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Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XVII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Centro-Oeste – Campo Grande - MS – 4 a 6/6/2015
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Culto através da TV ou culto à TV? Uma reflexão semiótica sobre a imagem
midiática do sagrado na Igreja Mundial do Poder de Deus¹
Adamo Antonioni da Silva Insfran²
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Resumo
Os neopentecostais conquistaram espaço na mídia. Alguns programas exploram a
capacidade emotiva, causando comoção e sensibilizando o telespectador. A princípio,
este artigo pretende fazer um retrospecto sobre a história da imagem no Ocidente,
culminando nas imagens midiáticas da atualidade. Assim, cabe questionar: como
compreender a espetacularização das imagens no meio evangélico? Para entender este
fenômeno, a Semiótica torna-se uma importante disciplina para investigar a linguagem
sígnica do audiovisual. Dentre as denominações cristãs, será eleito como corpus de
análise as imagens midiáticas produzidas pela Igreja Mundial do Poder de Deus,
fundada pelo apóstolo Valdemiro Santiago, cujo programa é transmitido pelas TV’s
brasileiras, mas também estão disponíveis no Youtube.
Palavras-chave: neopentecostalismo; semiótica; televisão; comunicação.
Introdução
A utilização das imagens com fins religiosos é antiga, Martine Joly (1996) recorda
que desde a pré-história as representações pictóricas deixadas nas pedras e nas cavernas,
eram relacionadas ao culto de uma deusa-mãe. Na Idade Média, os religiosos
encontraram nas iconografias um método didático para catequizar a população
analfabeta. A arte sacra ganha destaque e recebe um lugar privilegiado nas catedrais.
Na atualidade, as imagens midiáticas também adquirem a mesma função, ou seja,
de instruir seus fiéis. Gomes (2010, p. 141) afirma que
Desde o aparecimento da imprensa, os dirigentes religiosos vêm
potencializando seu uso evangélico [...]. Foi o advento do rádio e da televisão
que intensificaram a difusão massiva de mensagens eivadas de cunho
religioso, justamente para atingir os contingentes não letrados da sociedade.
Agora, as Igrejas se apropriam das tecnologias digitais.
Na observação de Schwartz (1985, p. 109) “as igrejas perceberam que a audiência
do rádio e a TV fariam aumentar a renda da Igreja, ao invés de diminuí-la”.
__________________
1. Trabalho apresentado no DT 8 – Semiótica da Comunicação do XVII Congresso de Ciências da
Comunicação na Região Centro-Oeste, realizado de 4 a 6 de junho de 2015.
2. Mestrando em Comunicação pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), turma 2015,
acadêmico de Filosofia – Licenciatura (UFMS), turma 2013. Graduado em Jornalismo (Estácio- Campo
Grande), e-mail: [email protected]
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Dessa forma, este artigo propõe-se a analisar as imagens midiáticas da Igreja
Mundial do Poder de Deus. Porque nos últimos anos os evangélicos vêm crescendo no
país e têm explorado bastante a televisão para difundir suas doutrinas, crenças e valores.
Determinadas Confissões Religiosas conseguiram adquirir seus próprios veículos,
tornando-se poderosos impérios audiovisuais. No âmago destas questões nasce a
necessidade de um estudo sistematizado com vistas a compreender a linguagem
religiosa e sua utilização dos meios de comunicação, tendo como método a Semiótica.
É importante ressaltar que este artigo pretende compreender a dimensão cultural
da religião, e não os aspectos teológicos. Sataella (1996, p.12) afirma que: “todo e
qualquer fato cultural, toda e qualquer atividade ou prática social constituem-se como
práticas significantes, isto é, práticas de linguagem e sentido”. Sobre a estreita relação
entre Semiótica e Cultura, Eco (2008, p. 10) é categórico ao afirmar que: “na cultura,
toda entidade pode tornar-se um fenômeno semiótico. [...] A cultura pode ser estudada
completamente sob o perfil semiótico. A Semiótica é uma disciplina que pode e deve
ocupar-se com a cultura em sua totalidade”.
