imperialismo - fichamento
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Instituição: Centro de Ensino Superior Santa Fé.Data: São Luís, 06 de setembro de 2013.Curso: História Licenciatura / Período: 5.º Turno: Noturno.Disciplina: História Contemporânea Professor: Fernando
Fichamento:
O IMPERIALISMO- HÉCTOR H. BRUIT: cap. 2. O Imperialismo na África e o cap. 3. O Imperialismo na Ásia
II O IMPERIALISMO NA ÁFRICA:
A África foi, provavelmente, o continente que mais sofreu com a
devastadora ação do imperialismo, talvez porque fosse o mais débil ou,
ao contrário, como aconteceu em algumas áreas, a resistência que opôs
significou um esmagamento maior.
1. A Caverna de Aladim
A penetração europeia no mundo muçulmano, norte da África e Oriente
Próximo, foi iniciada gradualmente desde o começo do século XIX.
A primeira grande estrada do Oriente Médio construída por uma
companhia francesa é inaugurada em 1863 e faz a ligação entre
Damasco e Beirute. Em 1869, inaugura-se outra, de Jerusalém a Jafa.
Estas duas cidades serão unidas por estrada de ferro em 1889. O
mesmo farão os franceses, entre Damasco e Beirute. De 1900 a 1908,
constrói-se a ferrovia Damasco Medina.
Com exceção do Marrocos, os outros países, Trípoli, Tunísia, Argélia e
Egito, eram províncias do império, fraco demais para exercer qualquer
autoridade efetiva sobre essas regiões.
A Argélia constitui um caso especial, pois foi conquistada pelos
franceses em 1830, mais por razões de política interna francesa que por
interesses econômicos.
De qualquer forma, a conquista da Argélia permitiu aos franceses
orientar toda a política imperialista sobre o norte da África e o interior do
Saara.
É importante assinalar que além dos interesses econômicos o
imperialismo da França foi dinamizado por uma política preventiva que
resistia a qualquer ameaça mais séria a suas possessões coloniais.
Nesse sentido, a Argélia representou também o que se denominou de
imperialismo militar, isto é, o prestígio internacional fundado sobre as
glórias do exército.
Evidentemente havia uma infinidade de outras razões que faziam do
país árabe um objeto de política internacional.
A Itália não só tinha interesses econômicos, como um interesse
sentimental que não pode ser desprezado: a antiga Cartago havia sido
parte do Império Romano.
Quanto à França, a posição geográfica da Tunísia era fundamental para
a estratégia política no Mediterrâneo e a segurança da Argélia. O país
interessava à Alemanha e à Grã-Bretanha porque viam nele um ponto
de equilíbrio do sistema internacional.
Finalmente, a revolta tunisiana de 1881 deu motivo à ocupação militar. O
Tratado de La Marsa, assinado em 1883, tornou o país um protetorado
francês. O Marrocos era outro país árabe que interessava às potências
por razões estratégicas — uma provável influência sobre o estreito de
Gibraltar - por razões comerciais e financeiras.
2. "Do alto destas pirâmides cinco mil anos os contemplam"
Até 1860 o Egito era considerado na Europa como um integrante do
sistema econômico europeu. Naquela época, havia no país cerca de
100.000 europeus dedicados ao comércio, sistema bancário e melhoria
dos serviços públicos. O país contava com 1.500 km de vias férreas,
8.000 km de telégrafos e 13.000 km de canais de irrigação. A Alexandria
e o Cairo eram centros de civilização europeia.
As inversões de capital europeu adotaram em sua maior parte a forma
de empréstimos ao governo a juros de 12%, que era o dobro do normal,
resgates através de bônus e obrigações que constituíram a dívida
pública egípcia.
Sem dúvida, o desastre financeiro egípcio comandou os momentos
decisivos. Em 1875, o governo teve que vender suas ações no canal de
Suez para poder pagar parte da dívida atrasada. No ano seguinte, a
falência era iminente.
Para evitá-la, a Grã-Bretanha e a França criaram o "Controle Dual"
formado por um interventor inglês e outro francês, que fiscalizariam as
finanças e que, de fato, passariam a governar o país, enquanto o que-
diva\ fingiria governar através de um gabinete formado exclusivamente
por egípcios.
Os interesses franceses no Egito eram financeiros e culturais. A
influência da cultura e tecnologia francesas remontavam à época em
que Napoleão invadiu o país.
