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artigo a igreja matriz de Japaratuba

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PARÓQUIA DE NOSSA SENHORA DA SAÚDE (1859-1882)

Felipe Ferreira Nascimento Santos*

RESUMO

Este artigo tende mostra a importância da Paróquia de Nossa Senhora da Saúde para a

cidade de Japaratuba/SE, bem como, um pouco da história da origem e fundação da

cidade e algumas fases da construção da paróquia, mostrando figuras importante que

contribuiram para tal feito, e como as doação de fiéis foi de fundamental importancia

para construção do templo da paróquia.

Palavras-chaves: Japaratuba; Paróquia; Construção; Doação.

1. INTRODUÇAO

O assunto abordado aqui nesse artigo é a fundação da Paróquia de Nossa Senhora da

Saúde, situda na cidade de Japaratuba/SE, tendo como principal ponto de vista o

historiografico. O que nos motiva a estudar este tema é a aproximidade e relações que

temos com ele, pois, é a minha cidade natal e penso estar contribuir com a historiografia

japaratubense e sergipana, consequentemente. A falta, não de fontes, mas de livros

publicados sobre o assunto, foi um impecílio para confecção do artigo, mas o objetivo

aqui proposto foi alcançado, que era fazer um pequeno relato histórico da importância e

origem da Igreja Matriz de Japaratuba.

_______________________________

*Graduando em História Licenciatura pela Universiade Federal de Sergipe. E-mail:

[email protected]

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2 PARÓQUIA DE NOSSA SENHORA DA SAÚDE(1859-1882)

2. BREVE RELATO DA ORIGEM DA CIDADE DE JAPARATUBA

Antes de falar sobre da Paróquia de Nossa Senhora da Saúde vamos, entender um pouco

como surgiu a cidade de japaratuba, onde está localizada a referida igreja. É em volta do

Rio Japaratuba, ou talvez por causa dele, que tudo começa, é a partir dele que a cidade,

que tem o mesmo nome, surge. A palavra Japaratuba é polêmica, no que diz respeito ao

seu significado, portanto, o que se sabe de certo é que é de origem tupi. Era também o

nome do Cacique chefe dos indio da região, onde se localiza o rio. Alguns autores

traduz a palavra como “Rio de muitas voltas”, segundo: Cabral (2007, p. 23) “Portanto,

para o nome Japaratuba, podem existir vários significados. “Rio de muitas volta” é o

mais adequado, tendo em vista a sinuosidade do rio que corta as terras do Município”.

É no fim do Século XVI que o conquistador Cristóvão de Barros afirma a conquista dos

Portuguesa sobre Sergipe, depois das vitorias sobre as aldeias da região sul e centro,

segue até a região norte, onde se encontram com os remanecentes indigenas, que

informados que Cristóvão viria, se redem, polpando-os de um conflito que poderia

causar mortes em ambos os lados.

O encontro foi feito de forma tensa, mas com um tom de concordancia das partes, o

Cacique Japaratuba é o primeiro a manter contato com os europeus e se submeter aos

mesmos, logo depois seu irmão Pacatuba, agindo da mesma forma, se entrega cheio de

formalidades e festins.

“... o dia seguinte em que o governador com sua comitiva devia

achar-se em seu aposento e retirou-se, mandando guias nas vesperas

do dia designado. Chegando Cristóvão de Barros ao aposento de

Japaratuba, o recebeu este com festim, cânticos e toques rudes de

instrumentos, comedoria que constava de arroz no chão, e caça

assada, e bebida, que vinha a ser uma infusão fermentada, composta

de mandioca, e mel de abelha.

No aposento de Japaratuba – prossegue o mesmo cronista – apareceu

a Cristóvão de Barros, o cacique Pacatuba, irmão de Japaratuba,

apresentando- se com as mesmas formalidades por seu irmão

praticadas no sítio dos Siriri. Depois foi Cristóvão de Barros recebido

pelo cacique Pacatuba em seus aposentos com os mesmos festins de

Japaratuba. E dai seguiu Cristóvão de Barros para Porto da Folha.”

