Hoje Macau 28 AGO 2013 #2924

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• BALANÇO DE LEGISLATURA Melinda diz que Governo “é pedra no sapato” PÁGINA 2 CASA DE PORTUGAL LVSITANVS Restaurante pode ser despejado por deputado PÁGINA 4 • ESCOLA PORTUGUESA Edith Silva abandona direcção após 15 anos ÚLTIMA E público! É isso que onze listas de candidatos, pela via directa, defendem e assinam por baixo na petição, criada pela cidadã Cecília Ho, que será entregue ao Chefe do Executivo no próximo dia 7 de Setembro. A ideia é tentar mudar a moldura penal de um problema que afecta uma parte considerável das mulheres de Macau... e de todo o mundo. Para já, uma certeza: a violência doméstica será uma das bandeiras para as eleições legislativas que estão à porta. PÁGINA 3 PUB AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB MOP$10 PUB Ter para ler O INÍCIO DE UM SONHO QUE MUDOU A AMÉRICA FEZ ONTEM 50 ANOS CENTRAIS TRIBUNAL FALA EM “RISCO PATRIMONIAL” NO TERRENO PÁGINA 6 MARTIN LUTHER KING CONVENTO DA ILHA VERDE DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ • QUARTA-FEIRA 28 DE AGOSTO DE 2013 • ANO XII • Nº 2924 VIOLÊNCIA DOMÉSTICA Candidatos pela via directa apoiam petição Crime, dizem eles

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Edição do jornal Hoje Macau N.º 2924 de 28 de Agosto de 2013.

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Page 1: Hoje Macau 28 AGO 2013 #2924

• BALANÇO DE LEGISLATURA

Melinda diz que Governo “é pedra no sapato”

PÁGINA 2

• CASA DE PORTUGAL LVSITANVS

Restaurante pode ser despejado por deputado

PÁGINA 4

• ESCOLA PORTUGUESA

Edith Silva abandona direcção após 15 anos

ÚLTIMA

E público! É isso que onze listas de candidatos, pela via directa, defendem e assinam por baixo na petição, criada pela cidadã Cecília Ho, que será entregue ao Chefe do Executivo no próximo dia 7 de Setembro. A ideia é tentar mudar a moldura penal de um problema que afecta uma parte considerável das mulheres de Macau... e de todo o mundo. Para já, uma certeza: a violência doméstica será uma das bandeiras para as eleições legislativas que estão à porta. PÁGINA 3

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AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

PUB

MOP$10

PUB

Ter para ler

O INÍCIO DE UM SONHO QUE MUDOU A AMÉRICA FEZ ONTEM 50 ANOS CENTRAIS

TRIBUNAL FALA EM “RISCO PATRIMONIAL” NO TERRENO PÁGINA 6

MARTIN LUTHER KING

CONVENTO DA ILHA VERDE

DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ • QUARTA-FE IRA 28 DE AGOSTO DE 2013 • ANO X I I • Nº 2924

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA Candidatos pela via directa apoiam petição

Crime, dizem eles

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TIAG

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MACAU ENCONTRA-SE COM TAIWAN

2 hoje macau quarta-feira 28.8.2013POLÍTICA

ZHOU [email protected]

N UMA entrevista ao jornal Ou Mun, Melinda Chan fez um balanço dos

seus últimos quatro anos como deputada, realçando a necessidade de concretização da responsabilização de altos cargos e o que considera ser a baixa eficiência administrativa e legislativa do Governo.

Melinda Chan descreve-se como “porta-voz de grupos vulneráveis, da classe baixa e das pequenas e médias em-presas”. “O que eu faço é levar a voz e a necessidade desses grupos para a Assembleia Legislativa”, resumiu.

Já no que diz respeito ao Governo, a deputada mostra-se insatisfeita com a eficiência demonstrada, ou a falta dela. “Chegam à AL muitas queixas e críticas por parte dos cidadãos a reclamar que a legislação da RAEM é desactualizada e atrasada, por isso, a AL gostava de acelerar o processo de legis-lação satisfazendo os cidadãos. Mas na via da aceleração, temos sempre uma pedra no sapato que nos impede. Esta pedra é o Governo.”

A deputada e empresária aponta que as consultas pú-blicas feitas pelo Governo são insatisfatórias e afirma que “não só o seu efeito é pouco”,

NA hora de analisar o que foi feito nos últimos

quatro anos de legislatura, a deputada e directora-execu-tiva da Sociedade de Jogos de Macau (SJM), Angela Leong, resumiu o conteúdo de todas as interpelações entregues ao Governo, tendo destacado, em comunicado, o trabalho do seu escritório de atendimento na zona norte. “Tem disponibilizado diver-sos serviços aos moradores, grupos vulneráveis e outras pessoas que necessitam de ajuda, fazendo o seu melhor para satisfazer o público”, resumiu a deputada.

Angela Leong disse ain-da que nos últimos quatro anos o escritório recebeu no total 7175 pedidos de apoio

por parte dos cidadãos, em diversas áreas. “Sendo uma deputada eleita, tenho servido a população com o coração. Agradeço a todos os cidadãos de todas as classes sociais, nomeadamente os trabalha-dores do sector do jogo pela sua confiança e apoio nos últimos oito anos.”

“Foram estes que me deram a oportunidade de concretizar o sonho de cuidar da sociedade, tratar do desen-volvimento da indústria do jogo e servir os grupos vulne-ráveis através da Assembleia Legislativa (AL).” No futuro, Angela Leong vai continuar a servir os cidadãos e servir a sociedade com “sinceridade e entusiasmo”, pode ainda ler-se no comunicado. - Z.X.

Candidatos em jejum contra censura da CAEALA lista da Associação de Activismo para a Democracia, liderada por Lee Kin Yun, realizou um protesto contra a Comissão de Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa (CAEAL). Os dois principais candidatos da lista prometem manter um jejum de 10 horas, em frente ao Edifício da Administração Pública, como protesto contra alegadas censuras no seu programa político, avança a Rádio Macau. “Decidimos fazer jejum para expressar o nosso descontentamento com a censura política feita pelo presidente da comissão eleitoral, Ip Son Sang. Desejamos que os cidadãos nos apoiem”, afirmou Lee Kin Yun. A Associação Activismo para a Democracia, que concorre às legislativas pela via directa, entregou também uma petição no Edifício da Administração Pública, em que apela à CAEAL para que deixe em branco os espaços onde estavam as frases recusadas, de forma a ficar bem clara a responsabilidade da comissão nos cortes do programa político da lista.

Residentes sem confiança na saúde, diz estudoUm estudo efectuado pela Aliança do Povo da Instituição de Macau revela que o índice de confiança face ao sistema de saúde por parte dos residentes é apenas de 5,75 pontos (em dez), de um total de 1143 inquiridos. A associação afirma que o longo tempo de espera para consultas de especialidade é uma das razões para a desconfiança, sendo que muitos dos entrevistados afirma terem consultas fora da RAEM.

Avaliação dos autocarros melhorouUm estudo feito pela União Geral das Associações de Moradores (Kaifong) revela que a satisfação dos residentes para com o modelo de autocarros aumentou este ano, apesar do aumento ter sido apenas de um ponto e de permanecerem abaixo da nota dez. A Transmac teve 6,95 pontos, a TCM 6,69 pontos e a Reolian 5,2 pontos. O trabalho dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) recebeu a pontuação de 5,8 pontos da parte dos residentes. Estes afirmam não compreenderem a supervisão do Governo ao serviço de autocarros e esperam um reforço de transparência no processo.

O Chefe do Executivo, Chui Sai On, teve, ontem, um encontro com o presidente do Conselho para os Assuntos com a China continental em Taiwan, Wang Yu Chi, onde se falou do ensino superior, desenvolvimento turístico, entre outras questões. Na ocasião, o dirigente máximo da RAEM, fez uma breve apresentação sobre o desenvolvimento geral do território, a construção do novo campus da Universidade de Macau, na Ilha da Montanha, bem como manifestou a atenção para com os residentes de Macau que trabalham ou estudam em Taiwan. Por sua vez, Wang Yu Chi disse que, apesar de ser a sua primeira visita, o desenvolvimento visível de Macau marcou-o bastante. Para Wang, as relações bilaterais estão óptimas e o encontro com o Chefe do Executivo tem um significado importante. Taiwan esperar que, no futuro, seja fortificada a complementaridade e a cooperação nas áreas do ensino superior, turismo, indústrias criativas.

Seja para a entrega de um projecto, seja uma sugestão nossa de alteração num projecto, o Governo só insiste num princípio: adiar o mais que puderMELINDA CHAN Deputada

MELINDA CHAN ACUSA EXECUTIVO DE BAIXA EFICIÊNCIA ADMINISTRATIVA

“Governo é pedra no sapato”

IV Legislatura Angela Leong faz balanço do trabalho como deputada

como também o seu resultado não reúne consensos, o que faz com que se levantem vozes contra a legislação. “Seja para a entrega de um projecto, seja uma sugestão nossa de altera-ção num projecto, o Governo

só insiste num princípio: adiar o mais que puder,” lamentou. “A baixa eficiência adminis-trativa afecta a eficiência e a qualidade legislativa.”

A responsabilização dos altos cargos voltou a ser tema

forte na entrevista a Melinda Chan. A deputada relembrou que no final do ano passado, o Chefe do Executivo sugeriu a implementação de um regime da avaliação do desempenho da função pública, mas até ao momento, ainda nada foi colo-cado em prática. “Porque é que o Governo ainda não começou com o regime? Será que os altos cargos não são capazes de cumprir os requisitos suge-ridos pelo Chefe do Executivo? Será que os altos cargos estão a adiar ou nem sequer pensam na concretização do regime?”

A candidata às eleições lançou ainda uma série de perguntas, exortando o Gover-no a demitir os funcionários públicos que não cumpram as suas funções.

Melinda Chan notou, em jeito de conclusão, que a Admi-nistração precisa de mais fisca-lização, dado que, diz, muitas das políticas não têm os efeitos devidos. “O Governo tomou muitas medidas para controlar o preço de imobiliário, mas a eficácia delas é muito baixa, o que indica a necessidade de mais fiscalização”, exemplifi-cou a deputada.

O orçamento, a reforma do sistema de saúde, a violência doméstica e o consumo de droga são outras das áreas que a de-putada, e novamente candidata à AL, diz ser preciso efectuar mais trabalho.

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3 políticahoje macau quarta-feira 28.8.2013

RITA MARQUES [email protected]

A última versão que se conhece do Governo sobre a legislação contra

a violência doméstica prevê um crime semi-público para este tipo de agressão. Neste caso, as vítimas são as únicas com liberdade de escolha so-bre a apresentação de queixa contra o agressor. Mas tudo indica que esta proposta de lei não vai ao encontro das expectativas da maioria dos vinte candidatos na corri-da às eleições legislativas pela via directa. “Estamos a braços com uma acção de recolha de opiniões daqueles que poderão ser futuros de-putados para perceber a sua posição relativamente à nova legislação sobre a violência doméstica. Neste momento, foram onze as listas que nos deram respostas positivas face à criminalização pública deste acto mas continuamos a contactar os restantes”, ex-plica Cecília Ho, responsável do Grupo de Cidadãos pela Violência Doméstica como Crime Público, que tem co-lectado assinaturas para uma petição a entregar ao Chefe do Executivo Chui Sai On, a qual nove listas já assinaram.

A ideia é clara: tentar levar os eleitores a perceber com o que podem contar na hora da escolha. “Quem nos dá respostas, rapidamente conseguimos compreender a sua posição. Quem não nos responde percebe-se que não querem que os eleitores

U MA das justificações do Governo para o retrocesso da inicial proposta de lei contra a

violência doméstica enquanto crime público deve-se à imputação com pe-nas pesadas, esquecendo-se o factor de harmonia familiar. A posição é entendida como descabida por Julia-na Devoy. “O Governo o que deu a entender é que há sempre sentença de prisão até em disputas menores de casais, as quais nunca chegam à autoridades. As que chegam são muito sérias e já duram há muito tempo”, indica a directora do Centro Bom Pastor, para assinalar depois que têm de existir consequências sobre os tipos de abuso que, neces-sariamente, serão salvaguardadas com diferentes formas de punição.

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA ONZE LISTAS ESTÃO ASSOCIADAS À PETIÇÃO PELO CRIME PÚBLICO

Candidatos directos, em maioria, a favor

DEFENSORES DE CRIME PÚBLICO SUGEREM DIFERENTES FORMAS DE PUNIÇÃO

A prisão não é o meio privilegiado

São onze as listas de candidatos que vão defender a criminalização pública da violência doméstica nesta campanha eleitoral. O grupo liderado por Cecília Ho, que se encontra também a recolher assinaturas para apresentar ao Chefe do Executivo, diz que irá continuar a contactar outros candidatos até 7 de Setembro, data em que tornará públicas as suas posições

ENTREGA DA PETIÇÃO A CHUI SAI ON SÓ NA NOVA LEGISLATURAEstão neste momento colectadas mais de cinco mil assinaturas para entregar a Chui Sai On, num processo que agora tem estado mais parado para conseguirem mais visibilidade sobre o que defendem e conseguirem, por outro lado, o apoio de deputados e associações em período de campanha eleitoral, explica Cecília Ho. “Estamos a aguardar o melhor momento para submeter esta petição à consideração do Chefe do Executivo. Prevemos que só será feito depois da entrega pelo Governo da nova proposta de lei na próxima legislatura, imaginamos que lá para Outubro”, indica.

saibam o que defendem. Se calhar, porque pensam que poderão perder votos”, revela a coordenadora do grupo.

Neste momento, as listas não são colocadas a desco-berto mas Ho garante que no dia 7 de Setembro, dia marcado para a exposição pública das suas declarações de intenção sobre a matéria, a violência doméstica passa-rá a ser parte da campanha eleitoral. Contudo, não é difícil apurar actualmente que, por exemplo, as três

listas associadas à Novo Macau - a Associação de Próspero Macau Democrá-tico (Ng Kuok Cheong), a Associação de Novo Macau Democrática (Au Kam San) e a Liberais da Novo Macau (Jason Chao) -, a Nova Es-perança (Pereira Coutinho), a Associação de Activismo para a Democracia (Lee Kin Yun), a Aliança p’ra Mudan-ça (Melinda Chan), a Cuida-dos para Macau (Kuan Vai Lam),e a Associação para a Promoção da Democracia, Liberdade, de Direitos Hu-

manos e Estado de Direito de Macau (Cheong Wen Fa) são parte do rol de apoiantes de uma proposta de lei contra a violência doméstica que promova o crime público. Até porque, todas estas têm estado presentes nos encon-tros promovidos pelo Grupo de Cidadãos pela Violência Doméstica como Crime Público. “Achamos muito importante que o assunto seja levado com seriedade pelos deputados e que sejam os primeiros a lutar pelos interesses defendidos pela população, já que são eles que representam os popula-res. Se mais deputados nos apoiarem, mais fácil será tor-nar a lei crime público. Mas o nosso objectivo é também ter o apoio de outros sectores

da sociedade e organizações não-governamentais locais e de fora, como as de Hong Kong, que se têm juntado a nós”, evidencia Ho.

AL TEM MUITO PESO, DEFENDE DEVOYA acção é totalmente apoiada por Juliana Devoy, directora do Centro Bom Pastor, as-sociação que apoia vítimas de violência doméstica, que se sente agora menos “sozinha” na luta contra a única causa que lhe parece viável na criação da nova lei: o crime público. “Acho que é uma atitude brilhante porque antes de se envol-verem, éramos apenas um pequeno grupo a dar voz a esta importante questão. Antes ninguém protestava

sobre a posição do Governo, excepto nós e a Associação de Luta Contra os Maus-Tra-tos das Crianças”, explica a irmã. “Os candidatos podem assim ter uma ideia de que há muita gente que apoia a violência doméstica como crime público porque, no fim do dia, não é o Governo, é a Assembleia Legislativa que vai aprovar ou chumbar a proposta de lei.”