Identificar toda essa linguagem que salta aos olhos através das cenas midiáticas
permite compreender as motivações por trás de cada uma delas. Porque esta
comunicação que pulsa cheia de significados, muitos deles obscuros, atingem corações
e mentes, construindo uma nova dinâmica na sociedade brasileira.
Semiótica de Peirce
No livro, “O que é Semiótica”, Lúcia Santaella (1986) traz a etimologia da
palavra, cuja raiz grega semeion, quer dizer signo. A autora (1986, p. 9-10) detalha que
semiótica é “a ciência geral de toda e qualquer linguagem”.
Pignatari (2004, p. 20), detalha as principais finalidades da Semiótica ou Teoria
Geral dos Signos:
Serve para estabelecer as ligações entre um código e outro código, entre uma
linguagem e outra linguagem. Serve para ler o mundo não-verbal: “ler” um
quadro, “ler” uma dança, “ler” um filme – e para ensinar a ler o mundo verbal
em ligação com o mundo icônico ou não-verbal. [...] A Semiótica acaba de
uma vez por todas com a ideia de que as coisas só adquirem significado
quando traduzidas sob a forma de palavras.
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Na condição de ciência dos signos, necessita, portanto, de um objeto de estudo.
Na explicação de Martino (2009, p. 106) “ é a área do conhecimento dedicada a estudar
os signos de maneira geral. [...] A semiótica, nessa primeira definição, é o estudo de
como algumas coisas representam outras”. Complementando o assunto, Ferrara (2004,
p. 7), descreve o caminho metodológico desta ciência
Identificar e definir a natureza de um signo, a relação que mantém com o
objeto representado, a atuação possível de um interpretante na prática
relacional que estabelece entre o modo de representação de um signo e seu
objeto, parcial ou totalmente representado, constitui condição imprescindível
para que se estabeleçam os padrões característicos de uma linguagem.
Para Netto (1999), as unidades mínimas de sentido chamam-se signos. São as
menores possíveis porque não podem mais dividir-se em outras unidades e carregar,
ainda assim, um significado. Epstein (2004) considera o signo “entidades centrais e
importantes para a semiótica”, comparando-os aos átomos da física ou das células para a
biologia.
“Não há nada que não possa ser um signo, ou melhor, tudo é signo, ou melhor
ainda, todas as coisas têm sua própria assinatura, ” salienta Santaella (1992, p, 76). E
Umberto Eco completa: “tudo quanto, à base de uma convenção social previamente
aceita, passa a ser entendido como ALGO QUE ESTÁ NO LUGAR DE OUTRA
COISA (1997, p. 11, grifo do autor). Para que o signo possa efetivamente atuar, é
preciso de um objeto e o interpretante, numa relação triádica: o significante (o signo em
si mesmo), o referente (relação do signo com o objeto representado) e o interpretante
(relaciona o signo com seu significado).
Peirce (1998) sistematizou nessa relação triádica: ícone, índice e símbolo, que se
relacionam diretamente com o objeto. Para esclarecer ainda mais, a primeira mantém
uma condição de similaridade com o que representa, por exemplo, uma pintura
naturalista, daí seja tão fácil identificá-la com elementos da natureza. A segunda, pode-
se associar com a situação de causa e efeito, é o caso da fumaça que indica o signo do
fogo e as pegadas na areia são indícios de que alguém passou por lá. Já o símbolo
estabelece uma relação arbitrária, é quando a própria sociedade convencionou a usar
determinado signo para aquele sentido, como a cruz para os cristãos que significa
salvação, redenção de Jesus Cristo, ou a cor verde como símbolo da esperança.
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Todo o processo de interpretação de um signo dá-se na consciência, por isso,
novamente Peirce criou outras três classes para exemplificar essa relação. São elas: a
Primeiridade, a Secundidade e a Terceiridade atuando nas faculdades mentais das
pessoas. Conforme Santaella (1983, p. 42) essas categorias peirceanas são:
os três modos como os fenômenos aparecem à consciência. Contudo, que não
se entenda essas categorias como entidades mentais, mas como modo de
operação do pensamento-signo que se processam na mente. Assim sendo,
consciência não é tomada como uma espécie de alma ou espírito, etéreo, mas
como lugar onde interagem formas de pensamento.
