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Revista Pensar Gestão e Administração, v.6, n.1, jul. 2017 Identidade e Gênero Nas Organizações: Os Desafios das Mulheres IdentityandGenderInsideCorporations: The ChallengesofWomen Aleciano Marcos dos Reis¹ Bárbara Danielle dos Santos² Luciana A.PerazzoCarreiro Letícia Corrêa Magalhães Ferreira 1 RESUMO: A presença da mulher no mercado de trabalho é um tema que vem ganhando força na atualidade. As mulheres deixaram o perfil imposto pela sociedade de que nasceram para serem donas de casa para assumirem cargos dentro das organizações, porém se depararam com uma cultura machista, também de fruto cultural, e acabaram sofrendo diversos tipos de dificuldades e preconceitos dentro dessas organizações. A todo tempo são subestimadas pela sua capacidade intelectual de assumirem cargos de liderança, esses que são predominantemente ocupados por homens, têm remunerações inferiores e além de tudo ainda sofrem diversos tipos de assédios, que entre o mais comum, é o assédio moral. Palavras-chave: Mulher. Organização. Preconceito. Assédio Moral. Sexismo. Abstract:Woman’sjobmarketpresenceis a topicthatisgaining momentum nowadays. Woman’s are leaving a profile imposedbythesociety, whichdeterminedthattheywereborntobehousewives, in ordertotakepositionsinsidetheorganizations, howevertheyencounter a sexistculture, alsoofcultural roots, in a regardthattheyendupsufferingmanytypesofdifficultiesandprejudicesinsidetheseor ganizations. At all times they are underestimatedbytheirintellectualcapacityto assume leadershippositions, that are predominantlyoccupiedbymen, havelowerwagesand, moreover, still sufferfrommanytypesofharassment, whichthemost common ispsychologicalharassment. Key Words: Women. Corporations. Prejudice. Sexual Harassment.Sexism. 1 Mestre em administração pela FNH, professora nos cursos de Administração e Gestão de RH da Faculdade Promove de Belo Horizonte, Brasil (2017) [email protected]

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Identidade e Gênero Nas Organizações: Os Desafios das Mulheres

IdentityandGenderInsideCorporations: The ChallengesofWomen

Aleciano Marcos dos Reis¹ Bárbara Danielle dos Santos²

Luciana A.PerazzoCarreiro Letícia Corrêa Magalhães Ferreira 1

RESUMO: A presença da mulher no mercado de trabalho é um tema que vem ganhando força na atualidade. As mulheres deixaram o perfil imposto pela sociedade de que nasceram para serem donas de casa para assumirem cargos dentro das organizações, porém se depararam com uma cultura machista, também de fruto cultural, e acabaram sofrendo diversos tipos de dificuldades e preconceitos dentro dessas organizações. A todo tempo são subestimadas pela sua capacidade intelectual de assumirem cargos de liderança, esses que são predominantemente ocupados por homens, têm remunerações inferiores e além de tudo ainda sofrem diversos tipos de assédios, que entre o mais comum, é o assédio moral.

Palavras-chave: Mulher. Organização. Preconceito. Assédio Moral. Sexismo.

Abstract:Woman’sjobmarketpresenceis a topicthatisgaining momentum nowadays. Woman’s are leaving a profile imposedbythesociety, whichdeterminedthattheywereborntobehousewives, in ordertotakepositionsinsidetheorganizations, howevertheyencounter a sexistculture, alsoofcultural roots, in a regardthattheyendupsufferingmanytypesofdifficultiesandprejudicesinsidetheseorganizations. At all times they are underestimatedbytheirintellectualcapacityto assume leadershippositions, that are predominantlyoccupiedbymen, havelowerwagesand, moreover, still sufferfrommanytypesofharassment, whichthemost common ispsychologicalharassment.

Key Words: Women. Corporations. Prejudice. Sexual Harassment.Sexism.

1Mestre em administração pela FNH, professora nos cursos de Administração e Gestão de RH

da Faculdade Promove de Belo Horizonte, Brasil (2017)

[email protected]

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¹ Graduando em Administração pela Faculdade Promove de Belo Horizonte, Brasil (2017) [email protected] ² Graduanda em Administração pela Faculdade Promove de Belo Horizonte, Brasil (2017) [email protected] ³ Graduanda em Administração pela Faculdade Promove de Belo Horizonte, Brasil (2017) [email protected]

1 INTRODUÇÃO

A inserção da mulher no mercado de trabalho vem, ao longo do tempo,

desmistificando a ideia de sexo frágil, dependente, covarde e com pouca

intelectualidade, cconceitos esses que são formados por base da educação

cultural. Sendo assim, é necessário e significativo um aprofundamento na

pesquisa nesse assunto que ainda é muito frequente dentro das pequenas e

grandes organizações.

