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JosØ de Guimarªes Corredor de Maratona - 1977 Reproduzido de "JosØ de Guimarªes, Arte Pertubadora", p. 38, Ediçıes Afrontamento, 2000 do Conselho Directivo dos Departamentos e Unidades de Investigaçªo a Palavra aos Alunos Mais Informaçªo PÆgs. 3 e 4 PÆgs. 5 e 6 PÆgs. 6 e 7 PÆgs. 7 a 12 A colega Inês Mansinho entendeu passar o testemunho da coordenação deste boletim, por razões de saúde que a obrigaram a afastar-se, temporariamente, desta "corrida" da escrita. O repto foi-me então lançado pelo Presidente do Conselho Directivo, sabendo que eu não o iria recusar, embora talvez apenas adivinhasse as minhas anteriores aventuras jornalísticas e editoriais. A minha aposta, assumida, é a de manter o nível da fasquia, tão meritoriamente elevada pela minha antecessora e pela sua equipa editorial, que, aliás, se mantém coesa. Assim, e mesmo sabendo dos percalços diversos que atrasaram a saída do nº4, ainda por cima com diversas e incomodativas gralhas que, não obstante a sua atempada detecção, persistiram em ressurgir na edição final, o Secretariado foi unânime na determinação de publicar o presente número antes das férias de Verão. Decidimos manter a estrutura básica dos quatro primeiros números, introduzindo apenas, aqui e além, pequenos ajustamentos. Por isso, a palavra dos Departamentos cabe, desta vez, à Engenharia Florestal, através do Prof. João Santos Pereira, enquanto a chamada de atenção do Conselho Directivo se dirige, de forma mais destacada, para a realização do Congresso a que já se vulgarizou chamar "ISA 2000", e os alunos se pronunciam através da Secção Pedagógica da AEISA e da, recém reactivada, Associação Portuguesa de Jovens Enófilos. Como apostamos, também, na evolução, trouxemos a esta primeira página o "Corredor de Maratona", como emblema do dinamismo que queremos ajudar a imprimir a esta casa. E, nesse âmbito, não podemos deixar de destacar a realização de "Um Dia no ISA - Conheces o ISA? Um jovem com mais de 100 anos", cujo balanço positivo nos instiga a persistir neste tipo de iniciativas. Termino com um apelo: colaborem neste devir, enviem opiniões, notícias, sugestões, para o ISAinForma. Nuno Cortez Nota de abertura Forma ANO 2 N” 5 2” Trim. 2000

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José de Guimarães

Corredor de Maratona - 1977

Reproduzido de "José de Guimarães, Arte Pertubadora", p. 38,Edições Afrontamento, 2000

doConselho

Directivo

dosDepartamentos

e Unidades de

Investigação

a Palavraaos Alunos

M aisInformação

Págs. 3 e 4 Págs. 5 e 6 Págs. 6 e 7 Págs. 7 a 12

A colega Inês Mansinho entendeu passar o testemunhoda coordenação deste boletim, por razões de saúde que aobrigaram a afastar-se, temporariamente, desta "corrida"da escrita. O repto foi-me então lançado pelo Presidente doConselho Directivo, sabendo que eu não o iria recusar,embora talvez apenas adivinhasse as minhas anterioresaventuras jornalísticas e editoriais.

A minha aposta, assumida, é a de manter o nível dafasquia, tão meritoriamente elevada pela minha antecessorae pela sua equipa editorial, que, aliás, se mantém coesa.Assim, e mesmo sabendo dos percalços diversos queatrasaram a saída do nº4, ainda por cima com diversas eincomodativas gralhas que, não obstante a sua atempadadetecção, persistiram em ressurgir na edição final, oSecretariado foi unânime na determinação de publicar opresente número antes das férias de Verão.

Decidimos manter a estrutura básica dos quatroprimeiros números, introduzindo apenas, aqui e além,

pequenos ajustamentos. Por isso, a palavra dosDepartamentos cabe, desta vez, à Engenharia Florestal,através do Prof. João Santos Pereira, enquanto a chamadade atenção do Conselho Directivo se dirige, de forma maisdestacada, para a realização do Congresso a que já sevulgarizou chamar "ISA 2000", e os alunos se pronunciamatravés da Secção Pedagógica da AEISA e da, recémreactivada, Associação Portuguesa de Jovens Enófilos.

Como apostamos, também, na evolução, trouxemos aesta primeira página o "Corredor de Maratona", comoemblema do dinamismo que queremos ajudar a imprimir aesta casa. E, nesse âmbito, não podemos deixar de destacara realização de "Um Dia no ISA - Conheces o ISA? Umjovem com mais de 100 anos", cujo balanço positivo nosinstiga a persistir neste tipo de iniciativas.

Termino com um apelo: colaborem neste devir, enviemopiniões, notícias, sugestões, para o ISAinForma.

Nuno Cortez

Nota de abertura

FormaANO 2

Nº 52º Trim. 2000

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Forma

Secretariado

Paginação

Fotografia

Publicação

E-m ail:cdisa@ isa.u tl.p t

N uno C ortez (C oord .)

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Institu to S uperio r de A gron om iaTiragem 750 exem plaresN º 5 - 2 º Trim estre 2000

FICHA

TÉCNICA

através da informação social, quais asexigências (ou ausência das mesmas)fixadas pelas instituições de ensino su-perior para a admissão de novos alunos.A UTL reafirmou as mesmas exigênciasde qualidade e o ISA, em particular,manteve os mesmos critérios mínimos deingresso (120 de média geral e 95 nosexames nacionais das disciplinas dematemática e de biologia), em oposiçãoà maioria das novas licenciaturasconcorrentes, que chegam mesmo aaceitar alunos com notas próximo de 0(zero). A salvaguarda de tal exigência dequalidade implica acções como as acimadescritas, suscitando o interesse daquelesalunos que consideramos mais despertose motivados para as áreas do saber pornós leccionadas.Por outro lado, temos finalmente os novosEstatutos do ISA homologados e prontospara publicação em Diário da República.Com este importante processo culminao trabalho desenvolvido durante quaseum ano, permitindo adequar as regras defuncionamento da nossa instituição auma nova realidade, mais exigente emtermos de intervenção, de dinamismo ede versatilidade. Há agora que prepararas alterações daí emergentes e quepassam, desde logo, pela movimentaçãode pessoal e readequação de espaços.Consequentemente, as próximas tarefasa empreender serão as de criar um novoQuadro de Pessoal não-Docente, deproceder às necessárias movimentaçõesinternas de pessoal e de adaptar eadequar os escassos espaçosdisponíveis.O apoio para estas medidas e acompreensão para algumas dificuldadesdaí resultantes, é a todos solicitado, nacerteza de que a instituição daí sairábeneficiada e reforçada.Boas Férias para todos!

Pedro Leão de SousaPresidente do CD

EDITORIALA respostanecessária

Os primeiros meses deste ano de 2000foram pautados pela preocupação emmelhorar a imagem do ISA. O relativodesinteresse manifestado pelos alunos dosecundário, optando em reduzido númeropelas nossas licenciaturas, abanou asestruturas desta secular instituição,obrigando a uma séria reflexão.Prontamente se constituiu um grupo,alargado aos departamentos e associaçãode estudantes, cuja imaginação, dinâmicae actividade convém sublinhar. O desafiode organizar um dia aberto (Um Dia noISA) dedicado a jovens do secundário, foiassumido com seriedade e os resultadosdessa jornada foram positivos. Duranteum dia várias dezenas de jovens tiverama oportunidade de sentir o pulsar do ISA,participando em actividades organizadaspelos responsáveis pelas diversaslicenciaturas, em pólos localizados portoda a Tapada. Terminaram a jornadacom um convívio, organizado pelo Grupode Teatro do ISA (TEAGRO) e pelaAssociação Portuguesa de JovensEnófilos (APJE), confessando-sepositivamente impressionados, eminquérito preenchido no final.Durante o mês de Junho as participaçõesdo ISA na Feira Nacional da OrientaçãoProfissional e Escolar e na FeiraNacional da Agricultura constituíramocasiões em que se propiciou o contactocom públicos potencialmenteinteressados pela nossa escola: jovens,técnicos e agricultores.Para além disso, docentes do ISAparticiparam em sessões de divulgaçãoe de orientação profissional, organizadasem algumas escolas secundárias. Foramainda publicados anúncios em jornais erevistas, para além do envio dedocumentação informativa a inúmerasescolas e estudantes que nos contactaram.Foi, assim, desenvolvido um particularesforço de divulgação e esclarecimentosobre a nossa instituição e sobre asnossas licenciaturas que, estamos emcrer, constitui uma semente fértil que irábrotar e necessitará de tratamento.Foi recentemente dado a conhecer,

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AGRONOMIA culturalAGRONOMIA culturalAGRONOMIA culturalAGRONOMIA culturalAGRONOMIA cultural

Actividades realizadas na Bibliotecado Edifício Principal:

11 de Abril de 2000 - Duo de11 de Abril de 2000 - Duo de11 de Abril de 2000 - Duo de11 de Abril de 2000 - Duo de11 de Abril de 2000 - Duo deFlauta e GuitarFlauta e GuitarFlauta e GuitarFlauta e GuitarFlauta e Guitarra.ra.ra.ra.ra.Teve lugar, ao final da tarde, mais umrecital de música, organizado, destavez, em colaboração com a SecçãoCultural da AEISA.Nuno Inácio, na flauta, e César Silva,na guitarra, tocaram temas de Bach,Haendel, Mertz e Piazolla,construindo um programa de músicadiversificado, que atraiu à Bibliotecaum público interessado, entre o qualnão faltou inclusivamente a mascotedo ISA (a Maria).