(TRAVASSOS, 1915 apud SANTOS, 1988, p. 32)

Após este encontro aminstoso, entre o Cacique Japaratuba, Pacatuba e Cristóvão de

Barros, os Caciques retornam das terras do já abatido Siriri para seus locais de origem,

na região do rio Japaratuba e Poxim. Cristovão de Barros lhes da o título de Capitão

mor, para Japaratuba e Pacatuba, ambos agora lideres do aldeiamento criado pelo

portugueses. Cristovão de Barros segue em direção ao alto sertão sergipano para

finalizar sua conquista.

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3 PARÓQUIA DE NOSSA SENHORA DA SAÚDE: ORIGEM, SÉCULO XIX

Nas terras do Rio Japaratuba, ja com o aldeamento firmado, um grande mal, uma

doença contaminosa, assola os indíos e moradores do aldeamento, causando muitas

mortes na região do Japaratuba. Devido a esse fato, o periódo de muito sofrimento dos

Japaratubense, é de onde origina a motivação para à escolha do santo padroeiro da

capela erguida do pé do morro mais alto do aldeamento. É escolhido como santo

padroeiro: Nossa Senhora da Saúde, como súplica aos céus pelo grande mal que matou

muitas vida ali.

3. CONSTRUÇÃO DA PARÓQUIA DE NOSSA SENHORA DA

SAÚDE

A fundação da Freguesia de Nossa Senhora da Saúde de Japaratuba data de 02 de

Agosto do ano de 1858. E no mesmo ano é nomeado e enviado a Freguesia o Vigário

Padre Domingos Henrique Lima, homem de fundamental importância para a

construção e fundção do que viria a se tronar a Paróquia de Nossa Senhora da Saúde,

pois, até o presente momento havia apenas uma pequena capela no ponto mais alto da

Freguesia. Portanto, a Chegada do padre faz-se importante, porque Japaratuba agora

passaria a ter uma Paróquia.

O início da construção é no ano seguinte, 1859. É sabido que para tal façanha, seria

necessário recursos financeiro para a construção da Igreja, E a recem freguesia ja

dispunha de uma bom contigente populacional submisso ao cristianismo católico.

Importantes senhores de engenho habitavam a região do Japaratuba. O Pe. Henrique

Lima já instalado na freguesia recorre aos moradores e fiéis para arrecadar, através de

doações, dinheiro para compra de materias e objetos. Saõ as emolas recebidas dos fiéis

que permitem ao padre dar o pontapé inicial a construção.

Segundo o próprio Padre Domingos Henrique Lima, em suas anotações no livro de

tombo da Paróquia de Nossa Senhora da Saúde, extraido do livro, Japaratuba: da

Origem ao Sécuo XIX de Eduardo Carvalho Cabral, diz :

“Duações feitas pelos Senhores Proprietários e mais fieis para o culto Divino e obra de

huma nova Matriz nesta Freg. De Nossa Senra. Da Saúde de Japaratuba desde que nella

tomei posse como Vigr° em 8 Stbr° de 1858.” ”(Anotações do Padre Domingos Henrique

Lima extraída do livro de tombo da paroquia) (LIMA apud CABRAL, 2007, p. 53)

O terreno para a construção do templo da nova igreja foi doado pelo Comendador

Antônio José Travassos, o que dar a entender é que é no mesmo local onde foi

construida a primeira capela.

“Antônio José Travassos doou o terreno necessário para formar o

Templo da Matriz na falda do monte, chamado – Do Borgado, que

fica em frente à praça, com extensão que fosse precisa para o Adro,

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fundo e lados, a fim de propriedade nenhuma se – lhe – encntrar, e foi

disto testemunhas o seo irmão o Dr. João Ferr.ª de Brito Travassos, O

Capt. Manoel José do Nascimt° Júnior e o Ten. João José da Svª

Montes. Em Dezbr° do mem° anno Doou hum sino (o maior) o Snr.