A primeiridade compreende o fenômeno em seu estado mais genuíno que se
manifesta na consciência. É o primeiro pressentimento do presente, uma consciência
imediata, recobrindo o estágio do sensível e do qualitativo.
Nas palavras de Santaella (1983, p. 45)
Nessa medida, o primeiro (primeiridade) é presente e imediato, de modo a
não ser segundo para representação. Ele é fresco e novo, porque, se velho, já
é um segundo em relação ao estado anterior. Ele é iniciante, original,
espontâneo e livre, porque senão seria um segundo em relação a uma causa.
Ele precede toda síntese e toda diferenciação; ele não tem nenhuma unidade
nem partes, ele não pode ser articuladamente pensado; afirma-o e ele já
perdeu toda sua inocência característica, porque afirmações sempre implicam
a negação de uma outra coisa. Pare para pensar nele e ele já voou.
A secundidade corresponde à ação e reação. Salienta Santaella (1983, p. 47-48)
“por conseguinte, qualquer sensação já é secundidade: ação de um sentimento sobre nós
e nossa reação específica, comoção do eu para com o estímulo”. É, dessa forma, o
estágio em que a consciência recorre à experiência e confronta-se em relação ao mundo;
nessa fase segunda, o homem marca a sua história através do agir, reagir, interagir e do
fazer.
A terceiridade, por sua vez, é o processo de mediação, abrange a interpretação e
generalização dos fenômenos, adentra-se a camada da inteligibilidade porque refere-se à
mente, ao pensamento, ou seja, a razão. A capacidade cognitiva humana dá-se a
interpretação sígnica das coisas existentes, sejam tangíveis ou imagináveis. A
terceiridade é o resultado da interação feita dos dois processos anteriores, a primeridade
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e a secunidade. Santaella (1983) reforça que o ato de compreender, interpretar, formular
legislações e traduzir pensamentos em outros pensamentos num movimento ad
infinitum, pertence a camada da terceiridade.
Sobre os estudos de Semiótica aplicada às imagens, Santaella e Nöth (1997)
afirmam que, diferente da escrita e os estudos de mídia, cujas pesquisas foram
desenvolvidas já a partir da “galáxia de Gutenberg”, as pesquisas com imagens não
possuem um legado histórico do mesmo gênero. E ainda está por existir uma “ciência
das imagens”, uma “imagologia” ou “iconologia”.
Como forma de expressão humana, as representações visuais produzem signos
que, por vezes, demandam uma reflexão profunda para serem assimiladas. Nesse
sentido, Bauer; Gaskell (2002, p. 336) afirmam que “[...] a explicação semiológica afina
e torna explícito aquilo que está implícita na imagem. [...] Consequentemente, o
semiólogo desempenha um valioso trabalho de chamar a atenção para a natureza
construída da imagem”.
Conforme Thompson (2002, p. 45), diante de um produto midiático, o receptor
necessita estar bem atento e desempenhar uma atividade interpretativa
O indivíduo que recebe um produto da mídia deve, até certo ponto, prestar
atenção (ler, olhar, escutar, etc.); e, ao fazer isto, ele se ocupa inteiramente
numa atividade de entendimento do conteúdo simbólico transmitido pelo
produto […] A televisão se assiste com vários graus de atenção, desde uma
absorção total até os curtos e intermitentes acompanhamentos visuais que
permitem seguir superficialmente o sentido geral de um programa.
Por isso a importância da contemplação dos fenômenos, sendo parte inicial deste
processo interpretativo, para reforçar melhor o termo Santaella (2002, p. 30) afirma que
Para Peirce, essa capacidade contemplativa corresponde à rara capacidade
que tem o artista de veras cores aparentes da natureza como elas realmente
são, sem substituí-las por nenhuma interpretação. Nossas interpretações vêm
sempre muito depressa, sem nos dar tempo para simplesmente nos abrirmos
com certa singeleza para o que se apresenta. Essa candidez intelectiva nos
disponibiliza para as primeiras impressões tanto sensórias quanto abstratas
que os fenômenos despertam em nós.
