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Seminário de Intercâmbio de pesquisas em Políticas Sociais, Combate à Fome e à Miséria no Brasil III Oficina Técnica da Chamada CNPq/MDS - 24/2013 Brasília agosto 2015

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Seminário de Intercâmbio de pesquisas em

Políticas Sociais, Combate à Fome e à

Miséria no Brasil

III Oficina Técnica da Chamada

CNPq/MDS - 24/2013

Brasília – agosto 2015

E d u c a ç ã o A l i m e n t a r e N u t r i c i o n a l e m c o m u n i d a d e s q u i l o m b o l a s c o m i n s e g u r a n ç a a l i m e n t a r :

r e s ga t e d a c u l t u r a a l i m e n t a r, p r o m o ç ã o d a a l i m e n t a ç ã o s a u d á v e l e d a e x i g i b i l i d a d e d o D i r e i t o

H u m a n o à A l i m e n t a ç ã o

C o o r d e n a d o r a : P r o f ª D r ª M a r i l d a B o r g e s N e u t z l i n g

E q u i p e : P r o f ª D r ª D a n i e l a K n a u t h P r o f ª D r ª F e r n a n d a B a i r r o s P r o f ª D r ª M i c h e l e D r e h m e r

Quilombolas no RS

“Quilombos são núcleos populacionais que, diante da condição de escravidão, constituíram formas

particulares de organização social e ocuparam espaços geográficos estratégicos no Brasil

(geralmente em áreas rurais com relativo grau de isolamento geográfico) e vivem desigualdades sociais e

de saúde”

Objetivo Geral

Desenvolver estratégias de educação nutricional através da construção

conjunta de processos que promovam:

A exigibilidade do direito humano a alimentação,

A valorização de hábitos e tradições culturais,

O acesso e o consumo de alimentos saudáveis,

por comunidades quilombolas do Rio Grande do Sul

Metodologia

Constitui-se em um estudo tipo intervenção, com avaliação antes e depois,

combinando metodologias qualitativas e quantitativas.

População estudada: Duas comunidades quilombolas do estado,

localizadas nas cidades de Canguçu e Pelotas do Rio Grande do Sul.

Projeto de Pesquisa 2011: Acesso aos Programas de

Desenvolvimento Social e Combate à Fome, e repercussões na

segurança alimentar e nutricional das comunidades quilombolas do

Rio Grande do Sul

Metodologia

Critérios de inclusão:

Maiores prevalências de Insegurança Alimentar moderada e grave

Maiores prevalências de excesso de peso (sobrepeso + obesidade)

Canguçu

Pelotas

Metodologia

Diagnóstico (quantitativo) alimentar, nutricional, de acesso a programas de combate a fome e insegurança alimentar nas duas comunidades quilombolas; (maio a agosto/2014)

Estudo qualitativo para a identificação da cultura e práticas alimentares em duas comunidades quilombolas (uma

em Canguçu e uma em Pelotas); (maio a agosto/2014)

Fomento e fortalecimento da exigibilidade ao direito

humano à alimentação.

Fase I

Diagnóstico pré-intervenção

Metodologia

Fase II Intervenção

Intervenção em educação alimentar e nutricional (valorizando práticas alimentares tradicionais, respeitando a cultura alimentar e estimulando à promoção da

alimentação saudável)

Formação de sujeitos multiplicadores dessa intervenção.

Reuniões com equipes da Estratégia da Saúde da Família

Reuniões com Secretarias da Saúde, Assistência Social,

Desenvolvimento Rural (em 2015)

Fomento e fortalecimento da exigibilidade ao direito humano

à alimentação;

Oficinas de culinárias

Metodologia

Fase III Diagnóstico pós-intervenção

Avaliação da intervenção, através da análise de alterações:

Consumo e nas práticas alimentares,

Exigibilidade do direito humano a alimentação,

Acesso das populações aos Programas de Combate a Fome

Na insegurança alimentar.

Resultados e Discussão

Estudo quantitativo:

Aplicação de questionário padronizado e medidas antropométricas nos responsáveis pelo domicílios nas duas comunidades (94 famílias).

Processamento dos dados e análises preliminares no programa SPSS 18.0.

Estudo qualitativo:

Grupos focais (15 mulheres)

Entrevista semi-estruturada (5 lideranças quilombolas)

Observação participante (durante todas a idas a campo)

Empoderamento das comunidades:

Realização de Oficinas culinárias para a promoção da alimentação saudável

Formação de Comitê Gestor Quilombola (um em Pelotas e um em

Canguçu)

Resultados e Discussão - (Fase I)

Características socioeconômicas e demográficas dos responsáveis pelo domicílio

0 20 40 60 80 100

Cor da pele (negra)

Sexo Feminino

Idade 40 a 59 anos

Renda per capita <=R$ 77,00

Escolaridade (0-4 anos)

100,0

71,4

40,0

17,1

45,7

86,6

72,1

38,3

26,7

83,3

Quilombo Algodão (Pelotas)

Quilombo Passo do Lorenço (Canguçu)

Diagnóstico (quantitativo): alimentar, nutricional, de acesso a programas de combate a fome e insegurança alimentar

14,3 8,3

34,3

28,3

45,7

18,3

5,7

45

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Quilombo Passo do Lourenço(Canguçu)

Quilombol Algodão (Pelotas)

ILG

IAM

IAL

SAN

21,9

34

34,4

28,2

43,7 35

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Quilombo Passo do Lourenço (Canguçu) Quilombol Algodão (Pelotas)

Obesidade

Sobrepeso

Eutrofia

Baixo Peso

Prevalências de Insegurança Alimentar e Nutricional

Resultados e Discussão - (Fase I)

Diagnóstico (quantitativo): alimentar, nutricional, de acesso a programas de combate a fome e insegurança alimentar

Resultados e Discussão - (Fase I)

Diagnóstico qualitativo: identificação da cultura e práticas alimentares nas comunidades quilombolas

ANTES

• Mais difícil, alimentos mais escassos, não tinha variedade.

