Hooponopono o caminho mais fácil comentado por lauro ribeiro

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1 Apresentação. Caro(a) amigo(a), Baixei esse pequeno livro na internet e fiquei encantado com ele. Antes havia lido o artigo de autoria de Joe Vitale sobre a Ho’oponopono, o método de cura hawaiana. Esse livro vai além do artigo e analisa o processo sendo aplicado em todos os aspectos da vida. Como estava em tradução digital e por isso mesmo com muitos erros de grafias, concordâncias, regência e palavras trocadas, ousei fazer uma revisão e em alguns momentos uma adaptação. O método de cura hawaiana consiste basicamente em praticar o perdão, sobretudo o auto-perdão, o controle da mente, a tolerância para com as atitudes do próximo, a não resistência e em assumir a total responsabilidade sobre nossos sentimentos. Essa filosofia teve vários defensores e praticantes na terra: Jesus Cristo, Gandhi, Buda, Martin Luther King, São Francisco de Assis, etc. Mas é sempre bom recordar e renovar ou implantar esses valores em nós mesmos, lendo essa pequena e valiosa obra que nos fala numa linguagem suave, simples e envolvente. Não consegui descobrir o nome e demais dados da autora. Deu para saber que seu primeiro nome é Mabel, que é argentina, judia e contadora. Todo o resto é uma incógnita para mim. Cometi a ousadia de inserir alguns comentários meus distribuídos no decorrer do livro. Desculpem mas não resisti. Esses comentários foram inseridos em fonte diferente e na cor azul, assim como essa apresentação. Caso o leitor queira ignorá-los, basta ler somente os escritos em preto. Gostaria de me apresentar a você. Sou Lauro Ribeiro e me considero ser o que se costuma chamar de um “buscador”. Desde a adolescência busco compreender a vida, descobrir o segredo da felicidade e da realização pessoal. Sempre me interessei por literaturas, filmes, e outros instrumentos que motivam, induzindo à busca do
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Apresentação. Caro(a) amigo(a), Baixei esse pequeno livro na internet e

fiquei encantado com ele. Antes havia lido o artigo de autoria de Joe Vitale sobre a Ho’oponopono, o método de cura hawaiana. Esse livro vai além do artigo e analisa o processo sendo aplicado em todos os aspectos da vida. Como estava em tradução digital e por isso mesmo com muitos erros de grafias, concordâncias, regência e palavras trocadas, ousei fazer uma revisão e em alguns momentos uma adaptação.

O método de cura hawaiana consiste basicamente em praticar o perdão, sobretudo o auto-perdão, o controle da mente, a tolerância para com as atitudes do próximo, a não resistência e em assumir a total responsabilidade sobre nossos sentimentos. Essa filosofia teve vários defensores e praticantes na terra: Jesus Cristo, Gandhi, Buda, Martin Luther King, São Francisco de Assis, etc. Mas é sempre bom recordar e renovar ou implantar esses valores em nós mesmos, lendo essa pequena e valiosa obra que nos fala numa linguagem suave, simples e envolvente.

Não consegui descobrir o nome e demais dados da autora. Deu para saber que seu primeiro nome é Mabel, que é argentina, judia e contadora. Todo o resto é uma incógnita para mim.

Cometi a ousadia de inserir alguns comentários meus distribuídos no decorrer do livro. Desculpem mas não resisti. Esses comentários foram inseridos em fonte diferente e na cor azul, assim como essa apresentação. Caso o leitor queira ignorá-los, basta ler somente os escritos em preto.

Gostaria de me apresentar a você. Sou Lauro Ribeiro e me considero ser o que se costuma chamar de um “buscador”. Desde a adolescência busco compreender a vida, descobrir o segredo da felicidade e da realização pessoal. Sempre me interessei por literaturas, filmes, e outros instrumentos que motivam, induzindo à busca do

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auto conhecimento e do desabrochar das potencialidades latentes do ser humano, que são infinitas e surpreendentes. Já li muita coisa a respeito, vários autores e ainda leio. Sou viciado em leitura e gosto também de escrever. Indentifico-me com todas as comunidades do Orkut que seguem essa linha: O Segredo, Pensamentos Positivos, Visualizações, Poder do Agora, Meditações, espiritualismo, etc. Exerço a atividade de escritor de forma semi-profissional, atuando como revisor, adaptador, comentarista de obras literárias, textos publicitários, etc. Atuo também como ghost-writer e biógrafo.

Se você está lendo essas linhas é porque

também é um buscador, assim como eu. Eu te desejo uma boa busca e fico feliz em tê-lo como companheiro de viagem, essa viagem fascinante pra dentro de nós mesmos onde estão todas as respostas.

Boa leitura. O CAMINHO MAIS FÁCIL – HO’OPONOPONO (A

CURA HAWAIANA) PREFÁCIO Desde pequena sabia que era portadora de um

segredo, sabia que obteria tudo que desejasse. Mas tinha a crença de que teria que trabalhar muito para conseguir, que tudo teria um preço, e esse preço seria muito caro.

Logo consegui tudo o que alguém poderia desejar

materialmente e emocionalmente falando: casa e carros novos, dinheiro para viagens, compras, um marido que me adorava e dois filhos sadios e preciosos. Entretanto eu não era feliz, pelo contrário era muito irritada.

Um dia vi que meu filho maior, Jonathan, estava com o

mesmo comportamento, com a mesma irritação que eu sentia. Isso

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foi um golpe muito grande para mim, fez com que eu despertasse e sentisse que deveria fazer algo a respeito. Aquilo teria que parar.

Nesse momento comecei minha busca. Meu primeiro

seminário foi sobre o tema Irritações, com o Dr. Hill, a quem fiquei imensamente grata por tudo que me ensinou. Em seguida pratiquei yoga e visualizações com a Anna, o que me permitiu entrar em contato com o poder incrível que temos em nosso interior, capaz de criar e atrair aquilo que queremos. Experimentei mudança mais radical quando uma amiga me emprestou um livro de metafísica incrível. Este livro de fato me despertou. Falava muito de Jesus, e eu apesar de ser judia, senti-me muito bem o lendo. Na verdade não conseguia me soltar do livro e queria lê-lo inteiro num único dia.

Comecei a praticar as técnicas mencionadas no livro e

constatei que funcionavam. Tive mais uma vez a confirmação de que o poder de mudança estava dentro de mim mesma e que não dependia de nada nem de ninguém. Então vi que tinha descoberto algo grande, muito grande. E meu coração começou a pulsar diferente, estava feliz como nunca estivera antes, uma felicidade impossível de descrever em palavras.

Então após experimentar vários caminhos cheguei ao

Ho’oponopono, uma arte hawaiana muito antiga que nos ensina a resolver nossos problemas. Graças a essa arte descobri que a vida pode ser fácil, muito mais fácil do que jamais tinha imaginado. Depois de muito procurar acabei descobrindo meu caminho, que me permite estar em paz no meio da tempestade, sentir-me livre independentemente do que estiver ocorrendo ao meu redor ou do que os outros estejam falando ou fazendo. É por isso que decidi compartilhar com vocês o que aprendi até agora através deste pequeno livro. Estou muito agradecida por essa oportunidade.

INTRODUÇÃO Uma vez um professor contou-me a historia hawaiana

da criação do mundo. Segundo essa historia quando Deus criou a terra e pôs nela Adão e Eva, disse-lhes que estavam no paraíso, que não deveriam preocupar-se com nada, que tudo de que necessitassem lhes seria provido. Também lhes disse que lhes daria um presente, a oportunidade de escolher se queriam tomar suas próprias decisões, e nesse caso lhes daria o livre arbítrio.

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Então Deus criou a árvore das maçãs e disse-lhes: -“Isso se chama pensar. Vocês não necessitam de

pensar. Eu posso prover todas suas necessidades. Não devem preocupar-se, mas podem escolher se ficam comigo ou se tomam seu próprio caminho”.

E assim eles escolheram comer a maçã, ou seja, decidiram pensar por si mesmos e assumir os riscos. Mas o grande problema não foi comer a maçã, e sim não se fazerem responsáveis e dizer: “Sinto-o”. Foi aí que Adão teve que ir procurar seu primeiro trabalho.

Tal como Adão, estamos sempre mordendo a maçã,

sempre pensando que sabemos mais, que podemos resolver tudo sozinhos com nosso pensamento e não nos damos conta de que existe um caminho bem mais fácil.

Comentário: A questão do pensamento precisa ser bem

explicada. O pensamento é o que difere o homem de outros animais. Deus disse ao casal no paraíso que eles teriam de tudo que necessitassem, e que para isso não precisariam pensar. O que o criador quis dizer era que eles não precisavam se preocupar, ficar pensando com angústia de onde viria a próxima refeição ou aonde iriam se abrigar durante a noite. Disse também a eles que poderiam pensar (assumir a responsabilidade) se quisessem bastando para isso comer a maçã. Quando Adão e Eva comeram a maçã, decidiram-se pelo livre arbítrio, ou seja, pensarem por si mesmos. Porém eles não sabiam ainda como fazer e desconheciam o poder do pensamento, essa que é a força mais poderosa do universo. Sentiram-se inseguros e preocupados, o que levou Adão a sair à procura do primeiro trabalho. Sua mente racional passou a funcionar, e ela lhe dizia que ele deveria trabalhar a fim e prover o seu sustento. Ele desconhecia que bastaria alinhar seus pensamentos ao pensamento de Deus para criar tudo de que necessitava. Bastaria ter fé, assim como as aves dos céus e os lírios dos campos para que fossem supridas todas as suas necessidades. Eles não entenderam e julgaram que teriam que conquistar tudo com suor e esforço.

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Desde então a humanidade assim age para conseguir seus intentos: trabalho duro, competitividade, esperteza. Se Adão e Eva não sabiam usar de forma correta o poder do pensamento, tampouco nós o sabemos atualmente, milênios depois. Estamos em busca do paraíso, aquele perdido lá atrás com a mordida na maçã. E essa é a nossa angustia, pois quase sempre procuramos no lugar errado. Por isso que a autora diz que continuamos mordendo a maça, todos os dias, e acreditando conhecer tudo, nos afastamos de nossa originalidade.

Outra coisa que quero explicar que toda essa história de Adão e Eva é figurativa e simbólica. Sabemos pela teoria da evolução da espécie que não faz sentido real a historia do primeiro casal, sendo apenas uma alegoria.

Eckhart Tolle, em seu livro O Poder do Agora diz que o

ego se identifica com as posses, o trabalho, o nível social, o conhecimento, a fama, mas nenhuma delas é você. Você acha isso aterrador ou é um alívio sabe-lo? Cedo ou tarde você terá que renunciar a todas essas coisas, e saberá que isso irá ocorrer quando a morte se aproximar. A morte é despir-se de tudo que você não é. O segredo da vida é morrer antes de morrer e descobrir que a morte não existe.

O ideal é que você liberte-se de sua mente, daquela

voz interna que comenta, especula, julga, compara, queixa-se, aceita, rechaça e assim por diante. A voz não se refere ao seu momento presente, ela está revisando um passado recente ou longínquo, ou então imaginando situações futuras. A vida é uma repetição de lembranças que são como chips, ou uma gravação que toca em nossas cabeças 24 horas por dia. Essas gravações, essas fitas nos dirigem e influenciam sem que nos demos conta. Não podemos evitar que essas gravações existam mas podemos escolher parar de toca-las, como se desligássemos o toca fitas.

Neste livro utilizo certas terminologias e conceitos que

desejo esclarecer. Muitos deles se apóiam no Ho’oponopono, a antiga arte hawaiana. No último capitulo detalho técnicas e ferramentas específicas desta arte. Ela nos ensina como desligar o toca-fitas, como parar a gravação em nossa mente, aquelas que não nos servem e que já não funcionam a para nós. Somente

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quando cessamos essas gravações é que podemos descobrir quem realmente somos e todo o poder que possuímos. Ao apagar, limpar e remover antigas lembranças permitimos que nossos sentimentos sejam transmutados e começamos então a experimentar nosso verdadeiro ser.