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Vale ressaltar que estas são apenas as classes mais gerais elaboradas por Peirce, as
quais ele mais se empenhou em detalhá-las. Entretanto, o filósofo estabeleceu dez
divisões triádicas, cujas combinações resultam 64 classes e 59.049 tipos de
probabilidades lógicas sígnicas, a dimensão é tão grande que delonga tempo para
explicar cada uma delas. O que não é o propósito deste artigo.
Iconófilos versus Iconoclastas
Ao longo da História Ocidental nem sempre a representação visual foi aceita com
tanta naturalidade como nos dias de hoje. Platão já declarava seu repúdio às imagens,
para ele, os artistas plásticos forjam a realidade porque procurava copiar as coisas sem
as conhecer de fato, tornando-se, desta forma, uma espécie de “impostores”,
“ilusionistas”. O filósofo é considerado um dos primeiros iconoclastas, ou seja, aquele
que tem ódio/aversão às imagens. Termo este que se contrapõe aos iconófilos, aqueles
que amam/veneram as representações visuais.
Em “O quarto iconoclasmo e outros ensaios hereges”, Arlindo Machado (2001)
relata que o primeiro momento do desprezo às imagens surgiu com as religiões
monoteístas. Várias passagens do Velho Testamento da Bíblia declaram expressamente
a proibição do culto às imagens e a condenação daqueles que a utilizam, pois, a prática
era associada à idolatria, ou seja, adoração de ídolo.
Joly (1996, p. 18) resume:
(...) a noção de imagem, assim como sua condição, representam um problema-
chave da questão religiosa. A proibição bíblica de se fabricar imagens e
prosternar-se diante delas (3º mandamento) designava a imagem como estátua
e como deus. Uma religião monoteísta tinha como dever, portanto, combater as
imagens, isto é, os outros deuses.
O segundo momento da perseguição às imagens se deu entre os séculos VIII e IX,
quando o imperador Bizantino Leão III estabeleceu o iconoclasmo como doutrina
oficial. Através desta determinação, os iconófilos foram perseguidos e mortos.
Estatuetas e quadros foram destruídos em praça pública. Uma guerra civil devastou o
lado oriental do Império Romano por causa dessa legislação. Só em 843 deu-se fim à
guerra quando o culto às imagens foi restituído em Constantinopla.
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A Reforma Protestante (século XVI) marca a terceira fase da perseguição às
imagens. Os reformadores retomam os textos condenatórios das Sagradas Escrituras e
criticam essas práticas presentes na Igreja Católica. Alegam idolatria. O resultado deste
biblicismo foram os atos de violência praticados pelos protestantes que se propagaram
pela Europa. Eles destruíram estatuetas, ícones, quadros de santos e perseguiram
aqueles que as cultuavam. Igrejas foram invadidas, mosteiros incendiados sob este
propósito. O que ocasionou uma enorme perda de patrimônio histórico e cultural.
Com efeito, a iconoclastia esteve presente em vários momentos da história
destruindo representações culturais e reconstruindo ideias de deuses e mandamentos a
serem adorados e seguidos. Muitos povos brigaram entre si em nome de suas crenças
julgando existir algo de mal nas representações, sejam esculturas, imagens de gesso ou
madeira.
Tal aversão às imagens é, até hoje, parte da doutrinação de alguns credos
religiosos que abominam, em nome de sua fé, a utilização em ambientes considerados
sagrados. É o caso dos pentecostais e neopentecostais que concentram suas críticas,
principalmente, contra imagens católicas e de religiões de matriz africana. Toda e
qualquer representação visual de santo e/ou orixá é uma espécie de deus, portanto,
condenáveis. No site do Centro Apologético Cristão de Pesquisas³, fundado em 1998,
muitos artigos esclarecem sobre as imagens e usos idolátricos. A festa católica do
Divino Pai Eterno, por exemplo, caracteriza-se pelo culto à imagem:
Muito embora reconheçamos que sob à ótica da devoção popular tais
manifestações como estas são aceitáveis principalmente nos populachos menos
favorecidos e geograficamente isolados e por isso mesmo mais suscetíveis a
este tipo de superstição, o que não entendemos, porém, é como homens que
estudaram a Bíblia durante vários anos em um seminário, ao invés de erradicar
este mal, conseguem promovê-lo ainda mais.