1 de Junho de 2000 - T1 de Junho de 2000 - T1 de Junho de 2000 - T1 de Junho de 2000 - T1 de Junho de 2000 - Tempo deempo deempo deempo deempo dePPPPPoesiaoesiaoesiaoesiaoesiaO Teagro - Teatro em Agronomianasceu em Janeiro de 1992, nomomento em que alguns estudantesdo ISA descobriram que estavamcansados do "teatrinho" do quotidianoe se decidiram a experimentarrepresentações mais saudáveis do queas costumeiras "fitas" da vida.Entre 1992 e 1995, orientado eapoiado pelo Prof. Nuno Cortez, oTeagro montou um "Improviso sobrecontos de José Eduardo Agualusa" e"A Pergunta", uma colagem de textosde diversos autores. Daí para cápassou algum tempo, e passaramprojectos que nunca deixaram de oser. Diversos membros do grupoterminaram os seus cursos e outrosdesistiram. O Teagro, cansado,adormeceu, para voltar a acordarneste final de milénio, com sanguenovo e o entusiasmo renovado do seupadrinho e encenador.Como resultado deste renascimento,apresentou-se um "Tempo de poesia",que não foi um espectáculo de teatro,mas, tão somente, o resultado de umconjunto de exercícios de leitura,dicção, colocação de voz einterpretação, inspirados em António

NotíciasNotíciasNotíciasNotíciasNotícias mais de 100 anos", durante a qual,foram recebidos no ISA 48 estudantese 3 professores do Ensino Secundário.Para esse dia, foram organizados, apartir das iniciativas das diversasunidades do ISA, os seguintes polostemáticos:

1. DBEB - Botânica e Genética2. DBEB / Ciência Viva -Microbiologia3. DAIAT - Agro-indústrias eAgronomia Tropical4. DCA - Agrometeorologia e Solos5. DPPF - Protecção das Plantas6. DER - Mecanização e Sistemas deRega7. SAAP - Arquitectura Paisagista8. DEF - Sistemas Florestais eRecursos Naturais9. DQAA - Horto de Química eCentro Experimental deCompostagem10. DPPA - Produção Agrícola e Ani-mal

A partir de um inquérito, realizadono final, aos alunos que nos visitaram,pode-se considerar que os objectivosdeste Dia foram alcançados, pelomenos parcialmente, tendo sido tiradaa conclusão de que iniciativassemelhantes, em próximos anoslectivos, deverão ser efectuadas maiscedo, de forma a assegurar aparticipação de maior número deestudantes do Ensino Secundário.

No âmbito das actividades dedivulgação, o ISA participou, emJunho, na Feira Nacional deAgricultura , em Santarém, etambém, mas integrado num pavilhãoda UTL, na Feira Nacional deOrientação Profissional e Escolar,que teve lugar na FIL, no Parque dasNações. Essas participações contaramcom a importante colaboração daAEISA, que se encarregou deseleccionar os alunos que, duranteesses certames, funcionaram como"embaixadores do ISA".

do ONSELHO IRECTIVOC D

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Gedeão, Gabriel Celaya, AuroraJardim, Allan Pöe, Ary dos Santos eFernando Pessoa.

PICNICCONVÍVIO DA PRIMACONVÍVIO DA PRIMACONVÍVIO DA PRIMACONVÍVIO DA PRIMACONVÍVIO DA PRIMAVERAVERAVERAVERAVERA

Após um adiamento, motivado pelaadversidade das condiçõesambientais, o anunciado "Piquenique- Convívio da Primavera", teve,finalmente, lugar, no dia 19 de Maio,no Jardim da Parada, com a presençade um bom número de docentes efuncionários, para quem este eventoteve, de facto, um especialsignificado.Foi notada, porém, a ausência dagrande maioria dos alunos, menoshabituados e, talvez, até mesmodesconfiados, em relação a estatradição de salutar convívio.O sucesso evidente do piquenique,bem patente nas fotografias juntas,ficou a dever-se, sobretudo, aomeritório empenhamento organi-zativo dos trabalhadores nãodocentes, tendo sido possível registar,no final, a opinião unânime de quevalerá a pena repetir a dose.

DIVULGDIVULGDIVULGDIVULGDIVULGAÇÃO DO ISAÇÃO DO ISAÇÃO DO ISAÇÃO DO ISAÇÃO DO ISA PA PA PA PA PARAARAARAARAARAO EXTERIORO EXTERIORO EXTERIORO EXTERIORO EXTERIOR

Realizou-se, no dia 10 de Maio, aacção Um Dia no ISA, sob o lema"Conheces o ISA? Um jovem com

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construído uma escadaria de entradae melhorado a frontaria através daconstrução de um muro rústico.O acesso pedonal ao Bloco de Aulasserá concluído pela via provenientedo edifício do DEF. No piso inferioraos anfiteatros está a ser finalizadauma sala de convívio com cerca de600 m2 de utilização múltipla.No que se refere ao Pavilhão deExposições foram empedradas asduas vias de acesso laterais ereparadas pequenas falhas naenvolvente ajardinada.Executaram-se ainda reparações nopavimento de toda a rede viária daTapada.

Temas

Sessão 1 - Biodiversidade e Recursos Genéticos(coord. Wanda Viegas)

Alain Darthenucq (EC/DG Recherche/E/4-Bélgica) - "Main Issues on BiodiversityManagement for the Next Century"

Wolfgang Pfeiffer (CIMMYT-México)- "Genetic Resources in Crop Improvement"

Luisa Costa Gomes - "A Decadência daNatureza na Literatura"

Sessão 2 - As Florestas, o Ambiente e asAlterações Globais (coord. João S Pereira)

John Grace (Univ. Edinburgh, ReinoUnido) - "World Forests and Global Changes"

António M Alves (ISA, Lisboa) - "OHomem e a Floresta- um percurso de ideias"

José G C Borges (ISA, Lisboa) -"Gestão Florestal Multiusos e o Ambiente"

Sessão 3 - Agricultura e DesenvolvimentoSustentado (coord. Pedro A Pinto)

Elias Fereres (Univ. Cordova, Espanha)- "A evolução da investigação agronómica parao século XXI"

P. Lynce de Faria, P. Aguiar Pinto e J.Castro Coelho (ISA, Lisboa) - "PerspectivaAgronómica da Agricultura Portuguesa"António Sevinate Pinto (Aventis, Lisboa) - "Opapel das mega empresas de serviços e factoresde produção na dinamização do sector agrícola"

Sessão 4 - Ambiente, Paisagem eDesenvolvimento Rural (coord. João CastroCaldas e Graça Saraiva)

Joan Nassauer (Michigan, USA) -"Landscape ecological benefits from new agri-cultural technologies and policies: an interdisci-

plinary scenario design approach".Francisco Avillez (ISA, Lisboa) - "As PolíticasAgrícolas, a Agricultura, o Ambiente e oTerritório"Francisco Nunes Correia (IST, Lisboa) - "UmExercício de Avaliação Pericial daSustentabilidade das Políticas da Água em Por-tugal"

Sessão 5 - Qualidade Alimentar e Biotecnologia(coord. M Luisa Beirão da Costa e Luísa Brito)

Anne L Raoult (CIRAD, França) -"Sustainability of food processing"

Jorge Ricardo da Silva (ISA, Lisboa) -"Alimentos funcionais e nutricêuticos naqualidade de vida"Margarida Oliveira (FCL/IBET, Lisboa) - "AsPlantas Transgénicas na Alimentação - NovasEstratégias de Melhoramento"