O Centro Bom Pastor vai oferecer o espaço para a organizar nova palestra hoje organizada pelo grupo, de-pois de já ontem à noite terem comparecido a um programa de opinião pública da Lotus TV e de já no passado fim-de--semana se terem feito repre-sentar no Fórum Macau e de terem convocado a presença de candidatos num debate. Juliana Devoy entende que esta é uma boa forma também de esclarecer a sociedade civil já que o Governo nunca conseguiu clarificar as dife-renças entre crime público e semi-público e, ainda assim, terem justificado a mudan-ça da versão inicial com a opinião generalizada da população que se opunha à criminalização pública da violência doméstica sem ter apresentado “estatísticas claras”.

“Estamos a dizer às pessoas que há opções, que não passam por uma sentença de prisão. O agres-sor poderá ser sujeito a serviço comunitário, ordem de restrição, liberdade condicional, mediante a decisão do juiz. Mas isso seria outro trabalho a fazer pela DSAJ. Porque, de acordo com outros países, que servem de referência, há diferentes soluções.”

Uma ideia semelhante é defen-dida por Kam Sut Mui, assistente social do Centro Yat On, associação

de aconselhamento de jogadores patológicos, e representante do Grupo de Cidadãos pela Violência Doméstica como Crime Público, em favor de “crime público com acusação tardia”. “Quando os abusadores forem acusados podem não ter uma pena efectiva de prisão mas a legislação daria mais cinco anos para se retratarem, sendo vigiados os seus comportamentos. Se as vítimas entendem que existe um mal-entendido podem cancelar a acusação”, explica Kam. Desta

forma, defende, é também defen-dida a segurança das visadas. Kam Sut Mui entende ainda que devem ser considerados mais meios para defender os imigrantes alvo de violência doméstica.

A protecção das vítimas é outra das argumentações da Adminis-tração que não convence Juliana Devoy que entende que as mesmas já têm a ajuda necessária (centros de apoio e subsídios governamen-tais). A irmã explica que é preciso olhar para organismos internacio-

nais. “A Convenção Internacional de Eliminação de Violência contra a Mulher, a qual somos signatários por meio da China, diz muito claramente que se deve proteger a vítima mas também punir o agres-sor. A Organização das Nações Unidas tem também um modelo que serve de referência, onde se entende que a violência doméstica é uma questão de direitos humanos. Um ponto que passa completamen-te despercebido a Macau”, frisa Devoy. - C.L. e R.M.R.

Cecília Ho

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4 hoje macau quarta-feira 28.8.2013SOCIEDADE

ANDREIA SOFIA [email protected]

D IAS depois do jornal de língua inglesa Business Daily ter avança-

do que o edifício amarelo junto às Ruínas de São Paulo irá sair das mãos da Direcção dos Serviços de Turismo (DST) para ser novamente arrendado a empresas do sector do retalho, a Casa de Portugal em Macau (CPM) continua sem saber qual será a futura localização do restaurante Lvsitanvs.

Pedro Lobo, um dos membros da direcção da CPM, disse ao HM que esta quinta-feira vai ser realizada uma reunião com a DST sobre o assunto. “Só aí é que oficialmente iremos saber qualquer coisa do que se está a passar. Neste mo-mento não temos nenhum conhecimento oficial.”

Pedro Lobo não sabe sequer que o proprietário do edifício amarelo é o deputa-do da Assembleia Legisla-tiva (AL) Chan Chak Mo, proprietário da Future Bright Holdings, que actualmente arrenda o espaço à DST. Segundo o Business Daily,

A empresa Future Bright Holdings, do deputado Chan Chak Mo, deseja aumentar a renda do edifício dos actuais 14 milhões de dólares de Hong Kong para cerca de 48 milhões, um aumento de 248%

Pedro Lobo, um dos membros da direcção da Casa de Portugal em Macau, confirmou ao HM que a entidade vai reunir com os Serviços de Turismo esta quinta-feira para decidir a futura localização do restaurante Lvsitanvs, uma vez que a empresa Future Bright Holdings, do deputado Chan Chak Mo, quer retirar o Governo do edifício junto às Ruínas de São Paulo

CASA DE PORTUGAL REÚNE COM GOVERNO ESTA SEMANA

Onde vai ficar o Lvsitanvs?

a empresa deseja aumentar a renda dos actuais 14 milhões de dólares de Hong Kong para cerca de 48 milhões, um aumento de 248%. O objectivo é que os novos arrendatário sejam lojas do sector de retalho, como disse o director de vendas da agência Centaline ao jornal. “O proprietário quer atrair mais marcas internacionais na área do retalho com novos inquilinos, ou marcas que possam levar mais turistas para aquela área.” A DST confirmou ainda ao Busi-ness Daily que a mudança

de espaço terá de ser feita até ao dia 31 de Dezembro.

Da parte da Casa de Portugal não há qualquer intenção de sair do edifício. “Tudo faremos para ficar neste espaço, até porque são quase dois anos intensivos de divulgação e esforço, não só financeiro como também a nível pessoal.”

“Fomos apanhados de surpresa, de repente surgiu esta notícia em finais de Agosto, quase sem poder-mos reagir. Vamos ver o que o Governo diz”, disse Pedro Lobo, que intitula a

situação de “escândalo”. “Depois de todo o trabalho feito para colocar este edi-fício no circuito turístico chegam aqui a dizem “têm de sair daqui porque isto é para nós”, acho que é no mínimo um escândalo, para não dizer outra coisa, porque é brincar com as pessoas que estão aqui a trabalhar e que já estão a fazer um serviço por Macau.”

GOVERNO DEVERIACOMPRAR EDIFÍCIOApesar da CPM querer con-tinuar com o Lvsitanvs, não

sabe quais serão as futuras condições de arrendamento ou se haverá possibilidades financeiras para continuar no edifício. “O projecto do Lvsitanvs foi criado para uma linha de médio a longo prazo, para cinco, dez anos, e se as coisas correrem bem será um espaço para ficar por muitos anos. Não sabemos quais são as condições que os proprietários vão impor aos inquilinos. Temos de ver se financeiramente valerá a pena, se os contratos serão de dois anos e depois nos põem na rua ou triplicam a renda.”

Na opinião de Pedro Lobo, “seria mais fácil o Governo chegar a acordo com o proprietário e dizer que estivemos a trabalhar para promover o espaço, e que iria ficar com ele”.

Isto porque se trata de “um edifício que está colocado num local estra-tégico e que ao longo dos últimos dois anos tem sido promovido pelo Governo, e de repente acontece isto. O trabalho mais difícil está feito, que foi começar a divulgar o espaço, e temos tido jantares e visitas guia-das com turistas de várias origens”, explicou Pedro Lobo.

O responsável não tem dúvidas de que, ao longo dos últimos dois anos, as actividades do edifício amarelo têm vindo a “pro-mover o nome de Macau”. “Temos um espaço dedi-cado ao chá e à cultura chinesa e aos produtos portugueses, temos depois no rés-do-chão o Made in Macao, em que todos os produtos são fabricados em Macau, e em baixo temos as indústrias criativas de Macau. Estamos a fazer um serviço pelo território e de repente vem alguém, que não sabemos quem é, que chega aqui e diz que vai tomar conta disto.”

O HM tentou contactar o deputado Chan Chak Mo para saber se existe a possibilidade de venda do edifício, mas o seu secretá-rio pediu-nos para enviar as perguntas por e-mail, cujas respostas não chegaram até ao fecho da edição. Foi ainda feita uma tentativa de contacto junto de Helena de Senna Fernandes, directora dos Serviços de Turismo, sem sucesso.

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5 sociedadehoje macau quarta-feira 28.8.2013

PUB

ZHOU [email protected]

A concessão de um terreno a um grupo católico para a construção de um mosteiro está em fase de consulta

pública até ao dia 14 de Setembro, mas os moradores mostram-se bastante descon-tentes com o processo. Em declarações ao Jornal do Cidadão, de língua chinesa, os habitantes da povoação de Ka-Hó, em Coloane, onde se situa o referido mos-teiro, opõem-se fortemente a esta concessão e con-sideram que é uma “injustiça” o facto do Governo “favorecer” um grupo religioso vindo de fora e sem ligação aos locais.

Chong, mo-rador da aldeia, disse à mesma publicação que muitos cidadãos de Coloane, apesar de viverem na ilha desde o nascimento, não têm posse sobre os terrenos nem podem reconstruir as suas habitações quando qui-serem. “A acção é injusta porque o grupo católico vem da Indonésia e o terreno vai servir apenas para 20 pessoas. Será que o

A acção é injusta porque o grupo católico vem da Indonésia e o terreno vai servir apenas para 20 pessoas. Será que o Governo teve em consideração as reacções e os sentimentos dos moradores da ilha? A maioria dos moradores de Ka-Hó está contra istoCHONG morador de Coloane

POVOAÇÃO DE KA-HÓ FALA EM FAVORITISMOS DO GOVERNO

Mosteiro sim, casas nãoGoverno teve em consideração as reacções e os sentimentos dos moradores da ilha? A maioria dos moradores de Ka-Hó está contra isto.”

Chong lembrou ainda que nos últimos anos o Governo tem concedido muitos terrenos em Coloane sem consultar as opiniões dos moradores. O morador lem-brou ainda as questões ambientais. “Para construir este mosteiro é preciso escavar a montanha, o que pode levar à destrui-ção do solo e destruir as árvores da zona

com mais de cem anos.”

Ho Kam Pui, presidente de uma associação local, não se opõe “completamen-te” à concessão deste terreno, mas está preo-cupado quanto à futura utilização do espaço e se as instalações do mosteiro estarão

abertas ao público. O presidente disse ainda que esta concessão acontece num “período sensível”, porque a nova Lei de Terras e a Lei do Planeamento Urbanístico vão entrar em vigor.

DEPUTADOS CONTESTAMTambém ao Jornal do Cidadão a deputada Kwan Tsui Hang disse que não há razões para o Governo conceder o terreno nesta altura, uma vez que em Março do próximo ano a Lei de Terras entra em vigor. “Já existe escassez nos recursos terrestres, e não considero que o mosteiro seja algo urgente e importante comparando com as necessidades habitacionais dos cidadãos.”

Au Kam San pede o adiamento da aprovação do projecto por parte das Obras Públicas. O deputado lembrou que Coloane ainda não tem um projecto de planeamento urbanístico e que o Executivo “não faz a mínima ideia” de como vai ser a ilha no futuro.

Por isso também defende o adiamento para depois da entrada em vigor da Lei de Terras. Além disso, “será que um grupo religioso precisa de ter um terreno tão grande?”, questionou Au Kam San.

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CECÍLIA L IN*[email protected]

O terreno situado no alto de uma colina na zona da Ilha Verde, onde se situa o histórico con-

vento jesuíta em ruínas, continua a gerar polémica. Depois da remoção de sucata ter começado por ordem do Tribunal de Segunda Instância (TSI), a antiga empresa proprietária Kong Cheong vem fazer mais acu-sações à Wui San, que se assume como actual proprietária do terreno. A Wui San é acusada de cooperar com a empresa de comércio de gás Caltex de venda ilegal de gás. “Quando começámos a limpar a terra descobrimos várias botijas e tubos de gás e suspeitamos que há uma actividade ilegal de venda de

U M comunicado divulgado pelo Comissariado contra a Corrupção (CCAC) dá

conta da existência de um caso suspeito da prática de crime de corrupção passiva por acto ilícito no Estabelecimento Prisional de Macau (EPM). O funcionário em questão, de nome Sio, terá sido abordado diversas vezes por um recluso.

“Um dos arguidos envolvi-dos no dito caso (um recluso) ofereceu várias vezes vanta-gens ilícitas ao funcionário do EPM, de apelido Sio, para que este introduzisse produtos proibidos, nomeadamente te-lemóveis, no estabelecimento prisional. Posteriormente, o CCAC continuou a proceder à sua investigação, durante a qual descobriu um outro reclu-so que terá colaborado com o arguido atrás referido na venda dos produtos proibidos a preço

A taxa de desemprego em Macau aumentou ligeiramente para 1,9%

entre Maio e Julho face aos três meses anteriores, muito por culpa do aumento do número de pessoas à procura de em-prego nas férias de Verão.

De acordo com os dados oficiais hoje divulgados, esta taxa corresponde a 7.000 pessoas sem emprego na Região Admi-nistrativa Especial chinesa, mais 500 do que no período entre Abril e Junho.

O número de desempregados à pro-cura do primeiro emprego representava 10,2% do total da população desem-pregada, mais 4,9 pontos percentuais em relação aos três meses terminados em Junho.

De acordo com os Serviços de Esta-tística e Censos, a taxa de desemprego aumentou 0,1 pontos percentuais face ao período entre Abril e Junho para 1,9% e a taxa de sub-emprego manteve-se em 0,7%.

Entre Maio e Julho, a população ac-tiva de Macau estava estimada em 366 mil pessoas, das quais 359 mil estavam empregadas - mais 1.900 pessoas do que entre Abril e Junho -, o que fez com que a taxa de actividade atingisse os 72,6%.

Em comunicado, os Serviços de Esta-tística e Censos realçam o “crescimento substancial no número de empregados da construção, de mais 1.900 pessoas” no mesmo período.

Os resultados do Inquérito ao Emprego indicam ainda que, face ao período entre Maio e Julho de 2012, a taxa de actividade aumentou 0,4 pontos percentuais e as taxas de desemprego e sub-emprego caíram 0,1 e 0,2 pontos percentuais, respectivamente. - Lusa

Universidade de São José ainda sem EducaçãoA nova licenciatura em Educação da Universidade de São José (USJ) só vai entrar em funcionamento no ano lectivo de 2014-2015, avançou ontem a Rádio Macau. As inscrições estiveram abertas depois do secretário Cheong U ter anunciado a aprovação das cinco áreas de especialização, em Julho, segundo o reitor Peter Stilwell entrevistado pela rádio, o número de alunos interessados não justifica o investimento para este ano. Ainda houve “muita gente” que telefonou para obter informações, mas não para as candidaturas. “Só tivemos cerca de 12 pessoas dispostas a começar em Setembro de 2013.” A nova licenciatura é adiada para o ano, mas em Setembro a aposta na Educação passa por outras duas áreas - uma ligada a um mestrado, a outra a um curso de profissionalização e serviço para professores no activo.

CONVENTO DA ILHA VERDE TSI FALA EM “RISCO PATRIMONIAL” NO TERRENO

A discórdia que vem do gás

CORRUPÇÃO CASO NO ESTABELECIMENTO PRISIONAL FOI DESCOBERTO EM ABRIL

Funcionário investigado pelo CCACTaxa de desemprego aumentou para 1,9% entre Maio e Julho

gás”, disse Fong Lap, presidente da Kong Cheong, em conferência de imprensa.

Fong Lap disse ainda que no passado dia 19 de Agosto foi entregue uma carta à Policia Judi-ciária (PJ) para investigar o caso,

mas a PJ terá recusado. “Como temos uma ordem do tribunal resolvemos entregar outra carta à PJ para fazer a investigação, porque se as provas forem limpas mais tarde a PJ não vai conseguir encontrar nada.” Fong Lap disse

que as autoridades terão dito que necessitam de ordem do tribunal para iniciar essa investigação. A PJ já veio entretanto dizer ao canal chinês da TDM que não recebeu qualquer carta para iniciar uma investigação, tendo acusado Fong Lap de ser “irracional” na reali-zação da conferência de imprensa e de não compreender a lei e a actividade da polícia. Mas admitiu ter recebido pedidos de ajuda na limpeza do terreno.

