Jornal 128

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INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 128 – DEZEMBRO/2009 1 INTERNATIONAL PLANT NUTRITION INSTITUTE - BRASIL Rua Alfredo Guedes, 1949 - Edifício Rácz Center, sala 701 - Fone/Fax: (19) 3433-3254 - Website: www.ipni.org.br - E-mail: [email protected] 13416-901 Piracicaba-SP, Brasil Desenvolver e promover informações científicas sobre o manejo responsável dos nutrientes de plantas para o benefício da família humana MISSÃO MISSÃO MISSÃO MISSÃO MISSÃO INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS N 0 128 DEZEMBRO/2009 Veja também neste número: Citros: Manejo da fertilidade do solo para alta produtividade ......................................................... 5 O conceito 4C – selecionando a fonte certa de fertilizante ....................................................... 13 Qualidade nutricional: alimentos orgânicos x alimentos convencionais .................................... 16 IPNI em Destaque ................................................ 17 Divulgando a Pesquisa ....................................... 19 Painel Agronômico ............................................. 21 Cursos, Simpósios e outros eventos .................. 22 Publicações Recentes ......................................... 23 Ponto de Vista ..................................................... 24 1 Engenheiro Agrônomo, Doutor, Diretor-adjunto do IPNI Brasil; email: [email protected] 2 Engenheira Agrônoma, M.S., IPNI; e-mail: [email protected] Abreviações: BPUF = boas práticas para uso eficiente de fertilizantes; CTC = capacidade de troca de cátions; FAO = Organização Mundial para Alimentação e Agricultura. O Simpósio sobre Boas Práticas para Uso Eficiente de Fertilizantes (BPUF), organizado pelo IPNI Brasil, foi realizado em Piracicaba, SP, no período de 28 a 30 de setembro de 2009. O evento permitiu ampla discussão sobre o manejo eficiente dos fertilizantes visando a otimização das práticas agronômicas e a minimização dos potenciais impactos ambientais relacionados a estes importantes insumos. Contando com especialistas da Argentina, Canadá, Nova Zelândia, Estados Unidos, Suíça e Brasil, o programa do Simpósio foi apresentado em quatro painéis. Um relato dos principais temas apresentados em cada painel é feito a seguir. PAINEL 1: BPUF NO CONTEXTO MUNDIAL PAINEL 1: BPUF NO CONTEXTO MUNDIAL PAINEL 1: BPUF NO CONTEXTO MUNDIAL PAINEL 1: BPUF NO CONTEXTO MUNDIAL PAINEL 1: BPUF NO CONTEXTO MUNDIAL Problemas ambientais podem ocorrer pelo uso incorreto de fertilizantes. Dentre eles, o mais preocupante é a eutrofização resul- tante do carreamento de fertilizantes nitrogenados e fosfatados para os sistemas aquáticos. Entretanto, a adoção de boas práticas para manejo de fertilizantes é o melhor caminho para melhorar o aprovei- tamento dos nutrientes pelas culturas e reduzir os impactos ambientais. As boas práticas para manejo de fertilizantes estão relacio- nadas aos objetivos do desenvolvimento agrícola sustentável, ou seja, elas dão suporte aos sistemas de cultivo que oferecem benefícios econômicos, sociais e ambientais. As boas práticas são a manisfestação no campo do sistema 4C: a fonte certa, na dose certa, no local certo e na época certa. Para ser verdadeira- mente “certa”, a área deve ser apropriada para a cultura, de modo que as BPUF são específicas para cada local. Com isso, busca-se a melhoria do manejo dos nutrientes. Com a crescente demanda da sociedade por alimentos, fibras e combustível, o intenso esforço financeiro global e as crescentes preocupações com os impactos na qualidade da água e do ar, tornam-se objetivos essenciais para a agricultura a me- lhoria simultânea da produtividade e da eficiência na utilização de recursos, incluindo a eficiência no uso de fertilizantes. O desenvolvimento das BPUF está centrado no manejo 4C, tanto por razões econômicas e ambientais como pela gestão dos recursos não renováveis, dos quais depende a produção de alimen- tos, rações, fibras e combustíveis. As reservas mundiais e os recur- SIMPÓSIO SOBRE BOAS PRÁTICAS SIMPÓSIO SOBRE BOAS PRÁTICAS SIMPÓSIO SOBRE BOAS PRÁTICAS SIMPÓSIO SOBRE BOAS PRÁTICAS SIMPÓSIO SOBRE BOAS PRÁTICAS PARA USO EFICIENTE DE FERTILIZANTES PARA USO EFICIENTE DE FERTILIZANTES PARA USO EFICIENTE DE FERTILIZANTES PARA USO EFICIENTE DE FERTILIZANTES PARA USO EFICIENTE DE FERTILIZANTES Valter Casarin 1 Silvia Regina Stipp 2 Nota: As opiniões expressas nos artigos não refletem necessariamente as opiniões do IPNI ou dos editores deste jornal.

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INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 128 – DEZEMBRO/2009 1

INTERNATIONAL PLANT NUTRITION INSTITUTE - BRASILRua Alfredo Guedes, 1949 - Edifício Rácz Center, sala 701 - Fone/Fax: (19) 3433-3254 - Website: www.ipni.org.br - E-mail: [email protected]

13416-901 Piracicaba-SP, Brasil

Desenvolver e promover informações científicas sobre omanejo responsável dos nutrientes de plantas para obenefício da família humana

MISSÃOMISSÃOMISSÃOMISSÃOMISSÃO

INFORMAÇÕESAGRONÔMICAS

N0 128 DEZEMBRO/2009

Veja também neste número:

Citros: Manejo da fertilidade do solo para altaprodutividade......................................................... 5O conceito 4C – selecionando a fonte certade fertilizante ....................................................... 13Qualidade nutricional: alimentos orgânicos xalimentos convencionais .................................... 16IPNI em Destaque ................................................ 17Divulgando a Pesquisa ....................................... 19Painel Agronômico ............................................. 21Cursos, Simpósios e outros eventos .................. 22Publicações Recentes ......................................... 23Ponto de Vista ..................................................... 24

1 Engenheiro Agrônomo, Doutor, Diretor-adjunto do IPNI Brasil; email: [email protected] Engenheira Agrônoma, M.S., IPNI; e-mail: [email protected]

Abreviações: BPUF = boas práticas para uso eficiente de fertilizantes; CTC = capacidade de troca de cátions; FAO = Organização Mundial paraAlimentação e Agricultura.

OSimpósio sobre Boas Práticas para Uso Eficientede Fertilizantes (BPUF), organizado pelo IPNIBrasil, foi realizado em Piracicaba, SP, no período

de 28 a 30 de setembro de 2009. O evento permitiu ampla discussãosobre o manejo eficiente dos fertilizantes visando a otimização daspráticas agronômicas e a minimização dos potenciais impactosambientais relacionados a estes importantes insumos.

Contando com especialistas da Argentina, Canadá, NovaZelândia, Estados Unidos, Suíça e Brasil, o programa do Simpósiofoi apresentado em quatro painéis. Um relato dos principais temasapresentados em cada painel é feito a seguir.

PAINEL 1: BPUF NO CONTEXTO MUNDIALPAINEL 1: BPUF NO CONTEXTO MUNDIALPAINEL 1: BPUF NO CONTEXTO MUNDIALPAINEL 1: BPUF NO CONTEXTO MUNDIALPAINEL 1: BPUF NO CONTEXTO MUNDIAL

Problemas ambientais podem ocorrer pelo uso incorreto defertilizantes. Dentre eles, o mais preocupante é a eutrofização resul-tante do carreamento de fertilizantes nitrogenados e fosfatados paraos sistemas aquáticos. Entretanto, a adoção de boas práticas paramanejo de fertilizantes é o melhor caminho para melhorar o aprovei-tamento dos nutrientes pelas culturas e reduzir os impactosambientais.

As boas práticas para manejo de fertilizantes estão relacio-nadas aos objetivos do desenvolvimento agrícola sustentável,ou seja, elas dão suporte aos sistemas de cultivo que oferecembenefícios econômicos, sociais e ambientais. As boas práticassão a manisfestação no campo do sistema 4C: a fonte certa, nadose certa, no local certo e na época certa. Para ser verdadeira-mente “certa”, a área deve ser apropriada para a cultura, de modoque as BPUF são específicas para cada local. Com isso, busca-sea melhoria do manejo dos nutrientes.

Com a crescente demanda da sociedade por alimentos,fibras e combustível, o intenso esforço financeiro global e ascrescentes preocupações com os impactos na qualidade da águae do ar, tornam-se objetivos essenciais para a agricultura a me-lhoria simultânea da produtividade e da eficiência na utilizaçãode recursos, incluindo a eficiência no uso de fertilizantes.

O desenvolvimento das BPUF está centrado no manejo 4C,tanto por razões econômicas e ambientais como pela gestão dosrecursos não renováveis, dos quais depende a produção de alimen-tos, rações, fibras e combustíveis. As reservas mundiais e os recur-

SIMPÓSIO SOBRE BOAS PRÁTICASSIMPÓSIO SOBRE BOAS PRÁTICASSIMPÓSIO SOBRE BOAS PRÁTICASSIMPÓSIO SOBRE BOAS PRÁTICASSIMPÓSIO SOBRE BOAS PRÁTICASPARA USO EFICIENTE DE FERTILIZANTESPARA USO EFICIENTE DE FERTILIZANTESPARA USO EFICIENTE DE FERTILIZANTESPARA USO EFICIENTE DE FERTILIZANTESPARA USO EFICIENTE DE FERTILIZANTES

Valter Casarin1

Silvia Regina Stipp2

Nota: As opiniões expressas nos artigos não refletem necessariamente as opiniões do IPNI ou dos editores deste jornal.

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sos de N, P, K e S parecem adequados para os próximos anos,entretanto, os custos dos fertilizantes poderão aumentar com otempo. Diante desse quadro, o incentivo ao aperfeiçoamento e aomanejo de melhores práticas de uso de fertilizantes resultará emganhos na eficiência e poderá desacelerar o aumento dos custosdos fertilizantes. O correto manejo dos recursos não renováveis éuma responsabilidade fundamental do setor agrícola.

PAINEL 2:PAINEL 2:PAINEL 2:PAINEL 2:PAINEL 2: BPUF – ASPECTOS GERAIS E PRÁTICASBPUF – ASPECTOS GERAIS E PRÁTICASBPUF – ASPECTOS GERAIS E PRÁTICASBPUF – ASPECTOS GERAIS E PRÁTICASBPUF – ASPECTOS GERAIS E PRÁTICASDE SUPORTEDE SUPORTEDE SUPORTEDE SUPORTEDE SUPORTE

Quando se visa as BPUF, a análise de solo é a principalferramenta para determinar as doses corretas de fertilizantes e cor-retivos a serem aplicadas ao solo. As medidas dos atributos físico-químicos do solo e seus parâmetros são fundamentais para o co-nhecimento das práticas de manejo dos nutrientes do solo na bus-ca por altas produtividades no sistema agropecuário.

O manejo equilibrado dos fertilizantes provoca não somenteaumento da produção, mas também: aumento da receita líquida e dolucro do agricultor, balanço adequado de nutrientes, estabilidadeda produção, preservação dos ecossistemas (menos terra para pro-duzir quantidade equivalente de grãos), eficiência no uso de água eenergia e, consequentemente, maior eficiência de todo o sistema.

Estas informações são fundamentais para entender as varia-ções regionais, o que determinará BPUF específicas para cada re-gião. A agricultura de precisão é uma ferramenta importante no pla-nejamento do manejo “certo”, auxiliando os produtores a imple-mentar e a documentar as práticas “certas” utilizadas no sistema deprodução. A fonte e a dose certa de fertilizantes, bem como a épocae o local certo de aplicação, são aspectos independentes na sele-ção de um bom manejo para qualquer local. A agricultura de preci-são ajuda a incluir sistematicamente todos estes componentes naexecução do melhor sistema de manejo de fertilizantes.

Um fator de grande importância para o sucesso do manejoquímico do solo visando a otimização no fornecimento dos nutrien-tes às plantas é a tecnologia de aplicação de fertilizantes e correti-vos. É de fundamental importância a realização frequente de testesde aplicação para cada tipo de produto e máquina a ser utilizada. Osavanços nas operações de aplicação de corretivos e fertilizantesestão relacionados à qualificação dos recursos humanos no nívelacadêmico e o constante treinamento de operadores no campo.

Dentre as várias alternativas para integrar o desenvolvimen-to de novas tecnologias com a viabilidade econômica e aminimização do impacto ambiental, o plantio direto vem seconsolidando como um manejo adequado. A rotação deculturas é considerada um dos pilares para o sucesso doplantio direto, devido aos inúmeros benefícios que propor-ciona na qualidade do solo e na produtividade dos culti-vos comerciais. O aumento da matéria orgânica e a melhoriada fertilidade do solo destacam-se como os principais com-ponentes para a manutenção e a longevidade desse siste-ma de manejo. A matéria orgânica contribui para o aumentoda CTC das camadas superficiais do solo e para o efeito daciclagem de bases trocáveis do material orgânico (princi-palmente K+), que altera o equilíbrio eletroquímico. Na prá-tica, o aumento da capacidade de troca de cátions (CTC)devido ao C é um processo que garante a manutenção dafertilidade do solo porque permite o armazenamento dasbases trocáveis (Ca2+, Mg2+ e K+) no complexo de troca.

Uma etapa importante para a melhoria do ambientedo perfil do solo é a prática da calagem. A calagem aumenta

a disponibilidade de N, P, K, Ca, Mg, S e Mo, insolubiliza Al e Mn eaumenta a atividade microbiana do solo. A calagem pode ser a prá-tica que mais contribui para o aumento da eficiência do uso defertilizantes, promovendo enraizamento profundo e maior absorçãode nutrientes. Um exemplo do efeito da calagem sobre a eficiênciada adubação nitrogenada é ilustrado na Figura 1.

Figura 1. Interação entre calagem e adubação nitrogenada no milho.ARN = atividade da redutase do nitrato.

Fonte: QUAGGIO et al. (1991).

Em condições de plantio direto, a calagem pode promovermelhorias das condições de acidez não só nas camadas superficiaisdo solo como também nas do subsolo. Esta ação ocorre em virtudedo deslocamento vertical de partículas finas de calcário decorren-tes das condições favoráveis de estruturação do solo e pela imobi-lização química do calcário por formas inorgânicas – principalmen-te sais de nitrato e sulfato oriundos da adubação – e orgânicas –principalmente ácidos orgânicos da fração solúvel de resíduos deplantas de cobertura.

A Figura 2 ilustra o efeito da aplicação superficial de calcárioe da mineralização dos resíduos culturais mantidos na superfície dosolo, no plantio direto, sobre os valores de pH. A liberação de diver-sos compostos orgânicos que atuam no tamponamento do solo etambém formam ligações com Al3+, além da elevada quantidade debases trocáveis (Ca2+, Mg2+ e K+), estabilizam o pH do solo.

Figura 2. Variação do pH (CaCl2) em função do tempo de plantio direto, nasdiversas camadas do solo.

Fonte: SÁ (2009).

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Os critérios de recomendação de calagem estão bem estabe-lecidos para os preparos de solo convencionais. Porém, na condi-ção de plantio direto, em que o calcário é aplicado na superfície dosolo, sem incorporação, o maior teor de matéria orgânica e a maiorconcentração de P que ocorrem na superfície do solo podem reduzira toxicidade de Al para as plantas, e essas condições têm implica-ções na definição de critérios ou índices de tomada de decisão paraa recomendação de calagem.

Altas concentrações de P na camada superficial do solo têmsido frequentemente observadas em sistemas de semeadura direta(Figura 3) devido a não incorporação dos adubos fosfatados, àpequena mobilidade desse nutriente e ao menor contato dessesadubos com a fração mineral do solo, que reduzem os processos deadsorção e aumentam a disponibilidade do elemento.

Tabela 1. Produção média e aumento médio de produção em quatro cor-tes de cana-de-açúcar, em experimento de calagem e gessagemconduzido em Lençóis Paulista, em Latossolo Vermelho Escuroálico.

Gesso (t ha-1)0 2 4 6

Produção média anual de colmos (t ha-1)0 99 106 111 1122 110 114 117 1144 113 121 118 1186 110 117 114 118

Aumento médio anual de colmos (t ha-1)0 0 + 7 + 12 + 132 + 11 + 15 + 18 + 134 + 14 + 22 + 19 + 196 + 11 + 18 + 15 + 19

Fonte: MORELLI e outros (1992).