ILILILILILUMINAÇÃO EXTERIOR DEUMINAÇÃO EXTERIOR DEUMINAÇÃO EXTERIOR DEUMINAÇÃO EXTERIOR DEUMINAÇÃO EXTERIOR DEEDIFÍCIOS NA TEDIFÍCIOS NA TEDIFÍCIOS NA TEDIFÍCIOS NA TEDIFÍCIOS NA TAPAPAPAPAPADAADAADAADAADA

Desde o passado dia 21 de Junho,quem entra em Lisboa pela Ponte 25de Abril, é impressionado pelailuminação do edifício principal doISA, do Pavilhão de Exposições e doObservatório Astronómico. Trata-sede edifícios históricos que seencontram agora beneficiados e cujorealce permite projectar a imagem doISA. Este projecto resultou de umacordo com a Câmara Municipal deLisboa, em que esta seresponsabilizou por toda a instalaçãodo equipamento de iluminação e pelas

O Congresso ISA 2000 vai ser uma oportunidade para se reflectir sobre asgrandes transformações por que passa a agricultura e sobre a emergência dasnovas funções ligadas ao ambiente e ao território. As preocupações desustentabilidade dos sistemas naturais exigem uma nova atitude perante oambiente e uma criatividade da comunidade científica para compatibilizaras necessidades de produção agrícola e florestal com a capacidade derenovação dos recursos naturais. A complexidade das interacções entre asactividades humanas e o ambiente exige uma abordagem multidisciplinardestas questões, cobrindo áreas que vão desde a socio-economia à climatologia,passando pelas ciências biológicas e da terra.Com este Congresso pretende-se abordar as necessidades dos profissionaispara as transformações que estão e virão a acontecer no futuro próximo.Serão analisadas questões como a sensibilização ambiental, as novas funçõesda agricultura, as alterações tecnológicas, assim como serão debatidos osgrandes problemas que se colocam à agricultura, às florestas e àsustentabilidade dos processos de desenvolvimento.

AMBIENTE, TERRITÓRIO E AGRICULTURA -QUE MUDANÇAS PARA O SÉCULO XXI?

CONGRESSO ISCONGRESSO ISCONGRESSO ISCONGRESSO ISCONGRESSO ISA 2000A 2000A 2000A 2000A 2000

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inerentes despesas de funcionamentoe de manutenção.

OBRAOBRAOBRAOBRAOBRA S DESENVS DESENVS DESENVS DESENVS DESENVOLOLOLOLOLVIDAVIDAVIDAVIDAVIDA SSSSSPELPELPELPELPELO CD DESDE O INÍCIOO CD DESDE O INÍCIOO CD DESDE O INÍCIOO CD DESDE O INÍCIOO CD DESDE O INÍCIODO ANODO ANODO ANODO ANODO ANO

Conclusão dos arranjos exteriores àBiblioteca nova, quase pronta a serinaugurada, que incluem adistribuição de uma camada de soloarenoso, a instalação do sistema derega, a implantação do jardim deinverno e a melhoria do acesso aoedifício Anexo e ao Herbário. Foitambém melhorada a envolventedesta infraestrutura, tendo-se

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O reforço das valências ambientais suscitou novos temasna abordagem da investigação e do ensino florestal.ISAinForma: E como é que isso se inscreveu nas'reformas'?J.S.Pereira: As reformas respondem a solicitações e alimitações da própria escola. A reforma de 1979 assentavanuma perspectiva de crescimento exponencial, garantidoe praticamente indefinido, para o pessoal docente do ISA.O confronto com a realidade foi bem diferente e as reformasseguintes (as de 1989, e 1996) fizeram-se com o objectivode racionalizar a ocupação dos docentes, evitar a duplicaçãode matéria e diminuir o número de horas de ensino,deixando mais tempo aos alunos para estudar e viver.Algumas das soluções foram impostas pelas restrições naadmissão de pessoal docente, mas na sua maioriaresultaram da necessidade de actualização das matériassempre com o objectivo de reduzir o número de horas deensino directo. Isto inscrevia-se, em todo o caso, numaopção de fundo do Departamento, onde sempre seprivilegiou a 'Formação', em detrimento duma simplesaquisição passiva de informação.Pode dizer-se que o esforço foi moderadamente bemsucedido - já que faltam ainda condições efectivas incluindolaboratórios, tanto nas áreas da biologia como dainformática. Mas tem tido uma boa adesão por parte dosalunos.ISAinForma: E como acompanhou a investigação estastendências?J.S.Pereira: A Investigação tem um papel fundamentalna estrutura e na qualidade do ensino. Sobretudo se nãotivermos uma visão estreita da cultura científica e pudermosinserir a investigação num contexto mais geral deenquadramento do desenvolvimento tecnológico. Emboraa investigação no sector agrário tenha que ter forçosamenteum empenhamento socio-económico, na minha concepçãonão nos devemos substituir às empresas e às entidadespúblicas na formulação dos problemas e na implementaçãoprática dos resultados. A investigação será sempreestimulada por esta procura mas a transferência deconhecimentos não pode estar a seu cargo. Outra, é aquestão de saber se as empresas têm capacidade para aaplicação dos resultados da investigação.A questão, por exemplo, dos Eucaliptos, e o debate socialque animou, suscitaram o desenvolvimento de váriasfrentes de investigação no DEF, devolvendo os resultados

ISAinForma: Talvez se possa dizer das Ciências Florestais,que tendo sempre ocupado, no ISA, um espaço considerável,vêem agora o seu papel cada vez mais reforçado?J.S.Pereira: Isso reflecte um pouco a crescente importânciaeconómica e social da floresta no país. Nos princípios doséculo XX a floresta estava, em termos económicos,subordinada ao aproveitamento agrícola do território. Oseu peso político-económico começou a ganhar relevo,nomeadamente, à medida que a cortiça começou aevidenciar - em especial no sul do país - uma maiorimportância. Mas, mesmo neste caso, tudo era equacionadoem termos de um sistema agro-florestal. No resto do Paísa floresta era claramente subsidiária dos sistemas agrícolas.A reflorestação dos baldios a partir da década de 40, e oêxodo agrícola, transformaram um pouco as coisas.Mas a viragem só se deu efectivamente uns anos mais tardequando, em 1960, se intensificou a produção da pasta parapapel em larga escala. A intensificação da florestação, quetambém teve reflexos no panorama das Ciências Florestaisno País, veio efectivamente pela mão das celuloses nadécada de 60. Sem dúvida que nesse período houve umreforço de uma abordagem, na prática, dominada pelasquestões do produtivismo em paralelo com a manutençãode uma abordagem tradicional que era - e continua a ser, ado 'uso múltiplo da floresta'.Uma nova inflexão ocorre, passadas algumas décadas, emvirtude da explosão urbana, da intensificação do êxodorural e da internacionalização dos mercados, quesuscitaram as questões da perenidade dos ecossistemas,da biodiversidade, bem como as questões da conservaçãoda água e do solo, conferindo à floresta, já não comoprodutora de bens mas como produtora de serviços, umpapel decisivo na preservação do ambiente.ISAinForma: E como é que isso se reflectiu nas grandeslinhas do ensino e da investigação?J.S.Pereira: Isso pressionou as reformas curriculares e aevolução da investigação. Aos dois consagrados ramos doensino florestal (a 'Produção' e a 'Tecnologia dos produtosflorestais') veio juntar-se, nos anos 70, um outro, o da'Gestão dos Recursos Naturais', em que se reforça o estudode ecossistemas associados à floresta (cursos de água) erecursos ou serviços como o turismo, o recreio e a caça.Ao mesmo tempo esta tendência foi capaz de suscitar umareflexão, sobre os efeitos decorrentes do pendor produtivistada Silvicultura.

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dos EPARTAMENTOSDE U I NIDADES DE NVESTIGAÇÃO

As Ciências Florestais têm, no ISA, uma história já antiga. Durante anos a Silvicultura foimesmo uma das duas únicas licenciaturas existentes, partilhando com Agronomia as disciplinasdos dois primeiros anos, que constituíam um tronco comum.À medida que o papel desempenhado pela floresta na economia se foi modificando, aespecificidade das Ciências Florestais afirmou-se e o elenco das matérias também se diversificou.Quisemos saber um pouco da história do Departamento de Engenharia Florestal, através daspalavras do seu Presidente, Professor João dos Santos Pereira.Aqui vai, em jeito de síntese, a transcrição desta nossa conversa.