Mas a contemporaneidade trouxe para o campo das discussões a simulação que as
imagens produzem. Ou seja, quando a consciência não consegue distinguir o real da
fantasia, a simulação que a imagem realiza é tão forte que o limítrofe entre uma e outra
se perde.
__________
3 Informação sobre o artigo “A Imagem do Divino Pai Eterno: um show de idolatria”, no site
www.cacp.org.br
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Conforme Neiva Junior (1994, p. 73), se a imagem “não pode exprimir mais do
que as aparências do real, trata-se de uma hiper-realidade, pois simula como presença
aquilo que nós sabemos ausente, mas que, mesmo assim, nos convence de sua
existência, ainda que no passado”. As pessoas não se preocupam se aquilo é ou não
verdadeiro, o importante é consumir as imagens, belas e espetaculares,
independentemente do caráter simulado delas. Baudrillard, (1991, 8-10, apud Coelho et
al, 2010, p, 24) completa dizendo que “simular é fingir ter o que não se tem [...] a
simulação põe em causa a diferença do ‘verdadeiro’ e do ‘falso’, do ‘real’ e do
‘imaginário’”.
Esta simulação está presente principalmente nos meios de comunicação, segundo
Santos (2003, p. 19)
uma vez que a realidade não corresponde aos desejos do indivíduo, os meios de
comunicação oferecem um substituto melhor: a fantasia, produzida de maneira
cada vez mais sofisticada. A publicidade, TV, o cinema e o vídeo game criam
uma hiper-realidade, que o usuário ou receptor se sente mais confortável,
seguro e feliz. [...] A essa abstração, simulação da realidade, corresponde o
simulacro, um mundo falso mais atraente que o verdadeiro
A imagem hiper-real, nas palavras de Neiva Junior (1994, p. 74), reduz-se a
aparência da aparência. “A duplicação obsessiva das imagens nos afasta dos referentes,
purificando até à alucinação nossa experiência de qualquer duma das representações”.
Então, a imagem simulada assume uma outra função, diferente da que foi proposta
inicialmente. Nesse sentido, Martino (2005, p, 56) explica que
a aparência do real são mantidas, mas o conjunto todo é direcionado para
algum outro objetivo. O que sobra é uma vaga intuição da realidade,
aparecendo aqui e ali em brechas desse elaborado sistema de imagens,
simulacros. A visão por entre essas brechas é “o deserto do próprio real”
Adauto Novaes (1991, p. 73) faz o seguinte questionamento: “As coisas se
banalizaram, as imagens tornaram-se clichês. Carentes de sentido, se equivalem, perdem
toda a magia. Qual o destino de nossas imagens, esses espectros descartáveis e sem
significado? ”. Para Arlindo Machado, a sociedade contemporânea estaria vivendo um
Quarto Iconoclasmo decorrente desse descrédito e desconfiança ante às imagens
midiáticas.
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Sodré (2003, p. 8) que trabalha em seu livro “Televisão e psicanálise” com o mito
de Narciso e ressalta que “a imagem opera mutações na estrutura psíquica e nos modos
de percepção do indivíduo contemporâneo”. Então as pessoas passam a agir, ainda que
inconscientemente, de acordo com aquilo que as imagens lhes sugerem. E nada melhor
do que a TV para ditar regras e costumes na sociedade.
E apesar desta resistência às imagens estáticas, nota-se os evangélicos usam em
demasia as imagens em movimento, ou seja, midiáticas. Muitos canais apresentam os
programas religiosos que oferecem salvação rápida e fácil. Marcelo Pimenta e Silva
comenta esta situação em um artigo publicado no Observatório de Imprensa4, diz ele:
“Nessa relação mídia e religião, a pregação tradicional saiu de cena dando lugar a
verdadeiros "shows midiáticos" com os fiéis hipnotizados por líderes de grande
carisma”.