O Ho’oponopono é um processo de perdão,

arrependimento e transmutação. Cada vez que utilizamos qualquer de suas ferramentas, estamos assumindo 100% da responsabilidade sob nós mesmos e pedindo perdão (a nós mesmos). Aprendemos que tudo o que acontece em nossas vidas é projeção de nossa programação mental. Podemos escolher nos posicionar como um observador, observar nossos pensamentos, nossa programação e então libera-la para que se vá. Ou então podemos reagir e nos prender a elas. Todos nós temos um rascunho incorporado e a tecla de deletar, mas nos esquecemos como usa-la.

O Ho’oponopono nos ajuda a recordar o poder que

temos de escolher entre apagar (soltar) ou reagir, ser feliz ou sofrer. É só uma questão de escolha em cada momento de nossas vidas. Quando no livro menciono “limpar” ou “apagar”, estou me referindo ao uso das técnicas de Ho’oponopono para apagar as lembranças e pensamentos que criam nossos problemas.

Queria também lhes esclarecer que quando menciono

a palavra Deus não o estou fazendo absolutamente em seu contexto religioso. Para mim, Deus é essa parte que temos dentro de nós mesmos que sabe tudo, tem todas as respostas. Em realidade não pode ser definido em palavras pois é uma experiência. Também notarão que uso a palavra Deus como sinônimo de Amor. Refiro-me ao Amor Incondicional, aquele que pode curá-lo de tudo. Este é o Amor que tem todas as respostas.

Quando menciono os ensinamentos de Jesus,

tampouco o faço em um contexto religioso. O propósito é recordar ao leitor que sempre tivemos mestres que vieram nos despertar para a verdade como, por exemplo, Jesus que falava em dar a outra face, um conceito até hoje difícil de entender. Entretanto quando apagamos em vez de reagir estamos dando a outra face, a face do amor. O liberar em vez de reter e reagir é dar a outra face.

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Este breve resumo de alguns conceitos básicos que utilizo e pretendo transmitir tem como finalidade esclarecer meus pontos de partida. Minha esperança é que o leitor encontre neste livro uma fonte de técnicas, ferramentas e sabedoria que lhe permita sentir, tomar decisões e viver com a liberdade, a paz interior e o amor que é patrimônio de todos os seres humanos.

QUEM SOU? A única razão de nossa existência é a de descobrir

quem somos. Um eminente professor visita um mestre Zen e ao

chegar lhe diz: “Olá, sou o Dr. Fulano. Sou isto, sou aquilo, sou formado nisso e naquilo, sou detentor dos títulos tal e tal. Faço tal e qual coisa, etc., etc. e eu gostaria aprender Budismo”. O mestre calmamente convida o ilustre visitante a sentar-se e lhe oferece uma taça de chá. Entrega-lhe então a taça vazia para segurar e começa a despejar o chá. A taça então enche e o mestre continua a despejar a ponto de começar a derramar o chá. O visitante assustado diz: “ A taça está transbordando, e o chá está derramando”. Ao que o mestre responde: “Exatamente. Você veio com sua taça cheia, ela está transbordando. De modo que, como poderá aprender algo? Você já está alagado com tudo esse conhecimento. A não ser que você venha vazio e aberto, não posso lhe ensinar nada…”.

A maior parte de minha vida vivi pensando que eu era

Mabel, Argentina, contadora, etc., etc. Definia-me por meu títulos, meus rótulos. Minha taça vivia cheia de conhecimentos que me afastavam de mim mesma. Só acreditava naquilo que podia tocar ou ver. Para mim, todos aqueles que falavam do esotérico eram “loucos” ou “boêmios” que não sabiam o que estavam dizendo e não pertenciam a este mundo. Esta maneira de pensar me trouxe muito sofrimento. Entretanto, quando descobri que eu era muito mais que meu corpo físico, me abriu um mundo novo cheio de infinitas possibilidades, um mundo sem grades. Quando me deu conta do poder que tinham meus pensamentos, entendi o porquê da vida.

Muitos de nós vivemos com estas grades. Sentimo-las,

mas não as vemos porque são invisíveis. Estas grades são nossas crenças, nossos julgamentos e opiniões, e sobre tudo o que nós pensamos de nós mesmos. No momento em que decidirmos tomar

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consciência de quem somos realmente, as grades se abrem e nos damos conta de que somos livres, sempre o fomos sem que soubessemos. Assim conseguimos escapar da prisão que nós mesmos criamos.

Disseram-nos que somos seres humanos e nos

acreditamos isso. Se pensarmos que somos seres indefesos e sem nenhum poder, isso é o que vamos manifestar na vida. Somos os reis de nosso próprio império e podemos construir e manifestar tudo o que nos quisermos em nossas vidas. Não depende de ninguém mais, somente de nós.

Todos somos filhos de Deus e fomos criados a sua semelhança. Somos criadores. Como criamos?. Com nossos pensamentos. É assim bem simples.

Alguns mestres nos falam da necessidade de “fazer de

conta” (ou nos darmos conta), e nos dizem: “Façamos de conta que somos seres iluminados. Façamos de conta que somos amados Por Deus. Ou Façamos de conta que somos perfeitos tal como somos. Respiremos profundamente e aspiremos aquilo que é verdade, somente então tudo fará sentido. É necessário buscar a verdade. Você deverá construir sua vida fundamentada nesta verdade. Se aspirarmos aquilo que é verdadeiro, a verdade é automaticamente atraída a nossas vidas”.

Quem sou? Essa é a única pergunta que devemos nos

fazer na vida. Descobrir nossa verdadeira essência e identidade é a razão de nossa de nossa existência e deveria ser nossa única preocupação, nossa única meta. É muito importante descobrir quem somos.

Através do Ho’oponopono, esta arte hawaiana muito

antiga que agora pratico e ensino, aprendi que nossa mente se divide em três partes: o superconsciente, o consciente e o subconsciente. Isto me ajudou a entender um pouco mais como funcionamos.

O superconsciente, é nossa parte espiritual. É aquela

parte que, não importa o que esteja passando, é sempre perfeita. É a parte que sabe sobre tudo, tem bem claro quem é em todo momento.

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O consciente é a parte mental, o que nós chamamos o intelecto. É um aspecto muito importante de nós, porque é a parte que tem a capacidade de escolher, já que dispomos de livre-arbítrio. Em cada instante de nossa vida estamos escolhendo. O que escolhemos?. Escolhemos se vamos reagir e nos agarrar com o problema ou se preferirmos soltá-lo e deixar que o resolva aquela parte nossa que sabe o que deve fazer. Também escolhemos se vamos aceitar que não sabemos nada (e que não precisamos saber) ou se preferimos pensar que nosso conhecimento é melhor que o de Deus e que podemos resolver tudo sozinhos e por nossa conta. O consciente é a parte que decide se opta por assumir 100% da responsabilidade e dizer: “Sinto muito, me perdoe por aquilo que está em mim que criou isto”, (Ho’oponopono) ou assinalar com o dedo e jogar toda a culpa a outro.

O intelecto não foi criado para saber. Não necessita

saber nada. O intelecto é um presente, o presente que temos de escolher.

O subconsciente é nossa parte emocional. É a criança

interior. Esta é a parte que armazena todas as lembranças na memória. Esta parte muito importante parte nossa é descuidada constantemente, e sem controle é a responsável por aquilo que manifestamos em nossas vidas. Esta é a parte que dirige nosso corpo, a que respira automaticamente sem que tenhamos que “pensar” em respirar. É nossa parte intuitiva. Alguma vez notaram que nos sentimos nervosos e não sabemos por que?. O subconsciente nos alerta (se prestarmos atenção) quando estamos em perigo. Se estivéssemos mais atentos a esses sinais do subconsciente, poderíamos evitar muitos eventos desagradáveis. Esta é a parte mais amiga que podemos ter. É muito importante que nos comuniquemos com ela. Devemos aprender a amá-la e cuidá-la muito bem.

Uma vez que decidimos trilhar pelo caminho de nos

tornarmos responsáveis e conscientes, nossa criança interior fará a limpeza (Ho’oponopono) por nós automaticamente sem que tenhamos que pensar. Nas classes do Ho’oponopono, trabalhamos muito com esta criança interior. Aprendemos como nos comunicar com ela, como cuidá-la, e sobretudo, como trabalhar com ela para “soltar”, liberar os problemas do dia a dia sem nos apegarmos a eles.

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No livro O Ensino do Buda diz: “Embora um homem vença a milhares de homens nos campos de batalha, só aquele que vence a si mesmo ganhará sua batalha”.

Comentário: A autora cita o lado espiritual do ser

humano o qual chama de superconsciente. Essa é a parte nossa que tudo sabe, que tem contato com o transcendental. Muitas vezes esses contatos não acontecem porque os canais estão obstruídos. Nossas crenças, programações, as agitações da mente e da vida obstruem esse canal de fundamental importância para nossa realização e para descobrirmos nosso verdadeiro caminho.

Nossa mente racional que a tudo julga e

analisa ela chama de consciente ou intelecto. O consciente é importante, pois é com ele que escolhemos, e a todo instante estamos fazendo escolha. Com o consciente controlamos nosso presente mesmo que não nos demos conta disso. E automaticamente estamos plantando a semente do futuro.

O subconsciente ela coloca como aquela

parte do cérebro que registra todas as nossas experiências. Os maus tratos da infância, as coerções mentais, crenças e complexos que nos forma inculcados, tudo está registrados no subconsciente. Estão lá nos limitando e sabotando. É por isso que ela o relaciona com a criança interior, com a qual é preciso se comunicar a fim de liberar essas programações mentais que nos prejudicam.

Uma vez li o seguinte conto: Havia uma vez, em algum lugar que poderia ser

qualquer lugar, e em um tempo que poderia ser qualquer tempo, um formoso jardim, com umas macieiras, laranjeiras, pereiras, belas roseiras, todas elas felizes e satisfeitas. Tudo era alegria no jardim, exceto por uma árvore profundamente triste. A pobrezinha tinha um problema: Não sabia quem era!.

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“O que lhe falta é concentração”, dizia-lhe a macieira. “Se realmente tentar, poderá produzir saborosas maçãs. Veja como é fácil”.

“Não escute a macieira”, exigia a roseira. “É mais simples ter rosas, e vê quão belas são as rosas!”.

E a árvore desesperada, tentava tudo o que lhe sugeriam, e como não conseguia ser como outros, sentia-se cada vez mais frustrada. Um dia chegou ao jardim o mocho, a mais sábia das aves, e ao ver o desespero da árvore, exclamou: “Não se preocupe. Seu problema não é tão grave. É o mesmo de muitos seres sobre a terra. Eu te darei a solução: “Não dedique sua vida a ser o que outros queiram que você seja. Seja você mesma, conheça-te , ouça sua voz interior”. E dito isto, o mocho desapareceu.

Minha voz interior?. Ser eu mesma? Conhecer-me?”. perguntava-se a árvore desesperada, quando de repente compreendeu. Fechando os ouvidos, abriu o coração, e por fim pôde escutar sua voz interior lhe dizendo:

--“Você jamais dará maçãs porque não é uma macieira, nem florescerá cada primavera porque não é uma roseira. É um carvalho, e seu destino é crescer grande e majestosa. Está aqui para dar proteção às aves, sombra aos viajantes, beleza à paisagem!. Tens uma missão!. Cumpre-a!”.

E a árvore se sentiu forte e segura de si mesma e se dispôs a ser todo aquilo a que estava destinada. Assim logo ocupou seu espaço e foi admirada e respeitada por todos. E só então o jardim foi completamente feliz.

Eu olho ao redor e me pergunto: “Quantos serão

carvalhos que não se permitem a si mesmos crescer? Quantos são roseiras que, por medo à provocação, só dão espinhos? Quantas laranjeiras terá que não sabem florescer?” Na vida todos temos um destino a cumprir, um espaço a preencher. Não permitamos que nada nem ninguém nos impeça de conhecer e compartilhar a maravilhosa essência de nosso ser.

O QUE É UM PROBLEMA? Um problema só é um problema se dissermos que o é.

E o problema não é o problema, mas nossa reação quanto ao problema é que é o problema.

Dr. Ihaleakalá Hew len

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Há um ditado Zen que diz: “Não podemos impedir que os pássaros voem sobre nós, mas podemos impedir que eles façam ninhos em nossas cabeças”.