Calcário(t ha-1)

Figura 3. Disponibilidade de fósforo no perfil do solo em sistema deplantio convencional e plantio direto.

Fonte: FRANCHINI et al. (dados não publicados).

Para a melhoria do ambiente radicular em subsuperfície ogesso é um insumo de efeito muito favorável em alguns solos epode complementar a ação da calagem. Apesar de não neutralizardiretamente a acidez do solo, pois atua principalmente na reduçãoda atividade do Al, o gesso é um sal solúvel que penetra facilmenteno subsolo, promovendo maior desenvolvimento do sistemaradicular.

A Tabela 1 apresenta os resultados médios de produção decana-de-açúcar e os aumentos de produção resultantes da aplica-ção de calcário e gesso. É importante notar que a produção máximanão é obtida com a aplicação isolada dos insumos, mas sim com acombinação de ambos.

Nota-se que os aumentos de produção devidos a calcário egesso são de uma magnitude importante, considerando que a cana-de-açúcar é tida como cultura tolerante à acidez. Ressalta-se tam-bém que o efeito dos corretivos perdura por vários anos, e que,neste caso, houve apenas uma aplicação.

PAINEL 3:PAINEL 3:PAINEL 3:PAINEL 3:PAINEL 3: BPUF – NUTRIENTES NA AGRICULTURABPUF – NUTRIENTES NA AGRICULTURABPUF – NUTRIENTES NA AGRICULTURABPUF – NUTRIENTES NA AGRICULTURABPUF – NUTRIENTES NA AGRICULTURABRASILEIRABRASILEIRABRASILEIRABRASILEIRABRASILEIRA

Estima-se que a população mundial em 2025 será de 8,3 bi-lhões de habitantes. Para alimentar essa população haverá a neces-sidade da produção de 4 bilhões de toneladas de grãos, de acordocom a Organização Mundial para Alimentação e Agricultura (FAO).Para que essas metas sejam alcançadas, a produtividade médiamundial de grãos, que era de 2,5 toneladas por hectare em 1990,

deverá atingir 4,5 toneladas por hectare em 2025. Portanto, a pala-vra-chave é produtividade, a qual deverá estar sintonizada com asustentabilidade do processo produtivo, incluindo-se, nesse con-texto, a minimização de riscos ao ambiente.

O Brasil é um dos poucos países com amplas possibilidadesde participar ativamente nesse processo, o qual envolve segurançaalimentar. Entretanto, para que a vocação agrícola brasileira possaser exercida em sua plenitude, torna-se necessário também, além douso eficiente de fertilizantes minerais e corretivos, os quais ocupamlugar de destaque como tecnologia inconteste para o aumento daprodutividade agrícola com sustentabilidade ambiental, resolver fa-lhas e distorções estruturais do sistema econômico brasileiro relacio-nadas a: 1) política tributária, 2) logística e infra-estrutura (armaze-namento e escoamento da produção) e 3) política de crédito rural eseguro agrícola. Caso esses três itens sejam resolvidos, ou ao menosequacionados, haverá maior competitividade do agronegócio brasi-leiro e, consequentemente, maior renda para o país como um todo.

Um motivo de preocupação para o país é a alta dependência,em futuro próximo, das importações, tanto de matérias-primas paraa fabricação de fertilizantes minerais como de fertilizantes acaba-dos. A produção brasileira de N, P2O5 e K2O, que foi de 68% do totalem 1983, caiu para 35% em 2006 e deverá atingir apenas 14% dasnecessidades desses insumos em 2025. Diante desse quadro, faz-se necessário o uso eficiente dos nutrientes.

A despeito desses fatos, nota-se que o balanço de nutrien-tes na agricultura brasileira é satisfatório, podendo, ainda, ser me-lhorado, com maior aproveitamento dos nutrientes (Tabela 2). Osíndices de eficiência de 58,8% para nitrogênio, 47,5% para fósforo,65,8% para potássio, 9,6% para Ca, 26,8% para Mg e 32,4% para Sdemonstram que esses nutrientes estão sendo usados em quanti-dades superiores às quantidades exportadas pelas culturas, ou seja,o consumo está acima das necessidades das plantas. O mesmoocorre com os micronutrientes (Tabela 3).

Cabe destacar a elevada quantidade de nitrogênio fornecidapela fixação biológica, equivalendo a 1,6 vez o nitrogênio consumi-do como fertilizante. Isso demonstra, por um lado, a importância dacultura da soja para a agricultura brasileira e, por outro lado, tam-bém a necessidade do uso eficiente da sucessão e da rotação deculturas, que são práticas que influenciam diretamente a dispo-nibilidade dos nutrientes no solo e sua utilização pelas culturas.

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Tabela 2. Balanço do consumo de macronutrientes na agricultura brasileira em 2007.

N P2O5 K2O Ca Mg S

Exportação pelas culturas (t) 5.506.516 1.616.368 2.647.697 518.343 478.072 466.467Dedução das entradas(1) (t) 4.003.521 92.422Demanda líquida (t) 1.502.995 1.616.368 2.555.276 518.343 478.072 466.467Total de entradas(2) (t) 2.557.647 3.402.224 3.881.656 5.397.451 1.782.336 1.439.804Balanço (t) 1.054.652 1.785.856 1.326.380 4.879.107 1.304.264 973.337

Índice de eficiência médio (%) 58,8 47,5 65,8 9,6 26,8 32,4Fator de consumo 1,7 2,1 1,5 10,4 3,7 3,1

(1) As deduções das entradas de nitrogênio correspondem a 3.579.623 t referentes à fixação biológica do N exportado pela soja, 30% do N exportado pelofeijão e 423.898 t considerando a disponibilidade de 60 kg ha-1 fornecidos pela soja para as culturas de safrinha e de inverno (milho na segunda safra,sorgo e trigo). A dedução de potássio corresponde a 20% do K exportado pela cana-de-açúcar, atendidos pela vinhaça.

(2) O total de entradas corresponde a 93% do consumo de fertilizantes, considerando o consumo anual pelas culturas e a quantidade estimada demacronutrientes fornecida pelos fertilizantes e corretivos.

Fonte: CUNHA (2009).

Tabela 3. Balanço do consumo de micronutrientes pela agricultura brasileira em 2007.

B Cu Fe Mn Zn

Exportação pelas culturas (t) 2.739 2.532 19.682 8.695 6.562Total de entradas(1) (t) 10.359 5.190 229.605 17.855 20.205Balanço (t) 7.620 2.658 209.923 9.160 13.643

Índice de eficiência médio (%) 26,4 48,8 8,6 48,7 32,5Fator de consumo 3,8 2,0 11,7 2,1 3,1(1) As entradas correspondem a 93% do consumo de fertilizantes, considerando o consumo anual pelas culturas e a quantidade estimada de micronutrientes

fornecida pelos fertilizantes e corretivos.Fonte: CUNHA (2009).

As eventuais deficiências nutricionais das culturas devem-se à fal-ta de diagnóstico correto ou à adubação desbalanceada.

A definição dos critérios de adubação, bem como a origem eas fontes agrícolas dos nutrientes, foram abordadas com o objetivode determinar o correto manejo dos nutrientes visando melhorar aprodutividade e a qualidade dos produtos agrícolas. Destacou-se,ainda, a importância de se focalizar a adubação do sistema de cultu-ra, e não a de cada cultura isoladamente, especialmente em relaçãoaos nutrientes de baixa mobilidade.

PAINEL 4:PAINEL 4:PAINEL 4:PAINEL 4:PAINEL 4: BPUF – MANEJO VISANDO ASBPUF – MANEJO VISANDO ASBPUF – MANEJO VISANDO ASBPUF – MANEJO VISANDO ASBPUF – MANEJO VISANDO ASCULTURASCULTURASCULTURASCULTURASCULTURAS

Neste painel foram apresentadas as BPUF para as princi-pais culturas agrícolas brasileiras, estabelecendo-se correlaçõesentre o desenvolvimento da planta e a disponibilidade de nutrien-tes no solo, incluindo o suprimento pela adubação, visando me-lhorar a produtividade e a qualidade do produto agrícola dentrodos novos sistemas de produção e dos diferentes ambientesagrícolas.

A Figura 4 ilustra a influência do sistema de manejo, no casoa adubação e a rotação de culturas, sobre a produtividade do algo-doeiro.

O desenvolvimento da tecnologia agrícola tornou possívela exploração agrícola em áreas com solos originalmente pouco fér-teis. O histórico de uso das terras mostra que foram necessáriosaportes significativos de corretivos e fertilizantes para viabilizar aagricultura, principalmente em regiões sob Cerrado. A possibilida-de e os limites de resposta das culturas aos nutrientes nas regiõesmais importantes do Brasil ressaltaram e valorizaram as boas práti-cas agrícolas no uso de fertilizantes.

Figura 4.Produtividade do algodoeiro em função da dose de nitrogênio eda rotação com diferentes tipos de cobertura.

Fonte: ROSOLEM (2009).

Orientados pelas amostragens de solo e de plantas, neces-sárias para a avaliação dos resultados de fertilização e do estadonutricional das culturas, juntamente com o conhecimento dos as-pectos fisiológicos e bioquímicos das plantas, possibilita-se o for-talecimento da capacidade de decisão para adoção do programa deadubação em relação à fonte certa, dose certa, local certo e épocacerta, com a finalidade de obter a máxima produtividade econômicae minimizar os potenciais impactos ambientais.

Informações mais detalhadas sobre os temas aqui tratadospoderão ser obtidas no livro que será publicado em breve pelo IPNIBrasil sobre Boas Práticas para Uso Eficiente de Fertilizantes.

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CITROS:CITROS:CITROS:CITROS:CITROS:MANEJO DA FERTILIDADEMANEJO DA FERTILIDADEMANEJO DA FERTILIDADEMANEJO DA FERTILIDADEMANEJO DA FERTILIDADE

DO SOLO PARA ALTA PRODUTIVIDADEDO SOLO PARA ALTA PRODUTIVIDADEDO SOLO PARA ALTA PRODUTIVIDADEDO SOLO PARA ALTA PRODUTIVIDADEDO SOLO PARA ALTA PRODUTIVIDADEDirceu Mattos Junior1

José Antônio Quaggio2

1. INTRODUÇÃO1. INTRODUÇÃO1. INTRODUÇÃO1. INTRODUÇÃO1. INTRODUÇÃO

OBrasil é líder mundial na produção de citros, comum volume superior a 20 milhões de toneladas defrutos, o que representou, em 2007, cerca de 20%

da produção mundial (FAO, 2009). Aproximadamente 80% da pro-dução de laranjas no país está concentrada em 668 mil hectares noEstado de São Paulo. Esta produção é destinada principalmente àindústria de suco concentrado e congelado.

A manutenção de níveis elevados de produção requer, entreoutros fatores, o manejo nutricional adequado dos pomares, esta-belecido com base em informações que correlacionam o desenvol-vimento da planta e a produção de frutos com o teor de nutrientesnas folhas e a disponibilidade de nutrientes no solo, mais o supri-mento pela adubação.

A equipe de fertilidade do solo e nutrição de plantas doInstituto Agronômico, IAC, vem concentrando esforços para am-pliar e intensificar suas pesquisas sobre nutrição e adubação doscitros. Consolidando informações científicas sobre nutrição, adu-bação e produção de citros, publicadas em diversos meios, foi de-senvolvido um programa de manejo da fertilidade do solo que visamelhorar a produtividade e a qualidade dos frutos para pomares nacitricultura dentro dos novos sistemas de produção e nos diferen-tes ambientes agrícolas. Assim, as recomendações ora apresenta-das incorporam revisões sobre aquela publicada anteriormente nolivro Citros, em 2005 (QUAGGIO et al., 2005).

2. DIAGNÓSTICO DA FERTILIDADE DO SOLO2. DIAGNÓSTICO DA FERTILIDADE DO SOLO2. DIAGNÓSTICO DA FERTILIDADE DO SOLO2. DIAGNÓSTICO DA FERTILIDADE DO SOLO2. DIAGNÓSTICO DA FERTILIDADE DO SOLO

Para pomares de alta produtividade é indispensável a adoçãode um bom programa de calagem e adubação, cujo sucesso requer ouso de ferramentas de diagnóstico (análise química de solo e de planta)que permitem adequar o suprimento de nutrientes fornecido pelaadubação de acordo com os níveis de fertilidade do solo e da demandada cultura, otimizando a eficiência de uso dos insumos. Assim, torna-se essencial a amostragem correta do solo e da planta e a escolha de umbom laboratório de análises. Cabe ainda ressaltar que, por melhor queseja a análise química, esta não pode corrigir falhas que porventuraocorram na retirada da amostra e na sua representatividade.

2.1. Amostragem e análise química de solo2.1. Amostragem e análise química de solo2.1. Amostragem e análise química de solo2.1. Amostragem e análise química de solo2.1. Amostragem e análise química de soloOs métodos empregados para a análise química de solo no

Estado de São Paulo são aqueles referentes ao Sistema IAC de

Análise de Solo (RAIJ et al., 2001). O principal diferencial do Siste-ma IAC é a extração do fósforo (P) com a resina trocadora de íons,que foi ajustada às características dos solos brasileiros.

A eficiência da análise de solo depende da representati-vidade da amostra de solo em relação à área ou talhão a ser consi-derado. A amostragem de solo para citros é feita em glebas outalhões homogêneos (até 10 ha) quanto a: cor e textura do solo,posição no relevo e manejo do pomar, idade das árvores, combi-nações de copa e porta-enxerto e produtividade. As amostras desolo devem ser coletadas nas profundidades de 0–20 cm, com ointuito de recomendar a adubação e a calagem, e de 20–40 cm, como objetivo de diagnosticar barreiras químicas ao desenvolvimen-to das raízes, ou seja, deficiências de cálcio (Ca) com ou semexcesso de alumínio (Al).

Para maior eficiência e representatividade da amostragem desolo, a coleta das subamostras deve ser feita com trados do tipoholandês, sonda ou similares. As ferramentas e recipientes utiliza-dos na amostragem e embalagem de terra devem estar limpos e,principalmente, não conter resíduos de calcário ou fertilizante. Aamostragem deve ser realizada alguns meses antes da implanta-ção do pomar, percorrendo-se a área em zigue-zague para a coletade 20 subamostras por gleba homogênea.

Deve-se evitar a amostragem de pontos próximos a cupin-zeiros, formigueiros, casas, estradas, currais, dejetos de animais,depósitos de adubo ou calcário ou manchas no solo. Em cada pon-to de subamostragem deve-se limpar os detritos e os restos decultura da superfície do solo. Dentro de um balde ou recipientelimpo deve-se quebrar os torrões de terra, retirar pedras e outrosresíduos, e a terra deve ser misturada e amostrada novamente. Aamostra composta, com aproximadamente 300 g, deve ser identificadae enviada ao laboratório em saco plástico limpo ou embalagem apro-priada de papel ou papelão.

Após o plantio, a amostragem deve ser feita anualmente,observando-se que em pomares não irrigados deve ser realizadana faixa de adubação dos anos anteriores, com a coleta também de20 subamostras, alternando-se os pontos de tradagem cerca de 50 cmpara dentro e fora do limite externo da projeção da copa no terre-no. Para pomares fertirrigados, a coleta das subamostras deve serfeita em pontos distantes 30 a 50 cm da linha de gotejadores, porexemplo. A época mais apropriada para coleta é de fevereiro aabril, garantindo-se um intervalo mínimo de 60 dias após a últimaadubação.

Heitor Cantarella2

Rodrigo Marcelli Boaretto1

1 Instituto Agronômico – Centro Avançado de Pesquisa Tecnológica do Agronegócio de Citros “Sylvio Moreira”, Cordeirópolis, SP, e-mail: [email protected];[email protected]

2 Instituto Agronômico – Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Solos e Recursos Ambientais, Campinas, SP, e-mail: [email protected];[email protected]

Abreviações: CTC = capacidade de troca de cátions; NC = necessidade de calagem; PRNT = poder relativo de neutralização total; V = saturação porbases.

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6 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 128 – DEZEMBRO/2009

Os padrões de fertilidade do solo foram definidos por meiode curvas de calibração, das análises de macro e de micronutrientesno solo, específicas para citros (Tabelas 1 e 2). Como recomenda-ção geral, o citricultor deve procurar manter os solos dos pomaresnas classes de teores médios, evitando, assim, deficiência ou ex-cesso, pois ambos podem limitar a produtividade e a qualidade dosfrutos cítricos.

Tabela 3. Faixas para interpretação de teores de macro e micronutrientesnas folhas de citros, geradas na primavera, com seis meses deidade, de ramos com frutos.

