam, por certo, com as afirmações de Fong Chi Keong. Também há gente xenófoba, há gente que mata crianças em escolas e em campos de refugiados e há gente que mata cartoonistas porque não concordam com os cartoons que fazem. Há muita estupidez no mundo.

Merecedora de reflexão é também a reacção dos pares de Fong Chi Keong. Quando começa a falar, acontece uma espécie de preparação colectiva para o que aí vem: alguns deputados encostam-se mais nas cadeiras para ouvirem o que está prestes a começar, outros debruçam-se para não perderem pitada do espectáculo. Pelo meio, todos se riem – um riso que, em muitos casos, será de comiseração, mas que não deixa de ser riso. São garga-lhadas que, para fins públicos, substituem a indignação.

De igual modo, a reacção do presidente da Assembleia Legislativa aos impropé-

rios fongianos deve ser objecto de atenção: o deputado perde-se no raciocínio, o de-putado diz o que lhe apetece, o deputado mistura alhos com bugalhos, perde-se o tempo e danifica-se a já fraca imagem de uma casa que devia ser nobre, mas Ho Iat Seng deixa a coisa correr. Não sei se em privado a conversa é outra – se ainda não foi, devia passar a ser.

E depois temos Chui Sai On – que também já teve declarações menos felizes a propósito da violência doméstica – no meio de tudo isto. Depois de ter ocupado lugares na Assembleia através de vários métodos, Fong Chi Keong é actualmente deputado nomeado pelo Chefe do Execu-tivo. Sobre esta nomeação haveria muito a dizer, desde logo que seria altamente im-provável se não estivéssemos em Macau. Nomeação feita – ou, por outras palavras, erro cometido –, e sendo a política local pouco feita de confrontos directos, resta a Chui Sai On tentar controlar a verbor-reia deste homem da sua confiança que nomeou em nome do equilíbrio político e social do território. Duvido que consiga, mesmo que queira muito.

“BUR

NING

BED

”, F

AITH

MCN

ULTY

Page 22: Hoje Macau 16 JAN 2015 #3253

hoje macau sexta-feira 16.1.201522 publicidade

WWW. IACM.GOV.MO

De acordo com o Despacho do Chefe do Executivo n.° 109/2005, os requerimentos visando a renovação de licenças anuais, a emitir pelo Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais, devem ser tratados, anualmente, entre Janeiro e Fevereiro, salvo se outro prazo estiver fixado em disposição legal. Na falta de regime especial, a não renovação da licença anual no supramencionado prazo implica a cessação da actividade licenciada, salvo se o interessado proceder à respectiva regularização no prazo de 90 dias.

Caso efectue o pedido de renovação da licença anual no período de regularização de 90 dias, fica sujeito a uma taxa adicional calculada nos seguintes termos:

• Dentro de 30 dias, a contar do termo do prazo para a apresentação do pedido de renovação da licença: 30% da taxa da licença em causa;

• Dentro de 60 dias, a contar do termo do prazo para a apresentação do pedido de renovação da licença: 60% da taxa da licença em causa;

• Dentro de 90 dias, a contar do termo do prazo para a apresentação do pedido de renovação da licença: 100% da taxa da licença em causa.

Para um melhor conhecimento dos titulares de licença, é apresentada a seguinte tabela descritiva com o tipo de licenças a renovar entre 1 de Janeiro e 28 de Fevereiro de 2015:

Tipos de Licença Local de tratamentodas formalidades

Licença de estabelecimentos de venda a retalho de aves de capoeira vivas

Centro de Serviços / Todos os Centros de Prestação de Serviços ao Público /

Postos de Atendimento e Informação / Núcleo de Expediente e Arquivo

Licença de estabelecimentos de venda a retalho de animais de estimaçãoLicença de venda a retalho de carnes frescas, refrigeradas e congeladasLicença de venda a retalho de vegetaisLicença de venda a retalho de pescadoLicença de animais de competiçãoLicença de outros animais – cavalo, muar ou asinino