Não se trata de negar os problemas, mas de não cair

na tentação de lhes dar demasiada atenção e importância. Trata-se de descobrir quem somos, e quando o fazemos, desenvolvemos e sentimos uma liberdade interna tamanha que estas coisas já não podem nos distrair.

Nosso subconsciente tem armazenado todas as nossas

lembranças. Enquanto as lembranças estão adormecidas, acomodados no banco de nossa memória, não ocasionam nenhum inconveniente. Pessoas que aparecem de repente à nossa frente, visitas que fazemos a certos lugares ou certas situações que vivenciamos fazem com que essas lembranças despertem. Desse modo, as memórias se convertem em pensamentos e se manifestam. Por isso é muito importante saber que na realidade as pessoas aparecem em nossa vida para nos dar outra oportunidade. Qual é essa oportunidade?. É a de assumirmos a responsabilidade cem por cento e dizer: “Sinto muito, me perdoe por aquilo que está em mim que criou isto”. (Ho’oponopono). Notaram que cada vez que surge um problema, ele é sempre um presente? Se o tema não estivesse dentro de nós, não seríamos capazes de percebê-lo. Os problemas são simplesmente uma repetição de nossas lembranças.

São como informação que está gravada em numa fita

de áudio. Quando a fita funciona, pensamos que é real. Os problemas se repetem porque, quando aparecem, reagimos e apegamos a eles. Não deixamos de pensar no assunto, e assim ficamos agarrados a ele em vez de soltá-lo. Perceberam que só pensamos com veemência quando aparece um problema? Uma vez que se inicia este ciclo vicioso, esquecemo-nos que temos o poder de parar a gravação.

Em seu livro O Poder do Agora, Eckhart Tolle diz: “A

mente nunca pode encontrar a solução, nem pode permitir-se deixar que você a encontre, porque ela mesma é parte intrínseca do ‘problema’”.

Muitas vezes a gravação está funcionando, mas o

volume está muito baixo, e por esta razão, nem sequer estamos conscientes dela. Entretanto, o subconsciente sempre está tocando

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as gravações. Por isso é tão essencial assumir cem por cento da responsabilidade. Só desse modo entendemos que somos simplesmente nós e nossas gravações, nossos pensamentos e nossos programas. Tomemos o exemplo de um filme projetado na parede ou numa tela. Sabemos perfeitamente que, embora vejamos a imagem projetada na parede ou na tela, a mesma não está lá, mas dentro da máquina de projeção. O mesmo ocorre com nossos problemas. Quando estes aparecem, é só uma projeção do que está acontecendo dentro de nós mesmos e não fora. Entretanto, passamos a vida tentando trocar a tela, mas não é esse o problema. Procuramos a solução no lugar errado.

É muito importante recordar que os problemas, as

situações e as pessoas não existem fora de nós tal como os percebemos, mas sim nossa percepção é simplesmente um reflexo de nossos pensamentos. Os problemas tampouco são o que pensamos que são. Nunca sabemos o que é o que está se passando realmente. Os problemas são sempre “oportunidades”. Devemos nos dar conta que temos um efeito sobre o evento ou o problema, e que nós o criamos. Esta é na realidade uma boa notícia, pois se nós o criamos, nós podemos trocá-lo sem depender de nada nem de ninguém.

Há uma história que conta que em uma aldeia havia um

ancião muito pobre, mas até os reis lhe invejavam porque possuía um formoso cavalo branco. Os reis lhe ofereceram quantidades fabulosas pelo cavalo mas o homem dizia:

--“para mim ele não é um cavalo; é uma pessoa. E como se pode vender uma pessoa, um amigo?”.

Era um homem pobre, mas nunca vendeu seu cavalo. Uma manhã descobriu que o cavalo já não estava no estábulo. Todo o povo se reuniu dizendo:

--“Velho tolo. Sabíamos que algum dia lhe roubariam o cavalo. Teria sido melhor se o tivesse vendido. Que desgraça!”.

--“Não vamos tão longe”, disse o ancião. “Simplesmente digamos que o cavalo não está no estábulo. Este é o fato. Todo o resto é seu julgamento. Se for uma desgraça ou uma sorte eu não sei, porque isto é apenas um fragmento. Quem sabe o que vai acontecer amanhã?”.

Todos riram dele. Acreditavam que o ancião estava um meio louco. Mas depois de 15 dias, uma noite o cavalo retornou. Não tinha sido roubado, mas havia escapado. E não foi só isso, ele

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retornou e trouxe consigo uma dúzia de cavalos selvagens. De novo o povo se reuniu dizendo:

-- “Tinha razão o velho. Não foi uma desgraça mas uma verdadeira sorte”.

--“De novo estão indo muito longe”, disse o ancião. “Digam só que o cavalo voltou. Quem sabe se foi uma sorte ou não? É só um fragmento. Estão lendo apenas uma palavra de uma oração. Como podem julgar o livro inteiro?”.

Ninguém disse mais nada, mas por dentro sabiam que ele estava equivocado. Afinal haviam chegado doze cavalos formosos.

O velho tinha um filho que começou a treinar aos cavalos. Uma semana mais tarde ele caiu de um cavalo e quebrou as duas pernas. O povo voltou a se reunir e a julgar

-- “De novo o velho tinha razão”, disseram. Era uma desgraça, seu único filho perdeu o jogo das pernas e, na sua idade ele era seu único sustento. Agora estava mais pobre que nunca”.

--“Estão obcecados julgando”, disse o ancião. “Não vão tão longe. Só digam que meu filho quebrou as duas pernas. Ninguém sabe se foi uma desgraça ou uma fortuna. A vida vem em fragmentos, e nunca nos dá mais que isto”.

Aconteceu que, poucas semanas depois o país entrou em guerra e todos os jovens do povoado foram chamados pelo exército. Só se salvou o filho do ancião porque estava aleijado. O povo inteiro chorava e se queixava porque era uma guerra perdida de antemão e sabiam que a maioria dos jovens não voltariam.

--“Tinha razão velho. Era uma sorte. Embora aleijado seu filho ainda estava com ele, enquanto os nossos se foram e não sabemos se voltam.

--“Seguem julgando”, disse o velho. Ninguém sabe. Só digam que seus filhos foram obrigados a unir-se ao exército e que meu filho não . Só Deus sabe se foi uma desgraça ou uma sorte”.

Assim acontece conosco sempre que formamos uma opinião ou um julgamento: estancamo-nos; nos escravizamos.

Um ensinamento budista diz: “Aquele que está influenciado por seus gostos e

desgostos, com a mente impregnada por idéias pré-concebidas, não pode entender o significado das circunstâncias e tende a se desesperar-se perante elas. Aquele que está desapegado, com a mente livre e aberta, entende perfeitamente as circunstâncias e para ele todas as coisas são novas e significativas”.

Mais adiante diz:

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“A felicidade segue à tristeza. A tristeza segue à felicidade, mas quando a gente já não discrimina entre a felicidade e a tristeza, o bom e o mau, a gente é capaz de libertar-se”.

Nosso mundo é de dualidades. Toda

situação passa, a boa e a ruim. Devemos aceitar essa realidade, não criar vínculos com situações que sabemos ser passageiras, e todas são passageiras. Não importa quanto tempo dure uma situação qualquer, um dia ela passará. Tampouco devemos criar expectativas exageradas com relação ao futuro, pois nossa vida é dinâmica e as situações se modificam sempre. Aceitar com tranqüilidade e equilíbrio o que a vida nos trás, alivia nosso coração. Tudo que nos vem é exatamente o que precisamos e merecemos naquele momento. Reagir e revoltar somente piora as coisas. Quantas vezes acontece algo em nossas vidas que a principio parecia ser uma desgraça e que no futuro se revela uma benção? Ou do contrário, algo que vem como uma grande conquista e que depois se revela um equívoco? É preciso não julgar, pois o que vemos são fragmentos, enquanto o Universo (Deus) vê o todo.

Nada é o que realmente parece. O intelecto não pode

saber, pois seu conhecimento é limitado. Entretanto, há uma parte nossa sempre sabe. A diferencia entre o conhecimento intelectual e essa sabedoria inata que temos é similar a que existe entre subir numa cadeira, olhar ao redor e pensar que estamos vendo tudo e subir ao topo da montanha e ver o panorama completo.

Preferimos falar com nossos psicólogos ou com os

vizinhos em vez de falar com Deus. Temos acesso permanente a todo este saber, a toda esta sabedoria que está dentro de nós, mas preferimos subir na cadeira e dar opiniões, emitir julgamentos e expressar nossos pontos de vista porque é o que aprendemos a fazer. Estamos viciados neste modo ser e agir. Entretanto, sempre podemos escolher o que fazer e como reagir quando aparece uma situação que consideramos problemática.

A seguinte historia ilustra belamente este conceito:

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“Um dia o asno de um camponês caiu ao fundo de um poço. O animal se queixou durante horas enquanto o camponês tentava encontrar uma forma de tirá-lo. Finalmente, o camponês decidiu que o animal era velho, que os esforços para salva-lo estavam sendo inúteis, e decidiu soterrá-lo no poço. Então, o camponês pediu ajuda aos vizinhos, e todos pegaram pás começaram a atirar terra adentro do poço. No começo quando o asno se deu conta do que estava acontecendo, gemeu horrivelmente, mas depois de um momento para surpresa de todos, acalmou-se. Depois de várias pazadas de terra, o camponês finalmente decidiu olhar dentro do poço, e o que viu o deixou estupefato. Com cada pazada de terra que caía sobre suas costas, o asno fazia algo assombroso. Sacudia as costas, a terra caía e se amontoava sob suas patas, e desse modo com cada pazada o asno dava um passo para cima. À medida que os vizinhos do camponês continuavam jogando terra sobre o animal, ele mesmo se sacudia e subia mais. Logo o asno chegou à borda do poço e saiu trotando”.

A vida joga todo tipo de terra em de nós. A solução

para sair do poço é sacudir a terra e dar um passo para cima. Cada um de nossos problemas é como um degrau para a liberdade. Depende só de nós se o usarmos como tal.

A FÉ Nosso verdadeiro poder é a felicidade, e esta nos

chega somente quando nos rendemos a todo o resto. A maior parte de minha vida não acreditei em Deus.

Para mim, Deus não existia. Cresci pensando que era eu mesma que obtinha tudo na vida, que tudo era devido ao meu trabalho, dedicação e esforço pessoal. Os judeus são muito tradicionalistas, e eu respeitava as tradições, mas não acreditava em Deus. Quando por fim despertei, descobri dentro de mim um mundo novo que desconhecia por completo. Pouco tempo depois disse a meu filho maior: “Jonathan a vida pode ser fácil”. Ele me olhou confuso e me disse: “Isso não é o que me dizia antes”, ao que eu respondi: “Sei. Mas agora penso diferente”.

Neste momento não tenho nem a menor duvida, mas

essa segurança que não se pode expressar com palavras, encontrei-a em meu coração. Todos podemos encontrá-la porque a levamos dentro de nós mesmos o tempo todo. Como boa contadora

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busco resultados, observo e faço uma recontagem de minha vida desde que comecei a crescer. Nem eu posso acreditar em tudo que obtive.

Alguns encontram Deus no templo ou na igreja. Outros

como eu, não o encontra ali. Um dia despertamos, começamos a procurar e nos damos conta que nem sequer é necessário levantar-se da cama para encontrá-lo. Não importa a denominação, não importa como o chamemos, Ele (Ela) está sempre conosco. Em qualquer lugar que vamos, Ele (Ela) nos acompanha. Não sabemos, nem temos a menor idéia de como trabalha esse Deus (Amor). Tampouco conhecemos o que pode fazer. Não podemos nem sequer imaginá-lo. Chamamos de milagres, que realmente existem e podemos experimentá-los em cada momento da vida se deixarmos de querer entender tudo com a mente racional, abandonarmos nossos julgamentos e opiniões e aprendermos a nos deixar levar pela corrente da vida.