José Francisco de Menezes Sobral, a quem custou na Bahia a q. De

cento e tantos mil Rés”(Anotações do Padre Domingos Henrique Lima

extraída do livro de tombo da paroquia) (LIMA apud CABRAL, 2007,

p. 54)

A base de muitas doações é que a Paróquia foi surgindo, objetos, ornamentos e dinheiro

chegavam nas mãos do Vigário da freguesia. Para ornamentação dos santos doaram

joias de ouro, outros madaram trazer de outros lugares os santos para o altar mor.

Consta também no livro de tombo da paróquia, a doação de uma lâmpadas de prata feita

por D. Maria de Faro Rollemberg.

A imagem de Nossa Senhora da Saúde, chega na freguesia no ano de 1870, para tal

acontecimento, foi feito uma festa, e para a ocasião da festa fora feito um leilão que

rendeu algum dinheiro, que foi revertido para manutensão do altar mor e compra de

mais outros santos, como é o caso das imagens de Sr. Mortos e N. Senhora da Solide.

Chega as mão de Eduardo Carvalho Cabral, autor extremamente citado e explorado

nesse artigo, notas manuscritas, que supõe ele, ser da Professora Terezinha Oliva, que

descreve a construçao da Igreja Matriz de Japaratuba:

“... aparelhou – se a frente com vidraças; 1871 – alicerces das

paredes laterais; 1872 – portas, soleiras (vinháteis); 1873 – parede

do arco – mor; 1877 – completou – se o arco e mudou –se a capela;

1879 – reforma do altar; 1880 – para o Presidente da Província, que

é de bom alvitre transcrever:” “Ilm° e Exmo Snr. Tenho completou –

se a capela, coro e sacristia; 1882 – reboco interno e construçao do

coro.” (OLIVA apud CABRAL, 2007, p. 57)

Outro fato marcante na história da Igreja Matriz, é a instalção do relógio em uma das

torres do templo, foi instaldo na década de trinta do século XX. Esse acontecimento, foi

notícia em Japaratuba, através do jornal “A Paróquia de Japaratuba”, segundo pesquisas

feitas na Biblioteca Epifâno Dória por Eduardo Cabral.

Não saberei precisar ao certo uma data para conclusão da construção da Igreja Matriz de

Japaratuba, mas pretensamente, segundo a última data mencionada por Terezinha Oliva,

na citação acima transcrita, 1882, e tomando como referência o livro de tombo da igreja

onde o Padre Henrique Lima, relata o ano de 1859 como ano de inicio da construção,

ouso dizer que durou cerca de mais de duas décadas para que o templo estivesse

construido.

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4. CONCLUSÃO

Em suma, a importância da construção da Igreja de Nossa Senhora da Saúde na

fregeusia de Japaratuba, transcede a mera ideia de que ela seria um local apenas de culto

religioso. Foi lá onde as relções socias se afirmaram, onde a educação, através da

catequese chegou para alguns afortunados. Observa-se também, o crescimento da cidade

em volta da igreja, denotando a sua grande importância como centro de crescimento

urbano.

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REFERÊNCIA BIBLIOGRAFIA

CABRAL, Eduardo Carvalho. Japaratuba: da Origem ao Século XIX.Aracaju:

Triunfo, 2007. 464 p.

Enciclopédia dos Municipios. XXIV Volume. IBGE, 1959.

SANTOS, Pedrinho dos. A Proclamação da República na missão de Japaratuba.

Aracaju: Infographic’s, 1990. 235 p.

SOUSA, Antônio Lindvaldo.Temas de História de Sergipe II. Universidade Federal

de Sergipe. São Cristóvão. CESAD, 2010.