Licença anual do cão de companhia ou de estimação

Canil Municipal / Posto de Atendimento Itinerante para o Requerimento e Renovação da Licença do Cão de

Estimação/ Centro de Serviços * / Todos os Centros de Prestação de Serviços ao

Público ** é necessário ainda marcar uma data para a vacinação anti-rábica e, na data combinada, transportar o cão ao Canil

MunicipalLicença anual de lugares avulsos no mercado

Centro de Serviços / Todos os Centros de Prestação de Serviços ao Público

Licença de vendilhõesLicença de afixação de publicidade e propagandaAferição de equipamentos de pesagem ou mediçãoLicença de reclamos em veículosLicença de pejamento de carácter permanente

Licença de esplanada Centro de Serviços / Centro de Prestação de Serviços ao Público das Ilhas

Os locais e as horas de expediente, para o tratamento de requerimentos de renovação de licenças, são os seguintes:

Centro de Serviços do IACM:Avenida da Praia Grande, n.° 804, Edf. China Plaza, 2° andar, Macau.- 2.ª a 6.ª feira: das 9:00 às 18:00 horas (Funciona durante as horas de almoço).

Centros de Prestação de Serviços ao Público:

Centro de Prestação de Serviços ao Público da Zona NorteRua Nova da Areia Preta, n.º 52, Centro de Serviços da RAEM, Macau.Centro de Prestação de Serviços ao Público das IlhasRua da Ponte Negra, Bairro Social da Taipa, n.º 75K, Taipa.Centro de Prestação de Serviços ao Público da Zona CentralRotunda de Carlos da Maia, Nos .5 e 7 , Complexo da Rotunda de Carlos da Maia, 3º andar, Macau.- 2.ª a 6.ª feira: das 9:00 às 18:00 horas (Funciona durante as horas de almoço).

Postos de Atendimento e Informação:

Posto de Atendimento e Informação CentralAvenida da Praia Grande, n.° 804, Edf. China Plaza, 2° andar, Macau.Posto de Atendimento e Informação Toi SanAvenida de Artur Tamagnini Barbosa n.º 127, Edf. Dona Julieta Nobre de Carvalho, Torre B, r/c, Macau.Posto de Atendimento e Informação de S. LourençoRua de João Lecaros, Complexo Municipal do Mercado de S. Lourenço, 4°andar, Macau.- 2.ª a 6.ª feira: das 9:00 às 19:00 horas (Funciona durante as horas de almoço).

Núcleo de Expediente e Arquivo:Avenida de Almeida Ribeiro, n.°163, r/c, Macau.- 2.ª a 5.ª feira: das 9:00 às 13:00; das 14:30 às 17:45 horas.- 6.ª feira: das 9:00 às 13:00; das 14:30 às 17:30 horas.

Canil Municipal de Macau: Avenida do Almirante Lacerda, Macau.- 2.ª a 6.ª feira: das 9:00 às 17:00 horas (Funciona durante as horas de almoço).

Canil Municipal de Coloane: Estrada de Cheoc Van, Coloane.- 2.ª feira: das 10:00 às 15:00 horas (Funciona durante as horas de almoço).

Os formulários de pedido de renovação das supramencionadas licenças (excepto para a Licença de Vendilhões) poderão ser obtidos no website do IACM (www.iacm.gov.mo). Para mais informações, queira ligar para a Linha do Cidadão do IACM, através do telefone no 2833 7676.

Macau, 13 de Novembro de 2014.

O Presidente do Conselho de Administração,

Vong Iao Lek

Aviso

Page 23: Hoje Macau 16 JAN 2015 #3253

hoje macau sexta-feira 16.1.2015 23PERFIL

MIGUEL SOARES, ENGENHEIRO INFORMÁTICO

“FIQUEI DESLUMBRADO COM AS LUZES”FIL IPA ARAÚ[email protected]

F OI em Janeiro de 2011 que Miguel Soares, de 30 anos, chegou a Macau. O primeiro impacto, esse, ele não esquece.