É necessário tomar consciência de que nós mesmos

somos o maior obstáculo em nossas vidas! Dizemos que confiamos, mas não o fazemos realmente. Dizemos que entregamos nossos problemas a Deus (Amor) mas seguimos preocupados com esses problemas. Quando não deixamos de pensar numa questão qualquer, ficamos angustiados e preocupados com ela. Assim estamos indicando para Deus que queremos solucionar o problema sozinhos, que não confiamos nele. Dessa forma não recebemos resposta a nossas preces, porque temos “expectativas”. Acreditamos que somos donos da verdade, e quando pedimos algo a Deus o fazemos de uma maneira quase imperativa. Explicitamos o que desejamos, e como desejamos, dizendo a cor e a hora que queremos. Entretanto, Deus sabe antes que lhe peçamos. Ele (Ela) está tão perto que não é precisamos gritar. Basta pensar. Deus tem para nós muito mais do que imaginamos, e só espera pela nossa permissão para nos entregar.

A fé não admite dúvidas. Se colocarmos um

problema nas mãos de Deus (universo) e continuarmos aflitos e preocupados, é porque nossa fé ainda é fraca. Se pedirmos algo e ficarmos dando a receita, definindo como e quando queremos, estaremos limitando Deus que já sabe desde sempre o que é o melhor para nós. No filme “Sete anos no Tibet”, o Dalai Lama diz um ditado de seu país ao

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personagem de Brad Pitt: “Se o seu problema tem solução, porque se preocupar? E se não tem, porque se preocupar?” Esse ditado fala sobre a fé que confia, e a fé que resigna, sentindo que se assim foi, era porque assim deveria ser. A resignação e a fé abrem as portas para que algo melhor ocorra no futuro, e sempre ocorre. A revolta e o controle fecham essas mesmas portas.

Se pedirmos coisas específicas, como por exemplo:

“OH, Meu deus, por favor me mande o dinheiro para poder viajar a Europa”, colocamos limite à nossa solicitação. Deus nos outorga o que é correto em cada momento. No caso do exemplo, talvez o correto não seja ir a Europa e sim à América do Sul mas ao estar tão obstinado em querer ir a Europa, o dinheiro não virá porque o que pedimos não é o correto. Ao nos fechar deste modo, ficamos sem a possibilidade de receber o que é correto e perfeito para o momento específico. Às vezes Deus diz não, como o faz um bom pai quando seu filho não pode medir ou dar-se conta do perigo ou as conseqüências do que pede. Por essa razão, o segredo está em pedir o que é correto e perfeito, e nós não sabemos o que é.

Logo é necessário soltar e abandonar as expectativas.

No momento adequado nos chegará o mais apropriado e perfeito. Nunca sabemos de onde vai chegar. Para receber a surpresa, devemos dar permissão.

Deus (Amor) trabalha em forma misteriosa. Se

permitirmos, acreditarmos e confiarmos de coração, tudo nos chegará sem esforço. Deus é o único que pode abrir as portas certas e nos aproximar de pessoas que podem nos ajudar ou apoiar em nosso caminho. Ele (Ela) coloca-nos no lugar correto no momento perfeito só quando deixamos de falar tanto e perguntar ao vizinho em vez de perguntarmos a Ele (Ela) diretamente. O simples pensar em Deus nos eleva de nossos problemas. O estar agradecidos pelo que temos também modifica automaticamente nossa vibração. Sempre há motivo para estar agradecido.

Ter fé é estar aberto às possibilidades. Significa que

estamos dispostos a deixar que a vida nos surpreenda, que nos atrevemos a entrar no desconhecido e a deixar de ter medo ao que nos parece incerto. Quem tem fé tem o coração sempre aberto. Muitas vezes ficamos estancados e damos voltas no mesmo lugar

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por falta de fé e medo do desconhecido. Vale a pena aprender com a semente, que apesar de não poder imaginar-se como orquídea, tem a valentia de abrir-se, quebrar-se e entregar-se ao processo para brotar da superfície da terra e sair à luz. Um coração cheio de dor não pode imaginar o que se sente ao ser amado ou ao estar em paz. Muitas vezes temos que romper com velhos padrões, velhas formas de pensar e velhas crenças. Isto implica ter que passar por um túnel escuro e às vezes ter que sentir dor, mas é a única forma de sair adiante e ver a luz.

Jesus disse que devemos ser como meninos para

poder entrar no reino do céu. O reino do céu está aqui e é agora. Depende de nós experimentá-lo. Só temos que deixar de pensar constantemente e deixar de acreditar que possuímos a verdade absoluta e que sempre temos razão. Muitas vezes todos estes pensamentos, informação e educação nos afastam do que realmente somos. A inocência não é mais que a sabedoria que Deus nos dá de presente. Claro que é preciso ser valente para tomar este caminho, mas o triunfo está cem por cento assegurado. É necessário animar-se a acreditar, provar, confiar e entregar-se. Quando começamos a confiar e ter fé, algo se transforma em nosso interior e o pensamento se esclarece, e tudo fica diferente. Tentei explicar com palavras esta transformação, mas não é possível. Não há palavras para defini-la. Simplesmente sabemos que encontramos a sabedoria do coração.

Agora eu gostaria de falar da fé mais importante: a fé

em nós mesmos. Não é preciso acreditar em nada fora de nós. Não é necessário acreditar em Deus, Jesus, Buda nem Moisés a menos que isto nos faça sentir bem. O que sim precisamos é acreditar em nós mesmos e no poder que está em nosso interior. Para acessar esse poder devemos renunciar a muitas crenças, opiniões e julgamentos sobre nós mesmos. Devemos nos amar nos aceitar do jeito que somos embora isso não seja algo fácil. Nem sequer sabemos conscientemente quais são as crenças que nos estão afetando, mas com o processo que ensino neste livro, não é necessário as conhecer, mas somente dar permissão para que se vão.

Comentário: O homem é seu próprio salvador. Nem

Jesus, nem Buda, nem ninguém pode salvar quem quer que seja. A verdade salva. A verdade ensinada por Jesus, Buda, Sócrates e tantos outros mostram o

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caminho da salvação. Mas é preciso que aceitemos essas verdades e as incorporemos as nossas vidas. Tudo parte de nós, temos o livre arbítrio, o poder de escolher. Transformação é uma porta que se abre por dentro.

Quando nos conhecemos e nos amamos

incondicionalmente, tornamo-nos invencíveis. E percebemos claramente quando estamos adquirindo essa condição, não é preciso dizer nada. Quando adquirimos a auto confiança, certos tipos de pessoas começam a se afastar de nós, e outras começam a se aproximar trazendo as oportunidades que desejamos e precisamos. O segredo está em si aceitar da forma que se é. Deixar de acreditar que não é tão bom, não é suficientemente inteligente, capaz ou digno, ou que primeiro precisa de um curso universitário. Se confiamos em nós mesmos, os outros também confiarão. Precisamos somente mudar nossas crenças interiores.

O mais importante é se colocar em primeiro lugar para

deixar de querer ser essa pessoa que os outros querem que seja. É preciso despertar e entender que o poder está dentro de nós e não na aprovação de outros. Quando temos fé em nós mesmos, nossos talentos começam a crescer automaticamente e começamos a nos sentir felizes. A fé tem que a ver com a capacidade de amar e desfrutar da vida.

Nossa vida transcorre em nossa própria mente, e se a

guerra está em nossa cabeça, somente nós mesmos podemos nos devolver a paz. É preciso recordar que em certo sentido sempre temos razão. Se dissemos que podemos, podemos. Se dizemos que não podemos, assim é, não podemos. Estamos aqui para viver, desfrutar da vida e ser felizes. A fé em nós mesmos nos dá a liberdade de ser autênticos, e isto por sua vez ativa a felicidade que tanto desejamos.

O DINHEIRO Infelizmente, uma vez que obtemos as coisas materiais

nos damos conta que o vazio está ainda ali, que não tem fundo. Eckhart Tolle em O Poder do Agora Quando me separei de meu marido depois de vinte

anos de matrimônio, saí praticamente sem nada. Nem sequer levei

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meus filhos, pois o pai quis ficar com eles. Eu tinha a certeza de que podia seguir adiante só e senti-me agradecida e contente de ter a oportunidade de recomeçar. Por outro lado, àquela altura de minha vida tinha aprendido que a felicidade não está no material e que não precisava ter posses. Ao contrário, sabia que quanto menos tivesse mais livre seria. Uma amiga sugeriu que fôssemos viver juntas para poder procurar um lugar mais amplo e lindo. Pareceu-me uma boa idéia, e assim foi que encontramos uma casa muito bela. Nunca imaginei que preencheríamos os requisitos necessários para alugá-la, mas como apresentamos a soma dos dois vencimentos, conseguimos a aprovação. Dois dias antes de assinar o contrato de aluguel, minha amiga me chamou e disse que tinha mudado de idéia e que iria se viver no Arizona. Imediatamente chamei à agente da imobiliária para lhe pedir que pusesse o contrato a meu nome, dizendo que eu seria a pessoa responsável. Ela não teve problema em fazê-lo porque já me conhecia. Pouco tempo depois de assinar o contrato de um ano e me mudar para a casa, começaram a chegar trabalho de todas as partes e logo me dava conta que podia pagar o aluguel sem problema e não precisaria compartilhar minha casa com outra pessoa. Oito meses depois de me mudar, o dono da casa me chamou e disse que desejava vender a propriedade. Explicou-me que, como sabia que eu gostava tanto da casa, me daria prioridade, mas que se não estivesse interessada, em setembro teria que partir.

É obvio que eu desejava comprar a propriedade e ficar

ali, mas com que? Não tinha dinheiro para o pagamento inicial, e como sou contadora, sabia muito bem que não possuía os requisitos necessários para conseguir um empréstimo. Meu intelecto me dizia que começasse a empacotar, mas algo em meu interior dizia que essa não era a melhor opção. Nesse momento mentalizei: “Se Deus considerar que este é o lugar para mim, Ele me conseguirá o empréstimo, porque eu não sei como fazê-lo”. Eu sabia que tinha que me fazer algo, dar permissão para Deus agir. O melhor era me desapegar, confiar e entregar o assunto ao universo.

Duas pessoas que me haviam dito que poderiam me

ajudar desistiram durante o processo. O contrato de aluguel venceu e não consegui o empréstimo. Assim tive que chamar o proprietário para lhe dizer o que estava acontecendo. Decidi que em vez de me preocupar em convencê-lo, entregar-me-ia à situação com confiança e fé. Assim foi que o chamei, expliquei-lhe e ele surpreendentemente respondeu: “Bom, Mabel, na verdade sinto que

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este não é um bom momento para vender a casa, portanto vou estender o contrato de aluguel. Redija uma prorrogação, mande-me por fax que assinarei. Tempos depois, antes mesmo que vencesse o contrato de prorrogação, alguém me chamou sem que ao menos eu o tivesse procurado, e me ofereceu um empréstimo para que eu comprasse a casa.

Quando deixamos de nos apegar ao resultado e nos

preocupar com a situação, abandonamos a necessidade opinar e emitir julgamentos, tomamos consciência de que não sabemos nada e nos entregamos e aceitamos o processo natural da vida. Passamos a experimentar o fluir natural da vida onde tudo acontece e nos chega de forma mais fácil.

Deus nos pôs na terra com tudo o que necessitamos.

Se olharmos a nosso redor notaremos que toda a criação de Deus é infinita e abundante. Só as criações humanas são escassas e limitadas. Os pássaros voam despreocupadamente sabendo que encontrarão o que necessitam para comer, bem perto do lugar onde se encontram.

Manifestar aquilo que desejamos requer muita FÉ e

uma grande CONFIANÇA. O universo só precisa que demos esse primeiro passo. Se confiarmos e dermos nossa permissão, tudo o que precisarmos virá até nós. O importante é saber no coração (e não na cabeça) que Deus proverá e confiar cem por cento. Quando acreditamos que não estamos recebendo resposta para nossos pedidos ou não vemos os resultados, não é porque não somos ouvidos. Muitas vezes pensamos em Deus como se fosse nosso empregado e lhe exigimos o que queremos, explicitando como o queremos, a forma, a cor e a hora. Não é assim que funciona o universo. É necessário pedir sem ter expectativas, solicitar aquilo que pensamos ser correto para nós e desapegarmo-nos.