Departamento de Engenharia Florestal

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Como é do conhecimento geral, iremosiniciar em Setembro mais um anolectivo, desta vez com mais algumasalterações estruturais, na medida emque irão entrar em funcionamento duasnovas licenciaturas (Engª Zootécnicae Engª do Desenvolvimento Rural) etemos também, pela 1ª vez, a época deexames de transição em Setembro (4a 15). Assim sendo, parece-nos

oportuno,começar desde já essa mesmapreparação, dado que, no início do mêssupracitado, estaremos todos ocupadose envolvidos nos exames, bem comona preparação do novo ano lectivo.Para tal, gostaríamos de solicitar acolaboração de todos os Professores doISA no sentido de prepararmos,atempadamente, os apontamentos quenos servem como orientação de estudo.

a outras instâncias, públicas eprivadas, capazes de deles tiraremproveito.No Departamento têm-se levado a caboalgumas pesquisas sobre problemas deâmbito estritamente nacional ou re-gional, mas face a um grau elevado deinternacionalização dos financia-mentos disponíveis, tem-se enveredadotambém por questões maisabrangentes. A investigação sobre ociclo do carbono, de queparticularmente me ocupo, nãocorresponde a uma 'moda científica',mas radica em preocupações políticasa que o nosso País tem que responder,quer no seio da União Europeia, quera nível mundial, sobre como lidar comas alterações globais no ambiente,nomeadamente no clima.Assim, alguns investigadores doDepartamento têm objectivos deinvestigação mais aplicada, enquantooutros se preocupam com questões deordem mais geral. Mas procuramossempre que possível criar situações deinteracção nas diferentesaproximações à investigação. Oscolegas ligados à Gestão Florestal, porexemplo, trabalhando modeloscomplexos integram informaçãoespecífica proveniente de outrossectores do Departamento.Em termos gerais podemos dizer quecobrimos uma vasta gama de temas:silvicultura; inventário Florestal;

modelos de crescimento; economia;ecofisiologia florestal; genética;hidrologia florestal; tecnologia damadeira e da cortiça; detecção remota;protecção e gestão da vida selvagem...Temos tido êxito nesta actividade, oque se pode medir pelos materiaispublicados e pelo elevado grau deinternacionalização, visível no númeroe qualidade dos projectos da ComissãoEuropeia em que participamos. Éimportante também sublinhar que osnossos projectos de investigação sãolevados a cabo em estreita colaboraçãocom outras universidades portuguesase estrangeiras, institutos deinvestigação e que contam com o apoioda indústria dos Serviços Florestais edas organizações de produtores. Seformos ver o impacte deste trabalhono sector florestal nacional, é evidenteque ele tem sido muitíssimo relevante,até pelo número de solicitações que noschegam. Posso afirmar que nenhumaoutra instituição nacional tem tido umpapel comparável. Estou certo quevamos manter uma boa prestação, mastorna-se urgente que alguém repareque qualquer instituição tem que serejuvenescer e não temos nenhum novoassistente desde 1987.

Maria Inês Mansinho eMaria José Cerejeira

a ALAVRA PAOS LUNOSA

ecos da AEISA

A Secção Pedagógica da AEISA agradece a oportunidadeproporcionada pelo Conselho Directivo para expormosas nossas opiniões no Boletim Informativo ISAinFormae aproveita a oportunidade para fazer, uma vez mais,um apelo ao corpo Docente do ISA.

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PESSOAL DOCENTEPESSOAL DOCENTEPESSOAL DOCENTEPESSOAL DOCENTEPESSOAL DOCENTE

Secção de PSecção de PSecção de PSecção de PSecção de ProduçãoroduçãoroduçãoroduçãoroduçãoAntónio Monteiro Alves - Prof. Cat. Ref.João Manuel Dias dos Santos PereiraÂngelo Manuel de Carvalho OliveiraJorge Manuel Martins Soares DavidMaria Margarida Branco Brito ToméJosé Miguel Oliveira Cardoso PereiraMaria Helena de Noronha R. de AlmeidaJosé Guilherme Dias Calvão BorgesJosé Augusto Lopes ToméPedro César Ochôa de Carvalho

Secção de Recursos NaturaisSecção de Recursos NaturaisSecção de Recursos NaturaisSecção de Recursos NaturaisSecção de Recursos NaturaisLuis Soares BarretoAntónio Manuel Dorotêa FabiãoMaria Teresa Marques Ferreira CardosoManuela Rodrigues BrancoSidónio da Costa PardalJoão Filipe Flores Bugalho

Secção de TSecção de TSecção de TSecção de TSecção de Tecnologia deecnologia deecnologia deecnologia deecnologia dePPPPProdutos Florestaisrodutos Florestaisrodutos Florestaisrodutos Florestaisrodutos FlorestaisRaúl Manuel Albuquerque SardinhaHelena Margarida Nunes PereiraMaria de Fátima Cerveira Fernandes JorgeJosé Afonso Rodrigues GraçaJoaquim Roque de Melo

PESSOAL NÃO DOCENTEPESSOAL NÃO DOCENTEPESSOAL NÃO DOCENTEPESSOAL NÃO DOCENTEPESSOAL NÃO DOCENTE

SerSerSerSerServiços Técnicos, de Lviços Técnicos, de Lviços Técnicos, de Lviços Técnicos, de Lviços Técnicos, de Laboratórioaboratórioaboratórioaboratórioaboratórioe Viveiros Florestaise Viveiros Florestaise Viveiros Florestaise Viveiros Florestaise Viveiros FlorestaisQuadroManuel P. Osório HenriquesIsabel Maria Miranda Sanchez JorgeAntónio Manuel Páscoa de MatosAna Paula Soares Marques de CarvalhoJorge Manuel D'Almeida GominhoAnabela Alves Roças de MatosElsa Isabel Saúde BreiaAna Paula Dias RodriguesCristina Maria Alves Duarte LeonorSónia Maria Leitão Gonçalves BelbuteMaria Helena Soares Pinto MoreiraMaria Joaquina FerreiraMaria de Lurdes MarçalMaria Madalena N. Duarte da SilvaPaulo Alexandre Lima SeromenhoMaria Marçal PereiraJoaquim Gomes Mendes

SerSerSerSerServiços de Secretaria,viços de Secretaria,viços de Secretaria,viços de Secretaria,viços de Secretaria,Biblioteca e ContabilidadeBiblioteca e ContabilidadeBiblioteca e ContabilidadeBiblioteca e ContabilidadeBiblioteca e ContabilidadeQuadroMatilde Esteves de MatosIsabel Maria Moreira LeitãoCarlos de Barros RodriguesAna Paula MiguelElsa Maria PaivaIolanda Isabel B. de Sousa Brito

Contratados a PContratados a PContratados a PContratados a PContratados a PrazorazorazorazorazoIsabel Alexandre Moura Carvalho

Departamento deEngenhariaFlorestal

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A APJE, Associação Portuguesa deJovens Enófilos, retomourecentemente a sua actividade,vocacionada para a abordagem a temasrelacionados com a Vitivinicultura,com a qual pretende reforçar e cumpriros seus propósitos fundamentais: apromoção dos valores da cultura dovinho e o fomento de um consumointeligente do mesmo, junto dascamadas jovens da sociedade.Neste âmbito, a APJE organizou, nopassado dia 1 de Maio, na Sala deActos do Instituto Superior deAgronomia, a Conferência "A OCMdo Vinho: Passado e PerspectivasFuturas" que contou com aparticipação do Prof. Francisco

Sustentável e Protecção de Plantas I(agora para todos os ramos de EngªAgronómica), muito agradecemos ofavor de disponibilizarem os manuaisacima mencionados para estasdisciplinas.

Este nosso apelo tem como objectivo amelhor orientação dos alunos nasdiversas disciplinas, numa tentativa decombate ao insucesso escolar, bemcomo de uma melhor cooperação pro-fessor/aluno.

Cristina SantosSecção Pedagógica AEISA

APJEAssociação Portuguesa deJovens Enófilos

Dia do CháDia do CháDia do CháDia do CháDia do Chá

O Comité de Lisboa da IAAS -Associação Internacional deEstudantes de Agricultura - levou aefeito em 31 de Maio, com o apoio doCD do ISA, um Dia do Chá, no âmbitodo qual foi possível assistir a duaspalestras, pelos Professores ManuelCorreia e Maria Helena Guimarães,respectivamente, sobre a cultura do cháe o seu processamento.A Lipton ofereceu também umapalestra sobre "As infusões de chá esua aplicação na saúde", bem como ochá propriamente dito, que foi servido,por volta das Cinco, na Biblioteca doEdifício Principal, onde esteve patenteigualmente uma exposição alusiva aotema.