CONVENTO ESTÁ EM RISCOSegundo o acórdão do TSI, de Julho deste ano, que determina a acção de limpeza no prazo de 60 dias, existe o risco elevado de explosão no local, o que pode trazer danos para o convento existente. “Face aos incêndios

A antiga empresa proprietá-ria do terreno na Ilha Verde, onde se situa um convento jesuíta, acusa a actual pro-prietária de cooperar com a empresa de gás Caltex para venda ilegal do produto.

O ESSENCIAL

elevado no estabelecimento prisional, conseguindo assim lucros significativos.”

Segundo o CCAC, “o grupo criminoso deste caso tem-se

aproveitado de várias contas para apostar em jogos de futebol e contas bancárias abertas no interior da China para receber dinheiro depositado pelos re-

clusos e entregar, com meios altamente sinuosos, o dinheiro do suborno ao arguido de ape-lido Sio”.

Este funcionário estaria encarregado de “comprar e introduzir telemóveis e artigos proibidos no estabelecimento prisional”.

O CCAC conseguiu detec-tar depósitos no valor de dois milhões de dólares de Hong Kong nas contas bancárias do continente, sendo que mais de 400 mil dólares de Hong Kong terão surgido a título de suborno. O CCAC realizou ontem uma acção em conjunto com o EPM, tendo obtido 20 telemóveis ligados ao caso, para além da apreensão de mais de 200 mil patacas “alegadamente obtidas com a prática do cri-me”. O caso já foi entregue ao Ministério Público para mais desenvolvimentos.

e às botijas de gás, permitem facilmente concluir que existe o perigo de destruição e de desaba-mento da construção existente no referido terreno”, sem esquecer a situação de “perigo iminente” que “causará a lesão dificilmente reparável”.

Pode ainda ler-se no acórdão que “os direitos e interesses estão ameaçados e que pode advir da actual situação um perigo para a esfera patrimonial – possibilidade do incêndio se propagar à constru-ção existente – já para não falar nos problemas de higiene e segurança que a situação possa ocasionar na vizinhança”. - *com A.S.S.

6 sociedade hoje macau quarta-feira 28.8.2013

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7 sociedadehoje macau quarta-feira 28.8.2013

ZHOU [email protected]

A S instalações de apostas de corridas do Macau Jockey

Club situadas na Avenida Venceslau de Moraes, ave-nida do Almirante Lacerda e na alameda Doutor Carlos D’Assumpção vão encerrar no próximo dia 1 de Se-tembro. Há ainda mais um fecho agendado para o dia 1 de Outubro, no espaço de apostas na avenida Doutor Mário Soares.

Entretanto, a Direcção de Inspecção e Coordenação do Jogos (DICJ) já veio dizer que não ordenou o fecho dos locais de apostas do Macau Jockey Club, pertencentes à Sociedade de Jogos de Macau (SJM), a encerrarem portas. O esclarecimento foi dado ontem ao Jornal Ou Mun pelo Governo, depois do diário ter avançado esta informação. O departamen-to do Governo, sob tutela do secretário para a Economia e Finanças, Francis Tam, diz que a atitude da em-presa foi “completamente voluntária”.

Apesar do Macau Jo-ckey Club não ter revelado as causas do encerramento dos espaços, um especialis-ta da área, cujo nome não aparece identificado na

JOGO FECHOS ACONTECEM ENTRE SETEMBRO E OUTUBRO

Jockey Club tira apostas das zonas residenciaisO Macau Jockey Club anunciou no seu website oficial que até ao final do ano vai encerrar quatro espaços de apostas em corridas. Segundo o jornal Ou Mun, haverá transferência dos espaços para as zonas dos casinos e hotéis

notícia, disse que a origem poderá estar na ligação com o novo regime de forne-cimento e requisitos das máquinas, equipamentos e sistemas de jogos, que entrou em vigor em No-vembro passado.

Trata-se da lei que re-gula os locais onde devem existir este tipo de jogos. Os espaços que não respei-tarem os requisitos devem sair das zonas habitacionais no prazo de um ano. O especialista considera que essa é a razão principal para o fecho dos quatro espaços de apostas, tendo ainda apontado que a direcção do Macau Jockey Club estará a planear retirar todos os lugares de apostas das zonas habitacionais.

Com este encerramento restam ainda dois lugares de apostas em zonas resi-denciais, os quais, segundo o Ou Mun, estão sempre cheios de clientes.

Um funcionário do Macau Jockey Club, que não quis divulgar o nome, disse que a direcção está a planear abrir novas esta-ções de apostas em espaços com hotéis e casinos.

MORADORES NÃO SE QUEIXAMO jornal Ou Mun entrevis-tou ainda alguns clientes e a maioria desconhecia os

planos de mudança do Ma-cau Jockey Club. Enquanto que um disse que a alteração do espaço não será muito in-conveniente, outro disse que a iniciativa não vai ajudar a combater o problema da dependência do jogo. “Se o Governo quiser mesmo que os residentes não fiquem viciados no jogo, só deve fazer mais promoção.”

Muitos outros mostra-ram-se a favor do encerra-mento, sendo que muitos sugeriram o fecho de outros espaços de apostas junto de zonas residenciais, por combater eventuais casos de vicio do jogo e futuros casos com jovens.

Kwan Vai Lam, funda-dor da Associação de Jogos com Responsabilidade, referiu que apoia a acção do Jockey Club, contudo, lembrou que ainda restam mais duas estações nas zonas habitacionais. Kwan também sugeriu a mudança de todas as instalações de apostas para fora das zonas. Já Ho Chong Chun, vice--director da União Geral da Associação dos Moradores de Macau, duvida da razão pela qual o clube não fecha as duas estações com mais clientes nas zonas habita-cionais e apelou ao Macau Jockey Club para assumir a sua responsabilidade social.

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8 hoje macau quarta-feira 28.8.2013CHINA

A China apoia uma inves-tigação independente e objectiva de especia-listas da ONU sobre

o alegado uso de armas químicas na Síria, disse, esta segunda-feira o ministro das Relações Exteriores chinês, que também pediu uma resposta cautelosa e uma resolução política para a crise. “A China tem prestado muita atenção aos relatos sobre o uso de armas químicas no interior da Síria e a China opõe-se resolutamente ao uso desse tipo de armas, não importa quem as usa”, afirmou Wang Yi, em comunicado publicado no site do ministério.

“A China apoia o secretaria-do da ONU a, em conformidade com as resoluções pertinentes da organização, abrir uma investigação objectiva, inde-pendente, justa e profissional, para descobrir o que realmente aconteceu, logo que possível”, disse Wang.

Os inspectores da ONU dei-xaram o centro de Damasco esta segunda-feira para investigar os locais de um suposto ataque com armas químicas nos arredores da capital síria, depois de apelos de potências ocidentais por uma ac-ção militar para punir o que pode ter sido o pior ataque químico do mundo em 25 anos.

A China aumentará o tecto para as multas por violação de marcas

registadas até três milhões de yuans, seis vezes mais que o limite actual, informaram as autoridades dp país.

Nos casos de violação, a multa de até três milhões de yuans deve ser paga aos proprietários dos direitos de marca, de acordo com um projecto de emenda da Lei de Marca Registada, apresentado para a terceira leitura na actual sessão bimestral do Comité Permanente da Assembleia Popular Nacional (APN).

A primeira emenda esta-beleceu o limite de multa em um milhão de yuans, uma alta em relação aos 500 mil yuans

Pequim financia construçãodo Palácio da Justiça de BissauA China vai financiar a construção do Palácio da Justiça de Bissau. O investimento é de cerca de 100 milhões de yuans e a China já escolheu a empresa construtora. Pequim e a Guiné-Bissau assinaram um documento conjunto para financiar a construção do Palácio. Em Maio passado, representantes dos dois países já tinham assinado um acordo, mas somente com a assinatura deste recente documento fica oficializada a parceria.

Terminado desenvolvimento de submarino nuclear de quarta geraçãoA China já concluiu o projecto de construção de um submarino nuclear de quarta geração e de um novo sistema de armas a ser instalado a bordo, relata a média chinesa. Segundo especialistas militares locais, os cientistas conseguiram superar uma série de dificuldades relacionadas com a construção de submarinos modernos, incluindo o problema de redução da sua detecção e localização por sonares. No entanto, os mesmos especialistas acreditam que, entre o término do desenvolvimento e a entrada ao serviço destes submarinos na Marinha, pode levar bastante tempo.

BRICS estão próximosde criar fundo de reservaO grupo dos BRICS, que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, está mais próximo de criar um fundo de reserva de 74,7 mil milhões de patacas que poderá ser acedido por qualquer membro em caso de necessidade de apoio financeiro, revelou esta terça-feira o vice-ministro de Finanças da China, Zhu Guangyao.

Presidente chinês visitará nações da Ásia Central

O presidente chinês Xi Jinping realizará uma visita de Estado ao Turquemenistão, Caza-

quistão, Uzbequistão e Quirguistão de 3 a 13 de Setembro, anunciou esta segunda-feira um porta--voz do Ministério das Relações Exteriores.

O presidente irá participar da 8.ª Reunião de Líderes do Grupo dos Vinte (G20), que realizar--se-á em São Petersburgo de 5 a 6 de Setembro, a convite de seu colega russo, Vladimir Putin, informou Qin. O G20, estabelecido em Setembro de 1999, abrange as 20 principais economias do mundo, incluindo 19 países e a União Europeia.

Xi também participará da 13.ª Reunião do Conselho de Chefes dos Estados Membros da Organização de Cooperação de Xangai (OCS) em Bishkek, capital do Quirguistão, a 13 de Setembro, a convite do presidente Almazbek Atambaev. A OCS foi fundada em Xangai em 15 de Junho de 2001 e actualmente conta com seis membros de pleno direito: China, Cazaquistão, Quirguistão, Rússia, Tajiquistão e Uzbequistão.

PEQUIM OPÕE-SE RESOLUTAMENTE AO USO DE ARMAS QUÍMICAS NA SÍRIA

Apoiar investigação das Nações Unidas com cautela

MULTAS PARA VIOLAÇÃO DE MARCAS REGISTADAS VÃO SOFRER AUMENTO

Um ponto final nas falsificações

Wang não se referiu direc-tamente às ameaças de acção militar, mas pediu um tratamento cuidadoso à questão. “A única saída para a questão da Síria é uma solução política”, disse. “Todas as partes devem tratar com cautela a questão das armas químicas, para evitar interferir no (esforço) para resolver a questão síria politicamente.”

A Síria concordou no do-mingo em permitir que os inspectores visitem o local dos supostos ataques com armas químicas. Mas os Estados Uni-dos e seus aliados dizem que as provas foram provavelmente destruídas pelo Governo com o pesado bombardeio sobre a área ao longo dos últimos cinco dias, e disseram que a oferta para permitir o acesso dos inspectores veio tarde demais.

Rússia e China vetaram os esforços ocidentais anteriores para impor sanções da ONU sobre Assad. Mas a China tem-se esforçado em mostrar que não está a tomar partido e pediu que o Governo sírio converse com a oposição e tome medidas para atender às demandas de mudança política. Pequim disse que um Governo de transição deve ser formado.

sob a actual lei, enquanto a segunda leitura da revisão da lei em Junho aumentou o tecto para dois milhões de yuans.

A medida visa proteger melhor os direitos exclusivos de marca registada e comba-

ter ainda mais a cópia, disse Xie Jingrong, vice-director do comité jurídico da APN. A China adoptou a Lei de Marca Registada em 1982 e fez revisões em 1993 e 2001.

Até Junho de 2012, a China

contava com os maiores núme-ros de marcas registadas e de registos válidos de marca do mundo, que eram 7,17 milhões e 6,09 milhões, respectivamen-te, de acordo com as recentes estatísticas oficiais.

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9 chinahoje macau quarta-feira 28.8.2013

O acesso a sites termi-nados em “cn” foi dificultado na ma-drugada do domingo

no - horário local - devido a um ataque que teria atingido um siste-ma responsável pela manutenção dos “registos” dos sites chineses. O Centro de Informações de Rede e Internet da China (CNNIC) publi-cou um comunicado confirmando

O S preços de aço na China vão, ao que tudo indica, enfraquecer no segundo semestre diante de um quadro de ofer-

ta a superar a demanda, afirmou um executivo sénior da Baosteel, maior siderúrgica do país, esta segunda-feira.

O excesso de capacidade na China, res-ponsável por quase metade do aço produzido no mundo, tem encolhido margens de lucro dos produtores locais, limitando o espaço de qualquer recuperação na demanda. A Baosteel sofreu uma queda de 61 por cento no lucro do primeiro semestre.

Com cerca de 300 milhões de toneladas de excesso de capacidade de aço, equivalentes a quase ao dobro da produção da União Europeia no ano passado, Pequim está a implementar medidas para reduzir a oferta em demasia, incluindo corte

no acesso ao crédito pelo sector. “A retoma está sem força para ser sustentada no curto prazo e os preços de aço ficarão voláteis no segundo semes-tre e mais fracos que no primeiro por causa das incertezas sobre a demanda e a oferta”, afirmou Dai Zhihao, director-geral da empresa.

Dai afirmou que espera que a demanda por aço seja resistente no restante do ano, mas alertou que a oferta continua a superar a demanda. O preço do minério de ferro também deve crescer mais rápido que os preços de produtos siderúrgicos no terceiro trimestre, consumindo os lucros das usinas.

Na semana passada, a japonesa Nippon Steel & Sumitomo Metal, maior siderúrgica do mundo em valor de mercado, afirmou que o excesso de capacidade na China vai limitar os ganhos nos preços de aço da Ásia neste

ano. “Nos próximos 12 meses, os lucros das siderúrgicas asiáticas continuarão em níveis historicamente baixos dado o persistente ex-cesso de capacidade chinesa”, escreveu num relatório a agência de classificação de risco Moody’s, no início do mês.

A Baosteel não tem intenção para fazer fusões ou aquisições na maior indústria side-rúrgica do mundo nos próximos anos, mas po-derá ampliar o investimento noutros sectores, afirmou o presidente do conselho da empresa durante a reunião, segundo o analista.

Seja como for, Dai Zhihao ainda referiu que a Baosteel planeia iniciar a produção da sua central integrada em Zhanjiang, na província de Guangdong, em 2016. O projecto, aprovado em 2012, tem capacidade anual de nove milhões de toneladas de aço bruto.

Diaoyu Japão acusa China de nova violação de água territoriaisTrês navios da guarda-costeira da China entraram ontem nas águas territoriais das ilhas Diaoyu/Senkaku que o país disputa com o Japão, mas de facto controladas por Tóquio. A acusação da violação do limite de 12 milhas náuticas foi feita pelas autoridades nipónicas que acusam a China de violações sistemáticas das suas águas territoriais junto do pequeno arquipélago desabitado. Nos últimos meses, China e Japão subiram o tom das acusações relativamente ao arquipélago.

Polícia controlahomem que ameaçava atirar-se de janelaA polícia chinesa conseguiu conter, esta segunda-feira, um chinês que ameaçava cortar-se e atirar-se de uma janela num apartamento em Anshan, na província de Liaoning. O homem trancou a mãe dentro do apartamento e saiu pela janela, onde escalou para um ar-condicionado e ameaçou cometer suicídio. A polícia negociou com o indivíduo durante horas antes de conseguirem controlá-lo.