Neste artigo, buscou-se compreender o olhar da mulher diante dos

desafios e dificuldades enfrentadas no exercício da função de advogada em um

determinado escritório de advocacia em Belo Horizonte, onde essa profissão,

historicamente sempre foi predominantemente exercida por homens. Porém, o

número de mulheres exercendo essa função vem aumentando cada vez mais,

enfrentando várias lutas contra o preconceito e igualdade de gênero.

Com foco no empoderamento e igualdade de gênero, busca-se cada dia

mais identificar quais as dificuldades do ingresso das mulheres no mercado de

trabalho, focando nos fatores que levam à desvalorização dessas mulheres, em

relação ao sexo masculino e como encarar esses desafios cotidianos nessa

árdua busca por igualdade.

A problemática gira em torno do questionamento: No mercado de trabalho

atual brasileiro quais as principais dificuldades ainda enfrentadas pelas

mulheres para a igualdade de gêneros?

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Esse artigo tem como objetivo geral identificar no mercado de trabalho

brasileiro quais as principais dificuldades ainda enfrentadas pelas mulheres,

para a igualdade dos gêneros, nas organizações.

Especificamente, objetiva-se

● Conhecer quais as principais dificuldades que a mulher enfrenta dentro da organização.

● Analisar os fatores que levam á desvalorização da mulher no mercado

de trabalho.

● Observar o envolvimento da mulher no mercado de trabalho.

A escolha do tema inserção da mulher no mercado de trabalho se

justifica pela necessidade de ampliar os conhecimentos do tema abordado.

Considerando o crescimento da mulher no mercado de trabalho

nesses últimos anos, a mulher ainda é considerada, o “sexo frágil” e a partir

dessa ideia mostra que ainda há uma grande dificuldade em inseri-la no

mercado de trabalho e acabar com o “machismo” dentro das empresas.

As mulheres enfrentam uma diferenciação nas oportunidades no

mercado de trabalho, quando comparadas às dadas aos homens. Essa

diferença, que é traduzida em discriminação, faz com que a produtividade do

grupo feminino seja inferior ao do grupo masculino. Barros, Ramos e Santos

(1995) apud in Baptista (2000) afirmam que o grupo social discriminado irá

produzir abaixo do nível ótimo, o que fará com que os recursos da organização

sejam subutilizados. Com base nessa afirmativa, este trabalho se justifica -

academicamente - por levantar referenciais visando corroborar a visão dos

autores citados, além de servir como referência para futuros trabalhos de

mesmo tema ou que façam menção a ele.

2. A MULHER DENTRO DAS ORGANIZAÇÕES

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Por décadas as mulheres foram consideradas submissas e não dignas de

conviver em sociedade. Durante toda a história da população brasileira, as

mulheres são retratadas como donas de casa. Ressalta-se que no período

colonial a escravidão era algo comum, sendo em sua maioria mulheres negras

trazidas de países africanos. As mulheres traficadas eram obrigadas a trabalhar

para os brancos, sendo humilhadas, e, muitas vezes sendo estupradas por

seus “donos”. Apesar da pobreza na sociedade da época, a mulher branca não

era considerada escrava, não enquanto era “pura e casta” de acordo com os

costumes da igreja medieval.

O grande início da inserção da mulher no mercado de trabalho aconteceu

de fato com as Ia e IIa Guerras Mundiais. Com os homens nas frentes de

batalha, as indústrias utilizaram a mão de obra disponível – mulheres e

crianças. Enquanto os homens lutavam, as mulheres fabricavam as armas, as

munições, e tantos outros insumos que abasteciam não somente a guerra, mas

a economia em geral. Com o fim das guerras, muitos homens não voltaram, ou

mesmo os que voltaram estavam incapacitados para assumir suas antigas

funções no mercado. E coube então à mulher assumir o papel antes ocupado

por eles (TONANI, 2011).

E esta participação da mulher no mercado trabalho não parou mais de

crescer e se solidificar. Castells (1999) aponta que “trabalho, família e

mercados de trabalho passaram por profundas transformações neste último

quarto de século em virtude da incorporação das mulheres no mercado de

trabalho remunerado”.