A televisão trabalha em função da imagem, por isso a visão é o sentido
predominante. Um telespectador desatento não percebe que há a “primazia da imagem,
isto é, como uma espécie de predomínio do visível sobre o inteligível que conduz para
um ver sem entender” (Sartori, 2001, p, 8). A televisão, com sua centralidade nos olhos,
parece produzir um efeito anestésico para quem assiste, e acaba por articular um novo
campo do real. Como se a consciência perdesse a capacidade de distinguir o real da
fantasia. Ao que alguns teóricos chamaram de hiper-realidade. De acordo com Martino
(2005, p. 34) “o signo do real substitui a realidade. [...] a ponto de transformá-la em algo
indubitavelmente real - uma hiper-realidade”.
Vive-se uma sociedade do espetáculo, como descreve Guy Debord (2003), onde
a alienação faz com que o indivíduo perca a capacidade crítica de refletir sobre as
imagens midiáticas, uma vez que está aprisionado numa espécie de “comportamento
hipnótico”. De acordo com Coelho; Castro orgs. (2010, p. 92): “O espetáculo, assim,
consagra toda a glória ao reino da aparência”. Na atualidade, as Confissões Religiosas
disputam por espaço nos meios de comunicação, buscando aparecer cada vez mais. E o
telespectador venera o que vê apenas, sem atentar as disputas ideológicas e políticas,
entre as próprias denominações em busca de um horário na televisão.
___________
4 Artigo: “A espetacularização da fé”, Observatório de Imprensa, site:
observatoriodaimprensa.com.br
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Igreja Mundial do Poder de Deus
A edição de número 2.151 da Revista Isto É5, traz uma matéria sobre o pastor
evangélico, líder e fundador da Igreja Mundial do Poder de Deus, autointitulado
apóstolo, Valdemiro Santiago. Conforme a revista, o pastor nasceu em 2 de novembro
de 1963, no distrito de Cisneiros, em Palmas (MG), veio de uma classe pobre rural e,
por isso, enfrentou muitas privações financeiras, chegando até a passar fome. Perdeu a
mãe aos doze anos, tendo que morar com os irmãos mais velhos, “cuidava de marrecos,
arava a terra, colhia ovos de anu para fazer omelete”, e caminhava oito quilômetros por
dia para levar marmita aos familiares que trabalhavam na roça.
Ainda segundo a Isto É, aos quatorze anos, Santiago foge de casa, vai morar nas
ruas, onde tem experiência com drogas e contrai doenças. Até que em 1979, aos 16
anos, ingressa na Igreja Universal do Reino de Deus. Devido ao carisma do pastor,
acreditava-se que Valdemiro seria o sucessor do Bispo Edir Macedo. Porém, depois de
quase 20 anos, ele rompe com a Universal e, em 1998, cria a sua própria igreja: Mundial
do Poder de Deus. O primeiro templo, segundo informações do site institucional da
Igreja6, fica no município de Sorocaba, a 90 km da cidade de São Paulo.
Ainda de acordo com a página na web, a Igreja utiliza amplamente os meios de
comunicação:
A IMPD teve um vasto trabalho divulgado pelo rádio e pela televisão.
Atualmente o trabalho foi ampliado, a divulgação deixou de ser problema, a
IMPD se expandiu não apenas pelo rádio e TV, também pela internet, revistas,
jornais e grupos de obreiros que se disponibilizam em ajudar entidades carentes
divulgando o evangelho de Jesus Cristo.
Atualmente, possui templos em quatro continentes: América, África, Europa e
Ásia, somando dezesseis países diferentes e mais de 1.400 igrejas tanto no Brasil,
quanto no exterior, todas elas controladas pela sede, localizada na Rua Carneiro Leão,
439, Brás, São Paulo, com 43 mil m², também conhecida como Grande Templo dos
Milagres. Em 2009, a igreja fechou as portas, a prefeitura interditou o local por não
atender as normas de segurança. Mas, no início de 2010, voltou a funcionar novamente,
com a interdição revogada.