Deus nos dá o que é correto e prefeito em cada

momento. O segredo é confiar e soltar, nos deixar levar pela corrente da vida e estar abertos para receber do lugar e da pessoa que menos esperamos. Nunca duvide de que Deus (Amor) proverá nossas necessidades no momento certo, ele sempre o faz. Nosso grande problema é criar expectativas, querer as coisas rapidamente, sermos impacientes e inflexíveis. Não nos damos conta de que tudo que precisamos vem de uma fonte única que sabe perfeitamente o que necessitamos, quando e como.

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Pensamos que somos nós que criamos as oportunidades através do trabalho, nossos maridos ou nossos investimentos, mas esses são somente diferentes caminhos e vias pelos quais as benesses se manifestam. Quando uma porta se fecha é porque outra se abrirá automaticamente.

Comentário: Se pararmos para analisar nosso momento

presente, veremos que temos tudo de que necessitamos. É preciso ter essa consciência de que Deus é nossa fonte infinita e inesgotável de provimento que nos supre de tudo o que necessitamos. Isso quer dizer que somos prósperos agora, nesse exato momento e temos tudo o que precisamos para nos manifestar e ser felizes.

Em seu livro “A Verdadeira Magia”, o

Dr.Wayne W. Dyer, falando sobre a prosperidade diz: “você não precisa de mais nada para sentir-se próspero. Abandonar a consciência de carência significa trocar as imagens interiores que refletem carência em sua vida. Você já tem tudo o que é preciso para viver uma vida de prosperidade. Não que você vá receber tudo; você já é tudo. A prosperidade é antes de mais nada um jogo mental. É um conjunto de crenças internas e invisíveis que trazemos dentro de nós. Você deve saber que tem tudo o que precisa agora; nada lhe falta para alcançar a prosperidade.”

Portanto, vamos parar de nos limitar. Se

não nos sentimos felizes, prósperos e realizados agora, não sentiremos nunca.

Estar satisfeito e grato a Deus no

momento presente é pré-requisito para que se tenha algo mais no futuro. Nosso futuro depende do presente e um coração agradecido é o que há de melhor para atrair ainda mais benesses.

Isso não quer dizer acomodação. A vida é

dinâmica, e estar satisfeito hoje embora seja essencial, não que dizer que não se queira mais amanhã. Acontece que não conseguiremos mais se

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nosso coração não for grato pelo que já possuímos. O Dr. Dyer continua seu raciocínio: “ Nosso diálogo interior deve ser mais ou menos assim:-Eu estou inteiro, completo, total, plenamente vivo neste momento. É isto! Eu sou tudo, não preciso de mais nada para sentir-me feliz ou realizado. No entanto sei que serei diferente amanhã. Minha realidade física está sempre mudando. As moléculas que ontem constituíam meu ser material serão substituídas por outras moléculas. O corpo físico que tinha há dez anos é, hoje, inteiramente novo do ponto de vista físico. Vou crescer, serei algo novo e grandioso, porém não mais grandioso do que sou agora. Assim como o céu será diferente dentro de algumas horas, sua atual perfeição e inteireza não são deficientes, também sou agora, perfeito e imcompleto pelo fato de mudar amanhã. Crescerei e não sou deficiente.”

Acho essas colocações do Dr. Dyer

simplesmente maravilhosas. Se condicionarmos nossa felicidade e realização em algo que nos falta, estaremos projetando no futuro. Dessa forma nunca a alcançaremos, pois sempre estará faltando algo que estará sempre no futuro. Mas se aprendemos a nos sentir completos agora, seremos felizes e estaremos plantando a semente para que tenhamos mais amanhã. É simplesmente impossível que essas sementes não floresçam e produzam frutos maravilhosos. Alguém que conquista essa forma de pensar, fatalmente estará sempre crescendo e prosperando.

Em seu livro “As Sete Leis Espirituais do

Sucesso”, Deepak Chopra coloca: “Sua intenção é no futuro, mas sua atenção está no presente. Se sua atenção está no presente, a intenção futura se manifestará, pois o futuro é criado no presente. Você tem de aceitar o presente como ele é. Aceite o presente e pretenda o futuro. O futuro é algo que sempre pode ser criado através da intenção distanciada, mas nunca deve combater o presente”. Por “intenção distanciada”, o autor acima citado

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quer dizer que não se deve criar expectativas nem se impacientar pelo resultado.

É importante saber que a fonte geradora é

Deus, o Universo. Dessa fonte provém nossa prosperidade, não do emprego, do casamento, da loteria ou de uma herança. Por isso não devemos nos limitar pensando que nosso salário não é o bastante para nossas realizações, que temos que trabalhar duro, ter dois empregos, fazer bico e hora extra para conseguir o que queremos. Essas mudanças não são simples de fazer, e condicionamos nossa realização a ela, da mesma forma nunca seremos felizes. Ter que mudar de emprego, trabalhar mais para ter as coisas, não justifica, pois assim não teremos tempo e disposição para curtir nossas conquistas. Que graça terão as conquistas se não podermos desfrutá-las.

Basta pensarmos e agirmos de uma forma

correta, e o que queremos virá de forma inesperada, por meios até então inimagináveis, por pessoas que nem conhecemos ainda. É preciso crer e não ficar determinando a forma ou o tempo de tudo ocorrer, não criar expectativas. Ao nos limitarmos estaremos limitando Deus, e assim bloqueando o processo.

A pior coisa que podemos fazer quando surge um

problema é nos preocupar. Agindo assim ficamos impotentes e acabamos atraindo tudo aquilo que não desejamos. Somos como imãs: me diga o que pensas e direi quem és. É de vital importância viver no AGORA. Passamos nosso tempo vivendo no passado com nossas lembranças e experiências, ou no futuro com nossas preocupações. O dinheiro, tal qual tudo o mais, nos chega quando necessitamos, nem antes nem depois. Só precisamos abrir nosso coração e confiar.

Alguém alguma vez me contou a seguinte historia: Uma mulher encontrou na porta de casa três velhos, e

pensando que estivessem com fome convidou-os a entrar e ceiar. Um deles respondeu: “Não podemos entrar os três na sua casa. Somente um pode ser convidado. Eu me chamo Amor, os outros se

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chamam Riqueza e Sucesso. Entre e discuta com sua família qual de nós três será convidado a entrar.” A mulher entrou e contou a história a seu marido e sua filha. O marido disse: “Vamos convidar a riqueza, e teremos abundancia em nossa casa”. A mulher porém retrucou: “e porque não chamar o Sucesso?” A filha que ouvia tudo deu sua opinião: “Acho que deveríamos convidar o Amor”. Decidiram então seguir o palpite da menina. A mulher saiu e convidou o Amor a entrar e partilhar da mesa. O Amor levantou e acompanhou a dona da casa. A riqueza e o Sucesso também se levantaram e seguiram o Amor. A mulher estranhou: “Mas eu convidei somente o Amor. Vocês não disseram que somente um seria convidado?” o Sucesso respondeu: “Se vocês tivessem convidado um de nós, os outros ficariam de fora, mas como convidaram o Amor, nós vamos juntos. Onde vai o Amor, o Sucesso e a Riqueza vão juntos.”

O dinheiro não é mau, ao contrário, o mal é lhe dar

prioridade. Quando fazemos as coisas por dinheiro, tudo parece difícil, o dinheiro que vem parece nos escapar rapidamente das mãos. Devemos encontrar aquilo que amamos fazer, algo que faríamos com mesmo que não recebêssemos por isso. Todos nós nascemos com certos talentos e dons naturais únicos. Existe algo que podemos fazer melhor que nenhuma outra pessoa. É algo que temos dentro de nós e que necessariamente não exige um título universitário. A abundancia e a prosperidade tem a ver com nossa consciência. Quando sabemos quem somos adquirimos a consciência de que já temos tudo o que necessitamos. Já somos ricos no momento presente e ao abrir o coração permitimos que tudo de bom se manifeste em nossa vida.

Comentário: Essa história contada pela autora é

similar à parábola dos lírios dos campos e das aves dos céus contada por Jesus. É o “Buscai em primeiro lugar o reino de Deus e sua justiça, que tudo o mais virá com acréscimo”. Essa é a verdade perdida pela mordida na maçã no paraíso citada lá no início desse pequeno e precioso livro. Tudo muito simples, mas simplicidade nem sempre quer dizer facilidade.

Todos nós somos herdeiros de Adão e Eva,

somos influenciados pela mordida na maçã, e nesse

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sentido pode-se dizer que há sim o pecado original. Somos impregnados com as crenças errôneas de séculos e mais séculos, de que precisamos lutar e competir com o semelhante, ser esperto e trabalhar duro a ponto de não ter tempo para família e diversão a fim de conseguir sobreviver. Essas crenças antigas precisam ser banidas de nosso íntimo, gradativamente. Não é fácil porque são muito antigas e passaram a fazer parte do inconsciente coletivo da raça humana. Mas quanto mais pessoas pensarem diferente, quanto maior o número de “convertidos” para essa filosofia de vida baseada na prática do amor e da não resistência, mais o inconsciente coletivo mudará e gradativamente passará a ser positivo. Tal fato representará uma conquista maravilhosa na evolução da humanidade e se refletirá em todas as relações humanas: nas escolas, nas ruas, no comércio, nas indústrias, nas religiões e nas relações internacionais. Será uma utopia? Estará esse dia ainda distante? Digo somente que essa mudança começa em cada um de nós, e que devemos influenciar o meio em que vivemos a começar com nossa própria casa, na educação dos filhos.

O dinheiro não é o mal. O mal é dar-lhe

prioridade. Vamos convidar o amor para cear em nossa casa, vamos buscar o reino e sua justiça que o restante virá automaticamente.

OS MEDOS Conheçam a verdade e ela lhes liberará. No caminho de busca espiritual que decidi percorrer,

tive que enfrentar muitos de meus medos. Senti medo ao deixar meu matrimônio de mais de vinte anos, ao deixar meus filhos, ao recomeçar minha carreira, ao assinar um contrato de aluguel onde eu assumia toda a responsabilidade sem ter nenhum respaldo econômico. Entretanto, a fé e a confiança em mim mesma me permitiram agir apesar de meu medo. Uma voz interior me disse que eu podia fazê-lo. Porém a sorte e a segurança não vieram sozinhas, mas foram surgindo à medida que fui trabalhando em

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mim mesma. Li vários livros, participei de seminários e busquei ânimo e coragem para mudar muitas coisas em minha vida.

Quando descobrimos quem somos e o poder que

temos, entendemos que não há nada a temer, pois somos sempre protegidos. Todo mundo sente medo, pode-se dizer que o medo é uma enfermidade. Somos viciados no medo e no sofrimento. Preferimos sofrer porque nos é familiar. Sabemos como nos sentimos e apesar do sofrimento nos sentimos cômodos. O temor é o conhecido de todos os dias. Quando nos decidimos a enfrentar nossos medos, chegamos ao outro lado do túnel e vemos a luz. Reconhecemos o que é verdade e, não só nos sentimos vencedores e muito bem conosco mesmos, como olhamos para atrás e vemos que afinal nada é foi tão terrível como tínhamos imaginado.

Uma vez uma pessoa me contou como se tornou um

vendedor de imóveis. Ele era muito jovem, e no primeiro dia de trabalho seu chefe lhe perguntou: “Quer vender casas?”. Ele é obvio respondeu em seguida que sim. O chefe o levou a um bairro e lhe disse: “vou te deixar aqui e voltarei em quatro horas. Bata de porta em porta e pergunte às pessoas se querem vender suas casas.” Deixou com ele um bloco com cem fichários, e a cada não que recebesse deveria marcar um fichário. “Vá procurar seus primeiros cem NÃO”. O jovem não podia acreditar, mas não havia como fugir da situação. O resultado foi que muitas pessoas disseram Não, mas para sua surpresa muitas pessoas disseram sim. Nesse momento o jovem se deu conta que a cada pessoa que lhe dizia NÃO, se aproximava mais à possibilidade do SIM.