Nutriente Baixo Adequado Excessivo

- - - - - - - - - - - - - (g kg-1) - - - - - - - - - - - - -N(1) < 23 23–27 > 30P < 1,2 1,2–1,6 > 2,0K < 10 10–15 > 20Ca < 35 35–45 > 50Mg < 3,0 3,0–4,0 > 5,0S < 2,0 2,0–3,0 > 5,0

- - - - - - - - - - - - (mg kg-1) - - - - - - - - - - - -B < 50 50–100 > 150

Cu < 4,0 4,1–10,0 > 15,0Fe < 49 50–120 > 200

Mn < 34 35–50 > 100Zn < 34 35–50 > 100Mo < 0,09 0,10–1,00 > 2,00

(1) Para limões e lima ácida Tahiti, as faixas de interpretação do teor de Nfoliar (g kg-1) são: < 18 (= baixo), 18–22 (= adequado) e > 22 (excessivo).

3. RECOMENDAÇÕES DE CALAGEM E ADUBAÇÃO3. RECOMENDAÇÕES DE CALAGEM E ADUBAÇÃO3. RECOMENDAÇÕES DE CALAGEM E ADUBAÇÃO3. RECOMENDAÇÕES DE CALAGEM E ADUBAÇÃO3. RECOMENDAÇÕES DE CALAGEM E ADUBAÇÃO

As recomendações de calagem e adubação a seguir foramcalibradas pelo método de análise de solo com resina trocadora deíons. Por esse motivo, caso a análise de solo tenha sido realizadapor outro método, deve-se tomar alguns cuidados no uso destarecomendação, principalmente na interpretação da disponibilida-de de P.

3.1. Calagem3.1. Calagem3.1. Calagem3.1. Calagem3.1. CalagemA avaliação da acidez do solo para a recomendação de

calagem para citros é feita por meio da determinação da acidez tam-pão (H + Al), da soma de bases (Ca + Mg + K) e da capacidade detroca catiônica (CTC) a pH 7,0 (QUAGGIO et al., 1985).

A necessidade de calcário é calculada para elevar a satura-ção por bases (V) a 70% na camada superficial do solo (0-20 cm deprofundidade) (QUAGGIO et al., 1992). Este valor corresponde apH próximo a 5,5 determinado em solução de CaCl2 0,01 mol L-1.Além de corrigir a acidez do solo, recomenda-se também o manejoda calagem para elevar e manter os níveis de Mg no solo em, pelomenos, 9 mmolc dm-3. O cálculo da necessidade de calagem é feitocom a seguinte fórmula:

NC = CTC (V2 – V1)/10 PRNT, em que:

NC = necessidade de calagem, em t ha-1;CTC = capacidade de troca de cátions, em mmolc dm-3;V1 = saturação por bases atual do solo, da camada arável de 0–20 cm,em %;V2 = saturação por bases desejada para citros, que é igual a 70%;PRNT = poder relativo de neutralização total do calcário.

Quando possível, recomenda-se optar pelo uso de calcáriodolomítico (> 12% MgO), por este conter maior teor de Mg, pois osuprimento de Ca pela calagem é suficiente, independente do tipode calcário utilizado.

Tabela 1. Interpretação de resultados da análise de solo para P, K,Mg e saturação por bases na camada arável do solo.

Classes deteores

(mg dm-3) - - - (mmolc dm-3) - - - (%)Muito baixo < 6 < 0,8 - < 26Baixo 6 –12 0,8 –1,5 0 –4 26 –50Médio 13 –30 1,6 –3,0 5 –9 51 –70Alto > 30 > 3,0 > 9 > 70

Fonte: Adaptada de RAIJ et al. (1997).

Tabela 2. Interpretação de resultados da análise de solo para SO42- e

micronutrientes na camada arável do solo.

Classes deteores

- - - - - - - - - - - - - - - - (mg dm-3) - - - - - - - - - - - - - -Baixo < 10 < 0,6 < 2 < 3,0 < 2,0Médio 10-20 0,6–1,0 2–5 3,0–6,0 2,0–5,0Alto > 20 > 1,0 > 5 > 6,0 > 5,0

Fonte: Adaptada de QUAGGIO et al. (2005).

P-resina K Mg V

2.2. Amostragem e análise química de folha2.2. Amostragem e análise química de folha2.2. Amostragem e análise química de folha2.2. Amostragem e análise química de folha2.2. Amostragem e análise química de folha A análise química de plantas baseia-se nas relações existen-

tes entre a taxa de crescimento e a concentração de nutrientes namatéria seca das plantas. As folhas, em geral, são o órgão quemelhor representa o estado nutricional da planta. Dentro de certoslimites, aumentos nas concentrações de nutrientes relacionam-secom maior crescimento ou produtividade.

A amostragem deve ser feita coletando-se a 3a ou 4ª folha doramo com fruto terminal, geradas na primavera, com aproximada-mente seis meses de idade, normalmente de fevereiro a março, emramos com frutos de 2 a 4 cm de diâmetro. Recomenda-se amostrarpelo menos 25 árvores em áreas de no máximo 10 hectares, coletan-do-se quatro folhas não danificadas por árvore, uma em cadaquadrante e na altura mediana da planta, no mínimo 30 dias após aúltima pulverização. As amostras devem ser acondicionadas emsacos de papel e guardadas em geladeira, à temperatura aproximadade 5oC, até o envio para o laboratório, o que deve ocorrer em perío-do inferior a dois dias após a coleta no campo.

A interpretação dos resultados da análise foliar é feita com-parando-se os resultados do laboratório com os valores apresenta-dos na Tabela 3. O programa de adubação do pomar também deveser ajustado de modo que os teores foliares estejam na faixa ade-quada. Às vezes, teores excessivos dos micronutrientes metálicospodem ser encontrados na análise da folha sem que esta apresentesintomas de toxicidade, o que pode levar à interpretação errônea doestado nutricional. Estes nutrientes podem apenas estar aderidos àsuperfície da folha, embora não disponíveis para a planta.

S-SO42- B Cu Mn Zn

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INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 128 – DEZEMBRO/2009 7

3.1.1. Calagem no plantio3.1.1. Calagem no plantio3.1.1. Calagem no plantio3.1.1. Calagem no plantio3.1.1. Calagem no plantioAntes da formação do pomar o calcário deverá ser aplicado

em área total, com antecedência ao plantio das mudas, e incorpora-do o mais profundamente possível para elevar a saturação por ba-ses (V) a 70%. Além da calagem em área total, recomenda-se a apli-cação de uma quantidade adicional de calcário no sulco de plantiona dose de 0,5 kg m-1 de sulco. Em solos de média a alta fertilidadeé possível fazer o preparo do terreno em faixas, o que pode trazereconomia na implantação do pomar.

3.1.2. Calagem em pomar em produção3.1.2. Calagem em pomar em produção3.1.2. Calagem em pomar em produção3.1.2. Calagem em pomar em produção3.1.2. Calagem em pomar em produçãoO calcário deverá ser aplicado em área total ,de abril a junho,

distribuindo-se 70% da dose sob a projeção da copa das plantas.Entretanto, em pomares fertirrigados recomenda-se a aplicação de100% da dose sob a projeção da copa, devido à acidificação do soloser mais intensa nesta região com o uso deste manejo.

3.1.3. Manejo da acidez de subsuperfície3.1.3. Manejo da acidez de subsuperfície3.1.3. Manejo da acidez de subsuperfície3.1.3. Manejo da acidez de subsuperfície3.1.3. Manejo da acidez de subsuperfícieO uso do gesso agrícola (CaSO4.2H2O) na citricultura foi

estudado no passado e os resultados não demonstraram efeitospositivos marcantes sobre a produção de frutos que justificassemseu amplo emprego como condicionador de solo (BOARETTO et al.,1996; QUAGGIO et al., 1998). Entretanto, observações de campomais recentes vêm demonstrando efeitos benéficos no uso do ges-so, principalmente na melhoria do ambiente radicular. Esses efeitosdevem-se, provavelmente, ao aumento da disponibilidade de Ca nascamadas profundas de solos distróficos ou álicos e, consequentemente,maior absorção de N-NO3

- pelas raízes em camadas mais profundas.Em solos de baixa fertilidade e elevada acidez, principalmen-

te na camada de 20–40 cm de profundidade, recomenda-se, na im-plantação do pomar, a aplicação de até 3 t ha-1 de gesso na faixa deplantio, depois da incorporação do calcário.

3.2. Adubação3.2. Adubação3.2. Adubação3.2. Adubação3.2. AdubaçãoAs recomendações de adubação N, P e K para os citros são

distintas para: (1) plantio, (2) formação – árvores jovens com menos de5 anos de idade e (3) produção – árvores adultas; neste último casodistinguem-se as doses de fertilizantes para os grupos de variedadesde laranjas, lima ácida e limões, e tangerinas e tangor (QUAGGIO et al.,2005); ainda, para laranjas, as recomendações de adubação conside-ram a qualidade e o destino da fruta (indústria ou mercado in natura).

3.2.1. Adubação no sulco de plantio3.2.1. Adubação no sulco de plantio3.2.1. Adubação no sulco de plantio3.2.1. Adubação no sulco de plantio3.2.1. Adubação no sulco de plantioA experiência de campo tem demonstrado vantagens da adu-

bação fosfatada aplicada em profundidade, juntamente com o

Tabela 4. Recomendações de adubação para citros em formação, por idade e em função da análise do solo1.

P-resina (mg dm-3) K-trocável (mmolc dm-3)

0-5 6-12 13-30 > 30 0-0,7 0,8-1,5 1,6-3,0 > 3,0

(Anos) (g planta-1) - - - - - - - - - - - (P2O5, g planta-1) - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - (K2O, g planta-1) - - - - - - - - - - -0–1 100 0 0 0 0 40 20 0 01–2 220 160 100 50 20 120 90 50 02–3 300 200 140 70 30 200 150 100 603–4 400 300 210 100 50 400 300 200 1004–5 500 400 280 140 70 500 400 300 150

1 Para copas sobre tangerinas Cleópatra e Sunki aumentar a dose de P2O5 em 25%; para citrumelo Swingle aumentar a dose de K2O em 20%.

calcário no sulco de plantio. Por essa razão, o produtor deve darpreferência a fosfatos solúveis em água e de reação alcalinizante nosolo (como o superfosfato simples) e, se possível, contendo zinco(0,5% de Zn) em sua composição.

Recomenda-se a aplicação de 90 g de P2O5 por metro desulco, independente do teor desse nutriente no solo, o que varia de120 a 140 kg ha-1 de P2O5, junto com o calcário no sulco de plantio(item 3.1.1), para posterior incorporação profunda com o auxílio desubsolador adaptado.

3.2.2. Adubação de formação (1-5 anos)3.2.2. Adubação de formação (1-5 anos)3.2.2. Adubação de formação (1-5 anos)3.2.2. Adubação de formação (1-5 anos)3.2.2. Adubação de formação (1-5 anos)Durante a fase de formação do pomar, até o quinto ano, as

doses de N, P2O5 e K2O recomendadas levam em conta a idade dopomar e os resultados da análise de solo para P e K visando atenderas necessidades de crescimento da copa e o início de produção defrutos. Ajustes nas doses recomendadas devem ser feitos conside-rando o porta-enxerto escolhido (Tabela 4).

As doses de N e K2O devem ser parceladas de 3 a 6 vezes,entre setembro a março. Maiores números de parcelamentos sãonecessários nos primeiros anos após o plantio das mudas no cam-po. Opcionalmente, o P pode ser aplicado em dose única no primei-ro parcelamento.

3.2.3. Adubação de produção3.2.3. Adubação de produção3.2.3. Adubação de produção3.2.3. Adubação de produção3.2.3. Adubação de produçãoNa adubação para pomares em produção considera-se

como critério de ajuste das doses de fertilizantes aplicadas, alémda disponibilidade de nutrientes no solo, a produtividade espera-da e o teor de N nas folhas, pois plantas em produção tem deman-da extra de nutrientes para os frutos, além dos nutrientes neces-sários ao crescimento de folhas, ramos e raízes. Em média, osfrutos cítricos colhidos exportam 1,2 a 1,9 kg t-1 de N e K, cujasquantidades são bastante superiores às de P (0,18 kg t-1), Ca(0,52 kg t-1), Mg (0,10 kg t-1), S (0,10 kg t-1), B (1,9 x 10-3 kg t-1),Cu (0,6 x 10-3 kg t-1), Fe (3,4 x 10-3 kg t-1), Mn (1,9 x 10-3 kg t-1) eZn (1,7 x 10-3 kg t-1) (BATAGLIA et al., 1977; PARAMASIVAM etal., 2000; MATTOS JUNIOR et al., 2003c).

O teor de N foliar tem mostrado ser um bom indicador paraajustar as doses de N definidas conforme a produção estimada defrutos (Figura 1). A resposta à adubação nitrogenada para a pro-dução de laranjas (QUAGGIO et al., 1998), tangerinas e tangorMurcott (MATTOS JUNIOR et al., 2004) é praticamente inexistentepara teores foliares acima de 28 g N kg-1. No caso de limões e limaácida, o teor adequado de N nas folhas é menor e situa-se ao redorde 22 g N kg-1 (QUAGGIO et al., 2002; MATTOS JUNIOR et al.,2003a).

Idade N

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Figura 1. Superfície de resposta da produção de frutos em função dosteores foliares de N dos citros.

O ajuste da adubação nitrogenada com base na análise foliaré importante, pois a falta ou excesso de N interferem no tamanho ena qualidade dos frutos (QUAGGIO et al., 2006a). Por exemplo, altasdoses de N tendem a aumentar o número de frutos na planta emdetrimento do tamanho dos mesmos, o que pode ser uma desvanta-gem para a comercialização de frutos in natura. A adubação com Ktambém afeta o tamanho do fruto; contudo, o excesso pode deter-minar perdas de produção dos citros, devido ao desbalanço nutri-cional, marcado pelo decréscimo acentuado dos teores foliares deCa e Mg (MATTOS JUNIOR et al., 2004). Altas doses de K provo-cam aumento do tamanho do fruto e da espessura da casca, que sãoqualidades desejadas para os frutos de mercado in natura; no en-tanto, plantas com alto suprimento de K tendem a produzir frutoscom maior acidez e menor teor de sólidos solúveis, o que os depre-cia para a indústria de suco (ALVA et al., 2006; QUAGGIO et al.,2006a). Altos teores de K disponível no solo são freqüentes empomares cuja adubação é realizada com formulações tradicionais nacitricultura, desconsiderando-se os resultados da análise de solo(QUAGGIO, 1996).

Ainda, o manejo dos adubos nitrogenados é importante paragarantir a eficiência de uso do N. Com as práticas recomendadaspara o controle do mato no pomar por meio de herbicidas ouroçadeira, evitando o uso de grades, os fertilizantes são aplicadosna superfície do solo, às vezes sobre resíduos de plantas. Nessascondições, a uréia, a fonte de N mais comum no Brasil, está sujeitaa perdas por volatilização de amônia (NH3) se não houver incorpo-ração (mecânica ou com água de irrigação/precipitação) do fertili-zante ao solo. Avaliações em pomares comerciais têm mostrado queas perdas por volatilização de NH3 podem variar de 15% a 45% do Naplicado à superfície do solo como uréia (CANTARELLA et al.,2003; MATTOS JUNIOR et al., 2003b).

Trabalhos realizados no Brasil permitiram, pela primeira vez,fazer a calibração da análise de solo para P e K em citros, com basena extração dos elementos com resina trocadora de íons (Figura 2)(QUAGGIO et al., 1996, 1998). Os limites das faixas de interpretaçãode teores (muito baixo, baixo, médio e outros) para o K são seme-lhantes aos usados para as culturas anuais, mas para o P, o nívelcrítico para culturas perenes é mais baixo (= 20 mg dm-3).

Pomares deficientes em P crescem lentamente, as folhas ve-lhas perdem o brilho, podem ter tamanho excessivo, coloração bron-zeada e caem prematuramente. A adubação com P em citros vinhasendo negligenciada no Brasil em função de dados obtidos emoutros países, que sugeriam que esta cultura era pouco responsivaa esse elemento. Essa informação não levava em conta que em

Figura 2. Curva de calibração para produção relativa dos citros em funçãodos teores de potássio trocável (A) e P-resina (B) no solo.

muitas regiões produtoras no exterior, os citros são cultivados emsolos desenvolvidos a partir de sedimentos ricos em P (JACKSONet al., 1995) e que os solos do Brasil são, em geral, deficientes nessenutriente (QUAGGIO, 1996).