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5 Informação da matéria “O homem que multiplica fieis”, publicada no site da Isto É. 6 Site Oficial da Igreja Mundial do Poder de Deus: www.impd.com.br
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Em seus quinze anos de existência, a IMPD já se depara com vários escândalos.
Os noticiários7 informaram que o Núcleo de Comunicação da PRF (Polícia Rodoviária
Federal) de Campo Grande (MS) prendeu três pastores da Igreja Mundial do Poder de
Deus na cidade de Miranda (MS), transportando sete fuzis para o morro dos Marins, São
Gonçalo, na região Metropolitana do Rio de Janeira, onde realizavam os cultos. Ainda
segundo a polícia, a quadrilha evangélica receberia cerca de R$ 20 mil pelo serviço.
A IMPD desenvolve um projeto de ação social às pessoas de baixa renda por meio
da Associação Mundial de Assistência Social (Amas), que é liderada pela Bispa
Franciléia e é desenvolvida em todos os estados. Como informa o site institucional da
igreja. Em Campo Grande (MS), é presidida pelo missionário e ex-vereador Alceu
Bueno (que renunciou recentemente por ter sido indiciado em crime de pedofilia na
Capital8).
A Amas reúne uma equipe de voluntários para atender à população, composto por
advogados, cabeleireiros, professores, enfermeiros e etc. São realizadas visitas às
regiões carentes, onde acontecem doação de cestas básicas, roupas, cobertores.
Enquanto que, para as crianças, são distribuídos algodão doce, cachorro quente a cada
ação realizada.
Do ponto de vista teológico, a doutrina da Mundial não difere das outras
neopentecostais. O culto caracteriza-se pela oração em línguas, milagres e prodígios
entre os fiéis, pregação da Bíblia. A fé está baseada na Trindade e o batismo, apenas por
imersão, é fundamental para que o cristão tenha uma via regenerada em Cristo, mas para
que essa conversão aconteça, é necessário o arrependimento dos pecados.
Análise do vídeo9: “REUNIÃO COMPLETA - DOMINGO | 01/12/2013 ÀS 7 HS”
Descrição do vídeo: Com 1h50m de duração, o culto consiste em canções,
pregação sobre o dízimo, testemunhos de milagres e citação de passagens bíblicas.
Inicialmente as músicas, com forte apelo emotivo, fazem as pessoas chorarem. A câmera
mostra, em primeiro plano, as lágrimas de alguns. A partir do 23m30s, Valdemiro
Santiago começa a orar pelas enfermidades das pessoas, utilizando palavras politicamente
incorretas, tais como: paralítico, canceroso, aidético.
_________________
7 Informação da Matéria: “PRF apreende em MS 7 fuzis que iriam para favela no Rio”, site Terra. 8 Informação da matéria: “Indiciado em escândalo sexual, Alceu Bueno renuncia ao cargo de vereador”,
site Midiamax. 9 Vídeo disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=an3YmfK7edg.
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Esta análise centra-se a partir dos 36m39s, é quando começam os testemunhos. O
apóstolo afirma: “Você que está assistindo, se ainda não se convenceu agora, daqui a
pouco com certeza você vai se convencer”. Uma foto de um bebê aparentando ter um
tumor é mostrado, a câmera dá um closed na imagem. O apóstolo repete por cinco vezes
a pergunta: “é um tumor? ”, enquanto que a câmera aproxima o zoom na foto. Entre takes
na fotografia, cortes de câmera para o apóstolo, para a plateia e na bíblia, ao todo, a foto
fica exposta por 1m30s; até finalmente aparecer o bebê saudável, que teria sido curado do
câncer. A mãe afirma que a toalha que o apóstolo seca o seu suor, ficava dentro da
incubadora do bebê.
Depois outros testemunhos são apresentados, inclusive de mais um recém-
nascido. Utiliza-se o mesmo procedimento, ou seja, apresenta-se a foto para se fazer uma
comparação da cura. Fotos com lesões expostas, vermelhidões, sangue, doenças de pele,
aparecem para provar que o milagre realmente aconteceu, com base nas imagens. São
fotografias fortes, que podem causar comoção, sensibilidade e prender a atenção do
telespectador. Após os testemunhos, o apóstolo fala sobre a importância de se devolver o
dízimo, cita passagens bíblicas para legitimar sua argumentação. O encerramento
acontece com músicas.