Para os britânicos, o Egito era um objetivo político-estratégico. A política
britânica no Mediterrâneo Oriental e os fortes interesses no oceano
Índico projetaram essa política sobre o mar Vermelho, Suez e,
consequentemente, sobre o Egito.
A ocupação militar do Egito pelos britânicos deveu-se, basicamente, ao
temor do governo inglês de que a França ocupasse o país, pressionada
pelos investidores franceses.
O movimento nacionalista foi liderado por um grupo de oficiais egípcios
dirigidos pelo coronel Arabi. Era um movimento que não tinha uma
ideologia política definida.
O movimento dirigido por Arabi recebeu apoio de todos os setores do
país e organizou levantamentos populares no Cairo e Alexandria. Esta
última cidade foi bombardeada pela frota anglo-francesa em 1881 para
conter a revolta.
Em 11 de junho de 1882, estalou em Alexandria um violento motim
popular que deixou como saldo o assassinato de 46 europeus. Em 15 de
julho, os britânicos ocuparam Alexandria e em 13 de setembro, o
exército de Arabi era derrotado em Tell-el-Kabir.
A conquista do Egito foi um fato fundamental para a orientação do
imperialismo britânico na África Oriental, região sobre a qual os ingleses
não tinham interesses definidos. A África Oriental era a chave do Alto
Nilo.
3. Do Cabo ao Cairo
Unir a colônia do Cabo, na África do Sul, ao Cairo, no norte da África, foi
provavelmente um grande sonho estratégico dos ingleses, especial-
mente do conquistador da África do Sul, Cecil Rhodes.
Os ingleses estavam na região do Cabo desde 1806, ocupada pelos
holandeses desde o século XVII. O interesse dos ingleses pelo Cabo era
fundamentalmente estratégico, pois assegurava as comunicações
oceânicas com a Índia. Além do mais, o domínio sobre esta região, com
autonomia política desde 1872, permitia o acesso à África Central na
região da Becuanalândia, que estava na mira dos alemães, dos
portugueses de Angola e das repúblicas bôeres.
A pretensão de ampliar a influência da colônia do Cabo até o norte se
chocou frontalmente com as repúblicas bôeres, dando início a uma
guerra que começou em 1899 e terminou em 1902.
As razões políticas da guerra ficaram evidentes como consequência dos
contatos econômicos dos bôeres com os portugueses de Moçambique.
Essa aproximação foi abertamente estimulada pelos alemães, pois era
uma forma de quebrar o predomínio britânico na região.
O imperialismo britânico devia neutralizar politicamente os bôeres.
Primeiro, impedindo qualquer apoio internacional. Contudo, o
imperialismo britânico se frustraria, pois os portugueses não quiseram
vender a baía de Delagoa e abriram créditos na França. Assim, o outro
caminho do imperialismo foi estimular os ingleses que viviam em
Transvaal a exigir os direitos políticos.
A África Oriental, situada entre o Egito ao norte, Madagascar ao sul e o
vale do Nilo a oeste, foi repartida entre Inglaterra, Alemanha e Itália,
depois de 1884, apesar de já ter sofrido uma divisão provisória entre a
Inglaterra e a Alemanha, em 1866.
4. O branco trocou a Bíblia pela terra
A penetração e a conquista da África Ocidental e equatorial lembra a
conquista da América. O maior obstáculo foi o geográfico: climas
inóspitos, selvas impenetráveis. O segundo, a organização das
sociedades africanas, muitas das quais viviam do comércio de escravos.
O interesse dos europeus pela África Ocidental nasceu pela produção e
exportação do azeite vegetal que servia para a fabricação de sabão e
para usos industriais.
A transformação desta região em colônias europeias ocorreu
paulatinamente por meio de controles oficiosos, protetorados, áreas de
influência etc. Os britânicos ocuparam Lagos, na Nigéria, em 1861. Dez
anos de- pois já ocupavam boa parte da Costa do Ouro. Os franceses,
da mesma forma, foram ocupando todas as áreas vizinhas do Senegal,
Costa do Marfim, Niger médio etc.
O grande projeto francês era controlar o vasto triângulo que se estende
entre Saint-Louis, no Senegal, Bamaco no Niger, e Serra Leoa, que
proporcionaria acesso direto ao delta do Niger e uma união, via
Tombuctu, com a Argélia. Por outro lado, já se discutia em Paris a
construção do transariano que uniria a Argélia ao Senegal. Este projeto
se tornaria mais ambicioso à medida que o imperialismo francês se
projetava até o Sudão Ocidental, não apenas a partir do Senegal, mas
também da Argélia.
