GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTESECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO E DA CULTURA

3ª DIRED – NOVA CRUZ/RN ESCOLA ESTADUAL DOUTOR PEDRO VELHO

PEÇA DE TEATRO:

IDOSO E COM PARKINSON

Autor: Prof. Jonas Floripe Ginani Filho

Elenco: Fernando, Jairo e Ruth do 3º ano noturno

Pedro Velho/RN

Abril/2015

APRESENTAÇÃO

O dia 11 de abril, amanhã, será o Dia Mundial de Combate à Doença de Parkinson. Esta doença preferencialmente acomete idosos acima de 65 anos. Não tem cura, mas tem tratamento para controlar o avanço dos sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente. Os sintomas do Mal de Parkinson são divididos em motores e neurológicos. Começando pelos motores temos: Os tremores, que ocorrem principalmente quando o paciente se encontra em repouso e melhora quando se movimenta o membro. Em fases iniciais, o tremor é intermitente e costuma passar despercebido pelos familiares e amigos. Os tremores costumam começar em uma das mãos, normalmente com movimentos entre o dedo indicador e o polegar, como se estivesse a contar dinheiro. Com o passar dos anos a doença avança e os tremores se tornam mais generalizados, alcançando outros membros. A Bradicinesia, que significa movimentos lentos. O paciente sente-se cansado, com fraqueza muscular e sensação de incoordenação motora. Tarefas simples tornam-se muito difíceis, como abotoar uma camisa, pegar moedas dentro do bolso ou amarrar os sapatos. Com o tempo até se levantar e andar fica difícil. Além dos tremores e bradicinesia, são também sintomas motores comuns a perda de expressão facial (expressão apática) e redução do piscar dos olhos. Entre os sintomas neurológicos a demência, alterações do sono, depressão, ansiedade e memória fraca são os mais comuns. O tratamento, além de medicação específica, é carinho e amor da família, pois como já citado, o Mal de Parkinson não tem cura, apenas controle. Pensando nisso, como forma de registrar essa data e reforçar o respeito aos idosos, pois um dia também seremos idosos, iremos apresentar a peça IDOSO E COM PARKINSON. A peça foi escrita pelo professor Jonas e apresentada pelos alunos do 3º ano noturno Jairo – no papel de pai e vítima do Mal de Parkinson; Ruth, no papel de filha, e este que vos fala – Fernando, que faz a apresentação da peça. Pedimos a colaboração dos presentes para que façam silêncio, para entenderem a mensagem e para não desconcentrar os atores. Com vocês ...

IDOSO E COM PARKINSON

Cena: um banco de jardim com a filha sentada lendo uma revista e o pai em uma cadeira de rodas. Alguns jarros com plantas estão presentes configurando um jardim. Um vídeo no telão apresenta pássaros cantando na natureza. O pai apresenta sinais avançados do Mal de Parkinson – tremedeira, bradicinesia e memória fraca.

Pai:

- Que é isto?

Filha:

(A filha baixa a revista e olha para o telão respondendo com as feições sérias.)

- Só um passarinho pai.

Muda o passarinho no telão.

Pai:

- Que é isto?

Filha:

(Ela baixa a revista e olha novamente para o telão e já mostrando uma certa raiva e impaciência.)

- É só um outro passarinho pai!

Muda o passarinho no telão.

Pai:

- Que é isto?

Filha:

(Ela perde a calma e se estoura com o pai respondendo aos gritos, com raiva e gesticulando com os braços, quase batendo no pai.)

- Mas que droga pai, já falei que são apenas pássaros!! O senhor não sabe mais o que é um pássaro? Isso são apenas pássaros ouviu?

Pai:

O pai, triste, puxa um pequeno bloco de anotações do bolso da camisa e o abre numa página. Lê por um momento e o entrega à filha. Assinala com o dedo trêmulo o texto e pede para ela ler em voz alta.

Filha:

A filha, ainda com a cara fechada, desconfiada, olha para o texto e para o pai, depois o lê, algumas vezes parando a leitura e tremendo as mãos.

- Hoje tive a felicidade de passear com minha filha de quatro anos no jardim. Ao avistar os passarinhos pousando ela me perguntava: Que é isto pai? Que é isto pai?

- Como perguntava minha garotinha! Às vezes eu acabava de responder e ela voltava a me perguntar sobre o mesmo passarinho querendo pegá-lo. Eu adorava suas perguntas repetidas, pois cada vez que a respondia lhe dava um beijo e a abraçava. É o maior presente que Deus me deu.

A filha deixa cair o bloquinho no colo e, olhando para o pai, se desculpa, o abraça e beija longamente chorando.

Após alguns minutos neste desfecho a cortina se fecha, abrindo-se alguns minutos depois com os dois atores e o apresentador, que finaliza a peça com a mensagem:

Apresentador:

- Todos nós iremos ficar idosos algum dia, talvez com Parkinson ou outra doença característica dessa faixa etária, ou sadios, quem sabe?, mas não vamos deixar de educar nossos filhos, cuidar de nossos pais e respeitar os mais velhos, para que amanhã tenhamos o devido retorno da família e da sociedade.

- Obrigado.

Os três se dão as mãos e agradecem ao público.

FIM