Figura 1: Bebê com tumor
Fonte: Canal Igreja Mundial na Rede, Youtube.
Portanto:
Sob a ótica da ciência dos signos, a insistência de Valdemiro Santiago era com o
ver, o contemplar a imagem, olhar o enorme tumor que estava na criança. Em vários
momentos a câmera fecha a imagem na foto. Por isso, a imagem do recém-nascido com
o tumor causa o primeiro impacto, os olhos apenas se espantam com tamanha
gravidade. Não há reflexão, apenas uma relação imediata do olhar atônito ante à
fotografia, é o momento em que se opera a primeiridade.
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A fotografia que expõe a doença da criança é um sinal, ou seja, aponta para o
milagre que iria vir. A partir da perspectiva semiótica, percebe-se que a fotografia
exerce a função de um índice, porque indica o futuro milagre (ícone). É uma relação de
causa-e-efeito. O sinal (índice) do câncer leva a um segundo momento, a criança
saudável (situação icônica). As lágrimas das pessoas também podem ser classificadas
como índices que mostram o drama, o sentimentalismo. Essa comoção causada pela
imagem e o estímulo gerado por ela caracteriza-se a secundidade.
Enfim, o símbolo da cura é a toalha. Ela não é “a cura”, mas a igreja
convencionou o poder miraculoso a este objeto, que representa o milagre. Essa relação
arbitrária entre toalha e cura pode ser classificada pelo signo do símbolo. Nesse
momento, os familiares do bebê já estão no palco para reafirmar a veracidade do
milagre, todos atestam, estão felizes pelo desfecho da história. Esse resultado final é a
terceiridade, porque já há a possibilidade de interpretação, de entendimento de todo o
processo espetacular.
Conclusão
Ao interpretar as imagens midiáticas, aliando Semiótica com estudos filosóficos
como Debord e Baudrillard, tem-se uma ideia geral sobre os efeitos sígnicos dessas
representações visuais na sociedade contemporânea. É importante ressaltar que esta é
apenas uma perspectiva, com todas as limitações existentes num artigo e no olhar de
quem pesquisa.
Talvez pode-se arriscar a dizer que a hiper-realidade que a televisão respira é o
que inspira o telespectador a viver esse mundo de fantasias, acreditando que tudo que
está ali é real. Seria a televisão o mais real de todos os sonhos? E a religião
aproveitando-se desta virtude que produz o virtual, faz do culto uma cultura de massa,
estimulando o consumo de objetos sacros e a contribuição do dízimo.
Feuerbach (apud Debord 2003, p. 8) constata que “nosso tempo, sem dúvida [...]
prefere a imagem à coisa, a cópia ao original, a representação à realidade, a aparência ao
ser [...] O que é sagrado para ele, não passa de ilusão, pois a verdade está no profano”.
Dessa forma, pode-se concluir que a imagem do sagrado caracteriza-se pela
multiplicação visual dos cultos cristãos nas mídias, utilizando signos que legitimam
seus dogmas. Os neopentecostais se tornaram quase onipresentes nos canais de tevê e a
utiliza para comercializar produtos religiosos, símbolos que representam bênçãos. Então
a imagem do transcendente, transmitido pelo culto televisivo, materializa-se em
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“mercadoria-imagem”, um ícone que não necessita de reflexão, somente contemplação.
Ao cultuar o audiovisual, é o que Debord (2003, p. 19) chamaria de alienação do
espectador: “[...] quanto mais ele contempla, menos vive; quanto mais aceita
reconhecer-se nas imagens dominante da necessidade, menos compreende a sua própria
existência e o seu próprio desejo”. Enfim, o que resta do sagrado nada mais é do que sua
representação ilusória que se dilui numa sucessão de imagens efêmeras projetadas pela
televisão.
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REUNIÃO COMPLETA - DOMINGO | 01/12/2013 ÀS 7 HS:
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