Nessa divisão e luta por colônias na África, só dois países
permaneceram livres: a Libéria, na costa ocidental, cuja independência
em relação aos Estados Unidos era problemática, e a Etiópia (Abissínia),
que conseguiu evitar a conquista italiana.
III O IMPERIALISMO NA ÁSIA.
Entre 1830 e 1880, quatro potências europeias
desenvolveram políticas imperialistas na Ásia: Inglaterra,
Rússia e Holanda, que já possuíam territórios antes de 1830,
e a França que iria adquiri-los a partir desta época. Potências
menores também estavam instaladas no continente desde o
século XVI: a Espanha nas Filipinas; Portugal em Macau
(China), nas ilhas imor (Indonésia), Goa, Damão e Diu (na
índia). Depois da primeira meta- de do século XIX, uma nova
potência ingressou ativamente no concerto imperialista: os
Estados Unidos.
A índia constituía um mercado vital para o algodão e as
exportações metalúrgicas britânicas.
Além do interesse comercial e das enormes possibilidades de
investimentos, a expansão imperialista foi estimulada pelos
obstáculos colocados pelos governos asiáticos. A China e o
Japão não permitiram o acesso direto a seus portos e muito
menos aos mercados internos.
Enquanto os governos asiáticos se dispuseram a fazer essas
concessões, as relações foram pacíficas. No entanto, quando
novas exigências deixaram de ser aceitas, as relações se
agravaram.
A China mostrou-se irredutível em não permitir a construção
de ferrovias e o acesso de comerciantes para o interior. A
Birmânia também colocou obstáculos à construção da ferrovia
que uniria o rio Irawadi e a província de Iunã, no sul da China.
Os franceses fracassaram em sua tentativa de unir Tonquim
com o sul da China, através do rio Mekong.
1. A terra do desejo
Assim o filósofo Hegel chamou a delia. E foi realmente o desejo dos
europeus, desde a chegada de Vasco da Gama a Calicute, em 1498 na
costa sudoeste. No entanto, até o começo do século XIX, os europeus
só ha- viam conseguido instalar-se em pequenas feitorias comerciais
com direito apenas a exercer o comércio: os portugueses em Goa,
Damão e Diu e os holandeses em Conchim, uma praça fortificada de
pouco mais de 1 km2; os franceses tinham um entreposto em
Pondichéry e as pequenas feitorias de Carical, Maé e Chandernagor; os
ingleses estavam bem instalados em Surrate, Madras, Calcultá, Bengala
e Bombaim. Dentre todos esses países foi a Grã-Bretanha que fez da
índia sua colônia principal. De 1750 a 1858, a colônia foi administrada
pela Companhia das índias Orientais, que efetivamente conquistou
grande parte do país. O governo despótico, o banditismo administrativo
e a exploração sem limites originaram a primeira grande rebelião hindu,
a Guerra dos Sipaio* em 1858, que foi o pretexto para o governo inglês
tomar em mãos o governo da colônia.
Consequentes com esta política, os ingleses aceitaram sem temores a
ocupação francesa da Cochinchina (1867). No entanto, quando os
franceses se apoderaram de Tonquim (1884), a Grã-Bretanha
considerou a Alta Birmânia ameaçada e com ela a índia, ocupando-a em
1886.
2. A Cochinchina dos almirantes.
As causas políticas e econômicas não são suficientemente claras pa- ra
explicar a ocupação da Cochinchina em 1858-62 e, mais tarde, de todo
o Império de Anã e parte do Camboja, em 1885. Parece que o
imperialismo francês de meados do século XIX dinamizou-se como uma
resposta à frustração de haver perdido definitivamente a índia para o
imperialismo britânico.
Outro aspecto importante para explicar as origens do imperialismo na
Indochina relaciona-se com as missões religiosas que atuam na
península desde o século XVIII. Embora os governos franceses nunca
tivessem dado um apoio real e efetivo a essas missões, encarava-as
como uma forma de manifestar concretamente a presença francesa no
Oriente, o que, de alguma forma, equilibrava a influência inglesa.