Na citricultura, os fertilizantes são aplicados na superfície,sem incorporação. Nesse caso, devem-se utilizar fontes de P solú-veis em água para aumentar a eficiência dos fertilizantes fosfatados.Por causa da baixa mobilidade de P no perfil do solo, é fundamentala aplicação de dose adequada de P, no sulco de plantio, durante ainstalação do pomar. Em pomares já instalados, em solos pobres emP, a correção da deficiência é mais eficiente em dose única e com aincorporação do fertilizante após a aplicação.

A adubação para pomares em produção, além da disponibi-lidade de nutrientes no solo, leva em conta a produtividade espera-da. Com base nesse conjunto de informações, foram estabelecidasrecomendações de adubação N, P e K para os pomares em produ-ção, para os grupos de variedades de laranjas, considerando a qua-lidade e o destino da fruta (indústria, Tabela 5; mercado in natura,Tabela 6), de lima ácida Tahiti e limões (Tabela 7) e tangerinas etangor (Tabela 8).

A adubação deve ser feita no período das águas, pois ademanda por nutrientes pelos cítricos é maior no início da primave-ra, quando ocorre o fluxo mais intenso de vegetação, e se estendeaté o início do outono, quando deve haver boa reserva e equilíbriona biomassa das plantas para garantir os processos normais defloração e fixação dos frutos (BUSTAN e GOLDSCHMIDT, 1998).

O parcelamento das doses de N e K em três ou quatro aplica-ções durante o ano aumenta a eficiência da adubação por reduzir asperdas de nutrientes no solo com a água de drenagem, o que ocorre

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Classes deprodução

Classes deprodução

Classes deprodução

Tabela 5. Recomendações de adubação para laranjas (indústria) em função das análises de solo e folhas e das classes de produção.

N foliar (g kg-1) P-resina (mg dm-3) K-trocável (mmolc dm-3)

< 23 23–27 > 27 < 5 6–12 13–30 > 30 < 0,7 0,8–1,5 1,6–3,0 > 3,0

(t ha-1) - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - N-P2O5-K2O (kg ha-1) - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

< 20 120 80 70 80 60 40 0 80 60 40 021–30 140 120 90 100 80 60 0 120 100 60 031–40 200 160 130 120 100 80 0 140 120 80 4041–50 220 200 160 140 120 100 0 180 140 100 50> 50 240 220 180 160 140 120 0 200 160 120 60

Tabela 6. Recomendações de adubação para laranjas (in natura) em função das análises de solo e folhas e das classes de produção.

N foliar (g kg-1) P-resina (mg dm-3) K-trocável (mmolc dm-3)

< 23 23–27 > 27 < 5 6–12 13–30 > 30 < 0,7 0,8–1,5 1,6–3,0 > 3,0

(t ha-1) - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - N-P2O5-K2O (kg ha-1) - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

< 20 100 80 60 80 60 40 0 140 120 100 4021–30 120 100 80 120 100 60 0 160 140 120 8031–40 160 140 100 140 120 80 0 200 180 160 100> 40 180 160 120 160 140 100 0 220 200 180 120

Tabela 7. Recomendações de adubação para lima ácida Tahiti e limões em função das análises de solo e folhas e das classes de produção.

N foliar (g kg-1) P-resina (mg dm-3) K-trocável (mmolc dm-3)

< 17 18–22 > 22 < 5 6–12 13–30 > 30 < 0,7 0,8–1,5 1,6–3,0 > 3,0

(t ha-1) - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - N-P2O5-K2O (kg ha-1) - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

< 20 100 80 60 70 50 30 0 120 100 60 021–30 140 120 80 90 70 40 0 160 120 80 6031–40 200 160 100 120 100 50 0 220 180 140 8041–50 220 200 120 140 120 60 0 280 200 160 100> 50 260 220 140 160 140 70 0 300 240 200 120

Tabela 8. Recomendações de adubação para tangerinas e tangor Murcott em função das análises de solo e folhas e das classes de produção.

N foliar (g kg-1) P-resina (mg dm-3) K-trocável (mmolc dm-3)

< 23 23–27 > 27 < 5 6–12 13–30 > 30 < 0,7 0,8–1,5 1,6–3,0 > 3,0

(t ha-1) - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - N-P2O5-K2O (kg ha-1) - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

< 20 80 70 60 70 50 30 0 80 60 40 021–30 110 90 70 90 70 40 0 110 80 50 1031–40 160 130 100 130 100 50 0 160 110 70 2041–50 200 170 140 160 120 60 0 200 140 100 30> 50 230 190 150 180 140 70 0 220 150 120 40

principalmente em solos arenosos, e por adequar a demanda denutrientes em diferentes períodos de desenvolvimento dos citros(do florescimento à maturação dos frutos). Recomenda-se aplicarde 30% a 40% do N e K na época do florescimento e o restantedividir entre os meses de outubro e março do ano seguinte. Emvariedades precoces, tais como Hamlin e Westin, é recomendadoque o último parcelamento da adubação seja feito até fevereiro.

3.2.4. Fertirrigação3.2.4. Fertirrigação3.2.4. Fertirrigação3.2.4. Fertirrigação3.2.4. FertirrigaçãoA fertirrigação é uma técnica que permite a aplicação de

fertilizantes às plantas via água de irrigação. Nesse sistema é possí-vel aumentar a frequência de parcelamento do fertilizante, ou seja,diminuir a dose por aplicação do fertilizante em associação com oaumento do número de aplicações.

Classes deprodução

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Nas condições brasileiras, a fertirrigação ainda é uma práticarecente, principalmente na citricultura, o que tem demandado estudosobre várias questões no setor. As recomendações dessa práticautilizadas em regiões de clima temperado e mediterrâneo, como Es-panha e Israel, consideram condições de solos com pH alto (> 6,5),diferentes dos solos predominantemente ácidos encontrados no Brasil.

Resultados de pesquisa em solos tropicais têm demonstra-do que, na citricultura, a eficiência do fertilizante aumenta em até25% com a fertirrigação, em comparação com a adubação sólidaconvencional (QUAGGIO et al., 2006b). Assim, em pomar fertirrigadopor gotejamento, as doses de N e K aplicadas via fertirrigação po-dem ser reduzidas em até 20%, conforme as recomendações de adu-bação constantes nas Tabelas 5 a 8.

Na fertirrigação por gotejamento, os fertilizantes são aplica-dos de forma localizada, ocorrendo maior acidificação do solo naregião do bulbo úmido. Ao contrário, na adubação convencional,os fertilizantes são aplicados em maior superfície, o que, consequen-temente, diminui o potencial de acidificação. Em condições de so-los tropicais, não se recomenda o uso de ácido fosfórico comofonte de P para as plantas; entretanto, pode-se fazer o uso desteapenas para a limpeza do sistema de fertirrigação. Devido ao customais elevado das fontes de P pouco acidificantes, a adubação comP pode ser feita da forma convencional (sólida), utilizando-se asrecomendações das Tabelas 5 a 8.

3.2.5. Micronutrientes3.2.5. Micronutrientes3.2.5. Micronutrientes3.2.5. Micronutrientes3.2.5. MicronutrientesBoro (B), zinco (Zn) e manganês (Mn) são os micronutrientes

mais importantes para a produção dos citros, sendo, também, osque apresentam sintomas visuais de deficiência mais freqüentes(QUAGGIO et al., 2005; MATTOS JUNIOR et al., 2005). A deficiên-cia de B vem se tornando mais frequente na citricultura em funçãoda baixa disponibilidade do nutriente no solo e do efeito das condi-ções climáticas, como períodos prolongados de seca ou excesso dechuvas, que reduzem a absorção pelas plantas. Em regiões mais frias,a transpiração das plantas é menor, o que reduz diretamente a absor-ção de B (BROWN e SHELP, 1997). Plantas enxertadas em citrumeloSwingle são mais exigentes em B que aquelas enxertadas em limoeiroCravo (BOARETTO et al., 2008). A deficiência de Zn é generalizadanos pomares brasileiros, principalmente na variedade Pêra (MOREIRA,1960). Plantas cítricas com carência de Zn brotam pouco e apresen-tam enfolhamento velho e pouco vigoroso, com redução do cresci-mento da copa e da produção. Alguns porta-enxertos, como tangeri-na Cleópatra e Sunki, são mais exigentes em Zn e, portanto, necessi-tam de aplicações complementares desse nutriente, em relação aolimão Cravo. A deficiência de Mn também é comum em pomares cítri-cos, porém, somente em condições severas é que reduz a produtivi-dade das plantas. Os sintomas são mais frequentes na variedadePêra, principalmente em solos com calagem recente ou quando ocor-re veranico durante o verão.

A deficiência de cobre (Cu) em citros vem se tornando rela-tivamente comum, especialmente durante a fase de formação dopomar, uma vez que, neste período, praticamente não ocorrem pul-verizações com fungicidas cúpricos – prática muito comum quandoas plantas estão em produção –, não havendo, assim, fornecimentoindireto de Cu (MATTOS JUNIOR et al., 2005).

A adubação foliar tem sido a forma mais utilizada para aaplicação de micronutrientes metálicos na citricultura, não somentepela menor quantidade de nutrientes necessária, mas também parase evitar a adsorção dos elementos metálicos aos colóides do solo,o que reduz a disponibilidade destes às plantas (CAMARGO, 1991).

Entretanto, os micronutrientes têm baixa mobilidade no floema, comoé o caso do Mn, do Zn e do B (LABANAUSKAS et al., 1964;EMBLETON et al., 1965; BOARETTO et al., 2002, 2004). Isto mostraque as aplicações foliares devem ser feitas nos principais fluxos devegetação (primavera e verão), quando as folhas são ainda jovense tem cutícula pouco desenvolvida, o que facilita a absorção e for-nece os micronutrientes aos novos órgãos em desenvolvimento.

Em pomares com idade inferior a 4 anos recomenda-se a apli-cação mensal, entre outubro a maio, de Zn, Mn, Cu e B nas folhas.Pomares em produção devem receber, no período da chuva, três aquatro pulverizações sempre que houver brotações novas na planta.As fontes de micronutrientes metálicos (Zn, Mn, Cu) mais recomen-dadas são os sais formados com os íons cloreto, sulfato e nitrato. Emaplicações foliares, a fonte de B mais recomendada é o ácido bórico,o qual é compatível com a maioria dos defensivos agrícolas.

A recomendação geral de adubação foliar para os citrosconsiste no uso de soluções destes sais, nas concentrações: Zn =500 a 1.000 mg L-1, Mn = 300 a 700 mg L-1, B = 200 a 300 mg L-1 e Cu =600 a 1.000 mg L-1, juntamente com uréia, a 5 g L-1, como adjuvante.As quantidades dos produtos variam com o tipo de sal utilizado(cloreto, nitrato e sulfato). Quando as fontes de micronutrientesmetálicos estiverem na forma de cloreto, usar sempre a menor con-centração das faixas de teores recomendadas, para evitar queima-dura nas folhas. As concentrações inferiores são recomendadaspara manutenção, enquanto as superiores devem ser empregadasquando há sintomas visíveis de deficiência. As caldas mais con-centradas devem ser aplicadas durante as horas mais frescas do diapara se evitar queimaduras das folhas e frutos.

A aplicação de B na citricultura deve ser feita preferencial-mente via solo. Contudo, a adição do nutriente em misturas N-P-Kgeralmente traz problemas de segregação, devido à dificuldade dese obter uma fonte granulada eficiente de B; por outro lado, a adi-ção de B em fertilizantes complexos, com os nutrientes no mesmogrânulo, é vantajosa do ponto de vista agronômico. Recomenda-sea aplicação de ácido bórico dissolvido na calda de herbicidas decontato, como o glifosato, que constitui a forma mais prática e efi-ciente para se aplicar B. Geralmente, a aplicação desses herbicidasé feita duas a três vezes ao ano, com volume de solução de 200 L ha-1

de área tratada, na qual é possível dissolver a dose de 1 kg ha-1 deB (6 kg ha-1 de ácido bórico). Recomenda-se a aplicação anual de2 kg ha-1 de B, independente da idade do pomar. Quando o porta-enxerto utilizado for o citrumelo ‘Swingle’, mais exigente em B,deve-se aumentar a dose para 3 kg ha-1 de B por ano.

4 .4 .4 .4 .4 . DESORDENS NUTRICIONAIS: DIAGNÓSTICODESORDENS NUTRICIONAIS: DIAGNÓSTICODESORDENS NUTRICIONAIS: DIAGNÓSTICODESORDENS NUTRICIONAIS: DIAGNÓSTICODESORDENS NUTRICIONAIS: DIAGNÓSTICOVISUALVISUALVISUALVISUALVISUAL

Concentrações muito baixas (deficiência) ou excessivas(toxicidade) de nutrientes nas raízes, ramos, folhas ou frutos carac-terizam desordens do estado nutricional das plantas. Além dos nu-trientes, elementos tóxicos também podem causar sintomas detoxicidade quando absorvidos em alta concentração.

Normalmente, quando o problema é agudo, os sintomas des-sas desordens são visíveis nas folhas e, nesta fase, o desenvolvi-mento e a produtividade são severamente afetados. Embora carac-terísticos, os sintomas podem ser confundidos se houver deficiên-cia e toxidez de mais de um elemento.Outros fatores, como prejuízoscausados às plantas por pragas e doenças, podem também ocasio-nar os mesmos sintomas típicos nutricionais. Os sintomas maisfrequentes de desordens nutricionais observados nos pomares eviveiros de citros são apresentados nas Figuras 3 a 9.

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Figura 3. Planta de laranja com sintoma de deficiência de nitrogênio. Asfolhas, especialmente as mais velhas, apresentam coloraçãoverde-pálido.

Crédito da foto: José Antônio Quaggio.

Figura 8. Sintoma de deficiência de zinco em citros. As folhas novas apre-sentam clorose internerval, crescimento reduzido e aspectolanceolado.

Crédito da foto: Dirceu Mattos Junior.

Figura 7. Sintoma de fitotoxidade de boro em planta adulta: detalhe deramo com fruto.

Crédito da foto: José Antônio Quaggio.

Figura 6. Árvore com deficiência de boro recuperada com aplicação doelemento via solo. Notar o contraste entre o aspecto “enfezado”das partes mais velhas, caracterizado pelo formato arredondadoda copa, e os novos ramos, de crescimento vigoroso e espontâ-neo, desenvolvidos após a aplicação de boro.

Crédito da foto: José Antônio Quaggio.

Figura 5. Sintoma de deficiência de magnésio em folhas de citros. A cloroseinternerval aparece nas folhas velhas.

Crédito da foto: Dirceu Mattos Junior.

Figura 4. Sintoma de deficiência de fósforo. As folhas mais velhas apre-sentam aspecto amarelado ou bronzeado, a árvore tende aperder as folhas e adquire um aspecto pouco vigoroso e uma certa“transparência”. Nos frutos, a columela tende a se tornar aberta.

Crédito da foto: José Antônio Quaggio.

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12 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 128 – DEZEMBRO/2009

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Figura 9. Sintoma de deficiência de manganês em citros. As folhas apre-sentam clorose internerval mas têm tamanho normal.

Crédito da foto: Dirceu Mattos Junior.

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1. INTRODUÇÃO1. INTRODUÇÃO1. INTRODUÇÃO1. INTRODUÇÃO1. INTRODUÇÃO

Oconceito sobre manejo de fertilizantes 4C foi de-senvolvido para associar idéias quanto à seleção dafonte certa, da dose certa, da época certa e do local

certo na recomendação de nutrientes. No primeiro artigo desta série(ver jornal de junho de 2009, página 15) foi discutida a utilizaçãodeste manejo para a obtenção do melhor resultado com a aplicaçãode fertilizantes. O presente artigo destaca a importância da seleçãoda fonte correta de fertilizante para alcançar suas metas individuais,as quais se juntarão aos objetivos econômicos, ambientais e sociaisespecíficos. Embora o foco seja a seleção da fonte correta, nenhu-ma decisão pode ser tomada sem se considerar a dose, a época e olocal correto para atingir os melhores resultados.