Lucro industrial sobe 11,6% em JulhoAs empresas industriais da China tiveram aumento de 11,6% no lucro em Julho deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado, chegando a ganhos de 419,5 mil milhões de yuans, informou o Serviço Nacional de Estatísticas da China. Na comparação com o mês imediatamente anterior, o lucro da indústria chinesa cresceu 6,3%. Os dados incluem apenas empresas com uma facturação anual superior a 20 milhões de yuans. A receita total subiu 11,0% para 5,6 biliões de yuans entre Janeiro e Julho, contra alta de 11,4% no primeiro semestre. A margem bruta caiu 5,6% no acumulado do ano, em comparação a um aumento de 5,8% entre Janeiro e Junho deste ano.

a indisponibilidade temporária dos serviços.

O CNNIC já catalogou o episódio de “maior ataque de ne-gação de serviço” já sofrido pela rede chinesa. O órgão prometeu ainda melhorias no serviço, que ficou indisponível ou lento por quatro horas.

O diretor-executivo da entida-de, Li Xiaodong, definiu o ataque

como um facto “sem precedentes” e explicou que os autores do ata-que se dedicaram a multiplicar a transmissão de dados para reduzir ao máximo a velocidade de acesso aos servidores.

Li expressou uma “forte con-denação” aos autores do ataque, que, em sua opinião, pôde ser lan-çado através de um grande número de “computadores zombies”.

O responsável do CNNIC também analisou que, dado o grande alcance da operação, este ataque seguramente foi lançado por uma organização e não a título individual, embora não tenha feito nenhum prognóstico sobre os possíveis grupos que poderiam estar por detrás do ataque.

O Governo da China, acusado constantemente de espionar e atacar redes de Internet noutros países, sempre argumentou que os computadores do país, incluídos os das redes militares, encontram--se entre as principais vítimas de ciberataques.

PEDIDO QUE EUA EXPLIQUEM VIGILÂNCIA NA INTERNETConforme informou Matthew Prince, director-executivo da em-presa CloudFlare, especializada em ataques cibernáuticos, ao jornal “The Wall Street Journal” a moni-torização da companhia detectou uma queda até 32% no tráfego direccionado a sites chineses. A queda no tráfego seria resultado da indisponibilidade dos sites.

A estrutura dos endereços de sites de Internet é mantida por uma hierarquia composta pelos servidores raiz, registadores e servidores de nome. Para aceder a um site, é preciso consultar o servidor raiz para saber qual o sistema de registo responsável pelo endereço, que vai então informar o servidor de nome responsável pelo site. O ataque na China atingiu o segundo nível da hierarquia, dificultando por isso a acesso a diversos sites “cn”, sem nenhum alvo específico aparente.

QUADRO EM QUE OFERTA SUPERA A DEMANDA PODE ENFRAQUECER INDÚSTRIA

Preços de aço revistos em baixa

INTERNET SERVIÇO INTERROMPIDO FOI NORMALIZADO APÓS QUATRO HORAS

Ataque reduziu tráfego em 30%

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10 hoje macau quarta-feira 28.8.2013EFEMÉRIDE

MARTIN LUTHER KING JR. O DISCURSO QUE MUDOU A AMÉRICA FAZ 50 ANOS. MAS HÁ MAIS POR FAZER

O sonho ainda não acabouentre brancos e negros tem vindo a aumentar”, recorda o The Economist. “A ideia de King, de que descendentes de escravos e de detentores de escra-vos se sentariam à mesma mesa, pode ser vista em muitos lados.”

Mas se a visão é de que há uma América melhor, ainda há muito por fazer. E quem concorda com isto é precisamente quem (ainda) é discriminado por não ser branco.

DE PAI PARA FILHO “Não dêem sequer um passo atrás na luta pelos vossos direitos.” Mar-tin Luther King III, filho de Martin

Luther King Jr. discursou nos EUA, ontem, no mesmo local onde o seu pai o fez, em 1963. A luta, assegura, ainda não acabou. “Estou aqui, neste lugar sagrado, sobre as pegadas do meu pai, comovido pela história intensa, mas mais do que isso, gosto de saber que continuam a sentir a sua presença, que continuam a ouvir a sua voz e o seu desejo”, começou por dizer Martin III. “Mas este não é o tempo para as comemorações nostálgicas. É tempo para continuar a tarefa. Se cada um de nós fizer a sua pequena parte, nas nossas casas, nas nossas igrejas, nas nossas escolas, nos nossos empregos,

nas nossas organizações, se em cada um dos aspectos da vida tentarmos alcançar a causa da liberdade, de certeza que a alcançaremos. Seremos, então, todos livres.”

Quando se fala no discurso de Martin Luther King fala-se em le-gado. Mas o legado é precisamente a luta pelos direitos civis dos afro--americanos, quando, actualmente, as notícias que chegam dos EUA ainda dão conta de actos de racismo. É o caso do chamado “stop and frisk” – paragem aleatória da polícia para as pessoas serem revistadas -, ainda feita maioritariamente a negros e tantos outros exemplos, que mostram que o racismo e o tratamento desigual ainda persiste.

A AMÉRICA ACTUALDe acordo com sondagens analisa-das pelo HM, os afro-americanos continuam a ficar para trás em termos sócio-económicos. A taxa de desemprego da comunidade

negra é de 12,6%, o dobro da média nacional. Os rendimentos mensais de uma família negra chegam ape-nas a dois terços dos rendimentos gerais da população dos EUA. Os afro-americanos são também mais pobres, com o nível de pobreza a chegar aos 27,6% - menos do que os 41,8% registados anteriormente, mas ainda assim quase o dobro da média geral, de 15%. “Os negros têm menos possibilidades de arran-jar emprego do que os brancos, são mais pobres, são detidos e cumprem mais penas de prisão”, analisa o The Economist. “A disparidade de rendimentos é enorme. Em 2011, as receitas de um agregado familiar de pessoas brancas era de 110,500 dólares. Para os negros (e hispânicos também), estas receitas chegavam aos 6314 dólares. Um estudo mostra que, entre 2004 e 2010, os negros perderam quase 23% da sua riqueza, enquanto os brancos apenas 1%”, escreve o The Economist.

As estatísticas continuam, por exemplo a demonstrar que, enquanto 478 em cada cem mil homens brancos foram presos em 2011, 3023 negros em cada cem mil também cumpriram penas de prisão

JOANA [email protected]

F AZ hoje 50 anos que um discurso garantia que todos os homens eram iguais e que todos tinham direito à vida, à

liberdade e à conquista da felicidade. Esse era, pelo menos, um sonho. O sonho de Martin Luther King Jr., activista político que se destacou pela luta pelos direitos civis dos afro-americanos, que continuavam a ser espezinhados, espancados e discriminados apenas pela cor da sua pele.

Diz-se que, com o discurso, Martin Luther King iria mudar para sempre as relações raciais dos EUA. E agora, 50 anos depois, a América está diferente? Mas, em que sentido? “O país tem um negro como presidente”, referem quase todos os artigos dos jornais dos EUA, como primeiro exemplo para a mudança. “A taxa de casamentos (proibidos antigamente)

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11 efeméridehoje macau quarta-feira 28.8.2013

Há também o lado positivo do sonho de Martin Luther King. O racismo é cada vez mais condenado e expressar insultos racistas pode ser mesmo causa para despedimento, por exemplo

As estatísticas continuam, por exemplo a demonstrar que, enquanto 478 em cada cem mil homens brancos foram presos em 2011, 3023 negros em cada cem mil também cumpriram penas de prisão. “Os negros têm mais tendência para ser detidos pelos mes-mos crimes [cometidos por brancos]. Jovens de raça branca consumidores de marijuana, por exemplo, não sofrem tantas detenções como os negros. Estes têm quatro vezes mais tendência para serem presos por te-rem consigo exactamente a mesma quantidade de marijuana.”

O discurso feito por Martin Luther King a 28 de Agosto quase não incluía a frase que o tornou ainda mais célebre. “Eu tenho um sonho”, que ainda hoje se repete, foi, na verdade, improvisado. No livro “Behind the Dream”, escrito por Clerence Jones – amigo e assistente do activista–, o homem que estava (realmente) atrás de Martin explica como esta frase surgiu no discurso. “Não estavam escritas no texto que ele preparou”, recorda à agência Reuters. “Martin Luther King improvisou na hora, relembrando uma frase que tinha usado anteriormente, mas que não teve tanto impacto.” Martin Luther King já teria falado no facto de querer que os seus quatro filhos pequenos vivessem de forma

livre numa América que não discriminava os afro-americanos. Mas esse desejo nunca terá causado tanto impacto na audiência, pelo que não foi incluído no texto que Martin iria ler em Washington num dia em que mais de 250 mil pessoas marcharam até à capital para lutar pelos direitos civis dos negros. “Os primeiros sete parágrafos [do discurso] estavam de acordo com o que Jones havia escrito. Depois, veio a mudança de guião.” Conta a Reuters, citando Jones, que foi a cantora gospel Mahalia Jackson que deu o mote a Martin Luther King para incluir o “eu tenho um sonho” no discurso. “Fala-lhes do sonho, Martin. Fala-lhes do sonho.” Martin contou o seu sonho e, até hoje, ninguém se esqueceu dele.

E SE NÃO TIVESSE “O SONHO”?

Apesar de tudo, há também o lado positivo do sonho de Martin Luther King. O racismo é cada vez mais condenado e expressar insultos racistas pode ser mesmo causa para despedimento, por exemplo.

O QUE MARCOU NO DISCURSO DE MARTIN LUTHER KING?Não foi apenas a sua visão para o futuro dos filhos – “de que não seriam julgados pela cor da pele, mas pelo conteúdo do seu carácter” – que fez com que o discurso em Washington fosse para sempre lembrado. Analistas defendem que o activista político (e reverendo) estava apenas a pedir os mesmo direitos que os brancos tinham, à partida, garantidos. “King apresentou o seu sonho como o sonho americano”, recorda o The Economist.

Hoje, Obama discursa no mes-mo sítio onde Martin Luther King discursou há 50 anos. Mas, se em 1963, em Washington, mais de 250 mil pessoas se juntaram por estarem fartas dos espancamentos à comunidade negra, dos assassinatos levados a cabo pelo Ku Klux Klan ou até mesmo porque os negros não po-diam entrar nos mesmos transportes públicos que os brancos, hoje não se espera tanta gente, mas esperam-se aqueles que ainda sentem na pele a diferença racial.

Ao lado de Bill Clinton e Jimmy Carter, o primeiro presidente negro dos EUA vai traçar um rumo para o futuro da América e, garantem os porta-vozes da Casa Branca, proferir apelos para que se mante-nha viva a visão de Martin Luther King Jr., assassinado precisamente pela cor da sua pele. O facto de se recordar este dia só prova que o sonho ainda não acabou.

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12 publicidade hoje macau quarta-feira 28.8.2013

AnúncioConcurso público para a prestação de serviços de impressão

das publicações da Direcção dos Serviços de Educação e Juventudepara os anos 2014 e 2015

1. Entidade adjudicante: Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ).

2. Modalidade de concurso: Concurso público.

3. Objecto do concurso: Prestação de serviços de impressão das publicações da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude.

4. Período da prestação dos serviços: De Janeiro de 2014 a Dezembro de 2015.

5. Prazo de validade das propostas: O prazo de validade é de noventa dias, a contar da data do acto público do concurso, prorrogável, nos termos previs-tos no programa do concurso.

6. Esclarecimento: Os concorrentes devem estar presentes no Edifício-Sede da DSEJ, Avenida de D. João IV, n.os 7-9, 1.º andar, Sala de Reuniões, pelas 11:00 horas do dia 2 de Setembro de 2013.

7. Caução provisória: É de MOP 74.000,00 (setenta e quatro mil patacas), a prestar median-te depósito em numerário ou garantia bancária aprovada nos termos legais, à ordem da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude, no Banco Nacional Ultramarino (Conta n.o 9002501375).

8. Caução definitiva: É de 4% do montante total da adjudicação.

9. Preço base: Não há.

10. Condições de admissão: Entidade registada em Macau, com experiência adequada, na área da prestação de serviços de impressão de publicações.

11. Local, dia e hora limite para entrega das propostas: Local: Secção de Arquivo e Expediente Geral da DSEJ, na Avenida de D. João IV, n.os 7-9,

1.º andar. Dia e hora limite: Até às 12:00 horas do dia 19 de Setembro de 2013.

12. Local, dia e hora do acto público do concurso: Local: Sala de reuniões, no Edifício-Sede da DSEJ, Avenida de D. João IV, n.os 7-9,

1.º andar. Dia e hora: às 10:00 horas do dia 23 de Setembro de 2013.

Em conformidade com o disposto no artigo 27.o, do Decreto-Lei n.o 63/85/M, de 6 de Julho, os concorrentes ou os seus representantes devem estar presentes no acto público de abertura das propostas para esclarecerem dúvidas que, eventualmente, surjam relativas aos documentos nelas constantes.

13. Local, dia e hora para obtenção da cópia e exame do processo: Local: Secção de Arquivo e Expediente Geral da DSEJ, na Avenida de D. João IV, n.os 7-9,

1.º andar. Dia: A partir da publicação do presente anúncio até ao dia do acto público do concurso. Hora: Dentro das horas de expediente.

14. Critérios de apreciação das propostas e respectivos factores de ponderação: - Preço: 60% - Especificações do papel: 20% - Currículo da empresa ou instituição, incluindo a sua experiência na prestação de serviços equivalentes: 20%

15. Junção de esclarecimentos:Os concorrentes devem comparecer, no Edifício-Sede da DSEJ, Avenida de D. João IV, n.os 7-9, 1.º andar, a partir da data da publicação do presente anúncio e até ao final do prazo da entrega das propostas do concurso público, para tomarem conhecimento de eventuais esclarecimentos adicionais.

Aos 22 de Agosto de 2013.

A Directora,

Leong Lai

ANÚNCIOCONCURSO PÚBLICO PARA “EMPREITADA DE GUARDAS E BARREIRAS ACÚSTICAS DO

VIADUTO SITO NA AVENIDA DE HORTA E COSTA LIGANDO AO TÚNEL DE GUIA”

1. Entidade que põe a obra a concurso: Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes.2. Modalidade de concurso: Concurso Público.3. Local de execução da obra: Viaduto sito na Avenida de Horta e Costa Ligando ao Túnel de Guia.4. Objecto da Empreitada: Reforço das guardas e instalação de barreiras acústicas.5. Prazo máximo de execução: 180 dias (cento e oitenta dias).6. Prazo de validade das propostas: o prazo de validade das propostas é de noventa dias, a contar da data do Acto Público do Concurso,

prorrogável, nos termos previstos no Programa de Concurso.7. Tipo de empreitada: a empreitada é por Série de Preços. 8. Caução provisória: $90 000,00 (noventa mil de pataca), a prestar mediante depósito em dinheiro, garantia bancária ou seguro-caução

aprovado nos termos legais.9. Caução definitiva: 5% do preço total da adjudicação (das importâncias que o empreiteiro tiver a receber, em cada um dos pagamentos

parciais são deduzidos 5% para garantia do contrato, para reforço da caução definitiva a prestar).10. Preço Base: não há.11. Condições de Admissão: Serão admitidos como concorrentes as entidades inscritas na DSSOPT para execução de obras, bem como

as que à data do concurso, tenham requerido a sua inscrição, neste último caso a admissão é condicionada ao deferimento do pedido de inscrição.

12. Local, dia e hora limite para entrega das propostas:Local: Secção de Atendimento e Expediente Geral da DSSOPT, sita na Estrada de D. Maria II, nº 33, R/C, Macau;Dia e hora limite: dia 18 de Setembro de 2013 (quarta-feira), até às 12:00 horas.Em caso de encerramento desta Direcção de Serviços na hora limite para a entrega de propostas acima mencionada por motivos de tufão ou de força maior, a data e a hora limites estabelecidas para a entrega de propostas serão adiadas para a mesma hora do primeiro dia útil seguinte.