Todos nós sentimos um grande medo do NÃO, um

enorme medo da rejeição. Se não nos arriscarmos a receber um NÃO, nunca receberemos os SIM. O que acontece se a gente recebe um NÃO? Se pensarmos bem, não é tão grave assim. A capacidade de superar este medo é o que diferencia as pessoas que obtém muito na vida das que não obtém quase nada; as que tem êxito e se superam, das que ficam estancadas.

Evidentemente o medo tem a ver com nossas próprias

inseguranças. Não sabemos quem somos, nem conhecemos o poder que temos de atrair aquilo que é perfeito e correto para nós. Quando confiamos e acreditamos em nós mesmos, sabemos

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reconhecer que cada momento é perfeito. Se alguém nos diz que NÃO, talvez seja porque o que procurávamos não era perfeito e correto para nós naquele momento. Quem possui fé sabe que nestas ocasiões muitas vezes está caminho algo melhor e maior, e espera com certeza e confiança. Pelo contrário, quem está perdido, confuso e não conhece sua verdadeira identidade, sente um profundo medo a ponto de ficar paralisado.

Comentário: O que acontece se recebemos um não pela

cara? O que perdemos? É arrancada alguma parte de nós mesmos? Não, somente se permitirmos que tal aconteça que seja arrancada nossa coragem e decisão de seguir em frente. Cada não nos aproxima de um sim. Cada não traz em si um ensinamento valioso. Cada não nos lapida para um SIM maior e melhor.

Como vemos, temos pouco a perder e muito a ganhar. Foi Willian Shakespeare quem disse: “São as duvidas traidoras que nos faz perder o bem que nosso seria, se o medo de tentar não existisse”.

Todos sentem medo, desde o varredor de ruas até o

presidente da nação, o que mostra que o medo não tem hierarquia. A diferença é que alguns se atrevem a seguir em frente apesar do medo. É preciso ser valente para superar o medo, e se não o fizermos, ninguém fará por nós. Nem Jesus, nem Buda voltarão para nos resgatar. Tudo que precisamos para nossa transformação já está em nós mesmos. A mudança é interior, na há outra forma de fazê-la. Não existem atalhos ou fórmula mágica. Cada um escolhe o seu caminho e quanto mais corajosos somos, mais longe chegamos. E à medida que caminhamos novas possibilidades vão surgindo. A boa noticia é que o medo existe somente em nossa mente, são criados por nós mesmos e somente nós podemos eliminá-los. As crenças podem ser mudadas e as lembranças podem ser apagadas, pois não necessitamos delas para sobreviver. Disso depende nossa liberdade, pois se mudarmos nossa mente nesse sentido estaremos saindo da prisão que nós mesmos criamos. Abriremos assim a porta de nossa alma e recuperamos a liberdade

O medo assim como a coragem é opcional. Tudo

depende simplesmente da escolha de cada momento. Muitas

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vezes é necessário parar no meio de caminho e realizar mudanças drásticas. De certa forma devemos morrer primeiro para então começar a viver. Falo da morte dessa parte nossa que não é real, disso que acreditamos que somos, da imagem que vendemos aos outros, e o que é pior, que vendemos a nós mesmos.

Temer é o mesmo que confiar no mal, é saber que

aquilo que imaginamos vai acontecer. O temor também pode mover montanhas. Certa vez li que o êxito na vida não se mede pelas conquistas, mas pelos obstáculos que tivemos que enfrentar. Muitas vezes a felicidade está bem ali, na próxima esquina, essa mesma esquina que nunca nos atrevemos a dobrar.

O AMOR O amor é a espada do guerreiro: em qualquer lugar que

corta, dá vida, não morte. Quando alguém pediu a uma das Meninas classificadas

como Índigo que falasse sobre o amor, ela simplesmente riu como se estivessem fazendo uma pergunta estranha e respondeu: “Não posso falar do amor; se pudesse, então não seria real, porque o amor não pode ser descrito em palavras”. “E então”, insistiu a pessoa, “o que é o amor verdadeiro?”. Ela voltou a sorrir e disse: “Você voltou a fazer. Percebe como é difícil?”. Não importa o quanto tentemos não racionalizar, é quase impossível.

E disso que a menina dizia, sempre insistimos numa

definição racional para tudo. Queremos definir e entender tudo com nossa mente racional, e queremos que esse entendimento seja verbalizado. Mas nossa mente racional não pode entender o amor porque ele não tem nada a ver com o pensamento. O amor não é para ser entendido, é para ser sentido. Devemos esquecer de querer transformar tudo num conceito mental e simplesmente sentir.

Uma vez disse a meus filhos Jonathan e Lyonel que os

amava, acontecesse o que acontecesse. Meu amor não dependia do que eles fizessem ou deixassem de fazer. Não dependia de seu comportamento e tampouco se obtivessem ou não um curso universitário. Os dois arregalaram os olhos surpresos e me olharam como se eu tivesse dito a coisa mais estranha que eles haviam ouvido.

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Estamos mal acostumados e transmitimos nossos costumes a nossos filhos, porque foi isso que aprendemos a fazer com nossos pais. Desde a infância aprendemos que devemos fazer coisas, comportar dessa ou daquela forma para sermos amados e aceitos. Paradoxalmente as pessoas nos tratam da forma como tratamos a nós mesmos. Dessa forma o desejo de amor e aceitação se vê frustrado pela nossa própria incapacidade de nos amarmos.

Se não tivermos amor próprio não seremos capazes de

amar a mais ninguém, e não aceitar essa verdade é enganar-se e enganar aos outros. O essencial é aprender a se amar e a se aceitar, da forma que se é. Não se deve fazer as coisas para agradar aos outros, se algo não for bom para nós também não será para os outros. As mães principalmente tendem a pensar que precisam se sacrificar e abrir mão do que é importante para si em função dos filhos. Entretanto o melhor presente que as mães podem dar aos filhos é se amarem, servindo assim de modelo para que os filhos aprendam a si amarem sem necessidade de procurar amor nos lugares equivocados. Quando estamos bem e no lugar certo, permitimos que os outros também o estejam. Quanto mais nos esforçamos para obter amor nos comportando para agradar aos outros, mais nos afastamos da possibilidade de experimentar aquilo que tanto desejamos.

Devemos aprender a ser felizes e desfrutar cada

instante de nossa vida sem dar importância ao que os outros pensam de nós. O mais importante é o que pensamos de nós mesmos. O auto-amor é a mais poderosa ferramenta de transformação. O amor começa em nós mesmos e é inútil busca-lo noutro lugar, pois não existe. Infelizmente passamos a maioria do tempo procurando o amor no lugar errado, sempre o mendigando dos outros sem saber por quê.

Comentário: Somente podemos dar aquilo que possuímos.

Somente poderemos amar de fato se amarmos a nós mesmos. Uma fato líquido e certo é que o mundo nos trata como nos tratamos a nós mesmos. Quem não respeita a si mesmo e não ama a si mesmo, jamais terá o respeito e o amor dos outros. Alguém assim pode se esmerar em agradar, em servir, e quanto mais se esforçar nesse sentido, menos conseguirá. É incrível, parece que a pessoa sem amor próprio

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exala um perfume, ou emite um sinal que até mesmo as crianças sentem. Pessoas assim não conseguem conquistar respeito e amor nem mesmo das crianças com suas bajulações. Ao contrário, alguém bem resolvido, que se gosta, tem uma personalidade que atrai as outras pessoas que se sentem bem em sua presença. O amor, se não for encontrado dentro de nós mesmos, não o será em lugar nenhum mais.

Outro grande engano que comumente cometemos é o

de pensar que somente seremos felizes de tivermos alguém, se formos um casal. Acreditamos que o outro vai nos dar a felicidade que tanto desejamos. Porém mesmo quando conseguimos ser amados pelo outro não seremos felizes se não estivermos completos em nós mesmos. Queremos achar no outro aquilo que nos falta, o que é uma perda de tempo. Primeiro é preciso amar-se, sentir-se bem consigo mesmo e completo, pois dessa forma descobrimos que não precisamos de ninguém. Então poderemos procurar alguém porque desejamos, e escolheremos esse alguém com liberdade, por opção, e não por necessidade.

É a insegurança que nos impede de amar

verdadeiramente. As mães não permitem que seus filhos sejam eles mesmos e os mantêm escravos de suas opiniões e pontos de vista. Outros criam relações amorosas torturadas pelo ciúme. Isso não é amor, mas não conseguimos evitar, pois são as velhas gravações na nossa mente. Não podemos ver as pessoas tal qual elas são, pois as vemos através de nossos pensamentos e lembranças.

Comentário: Juntar-se a alguém para ser feliz é um

grande equivoco. É depositar no outro, num relacionamento a esperança de sua vida. Seja feliz primeiro, e então se case com alguém. As possibilidades serão bem maiores.

Na arte de cura hawaiana Ho’oponopono há duas

ferramentas poderosas: “eu te amo” e “obrigado”. Quando usamos essas sentenças em voz alta, dizendo a alguém, o resultado é inacreditável. Quando alguém nos faz algo que consideramos injusto, quando nos diz algo que incomoda, em vez de responder à altura, discutir e querer ter razão, podemos simplesmente repetir em nossa mente quantas vezes forem necessárias : “ Te amo, te amo,

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te amos”. Ou então: “obrigado, obrigado, obrigado”. Tente e verá que os resultados são surpreendentes. Às vezes a pessoa se desculpa inesperadamente. Outras vezes seguem seu caminho, nos esquecem e não incomodam mais. Em alguns casos tudo se resolve rapidamente, noutros há uma dificuldade maior. Tudo depende de nossa percepção e o mesmo se passa com os outros.

A vida é como um filme que já vimos muitas vezes, e

que segue se repetindo porque continuamos reagindo às cenas na memória. Essas lembranças se apresentam como um obstáculo cada vez que surge. Mas se verificarmos sob outra ótica, é a situação que retorna para nos dar a oportunidade de reagir de forma diferente. Algumas pessoas aparecem em nossas vidas para nos testar e mostrar onde precisamos nos corrigir e melhorar. As relações são simplesmente espelhos nos quais nos vemos refletidos.

Comentário: As divergências que temos com outras

pessoas não devem ser encaradas como obstáculos, mas como parâmetro e estimulo para nossa própria melhoria. Pobres de nós se recebêssemos somente elogios e tapinhas nas costas. São as críticas e as adversidades que nos fazem crescer, muito mais que os elogios, que muitas vezes nos tornam vaidosos e indolentes. Chico Xavier chamava seus detratores e perseguidores, não de inimigos, mas de “amigos estimulantes”. É um grande erro discutir, querer rebater tudo que ouvimos e querer ter razão sempre. É perda de tempo e energia. Se ao invés praticarmos o que nos aconselha a técnica Ho’oponopono, o mesmo que praticou Gandhi com o princípio da não violência e não resistência, e guardarmos nossas energias para algo mais nobre do que uma discussão seremos muito mais felizes. Dessa forma estaremos assumindo a responsabilidade sobre nossa existência.

No livro “As Sete Leis Espirituais do

Sucesso” do autor Deepak Chopra está escrito: “(...)é preciso assentar sua percepção na indefensabilidade, ou seja, desarmar o espírito, abrir mão da necessidade de convencer e persuadir

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os outros de seus pontos de vista. Se você observar as pessoas, verá que elas passam 99% do tempo defendendo seus pontos de vista. Se você simplesmente desistir da necessidade de defender sempre seus pontos de vista, ganha, na desistência, acesso a imensas quantidades de energia anteriormente desperdiçadas. Desista de uma vez por todas de defender intransigentemente seus pontos de vista. Quando você desiste, evita o surgimento de discussões. Se agir dessa forma – parar de brigar e de resistir – experimentará plenamente o momento presente, que é uma dádiva”.

Temos sempre a possibilidade de escolher a não

reação. Podemos dar a outra face, a face do amor. Cientes dessa possibilidade nos tornamos mais conscientes e responsáveis. Por exemplo, se tivermos problemas com os filhos, o melhor é lhes falar enquanto dormem. Mas é necessário que digamos somente que os amamos e que somos gratos por estarem em nossas vidas. Não é apropriado que tentemos lhes incutir nossos pontos de vistas, a menos que eles peçam. Tampouco devemos tentar convencê-los de que temos razão e eles não. Já é tão difícil saber o que é bom para nós, como podemos saber o que é bom para os outros?