A idéia de selecionar a fonte mais adequada de nutrientesparece um conceito simples, mas muitos fatores precisam ser consi-derados ao se fazer essa escolha. Exigências nutricionais da planta,condições do solo, problemas relacionados à entrega do fertilizante,riscos ambientais, preço do produto e restrições econômicas sãotodas considerações importantes a serem analisadas quando naescolha da fonte mais adequada de fertilizante. Algumas decisõesdevem ser baseadas na disponibilidade de materiais a uma distân-cia razoável. A acessibilidade a equipamentos de aplicação de ferti-lizante pode também reduzir as opções. É tentador confiar na tradi-ção e experiência ao se fazer essas decisões, mas uma análise cuida-dosa desses fatores ajuda os agricultores a obter o máximo de be-nefício desses recursos valiosos e do investimento econômico sig-nificativo que eles representam.

A seleção da fonte certa de fertilizante começa com a deter-minação dos nutrientes que são realmente necessários para o óti-mo crescimento da planta. Esta decisão deve ser feita com a ajudade testes diagnósticos, como análises de solo e de tecidos vege-tais. Estes testes precisam ser feitos antes da aplicação dos ferti-lizantes. Se esta informação não estiver disponível, as aplicaçõesde nutrientes podem ser feitas com base nas taxas de remoção denutrientes pelas culturas ou na experiência pessoal do consultor oudo agricultor, ou seja, com base no conhecimento sobre as práticasculturais e de uso de fertilizantes utilizadas no passado, em umadeterminada área. No entanto, adivinhar a exigência adequada denutrientes pode conduzir a inúmeros problemas associados a subou superfertilização ou pode levar à negligência de nutrientesespecíficos, conduzindo a deficiências graves. É fundamental obter

Robert Mikkelsen2

Greg Schwab3

Gyles Randall4

1 Traduzido do original “The four fertilizers rights: selecting the right source”, disponível em: http://www.tfi.org/publications/Article%202.pdf.2 International Plant Nutrition Institute, Merced, CA, Estados Unidos; email: [email protected] University of Kentucky, Lexington, Estados Unidos; email: [email protected] University of Minnesota, Waseca, Estados Unidos; email: [email protected]

Figura 1. Rendimentos elevados de milho são obtidos com menores dosesde nitrogênio quando outros nutrientes, como potássio, estãopresentes em concentrações adequadas. A nutrição equilibrada éfundamental para melhorar os rendimentos e minimizar as per-das de nitrogênio do fertilizante.

Fonte: MURRELL e MUNSON (1999).

– O CONCEITO 4C –– O CONCEITO 4C –– O CONCEITO 4C –– O CONCEITO 4C –– O CONCEITO 4C –SELECIONANDO A FONTE CERTA DE FERTILIZANTESELECIONANDO A FONTE CERTA DE FERTILIZANTESELECIONANDO A FONTE CERTA DE FERTILIZANTESELECIONANDO A FONTE CERTA DE FERTILIZANTESELECIONANDO A FONTE CERTA DE FERTILIZANTE11111

Abreviações: APP = polifosfato de amônio; DAP = fosfato diamônio; K = potássio; MAP = fosfato monoamônio; N = nitrogênio; P = fósforo; S = enxofre;SSP = superfosfato simples; TSP = superfosfato triplo.

as necessárias informações de diagnóstico para cada área antesda decisão de adubação.

É comum, na análise, o foco em um único nutriente, que estáem baixa disponibilidade, ao invés de considerar todos os nutrien-tes. Por exemplo, a deficiência de nitrogênio (N) é fácil de ser detec-tada devido aos sinais de crescimento atrofiado e às folhas cloróticas.No entanto, não se obtém o máximo aproveitamento da aplicaçãode N se as deficiências secundárias de nutrientes, como as de fós-foro (P) e potássio (K), também não forem corrigidas (Figura 1).Embora, muitas vezes, o foco esteja em um nutriente em particular,eles devem atuar em conjunto para sustentar o crescimento ade-quado das plantas.

2. FORMAS DE FERTILIZANTES2. FORMAS DE FERTILIZANTES2. FORMAS DE FERTILIZANTES2. FORMAS DE FERTILIZANTES2. FORMAS DE FERTILIZANTES

A seleção da fonte certa de fertilizante frequentemente começacom a escolha da forma com que os nutrientes serão aplicados.

2.1. Fertilizantes fluidosOs adubos fluidos são populares devido à sua versatilidade

em relação à mistura de muitos nutrientes, compondo um materialhomogêneo que pode ser aplicado uniformemente no campo. Por

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exemplo, os adubos fluidos são eficazes e apresentam flexibilidadequando aplicados como fertilizantes de arranque ou gotejados emcobertura, e também apresentam bom desempenho quando aplica-dos com a água de irrigação. Eles são fáceis de ser manuseados esão excelentes veículos para uso com micronutrientes, herbicidas epesticidas.

Os fertilizantes líquidos podem se apresentar na forma desoluções ou suspensões, as quais são apropriadas em algumassituações. As suspensões podem ser preparadas com materiaismenos solúveis e pode-se alcançar maior concentração de nu-trientes, quando comparadas às soluções. Quantidades elevadasde micronutrientes podem ser incorporadas às suspensões, bemcomo herbicidas e inseticidas na forma de pó, os quais não sãoapropriados para mistura com fertilizantes convencionais.

2.2. Fertilizantes sólidos

• Fertilizante granuladoEm muitas circunstâncias, o fertilizante granulado, contendo

proporções variáveis de NPK e de outros nutrientes, é uma boa esco-lha. O fertilizante granulado pode ser mais facilmente transportado eaplicado, quando comparado ao fertilizante simples. Ele é adequadopara a aplicação no plantio, com vários nutrientes, seguida, maistarde, no período de crescimento, da aplicação de N em cobertura oude qualquer nutriente necessário. O fertilizante granulado é utili-zado quando se deseja uma aplicação uniforme dos nutrientes, umavez que cada grânulo contém todos os nutrientes, além de não sersuscetível à segregação de partículas, como ocorre com algumasmisturas feitas com materiais fertilizantes individuais. Existem outraspossibilidades para se incorporar nutrientes em fertilizantes gra-nulados, como, por exemplo, a adição de pequenas quantidades deenxofre elementar (S) para aumentar a disponibilidade de nutrientes,promovendo acidificação em torno da partícula. A composição denutrientes do fertilizante granulado deve ser selecionada de forma acorresponder às necessidades das lavouras individuais.

• Misturas de grânulosDois ou mais fertilizantes podem ser misturados para aten-

der às necessidades específicas de um cliente. Cada campo podereceber a quantidade específica de cada nutriente recomendado.As misturas são populares porque elas podem ser feitas com com-ponentes de baixo custo e com equipamentos relativamente econô-micos. Os materiais misturados devem possuir propriedades quími-cas e físicas compatíveis. Um dos problemas potenciais que podemocorrer com misturas de grânulos é a separação da mistura duranteo transporte e manuseio. Especialistas em mistura de fertilizantesestão conscientes deste problema e combinam, tanto quanto possí-vel, tamanhos uniformes de partículas de diferentes nutrientes.

3. ÍNDICE SALINO3. ÍNDICE SALINO3. ÍNDICE SALINO3. ÍNDICE SALINO3. ÍNDICE SALINO

Se o fertilizante for colocado próximo à semente, o índice sali-no é um fator que também deve ser considerado. O índice salino éuma indicação do potencial osmótico do fertilizante quando este sedissolve na solução do solo. O índice não prevê o dano real para umaplântula, mas permite que sejam feitas comparações entre as fontesde fertilizantes. Fertilizantes com maior teor de nutrientes muitas ve-zes têm menor índice salino por unidade de nutriente desde que umaquantidade menor de material seja adicionada ao solo. Adubos flui-dos podem ter menor efeito salino que fertilizantes granulados, poissão mais uniformemente distribuídos em um volume maior do solo.

A seleção da fonte certa de fertilizantes exige a compreen-são das condições de solo, clima, crescimento da cultura e das

metas do agricultor, a fim de que sejam tomadas as melhores deci-sões. Uma visão geral das propriedades de alguns materiais fertili-zantes auxiliará em algumas das considerações a serem feitas quan-do na seleção da fonte certa.

4. APLICAÇÃO NO SOLO4. APLICAÇÃO NO SOLO4. APLICAÇÃO NO SOLO4. APLICAÇÃO NO SOLO4. APLICAÇÃO NO SOLO

4.1. NITROGÊNIO4.1. NITROGÊNIO4.1. NITROGÊNIO4.1. NITROGÊNIO4.1. NITROGÊNIOExistem excelentes fontes de fertilizante nitrogenado. A se-

leção de fontes específicas do adubo é feita cosiderando-se fatorescomo preço, equipamento de aplicação disponível e necessidadesnutricionais da cultura. Maior ênfase deve ser dada às perdas po-tenciais desse valioso nutriente por causa dos impactos potenciaissobre a qualidade da água e do ar, que podem variar muito emfunção da fonte de N, do clima, do solo e do sistema de cultivo.

• Amônia anidraAmplamente utilizada para aplicação direta, a amônia anidra

contém maior teor de N, quando comparada a outras fontes defertilizantes nitrogenados; porém, medidas de segurança devem sertomadas em relação ao transporte e aplicação, e rigorosos procedi-mentos de segurança devem ser seguidos durante o manuseio.Quando a amônia anidra é aplicada, o teor de umidade do solo nãodeve ser muito baixo nem muito alto a fim de evitar perdas de mate-riais voláteis. É o produto escolhido para aplicação em milho, noinverno, no Meio-Oeste dos Estados Unidos. A adição de um inibidorda nitrificação pode ser vantajosa nos locais onde o potencial deperda por lixiviação ou desnitrificação é elevado, como nos solos are-nosos e mal drenados que recebem substancial precipitação. A amô-nia anidra também pode ser adicionada à água de irrigação, emboraseja suscetível à perda por volatilização ao se utilizar essa técnica.No Brasil, esta fonte não tem sido utilizada.

• UréiaConcentrações relativamente elevadas do nutriente e meno-

res custos de produção fazem da uréia o mais comum fertilizantenitrogenado utilizado mundialmente. A uréia normalmente se hidro-lisa em amônia em poucos dias quando a enzima urease está pre-sente. A urease é abundante na maioria dos solos, plantas e resí-duos. Se a uréia é deixada na superfície do solo, sem incorporaçãopelo manejo ou infiltração com a água, pode ficar suscetível a con-sideráveis perdas de amônia por volatilização. Quando a uréia semove abaixo da superfície do solo a perda de amônia geralmente éeliminada. Aditivos químicos têm sido usados para inibir temporaria-mente a enzima urease e reduzir a perda de amônia da uréia aplicadana superfície do solo. A utilização de aditivos deve ser consideradaquando a uréia não pode ser incorporada, especialmente quando opH do solo é alto ou quando grande quantidade de resíduos dacolheita permanecem na superfície. Inibidores da nitrificação tam-bém podem ser usados com a uréia nos locais onde o potencial delixiviação de nitrato ou a desnitrificação são elevados. Soluções deuréia são eficazes para aplicação foliar, pois os danos no tecido vege-tal são menores do que os de muitas outras fontes de N.

• Soluções nitrogenadasSoluções contendo uma mistura de aproximadamente meta-

de do N da uréia e metade do N do nitrato de amônio são amplamen-te utilizadas. O comportamento deste líquido, uréia-nitrato de amônio(URAN), como fertilizante nitrogenado é semelhante ao de cada umdos componentes individualmente. A solução URAN é desejáveldevido à sua facilidade de manuseio, solubilidade completa e com-patibilidade de mistura com muitos outros fertilizantes líquidos e

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produtos químicos. As soluções nitrogenadas são particularmentebem adequadas para cobertura e fertirrigação.

• Adubo de liberação controladaEm alguns sistemas de produção, o uso do fertilizante de

liberação controlada pode fornecer benefícios significativos em pro-dutividade, economia de trabalho, impactos ambientais e flexibili-dade de manejo quando o produto é devidamente combinado coma demanda das culturas e as condições de crescimento. O mecanis-mo de controle da liberação de nutrientes varia consideravelmenteem diferentes produtos. Muitos produtos de liberação controladatêm uma capa de polímero em torno do fertilizante solúvel (uréia namaioria das vezes). O revestimento irá responder à umidade e àtemperatura elevada para gradualmente permitir que os nutrientesse difundam através do polímero ao longo do tempo. A época deaplicação recomendada é fornecida no rótulo do produto. A libera-ção de N a partir de outros materiais é controlada pela atividadebiológica ou pela lenta dissolução na água.

Outros fertilizantes contendo N também podem ser excelen-tes opções, dependendo da necessidade da cultura e de outrosfatores. Essas fontes podem incluir materiais como sulfato de amônio,tiossulfato de amônio e numerosos materiais à base de nitrato. Cadaum pode ser a fonte correta sob várias condições.

• Fontes orgânicas de NPara muitas condições de cultivo, as fontes orgânicas de N

podem ser benéficas. Quando os estercos são utilizados comofontes de N, é importante conhecer o conteúdo de nutrientes domaterial, a perda esperada de voláteis de amônia (dependendo daépoca de aplicação e localização) e a taxa de liberação de nutrien-tes. Estercos com elevado índice de amônio/carbono apresentamliberação de N de forma relativamente rápida. Quando o estercocontém mais N orgânico, a liberação de N ocorre mais lentamente.Estes em geral fornecem mais N no segundo ano, o que deve serconsiderado quando na sua utilização. Algumas culturas de co-bertura (especialmente leguminosas) e resíduos vegetais tambémsão fontes potenciais de N e podem constituir valiosa fonte denutrientes às plantas.

4.2. FÓSFORO4.2. FÓSFORO4.2. FÓSFORO4.2. FÓSFORO4.2. FÓSFORO

As concentrações de P disponíveis para a planta no solosão geralmente bastante baixas devido à alta reatividade do P comos componentes minerais diversos. A química do solo relativa aosfertilizantes fosfatados é complexa e envolve reações de rápidaadsorção na superfície e de prolongadas transformações na fasesólida. Na maioria dos solos, a seleção de um fertilizante fosfatadoparticular não afeta significativamente a disponibilidade de P para aplanta a curto ou longo prazo.

Os fertilizantes fosfatados sólidos mais comumente utiliza-dos são fosfato monoamônio (MAP), superfosfato simples (SSP) esuperfosfato triplo (TSP). Embora o MAP e o fosfato diamônio(DAP) sejam fontes de N, o principal valor destes fertilizantes écomo fonte de P. O polifosfato de amônio (APP) é a fonte líquida deP mais comumente utilizada nos Estados Unidos.

A principal diferença entre MAP e DAP está relacionadaao pH em torno do grânulo após a dissolução. A solução saturadade MAP tem pH menor que 4 enquanto a de DAP tem pH 8.Portanto, a aplicação em faixa de DAP em solos com alto pHpode resultar na liberação de amônia, que pode prejudicar a ger-minação das sementes. O potencial de perdas de amônia com aaplicação de DAP é maior do que o do MAP, especialmente em

solos alcalinos. Não há diferença agronômica significativa novalor do P fertilizante desses materiais.

• Polifosfato de amônio líquido (APP)Cerca de metade do P no APP líquido é ortofosfato e a metade

restante são compostos de polifosfato. As moléculas de polifosfatose convertem rapidamente em ortofosfato e tornam-se disponíveispara absorção pelas plantas. Este ligeiro atraso na disponibilidade deP que ocorre durante a hidrólise do polifosfato não tem nenhumefeito prejudicial no crescimento das plantas. Em algumas condiçõesde solo, quando o P é adicionado na forma granular, a disponibilidadeinicial para a planta pode ser limitada pelo lento movimento da águano grânulo, resultando em diminuição da disponibilidade do elemento,quando comparado aos fertilizantes fosfatados líquidos. No entan-to, para fins práticos, as diferenças na disponibilidade de P entre asfontes líquidas e sólidas não são significativas. Esta fonte é poucoutilizada no Brasil.

• EstercosEstercos animais podem ser uma excelente fonte de P para

as plantas. Quando o esterco é utilizado principalmente como fontede N, a quantidade de P aplicada é, muitas vezes, três a cinco vezesmaior do que a necessidade de muitas plantas, o que pode resultarem excessivo acúmulo de P nas multi-aplicações realizadas nos anosseguintes. Um alternativa é a aplicação do esterco para providen-ciar a quantidade adequada de P e então suplementar com quanti-dades adicionais de N, a fim de satisfazer as necessidades das cul-turas deste nutriente. O manejo do esterco animal deve incluir umplano para evitar o escoamento superficial dos nutrientes. Em mui-tos estercos e compostos, mais de 75% do P total está presente naforma de ortofosfato, o qual irá se comportar de maneira seme-lhante aos fertilizantes fosfatados. A fração de P ligada organica-mente exige degradação microbiana antes que esteja disponívelpara absorção pelas plantas, e muitas vezes isso ocorre no perío-do de um ano.