13. Local, dia e hora do acto público:Local: Sala de reunião da DSSOPT, sita na Estrada de D. Maria II, nº 33, 5º andar, Macau;Dia e hora: dia 19 de Setembro de 2013 (quinta-feira), pelas 9:30 horas.Em caso de adiamento da data limite para a entrega de propostas mencionada de acordo com o número 12 ou em caso de encerramento desta Direcção de Serviços na hora estabelecida para o acto público de abertura das propostas acima mencionada por motivos de tufão ou de força maior, a data e a hora estabelecidas para o acto público de abertura das propostas serão adiadas para a mesma hora do primeiro dia útil seguinte.Os concorrentes ou seus representantes deverão estar presentes ao acto público de abertura de propostas para os efeitos previstos no artigo 80º do Decreto-Lei n.º74/99/M, e para esclarecer as eventuais dúvidas relativas aos documentos apresentados no concurso.

14. Local, hora e preço para obtenção da cópia e exame do processo:Local: Departamento de Infra-estruturas da DSSOPT, sita na Estrada de D. Maria II, nº 33, 16º andar, Macau;Hora: horário de expediente (Das 9:00 às 12:45 horas e das 14:30 às 17:00 horas)Na Secção de Contabilidade da DSSOPT, poderão ser solicitadas cópias do processo de concurso ao preço de $110,00 (cento e dez patacas).

15. Critérios de apreciação de propostas e respectivos factores de ponderação:- Preço razoável 60%;- Plano de trabalhos 10%;- Experiência e qualidade em obras 18%;- Integridade e honestidade 12%.

16. Junção de esclarecimentos:Os concorrentes poderão comparecer no Departamento de Infra-estruturas da DSSOPT, sita na Estrada de D. Maria II, nº 33, 16º andar, Macau, a partir de 5 de Setembro de 2013 (inclusivé) e até à data limite para a entrega das propostas, para tomar conhecimento de eventuais esclarecimentos adicionais.

Macau, aos 21 de Agosto de 2013.O Director dos Serviços Jaime Roberto Carion

Concurso PúblicoPrestação de serviços de manutenção e reparação de ecrãs LED e do sistema de pontuação das

instalações desportivas afectas ao Instituto do Desporto

Nos termos previstos no artigo 13.o do Decreto-Lei n.o 63/85/M, de 6 de Julho, e em conformidade com o despacho do Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, de 12 de Agosto de 2013, o Instituto do Desporto vem proceder, em representação do adjudicante, à abertura do concurso público para a prestação de serviços de manutenção e reparação de ecrãs LED e do sistema de pontuação das seguintes instalações desportivas afectas ao Instituto do Desporto durante o período de 01 de Novembro de 2013 a 31 de Outubro de 2015:

Localização Designação das instalações desportivas

Zona do Cotai1 Nave Desportiva dos Jogos da Ásia Oriental de Macau

2 Centro Internacional de Tiro

Zona da Taipa

3 Centro Desportivo Olímpico

4 Campo de futebol/atletismo da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau

5 Centro Desportivo Olímpico - Piscina

Zona de Macau

6 Pavilhão Polidesportivo Tap Seac

7 Centro Desportivo do Colégio D. Bosco

8 Centro Desportivo de Lin Fong

A partir da data da publicação do presente anúncio, os interessados poderão dirigir-se ao balcão de atendimento da sede do Instituto do Desporto, sito na Avenida do Dr. Rodrigo Rodrigues, s/n, Fórum de Macau, Bloco 1, 4.o andar, no horário de expediente, das 09,00 às 13,00 e das 14,30 às 17,30 horas, para consulta do processo do concurso ou para obtenção da cópia do processo, mediante o pagamento da importância de $ 1 000,00 (mil) patacas.

Os interessados deverão comparecer na sede do Instituto do Desporto até à data limite para tomar conhecimento dos eventuais esclarecimentos adicionais.

O prazo para a apresentação das propostas termina às 12,00 horas do dia 18 de Setembro de 2013, não sendo admitidas propostas fora do prazo. Os concorrentes devem apresentar a sua proposta dentro do prazo estabelecido, na sede do Instituto do Desporto, no endereço acima referido, acompanhada de uma caução provisória no valor de $ 40 000,00 (quarenta mil) patacas. Caso o concorrente optar pela garantia bancária, esta deve ser emitida por um estabelecimento bancário legalmente autorizado a exercer actividade na RAEM e à ordem do Fundo de Desenvolvimento Desportivo ou efectuar um depósito em numerário ou em cheque na mesma quantia, na Divisão Administrativa e Financeira na sede do Instituto do Desporto.

O acto público de abertura das propostas do concurso terá lugar no dia 19 de Setembro de 2013, pelas 09,30 horas, no auditório da sede do Instituto do Desporto, sito na Avenida do Dr. Rodrigo Rodrigues, s/n, Fórum de Macau, Bloco 1, 4.o andar.

As propostas são válidas durante 90 dias a contar da data do acto da sua abertura.

Instituto do Desporto, aos 22 de Agosto de 2013.

O Presidente substituto do Instituto, José Tavares.

Page 13: Hoje Macau 28 AGO 2013 #2924

13hoje macau quarta-feira 28.8.2013 VIDA

Apoio subsidiáriopara educaçãosobre a SIDAA Comissão de Luta Contra a Sida vai organizar este ano a “Acção dos Laços Vermelhos na Comunidade”, um Programa de Apoio Subsidiário para a Educação sobre a SIDA. Os objectivos principais são elevar o nível de conhecimentos da sociedade em relação à SIDA e reduzir a transmissão do vírus da SIDA. O programa vai ser tornado público até 18 de Outubro junto das entidades não governamentais, associações, organizações, escolas e organizações subordinadas às escolas, para efeitos da apresentação de pedidos. As actividades subsidiadas devem ser temáticas sobre a SIDA e sem fins lucrativos, podendo assumir diferentes formas. O valor máximo a atribuir a cada item de actividade é de 12 mil patacas.

O S cromossomas são os moldes originais da informação genética. Alojados no núcleo

das células, são um conjunto de moléculas e ADN constantemente requisitados para a produção de proteínas a partir dos genes codi-ficantes nesse ADN. A evolução tornou os cromossomas como caixas-fortes para proteger a informação genética, evitando ao máximo as mutações, que podem ser prejudiciais para os organismos. Mesmo assim, essas mutações ocorrem e, às vezes, não se limitam a um tijolo do ADN, num determinado gene, mas dão-se em porções signi-ficativas de um cromossoma. A essas alte-rações cha-m a m - s e rearranjos cromossó-micos.

As trans-locações são uma classe de rearranjos cro-mossómicos, em que dois cromossomas de tamanhos diferentes trocam uma porção dos braços. Estes rearranjos podem causar o aborto de um em-brião, quando ocorrem nas células sexuais. Mas, se acontecem numa célula de um indivíduo adulto, po-derão estar na origem de cancros.

Para avaliar as consequências deste fenómeno e investigar se estas alterações nos cromosso-mas também poderão ser motores da adaptação e evolução dos organismos, uma equi-pa de investigadores portugueses do Ins-tituto Gulbenkian de Ciência (IGC), em Oeiras, provo-cou translocações e inversões (outro tipo de rearranjo cromossómico) na Schizosaccharomy-ces pombe, uma levedura unicelular muito usada nos la-boratórios.

O resulta-

CORTE E COLAGEM DE CROMOSSOMAS É UMA DAS CHAVES PARA A EVOLUÇÃO DOS ORGANISMOS

Tão parecidos e tão diferentessa Avelar, uma das autoras do artigo.

EFEITOS VARIADOSJá foram documentados rearranjos cromossómicos em várias espé-cies animais, como nas moscas drosófilas, no parasita da malária ou em humanos. Alguns podem ser silenciosos e passarem desper-cebidos de pais para filhos, sem efeitos negativos. Mas, segundo a equipa, esses rearranjos cro-mossómicos que se encontram na natureza já sobreviveram ao teste da evolução e muitos outros não terão sobrevivido.

Os investigadores queriam, assim, criar novos rearranjos

para verificar se essas al-

terações e r am rap ida -mente adoptadas e influenciavam a evo-lução ou se, na maioria dos casos, eram prete-

ridas. Os cromossomas só ficam bem visíveis na altura das células se dividirem, quando a longa

molécu-la de ADN

fica enrolada e apertada entre mui-tas proteínas, que se agregam, forman-do um icónico X. Enquanto os seres

humanos têm 23 pares de cromosso-

mas, incluindo o par de cromossomas sexuais,

a espécie de levedura utilizada pela equipa do IGC só tem três cromossomas durante a maior parte da vida.

Na experiência, o grupo lidera-do por Miguel Godinho Ferreira e Isabel Gordo criou oito transloca-ções diferentes entre cromossomas e mais duas inversões. Imaginando que um cromossoma tem o formato de uma pessoa, uma inversão é como cortar o pescoço e inverter a posição da cabeça, pondo-a ao contrário por cima dos ombros.

A subtileza daqueles dez rear-ranjos cromossómicos feitos no laboratório é que, apesar de ter havido cortes nas longas moléculas de ADN para se rearranjar os cromossomas, os cientistas quiseram garantir que a sequência de ADN resultante man-tinha toda a integridade dos genes. Isto para que os moldes das proteínas

não ficassem potencialmente estragados. Desta forma, tinham a certeza de que

todas as consequências nas células alteradas se deviam unica-

mente a uma nova estrutura destes cromossomas e

não a mutações es-pecíficas no ADN.

Os resultados foram variados. Os cientistas ob-

servaram que, num ambiente perfeito

para o crescimento destas leveduras, alguns rearran-jos cromossómicos produ-

ziram células que cresciam 3% mais do que a variedade

de leveduras-mãe. Mas outras tornaram-se mais lentas, tendo uma desvantagem de 1,5% no crescimento. Este tipo de resposta mudava, contudo, noutros ambien-tes, mostrando que as leveduras mais adaptadas variavam de acordo com o meio.

DAS CÉLULAS CANCEROSASATÉ À EVOLUÇÃO HUMANA“Podemos agora inferir como as células cancerosas, com rearran-jos cromossómicos, conseguem adaptar-se e crescer mais depressa do que as células normais; ou como pessoas com diferentes cromos-somas podem ter problemas de

infertilidade sem se aperceberem disso; e como estes rearranjos cro-mossómicos podem ser mantidos na população sem serem elimina-dos”, diz Miguel Godinho Ferreira no comunicado.

Por outro lado, a equipa identi-ficou uma alteração na actividade (expressão) dos genes que tinham mudado de sítio após os rearranjos feitos nos cromossomas. Nalguns casos, havia um efeito em cadeia, em que esta mudança de expressão genética afectou os três cromosso-mas. Para equipa, esta descoberta é importante. Se duas células têm um padrão de expressão genética diferente apenas por haver no cro-mossoma uma nova localização dos mesmos genes, então os rearranjos cromossómicos que acontecem na natureza podem desempenhar um papel na evolução dos seres vivos. “Os estudos que comparam huma-nos e chimpanzés mostram que mudanças de blocos de genes [nos cromossomas] são importantes para que os genes tenham expres-sões diferentes. Efeitos posicionais como estes podem traduzir-se em variações morfológicas e fisiológi-cas com implicações importantes na evolução”, escrevem os cientis-tas no artigo.

do mostrou que algumas muta-ções podiam originar células com um metabolismo mais rápido, que prevaleciam. Noutros casos, as células passavam a dividir-se mais lentamente, mostrando que o rearranjo cromossómico não era positivo. Mas, uma célula mutada que se dividia menos podia adaptar-se melhor quan-do os investigadores a punham noutro ambiente, conclui o artigo da equipa publicado na última edição da revista Nature Commu-nications. “As nossas estirpes de levedura têm exactamente a

mesma

sequência de ADN. Nós ape-

nas mudámos a localização das sequências dos cromossomas. Deste modo, as nossas experi-ências mostram pela primeira vez os efeitos origina-dos por alterações na arquitectura dos cromossomas”, diz em comunicado Ana Tere-

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14 hoje macau quarta-feira 28.8.2013CULTURA

L UIS Jaime Castillo dirige as escavações nas ruínas da civilização mochica (séculos I ao VII), conhe-

cida pelas suas cidades de barro, em San Ildefonso e San José de Moro. Para além de outros cole-gas, o arqueólogo conta com uma equipa de quatro drones no seu trabalho de investigação. Com as fotografias que cada um deles tira, Castillo pode identificar os muros e as praças, ficando com uma ideia mais aproximada de como seria o traçado da cidade, explica à agência AFP. Além disso, os dados topográficos que recolhem também permitem aos especialistas conce-ber modelos tridimensionais dos sítios arqueológicos – informação preciosa quando as pilhagens ou a erosão fazem com que se degradem rapidamente. O que os arqueólogos demoravam por vezes meses e anos a fazer pode levar agora apenas alguns dias ou semanas.

Os drones estão equipados com um microcomputador, um GPS, uma bússola e um altímetro, deslocando-se depressa e sem di-ficuldades graças à utilização do Google Maps, diz à AFP Andres Flores, o engenheiro que dirige o grupo de investigação de aviões sem piloto da Pontifícia Universi-dade Católica do Peru (PUCP), que tem vindo a desenvolver drones para usos civis. Alguns são teleco-mandados, mas outros trabalham autonomamente, podendo voar entre 40 a 60 minutos e percorrer até 50 km.

AJUDAR NO CULTIVONa agricultura, por exemplo, estes aparelhos que, de longe, se asse-melham simplesmente aos usados no aeromodelismo, estão a ser desenvolvidos para acompanhar a evolução das culturas, avaliando o estado das plantas e a velocidade de crescimento. “São aparelhos pequenos, equipados com câmaras

Maior mostra da Cultura Brasileira na China arranca na terça-feiraA maior mostra da cultura brasileira realizada na China começa na próxima terça-feira em Pequim com um espectáculo do pianista Francis Hime e da mulher, Olívia Hime, dedicado a Vinicius de Moraes, um dos ícones da Bossa Nova. “Nunca se fez aqui nada assim”, realçou um diplomata brasileiro acerca da programação do Mês da Cultura do Brasil na China, que decorrerá de 3 a 29 de Setembro em várias cidades, com exibição de filmes, sessões de música, exposições de fotografia, debates com artistas e outras iniciativas. É o primeiro mês do género organizado pelo governo brasileiro na China e será retribuído em Outubro pela China com a realização de um mês da cultura chinesa no Brasil, de 15 de Outubro a 11 de Novembro. A ministra brasileira da Cultura, Marta Suplicy, visitará entretanto a China, de 11 a 15 de Setembro. A China tornou-se em 2009 o maior parceiro comercial do Brasil, ultrapassando os Estados Unidos. Os dois países têm também um crescente relacionamento político ao nível do G-20 e do bloco de economias emergentes denominado BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

TECNOLOGIA DESENVOLVIDA PARA FINS MILITARES ESTÁ A SER USADA EM PESQUISAS

Drones podem ser arqueólogos voadores

de alta precisão e passam quase despercebidos no céu”, garante Flores.

Na arqueologia peruana, esta tecnologia pode ser agora deter-minante na protecção de centenas e centenas de sítios, muitos deles ameaçados por saqueadores de túmulos e pela exploração mineira e imobiliária, segundo a Reuters.

A rapidez na altura de fazer os levantamentos topográficos e o mapeamento do terreno é de levar em conta, sobretudo depois de si-tuações como a de Julho, quando uma empresa de construção de Lima arrasou uma pirâmide que terá sido construída há 5000 anos,

de acordo com os arqueólogos que agora estudam a possibilidade de a reerguer. No mesmo mês, os habi-tantes de uma pequena cidade nas proximidades da ruína pré-inca de Yanamarca denunciaram mineiros amadores que causaram danos a uma estrutura em pedra com três andares quando procuravam quartzo.