• Vantagem: plantavam

• Carne: galinha e porco. Gado só miúdos

• Pão de milho com banha, porque o pão era seco

HOJE

• Maior facilidade no acesso aos alimentos

• Bolsa família

• Não planta-se mais

• Refrigerante ao invés de suco

• Plantam batata doce e vendem, não consomem

• Crianças não estão mais acostumadas a comer frutas, verduras

• Plantação para vender não contempla mais produtos de consumo familiar – planta-se fumo, soja, milho

• Alimentos de hoje são industrializados e já vem com veneno

• Uso de temperos prontos (Sason) para visitas, deixar dourado

• Hoje prefere produtos industrializados porque já passou muito trabalho comendo coisas ruins

Resultados e Discussão - (Fase I)

Intervenção

Resultados e Discussão - (Fase II)

Oficinas

Culinárias

Formação

Comitês Gestores Quilombolas

Formação Multiplicadores

Sensibilização

Estratégia de Saúde da Família

Resultados e Discussão - (Fase II) - Oficinas

Oficina 1

Identidade Cultural e Étnica:

O que é ser negro, remanescente de quilombola, viver em uma comunidade

quilombola?

Oficina 2

“Comida” industrializada e nossa saúde: (Guia)

Consumo de sódio, açúcar e lipídios em excesso e a saúde.

Metodologias Ativas (Consumo na comunidade) – Roda de conversa

Oficina 3

Oficina Culinária: preparações com redução de sal, açúcar e gordura

• Incentivo/promoção da redução do consumo de produtos industrializados.

• Preparação de receitas selecionadas.

Resultados e Discussão - (Fase II) - Oficinas

Oficina 4

Oficina 5

Oficina 6

Comida como Patrimônio:

Resignificcação na forma de preparo, trazendo-as novamente para o cotidiano,

a fim de preservar a tradição alimentar quilombola.

Prática: preparação de receitas que foram identificadas como patrimônio.

Comida como Patrimônio:

Identificação de alimentos e receitas tradicionais

Prática: preparação de receitas que foram identificadas como patrimônio.

Discussão sobre o Acesso aos Programas de Combate à Fome:

Mecanismos de exigibilidade do DHAA; Como acessar os Programas de

combate à fome (PBF, PAA, PNAE)

Prática: preparação de bolo de bergamota

Resultados e Discussão - (Fase II) - Oficinas

Resultados e Discussão - (Fase II) – Oficinas

“Nunca a gente tinha parado pra fala diretamente sobre esse assunto de ser

quilombolas. Foi muito bom”.

“Teve gente que nunca abriu a boca em nenhuma reunião da associação e hoje

falou e participou, graças a essa dinâmica que vocês usaram”.

“Na semana passada fui no Mercado e não tinha mais o que comprar. O

carrinho fiocu vazio. Agora tamo aproveitando melhor o que temem casa”.

Falas durante as Oficinas

Resultados e Discussão - (Fase II) – Oficinas

Falas durante as Oficinas

“Já perdi 4kg desde que vocês começaram com essas oficinas, to me sentindo

bem melhor”.

“A gente só tem que agradecer vocês porque essa comunidade ganhou vida

depois dessas atividades”.

“Lá em casa a gente não ta mais comprando refri, tamo fazendo suco com as

frutas que a gente tem, e as crianças nem reclamaram”.

Resultados e Discussão - (Fase II) – Oficinas

Falas durante as Oficinas

“Já perdi 4kg desde que vocês começaram com essas oficinas, to me sentindo

bem melhor”.

“A gente só tem que agradecer vocês porque essa comunidade ganhou vida

depois dessas atividades”.

“Lá em casa a gente não ta mais comprando refri, tamo fazendo suco com as

frutas que a gente tem, e as crianças nem reclamaram”.

Resultados e Discussão - (Fase II) – Comitê Gestor Quilombola

Pelotas

Sec. Desenvolvimento Rural

Sec. Educação

Sec. Justiça Social

Sec. Qualidade Ambiental

Sec. Cultura

Sec. Saúde

Câmara de Vereadores

Resultados e Discussão - (Fase II) – Comitê Gestore Quilombola

Canguçu

Sec. Desenvolvimento Rural

Sec. Educação

Sec. Assistência Social

Sec. Cultura

Sec. Saúde

Sec. Planejamento

Resultados e Discussão - (Fase II) – Comitês Gestores Quilombolas

Resultados e Discussão - (Fase III)

Avaliação da intervenção, através da análise de alterações:

Consumo e nas práticas alimentares;

Exigibilidade do direito humano a alimentação;

Acesso das populações aos Programas de Combate a Fome;

Na insegurança alimentar.

Obrigada!

Contato: Profª Marilda Neutzling

[email protected]

(51) 33085620 ou (51) 85278787