4.3. POTÁSSIO4.3. POTÁSSIO4.3. POTÁSSIO4.3. POTÁSSIO4.3. POTÁSSIO

Existem muitas fontes excelentes de fertilizante potássico. Con-siderando-se que o comportamento do K nesses materiais é idênticono solo, uma consideração importante a se fazer é em relação aoânion acompanhante que está presente no material fertilizante.

• Cloreto de potássioPor ser, muitas vezes, o mineral potássico mais barato e o

mais abundante em depósitos comerciais, o cloreto de potássio é afonte mais utilizada de K. O sulfato de potássio também é umaexcelente fonte do nutriente, utilizada onde o S também é desejávelou quando a aplicação de cloreto deve ser minimizada. É menossolúvel que o cloreto de potássio e não é muito utilizado para aprodução de adubos fluidos. O uso de sulfato de potássio e demagnésio fornece uma valiosa fonte solúvel de três nutrientes es-senciais para as plantas. Outras fontes de K, como tiossulfato depotássio e nitrato de potássio, são utilizadas de forma eficaz emcondições mais específicas. O K presente nos resíduos das plan-tas, no esterco e no composto permanece solúvel e prontamentedisponível para a absorção pelas plantas, à semelhança do queocorre com os fertilizantes potássicos.

5. FERTIRRIGAÇÃO5. FERTIRRIGAÇÃO5. FERTIRRIGAÇÃO5. FERTIRRIGAÇÃO5. FERTIRRIGAÇÃOA aplicação de nutrientes com a água de irrigação é comu-

mente utilizada para economizar trabalho, aumentar a flexibilidadedo período de aplicação do nutriente e melhorar a eficiência dos

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nutrientes. As fontes de fertilizantes destinadas à fertirrigação sãopreparadas de forma a sejam evitados a precipitação do fertilizantee o entupimento do sistema de irrigação. Há excelentes fertilizantesque são compatíveis com qualquer tipo de sistema de irrigação.Atenção especial deve ser dada quando se adiciona fertilizantescontendo fósforo à água de irrigação rica em cálcio ou magnésio, afim de evitar entupimento. Lembre-se que distribuir os nutrientespor intermédio da fertirrigação é tão importante quanto sincronizara distribuição de água com as necessidades da planta.

6. APLICAÇÃO FOLIAR6. APLICAÇÃO FOLIAR6. APLICAÇÃO FOLIAR6. APLICAÇÃO FOLIAR6. APLICAÇÃO FOLIAR

Para algumas culturas, a adubação foliar pode ser o métodomais econômico e confiável no fornecimento de determinados nutri-entes, especialmente micronutrientes. Pode haver grande diferençana eficiência de diferentes fontes de fertilizantes quanto à penetraçãonas folhas e fornecimento do benefício nutricional desejado. Em con-dições especiais de cultivo, a adubação foliar pode ser útil para com-pletar os nutrientes fornecidos pelo solo durante as fases críticas decrescimento, como parte de um plano global de nutrição, porém, esta

prática não é vantajosa para a maioria das culturas agronômicas.Recomendações locais devem ser seguidas para a seleção da fontede nutrientes foliares mais eficiente nas culturas especiais.

Muitos fatores estão envolvidos na combinação do con-ceito 4C de seleção da fonte-dose-época-local certos para atenderas metas econômicas, ambientais e sociais específicas. Não há cla-ramente uma fonte “certa” de nutrientes para todas as situações.Considerando que as condições tecnológicas e econômicas sãomutáveis, é necessária uma reavaliação periódica a fim de se obter omáximo aproveitamento dos nutrientes das plantas. Este artigo, quediscute as fontes mais comuns de fertilizantes, aponta para a ne-cessidade de interações contínuas entre consultores agronômicose seus clientes quando avaliam a nutrição de plantas e as fontespotenciais de fertilizante.

LITERATURA CITADALITERATURA CITADALITERATURA CITADALITERATURA CITADALITERATURA CITADAMURRELL, T. S.; MUNSON, R. D. Balanced nutrition is key to im-proving yields and minimizing N fertilizer loss. Better Crops, v. 83, n. 3,p. 28-31, 1999.

De acordo com um estudo publicado em 29 de julhode 2009 no American Journal of Clinical Nutri-tion, não há evidência de que os alimentos produzi-

dos organicamente são nutricionalmente superiores aos alimentosproduzidos convencionalmente.

O estudo, encomendado pela Food Standards Agency(FSA), foi realizado por uma equipe de pesquisadores da LondonSchool of Hygiene & Tropical Medicine. Liderada pelo Dr. AlanDangour, a equipe analisou trabalhos publicados nos últimos 50 anosque relacionavam o teor de nutrientes e os benefícios na saúdeproporcionados pelos alimentos orgânicos e convencionais. Atual-mente, esta revisão sistemática é o estudo mais abrangente realiza-do nessa área. A FSA encomendou esta pesquisa como parte deseu compromisso em oferecer aos consumidores informações pre-cisas sobre os alimentos, com base na ciência moderna.

Mais de 50.000 documentos foram pesquisados e um totalde 162 artigos relevantes foram considerados. Para garantir rigormetodológico, a qualidade de cada artigo foi avaliada. Para seremclassificados como de qualidade satisfatória, os estudos tinhamque fornecer informações sobre o sistema de certificação orgânicano qual os alimentos foram obtidos, a cultivar da cultura ou raçados animais analisados, o nutriente ou outra substância nutricio-nalmente relevante e os métodos de análise laboratorial e de esta-tística utilizados.

A análise apresentada sugere que alimentos produzidos or-ganicamente e convencionalmente são comparáveis em seus con-teúdos de nutrientes. Para 10 das 13 categorias de nutrientes anali-

QUALIDADE NUTRICIONAL:QUALIDADE NUTRICIONAL:QUALIDADE NUTRICIONAL:QUALIDADE NUTRICIONAL:QUALIDADE NUTRICIONAL:ALIMENTOS ORGÂNICOS x ALIMENTOS CONVENCIONAISALIMENTOS ORGÂNICOS x ALIMENTOS CONVENCIONAISALIMENTOS ORGÂNICOS x ALIMENTOS CONVENCIONAISALIMENTOS ORGÂNICOS x ALIMENTOS CONVENCIONAISALIMENTOS ORGÂNICOS x ALIMENTOS CONVENCIONAIS11111

sadas, não houve diferenças significativas entre os métodos deprodução. Em uma análise, que incluiu apenas estudos de qualida-de satisfatória, as culturas produzidas convencionalmente tiveramteores significativamente mais elevados de nitrogênio e as culturasproduzidas organicamente apresentaram teores significativamentemais elevados de fósforo e maior acidez. Das 11 categorias analisa-das, nenhuma diferença evidente foi detectada em 8 delas, quaissejam: vitamina C, compostos fenólicos, magnésio, potássio, cál-cio, zinco, cobre e sólidos solúveis totais.

De acordo com Dr. Dangour, “um pequeno número de dife-renças nos teores de nutrientes foi verificado nos alimentos produ-zidos organica e convencionalmente e, embora estas diferençassejam biologicamente plausíveis, é pouco provável que sejam derelevância para a saúde pública. Nossa análise indica que não háatualmente nenhuma evidência que apoie a seleção de alimentosproduzidos organicamente, em detrimento dos produzidos conven-cionalmente, com base na superioridade nutricional”.

Gill Fine, diretor da FSA, concluiu: “garantir que as pessoastenham informações precisas sobre os aspectos dos alimentos éabsolutamente essencial, no sentido de permitir que elas façam es-colhas certas sobre aquilo que estão consumindo. Este estudo nãoindica que as pessoas não devem comer alimentos orgânicos. Oque ele mostra é que há pouca, ou nenhuma, diferença nutricionalentre alimentos orgânicos e alimentos produzidos convencional-mente, e que não há nenhuma evidência de benefícios adicionaispara a saúde pelo consumo de alimentos orgânicos. A agência apóiaa escolha do consumidor e não é nem a favor nem contra os alimen-tos orgânicos. Reconhecemos que há muitas razões pelas quais aspessoas optam por escolher os alimentos orgânicos, como obem-estar do animal ou as preocupações ambientais. A Agênciacontinuará a fornecer aos consumidores informações precisassobre os alimentos com base nas melhores evidências científi-cas disponíveis”.

1 Fonte: Nutritional quality of organic foods: a systematic review.Alan D. Dangour, Sakhi K Dodhia, Arabella Hayter, Elizabeth Allen, KarenLock, Ricardo Uauy. American Journal of Clinical Nutrition, July 29, 2009.Organic Review published. Food Standards Agency, http://www.food.gov.uk/news/newsarchive/2009/jul/organic

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EM DESTAQUE EM DESTAQUE EM DESTAQUE EM DESTAQUE EM DESTAQUE

SIMPÓSIO SOBRE BOAS PRÁTICAS PARASIMPÓSIO SOBRE BOAS PRÁTICAS PARASIMPÓSIO SOBRE BOAS PRÁTICAS PARASIMPÓSIO SOBRE BOAS PRÁTICAS PARASIMPÓSIO SOBRE BOAS PRÁTICAS PARAUSO DE FERTILIZANTES (BPUF)USO DE FERTILIZANTES (BPUF)USO DE FERTILIZANTES (BPUF)USO DE FERTILIZANTES (BPUF)USO DE FERTILIZANTES (BPUF)

No período de 28 a 30 de setembro último, realizou-se, soborganização do IPNI Brasil, o Simpósio sobre Boas Práticas paraUso de Fertilizantes (BPUF), em Piracicaba, SP.

O evento contou com 260 participantes, dentre os quais31 palestrantes oriundos da Argentina, Canadá, Nova Zelândia,Suiça, Estados Unidos e Brasil, cujas palestras versaram sobre aforma de utilizar fertilizantes com eficiência, otimizando os re-sultados agronômicos e minimizando os potenciais impactos am-bientais.

“O evento atingiu plenamente os seus objetivos e estamosorgulhosos pelos resultados alcançados. Entretanto, o Simpósiocumpriu apenas a primeira de três etapas a serem desenvolvidas. Asegunda etapa é a publicação de um livro contendo as 30 apresen-tações, e a terceira etapa será a ampla promoção e implementaçãodas BPUF no Brasil por intermédio de seminários e publicaçõesespecíficas adaptadas às diferentes regiões do país”, disse Dr. Pro-chnow, diretor do Programa do IPNI no Brasil.

CURSO DE TREINAMENTO SOBRE AVALIAÇÃO ECURSO DE TREINAMENTO SOBRE AVALIAÇÃO ECURSO DE TREINAMENTO SOBRE AVALIAÇÃO ECURSO DE TREINAMENTO SOBRE AVALIAÇÃO ECURSO DE TREINAMENTO SOBRE AVALIAÇÃO ECONTROLE DA FERTILIDADE DO SOLOCONTROLE DA FERTILIDADE DO SOLOCONTROLE DA FERTILIDADE DO SOLOCONTROLE DA FERTILIDADE DO SOLOCONTROLE DA FERTILIDADE DO SOLO

Um curso de treinamento sobre Avaliação e Controle da Fer-tilidade do Solo foi oferecido a 29 agrônomos e profissionais agrí-colas, em Bebedouro, SP, setembro último. Este evento, com dura-ção de 12 horas, constituiu parte do Workshop sobre Especializa-ção em Manejo do Solo promovido pela Universidade de São Paulo.

Em sua apresentação, Dr. Prochnow enfatizou os princípiosfundamentais para a avaliação da fertilidade do solo e sua aplicaçãono Brasil, apresentando uma visão geral sobre o manejo adequadodo solo para a nutrição sustentável das plantas. “Este curso repre-sentou uma boa oportunidade para interagir com os profissionaisno campo, por apresentar as mais modernas tecnologias e aprendersobre seus desafios”, disse ele.

Staff do IPNI no Simpósio sobre Uso Eficiente de Nutrientes.Da esquerda para direita: Dr. García, Dr. Prochnow, Dr. Murrell,Dr. Espinosa, Dr. Snyder e Dr. Fixen.

SISTEMAS INTEGRADOS DE MANEJO NASISTEMAS INTEGRADOS DE MANEJO NASISTEMAS INTEGRADOS DE MANEJO NASISTEMAS INTEGRADOS DE MANEJO NASISTEMAS INTEGRADOS DE MANEJO NAPRODUÇÃO AGRÍCOLA SUSTENTÁVELPRODUÇÃO AGRÍCOLA SUSTENTÁVELPRODUÇÃO AGRÍCOLA SUSTENTÁVELPRODUÇÃO AGRÍCOLA SUSTENTÁVELPRODUÇÃO AGRÍCOLA SUSTENTÁVEL

A cidade de Jataí, GO, sediou a 56a edição do Simpósiosobre Manejo Integrado de Sistemas de Produção Agrícola Sus-tentável (SIMPAS).

O evento, rea-lizado no período de9 a 11 de novembro,contou com a presen-ça do diretor-adjuntodo IPNI Brasil, Dr.Valter Casarin, queapresentou a palestra“Adubação do Siste-ma de Produção paraa Sustentabilidade daAgricultura no Cerra-do”.

A organizaçãodo evento esteve soba responsabilidade doProf. Dr. FernandoSimões Gielfi.

Os 290 partici-pantes tiveram a opor-tunidade de participar de palestras e debates que discutiram, entreoutros assuntos, o manejo dos solos do Cerrado e as boas práticasde adubação visando a sustentabilidade da agricultura.

Dr. Valter Casarin durante sua palestra.

SIMPÓSIO SOBRE USO EFICIENTE DE NUTRIENTESSIMPÓSIO SOBRE USO EFICIENTE DE NUTRIENTESSIMPÓSIO SOBRE USO EFICIENTE DE NUTRIENTESSIMPÓSIO SOBRE USO EFICIENTE DE NUTRIENTESSIMPÓSIO SOBRE USO EFICIENTE DE NUTRIENTES

Em novembro último, durante o XVIII Congresso Latino-americano de Ciência do Solo, ocorrido em San José, na Costa Rica,o IPNI apresentou o Simpósio sobre Uso Eficiente de Nutrientes,coordenado por Dr. José Espinosa, diretor do IPNI na América Cen-tral, e Dr. Fernando García, Diretor do IPNI no Cone Sul.

A equipe do IPNI resumiu o estado do conhecimento comrespeito à eficiência do uso de nutrientes na América Latina e dis-cutiu o contexto dentro do qual se deve manejar os nutrientes. Naprimeira parte do simpósio, Dr. Paul Fixen, vice-presidente do IPNI,Dr. Cliff Snyder e Dr. Scott Murrell, diretores regionais do IPNI nosEstados Unidos, enfocaram os princípios gerais do manejo apropria-do dos nutrientes. Na segunda parte, diretores regionais do IPNI naAmérica Latina, representados por Dr. José Espinosa, Dr. FernandoGarcia e Dr. Luís Prochnow, enfocaram as melhores práticas de ma-nejo em suas regiões específicas.

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18 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 128 – DEZEMBRO/2009

DOIS BRASILEIROS RECEBEM ODOIS BRASILEIROS RECEBEM ODOIS BRASILEIROS RECEBEM ODOIS BRASILEIROS RECEBEM ODOIS BRASILEIROS RECEBEM O IPNI SCHOLAR AWARD 2009 IPNI SCHOLAR AWARD 2009 IPNI SCHOLAR AWARD 2009 IPNI SCHOLAR AWARD 2009 IPNI SCHOLAR AWARD 2009

Os vencedores do Scholar Award 2009, patrocinado peloInternational Plant Nutrition Institute (IPNI) dos Estados Unidos, jáforam anunciados. Prêmios de US$ 2.000 (dois mil dólares) estão dispo-níveis anualmente para estudantes de graduação em ciências relevan-tes relacionadas ao manejo de nutrientes e e à nutrição de plantas.

“Em 2009 havia candidatos altamente qualificados, de umaampla gama de universidades e campos de estudo”, disse Terry L.Roberts, presidente do IPNI. “As instituições acadêmicas que es-tes representam e seus conselheiros e professores podem se orgu-lhar de suas realizações. A comissão para a seleção obedece a cri-térios rigorosos para avaliar os aspectos importantes do trabalhode cada candidato acadêmico”.

No total, 14 alunos de pós-graduação foram nomeados parareceber o Scholar Award em 2009, sendo o prêmio difundido paranovas regiões – América do Norte, China, Índia, Europa, Ásia Cen-tral, América Latina, Austrália.

Dois candidados brasileiros foram selecionados: EduardoKawakami e Leandro Bortolon.