Loden (1988) afirma que não há dúvidas de que as mulheres continuam a

cada dia mais obter sucesso por derrubar e desconstruir velhas barreiras para

chegar ao patamar desejado em suas carreiras, e cada dia mais encorajadas e

dispostos a enfrentar e assumir riscos no meio profissional, comercial e perante

toda sociedade. Pode-se notar que, acompanhar ativamente os avanços

tecnológicos é conquista relativamente recente das mulheres e garantir que a

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conquista do mérito pelo seu esforço, ser independente e ainda ter sua

competência reconhecida é motivo de orgulho para a maioria delas e é um

processo que deve ser contínuo a cada dia. E que apesar de tudo, as mulheres

têm muito que comemorar, pois abriram muitos caminhos e conquistaram

destaques no âmbito competitivo dos negócios, e provaram que podem sim,

trabalhar fora de casa conquistando seu próprio dinheiro e independência,

podendo se orgulhar de suas lutas e esforços.

2.1 Gênero e poder

Ao falar de sexo e gênero é fundamental definir corretamente esses

conceitos, já que são confundidos com frequência. De acordo com Díaz (1999)

sexo refere-se às diferenças biológicas entre homem e mulher, seus aparelhos

reprodutores, suas funções diferenciadas decorrentes de seus hormônios.

Gênero refere-se às relações sociais desiguais de poder entre homens e

mulheres que são o resultado de uma construção social do papel do homem e

da mulher a partir das diferenças sexuais. (DOMINGUES;LUZ e QUERINO

2012).

O campo de estudos de gênero consolidou-se no Brasil no final da década

de 70, concomitantemente ao fortalecimento do movimento feminista no país. A

incorporação da perspectiva de gênero por políticas públicas é, no entanto, um

tema ainda hoje pouco explorado. O conceito de gênero foi incorporado pelo

feminismo e pela produção acadêmica sobre mulheres nos anos 70 e, desde

então, tem sido interpretado de formas distintas por diferentes correntes do

feminismo, conforme versa Farah (2004). Segundo Carvalho (1998), o uso

ainda hoje mais frequente do conceito é o proposto pelo feminismo da

diferença. Este rejeitou pressupostos do feminismo da igualdade, que afirmava

que a única diferença efetivamente existente entre homens e mulheres são

biológico-sexuais, e que as demais diferenças observáveis são culturais,

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derivadas de relações de opressão e, portanto, devem ser eliminadas para dar

lugar a relações entre seres ‘iguais’.

Farah (2004, p.2) afirma que:

O conceito de gênero, ao enfatizar as relações sociais entre os sexos, permite a apreensão de desigualdades entre homens e mulheres, que envolvem como um de seus componentes centrais desigualdades de poder. Nas sociedades ocidentais, marcada também por outros ‘sistemas de desigualdade’, como apontada pela abordagem pós-estruturalista, é possível constatar, no entanto, que o padrão dominante nas identidades de gênero de adultos envolve uma situação de subordinação e de dominação das mulheres, tanto na esfera pública como na privada.

Segundo Costa (1998), quando se fala de gênero, se fala de poder. A

relação entre o masculino e feminino são diferentes, mantendo a mulher

subjugada ao homem.

Ainda hoje, pese todas as transformações ocorridas na condição feminina,

muitas mulheres não podem decidir sobre suas vidas, não se constituem

enquanto sujeitos, não exercem o poder e, principalmente, não acumulam este

poder, mas o reproduzem, não para elas mesmas, mas para aqueles que de

fato controlam o poder. As pequenas parcelas de poder ou os pequenos

poderes que lhes tocam e que lhes permitem romper, em alguns momentos ou

circunstâncias, a supremacia masculina, são poderes tremendamente

desiguais. (COSTA, 1998).

2.2 A mulher e o feminismo no mercado de trabalho

Cresce exponencialmente o número de mulheres em postos diretivos nas

empresas. Segundo o jornal “Valor Econômico” (2015), no mundo, as mulheres

ocupam hoje 24% dos cargos de liderança, entre presidentes, vice-presidentes

e diretorias, um aumento de três pontos percentuais comparado a 2012. O

Brasil acompanha a estatística, com 23% de mulheres em cargos de alta

gestão. Curiosamente, essa ascensão se dá em vários países como; China,

Tailândia, Alemanha e Itália de maneira semelhante, “como se houvesse um

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silencioso e pacífico levante de senhoras e senhoritas no sentido da inclusão

qualificada no mundo do trabalho”, diz Probst (2003 p.1).

“Pouco a pouco as mulheres vão ampliando seu espaço na economia

nacional. O fenômeno ainda é lento, mas constante e progressivo. A mulher

deixou de ser apenas uma parte da família para se tornar o comandante dela

em algumas situações. Por isso, esse ingresso no mercado é uma vitória. O

processo é lento, mas sólido.