Basta que os drones criem um arquivo digital dos milhares de sí-tios arqueológicos espalhados pelo

Peru para que já estejam a ajudar a protegê-los, defendeu à Reuters Ana Maria Hoyle, arqueóloga que trabalha para o Ministério da Cul-tura de Lima. “Vemo-los como uma ferramenta vital à conservação”, acrescentou.

CEMITÉRIO DE SACERDOTISASLuis Jaime Castillo, que também é investigador da universidade católica de Lima, usa drones há já dois anos em San Jose de Moro, um

sítio que diz ser um cemitério de elite por ali terem sido descobertos vários túmulos de sacerdotisas que sugerem que a civilização mochica ou moche era governada por mu-lheres. O último – e oitavo – a ser identificado em duas décadas de trabalhos tem 1200 anos, noticiou a AFP em Julho.

A câmara funerária é em L e estava coberta com placas de bron-ze em forma de ondas e aves ma-rinhas, tendo as paredes pintadas com motivos a amarelo e vermelho. Junto ao corpo da mulher havia uma máscara e outras oferendas. No túmulo, para além de nichos repletos de peças de cerâmica de vários tamanhos e feitios, há ainda mais sete corpos –dois deles de bebés e três de crianças – “todos sacrificados”, garante Castillo. “Sempre quisemos ter uma visão de pássaro daquilo em que estáva-mos a trabalhar”, diz o arqueólogo. Para isso, foram usando métodos mais caros e com resultados mais incertos, como prender máquinas fotográficas e câmaras a pequenos balões de hélio. Hoje, garante Jeffrey Quilter, arqueólogo da Universidade de Harvard que já trabalhou em vários sítios no Peru, pode construir um drone por 750 euros: “É como ter um bisturi em vez de um pau – é possível controlá-lo com grande precisão”, diz Quilter. “Pode subir a três metros e fotografar um quarto, a 300 e fotografar o sítio, ou pode ir até aos 3000 e fotografar o vale inteiro.” É como se os arqueólogos pudessem voar sobre as ruínas para filmar e fazer medições.

Para a grande maioria do público, o Peru arqueológico co-meça e acaba em Machu Pichu, as espectaculares ruínas do século XV que são património mundial. Mas para os especialistas há mui-tos mais motivos de interesse no passado pré-hispânico do país, como o império Wari que, lembra a Reuters, conquistou os Andes muito antes dos Incas. Há muito por onde escolher – são 13 mil os sítios arqueológicos espalhados por todo o território, muitos deles em lugares de difícil acesso e, por isso, de difícil controlo.

Os arqueólogos não têm dú-vidas de que, em, breve, poderão acelerar os trabalhos em campo com a ajuda sistemática de drones, mas pedem ao governo que interve-nha para criar um enquadramento legal. No país não há diploma algum que regule a actividade destes aparelhos com fins civis e, sobretudo em áreas urbanas, a sua utilização pode levar a queixas de violação da privacidade.

Page 15: Hoje Macau 28 AGO 2013 #2924

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15 culturahoje macau quarta-feira 28.8.2013

Governo da Região Administrativa Especial de MacauFundo de Segurança Social

AvisoEncontra-se aberto recrutamento de ingresso para o preenchimento, em regime de

contrato além do quadro, de um lugar de técnico superior de 2.a classe, 1.º escalão (área de ciências matemáticas ou actuariais), do Fundo de Segurança Social (Recrutamento n.º: Rec01/2013), cujas condições de candidatura são as constantes na página electrónica do FSS (http://www.fss.gov.mo).

Para mais informações, queira contactar o FSS através do telefone n.º 85997110.Aos 27 de Agosto de 2013.

O Presidente do Conselho de AdministraçãoIp Peng Kin

J. D. Salinger, o autor de À Espera no Centeio, que escolheu uma vida solitá-ria e publicou o seu último

original há quase 50 anos, ficará em breve mais acessível. Há uma nova biografia e um documentário a estrear no início de Setembro que, segundo o diário The New York Times, vão lançar um novo olhar à vida e à obra de um dos maiores – e mais misteriosos – escritores norte--americanos de sempre.

Mas as revelações sobre o autor que prezava a sua privaci-dade acima de tudo e que trocou Manhattan por Cornish, uma pe-quena cidade no New Hampshire onde viveu meio século, não ficam por aqui. Garantem a biografia e o documentário, com base em duas fontes anónimas, que os gestores do património de Salinger (o seu filho Matthew e a sua viúva, Col-leen O’Neill) receberam ordens expressas do autor, que morreu em Janeiro de 2010 aos 91 anos, para publicarem cinco obras inéditas entre 2015 e 2020.

N ÃO foram muitos os filmes em que Julie Harris, falecida sá-

bado passado aos 87 anos, participou. Mas um deles marcou indelevelmente a sua carreira e a história de Hollywood – A Leste do Paraíso (1955), o filme que lançou para o estrelato James Dean. Julie Harris, então com 30 anos de idade, era uma sensação nos palcos nova-iorquinos e a sua longa carreira faria dela a “primei-ra dama” de uma era de ouro do teatro americano.

A Leste do Paraíso foi apenas um de entre os re-lativamente poucos filmes em que a actriz participou, raramente em papéis prin-cipais. Mas, ao contrário do que acontece a muitos, Julie Harris soube escolher os papéis, e ao fazê-lo contrace-nou com alguns dos maiores ícones de Hollywood.

É o caso de A Casa Mal-dita (1963), de Robert Wise, um dos grandes clássicos do cinema de terror; ou Re-flexos num Olho Dourado (1967), adaptação de Carson McCullers por John Hus-ton, onde contracenou com Marlon Brando e Elizabeth Taylor; ou Harper, Detecti-ve Privado (1966), um dos policiais-chave dos anos

BIOGRAFIA, DOCUMENTÁRIO E CINCO INÉDITOS SERÃO LANÇADOS EM BREVE

J. D. Salinger vezes sete

VENCEDORA DE SEIS TONYS, FALECEU AOS 87 ANOS

Morreu a actriz Julie Harris

1960, com Paul Newman no principal papel.

Foi, contudo, o teatro que fez o nome desta filha de um banqueiro de Detroit e de uma socialite. A representa-ção tornou-se a sua revolta contra os desejos de uma mãe que sonhava com as colunas sociais, e conseguiu os seus primeiros papéis na Broa-dway quando ainda estava a estudar na Faculdade de Drama de Yale. The Member of the Wedding, adaptação do romance de Carson McCul-lers Frankie e o Casamento, onde interpretava uma meni-na de 12 anos, foi a peça que a revelou, em 1950.

Dois anos depois, em 1952, venceu o primeiro dos seus seis Tonys, os Óscares do teatro americano, pela sua criação de Sally Bowles na peça I Am a Camera, baseada nas histórias de Berlim de Christopher Isherwood (pa-pel que recriaria na versão cinematográfica em 1955). Nomeada por dez vezes para o galardão de Melhor Actriz, a última das quais em 1997, foi a primeira actriz a ganhar o prémio em cinco ocasiões (até hoje, só Angela Lansbury e Audra McDo-nald igualaram o feito); o “desempate” deveu-se a um sexto Tony honorário, pelo

conjunto da sua carreira, atribuído em 2002.

O seu maior sucesso foi a comédia 40 Carats, que este-ve em cena quase dois anos em finais dos anos 1960, mas era mais habitual vê-la em produções de Shakespeare, Anouilh, Ibsen ou Tennessee Williams. Um dos seus Tonys deveu-se ao seu retrato de

Mary Todd Lincoln, a viúva do presidente Abraham Lin-coln, em The Last of Mrs. Lincoln - peça desancada pela crítica que terminou representações após apenas seis semanas. Um outro deveu-se ao seu retrato da poetisa Emily Dickinson no espectáculo a solo The Belle of Amherst, de William Luce.

Para além do teatro e do cinema, Julie Harris esteve igualmente activa na tele-visão, onde participou em inúmeras peças filmadas e telefilmes, e como actriz

convidada em séries como Columbo, Daniel Boone ou Quem Sai aos Seus. No início da década de 1980, fez durante oito anos parte do elenco da série Knots Landing, uma “extensão” californiana da saga Dallas, e ao longo dos últimos anos gravou inúmeras vozes off para séries documentais.

Casada por três vezes, Julie Harris morreu na sua casa do Massachusetts no passado sábado, aos 87 anos de idade, de insuficiência cardíaca.

David Shields e Shane Salerno, os autores da biografia Salinger, já fortemente criticada pelos fa-miliares do autor, que recusaram envolver-se nela ou no documen-tário, avançaram até pormenores sobre os livros que deverão come-çar a sair dentro de dois anos. Uns serão completamente originais, outros, ainda que inéditos, pegarão em personagens já conhecidas do mundo de Salinger. Entre estas personagens estão Holden Caul-field, o protagonista de À Espera no Centeio (The Catcher in the Rye no original, também traduzido como Uma Agulha no Palheiro), romance sobre a angústia adoles-cente nos EUA da década de 1950, que começou por ser banido das livrarias e acabou como leitura obrigatória nos currículos de liceu; e os Glass, uma complicada família que o escritor criou, composta por dois actores de vaudeville e os seus sete filhos.

O naipe de obras a publicar até 2020 inclui ainda, diz o New York Times, um romance que parte

da relação de Salinger com a sua primeira mulher, Sylvia Welter, uma alemã com quem casou logo a seguir à Segunda Guerra Mundial, conflito que o deixou profunda-mente traumatizado (o escritor terá feito parte dos primeiros grupos de soldados americanos a entra-rem nos campos de concentração libertados). É também nos anos da guerra que se baseia outro dos inéditos - uma novela em formato de diário. E para atestar da diver-sidade de interesses do autor, há ainda uma espécie de “manual” sobre a filosofia vedanta.

Ainda segundo o diário norte--americano, Shields e Salerno defendem na nova biografia que Salinger nunca recuperou dos horrores que testemunhou durante a guerra e que toda a sua vida foi “uma missão suicida em câmara lenta”. Para os dois autores, o es-critor começou por tentar lidar com o stress pós-traumático através da arte e, depois, virou-se para a religião: “A guerra destruiu-o en-quanto homem e fez dele um gran-

de artista; a religião ofereceu-lhe conforto espiritual no pós-guerra e matou a sua arte.”

O documentário, com selo da Weinstein Company, estreia a 6 de Setembro e o livro, uma edição da Simon & Schuster, deverá chegar

às livrarias três dias antes. Bio-grafia e documentário partilham o título e um trabalho de investigação de nove anos que envolveu 200 entrevistas a académicos, amigos, colegas, críticos literários, fotó-grafos, jornalistas, fãs ou simples conhecidos, e a consulta de jornais, excertos de livros, correspondên-cia e documentos oficiais.

Shields e Salerno reconhecem também que as anteriores biogra-fias do autor, de Paul Alexander e Kenneth Slawenski, foram funda-mentais, assim como os livros de memórias da sua filha Margaret (Dream Catcher: A Memoir) e de Joyce Maynard (At Home in the World), que manteve uma relação com o escritor.

O retrato que Salinger faz de Salinger expõe a sua “arrogância desmedida”, que comprometeu boa parte das suas relações afecti-vas, e a necessidade de controlar a vida das pessoas que lhe eram mais próximas, isolando-as de um mun-do que ele rejeitava. Além disso, defendem os autores, a família era muitas vezes obrigada a disputar a sua atenção com as personagens que criava. “[Salinger] vai ter direi-to a um segundo acto como nenhum outro escritor teve”, disse Salerno, citado pelo jornal britânico The Independent. “Não há qualquer precedente para isto.”

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16 hoje macau quarta-feira 28.8.2013DESPORTO

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ANÚNCIOCONCURSO PÚBLICO PARA “OBRA DE REMODELAÇÃO DO CENTRO DE DIABETES”

1. Entidade que põe a obra a concurso: Serviços de Saúde.2. Modalidade de concurso: Concurso Público.3. Local de execução da obra: Estrada do Visconde de S. Januário, N.º 9, Macau4. Objecto da Empreitada: O presente concurso público tem por objecto a execução da empreitada relativa à “Obra de Remodelação do Centro de Diabetes”.5. Prazo máximo de execução: setenta e cinco (75) dias.6. Prazo de validade das propostas: o prazo de validade das propostas é de noventa dias, a contar da data do acto público do concurso, prorrogável, nos termos previstos no programa de concurso.7. Tipo de empreitada: por preço global.8. Caução provisória: $50.000,00 (cinquenta mil patacas), a prestar mediante depósito em dinheiro, garantia bancária ou seguro-caução aprovado nos termos legais.9. Cauçãodefinitiva:5%dopreçototaldaadjudicação(dasimportânciasqueoempreiteirotiverareceber,emcadaumdospagamentos parciaissãodeduzidos5%paragarantiadocontrato,parareforçodacauçãodefinitivaaprestar).10. Preço Base: não há.11. Condições de Admissão: Serão admitidos como concorrentes as entidades inscritas na DSSOPT para execução de obras, bem como as que àdatadoconcurso,tenhamrequeridoasuainscrição,nesteúltimocasoaadmissãoécondicionadaaodeferimentodopedidodeinscrição.12. Local, dia e hora limite para entrega das propostas: Local: SecçãodeExpedienteGeraldosServiçosdeSaúde,quesesituanor/cdoEdifíciodoCentroHospitalarCondedeSãoJanuário;

Diaehoralimite:dia17deSetembrode2013(terça-feira),atéàs17:45horas.EmcasodeencerramentodosServiçosPúblicosdaRegiãoAdministrativaEspecialdeMacau,emvirtudedetempestadeoumotivodeforçamaior,adatadotermodarecepçãodaspropostasdosconcorrenteséadiadaparaoprimeirodiaútilseguinte,àmesmahora;

13. Local, dia e hora do acto público:Local:nasalado«Museu»situadajuntoaoC.H.C.S.J;Diaehora:dia18deSetembrode2013(quarta-feira),pelas10:00horas.EmcasodeencerramentodosServiçosPúblicosdaRegiãoAdministrativaEspecialdeMacau,emvirtudedetempestadeoumotivodeforçamaior, a data do acto público de abertura das propostas do concurso público, será adiada para o primeiro dia útil seguinte, à mesma hora.Osconcorrentesouseusrepresentantesdeverãoestarpresentesaoactopúblicodeaberturadepropostasparaosefeitosprevistosnoartigo80.º do Decreto-Lei n.º 74/99/M, e para esclarecer as eventuais dúvidas relativas aos documentos apresentados no concurso.

14. Local, hora e preço para obtenção da cópia e exame do processo:Local:DivisãodeAprovisionamentoeEconomatodosServiçosdeSaúde,sitanaRuaNovaàGuia,n.º335,EdifícioAdministraçãodos

Serviços de Saúde, 1.o andar.Hora:horáriodeexpediente(Das9:00às13:00horasedas14:30às17:30horas).Preço: $68,00 (sessenta e oito patacas).

15. Visita às instalações : OsconcorrentesdeverãocomparecernaCave1daSecçãodePatrimóniosituadanoCentroHospitalarCondedeSãoJanuárionodia30deAgosto de 2013, às 15:00 horas, para visita ao local da obra a que se destina o objecto deste concurso.

16. Critérios de adjudicação:A. Valor total da empreitada 50%B. Melhoradequaçãodoplanoaoobjectodesteconcursopúblicocommaiornívelemaiorgarantiana

áreadequalidade,métododeexecuçãodaobra,gestãodefuncionamento,entendimentodolocaldeexecução e manutenção, bem como uma experiência de trabalhos similares.