Eduardo Kawakami estáconcluindo seu doutorado em Fisio-logia Vegetal na Universidade deArkansas, com a dissertação intitu-lada “Respostas fisiológicas e rendi-mento de algodão (Gossypium spp.)à uréia com NBPT e DCD sob dife-rentes condições de estresse”. Oresultado da sua pesquisa deve aju-dar os cotonicultores nas práticasadequadas da adubação nitroge-nada, com rendimentos mais eleva-dos e impacto mínimo sobre o ambiente. Seu projeto envolve aavaliação da uréia com e sem o inibidor de urease NBPT no cresci-mento e rendimento do algodão sob diferentes temperaturas e con-dições de salinidade. Kawakami tem grande interesse em boas prá-ticas de manejo, com o uso da nutrição equilibrada e cultivaresmelhoradas para sistemas agrícolas sustentáveis.

Leandro Bortolon está com-pletando os requisitos para o seudoutoramento em Fertilidade do Soloe Manejo de Nutrientes na Univer-sidade Federal do Rio Grande doSul. O título de sua tese é “Dinâmi-ca de fósforo em solos sob plantiodireto afetados pelo uso da terra esua relação com a produtividade dasculturas”. Um importante foco de suapesquisa é avaliar as melhores práti-cas de gestão de P em sistemas deplantio direto no Sul do Brasil, combase em eficiência na utilização denutrientes e aspectos econômicos e ambientais. Trabalhos extensi-vos de campo foram conduzidos nos últimos quatro anos visando aeficiência na utilização do fósforo para proteção da qualidade do soloe da água e práticas a longo prazo para o P como recurso finito. Alémdisso, Bortolon trabalha em outras atividades, focalizando principal-mente a eficiência das análises laboratoriais de solo na extração demulti-elementos e métodos para sua determinação.

Mais detalhes podem ser vistos no site: www.ipni.net.

EQUIPE DO IPNI É HOMENAGEADA NOEQUIPE DO IPNI É HOMENAGEADA NOEQUIPE DO IPNI É HOMENAGEADA NOEQUIPE DO IPNI É HOMENAGEADA NOEQUIPE DO IPNI É HOMENAGEADA NOENCONTRO ANUAL DA ASA-CSSA-SSSAENCONTRO ANUAL DA ASA-CSSA-SSSAENCONTRO ANUAL DA ASA-CSSA-SSSAENCONTRO ANUAL DA ASA-CSSA-SSSAENCONTRO ANUAL DA ASA-CSSA-SSSA

Dr. Clifford S. Snyder, Dr. Robert L Mikkelsen e Dr. ScottMurrell, membros da equipe científica do IPNI dos Estados Unidos,foram homenageados durante recente encontro anual da AmericanSociety of Agronomy, Crop Science Society of America e Soil ScienceSociety of America (ASA-CSSA-SSSA), ocorrido em Pittsburgh.

Dr. Snyder, diretor do Programa de Nitrogênio, foi eleitoFellow da Soil Science Society of America, uma honra conferida aapenas 0,3% dos membros da sociedade. Dr. Mikkelsen, diretor daRegião Oeste, recebeu o Agronomic Industry Award, oferecidoem reconhecimento ao excelente desempenho como engenheiroagrônomo do setor privado no desenvolvimento e implementaçãode programas agronômicos. O Prêmio Soil Science Industry, quereconhece contribuições notáveis para solo, meio ambiente, re-cursos naturais e agricultura realizadas por um profissional oucientista do setor privado, foi conferido ao Dr. Murrell, diretor daRegião Norte-Central dos Estados Unidos.

Dr. Mark Alley (à esquerda), presidente da ASA, entrega o prêmioao Dr. Mikkelsen.

Dr. Paul Bertsch (à esquerda), presidente da SSSA, entrega oprêmio ao Dr. Snyder.

Dr. Paul Bertsch (à esquerda), entrega o prêmio ao Dr. Murrell.

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DIVULGANDO A PESQUISA

1. PRODUTIVIDADE DE MASSA SECA E EXTRAÇÃODE NUTRIENTES POR FORRAGEIRAS CONSORCIADASCOM MILHO E ADUBADAS NO INVERNO-PRIMAVERACOM NITROGÊNIO

ANDREOTTI, M.; PARIZ, C. M.; BERGAMASCHINE, A. F.;GARCIA, C. M. de P.; COSTA, N. R.; BUZETTI, S. In: Congres-so Brasileiro de Ciência do Solo, 32., Fortaleza, 2009. Resumos...Fortaleza: SBCS, 2009. CD ROM.

O consórcio de espécies forrageiras com milho tem por objeti-vo utilizar estas forrageiras tanto para pastejo como cobertura morta.As forrageiras tropicais apresentam resposta efetiva à adubaçãonitrogenada, elevando a produtividade de massa seca e extração denutrientes. Objetivou-se avaliar o efeito da adubação nitrogenada acu-mulada de quatro cortes sobre a produtividade de massa seca e aextração de N, P e K de plantas forrageiras. O trabalho foi desenvolvidona FEPE (FEIS/UNESP), no município de Selvíria, MS, em um LatossoloVermelho distroférrico em sistema plantio direto. O delineamento ex-perimental foi o de blocos casualizados, em parcelas subdivididas comquatro repetições, sendo as parcelas constituídas de oito sistemas decultivo de forrageiras formadas através do consórcio com o milho nasafra anterior (Panicum maximum cv. Tanzânia e Mombaça, Brachiariabrizantha cv. Marandu e Brachiaria ruziziensis semeados simultane-amente e por ocasião da adubação nitrogenada de cobertura) e assubparcelas doses de N aplicadas na forrageira após a colheita domilho (0, 200, 400 e 800 kg ha-1 ano-1 de N, parceladas em quatro vezes).

Dentre as gramíneas avaliadas, independente da forma deconsórcio com o milho em antecessão e com o aumento das dosesde N, os Panicuns, com ênfase na cv. Mombaça, apresentarammaior produtividade de massa seca, bem como foram as que maisextraíram nutrientes, principalmente N e K.

2. ÉPOCA DE APLICAÇÃO DE NITROGÊNIO NO FEIJOEIROIRRIGADO MONITORADA COM AUXÍLIO DE SENSORPORTÁTIL

BARBOSA FILHO, M. P.; COBUCCI, T.; FAGERIA, N. K.; MEN-DES, P. N. Ciência e Agrotecnologia, v. 33, n. 2, p. 425-431, 2009.(http://www.scielo.br/pdf/cagro/v33n2/v33n2a10.pdf)

A definição da melhor época para aplicação de N nas culturasé fundamental para aumentar a eficiência de uso do N e a produtivida-de e reduzir os custos com fertilizantes. Objetivou-se neste trabalhoavaliar as formas e as épocas de aplicação de N no feijoeiro. Astécnicas de manejo consistiram em antecipar a aplicação do N emrelação à semeadura, em aplicações baseadas na recomendação locale na suficiência de N avaliada por meio do teor de clorofila na folha,determinado com auxílio do clorofilômetro Minolta SPAD-502.

As produtividades de grãos alcançadas com a aplicação an-tecipada de N foram semelhantes àquelas obtidas em outras épocas.A aplicação de N na época indicada pelo índice de suficiência de N(ISN < 90%) foi promissora em predizer a necessidade de aplicação deN em cobertura com gasto de 60 kg ha-1 de N a menos e com maioreficiência agronômica do fertilizante. Os níveis críticos mínimos deleitura no clorofilômetro portátil para obtenção de 90% da produti-vidade máxima de grãos de feijão foram de 42 unidades-SPAD, aos30 DAE, e 46 unidades-SPAD, no pleno florescimento do feijoeiro.

3. EFEITO RESIDUAL DE FONTES, DOSES E MODOS DEAPLICAÇÃO DE FÓSFORO EM CANA-DE-AÇÚCARVARIEDADE RB835486 EM SOLO ORIGINALMENTEOCUPADO POR CERRADO

SCHMITZ, G. A. F.; BOLONHEZI, A. C.; FERNANDES, F. M.;MARRETTE, M. E.; SOUZA, W. C. R.; TEIXEIRA, E. B.; VILE-LA, R. G.; VALÉRIO FILHO, W. V. In: FertBio 2008: Desafios parao uso do solo com eficiência e qualidade ambiental, Londrina,2008. Resumos... p. 87.

A expansão da cana-de-açúcar para áreas com solos de fer-tilidade baixa preconiza o manejo de tecnologias de modo a supriras necessidades da cultura nesses ambientes, buscando aumentoda produtividade. Objetivou-se avaliar o efeito residual da aplica-ção de fontes, modos e doses de fósforo no plantio sobre o terceirociclo da cultura da cana-de-açúcar variedade RB835486, para umsolo originalmente ocupado por cerrado. O experimento foi instala-do em Latossolo Vermelho distroférrico no município de Aparecidado Taboado (MS) utilizando um delineamento inteiramentecasualizado, com quatro repetições e seis tratamentos, compostospela associação de fontes (superfosfato simples e termofosfato Mg),modos de aplicação e doses de P2O5, comparados à uma testemu-nha. As variáveis analisadas foram produtividade de colmos noterceiro ciclo, Pol%cana, Pol por hectare (TPH) e produtividadeacumulada dos três ciclos.

Os resultados indicaram diferentes respostas com relação àfonte, modo de aplicação e dose para a pordutividade de colmos, aocontrário da Pol%cana; mesmo assim a TPH apresentou diferenças,em virtude da produtividade de colmos. A aplicação de 100 kg ha-1

de P2O5 no sulco de plantio, como superfosfato simples, eviden-ciou um incremento de 44,2 t ha-1 ao longo de três ciclos de culti-vo, propiciando um ganho de 31,5 t ha-1 ao descontar o custo datecnologia, comprovando o efeito residual para as condições emquestão.

4. ENXOFRE APLICADO VIA FOLIAR NA CULTURA DASOJA [Glycine max (L.) Merrill]

CARVALHO, E. R.; REZENDE, P. M. de; ALCANTARA, H. P.;PASSOS, A. M. A. In: Congresso Brasileiro de Soja, 5., 2009,Goiânia. Resumos... Londrina: Embrapa Soja, 2009. p. 128.

O objetivo desse trabalho foi avaliar o efeito da aplicação deenxofre via foliar no acúmulo de nutrientes na soja. O ensaio foiconstituído de sete tratamentos, sendo utilizado os produtos S300(S = 26% , densidade = 1,16), nas dosagens de 1,0; 2,0 e 3,0 L ha-1, eS800 (S = 56%, densidade = 1,43), com doses de 0,5; 1,0 e 1,5 L ha-1

e um tratamento controle, sendo todas as aplicações realidas noestádio R3. As parcelas foram constituídas de quatro linhas espaça-das de 0,50 m, sendo utilizadas como área útil as duas fileiras centrais.

A produtividade de grãos foi alterada significativamentepela aplicação de S, com destaque para 2,0 e 3,0 L ha-1 de S300 e1,0 e 1,5 L ha-1 de S800, que proporcionaram rendimentos de 2.641,2.636, 2.621 e 2.549 kg ha-1, respectivamente. Em relação aos nu-trientes, verificou-se que o teor de Ca e S na planta foram elevadoscom a aplicação de S foliar.

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12. EFFECTS OF MOLYBDENUM, NICKEL, AND NITROGENSOURCES ON THE MINERAL NUTRITION ANDGROWTH OF RICE PLANTS

MORAES, M. F.; REIS, A. R.; MORAES, L. A. C.; LAVRES-JUNIOR, J. L.; VIVIAN, R.; CABRAL, C. P.; MALAVOLTA,E.Communications in Soil Science and Plant Analysis, v. 40,p. 3238-3251, 2009.

Upland rice plants, cultivar ‘IAC 202’, were grown in nu-trient solution until full tillering. Treatments consisted of ammo-nium nitrate (AN) or urea (UR) as nitrogen (N) source plus molyb-denum (Mo) and/or nickel (Ni): AN + Mo + Ni, AN + Mo – Ni, AN –Mo + Ni, UR + Mo + Ni, UR + Mo – Ni, and UR – Mo + Ni. Theexperiment was carried out to better understand the effect of thesetreatments on dry-matter yield, chlorophyll, net photosynthesisrate, nitrate (NO3

--N), total N, in vitro activities of urease and nitratereductase (NR), and Mo and Ni concentrations. In UR-grownplants, Mo and Ni addition increased yield of dry matter.

Regardless of the N source, chlorophyll concentration andnet photosynthesis rate were reduced when Mo or Ni were omitted,although not always significantly. The omission of either Mo orNi led to a decrease in urease activity, independent of N source.Nitrate reductase activity increased in nutrient solutions withoutMo, although NO3

--N increased. There was not a consistentvariation in total N concentration. Molybdenum and Niconcentration in roots and shoots were influenced by their supplyin the nutrient solution. Molybdenum concentration was notinfluenced by N sources, whereas Ni content in both root andshoots was greater in ammonium nitrate-grown plants. Inconclusion, it can be hypothesized that there is a relationshipbetween Mo and Ni acting on photosynthesis, although is anindirect one. This is the first evidence for a beneficial effect of Moand Ni interaction on plant growth.

7. MÉTODOS DE EXTRAÇÃO DE FÓSFORO E POTÁSSIONO SOLO SOB SISTEMA PLANTIO DIRETO

BORTOLON, L.; SCHLINDWEIN, J. A.; GIANELLO, C. CiênciaRural, v. 39, n. 8, p. 2400-2407, 2009. (http://www.scielo.br/pdf/cr/v39n8/a316cr850.pdf)

A análise de fósforo e potássio no solo, nos Estados do RioGrande do Sul e de Santa Catarina, é realizada com a solução deMehlich-1, e os estudos de seleção de métodos de análise paraesses elementos foram feitos apenas para o sistema de cultivo con-vencional. Neste trabalho, a solução de Mehlich-1 foi comparadacom a solução de Mehlich-3 e com o método da resina de trocaiônica para análise de fósforo e potássio, em solos sob plantiodireto, com experimentos de resposta das culturas à adubaçãofosfatada e potássica instalados no Rio Grande do Sul.

As quantidades de fósforo extraídas pelos métodos da resina eda solução Mehlich-3 foram maiores que as extraídas com a soluçãoMehlich-1, independentemente da profundidade de amostragem. Asquantidades de fósforo extraídas pelos métodos apresentaram altograu de associação entre si. Para o potássio, as quantidades extraídasforam semelhantes entre as metodologias estudadas, com alto grau deassociação entre si, independentemente da profundidade de amostra-gem. As metodologias estudadas são eficientes na extração de fósforoe de potássio no solo, em sistema plantio direto. Porém, devido àsmenores quantidades de P extraído pela solução de Mehlich-1, os errosem laboratório podem ser maiores pela menor amplitude de extração.

6. DOSES E FONTES DE POTÁSSIO E QUALIDADEFISIOLÓGICA DE SEMENTES DE SOJA

TOLEDO, M. Z.; CASTRO, G. S. A.; MANCUSO, M. A. C.; CRUS-CIOL, C. A. C.; SORATTO, R. P. In: FertBio 2008: desafios parao uso do solo com eficiência e qualidade ambiental, Londrina,2008. Resumos... p. 193.

A adubação potássica na cultura da soja pode contribuir demaneira significativa com a qualidade fisiológica das sementes, atra-vés do aumento da massa de sementes e germinação. O objetivodeste trabalho foi avaliar a qualidade fisiológica de sementes desoja em função de diferentes doses e fontes de K. Sementes desoja, cv Embrapa 48, foram obtidas em função de oito tratamentos,que constataram de três fontes (F1 = 11% de K, F2 = 8,42% de K eKCl) e três doses de potássio (25, 50 e 100 kg ha-1 de K) aplicadas10 DAE, e uma testemunha, sem aplicação de K neste estádio. Apósa colheita, as sementes foram avaliadas quanto ao teor de água,massa de 100 sementes, condutividade elétrica, germinação e pri-meira contagem de germinação. Os resultados foram submetidos àanálise de variância e as curvas de respostas foram ajustadas em fun-ção das doses utilizadas, para cada fonte de K. As médias para cadafonte foram comparadas através do DMS a 5% de probabilidade.

A aplicação de doses crescentes de K na cultura da sojainfluencia a qualidade fisiológica das sementes. A utilização de di-ferentes fontes de K resulta em sementes com maior massa e menorcondutividade elétrica até 50 kg ha-1. Acréscimos lineares nas por-centagens de germinação e de plântulas na primeira contagem fo-ram constatados com o aumento da dose de K, exceto quando dautilização de KCl.