As mulheres sofrem mais do que os homens com o estresse de uma

carreira, pois a maioria, além da rotina árdua do trabalho, são donas de casa,

mãe de família, do lar. As mulheres dedicam-se tanto ao trabalho quanto o

homem e, quando voltam para casa, instintivamente dedicam-se com a mesma

intensidade ao trabalho doméstico. Embora alguns homens ajudem em casa,

não chegam nem perto da energia que a mulher tende a dar.”

(PROBST, 2003).

Em relação às mudanças na estrutura ocupacional do país da época, essa

constituíam-se da formação do movimento negro, do movimento de mulheres e

de outros movimentos sociais que exigiam igualdade no país. Hasenbalg e

Valle (1984) afirmam que as mulheres não só tendem a conseguir uma melhor

distribuição na estrutura ocupacional, como também abandonam os setores de

atividade que absorvem a força de trabalho mais qualificada e pior remunerada,

para ingressar em proporções crescentes na indústria e nos serviços

modernos. As tendências observadas permitem sugerir, de maneira provisória,

a possibilidade de uma diferenciação dos mercados de trabalho para as

mulheres: enquanto as mulheres oriundas das classes populares, com baixos

níveis de escolaridade, tendem a concentrar-se na prestação de serviços e nos

empregos ligados à produção na indústria, as mulheres de classe média,

dotadas de níveis mais elevados de educação formal, dirigem-se para os

serviços de produção e de consumo coletivo (CARNEIRO, 2003).

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Com o expressivo crescimento de mulheres no mercado de trabalho,

dados revelam que o nível de emprego com carteira assinada para as mulheres

cresceu 5,93% (IBGE, 2004) em relação ao ano anterior. Observando os dados

do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística percebe-se que a relação dos

salários entre homens e mulheres passou para 85,97%,e que a diferença

salarial é menor comparada ao salário masculino. Mesmo na constante luta

para absorver conhecimento profissional e específico a mulher continuará

recebendo salário inferior em relação ao homem e executando a mesma

função. Nos últimos anos, tem-se verificado uma tendência de que, apesar da

maior escolaridade e avanço da inserção feminina no mercado de trabalho, as

mulheres recebem um rendimento em média 30% inferior ao do homem.

2.3 Assédio moral nas organizações

“Nas organizações a violência e o assédio nascem do encontro entre a

inveja do poder e a perversidade. No mundo do trabalho, nas universidades e

nas instituições em geral, as práticas de assédio são muito mais estereotipadas

que na esfera privada e são também onde essas práticas têm sido mais ... por

suas vítimas”. (FREITAS, 2000, p.6 a 15).

O processo de assédio moral no trabalho traz sérios prejuízos para o

indivíduo, para a organização e para a sociedade. Os indivíduos acometidos

pelo assédio moral, ao se sentirem ameaçados, deixam de levar uma vida

normal e veem prejudicado todo o contexto de sua vida pessoal. Há casos em

que eles se sentem esmagados e perdem inteiramente a disposição e a paixão

pela vida. A destruição da identidade do indivíduo nos processos de assédio

moral no trabalho se dá rapidamente. Entretanto, a recuperação da autoestima

e a consequente recuperação desse indivíduo para o convívio na sociedade e

no ambiente de trabalho pode levar anos. (FILHO, Antônio, 2008)

Barreto (2003) define assédio moral ou violência moral no trabalho como a

exposição de trabalhadores a situações constrangedoras e humilhantes durante

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as suas atividades dentro da organização, que é caracterizado como atitude

desumana e violenta nas relações de trabalho.

3 METODOLOGIA

Metodologia da pesquisa é a parte que define como, onde e de que

forma a pesquisa é realizada, bem como os métodos utilizados para a busca de

informações para a execução dos objetivos determinados.

De acordo com Vergara (2000) a taxionomia de tipos de pesquisa varia

de acordo com os critérios utilizados. Para a classificação da pesquisa, a autora

tomou como base a relação de dois critérios básicos: quanto aos fins e quanto

aos meios, conforme informações contidas nos quadros 1 e 2.

Quadro 1 – Critérios relacionados aos fins da pesquisa.

Tipo de pesquisa Conceito

Descritiva Expõe características de determinada população ou de determinado fenômeno, pode também estabelecer variáveis e definir sua natureza.

Explicativa A investigação explicativa tem como principal objetivo tornar algo inteligível.