15%

C Cronogramadeconstruçãoesempreduranteoperíododeconstrução. 15%D Materiais e equipamentos duradouros de boa qualidade. 10%E Experiência de trabalhos de construção semelhantes executados. 5%F Integridade e honestidade. 5%

Serviços de Saúde, aos 23 de Agosto de 2013.

O Director dos Serviços, SubstitutoChan Wai Sin

MARCO [email protected]

S EGUNDO encon-tro, segunda vitória, segunda goleada. A águia continua a

voar a velocidade de cruzeiro no âmbito do Campeonato de Futebol de Sete da Segunda Divisão. Depois de no início do mês ter goleado a frágil formação do União por seis golos sem resposta, a Casa do Sport Lisboa e Benfica de Macau voltou a vencer e a convencer em partida a contar para o grupo L do se-gundo escalão da “Bolinha”.

Frente ao I Long Hau – formação conhecida por Flora junto da comunidade lusófona – o Benfica domi-nou sem apelo nem agravo. O sete encarnado colocou-se em vantagem ainda durante a primeira metade do desafio, com um golo apontado pelo brasileiro Fabrício Lima,

Vencedor da Volta a Portugalvai assinar pela MovistarO ciclista espanhol Alejandro Marque, vencedor da Volta a Portugal de 2013, vai deixar a OFM-Quinta da Lixa e representar a Movistar na próxima temporada, anunciou a formação espanhola. O espanhol é profissional desde 2004, fazendo até agora todo o seu percurso em Portugal, a começar pelo Carvalhelhos-Boavista, que representou em 2004 e 2005. Seguiram-se Loulé (2006-2007), Tavira (2008-2010), Onda (2011), Carmim-Prio (2012) e finalmente OFM-Quinta da Lixa (2013), pela qual venceu a 75.ª edição da Volta a Portugal. Aos 31 anos, e depois do maior triunfo da carreira, Alejandro Marque vai finalmente correr em “casa”, passando a ser “uma peça importante para a Movistar num calendário de primeiro nível”, segundo a nota publicada pela equipa no seu site oficial.

Deco despede-se do futebol aos 35 anosAjudou a selecção portuguesa a chegar à final do Euro 2004 e às meias-finais do Mundial 2006. Venceu a Taça UEFA e a Liga dos Campeões pelo FC Porto, foi três vezes campeão nacional. O médio luso-brasileiro Deco anunciou nesta segunda-feira, aos 35 anos, o fim da sua carreira como futebolista. “É com muita tristeza e pesar que comunico o fim de minha carreira como atleta profissional. Os últimos minutos na quarta-feira pelo Fluminense foram os últimos dos 17 anos dentro de campo como jogador de futebol”, diz Deco, num comunicado emitido nesta segunda-feira.

BOLINHA BENFICA DERROTA FLORA POR 5-0

À velocidade de cruzeiro

mas foi necessário esperar pela segunda parte para ver as águias do território traduzirem em golos a su-perioridade que exerceram dentro de campo.

Muito activo no miolo do terreno encarnado, Fabrício Lima foi o primeiro a levar perigo ao último reduto encarnado, não estava ainda volvido um minuto sobre o reatar do desafio. O brasilei-ro tentou a sorte em posição frontal à baliza do sete da Flora, mas viu um defesa adversário impedir o golo com um corte providencial.

O segundo tento estava, no entanto, anunciado e acabou por surgir menos de um minuto depois, com o macaense Vinício Morais Alves a marcar, com um remate colocado desferido do meio da rua, em posição frontal à baliza do I Long Hau. A tentativa rasteira

não encontrou oposição e só repousou no fundo das redes da formação da Flora.

O IRREQUIETO FABRÍCIOO Benfica continuou a ter em Fabrício Lima um dos seus principais impulsionadores. O avançado brasileiro esteve em destaque aos 34 minutos, ao rematar ao ferro da baliza adversária, num lance que acabou por ser inviabilizado pelo trio de arbitragem por alegada posição irregular do “canarinho”. Inconformado, Lima não baixou os braços e esteve, três minutos depois, na origem da jogada que resultou no terceiro golo da partida, ao fazer a abertura para o golo fácil do camisola 8 do Benfica.

Com uma dinâmica in-vulgar na frente de ataque do conjunto encarnado, Fabrício Lima voltou a chamar a si o protagonismo pouco depois, ao assinar nova boa jogada

individual e a abrir para o remate de René Soares, atleta que regressou recentemente a Macau depois de uma primeira experiência com a camisola do Monte Carlo. René não marcou à primeira, mas marcou à segunda. Aos 18 minutos, o dianteiro brasileiro emendou à boca da baliza da Flora e dilatou para quatro a zero a vantagem construída pelo Benfica.

O momento alto do desafio acabaria por surgir a quatro minutos dos cin-quenta regulamentares, com Fernando Silva a encerrar a contagem com um remate cruzado, desferido de fora da área da formação adversária. O veterano, que dirige a equipa nas lides da “Boli-nha”, marcou pelo segundo jogo consecutivo, depois de também ter contribuído para o triunfo encarnado frente ao União, em partida a contar para a primeira ronda da prova. Noutro desafio ontem disputado, a contar para a série A do Campeonato de Futebol de Sete da Primeira Divisão, o Windsor Arch Ka I levou a melhor sobre o Grupo Desportivo da Polícia de Segurança Pública por duas bolas a zero com golos marcados por Cláudio, aos 30 minutos, e Christopher Nwarou, aos 49, ambos atra-vés da marcação de grandes penalidades.

O Benfica desafiou esta segunda-feira, através de um comunicado, o presidente

do Comité Olímpico de Portugal (COP), José Manuel Constantino, a apresentar a demissão. Em causa estão as críticas feitas pelo dirigente à gestão de Luís Filipe Vieira na Luz. “Um bom treinador será sempre penalizado num clube com deficiências e carências organiza-tivas. Mas um mau treinador não vence por melhor que seja a organização. O problema do futebol do Benfica é de ambos os domínios. Vive de memórias. E chegou tarde ao com-boio dos tempos actuais e das exigências que a organização desportiva requer”, começou por escrever Constantino, na sua conta do Facebook, na sexta-feira de manhã.

Entre outras críticas, o líder do COP acusa a actual direcção de “populismo” e de mascarar a crise de resultados com anúncio de contratações. Palavras que foram muito mal recebidas na Luz.

Esta segunda-feira, os “encarnados” rea-giram de forma dura. Lembrando que o clube “contou com a presença de 15 atletas que inte-

gram os seus quadros” nos dois últimos Jogos Olímpicos, e que actualmente “trabalha com dezenas de atletas, criando e proporcionado todas as condições de trabalho necessárias para que pensem única e exclusivamente” em competir, a direcção do Benfica convida José Manuel Constantino a demitir-se. “O presidente do COP não percebe que na base do Desporto, e na base da representação olímpica nacional, estão as federações e os clubes. Não compreende que antes de criticar para fora, tem de resolver os problemas que têm dentro, e não são poucos”, pode ler-se no comunicado publicado no site do clube. “A direcção do Sport Lisboa e Benfica considera que o Presidente do Comité Olímpico Portu-guês violou de forma grosseira os deveres de isenção, imparcialidade e independência que são essenciais no exercício das suas funções, razão pela qual entende que só resta um caminho ao presidente do COP, apresentar a sua demissão”, conclui, revelando que se recusa a “manter mais qualquer contacto institucional” com o organismo.

Benfica pede demissão do presidente do Comité Olímpico

Page 17: Hoje Macau 28 AGO 2013 #2924

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Sala 2 PERCY JACKSON:THE SEA OF MONSTERS [B]Um filme de: Thor Freudenthalcom: Logan Lerman, Sean Bean14.30, 16.30, 21.30

PERCY JACKSON:THE SEA OF MONSTERS [3D] [B]Um filme de: Thor Freudenthalcom: Logan Lerman, Sean Bean19.30

Sala 3WHITE HOUSE DOWN [C]Um filme de: Roland Emmerichcom: Channing Tatum, Jamie Foxx, Maggie Gyllenhaal, Jason Clarke14.15, 16.45, 19.15, 21.45

TDM13:00 TDM News - Repetição13:30 Telejornal + 360° (Diferido)14:30 RTPi DIRECTO18:30 Caminho das Índias (Repetição) 19:30 Vingança20:30 Telejornal21:00 Não me Sai da Cabeça21:30 Memória Chinesa22:10 Caminho das Índias 23:00 TDM News23:30 Resumo Liga dos Campeões23:45 A Guerra00:45 Telejornal (Repetição)01:15 RTPi DIRECTO

RTPi 8214:00 Telejornal Madeira14:30 Biosfera15:05 Portugal Tal e Qual15:35 Conversas do Triângulo16:00 Bom Dia Portugal17:00 Destinos pt 17:15 Verão Cá Dentro18:15 O Teu Olhar (Telenovela)19:00 Memórias de Um Rio – Avieiros, os Nómadas do Tejo20:00 Jornal da Tarde 21:15 O Preço Certo 22:00 Alta Pressão22:30 Verão Total

30 - FOX Sports13:00 Liga Bbva 2013/14Atletico de Madrid vs. Rayo Vallecano14:30 NASCAR Sprint Cup Series 2013 - Highlights15:30 US Women’s Amateur Championship 201317:30 The Barclays18:30 UFC Unleashed19:30 (LIVE) FOX SPORTS Central20:00 The Football Review 2012-201320:30 Liga Bbva 2013/14 Highlights21:00 The Barclays22:00 FOX SPORTS Central22:30 The Football Review 2012-201323:00 Liga Bbva 2013/14 Highlights23:30 Dutch Eredivisie 2013/14 Highlights

31 - STAR Sports13:00 Indian Badminton League 2013 Hyderabad Hotshots vs. Banga Beats16:00 Max Power 201317:00 The Football Review 2012-201317:30 Golf Focus 201318:00 Liga Bbva 2013/14 Granada CF vs. Real Madrid CF19:30 MotoGP World Championship 2013 - Main Races Grand Prix Ceske Republiky 21:00 Smash 201321:30 (LIVE) Score Tonight 201322:00 FIM Junior World Championship 2013 - Highlights22:20 (LIVE) Indian Badminton League 2013 Semifinal 1

40 - FOX Movies11:15 The Proposal13:05 The International15:05 Frankenweenie16:35 Hit & Run18:15 Ghost Rider20:05 True Justice21:00 The Karate Kid23:20 Diary Of A Wimpy Kid00:55 Fantastic Four

41 - HBO13:00 Hunted 14:00 Haywire15:30 Charlie And The Chocolate Factory17:30 Hbo Central18:00 The Hunt For Red October20:15 Terminator 322:00 The Five-Year Engagement00:00 The Last Exorcism

42 - Cinemax12:00 The Fan14:00 The Hard Corps16:00 The Liquidator18:00 The Perfect Weapon19:45 Top Gun22:00 A Guy Thing23:45 Middle Men

WHITE HOUSE DOWN

Há coisas que me deixam com o pêlo em pé e uma delas é a quantidade de turistas que todos os dias invadem as nossas ruas. Mas, mais ainda do que isso é a posição da nossa Direcção dos Serviços de Turismo, quando diz que não se pode limitar a entrada de turistas porque “não se pode limitar a liberdade das pessoas”. Ora, por certo quem diz isto não tem de andar diariamente ali no Leal Senado ou na San Ma Lou ou a apanhar os autocarros na Avenida Infante D. Henrique. É que se tivesse, com certeza iria pensar que “ao não limitarmos a liberdade” aos nossos queridos turistas – que nos alimentam, pois claro – está-se a limitar a liberdade aos residentes. Pois, há esse pequeno pormenor. É que quem cá vive, cada vez menos consegue andar sem ser pisado, empurrado ou... andar. É todos os dias, mas aos fins-de-semana mais vale ficar em casa. Prova disso foi o sábado passado, quando os passeios que ligavam a San Ma Lou à paragem de autocarros da Infante D. Henrique na direcção da Taipa parecia que tinha levado com todas aquelas baratas que fugiram de um viveiro na China, eram tantas as pessoas (sem ofensas, mera comparação). Era tal o aglomerado de guarda-chuvas e guarda-sóis, pessoas, malas, sacos de bolachas da Kou Kei, sacos com leite em pó e turistas de mapas abertos, que havia pessoas a andar no meio das estradas. Mas nada. Limitar o quê? É abrir as portas e deixar tudo entrar. Afinal, são os turistas que trabalham para a nossa economia. Ok, eu percebo isso tudo. Mas então deixo aqui uma hipótese: criem um corredor só para turistas ali na San Ma Lou e na Infante D. Henrique. Até pode ser separado só com uma fita, mas um sítio para os turistas andarem e outro para os residentes. Só para que se consiga fazer realmente o que se deve fazer num passeio: andar.

TUA • Claudia PiñeiroUm coração desenhado com batom, atravessado por um «Gosto de ti» e assinado por alguém que se autodenomina «Tua» revela a Inés que o marido a anda a enganar. O que se segue não é apenas um thriller verti-ginoso e cativante, mas também um retrato implacável da vida familiar da classe média. Claudia Piñeiro capta com genialidade os tons das vozes não apenas da sociedade argentina, mas as das sociedades ociden-tais. Neste caso, a de uma dona de casa disposta a tudo para conservar o casamento e as aparências.

CAMÕES NO ORIENTE • Eduardo RibeiroCom quem e quando veio Camões para Macau? Em que qualidade veio ele para a China? A quem deveu ele a ocupação do cargo de provedor de defuntos da Viagem para a China e o Japão? Era a Dinamene da lírica a «moça china» que viveu com ele e morreu no naufrágio na latitude do Mecom? Estas são algumas questões a que Eduardo Ribeiro dá resposta no recentemente lançado Camões no Oriente. Desde o momento da par-tida do Reino em 1553 à torna-viagem em 1570 e, depois, os últimos dez anos de vida, o livro aborda tudo o que interessa à passagem de Camões por Macau, beneficiando das reflexões e descobertas do autor desde que publicou a sua primeira obra sobre o tema em 2007.

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18 hoje macau quarta-feira 28.8.2013OPINIÃO

Fernando SantoSin Jornal de Notícias

O S juízes do Tribunal Cons-titucional constituem-se numa guarda avançada do Estado de Direito. São 13 e dispõem de rituais tão marcados - como o silêncio - quanto o peso da responsabilidade específica de que estão investidos.

Todas as leis, de um modo geral, e a Constituição, de forma parti-cular, articulam-se em paredes--meias de um templo entregue (e bem) a um conjunto de guardiões de cuja competência é aconselhá-vel não duvidar - embora não faça sentido a actual mania de considerar o Palácio Ratton como uma câmara hiperbárica, isto é, espaço livre de qualquer ponta de contaminação.

Espécimes a preservar para a vitalida-de da democracia, os senhores juízes do Tribunal Constitucional estão em fase de actividade inusual, seja pelo curto espaço de manobra deixado pelos credores do país ao Executivo para atingir as exigentes me-tas do défice público, seja por obra e graça da modernice lamentável de os políticos

Espécimes a preservar para a vitalidade da democracia, os senhores juízes do Tribunal Constitucional estão em fase de actividade inusual, seja pelo curto espaço de manobra deixado pelos credores do país ao Executivo para atingir as exigentes metas do défice público, seja por obra e graça da modernice lamentável de os políticos preferirem atirar as decisões difíceis para o regaço da Justiça, em vez de se atravessarem no jogo democrático das convicções

A Constituição em regime de turnos

preferirem atirar as decisões difíceis para o regaço da Justiça, em vez de se atravessarem no jogo democrático das convicções.