última aula da sua já longa carreira deProfessor.Quando vê alunos a mais, capas ebatinas, banjos e bandolins, 'estranhaum pouco'...; pensa mesmo: 'estes tiposandam é sempre em festas'; e, depois,ainda de si para si, 'tanta gente...!Agora os alunos batem palmas: 'aindamais estranho'... !!Mas ele avança decidido pela matéria.

ecos da AEISANeste sentido, solicitamos aos nossosestimados docentes o favor de, quandoforem contactados pela AEISA para aelaboração das chamadas "Sebentas",o fazerem prontamente, no intuito deas termos no início do próximosemestre, disponíveis para os alunos.

Para os Exmos. Srs. Profs.responsáveis pelas novas disciplinasque se vão iniciar no 2º ano do novoPlano de Estudos, a saber: AnáliseMatemática II, Bioquimica Geral,Microbiologia Geral, Pedologia Geral,Animais Domésticos e Suas Aptidões,Pedologia Aplicada, Agricultura

Mais INFORMAÇÃOA ÚLTIMA AULA...

Avillez, que apresentou umenquadramento da OrganizaçãoComum de Mercado (OCM) do vinhono seio da Política Agrícola Comum,e do Eng. José Soeiro, Presidente doIVV, que analisou as implicações parao Mercado Nacional e Europeudecorrentes da entrada em vigor danova OCM do Vinho, a 1 de Agostodo corrente ano, a que se seguiu umaceso debate, moderado pelo Prof.Rogério de Castro, que reflectiu ointeresse despertado por este tema naassistência (pouco inferior a umacentena de participantes).Paralelamente a esta iniciativa, etambém com o intuito de celebrar oinício de mandato da nova Direcção,mais de meia centena de sócios daAPJE participaram num almoço-convívio em Bucelas, precedido deuma Visita às Caves Velhas que incluiuProva de Vinhos.

Naquela quarta feira, 31 de Maio,Joaquim Quelhas dos Santos talvez setenha levantado sem sobressaltos.Todos o conhecemos como homemcapaz de controlar as suas emoções:aí vai ele, sem 'sentir nada de espe-cial' para a sua 'última aula'. Não, nãose trata de uma simbólica 'últimalição', é mesmo a 'última aula', a últimaaula do seu 'último ano lectivo', a

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Quer deixar bem marcada a articulaçãoentre esta disciplina que acaba -Nutrição Vegetal e Fertilidade - e a quese lhe segue - Fertilizantes eFertilização, numa lógica deprecedências. Fala durante o tempousual.Só quando termina a aula oimpressiona o aparato: capas e batinasem passadeira pelo chão, um certo

casa'. É a única coisa que, finalmente,o detém e o comove. Aí vai ele nadança dos afectos, nas memórias detantos dias e anos e, em cada ano,sempre, novos rostos, sempre...'Afinal aquele aparato todo era mesmopor causa de mim!...'

(Relato de pequena conversa com o Pro-fessor Joaquim Quelhas dos Santos)

Maria Inês Mansinho

fervor nas canções das tunas, alguémque diz 'Foi um grande Professor desta

AO PROFESSOR JOAQUIMAO PROFESSOR JOAQUIMAO PROFESSOR JOAQUIMAO PROFESSOR JOAQUIMAO PROFESSOR JOAQUIMQUELHAQUELHAQUELHAQUELHAQUELHAS DOS SS DOS SS DOS SS DOS SS DOS SANTOSANTOSANTOSANTOSANTOS

Discurso proferido no jantar dehomenagem, em 14 de Junho.

Desde os bancos do ISA que tenho umaespecial admiração pelo Senhor Pro-fessor Quelhas dos Santos. Àsemelhança de todos os seus alunos,também eu cedo apreciei a suaexcepcional vocação pedagógica.Recordo, em particular, o seu métodoexpositivo claro, em que as matériassão apresentadas segundo umasequência lógica e racional, tornandofacilmente compreensíveis mesmo asquestões mais complexas. E, se bemse recordam, toda a lição é ministradasem o recurso a qualquer apontamentoescrito auxiliar - o que então noscausava uma enorme admiração, porrevelar uma memória invulgar. Estacaracterística era acentuada pelo factodo Professor conhecer o nome de cadaaluno, estabelecendo com osestudantes um relacionamentopróximo e afável.Mas hoje reconheço que aquelaparticularidade ímpar denota tambémoutra qualidade: a cuidadosa atençãoque dedica à preparação das aulas que,aliás, são objecto de publicação,assumindo assim a responsabilidadepelas matérias leccionadas. Estemérito pedagógico deriva de umaatitude que importa sublinhar: o Pro-fessor Quelhas dos Santos sempreentendeu que a função primordial dumdocente universitário consiste emensinar, não tanto com a preocupaçãoque os conhecimentos leccionadossejam exaustivamente memorizadosmas, sobretudo, que sejaminteligentemente compreendidos econsciencializados pelos estudantes. A

explicação dos fenómenos foi e con-tinua a ser um exercício que o Profes-sor Quelhas cultiva com ágilinteligência e vivo prazer. Sempreque lhe é colocado um problema- como ainda hoje não raro acontececomigo -, o Professor faz-nosmergulhar nas profundidades daQuímica, para primeiro explicar osmecanismos em causa e depois, então,aponta a solução.Sublinhe-se que a primazia concedidaao ensino não impediu o Professor dedesenvolver outras actividadesinerentes à função multifacetada dodocente universitário. No âmbito dainvestigação e da experimentação, deuespecial ênfase ao uso racional dosfertilizantes, tendo como preocupaçãoos rendimentos unitários, a qualidadedos produtos e a preservação doambiente. Nesta última área foipioneiro entre nós. Mas só apósprolongados esforços conseguiusensibilizar o ISA para que ao ensinodas Ciências do Ambiente fosseconcedido um desenvolvimentoconsentâneo com as actuaisnecessidades. Enfim, antes tarde doque nunca...Há uma terceira vertente da actividadeuniversitária onde o Professor Quelhasdos Santos atingiu também umanotoriedade nacional. Refiro-me aoinestimável serviço de apoio quedispensou à comunidade. Foiprincipalmente no âmbito desta funçãoque tive o privilégio de, numa empresaadubeira, privar mais de perto com oProfessor. Tive então oportunidade deacompanhar o intenso trabalho dedivulgação e apoio dispensado atécnicos e a agricultores. A suahonestidade impoluta, reconhecidacompetência e espírito de missãocontagiaram e dinamizaram toda a

equipa que trabalhou sob a suaorientação. Neste âmbito da divulgaçãocientífica e técnica, o Professor revelou-se incansável. Orientou a realização decentenas de ensaios experimentais, deumilhares de consultas, proferiu dezenasde conferências e conduziu inúmeroscolóquios em todas as regiões do país.Complementarmente, publicou umaextensa bibliografia, onde se destacamvárias obras de referência para docentes,estudantes e técnicos interessados noestudo da fertilização.Foi um trabalho profícuo e de ampladimensão, com reflexos muito positivosna agricultura portuguesa e no ensinoprofessado no ISA e em outras Escolasonde o Professor também fez "escola".É por todos reconhecida como brilhantea Obra realizada nas três vertentesconsideradas: pedagógica, científica etécnica. Mas permitam-me que realcea qualidade que mais admiro no Mestre:a nobreza do seu carácter. Comosabemos, é nos tempos difíceis que seevidencia o carácter. E foram difíceisos tempos vividos na referida empresaadubeira, com mais de 1 000trabalhadores, envolvidos no turbilhãoque agitou a nossa história recente.Animados pela inveja e a mediocridade,alguns quadros esforçaram-se por minaras melhores estruturas.Foi neste ambiente inóspito que emergiude forma nítida a imagem derespeitabilidade e prestígio que o Pro-fessor gozava na empresa. O carácterde eleição que demonstrou - alicerçadoem sólidos princípios e valores, éticose morais, que sempre perfilhou comcoerência - constitui a melhor lição querecebi do Professor Quelhas dos Santos.Bem-haja por tudo, Senhor Professor!