Metodológica É o estudo que se refere a instrumentos de captação ou manipulação da realidade

Aplicada E fundamentada na necessidade de resolver problemas concretos mais imediatos ou não, tem, portanto finalidade prática.

Fonte: (VERGARA, 2000, p.47)

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Quanto aos fins a pesquisa é descritiva e tem como objetivo apresentar

as principais características da população pesquisada, como opinião e

preferências. A pesquisa descritiva expõe características de determinada

população ou de determinado fenômeno. Pode também estabelecer

correlações entre variáveis e definir sua natureza. Não tem compromisso de

explicar os fenômenos que descreve, embora sirva de base para tal explicação

(VERGARA 2000).

Quadro 2 – Critérios relacionados aos meios da pesquisa

Tipo de pesquisa Conceito

Pesquisa de campo É a investigação empírica realizada no local onde ocorre ou ocorreu um

fenômeno ou que dispõe de elemento para explicá-lo.

Tipos de pesquisa Conceito

Pesquisa bibliográfica É o estudo sistematizado desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas, jornais redes eletrônicas, isto é material acessível ao público em geral.

Participante A pesquisa participante não se esgota na figura do pesquisador. Dela tomam parte pessoas implicadas no problema sob investigação, fazendo com que a fronteira pesquisador/pesquisado.

Estudo de caso É o estudo circunscrito a uma ou poucas unidades, que pode ser uma pessoa, uma família, um produto, uma empresa, uma comunidade ou mesmo um país.

Fonte: (VERGARA, 2000, p.47-48)

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Quanto aos meios foram utilizadas pesquisa bibliográfica e de campo. Para

coleta de dados foi desenvolvido e aplicado um roteiro de entrevista para o

chefe do setor com intuito de comparação de dados.

Segundo Marconi e Lakatos (2006), para a realização da coleta de dados

existem vários procedimentos que podem variar de acordo com o tipo de

investigação, conforme informações contidas no Quadro 3.

Quadro 3 – Técnicas de pesquisa mais utilizadas

Técnica de pesquisa Conceito

Entrevista Identificar quem deve ser entrevistado; elaborar um plano para a entrevista; elaborar as questões previamente; realizar um pré-teste para correção de possíveis erros; diante do entrevistado estabeleça uma relação amigável;

procure ser objetivo e anote tudo na hora (não confie na memória).

Questionário Importante instrumento de coleta de dados; a linguagem deve ser a mais simples e direta possível; deve conter: carta de explicação (proposta da pesquisa); itens de identificação, itens sobre as questões.

Fonte: (MARCONI e LAKATOS, 2006)

Segundo Appolinário (2011, p.150), ‘’a pesquisa quantitativa é a

modalidade em que as variáveis predeterminadas são mensuradas e expressas

numericamente, e os resultados também são analisados com o uso

preponderante de métodos quantitativos’’. A pesquisa quantitativa geralmente

envolve a obtenção de um conjunto extenso de informações que, após serem

coletadas mediante a utilização de formulários e questionários (entre outros

instrumentos) necessitam de análise estatístico.

Godoy (1995), diz que a abordagem qualitativa, enquanto exercício de

pesquisa, não se apresenta como uma proposta rigidamente estruturada, ela

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permite que a imaginação e a criatividade levem os investigadores a propor

trabalhos que explorem novos enfoques. E. Neves (1996), complementa que

análise qualitativa não busca enumerar ou medir eventos e geralmente não

expressa instrumento estatístico para análise de dados. Portanto a pesquisa

quanto a sua técnica é qualitativa e quantitativa.

Quanto aos objetivos foi empregado um tipo de estudo pretende descrever

os fatos e fenômenos de determinada realidade (TRIVIÑOS, 1987). Por sua

vez Gil (2008) diz que descrever as características de determinadas

populações ou fenômenos. Uma de suas peculiaridades está na utilização de

técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a

observação sistemática.

O estudo utilizado ‘’a pesquisa de campo’’, procede à observação de fatose

fenômenos exatamente como ocorrem no real, à coleta de dados referentesaos

mesmos e, finalmente, à análise e interpretação desses dados, com basenuma

fundamentação teórica consistente, objetivando compreender e explicaro

problema pesquisado.

O questionário consiste de um conjunto de questões para serem

respondidas por questionados. Em função de sua flexibilidade, ‘’o instrumento

mais comum para coletar dados primários. Precisam ser cuidadosamente

desenvolvidos, testados e corrigidos antes de serem administrados em larga

escala’’ (KOTLER, 1998, p. 121).