“Fiquei deslumbrado com tantas luzes”, afirma, recordando a noite em que chegou.

A sede de uma aventura noutro país que não Portugal, aquele que o viu nascer, fez com que o jovem decidisse arriscar no programa internacional de estágio INOV Contacto. Apesar de estar a trabalhar numa consultora na capital portuguesa, Miguel Soares, licenciado em Informática e Ges-tão de Empresas, agarrou o desafio de “vir para o outro lado do mundo” para estagiar na Companhia de Electricidade de Macau (CEM), assumindo funções de engenheiro informático.

A reacção dos amigos e familiares, não esconde: “No início os meus pais ficaram incrédulos, até eu. Isto [Macau] é mesmo muito longe, é do outro lado do mundo”, conta ao HM.

Mas com o passar do tempo, e por cau-sa do entusiasmo característico de Miguel Soares, tudo se transformou em algo muito natural. Na bagagem trouxe os mais sinceros conselhos, diversão e o desejo de aproveitar cada momento naquela que seria uma expe-riência única e com validade de seis meses. Mas esse prazo passou.

“No final do estágio, a empresa propôs-

-me um contrato de um ano de trabalho. Aceitei. No final desse ano, voltámos a renovar por mais um ano e agora passei a efectivo”, conta. E assim, relembra, “já passaram quatro anos”. “Quatro!”

FUTEBOL SOCIAL Ninguém nega as dificuldades de uma integração numa cultura com traços tão diferentes da europeia, nem o próprio Miguel Soares, que aponta o método de trabalho como a maior dificuldade senti-da. “Era o único estrangeiro a trabalhar, os métodos de trabalho, comparados com os dos portugueses de onde eu vinha, são completamente diferentes e, por isso, senti várias dificuldades. Não nego, no início não foi fácil”, conta. Mas não foi por isso que alguma vez pensou em desistir. Mesmo quando as saudades batem.

“Sinto que aqui [em Macau] nós emi-grantes, que estamos longe de tudo, estamos num estado de uma espécie de dormência, até para nossa segurança”, começa por explicar.

O jovem informático assegura que não tem por hábito pensar no que está “a per-der em Portugal” e por isso cria uma “vida paralela” na China, tornando as saudades mais suportáveis.

Na realidade, para quem está longe são as saudades que mais custam, diz.

“Quando vou a Portugal parece que acordo desse estado e o que mais custa é ter que voltar. Não são as saudades que sentes

aqui, essas arranjas mecanismo que te façam disfarçá-las, é sim, quando tens que voltar. Isso custa”, partilha.

Miguel Soares é conhecido pelos amigos como sendo um jovem de sorriso fácil e trato simples. Por isso mesmo, a integração não lhe foi de todo difícil.

“Sempre gostei do estilo de vida que levo em Macau. Sei que não é um território muito consensual e muita gente diz que não gosta de aqui estar, mas desde o momento que cheguei, sempre gostei”, conta, sublinhando que facilmente encontrou o seu espaço.

O futebol, paixão desde sempre do infor-mático, foi também “uma excelente forma de conhecer pessoas e criar laços”, como confessa ao HM. A vinda da namorada, Maria, para o território, foi a cereja no topo do bolo, fazendo com que Miguel sentisse que esta poderia ser a sua casa.

PASSEIOS REVITALIZANTESO seu primeiro grande choque cultural deu--se na primeira viagem ao interior da China, a Guilin. Miguel partilha connosco alguns detalhes engraçados.