Comentário Vários autores citam em suas obras a

importância da sugestão noturna para as crianças. Há inclusive vários CDs gravados com programações e induções mentais, não somente para as crianças como também para adultos. Normalmente essas sugestões são utilizadas para programar o cérebro da criança para que ela se torne mais calma, confiante, ou até para que deixe de praticar certos hábitos como fazer xixi na cama, roer as unhas, chupar os dedos, etc. Mas vemos agora pela técnica apresentada nesse livro, que nem mesmo a nossos filhos seria apropriado incutir pontos de vistas na mente. Nem passar determinações de “faça isso” ou “faça aquilo”. Na verdade não temos o direito de fazer isso com ninguém, mesmo que seja com uma criança sob nossa responsabilidade. Baste

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dizer a nossos pequeninos que os amamos e que somos gratos por existirem.

Analisando bem, todos os problemas das

crianças são devido a sentimentos de insegurança, pois chegaram a um mundo novo, ainda desconhecido e tido como hostil. É natural que demonstrem medo de não serem protegidas e amadas, principalmente quando o ambiente do lar está conturbado e em desequilíbrio. Se elas se sentirem amadas, a tendência é que todas essas manias fruto da insegurança sejam deixadas de lado gradativamente. Por isso não é necessário atacar cada problema apresentado pela criança com a sugestão mental noturna. Seria atacar o efeito e não a causa. A causa é a insegurança da criança que está carente de afeto e quer ter certeza do amor da família.

O agradecimento é também uma ferramenta poderosa.

Quando nos sentirmos deprimidos ou angustiados devemos pensar em todas as coisas boas que temos em nossa vida e agradecer. Com essa pratica mudaremos nossa energia, pois nos elevamos além dos problemas. Às vezes não nos damos conta de tudo que temos porque nos concentramos naquilo que pensamos faltar. Na realidade já temos tudo, inclusive o amor. Somente devemos dar a permissão para recebê-lo e poder assim experimenta-lo. Não podemos esperar que o outro nos faça feliz, pois somente podemos encontrar o verdadeiro amor dentro de nós mesmos. O segredo da felicidade não está em procurar o amor fora de nós, nem em procurar mais, e sim desenvolver nossa capacidade de amar e desfrutar.

Comentário: Mais uma vez é enfatizada pela autora a

importância da gratidão. Estar feliz e grato com o que possui não condicionar a felicidade a algo que ainda não possui. Lembre-se, a felicidade é um sentimento interno e a prosperidade é um conjunto de crenças.

O CAMINHO MAIS CURTO E MAIS FÁCIL Deus só pede que cuidemos muito bem de nós

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mesmos e que digamos “o sinto”. Quando despertei e comecei minha busca, provei

diferentes formas e caminhos para chegar à verdade. Quanto mais provava, mais sentia que algo dentro de mim dizia que tinha que haver uma forma mais rápida e fácil. Quando por fim descobri o Ho’oponopono não tinha idéia do que havia encontrado. Mas um dia assistindo a uma aula, senti na alma a certeza inconfundível de que havia encontrado o que procurava. Já não precisava de mais nada, graças a Deus minha busca estava concluída. Descobri principalmente que não dependo de nenhum guru e que posso realizar todo o processo sozinha, pois me comunico diretamente com a divindade, sem intermediários. É necessário somente que eu esteja liberando (sentimentos negativos) e perdoando (para não abrigar novos sentimentos negativos), e todo o resto fica nas mãos de Deus. Enquanto estiver liberando e perdoando não terei com que me preocupar. Deus se encarrega de me colocar no lugar certo na hora certa. Enquanto eu estiver liberando, algo maior estará cuidando de mim, e eu não preciso temer.

Comentário: É importante saber nos bastar a nós

mesmos. As pessoas iluminadas, os chamados gurus, profetas, guias, messias, são figuras importantíssimas. Eles vêm com a missão de nos alertar e despertar para as verdades da vida. Eles são os mensageiro, os guias enviados por Deus para nos mostrar o caminho para o auto encontro e automaticamente para o encontro com a divindade. Eles mostram o caminho, mas a jornada é de cada um. Eles não salvam ninguém, cada um é seu próprio salvador. Podemos resolver tudo diretamente com Deus, nosso Pai Amoroso. Não precisamos intermediários. Por mais que gostemos dos ensinamentos de alguém, das colocações de algum filósofo, das tradições de alguma seita ou religião, não devemos depender de nada disso. O reino de Deus está em nosso interior e ponto.

Neste capítulo final, desejo resumir os pontos principais

do Ho’oponopono, a sábia doutrina ancestral que proporcionou as ferramentas que mudaram minha vida. Estes conceitos são muito

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simples. Tudo o que a divindade nos pede é que assumamos plena responsabilidade, peçamos perdão e cuidemos muito bem de nós mesmos. Isso é tudo!

Assumir 100% da responsabilidade é o caminho mais

curto. Quando nos damos conta de que é somente nossa programação mental que nos impede de enxergar as coisas com clareza, paramos de culpar fatores externos e decidimos assumir a responsabilidade. Então as portas do paraíso se abrem para nós e alcançamos um estado de infinitas possibilidades. Do contrário, quando estamos zangados com alguém ou com algo perdemos nossa liberdade, nossos próprios sentimentos de ódio nos condenam e nos aprisionam. Somos escravos desses sentimentos e com isso somente machucamos a nós mesmos. Libertamos-nos através do perdão. Perdoar é o caminho mais curto e mais fácil. Quando falo em perdoar, refiro-me a um trabalho interno, um processo entre nós e Deus quando dizemos: “Divino Criador, perdoe-me por isso que está em mim e que está criando essa situação indesejável”. Não precisamos falar com ninguém que o perdoamos.

Comentário: Todos os nossos problemas estão em nós

mesmos. É na forma equivocada de interpretar os sinais e estímulos exteriores que reside a fonte de nossos problemas. Nosso julgamento é norteado por nossa programação mental, pelas crenças passadas na infância ou em tempos ainda mais remotos, por nossos medos, inseguranças e complexos. É preciso assumir a responsabilidade por nossos sentimentos, trabalhar nosso interior, parar a gravação em nosso subconsciente usando as técnicas ensinadas nesse livro. Assim estaremos abrindo as portas do paraíso (perdido com a mordida na maçã, lembra-se?) e alcançaremos um estado de infinitas possibilidades.

Reagindo ao comportamento alheio perdemos

nossa liberdade que somente será reconquistada com a prática do perdão. O perdão proposto aqui é um processo interno, uma postura intima de perdoar e pedir perdão sempre que algo ameace nosso equilíbrio emocional. Não é preciso falar com a

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outra parte, ninguém precisa ficar sabendo. Deve ser aplicado a todo instante, por isso não faz sentido falar com o outro. Imagine você gritando para alguém no trânsito: “Eu perdôo você por essa fechada”.

Com a prática o ideal é nem permitir que

a mágoa se instaure em nosso ser. Podemos matar o problema na raiz e de vez, perdoando imediatamente e não abrigar a situação na mente. Cito novamente Chico Xavier que disse que devemos desenvolver a “personalidade inofendível”.

Em meu caso por exemplo, não é que não me zangue

mais ou que não reaja a situações adversas ou que não tenha mais problemas. O que mudou em mim e que faz toda a diferença é que agora a irritação dura somente poucos minutos. Procuro me situar, voltar a meu centro e tomo consciência dizendo a mim mesma: “isso que estou sentindo é criado pelos meus pensamentos e não os do outro. Tudo é resultado de minha programação, minha percepção e eu posso mudar esse quadro.” Esse simples processo me proporciona tranqüilidade tamanha que não consigo descrever com palavras. Por quê? Porque evito ter pensamentos do tipo: “como é que ele pode me dizer isso? Como pôde agir daquela forma comigo?” Não fico esperando que a outra pessoa modifique suas atitudes e faça algo para me agradar ou remediar a situação. Que alívio! Não dependo de nada nem de ninguém fora de mim mesma. Tampouco me imponho a necessidade de ser perfeita nem de agradar a todo o mundo. Não preciso convencer a ninguém sobre meus pontos de vista. Aprendi a respeitar e reconhecer que todos têm livre arbítrio e cada qual tem as suas escolhas. Essa realidade já não me causa ansiedade. O bem e o mal são parâmetros que criamos em nossa mente. Enquanto nos amarmos e cuidarmos de nós mesmos, amaremos e cuidaremos dos outros.

Assim quais são as chaves desse processo libertador?

Em primeiro lugar é necessário assumir total responsabilidade sobre nossas vidas. Devemos aprender a dizer: “sinto muito, me perdoe pelo que está em mim e que criou essa situação”. Dessa forma assumimos a responsabilidade ao mesmo tempo em que perdoamos a nós mesmos. E como temos lembranças em comum, basta que tomemos a responsabilidade de pedir perdão para que essas lembranças se apaguem de um e de outro. Porém é

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essencial recordar que fazemos o processo por nós mesmos, para o nosso bem. Devemos nos salvar a nós mesmos e a ninguém mais. Mas o extraordinário é que ao fazermos o processo beneficiamos também ao outro.

Comentário: Apesar de não entrarmos em diálogo com a

outra parte para pedir perdão e perdoar, o fato de trabalharmos a questão mesmo mentalmente, faz com que automaticamente o outro também seja beneficiado. Tal se dá porque estamos todos mergulhados num campo energético, campo esse que é o condutor dos pensamentos e também registra todas as disposições das mentes humanas, sejam positivas ou negativas. Quando alguém tem uma rusga com o outro desejando-lhe mal e vice-versa, essa situação gera um centro de energia negativa que fica registrada no éter (espaço preenchido com a energia e matéria cósmica invisíveis a nossos olhos) e que passa a acompanhar os envolvidos. Esse centro de energia é alimentado pelo desejo e pensamento dos envolvidos, que sintonizam constantemente com o problema. Se uma das partes muda de postura e toma a iniciativa de perdoar passando a emitir para o outro pensamentos de amor e afeto, em vez de ódio e rancor, esse centro de energia criado pela briga perde a sua força. Os pensamentos de amor emanados da pessoa que mudou de atitude são transmitidos pelo campo magnético em que todos estão mergulhados, e chega fatalmente à outra parte, causando-lhe bem estar e paz. Com o tempo o outro acabará mudando também de atitude, pois não encontrará mais eco e respostas condizentes para seus sentimentos inferiores, ao contrário receberá de volta emanações amorosas.

Embora devamos nos preocupar com nosso

ser, com nossa própria salvação, é impossível se elevar sem levar consigo outras pessoas. Quando um homem se eleva, toda a humanidade se torna um pouco melhor.

Também é necessário aceitar que nosso intelecto, a

mente racional não conhece a essência da realidade, mas que há

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uma parte em nós que sabe o que é melhor e como fazê-lo. Basta que permitamos que essa parte em nós que tudo sabe nos guie para a solução correta e perfeita. O processo Ho’oponopono deve se tornar automático em nós, ser praticado todo o tempo como se fosse nossa respiração. Sabemos o que acontece se pararmos de respirar. O mesmo acontece se pararmos com essa limpeza interior. É evidente que somos humanos e vamos esquecer de fazer o processo muitas vezes, mas o essencial é praticar o máximo possível. Até mesmo quando tudo parecer que está bem precisamos praticar, mesmo quando aparentemente não temos nenhum problema. Isso porque nossa mente toca a gravação, a antiga programação o tempo todo, embora não estejamos conscientes disso.

Comentário: O filósofo brasileiro Huberto Rhoden,

disse que devemos orar o tempo todo. Alguém poderá dizer: “se eu for orar o tempo todo, não vou poder fazer mais nada”. E o filósofo pergunta: “você se preocupa em respirar o tempo todo? Quando está caminhando, alimentando-se, trabalhando, lendo, preocupa-se com a respiração? Com a oração é a mesma coisa, deve ser automática como a respiração. A oração é a respiração da alma”.