Segundo Gil (2010), o termo “universo” refere-se ao conjunto definido de

elementos que apresentam determinadas características e a partir desse

universo, pode-se extrair uma amostragem para a elaboração da pesquisa; por

“amostragem” entende-se o subconjunto do universo pelo qual pode - se

estabelecer ou estimar as características do universo, objeto de pesquisa.

Sabendo disso, o universo desta pesquisa foi formado por 37 mulheres que

trabalham em uma empresa de Assessoria Jurídica em Belo Horizonte. O

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propósito inicial em se utilizar a empresa supracitada, originou-se pelo interesse

do grupo em obter dados mais lineares para este estudo.

Universo e amostra trata-se de definir toda a população e a amostra.

Entende-se aqui que população não o número de habitantes de um local, como

é largamente conhecido o termo, mas um conjunto de elementos (empresas,

produtos, pessoas, por exemplo) que possui a característica que será objeto de

estudo. Amostra é uma parte do universo (população) escolhida segundo algum

critério de representatividade (VERGARA, 2000, p.51).

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS

Em questionário ao setor jurídico de uma empresa de Assessoria

Jurídica em Belo Horizonte, pode-se notar que 52,6% das mulheres

questionadas em relação à faixa etária, estão entre 20 e 29 anos, 75,7%

apresentam formação acadêmica em direito.

Analisou-se que entre 100% das respondentes, 61,8 % são solteiras,

número superior a 50% das mulheres contratadas, 38,2 % são casadas e

78,9% não têm filhos.

Em análise, quanto aos termos econômicos, 57,9% das mulheres

questionadas na empresa supracitada, entendem que os seus salários são

inferiores em relação aos salários dos homens que ocupam o mesmo cargo.

Em termos de gênero, a principal dificuldade que a mulher enfrenta em

uma organização é a discriminação em relação à capacidade de desenvolver

certas atividades na empresa. Das questionadas 78,4% votaram neste quesito,

onde reafirmam que os homens desenvolvem a maioria das atividades na

empresa e poucas são repassadas para as mulheres.

Conforme Gráfico 1 abaixo, sobre assédio moral, 73% das

respondentes sofrem ou sofreram assédio moral por parte dos colegas do

gênero masculino da organização.

Gráfico 1 - Assédio Moral

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Fonte: Autores do artigo

Com essa análise identificou-se que 100% das respondentes sofreram assédio

moral na organização.

Com 65,8% das respondentes, foi constatado que a principal

dificuldade em termos de inserção no mercado que a mulher enfrenta em uma

organização são os paradigmas de uma cultura social e empresarial machista,

onde as mulheres são vistas como seres inferiores aos homens dentro de uma

organização.

Quanto aos dados coletados é possível analisar que 81,6% das

questionadas, enfrentam um grande problema e preconceito por serem

profissionais/mulheres, donas de casa, as quais, precisam esporadicamente

faltar ao trabalho por motivo de gravidez, cuidar do filho, ou para dar atenção à

família, pois recebem críticas verbais, olhares discriminadores e outra forma de

preconceito.

Esse ato é confirmado, onde 75% das respondentes afirmam receber

preconceitos variados e 22,2% verificam que estes preconceitos vêm através

de salários diferenciados, os quais são menores que os dos homens, e 69,4%

acreditam que ainda sofrem preconceito pela comparação da capacidade

intelectual em relação aos homens.

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O gráfico abaixo mostra que 66,7% das mulheres questionadas

acreditam que as mulheres são desvalorizadas nas organizações devido as

faltas de condições para se capacitar profissionalmente por ter mais

responsabilidades no lar comparadas ao homem.

Gráfico 2 - Inserção/valorização da mulher na organização.

Fonte: Autores do artigo

Observa-se que 69,9% das questionadas acreditam que a mulher ainda

sofre o preconceito pela ideia de que a mulher não saber chefiar uma

organização, principalmente ambientes predominantemente masculinos e

52,8% acreditam que a cultura social taxa a mulher como fechada, tradicional,

enraizada, que intima a mulher a cuidar somente do lar cuidar da casa, do

marido e dos filhos.

Além de todas as dificuldades enfrentadas 97,2% das mulheres

questionadas, ou seja, a maioria delas acreditam que a mulher deve ocupar o

cargo e ter o salário para o qual é qualificada, assim como o homem, sem que

haja distinção de sexo dentro da organização e 100% acreditam e lutam para

que a relação entre homem e mulher deva ser de forma igualitária e para essa

busca contínua para vencer esses desafios. 55,6% das mulheres questionadas

buscam se especializar e sempre agregando conhecimentos

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Apesar de todas as dificuldades apresentadas, 80,6% das

questionadas acreditam que a mulher tem suas particularidades e

potencialidades e pode estudar, se qualificar e apresentar resultados gerenciais

melhores do que os dos homens, prova disso, é que 55,6% delas atuam com

sua grande intuição, sensibilidade de promover ideias e enxergar potencial de

crescimento, principalmente humano.