Manuel Chaveiro Soares

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escreveu a propósito de um dos seusquadros: «A Leiteira»! Essa luzmisteriosa que provém sempre de umdos lados da sala, e um sentido muitopróprio da cor, onde domina oamarelo-limão intenso e um azulprofundo lembrando as faianças deDelft, sua terra natal- têm sido, apósum esquecimento de largos anos,motivo de admiração e curiosidade porVERMEER. Artista «redescoberto» noséculo XIX, de cuja vida ainda hoje sesabe pouco: não consta ter aceitediscípulos, não deixou registadoqualquer pensamento pessoal arespeito da sua própria pintura...e éduvidoso que alguma vez tenhaabandonado Delft por outras cidadesmais prósperas. Embora a Paisagemnão fosse o género que mais cultivou,o quadro «Vista de Delft», a que orestauro recente, devolvendo-lhe a luze a sombra, evidenciou o «pontilhismoe as areias das últimas pinceladas»como técnica para surtir determinadosefeitos, foi considerado por MarcelProust "o quadro mais bonito doMundo"...

Não só peritos e críticos se têmdedicado, há pouco mais de um século,a escrever sobre VERMEER, ainterrogarem-se sobre os motivosporque as suas obras não param de nosfascinar e onde residirá afinal osegredo dessa atracção. Tambémescritores de ficção, seduzidos, talvez,por certa atmosfera silenciosa e secretaque se desprende dos seus quadros,teceram à volta do Pintor e da sua obra,enredos mais ou menos imaginativos.Mas o mistério continua por decifrar...

Será que a respeito de VERMEER-como já se referiu também para outrospintores - «o não-dito ou o não-escritopermanece o mais importante»? Nissoresidirá porventura, e felizmente, opermanente poder da obra de arte nosemocionar, quiçá também, de nossurpreender...

Mª Luísa M. de MelloAlarcão-e-Silva

que dele se afastou progressivamente,através de uma reprodução mais natu-ral e mais doce da luz, e que viria ainfluenciar VERMEER - grangearam-lhe a admissão na guilda de S. Lucasde Delft, como mestre pintor.Tendo começado por ser «pintor dehistória» (temas religiosos emitológicos de inspiração italiana),passou em 1656, mercê porventura dainfluência de outros artistas de quempossa ter absorvido algumas vivências,a dedicar-se à chamada «pintura degénero». Esta consistia emrepresentações da vida burguesa e decenas domésticas, mais orientada parao mercado privado, seguindo aliás atradição da pintura holandesa. Mas, aoinvés de outros artistas da época, nuncaé através de cenários luxuosos, ou dopicaresco, que VERMEER nospretende deslumbrar. Com discrição esobriedade, é antes a forma objectivacomo o pintor insere a luz na superfíciedos objectos, a claridade e a harmoniadas cores, que mais nos emociona emsuas telas. Recorrendo sobretudo a umjogo de luz e sombras deixou-nosdeliciosos pormenores de cenasdomésticas , nas quais as figurasintervenientes «parecem ter sidotransplantadas de uma existênciaquotidiana para um cenário claro eharmonioso (...)» como escreveu em1932 o historiador John Huizinga,referido por Alexandre Pomar,enviado a Haia, quando da mostra deVERMEER nessa cidade, em 1996,acontecimento que o magazine ParisMatch classificou de «o maiormomento da história da arte do fim doséculo XX».A luz de VERMEER, «esse enigma deséculos, essa claridade inefávelsacudida das mãos de Deus», alguém

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Mostra de pintura de Luís Campos, de15 a 23 de Junho de 2000, na LivrariaBarata do ISA.

Nesta revisitação da obra de Vermeer,que nos é oferecida pela espátula epincel «mágicos» e a mestria do Pro-fessor Luís Campos, mais uma vez nosé facultado o encontro com as obrasdo pintor holandês e os seus enigmas.Mais uma vez porque, já em 1995, emExposição que intitulou «DeVERMEER a RENOIR. Uma Viagempela Pintura», o Autor nos dera umapequena mostra de quatro dos seusquadros: «A Leitora», em que baseoua tela que então designou por«A Rapariga a ler uma Carta»;«A Leiteira»; «A Rendedeira» e«O Geógrafo».

Alguns traços - simples apontamentosbiográficos - do pintor em questão:VERMEER, são aqui rapidamenteesboçados, julgando que possamcontribuir para se compreenderemalgumas razões na adopção de umpercurso e não de outro, este estilo enão aquele, esta temática, determinadatécnica em detrimento de outra...

De seu verdadeiro nome Johannes vander Meer, mais conhecido apenas porVermeer, nasceu em 1632, na pequenacidade holandesa de Delft, cidade quegozava de certa importância histórica,e onde muito cedo morreu, poiscontava apenas 43 anos. Filho de umtecelão, hoteleiro e comerciante dequadros, VERMEER fez uma vidamodesta, exercendo mais aquelaúltima profissão - que seguiu também- do que a de pintor. De facto, a suaprodução artística foi relativamentereduzida, pois parece ter pintadoapenas 45 quadros, dos quaissobreviveram, ou melhor, seconhecem, 35, subsistindo porémdúvidas quanto à autoria de alguns. Os seis anos de aprendizagem a queVERMEER se submeteu, em parte,julga-se, com o pintor conterrâneoCarel Fabritius (1622-1654) -discípulo notável de Rembrandt, mas

As Meninas de VERMEER& Outras Cenas

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Na vida do Instituto, sucedeu comfrequência, os Serviços Administrativosestarem longo tempo sem chefia e era,principalmente, nessas alturas, que todosnós, sem excepção, tínhamos que nosdesdobrar para conseguir colmatar, damelhor maneira, essas lacunas.Como é de calcular, tornava-se-nos difícilresolver todos os problemas, que se nosdeparavam, já que nos faltava o sextosentido, o chefe. No entanto, cai aquilevanta além, lá íamos tapando os buracoscomo melhor sabíamos e podíamos. Nãoprocurar resolver as coisas pelo melhor, eraatitude totalmente desconhecida para todosnós. Cumprimos a nossa obrigação e jamaisnos arrependeremos de havermos procedidodesse modo. Se melhor não fizemos não foiporque não houvesse uma inquebrantávelforça de vontade de acertar.Faltaríamos à verdade se nãoconfessássemos que deixamos o convíviodiário com colegas e docentes com pena. Eé, também, com saudade que recordamosalguns colegas, que infelizmente já nãopertencem ao número dos vivos: NunesCorreia, o bom gigante do râgbi leonino,que sempre nos apoiou; a D. MariaMicaela, a Maria de Lurdes Santos, osregentes agrícolas Boaventura, Ramalhetee Manuel Borges; o José Assunção,pequeno, refilão e irrequieto, que nos faziarir com vontade durante os seus despiqueschistosos com o Jorge Manzoni e com oProfessor Valente de Almeida, a quemtratava por "colega" por ambos serem umpouco gagos…; o Mário Costa, o CarlosRates, o Hermenegildo Ribeiro; o CarlosNunes, bonacheirão e sem pressas, quequando nos via atrapalhados com qualquerproblema nos dizia: - "calma rapazes, daquia cem anos andam cá outros…"; oHenrique Lima, sempre firme no seu posto,quer de dia quer de noite; o Cunha Porto,tão bom mecânico como bom entendedoronde se poderia comer uma belapatuscada…; o José Aires (NR: O José Aires foipor nós referido, no Boletim ISA, 1995, a propósito do

carvalho híbrido, que ocupa o centro do claustro do ISA) -este sempre que se dirigia à Contabilidadepara requisitar material para a Secção deSilvicultura, onde era encarregado,sabendo das fracas possibilidadesfinanceiras do Instituto, começava porpedir de mansinho, uns preguitos, depois omartelo, seguiam-se umas dobradiças e, jáagora, os respectivos parafusos e assim pordiante em estilo de ladaínha, valendo-lheeste procedimento a alcunha de "sopa depedra".O Martins da Microbiologia, a quem onosso Sebastião Guerreiro, num dos seusmomentos de inspiração, alcunhou de"Budapeste", Buda porque era gordo, pesteporque realmente o nosso colega tinha um

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-ABEL PEREIRA -(1915.02.28 - 1999.12.20)

HOMENAGEM AHOMENAGEM AHOMENAGEM AHOMENAGEM AHOMENAGEM AABEL PEREIRAABEL PEREIRAABEL PEREIRAABEL PEREIRAABEL PEREIRA

E AOS FUNCIONÁRIOS NÃOE AOS FUNCIONÁRIOS NÃOE AOS FUNCIONÁRIOS NÃOE AOS FUNCIONÁRIOS NÃOE AOS FUNCIONÁRIOS NÃODOCENTES DO ISDOCENTES DO ISDOCENTES DO ISDOCENTES DO ISDOCENTES DO ISAAAAA