A proteção aos católicos, fossem franceses ou anamitas, foi o pretexto
para os almirantes que governavam a Cocltínchina fizessem ostensivas
demonstrações navais frente a Tourane, em 1847 e 1858 essa
motivação religiosa, juntou-se o interesse comercial, principalmente com
relação à China, que podia fornecer seda para a indústria têxtil francesa
quase paralisada em meados do século XIX, devido à enfermidade que
tomara conta do bicho-da-seda.
Fazia-se necessário que os industriais franceses obtivessem a matéria
diretamente daquele país, para evitar o intermediário. Isto exigia uma
política agressiva na Indochina, como trampolim para a China
meridional.
A ocupação de Tonquim (1883), no extremo norte, foi iniciada por um
comerciante que vendia armas europeias na China. Esta região era im-
portantíssima, como ponto inicial para a penetração em Iunã, província
meridional da China.
3. O assalto ao Dragão.
A China foi um dos poucos Estados (os outros foram Turquia, Japão e
Sião) que, agredido pelo imperialismo, pôde evitar a divisão, no estilo
africano. Este país de história milenar e de 500 milhões de habitantes
oferecia, mais que qualquer outro, um mercado consumidor imenso para
as manufaturas europeias e um campo inimaginável para investimentos,
pois até 1880 não tinha dívida pública, não tinha nenhuma ferrovia, nem
possuía indústrias e serviços públicos modernos.
Como já foi dito, a penetração dos ocidentais foi difícil devido à posição
irredutível do Império Manchu, uma mescla de despotismo burocrático e
militar no qual o imperador, "Filho do Céu", governava assistido por
diversos mandarins que formavam o Conselho Privado.
Esses ministros tinham, sob suas ordens, toda uma hierarquia de
mandarins, residentes em prefeituras e subprefeituras, de primeira,
segunda e terceira classes.
No entanto, o imperador tinha autoridade sobre outras regiões com
regime especial como Anã, Manchúria, Mongólia, Turquestão e Tibete. A
burocracia chinesa era absolutista. Os funcionários estavam investi- dos
de poder de controle, censura etc, mas de fato eram os mandarins que
mandavam nas províncias. A população camponesa e os artesãos não
tinham direitos políticos.
Para dobrar este "Império do Centro", o imperialismo inglês e francês
utilizou o comércio do ópio, produto proibido no país. A droga era
cultivada na índia pela Companhia das índias Orientais e introduzida em
contrabando na China.
Os efeitos desastrosos que a droga produzia na população obrigaram as
autoridades a proibir esse comércio e a confiscar o ópio introduzido no
país. As autoridades chinesas solicitaram à rainha Vitória que proibisse
seus súditos de fazer esse comércio.
Contudo, o governo inglês e a soberana estavam perfeitamente
conscientes desse comércio criminoso, através dos relatórios
minuciosos entregues pelo Comitê da London East índia and China
Association.
O imperialismo assumia toda sua pureza. Os negócios não poderiam ser
prejudicados pela decisão de algumas autoridades que não entendem
de negócios, que nada sabem da importância dos lucros nem dos riscos
dos investimentos. É necessário que aprendam pela força. Os negócios
devem ter o respaldo militar. Esta era a opinião dos negociantes
ingleses que agiam na China e foi manifestada publicamente em artigo
do jornal China Reposi- tory:
O recado foi entendido rapidamente pelas potências imperialistas que
lançaram a primeira guerra do ópio a qual durou dois anos (1840-42). A
China foi derrotada e obrigada a assinar o Tratado de Nanquim,
segundo o qual ela abria cinco portos ao comércio estrangeiro e
entregava Hong Kong à Inglaterra.
Em 1857, o imperialismo inicia a segunda guerra do ópio. A esquadra
anglo-francesa bombardeia Cantão. No ano seguinte, terceira guerra do
ópio, o exército anglo-francês marcha sobre Pequim. Em 1860, A China
es- tá derrotada. O exército europeu saqueia Pequim e para
impressionar o imperador destrói o Palácio de Verão. Os chineses são
obrigados a abrir onze portos ao comércio europeu, a aceitar a livre
navegação do rio Iangtsé, a pagar vultosa indenização de guerra e a
permitir o estabelecimento de relações diplomáticas com o Ocidente. A
sorte da população está selada, o país é invadido pelo ópio.
Contudo, por um paradoxo histórico, a debilidade do Império Man- chu
não ficou totalmente em evidência por causa do vendaval imperialista do
Ocidente, mas pelo surgimento de uma nova potência imperialista no
Oriente, o Japão. Assim como a China, esse país mostrou-se irredutível
em aceitar a penetração dos ocidentais, mas teve que se render perante
o ultimato da esquadra americana, comandada pelo comodoro Perry.