Pensar positivo é orar. Praticar as

técnicas “me perdoar, eu te amo” proposta pelo Ho’oponopono, também é orar. E o ideal é que pratiquemos sempre para que se forme o hábito e se torne tão natural quanto a respiração.

Para nossa sorte, ao praticarmos a limpeza apagamos

essas gravações dando assim permissão para que apareçam idéia e oportunidades novas em nossa vida. Muitas vezes essas oportunidades virão de lugares e pessoas mais inesperadas. É necessário praticar, praticar e praticar. Durante toda vida praticamos reagir e sofrer, e incorporamos a reação e o sofrimento tão profundamente que fazemos isso de forma automática. Somos peritos e até diria, viciados nesta forma de agir. A limpeza no início pode parecer difícil, mas logo se incorpora à vida diária como a própria respiração, e ganha força em nós porque começamos a nos sentirmos diferentes e a ver os resultados. Começamos então a experimentar uma profunda paz interior.

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É essencial não ter expectativas. O segredo é estar

aberto e flexível porque nunca sabemos de onde vai vir o que iremos receber. Devemos ter a confiança de que virá o que for melhor para nós, sempre. Talvez não seja o que esperamos, mas será o apropriado. Não porque não nos escutaram, e sim porque precisávamos passar pela prova ou porque ainda não merecíamos. Devemos nos permitir ser surpreendidos pelo universo, pois desse modo receberemos coisas além de nossa imaginação.

A lei do universo determina que quando pedimos algo,

recebemos. O universo sempre responde, mas é necessário pedir e dar permissão. Uma forma de pedir é utilizando as ferramentas Ho’oponopono, mas devemos nos desapegar dos resultados. Conseguimos isso sabendo e confiando que receberemos aquilo que for correto e perfeito para nós.

Outra ferramenta concreta para apagar os

pensamentos e programas indesejáveis na mente é repetir em voz baixa uma sentença, uma frase de impacto que tenha significado. Uma delas é repetir mentalmente “chave da luz” o tempo todo. Com essa frase, metaforicamente “apagamos” o interruptor de nossos programas. Ás vezes podemos nos perguntar como poderemos prestar atenção no que nos dizem se estivermos repetindo mentalmente “chave da Luz”. Em primeiro lugar precisamos recordar que as pessoas quase nunca falam o que realmente querem. Se alguém nos conta seus problemas, é somente para nos dar a oportunidade de apagar e limpar as memórias que temos em comum. A próxima vez, antes de reagir, antes de dar um conselho ou uma opinião, pense somente: “chave da luz”. É provável que acabemos dizendo justamente o que o outro precise ouvir em vez do que nós pensávamos que precisasse escutar. Muitas vezes nem é necessário responder ou dizer algo para que a pessoa sinta-se melhor ou acabe encontrando sozinha, de forma milagrosa a solução para seu problema.

Comentário: Precisamos aprender a usar a sabedoria do

silencio. Quando alguém vier até nós desabafando ou reclamando de algo, deveríamos ter o cuidado de não sair logo emitindo um parecer e um conselho. Primeiramente precisamos ouvir com o coração, com carinho e amor. E depois fazer silêncio,

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demonstrar compreensão e solidariedade, nem que seja com o olhar ou outros gestos. Se o que estiver sendo dito for a nosso respeito, talvez uma queixa contra a nossa pessoa, nossa capacidade de perdoar e compreender deve ser ainda mais forte. Nossa reação natural seria retrucar, protestar e tentar provar que estamos certos. Esse é o momento de oferecer a outra face, ser humildes e se preciso pedir desculpas. Se estivermos decididos a mudar nossa vida, a não abrigar qualquer sentimento negativo em nosso ser, se quisermos de fato praticar as técnicas aqui propostas e assumir 100% de responsabilidade sobre nossas vidas, é isso que teremos que fazer nesses momentos.

Chave da luz é a contra-senha. Quando estou

preocupada com meus filhos, ansiosa pelo dinheiro ou ressentida com alguma pessoa, não deixo que meu intelecto se interponha e comece a tagarelice na mente. Somente repito mentalmente “Chave da luz, chave da luz, chave da luz”. Não tenho a menos dúvida de que funciona, mas é importante dizer que para cada um funciona de forma diferente. Alguns terão resultados imediatos, outros demorarão um pouco mais. Mas que funciona, funciona. É preciso acreditar e praticar.

Outra ferramenta importante é repetir “Azul gelo”. Uma

vez disse a meu filho Lyonel, de 16 anos, que quando se machucasse poderia simplesmente pensar: “azul gelo, azul gelo”. Um dia estávamos tomando café da manhã e Lyonel mostrou-me um machucado novo. Perguntei-lhe então: “Lyonel usou o azul gelo?” Sua resposta foi: “Sim mami, e sabe o que mais? Quando me sinto frustrado ou angustiado também o uso e me tranqüiliza muito”. Nesse momento lembrei que o azul gelo pode ser usado para qualquer tipo de sofrimento, tanto físico quanto emocional.

Outro dia disse a meu filho: “Lyonel, sei que falo de

coisas que parecem estranhas mas que realmente funcionam”. Ele respondeu: “Sim mami, claro que funcionam. Lembra do que me disse que deveria fazer na escola? Pois bem, depois que comecei a fazer o que me disse, minhas notas melhoraram”. Recentemente Lyonel havia comentado que estava admirado com o quanto seu relacionamento com os professores havia melhorado.

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Nos parágrafos acima a autora propõe a

repetição mental de pequenas frases que teriam o poder de nos desligar do problema e manter o equilíbrio interior. Essa técnica realmente funciona e é eficaz. Os dizeres da frase em si não importa muito, mas o efeito é que é importante. A autora propõe as sentenças “Chave da luz” e “azul Gelo”. Parecem meio estranhas essas frases, ou então assim ficaram devido à tradução eletrônica, mas não importa. Cada um pode escolher sua própria frase, uma que deva ser usada nos momentos de provação, e que será como uma senha para que nosso cérebro mantenha-se tranqüilo e se lembre daqueles princípios que estamos pondo em prática na nossa vida: paz interior, não reagir, perdoar e amar.

Já conhecia essa técnica através das

obras de Joseph Murphy e Emmet Fox. Inclusive adotei algumas frases que utilizo há algum tempo e uma delas é: “Deus me ama e zela por mim”. Sempre que surge um problema, algum impasse, gosto de repetir essa frase mentalmente e os efeitos são surpreendentes. Outra frase que costumo usar é: “Deus te ama e eu também”. Isso sempre que surge uma situação indesejável envolvendo outra pessoa. Eu procuro voltar para dentro de mim mesmo e repetir: “Deus te ama e zela por você”, ou “O Deus em mim saúda o Deus em você” ou ainda, “Eu te vejo com os olhos de Deus”, e também: “Deus te abençoe agora e sempre”. Mentalizar uma dessas frases, não reagir, não julgar e não opinar, realmente produz verdadeiros milagres em nós.

É a isso que a autora se refere ao citar

as frases “Chave de Luz” e “Azul Gelo”. É como se fosse um mantra que nos ancora, nos conserva nos trilhos, equilibrados e serenos.

Vale a pena mencionar aqui que os problemas físicos,

as enfermidades, também são lembranças que podemos apagar e limpar. Estamos acostumados a tratar a dor ou a moléstia física, mas aí não é onde está o problema. O problema está na memória gravada em alguma das milhares de gravações que temos em

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nossa mente. Como sabemos em qual dessas gravações está a programação da doença? Como encontra-la? Pois bem, não precisamos saber qual lembrança, nem qual gravação é, porque Deus (Amor) sabe. Só é necessário dar permissão (repetindo por exemplo chave de luz, azul gelo, obrigado ou te amo) e Deus tirará a fita gravada que contém essas lembranças e outros que estão na mesma fita embora nós nem saibamos. Devemos dar permissão, do contrário Deus não pode fazer nada.

Uma terceira ferramenta é repetir: “papel para moscas”. Meu filho Jonathan brigava muito com sua noiva.

Sugeri-lhe que a próxima vez que tivessem uma discussão, ele optasse por ficar calado e repetisse mentalmente as palavras: “papel para moscas”. Alguns dias mais tarde, chamou-me e disse que precisa falar comigo. Contou-me que teve um problema com a noiva, mas que desta vez se preocupou muito porque sentiu vontades de agredir fisicamente. Perguntei então: “Usou o papel para moscas?”. Sua resposta foi: “Sim, mami, e foi o que me deteve”. Certamente muitos pensarão que isto é muito fácil e muito simples para funcionar. Sim, eu estou de acordo, é realmente muito fácil. O processo em si é muito fácil. O difícil é fazê-lo todo o tempo.

Comentário: Uma outra expressão proposta pela autora:

“papel para moscas”. Novamente reafirmo que a frase em si não tem muita importância, apenas o resultado e que deve ser levado em conta. Embora nesse caso específico acho o simbolismo até fácil de compreender. Papel para moscas é aquele papel que atraí as moscas que pousam nele e ficam grudadas, debatendo-se até a morte. Deixar-se influenciar por brigas e provocações banais é o mesmo que uma mosca ser atraída para o papel e ficar grudada nele. Bastaria à mosca desviar-se e não pousar no papel. Nos, diferentemente da mosca temos a inteligência e podemos optar não acolher a situação (pousar no papel) para não sermos dominados por ela (ficar grudado e debater-se).

Em cada instante de nossa vida temos a oportunidade

de assumir total responsabilidade e apagar nossos problemas, mas em geral reagimos, preocupamo-nos, opinamos perdendo tempo e energia. Basta lembrar que os problemas não são os problemas, e

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sim a maneira em que nos reagimos é o problema. As opiniões e os julgamentos que temos sobre o problema é o problema. O pior de tudo é que, cada vez que decidimos reagir em vez de liberar, sacrificamos nossa verdadeira identidade, de querer ter razão.

Só temos dois caminhos para escolher: viver segundo

nosso verdadeiro ser ou segundo nossas fitas pré-programadas; deixar-nos levar pela inspiração divina ou por nossos programas velhos que já foram provados e não funcionam. Quanto mais apagamos e liberamos, mais começamos a ter a experiência de nosso verdadeiro ser. A razão de nossa existência neste mundo é descobrir quem somos, e através da limpeza conseguida usando as ferramentas do Ho’oponopono, experimentarmos cada vez mais nossa verdadeira identidade. Quero lhes esclarecer que quando utilizamos qualquer destas ferramentas, significa que estamos tomando cem por cento responsabilidade e estamos dizendo implicitamente: “Sinto muito, me perdoe pelo que está em mim e que está criando isso.

Isso nada mais é que orar, o que nos permite nos

elevar além dos problemas e do que não é real. Dessa forma permitimos que os problemas sejam transmutados. É uma maneira de acender a luz em uma habitação escura e poder ver as coisas mais claramente. Então, por que nos limpar? Por que pedimos perdão? Porque queremos ser livres, porque estamos cansados de viver as mentiras que decidimos acreditar, porque já sofremos suficiente. É hora de nos encontrar a nós mesmos, de nos descobrir, de ser felizes, de desfrutar da vida, de nos querer e nos aceitar tal qual somos. Nossa condição humana é a de ser felizes. Notaram que quando estamos felizes todo se apresenta em forma fácil?

A viagem é longa. Temos muito que limpar, muito que

apagar. É um trabalho que deve se feito nas 24 horas do dia, mas as recompensas são imensas. No processo podemos experimentar amor, desfrutar da vida e descobrir que já somos seres perfeitos. Podemos atrair tudo o que necessitamos sem esforço. Podemos aprender a ser nós mesmos e a amar incondicionalmente. Podemos escolher o sofrimento ou a felicidade, a enfermidade ou a saúde, o medo ou o amor. Decidamos o que decidamos, estará bem. Será nossa eleição.

Cuidem-se muito. Recebam todo meu amor.

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E recebam todo o meu amor também. Diga o que você achou desse trabalho,

mande-me um e-mail com sua opinião sincera. Estou trabalhando noutros projetos parecidos com esse, na área do aperfeiçoamento pessoal e auto ajuda. Caso queira receber notícias desses outros trabalhos me informe.

Agradeço a atenção e desejo um mundo de

realizações para você. Lauro Ribeiro [email protected]