Ao longo do ano lectivo de 1995/96,apareceu sobre minha secretária um enve-lope do Instituto, não fechado, que me eradirigido, contendo uma pequena folhabranca, escrita à mão e assinada pelo Sr.Abel Pereira, e três folhas dactilografadasdo discurso, que o mesmo tinha escrito elido, dez anos antes, na Costa da Caparica,quando atingiu o limite de idade.Desconheço se mais alguém desta Casarecebeu, nesse ano lectivo, mensagemidêntica. Digo mensagem, porque aconsiderei, desde logo, como tal. Sem odizer, ou pedir directamente, Abel Pereira"solicitava" que, se possível, desse amáxima publicidade aos acontecimentos eàs pessoas do ISA, onde trabalhara de 1940a 1985.Abel Rodrigues Pereira de seu nomecompleto, nasceu na freguesia e concelhode Paredes de Coura, Distrito de Viana doCastelo, entrou como Assalariado Eventualno Instituto em 1940.03.01. Era TécnicoAuxiliar Principal (Gestão), do Quadro doISA, exercendo funções na Secção deContabilidade, quando atingiu os setentaanos de idade, em 1985.02.28, e por forçade Lei deixou o Serviço. Nos primeiros anos,ainda frequentou o Instituto Comercial deLisboa, mas por qualquer motivo, talvez porfalta de apoio, não se apresentou aos examesdo primeiro ano.As "folhas" das disciplinas de MecânicaRacional e Teoria Geral de Máquinas, e deHidráulica Geral e Agrícola, da autoria doexigente (não admitia uma gralha numtexto) Professor Pedro de Varennes eMendonça, pelas quais gerações e geraçõesde agrónomos e silvicultores estudámos,foram sempre dactilografadas e policopiadasem "stencil" pelo Sr. Abel Pereira.Penso que chegou o momento de poder darsatisfação ao que, indirectamente, me forasolicitado. Sem mais comentários, sugiro a leitura dosdocumentos, acima referidos, que voudenominar como "Abel Pereira -Recordações" , escrita para todos e cada umde nós:

Exmº Senhor Professor

Com os meus cumprimentos junto remetouma resenha relativa a um almoço que nosfoi oferecido pelo pessoal do Instituto,aquando do nosso limite de idade.Lamentavelmente, não fiz referência a umfuncionário exemplar, que foi RicardoPorto Réquio, homem competente ecorrecto no desempenho das suas funções.Hoje não há servidores assim!(manuscrito-Abel Pereira).

Costa da Caparica (16 de Março de 1985)

A homenagem que hoje nos é prestada,merecida ou não, a nós não competeavaliar, exige, todavia, que neste momentotão feliz das nossas vidas, façamos eco danossa profunda gratidão.Porque não somos gente ilustrada,possuidora de dotes de prosa fácil ebrilhante, não temos outro remédio quenão seja transmitir de forma simples edespretenciosa tudo quanto nos vai naalma neste momento da nossa já longavida.Os velhos são como as crianças,extremamente sensíveis a provas de afectoe a manifestação que hoje nos émanifestada por amigos, colegas edocentes da nossa ESCOLA, abrangendotodos os estratos hierárquicos, vem aoencontro do que acabamos de afirmar.Entrámos ao serviço do Instituto, eu emMarço de 1940 pela mão do nosso AmigoProf. Manuel Vieira e a D. Ema (NR: Ema

Barros Moreira Vidal), em Novembro de 1941,apadrinhada pelo falecido Prof. Marquesde Almeida.Não obstanto exercendo as nossasactividades profissionais em sectoresdiferentes, em estreita colaboração com osrestantes colegas, sempre norteámos anossa maneira de trabalhar de comumacordo, procurando sempre ajudar quemquer que fosse na resolução de problemas,que porventura estivessem ao nossoalcance, e dar-lhes solução.

EM DEMEMÓRIA

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feitio levado da breca; O AgostinhoMendes, que o diga… o Álvaro Fonseca, oJoão Vaz, o "cara linda" como afavelmentelhe chamava o Zé da Graça; o José Queda,Helder Lourenço, Alberto de Castro,Francisco dos Santos (palrador), o AbílioPires, António Bernardes, José Pires,António Antunes (Azeitona), Adelino Silva,Bonifácio, Francisco Vaz, Teotónio Vaz,José dos Reis, Hipólito Carvalho, ManuelMarçal, Manuel Galhano o "Leão dasBeiras" dada a sua maneira intempestiva…;todos os Josés dos Santos, tantos elesforam, a D. Herta Maria (NR: Herta MariaOppenheimer - tradutora alemã, consta que de origemjudaica, que veio para Lisboa durante a última Grande

Guerra), tão camarada e amiga de todos,como acérrima inimiga do idioma deCamões… e o José Francisco de Oliveira,pessoa prestável e bom companheiro.Dos antigos colegas, que de quando em vezse cruzam conosco passaremos a citarMaria Alice Pinto, Francisco Álgés,António Dias, Manuel Xavier, Manuel dosSantos Silva, Eugénio de OliveiraMaurício, Carlos Figueira, Tavares daSilva, Maria do Carmo, - a gentil moçaque um belo dia pegando num dossier enuma esferográfica se "despediu" de nósdizendo: vou para o Arquivo fazer alunosmilitares…; o Abel Soares, a MatildeFonseca, sempre dotada de uma força devontade indómita - uma encarregada depessoal de limpeza como já não se usa; oCalçada da Estrela, bom elemento, mas quedevido a constantes interrupções, por muitosolicitado por outros organismos, não podedispensar ao Instituto toda a gama do seureal valor; Domingos Gervásio, JoãoGervásio, Carlos Gomes - o nosso antigo"para-raios"da 10ª da Contabilidade e bomservidor do Instituto; o Florêncio a quemsempre auguramos uma brilhante carreiraprofissional e que o tempo se encarregoude demonstrar, que não nos enganáramos;o Manuel Pires, bom profissional e bomcompanheiro; o Louro, o Guerreiro, oClarimundo dos Santos, mais homem denegócios que funcionário público, dado quede regulamentos e coisas quejandas apenasconhecia razoavelmente, por subidointeresse pessoal, o Decreto-lei nº 19 478,especialmente o seu Art.º 4º, que tão bemescalpelava…; o Brasiliano Rodrigues, oDuarte Silva, um dos mais competenteschefes, que passaram pelo Instituto e o Dr.Amador Coelho, homem de bom trato e commuita vontade de servir a Escola.Dos colegas de serviço, que ainda têmmuitos anos à sua frente para chegarem ànossa situação, sentimos que muito osestimamos e fazemos votos sinceros paraque não façam da sua actividadeprofissional um fardo, mas antes umsacerdócio. Podem crêr que um trabalho

descrição de um insecto possuidor de ocelospretos. Vai daí o nosso Manzoni, sem maisaquelas, escreveu: "insecto com óculospretos"…Como dissemos atrás, o José Assunção eraum verdadeiro castigador e quem aparavaos principais golpes, conforme podia, erao simplório do Manzoni. Um dia oAssunção querendo arreliá-lo atira-lhe comesta: -"Tú vê lá se estás calado, bem se vê quefoste feito com a ajuda dos vizinhos…Retorquiu o Manzoni, irritadíssimo:-"Isso é mentira, minha mãe é uma pessoamuito séria. Toda a gente a conhece lá naRua da Palmeira…"Do falecido João Silva, antigo contínuo doInstituto, contam-se muitas peripécias,dentro delas destacamos a seguinte: -Vinhao nosso homem com um saco de erva àscostas para a sua criação. O ProfessorNavarro, vendo-o e sabendo que elecostumava apanhar erva, achou oportunoministrar-lhe uma lição de moralrepreendendo-o, asperamente, no intuito demodificar, se possível, a sua conduta.