Os japoneses assinaram um tratado que abria dois portos aos
americanos e permitia a instalação de representantes diplomáticos. Um
novo tratado foi assinado em 1857, em Nagasaki, autorizando os
americanos a residir nesses portos. Em 1858 os japoneses reconheciam
aos americanos o direito de extraterritorialidade. Em seguida, o Japão
assinou tratados da mesma espécie com outras potências, não sem
resistência e agitações populares antiocidentais.
A eterna rivalidade entre os dois países asiáticos foi o estímulo para a
nova potência que nascia no Oriente ocupar militarmente a Coréia
O concerto das potências ocidentais impediu as reivindicações
territoriais japonesas, em troca, entre outras coisas, de uma indenização
de guerra de 150 milhões de dólares que, evidentemente, a China não
poderia pagar a não ser pedindo dinheiro ao Ocidente.
A crise de 1895 deixou claro que as potências não desejavam a divisão
territorial da China, porque nenhuma delas sabia com certeza se essa
divisão serviria ou prejudicaria seus interesses. No fundo, o imperialismo
oscilou entre dois desejos embriagadores: dividir a China, sempre e
quando a parte que cada potência recebesse fosse melhor que a dos
outros, ou manter a integridade territorial sobre o princípio de "portas
abertas", para salvar os interesses já criados por cada potência. De fato,
essas duas tendências acabaram equilibrando-se e o país apenas foi
dividido em esferas de influência.
Os interesses franceses estavam limitados às províncias meridionais,
como parte de seu domínio sobre a Indochina.
Para a Alemanha era importante conservar a integridade do país e
quando decidiu ocupar militarmente este porto em 1897, para reprimir o
assassinato de missionários alemães, o fez para compensar a base
britânica de Hong Kong.
Até 1880, os interesses americanos eram bastante insignificantes na
China, mas tendiam a crescer. Sua participação na crise que antecedeu
à guerra russo-japonesa foi secundária, pois os Estados Unidos estavam
envolvidos na guerra com a Espanha pela questão de Cuba.
Os russos não só tinham grande interesse na China, como a Ásia era
um assunto de política nacional. O expansionismo russo para leste do
mar Cáspio, na região do Turquestão, teve o objetivo de proteger os
colonos instalados nesta área, das investidas bélicas dos povos das
estepes.
Em 1707, os russos ocuparam a península de Kamchatka onde
construíram uma base .naval. Dali os comerciantes russos exploraram o
estreito de Bering, as ilhas Curilas, as Aleutas e o Alasca. Em 1797, uma
companhia, a Russian American Co.,
recebeu o monopólio comercial e a responsabilidade de administrar
toda essa região.
Quando se iniciou a era do imperialismo moderno, a Rússia já havia
projetado sua influência sobre toda a região asiática, que se estende dos
Urais ao Pacífico.
Nesta primeira metade do século XIX, o comércio através de Kiajta
aumentou em mais de sete vezes, elevando consideravelmente os
direitos aduaneiros russos. Assim, fazia-se necessário conseguir maior
liberdade comercial, tanto na fronteira da Sibéria, como no Pacífico. A
penetração acelerou-se depois do Tratado de Nanquim de 1842, ao qual
já nos referimos. Os russos anexaram toda a região banhada pelos rios
Amur e Ussuri. O imperialismo britânico assustava os russos e, ao
mesmo tempo, estimulava o esforço de São Petersburgo para não
perder uma influência sobre a China, que considerava como
perfeitamente natural.
Em resumo, o imperialismo russo sobre a Ásia Oriental tinha um caráter
político-estratégico marcante, ainda que os interesses econômicos
fossem bastante fortes.
Até final do século XIX, não era conveniente para os russos a divisão da
China, porque o Império Czarista se sentia fraco frente às outras
potências. No entanto, na teoria, o ideal da política russa era evitar a
influência das outras potências na Ásia Oriental.
Apesar dos esforços britânicos para convencer os russos a abandonar a
política de ocupação efetiva da China, desta vez a diplomacia fracassou
e a integridade do velho país foi conservada à força. O Japão, alentado
pela Grã-Bretanha, não reconheceu a ocupação russa e os derrotou na
guerra de 1904-5.