4 CONCLUSÃO

É notável o aumento da presença da mulher no mercado de trabalho, porém

ainda existem algumas barreiras e paradigmas a serem quebrados. Perceber –

se que paradigmas sobre cultura social vêm sendo quebrados nos últimos

anos, buscando mudar valores de uma sociedade machista que taxava a

mulher como dona de casa.

Nos últimos anos, pode-se notar o aumento dos movimentos feministas pelo

mundo em busca de igualdade de gênero. Com esses movimentos, um

aumento muito significativo na inserção das mulheres dentro das organizações,

tanto no setor público como no privado.

A evolução das mulheres no mercado de trabalho fez com que as

características tradicionais fossem se alterando, passando-se a ocuparem

postos de trabalho tidos somente como cargos ocupados por homens. Porém,

esse crescimento da presença da mulher no mercado de trabalho ainda esbarra

em paradigmas sociais, e sua inserção no mercado de trabalho e sua

capacidade de se manter no mercado é um diferente.

A pesquisa apontou que as organizações ainda têm muita resistência em

dar cargos de liderança para as mulheres, por acreditar que a capacidade

intelectual da mulher é inferior ao do homem, e também tem a questão da

diferença de salários entre homens de mulheres, que apesar de exercerem a

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mesma função, ainda recebem salários inferiores pelo fato de serem mulheres.

Ainda nesse contexto, pode-se notar que as mulheres dentro das organizações,

sofrem algum tipo de assédio por parte de seus colegas de trabalho. Mesmo

com o resultado apontado no questionário, o supervisor entrevistado, contradiz

o que foi dito pelas questionadas, informando que nunca houve caso de

assédio no setor que supervisiona e que a relação entre colegas do sexo

masculinos são bem reservadas e de respeito mútuo.

Essa pesquisa é um passo dado para mostrar as dificuldades enfrentadas

pelas mulheres tanto na sociedade quanto pelo âmbito organizacional, que

ainda merece uma linha de estudos mais minuciosa, que encoraja as mulheres

a cada dia mais se qualificarem e buscarem apoio para que não vivam mais

presas em um paradigma de uma cultura social dominada por inúmeros

preconceitos e para que não haja retrocesso em toda luta por igualdade de

direitos e que essa causa seja abraçada não somente por mulheres, mas sim

por toda sociedade.

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APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO APLICADO ÀS MULHERES DA EMPRESA

ANALISADA

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OBJETIVO1:IDENTIFICARQUAISASPRINCIPAISDIFICULDADESQUEAMULH

ER ENFRENTA DENTRO DA ORGANIZAÇÃO.

1) Qual a principal dificuldade (em termos econômicos) que a mulher

enfrenta em uma organização?

( ) Desigualdade salarial, se comparado o seu salário ao dos homens.

( ) Salários baixos, se comparada a outra função exercida pelas demais mulheres na empresa.

( ) Salários relativamente baixos, se comparada uma empresa a outra, do mesmo ramo.

2) Qual a principal dificuldade (em termos de gênero) que a mulher

enfrenta em uma organização?

( ) Preconceito em relação ao seu gênero (feminino).

( ) Discriminação em relação ao desenvolvimento de certas atividades na empresa.

( ) Dificuldade de inserção na empresa por ser mulher.

3) Qual a principal dificuldade (em termos de assédio) que a mulher

enfrenta em uma organização?

( ) Assédio corriqueiro por parte do patrão.

( ) Assédio corriqueiro por parte dos demais funcionários (homens) da organização.

( ) Ameaça de rescisão do contrato caso não ceda às ameaças do patrão.

4) Qual a principal dificuldade (em termos de inserção no mercado)

que a mulher enfrenta em uma organização?

( ) Falta de um número de vagas maior para mulheres nas organizações.

( ) Salários não atrativos ou desvalorização do trabalho da mulher.

( ) Ausência ou incompletude de formação para certos cargos na organização.

5) Qual a principal dificuldade (em termos de conciliação do trabalho

com a vida cotidiana) que a mulher enfrenta em uma organização?

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( ) Dificuldade de adaptar os horários de trabalho na organização com horários das atividades da casa.