“Bem, isso foi uma verdadeira aventura. Estávamos num autocarro com 20 pessoas e com espaço só para este número. Passado pouco tempo de arrancarmos, o autocarro pára e entram umas 50 pessoas. Foi uma loucura!”, relembra o jovem que durante sete longas horas partilhou, de forma bem apertada, o agora minúsculo autocarro.

“Pouco antes de chegarmos ao destino todas aquelas pessoas saíram e eu pensei: Uau! Bem-vindo à China”, brinca.

Em Macau, Miguel Soares não esconde que procura momentos de lazer o mais tran-quilos possíveis. Nos seus tempos livres, o jovem conta que gosta de andar de mota por Coloane ou na zona dos lagos de Nam Van.

“Gosto muito de sol e de espaços verdes, portanto aproveito para passear sempre que posso”, aponta.

A ausência de esplanadas é um dos pro-blemas apontados pelo jovem. “Tenho tantas saudades de uma boa esplanada”, confessa.

Um amante de convívio, Miguel Soares conta que gosta de passar um bom bocado à conversa com os amigos num bar ou café, mas, apesar de gostar particularmente de alguns sítios em Macau, falta o verdadeiro “espaço acolhedor e familiar”. “Aqueles em que se pode reunir o grupo de amigos”, explica-se.

DIA-A-DIA“Quando cheguei a Macau fiz um plano: estaria por aqui dois anos e só dois anos. Estou cá há quatro”, começa por dizer o informático, concluindo que, por essa razão, “o melhor é não fazer planos, porque nunca se sabe as oportunidades que surgirão no dia seguinte”. Assim, sem responder à pergunta “E o futuro?”, Miguel encolhe os ombros e diz apenas: “hoje é em Macau, amanhã nunca se sabe”.

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Joana Freitas; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; Filipa Araújo; Flora Fong (estagiária); Leonor Sá Machado Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Gonçalo Lobo Pinheiro; José Simões Morais; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Tiago Quadros Colunistas Agnes Lam; Arnaldo Gonçalves; David Chan; Fernando Eloy; Fernando Vinhais Guedes; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau Pineda; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

Page 24: Hoje Macau 16 JAN 2015 #3253

GONÇ

ALO

LOBO

PIN

HEIR

O

CONTRATAÇÕES

PLANTEL

hoje macau sexta-feira 16.1.2015

PUB

GONÇALO LOBO [email protected]

O Benfica de Macau apresentou ontem o seu plantel para esta época desportiva que come-ça já este fim-de-semana. O

trabalho do plantel vai basear-se, segundo o treinador Bruno Álvares, no “orgulho, humildade, superação e gratidão”. “Vamos centrar os nossos objectivos nessas quatro palavras-chave.”

Para isso, os encarnados garantiram a presença de seis reforços. Juary, defesa--central de 22 anos, formado nas escolas do Sporting e jogava no Tirsense; Marco Meireles, médio de 25 anos, formado no FC Porto e com passagens pelo futebol finlandês e brasileiro, onde defendeu em 2014 as cores do Grêmio Barueri; Luisinho, avançado de 25 anos, referência do 1.º de Dezembro de Sintra onde foi capitão e goleador nos últimos anos; Silva, médio brasileiro de 29 anos, radicado no território e que volta às águias depois de duas épocas a defender as cores do Windsor Arch Ka I; e ainda as grandes promessas do futebol local Tang Hou Fai, ex-Lo Leong, e Chan Man, ex-Monte Carlo, que chegou, em tempos, a ser conotado com o Belenenses e a Académica.