-"Que levas aí no saco?"-"É erva para os meus coelhos" -

respondeu o Silva-"Já calculava, e onde a foste

apanhar?" - perguntou o Director."No mesmo sítio onde os seus

criados a vão buscar para a sua criação""Vai-te embora" - diz-lhe o Profes-

sor Navarro - "Depois, falaremos sobre o assunto…"

O contínuo José Abreu, o V2 como lhechamava o Adelino, não gostava mesmonada de vinho, longe dele, claro está… Oseu apetite pela bela pinga era mais quemuito e para que ele estivesse sempre à mão,resolveu instalar à cabeceira da cama umirrigador, sempre cheio, para consumo emcaso de emergência…Mais de uma vez, teve em tempos o ISA, aoseu serviço, pessoal assalariado subsidiadopela Câmara Municipal de Lisboa. Ossalários eram pagos, a esse pessoal, atravésde um outro assalariado do Municípiochamado Sousa. Em dada ocasião retine otelefone e o funcionário que o atendeu dissepara o Chefe Hermenegildo Ribeiro, que oSousa, da Câmara, necessitava de falar comele. O Ribeiro pressuroso, pega no telefonee descarrega:

-" Passou bem Sr Professor Sousada Câmara? Então que manda VossaExcelência da minha pessoa?"De lá responde-lhe o Sousa, bastanteatrapalhado, dizendo:

-Ó Sr. Ribeiro, eu sou o Sousa doshomens da Câmara. Ora bolas, desculpe aconfusão. Já agora, para efeito delevantamento de fundos, torna-senecessário o reconhecimento da sua

executado com gosto, por muitoaborrecido que seja, custa menos adesempenhar. Durante estes longos anos,da nossa permanência no Instituto,passaram-se episódios, que não resistimosà tentação de narrar alguns, já conhecidosde muitos, mas não fará mal nenhumrelembrá-los. Recordar não é viver?O Adelino de Oliveira, mundialmenteconhecido pelo "Adelino Maluco", eracompadre do Professor André Navarro epor isso não raras vezes se entretinhamem amena cavaqueira. Um belo dia, onosso Adelino resolveu alterar o seu velhoe estafado circuito - Instituto - José daEsquina - Caetano - Instituto - e - vice-versa - e, munido de meia folha de papelselado, fez um requerimento pedindo trintadias de licença. Na qualidade de compadredo Director, resolveu entrar no seuGabinete e pedir-lhe que assinasse orequerimento:-"Que é isto?" - Pergunta o Prof. Navarro.-"É o meu requerimento para gozar 30 diasde licença graciosa!" - Responde-lhe oAdelino.-"Bravo" - Exclama o Professor,respirando boa disposição - "Até queenfim, ganhaste juizo e resolveste alterarpor uns dias o teu pacato regime de vida,e vais passar regaladamente um períodode férias, fora de portas, com a família. Ejá agora, se não é segredo, para ondavais"?

-"Vou para o Norte".- Explica oAdelino

-"Assim é que é meu rapaz, tensbom gosto, pois trata-se da mais bonitazona do País. E para que zona vais?"

"Vou para os eucaliptos daTapada…" - Foi a resposta do Adelino.

"Raspa-te daqui, não tivestemelhoras nenhumas…"O Jorge Manzoni, homem trabalhador,bom chefe de família e músico de raíz,misturava o trabalho com umascantiguinhas, quer fossem de autorescélebres como Schubert, Mozart, Chopin,Beethoven, quer fosse música portuguesa-vira do Minho, ou chula vareira, onecessário era não estar calado. Tal, comoo homenageado de hoje, acumulava oexercício das suas funções com outrasactividades, nomeadamente regência decoros e execução de trabalhos dedactilografia, para alcançar mais unspataquitos a bem da sua numerosa prole -cinco filhos não é brincadeira nenhuma…Na execução desses trabalhos coube-lheem sorte dactilografar um relatório finalsobre entomologia. Misturar música comdactilografia é correr certos riscos e nemsempre resulta certo, como se verá. Depoisde muito castigar as teclas da máquina,apareceu-lhe uma certa parte do texto a

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Page 12: ISAinForma; Ano 2, Nº 5; 2º Trim. 2000 - isa.utl.pt · crer, constitui uma semente fértil que irá ... Nuno Inácio, na flauta, e César Silva, na guitarra, tocaram temas de Bach,

assinatura. Onde tem o sinal aberto?O arrazoado já vai longo e de modo algumqueremos abusar mais da vossa bondadee paciência.A todos os presentes e àqueles que, porqualquer motivo não puderam estarpresentes a este convívio, como era seudesejo, queremos envolver num amplexode muita gratidão. Bem hajam.Viva o Instituto Superior de Agronomia.(escrito e dactilografado - Abel Pereira)

Manuel Beja-da-Costa

Edifício Principal do ISA e contou coma presença dos Senhores Secretário deEstado do Ambiente e Secretário deEstado do Desenvolvimento Rural.Após a apresentação da obra peloscoordenadores do Projecto, interviu opoeta António Osório, que chamou aatenção para o valor da mesma,enaltecendo o trabalho de Luís ManuelGaspar, e que leu alguns trechos,terminando com um seu. Seguiu-se umapequena representação teatral, realizadapelos alunos da Escola 157, baseada nopoema "A Vendedeira das QuatroEstações" de António Manuel CoutoViana, e um momento musical, levado acabo por três dos monitores do Projecto,que interpretaram magnificamente umfado sobre o Alentejo.Nas suas intervenções finais, os doismembros do Governo reafirmaram anecessidade de continuação do Projecto,melhorando-o a partir da experiênciaadquirida.Os livros, que foram possíveis tambémgraças à compreensão e boa colaboraçãoquer dos Autores quer de diferenteseditoras, serão distribuídos gratuitamentepelas escolas participantes no Projecto.O poeta António Osório apelou para quese procurasse uma forma de o divulgar, etornar acessível à generalidade dopúblico, quer em papel quer na internet.De facto a leitura de alguns dos trechosaguça, desde logo, o apetite...

João Bugalho

Dois poemas, a título de exemplo:

Uma pedra sobre o rio, MargaridaFonseca Santos, Difel, Difusão Edito-rial, S. A., 1999

Uma pedra sobre o rio faz jus ao Prémiode Revelação APE/IPBL recebido em1996 na modalidade de ficção. Numaescrita simples e escorreita, até por vezesavara, mas precisa e rigorosa, MargaridaFonseca Santos apresenta-nos umahistória do quotidiano que se lê de umfôlego, como qualquer episódio de um"Quotidiano Delirante" de MiquelanxoPrado.Desde a surpresa inicial da conversa,surrealista, entre a personagem e umapedra; passando pelo insinuar, gradual,da revelação, que se vai adivinhando; atéao desfecho moral desta história simplese cativante, a narrativa não deixa de nosmanter suspensos da acção, mas,simultaneamente, questionando osnossos actos, as nossas opções, os nossospróprios sonhos tantas vezes esquecidos.

Nuno Cortez

NOTA: Nesta secção, passaremos aapresentar uma sugestão, abreviadamentejustificada, de um livro que mereça leitura.Aceitamos sugestões, de preferência de livrosrecentes, e que evitem, tanto quanto possível,aqueles de que "toda a gente fala"...

LIVROS QUE JÁ LI...○

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A uma cerejeira em flor

Acordar, ser na manhã de Abrila brancura desta cerejeira;arder das folhas à raiz,dar versos ou florir desta maneira.

Abrir os braços, acolher nos ramoso vento, a luz ou o quer que seja;sentir o tempo, fibra a fibra,a tecer o coração de uma cereja.

Eugénio de Andrade, As Mãos e os Frutos

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PROJECTO "O MUNDO RURALPROJECTO "O MUNDO RURALPROJECTO "O MUNDO RURALPROJECTO "O MUNDO RURALPROJECTO "O MUNDO RURALE A CONSERVE A CONSERVE A CONSERVE A CONSERVE A CONSERVAÇÃO DAAÇÃO DAAÇÃO DAAÇÃO DAAÇÃO DANANANANANATUREZA"TUREZA"TUREZA"TUREZA"TUREZA"COLECTÂNEA DE TEXTOSLITERÁRIOS

Foi lançada, no dia 17 de Maio passado,uma Colectânea de Textos Literários, noâmbito do Projecto de EducaçãoAgroambiental "O Mundo Rural e aConservação da Natureza". A edição, dainiciativa do IPAMB e do ISA, foiapoiada pelo Ministério da Agricultura,do Desenvolvimento Rural e das Pescase patrocinada pela Companhia dasLezírias. Trata-se de uma obra em doisvolumes, constituída por uma recolhacriteriosa de mais de duzentos textos,organizada por Luís Manuel Gaspar, queos agrupou segundo os 10 temas doProjecto "O Mundo Rural e aConservação da Natureza": O Pão, AÁrvore e o Papel, A Sopa de Pedra, AGalinha ou o Ovo, O Mel, ProdutosTropicais, A Água, O Porco às Avessas,As Frutas e O Leite e a Vaca.A sessão decorreu na Biblioteca do

Brinquedo

Foi um sonho que eu tive:Era uma grande estrela de papel,Um cordelE um menino de bibe.

O menino tinha lançado a estrelaCom ar de quem semeia uma ilusão;E a estrela ia subindo, azul e amarela,Presa pelo cordel à sua mão.

Mas tão alto subiuQue deixou de ser estrela de papel.E o menino, ao vê-la assim, sorriuE cortou-lhe o cordel.

Miguel Torga, Diário