( ) Dificuldade de adaptação aos horários da organização por necessitar de transporte.

( ) Necessidade de faltar ao trabalho por doenças (ou outros problemas) dos filhos ou familiares.

OBJETIVO2:ANALISAROSFATORESQUELEVAMÀDESVALORIZAÇÃODA

MULHER NO MERCADO DE TRABALHO.

1) Quais os principais fatores que levam à desvalorização da mulher no

mercado de trabalho?

( ) Ausência de vagas.

( ) Salários pouco atrativos.

( ) Preconceitos variados.

2) Quais os principais aspectos que mostram a marginalização da mulher

numa organização?

( ) Tarefas mal remuneradas, exercidas por mulheres.

( ) Cargos pouco atrativos.

( ) Necessidade da jornada dupla de trabalho (em casa e na organização).

3) Qual a opção que apresenta elementos que

impedem a inserção/valorização da mulher numa organização?

( ) Gravidez precoce, que impede a conclusão dos estudos.

( ) Ausência de cursos técnicos ou acadêmicos que se adaptem ao tempo da mulher.

( ) Ausência de cursos técnicos ou acadêmicos que se adaptem às condições financeiras da mulher.

4) Qual alternativa mostra fortemente a subestimação da mulher no

mercado de trabalho?

( ) A cultura machista , onde a mulher ainda é rotulada como uma pessoa do sexo frágil.

( ) A mulher deve se subordinar sempre aos homens.

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( ) A ideia de que a mulher não sabe chefiar uma organização, principalmente ambientes predominantementes masculinos.

5) Por que a mulher é representada como ‘dona do lar’, a qual, não tem

tempo para fazer parte de uma organização?

( ) A sociedade machista.

( ) Cultura fechada, tradicional, enraizada, que intima a mulher a cuidar

somente do lar, cuidar da casa, do marido e dos filhos.

( ) A Cultura de que a mulher não pode ter um emprego ou grau de estudo superior ao do homem.

OBJETIVO3:OBSERVAROENVOLVIMENTODAMULHERNOMERCADODE

TRABALHO.

1) De que forma é/ou deve ser o envolvimento da mulher no mercado de

trabalho?

( ) A mulher deve ser ativa, ocupar altos cargos e ter altos salários.

( ) A mulher deve ser passiva, pois altos cargos e salários devem ser restrito aos homens.

( ) A mulher deve ocupar o cargo e ter o salário para o qual é qualificada, assim como o homem, sem que haja distinção de sexo e salário dentro da organização.

2) Como deve ser a relação entre homem e mulher numa organização?

( ) De inferioridade do homem em relação à mulher.

( ) De superioridade da mulher em relação ao homem.

( ) De igualdade e respeito entre ambos os sexos.

3) Que comportamento as mulheres adotam para vencer o mercado de

trabalho?

( ) Buscando conhecimentos contínuos e atuais.

( ) Aplicação de métodos de gestão diferenciados.

( ) Superação, aceitando desafios, mesmo mau remunerados, os quais, os homens não aceitariam.

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4) Em quais elementos/e ou pessoas a mulher deve se inspirar para lutar

por seus direitos no mercado de trabalho?

( ) Exemplos de outras mulheres que ocupam altos cargos e salários em grandes empresas.

( ) Exemplo de mulheres que se destacam na política.

( ) Com a ideia de que a mulher tem suas particularidades e potencialidades e pode estudar, se qualificar e apresentar resultados gerenciais melhores do que os dos homens.

5) Como a presença da mulher agrega positivamente o mercado de

trabalho?

( )Alto nível de responsabilidade com horários e o comprometimento com a organização.

( ) Com sua grande intuição, sensibilidade de promover ideias e enxergar potencial de crescimento, principalmente humano.

( ) Impondo sua sabedoria com humildade, evitando confrontos.

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APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO APLICADO AO GESTOR DA EMPRESA

ANALISADA

1. Profissão

2. Tempo de trabalho na área?

3. Qual o número de funcionários do sexo feminino e masculino?

4. Como você considera o nível de relacionamento entre funcionários do

sexo masculino e feminino?

5. Em sua opinião os funcionários do sexo masculino procuram sobressair

diante o sexo feminino?

6. Já ouviu falar sobre assédio moral no trabalho qual sua opinião a

respeito?

7. A empresa tem normas políticas traçadas para gerir casos que envolvem

assédio moral? quais?

8. Você já teve que administrar situações que envolvem assédio moral?

9. Qual atitude foi tomada?

10.O que você acha que é possível para evitarmos o assédio moral?