Duarte Alves, director da Casa do Sport Lisboa e Benfica em Macau, assume que “está satisfeito com o plantel”. “Acredito que

1. Ramy Abdelmaksoud (Egipto)3. Lei Chi Kin (Macau)4. Juary (Guiné-Bissau) EX. TIRSENSE5. Amorim (Macau)7. Vinício (Macau)8. Tang Hou Fai (Macau) EX-LO LEONG9. Fabrício (Brasil)10. Cuco (Portugal)11. Iuri (Macau)12. Kuong Iat Meng (Macau)13. Filipe Duarte (Portugal)14. Edgar (Portugal)16. Silva (Brasil)17. Marco Meireles (Portugal) EX-GRÊMIO BARUERI20. Niki Torrão (Portugal)21. Luisinho (Portugal) EX-1.º DEZEMBRO23. Lei Kam Hong (Macau)25. Marquinhos (Brasil)26. Lei Ka Hou (Macau)30. Rui Nibra (Portugal)77. Chan Man (Macau) EX-MONTE CARLO99. William (Brasil)

Treinador: Bruno ÁlvaresTreinador Adjunto: Daniel Melo

DICJ nega “rumores” sobreproibição de entrada em casinosA Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) disse ontem que não vai ser implementada qualquer proibição de entrada nos casinos a residentes de Macau. De acordo com uma nota do organismo, não passam de “meros rumores” as recentes informações postas a circular na internet sobre essa possibilidade.

Estão escolhidosos 22 jogadores quevão tentar revalidar o título de campeão da Liga de Elite. O Benficade Macau está prontopara os “grandes jogos”

LIGA DE ELITE 2015 BENFICA DE MACAU APRESENTA PLANTEL PARA DEFENDER TÍTULO

“Orgulho, humildade, superação e gratidão”

os 22 jogadores que temos dão garantias”, salientou durante a conferência de imprensa assumindo que nenhum plantel está sempre fechado.

O responsável máximo do futebol encar-nado lembrou que todos no seio da equipa estão conscientes são a equipa a abater. “Acreditamos que o melhor que podemos fazer é dar continuidade ao nosso trabalho que tem sido feito ao longo destes últimos três anos.”

EM UNÍSSONOO treinador acompanha, naturalmente, o discurso do director do Benfica de Macau. Bruno Álvares assume que o principal é haver concentração e “centrar objectivos” internamente. “Mais do que querer superar os nossos adversários, queremos superar objectivos internos. Esses objectivos passam pela qualidade de jogo, tanto no plano co-lectivo como no plano individual. Queremos melhorar todos os nossos processos.”

Por isso, não admira que a estrutura encar-nada assuma de peito aberto e queira voltar a vencer o campeonato e a Taça de Macau como fez em 2014, apesar de considerarem que “este campeonato será mais competitivo e equilibra-do”. “Todos os jogadores vão querer melhorar sempre para atingir a melhor performance

• JUARY (defesa-central), 22 anos, formado no Sporting e na U. Leiria – ex-Tirsense

• MARCO MEIRELES (médio-ofensivo), 25 anos, formado no FC Porto, passou pelo Machico, pelo futebol finlandês (Sporting Kristina) - ex-Grêmio Barueri (Brasil)

• LUISINHO (avançado), 25 anos, formado no 1.º de Dezembro - ex- 1.º de Dezembro

• SILVA (médio), 29 anos, ex-Ka I

• TANG HOU FAI (defesa/médio), 21 anos - ex-Lo Leong

• CHAN MAN (defesa-direito/extremo-direito), 21 anos - ex-Monte Carlo

Os novos equipamentos para a época este ano também foram ontem divulgados. Da esquerda para a direita, Iuri vestiu o equipamento de treino, Filipe Duarte a indumentária principal e Cuco a camisola alternativa.

possível. Estamos preparados para vencer”, atirou Bruno Álvares.

O Benfica defronta o Windsor Arch Ka I na primeira jornada, o Sporting de Macau na segunda, o Lai Chi na terceira e o Monte Carlo na quarta ronda. Um começo a “matar” como se diz na gíria futebolística mas esti-mulante para os profissionais que tratam o esférico. O principal capitão do clube, Filipe Duarte, também assume palavras de ambição mas sempre ciente do trabalho a desenvolver. “Temos de trabalhar para vencer e acima de tudo gostamos de grandes jogos.”