Se antes ainda destas novas canseiras já os senhores juízes viviam sob o estatuto especialíssimo de poderem reformar-se com 40 anos de idade e 10 de serviço, sejamos magnânimos: agora latejam mais das me-ninges e ficam mais perto de encontrar um argumento para justificar o privilégio.

O prazo excepcional para a reforma dos juízes do Tribunal Constitucional é tão dis-cutível como a aparente indisponibilidade para responder em idêntica moeda com o seu pronunciamento em pleno Verão a duas

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matérias não comezinhas: a lei de limitação de mandatos autárquicos, até ao dia 4 de Setembro, e o sistema de requalificação dos funcionários públicos proposto pelo Gover-no e gerador de um pedido de fiscalização preventiva do presidente da República e cuja conclusão deve ser emitida até dia 9.

Usufruindo do regime geral das férias judiciais, os senhores magistrados do Pa-lácio Ratton podem marcar férias entre 15 de Agosto e 14 de Setembro. Tê-lo-ão feito este ano longe de adivinharem os prazos apertados para a decisão de duas matérias tão vitais para o sistema democrático e a vida de milhares e milhares de cidadãos. E,

sem contraditório até agora, fixados estão no gozo pleno desse direito, ficando o Tri-bunal Constitucional a funcionar segundo um regime de turnos previamente definidos.

O calendário não é amovível - como parece ser também o caso das férias dos magistrados do Tribunal Constitucional.

Até 9 de Setembro há, então, necessidade de aclarar matérias de enorme impacto e tudo aponta virem a ser alvo de veredicto de apenas sete juízes - os que estão de tur-no. Ou seja: segundo a pura matemática, bastarão quatro cérebros para tomadas de decisão e sobre as quais se aconselharia a intervenção do número máximo de juízes, dispensando-se suspeitas, por mais leves que sejam (ou fossem).

Sem flexibilizar as férias, de modo a responderem na plenitude às exigências de clarificação de assuntos impactantes, os ju-ízes do Tribunal Constitucional andam mal.

Dão de si uma má imagem, ao ponto de ficar sem se perceber a necessidade de serem pagos os ordenados de 13 quando bastam bem menos para tomar decisões.

A tendência geral para bater pala a tudo quanto sai do mundo da Justiça tem limites. Sobretudo se e quando os protagonistas se colocam a jeito.

Page 19: Hoje Macau 28 AGO 2013 #2924

19 opinião

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editor Gonçalo Lobo Pinheiro Redacção Andreia Sofia Silva; Cecilia Lin; Joana de Freitas; José C. Mendes; Rita Marques Ramos; Zhou Xuefei [estagiária] Colaboradores Amélia Vieira; Ana Cristina Alves; António Falcão; António Graça de Abreu; Hugo Pinto; José Simões Morais; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Tiago Quadros Colunistas Arnaldo Gonçalves; David Chan; Fernando Eloy ; Fernando Vinhais Guedes; Gonçalo Alvim; Helder Fernando; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia António Falcão, Gonçalo Lobo Pinheiro; Tiago Alcântara; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

RicaRdo Pinhotwitter.com/ricardo

O artista trabalha para a arte. O oportunista trabalha em arte.

disse-me um passarinho...

hoje macau quarta-feira 28.8.2013

José antónio saRaivain Sol

A semana passada trouxe boas notícias ao país. E não digo ‘ao Governo’, pois o sucesso do Gover-no é o sucesso do país.

As boas notícias não se resumiram à inversão do sinal do PIB, que passou de negativo a positivo, sendo mesmo – de forma

absolutamente inesperada – o mais elevado da Europa.

Nem ao aumento das exportações, con-firmando a tendência anterior.

Nem à diminuição do desemprego.É que estas boas notícias vieram juntar-

-se a outras já conhecidas: o aumento da poupança das famílias, a diminuição das im-portações, o superavit da balança comercial.

Tem-se a sensação de que o país começa a entrar nos carris.

Isto coincide praticamente com o início de funções do ‘novo’ Governo, empossado após as demissões de Vítor Gaspar e Paulo Portas, e o episódio do ‘compromisso de salvação nacional’.

Critiquei muito esta iniciativa do PR, mas ela teve o mérito de produzir um corte no tempo, como se na trajectória do Governo houvesse um recomeço.

Um recomeço que, para lá de propiciar à coligação um segundo fôlego, enfraqueceu o PS e retirou-lhe a bandeira das eleições antecipadas, além de afastar ainda mais a extrema-esquerda da área do poder.

Ora, foi nesta precisa altura que vieram a público as excelentes notícias da economia.

Os dados revelados há oito dias pelo INE vêm aparentemente dar razão à política seguida por Vítor Gaspar, e ‘recuperam’ o sacrificado ex-ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira.

Provavelmente, a história dar-lhes-á razão.Mas, se assim for, então pergunta-se:

por que quer o Governo ‘mudar de ciclo’?Se for verdade que esta política começa

a dar frutos, o necessário é mantê-la e não alterá-la.

Oiço pessoas, mesmo da área governa-mental, dizerem: agora não podemos perder este balanço e temos de tomar medidas positivas para não voltarmos atrás.

Muita gente no Governo e fora dele contesta uma profunda reforma do Estado, argumentando que os cortes daí resultantes podem vir a estragar o que já se conseguiu

Afinal, a política era boa?Ora, se foi a política de austeridade que

nos começou a tirar do buraco, por que razão a devemos abandonar?

Aliás, os sinais positivos que se observam não têm só que ver com números.

Têm também que ver com uma nova atitude das pessoas.

Muita gente que estava encostada ao Esta-do, aos subsídios, etc., teve de se fazer à vida.

Muitas empresas que não tinham via-bilidade económica fecharam as portas, ‘limpando’ o tecido económico de muitos pesos mortos.

O consumo diminuiu, provocando uma retracção do mercado interno, o que também teve consequências positivas: o aumento das poupanças e a redução das importações, melhorando a balança comercial e as contas externas.

As exportações aumentaram exponen-cialmente, em consequência das dificuldades no mercado interno e da nova atitude dos empresários.

A crise também contribuiu para abrandar drasticamente a construção civil e as obras públicas, que consumiam muitos recursos financeiros de forma não reprodutiva.

Finalmente, o desemprego levou muita gente a regressar à agricultura.

Acredito, pois, que a economia portugue-sa esteja hoje mais saudável do que estava há dois anos.

Mas há ainda uma questão a colocar, que é a reforma do Estado.

Muita gente no Governo e fora dele contesta uma profunda reforma do Estado, argumentando que os cortes daí resultantes podem vir a estragar o que já se conseguiu.

RUTH

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Ora, na lógica do que atrás ficou escrito, a verdade é outra: o crescimento que começou a esboçar-se só se tornará sustentável se hou-ver grandes cortes na despesa pública – que diminuam o défice, evitem o endividamento público galopante e permitam a prazo baixar impostos e libertar recursos financeiros para a economia.

A reforma do Estado é indispensável para aumentar o dinamismo económico e consolidar o crescimento.

Os dados do INE desmentiram frontal-mente aqueles que andaram dois anos a dizer que “estava provado” (sic) que esta política era “completamente errada” e nos conduzia ao abismo; e que exigiam uma mudança radical de rumo ou mesmo a demissão do Governo.

Se não pode dizer-se que já saímos da crise, se é cedo para embandeirar em arco, se é necessária cautela, pelo menos também já ninguém pode afirmar que estamos metidos numa ‘espiral recessiva’ e que por este caminho vamos necessa-riamente de mal a pior.

Já agora, não ficaria mal a certas pes-soas de pouca fé como António Capucho, Freitas do Amaral, Bagão Félix, Manuela Ferreira Leite, Mário Soares, etc., que andaram diariamente a exortar o povo a revoltar-se contra esta política, fazerem já não digo um mea culpa mas pelo me-nos um reconhecimento público de que poderiam estar errados.

Nunca tive dúvidas sobre o caminho da austeridade, pela simples razão de que não havia outro.

A aposta feita por Sócrates – baseada num modelo em que o Estado se endivida-va para investir em obras públicas e tentar assumir-se como locomotiva da economia – revelou-se profundamente errada, pois a dívida pública cresceu em flecha mas a economia não cresceu nada.

Com o conjunto de dados agora divulga-do, Portugal voltou a ter esperança.

Mas o segredo é continuar – e não inverter o caminho que vinha a ser seguido.

O pior de tudo seria o Governo inebriar--se, arrepiar caminho na consolidação das contas públicas e meter na gaveta a reforma do Estado.

Se o caminho seguido não era afinal tão errado como se dizia, então há que prossegui--lo e não renegá-lo.

Page 20: Hoje Macau 28 AGO 2013 #2924

ESCOLA PORTUGUESA ZÉLIA MIEIRO FALA SOBRE A NOVA DIRECÇÃO

“Não vou substituir Edith Silva”

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hoje macau quarta-feira 28.8.2013

Mandela está estável mas continua em estado críticoO ex-presidente sul-africano Nelson Mandela continua em estado crítico mas estável, informou o presidente Jacob Zuma numa discurso na Malásia. «O ex-presidente Mandela continua no hospital, onde recebe atendimento, e permanece em estado crítico mas estável», declarou Zuma após receber um prémio em nome de Mandela da «Mahathir Global Peace Foundation», devido à sua contribuição para a paz. Mandela está hospitalizado há mais de dois meses numa unidade hospitalar de Pretória, por uma infecção pulmonar.

Japão Central nuclear anuncia medidas de emergênciaUma semana depois da ter sido revelado que havia fugas de água radioactiva de um dos tanques da fábrica de Fukushima, a empresa Tokyo Electric Power, Tepco, revelou o plano de acção para travar as fugas. De entre as medidas adoptadas pela Tepco está a criação de uma delegação especial de trabalhadores para vigiar as unidades de armazenamento, a instalação de indicadores para calibrar o nível de água acumulada e a realização de controlos adicionais das válvulas de drenagem. «Após ter em consideração a opinião de grupos de analistas e realizar reuniões ao nível nacional, continuamos a esforçarmos para resolver este problema», afirmou a Tepco em comunicado. Pelo menos 300 toneladas de água com índices elevados de radiação foram libertadas numa fuga na central nuclear de Fukushima. Recorde-se que a central nuclear foi, em Março de 2011, atingida por um sismo e um tsunami, perdendo os sistemas de arrefecimento, antes de ocorrerem no local uma série de explosões.

Rooney não vai apresentar pedido de transferênciaA Imprensa inglesa garante que o goleador inglês Wayne Rooney não vai interpor junto do Manchester United o pedido de transferência. De acordo com a Sky Sports, Rooney não pretende seguir o caminho de requerer, por escrito, como é hábito nos clubes ingleses, a transferência e essa situação irá inviabilizar a saída para o Chelsea, pelo que o treinador José Mourinho será forçado a contratar outro avançado.

Rússia Deputado quer proibir gays de doar sangueMais um tema para o polémico tratamento que o governo russo está a dar aos homossexuais: um deputado pretende limitar as doações de sangue aos gays, permitidas desde 2008. Mikhail Dyegtyaryov justifica a medida, dizendo que ajudará a conter a propagação do vírus da SIDA. Citado pela agência Interfax, o projecto de lei será entregue no parlamento. «Vamos sugerir esta emenda à lei das doações de sangue e colocar os homossexuais na lista dos dadores contra-indicados», declarou. Dyegtyaryov, que será também candidato à câmara de Moscovo, disse que a medida não poderá ser considerada discriminatória, uma vez que «65 por cento das pessoas com HIV são homossexuais». O disse ainda que está em estudo um projecto de lei que prevê que o Estado suporte os custos de uma primeira consulta médica para os que «querem mudar a sua orientação de homossexual para heterossexual».

Coreia do Norte quis exportar máscaras de gás para SíriaO diário japonês Sankei Shimbun, noticiou ontem que a Coreia do Norte terá tentado exportar máscaras de gás para a Síria, mas o carregamento foi apreendido na fronteira da Turquia. Um navio libanês identificado como «Al En Ti Sar» partiu da Coreia do Norte com destino à Síria com o carregamento mas já era alvo de investigação por parte do exército dos Estados Unidos e dos serviços de informações da Coreia do Sul e do Japão. Os militares norte-americanos seguiram o navio em coordenação com outros países e acabaram por interceptar a embarcação na Turquia.

Madonna recebeu 930 milhões de patacasMadonna, a eterna rainha da Pop, foi a celebridade mais bem paga do mundo no ano passado, revela esta terça-feira a prestigiada revista Forbes. A cantora amealhou cerca de 930 milhões de patacas. Em segundo lugar na lista está o realizador Steven Spielberg, com um total de 750 milhões de patacas, fruto da reedição em 3D do clássico Jurassic Park, como forma de assinalar os 20 anos da estreia, e do êxito de Lincoln, vencedor da última edição dos Óscares. A fechar o pódio ficaram a escritora E.L. James, autora dos livros As 50 Sombras de Grey, o entertainer Simon Cowell e o humorista norte-americano Howard Stern, todos arrecadaram aproximadamente 710 milhões de patacas.

cartoonpor Stephff

ANDREIA SOFIA [email protected]

“N ÃO vou substituir a doutora Edith Silva, de fonte segura. Mas

quem vai anunciar isso é a fun-dação e não compete à doutora Edith Silva falar neste momen-to, muito menos a mim. Esse anúncio será feito em breve, dentro de dias.”

É desta forma que Zélia Mieiro, docente na Escola Portuguesa de Macau (EPM)

comenta ao HM a notícia avan-çada ontem pela Rádio Macau, que apontou que a professora e Manuel Machado iriam compor a nova direcção. A Rádio Macau citou as declarações de Fernando Silva, presidente da Associação de Pais da EPM. “Se a nova direcção é com as pessoas que me disseram – o Dr. Manuel Machado e a Dra. Zélia –, eu espero uma continuidade, já que eles faziam parte da estrutura di-rectiva. Não vejo assim grandes problemas na continuidade do

trabalho que a Dra. Edith tem vindo a desenvolver.”

Contudo, José Sales Mar-ques, presidente da Fundação da EPM, não quis avançar à Rádio quaisquer nomes. “Já foi encontrada uma solução, que naturalmente aposta na continui-dade e no trabalho que algumas pessoas têm vindo a desenvolver na EPM há algum tempo.” Sales Marques também não confirmou nem desmentiu que o lugar de Edith Silva irá ser ocupado pelo vice-presidente da escola, Manuel Machado. Mas deixa a promessa de que antes de 9 de Setembro, dia em que arranca o ano lectivo 2013-2014, a nova direcção já vai estar em funções.

A saída de Edith Silva do cargo que ocupou durante 15 anos, aconteceu por motivos de saúde e já tinha sido noticiada pelo jornal inglês Macau Daily Times.

Também à Rádio, Fernando Silva lamentou que Edith Silva abandone a direcção da escola por “motivos de saúde” e deixa elogios ao trabalho realizado. “O trabalho que ela tem tido ao longo dos últimos 15 anos de Escola Portuguesa tem sido es-forçado e dado frutos”, sublinha Fernando Silva.

Em jeito de balanço, Sales Marques frisa à Rádio Macau o papel de Edith Silva no projecto Escola Portuguesa, desde 1998. “Foram anos de grande esforço e sacrifício. Já tinha vindo a fazer um trabalho em Macau, como responsável dos Serviços de Edu-cação e também como deputada. A abertura da escola, em circuns-tâncias novas e com muitos pontos de interrogação relativamente ao próprio modelo e ao seu funcio-namento futuro, exigiram da sua parte uma grande capacidade de visão e de acreditar no projecto”, destaca Sales Marques.

ONU NA SÍRIA

O nome de Zélia Mieiro foi ontem avançado como fazendo parte da nova direcção da Escola Portuguesa de Macau, mas ao HM a docente é peremptória ao afirmar que não vai ser a nova directora da instituição