5. RESPOSTA DA SOJA À APLICAÇÃO SUPERFICIAL DECALCÁRIO E SILICATO

BENEDETI, E. N.; CASTRO, G. S. A.; CRUSCIOL, C. A. C.; FOL-TRAN, R. In: FertBio 2008: desafios para o uso do solo comeficiência e qualidade ambiental, Londrina, 2008. Resumos... p. 57.

No Brasil, o material mais utilizado como corretivo de acidez dosolo é o calcário, mas sua reação é restrita a uma pequena distância dolocal da aplicação. Contudo, no sistema plantio direto, a calagem temsido realizada mediante a aplicação superficial do calcário. Porém, essemétodo de calagem aínda é bastante questionado. O experimento foiinstalado na Fazenda Experimental Lageado, pertencente à Faculdadede Ciências Agronômicas-UNESP, localizada no município de Botucatu,SP. O solo do local é do tipo Latossolo Vermelho distroférrico típicoargiloso, profundo. De acordo com a classificação Köeppen, o climapredominante na região é do tipo Cwa. A. O delineamento utilizado foiem blocos ao acaso, com 16 repetições. Os tratamentos foram consti-tuídos por duas fontes de corretivos (calcário e silicato de cálcio emagnésio) e uma testemunha. No momento do florescimento plenoforam amostradas a parte aérea das plantas de soja para a determina-ção dos teores de Si e de matéria seca. Por ocasião da colheita, foiavaliada a população de plantas, o número médio de vagens porplanta, o número médio de grãos por vagem, a massa média de100 grãos e a produtividade. Os resultados foram submetidos à aná-lise de variância. As médias referentes à aplicação de calcário e silicatoforam comparadas pelo teste t (DMS) a 5% de probabilidade.

Observou-se que os silicatos de cálcio e magnésio foramtão eficientes quanto o calcário nas melhorias das característicasagronômicas da cultura da soja. No tratamento em que foi aplicadosilicato de cálcio e magnésio houve aumento significativo na con-centração foliar de silício.

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INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 128 – DEZEMBRO/2009 21

PAINEL AGRONÔMICO

PESQUISA DE CAMPO REVELA O PERFIL DOPESQUISA DE CAMPO REVELA O PERFIL DOPESQUISA DE CAMPO REVELA O PERFIL DOPESQUISA DE CAMPO REVELA O PERFIL DOPESQUISA DE CAMPO REVELA O PERFIL DOPLANTIO DIRETO NO BRASILPLANTIO DIRETO NO BRASILPLANTIO DIRETO NO BRASILPLANTIO DIRETO NO BRASILPLANTIO DIRETO NO BRASIL

O trabalho “ESTADO DA ARTE DO PLANTIO DIRETO NOBRASIL - RALLY DA SAFRA 2009”, financiado pela FundaçãoAgrisus, revela que o sistema de plantio direto está consolidado emmais de 40% da área de soja e milho cultivados no Brasil, o querepresenta uma extensão de 11,5 milhões de hectares.

Com base no relatório onde foram analisadas as quatroregiões climáticas que concentram essas culturas, a Agrisus pre-tende discutir uma nova postura para que as instituições levem aosagricultores a tecnologia correta do plantio direto.

O trabalho mostra que a região Sul do país, que é a de invernomais úmido, tem a maior cobertura percentual de resíduos do Brasil(71%), índice que vai diminuindo gradualmente nas regiões mais se-cas, como no Norte/Nordeste (13%). O tipo de resíduo verificado nosolo mantém certa padronização, sendo que nas regiões onde o in-verno é mais frio e úmido a cobertura de gramíneas persiste no campoem maior quantidade, enquanto nas áreas com inverno mais quente eseco a produção de resíduos é menor e se decompõe mais rápido.

O trabalho foi dividido em quatro regiões: região 1 (RS, SC eparte do PR) com inverno frio e úmido, onde se planta trigo e aveiana rotação de inverno; região 2 (MS e partes do PR e SP) cominverno ameno e úmido com cultivo de trigo, aveia, milho safrinha esorgo; região 3 (MT, RO, partes de SP, MG e GO) com invernoquente e semi-úmido, com milho e sorgo como safrinha; e região 4(TO, BA, MA, PI e parte de GO), com inverno quente e seco que temo cultivo de inverno dificultado pela escassez de chuvas.

Uma pesquisa feita entre produtores presentes nas pales-tras técnicas apontou que nas regiões Norte/Nordeste predominamas grandes propriedades, com maior concentração das pequenas emédias propriedades no Sul. Nas propriedades menores o índice deadoção do plantio direto em toda a área é maior (92%), mas nasgrandes propriedades a média cai para 37% da área.

O relatório completo já está disponível para consulta edownload no endereço http://www.agrisus.org.br/arquivos/RelatorioPD_ Rally2009.pdf (www.agrisus.org.br)

GANHOS COM MICRONUTRIENTESGANHOS COM MICRONUTRIENTESGANHOS COM MICRONUTRIENTESGANHOS COM MICRONUTRIENTESGANHOS COM MICRONUTRIENTESNA CANA-DE-AÇÚCARNA CANA-DE-AÇÚCARNA CANA-DE-AÇÚCARNA CANA-DE-AÇÚCARNA CANA-DE-AÇÚCAR

Embora a produtividade agrícola da cana-de-açúcar tenhaapresentado aumentos expressivos no país nos últimos anos, amédia de 80 t ha-1 ainda é baixa e poderá ser melhorada. Um dosfatores que especialistas e pesquisadores atribuem a essa produti-vidade ainda relativamente pequena relaciona-se à expansão dacultura em áreas com solos pouco favoráveis, principalmente noEstado de São Paulo. Assim como os sítios pouco favoráveis, aexploração cada vez mais intensiva do solo, mesmo em regiões maispropícias ao cultivo da cana-de-açúcar, tem gerado problemas nacultura, ligados principalmente à extração de micronutrientes dosolo, sem a necessária reposição desses elementos fundamentais àprodutividade e, no caso de uso alimentar (açúcar), de componen-tes essenciais à saúde humana.

Estêvão V. Mellis e José A. Quaggio, pesquisadores do Cen-tro de Solos e Recursos Ambientais do IAC e coordenadores doprojeto “Micronutrientes em cana-de-açúcar”, em parceria com13 unidades produtoras de açúcar e álcool do Estado de São Paulo,mostram a resposta da cultura da cana-de-açúcar à adubação commicronutrientes (boro, cobre, manganês, molibdênio e zinco) emsolos do Estado de São Paulo, especialmente naqueles de baixafertilidade (Tabela 1). A nova estratégia adotada, em relação às pes-quisas anteriores, foi o uso de doses mais elevadas, suficientespara três a quatro anos. Os tratamentos foram constituídos pordoses de micronutrientes que, com exceção do boro, foram aplica-dos no sulco de plantio da cana.

De acordo com os pesquisadores, independentemente dotipo de solo e da variedade empregada, a cana-planta apresentouganhos expressivos de produtividade com a aplicação de micronu-trientes, principalmente para zinco, molibdênio e manganês. O zin-co foi o micronutriente que proporcionou os maiores ganhos deprodutividade – média de 17% de aumento –, em relação às parcelasque não receberam aplicação de micronutrientes. Para o molibdênioe o manganês, os ganhos médios de produtividade foram de 14% e12%, respectivamente. (www.portaldoagronegócio.com.br)

Tabela 1. Produtividade média de cana (colmos, açúcar e etanol), qualidade e viabilidade econômica em resposta à aplicação de micronutrientes em oitolocais1.

Produtividade Custo do Lucro na Lucro com Lucro comda cana adubo cana o açúcar o etanol

(t ha-1) (kg t cana-1) (t ha-1) (L ha-1) - - - - - - - - - - - - - - - - - (R$ ha-1) - - - - - - - - - - - - - - - - -Controle 106 154 16,4 8.520 0 0 0 0

Zn 126* 154 ns 19,5* 10.093 63 567 2.455 953Mn 119* 152 ns 18,1* 9.568* 85 325 1.296 592Cu 117* 152 ns 18,0* 9.411* 158 188 1.142 414B 114 ns 152 ns 17,5 ns 9.133 ns 46 206 847 350

Mo 117* 154 ns 17,8 ns 9.221* 174 167 963 279Completo 114 ns 153 ns 17,6 ns 9.159 ns 531 - 279 444 - 118

Média 116 153 17,8 9.286 - - - -CV% 10,50 5,08 11,16 10,50 - - - -

1 Médias seguidas de asterisco (*) diferem estatisticamente em relação ao tratamento controle; ns = não diferem estatisticamente.Base de dados: Litros de etanol por hectare considerando-se rendimento médio de 85 litros por tonelada de cana; custo do adubo =R$ 31,5; preço médiodo açúcar = R$ 41,1 por saca de 50 kg; preço médio do etanol = R$ 0,64.Fonte: IAC.

Tratamento Açúcar total Açúcar Etanol

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22 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 128 – DEZEMBRO/2009

CURSOS, SIMPÓSIOS E OUTROS EVENTOS

2. SHOW RURAL COOPAVEL 2010Local: Show Rural Coopavel, Cascavel, PRData: 8 a 12/FEVEREIRO/2010Informações: COOPAVEL

Fone: (45) 3225-6885Website: www.showrural.com.br

4. EXPODIRETO COTRIJAL 2010Local: Parque da Expodireto Cotrijal, Não-Me-Toque, RSData: 15 a 19/MARÇO/2010Informações: Iara Witte e Marlon Lauxen

Fone: (54) 3332-3636Website: www.expodireto.cotrijal.com.br

5. SEMINÁRIO SOBRE CONSERVAÇÃO DO SOLO EPROTEÇÃO DE RECURSOS NATURAISLocal: Anfiteatro Otávio Tisselli Filho, Av. Barão de Itapura,

nº 1.481, Campinas, SPData: 15 e 16/ABRIL/2010Informações: IAC - Isabella C. de Maria

Fone: (19) 3241-5188 ramal 302Email: [email protected]

9. 32ª SEMANA DA CITRICULTURA41° DIA DO CITRICULTOR36ª EXPOCITROSLocal: Centro APTA de Citros “Sylvio Moreira” – Rodovia

Anhanguera, km 158, Cordeirópolis, SPData: 7 a 11/JUNHO/2010Informações: Marcos Machado

Fone: (19) 3546-1399Email: [email protected]

8. 18ª FENASOJA - FEIRA NACIONAL DA SOJALocal: Santa Rosa, RSData: 30/ABRIL a 9/MAIO/2010Informações: Elenir Batista

Fone: (55) 3512-6866Website: www.fenasoja.com.br

10. 51ª EXPOSIÇÃO AGROPECUÁRIA DE ARAÇATUBALocal: Recinto de Exposições, Araçatuba, SPData: 8 a 18/JULHO/2010Informações: Safra Eventos

Fone: (18) 3624-9655Website: www.expoaracatuba.com

6. 16ª FEIRA NACIONAL DO ARROZ - FENARROZLocal: Parque de Exposições Ivan Tavares, Cachoeira do Sul, RSData: 25/ABRIL a 2/MAIO/2010Informações: Orlando Thoma

Fone: (51) 3722-2425/ 9996-6070Website: www.fenarroz.com.br

7. AGRISHOW RIBEIRÃO PRETO 2010Local: Ribeirão Preto, SPData: 26/ABRIL a 1/MAIO/2010Informações: Reed Exhibitions Alcantara Machado

Fone: (11) 3060-5000Website: www.agrishow.com.br

12. XXVII CONGRESSO BRASILEIRO DA CIÊNCIA DASPLANTAS DANINHASLocal: Centro de Convenções de Ribeirão Preto, SPData: 19 a 23/JULHO/2010Informações: Antonio Robson Pitelli

Email: [email protected]: www.27cbcpd.org.br

3. SIMPÓSIO DE NUTRIÇÃO E ADUBAÇÃO DA CULTURADO FEIJÃOLocal: Anfiteatro do Pavilhão de Engenharia, ESALQ/USP,

Piracicaba, SPData: 23 a 25/FEVEREIRO/2010Informações: FEALQ

Fone: (19) 3417-6604Email: [email protected]

11. 14ª JORNADA DE ATUALIZAÇÃO EM AGRICULTURADE PRECISÃOLocal: Departamento de Engenharia Rural, ESALQ/USP,

Piracicaba, SPData: 28/JUNHO a 2/JULHO/2010Informações: FEALQ

Fone: (19) 3417-6604Email: [email protected]

1. II WORKSHOP EM AGRICULTURA FAMILIAR:TECNOLOGIAS ALTERNATIVAS PARA O SEMI-ÁRIDOLocal: Auditório da Embrapa Semi-Árido, Petrolina, PEData: 6/JANEIRO/2010Informações: Dr. Francisco Pinheiro de Araújo/Dra. Rosa Guedes

Fone: (87) 3862-1711Website: www.cpatsa.embrapa.brE-mail: [email protected]

13. XIII CONGRESSO INTERNACIONAL DE ACAROLOGIALocal: Recife Palace Hotel, Av. Boa Viagem, 4070 – Boa Via

gem, Recife, PEData: 23 a 27/AGOSTO/2010Informações: FEALQ

Fone: (19) 3417-6604Email: [email protected]

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INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 128 – DEZEMBRO/2009 23

PUBLICAÇÕES RECENTES

1. QUÍMICA E MINERALOGIA DO SOLOEditores: Alleoni, L. R. F. e Melo, V. de F.; 2009.Conteúdo: Conceitos básicos de química; conceitos básicos de

mineralogia; equilíbrio das reações do solo; reservamineral do solo; intemperismo e ocorrência de mine-rais no ambiente do solo; esmectita, vermiculita, mi-nerais com hidróxi entre camadas e clorita; caulinita ehaloisita; óxidos de ferro; óxidos de alumínio, manga-nês e titânio; métodos físicos de análises em minera-logia do solo; química da matéria orgânica do solo;eletroquímica, adsorção e troca iônica no solo; mo-delos químicos de adsorção; mudanças químicas narizosfera; dinâmica de pesticidas no solo; químicados metais pesados no solo; química dos solos áci-dos, dos solos altamente intemperizados, dos solossalinos e sódicos e dos solos alagados; métodos ana-líticos utilizados em química do solo.

Preço: R$ 140,00 para sócios da SBCS e R$ 170,00 para não sócios+ despesas postais

Número de páginas: 685Pedidos: SBCS - Sociedade Brasileira de Ciência do Solo

Fone: (31) 3899-2471Email: [email protected]

5. OCORRÊNCIA E DISTRIBUIÇÃO DE PLANTAS DANINHASNO PARANÁ

Autores: Kranz, W. M.; Fonseca Júnior, N. da S. F.; Passini, T.;Martins, N. M. B.; 2009.

Conteúdo: Esta publicação apresenta estudo das espécies deplantas daninhas presentes no Paraná pela distribui-ção e frequência com que ocorrem nos sistemas agrí-colas do Estado. Para a identificação correta, os no-mes de todas as espécies mencionadas foram atuali-zados de acordo com os mais recentes trabalhos emfilogenia. São apresentados 300 mapas da distribui-ção de espécies de plantas daninhas e, em 15 tabelas,a ocorrência das espécies é relacionada por frequên-cia de ocorrência, importância relativa, por cultura oupor sistema de produção ou por tipo de preparo dosolo. A obra oferece ao público científico, universitá-rio e a profissionais da extensão um banco de infor-mações para conhecimento da distribuição, frequênciae importância de cada espécie de planta daninhapresente nas culturas do estado do Paraná.

Preço: R$ 30,00Número de páginas: 283Pedidos: IAPAR

Fone: (43) 3376-2373Website: www.iapar.br

4. EFFICIENCY OF SOIL AND FERTILIZER PHOSPHORUSUSE: Reconciling changing concepts of soil phosphorusbehaviour with agronomic information(FAO Fertilizer and Plant Nutrition Bulletin, 18)

Autores: Syers, J. K.; Johnston, A. E.; Curtin, D.; 2008.Conteúdo: Plant availability of soil and fertilizer phosphorus;

changing concepts of the behaviour of soil and fer-tilizer phosphorus and reconciling these with agro-nomic information; measuring the recovery of soiland fertilizer phosphorus and defining phosphorus-use efficiency; improving the efficiency of soil andfertilizer phosphorus use in agriculture.

Número de páginas: 108Preço: US$ 49.00Pedidos: FAO

Email: [email protected]: www.fao.org

6. AQUECIMENTO GLOBAL E A NOVA GEOGRAFIA DAPRODUÇÃO AGRÍCOLA NO BRASIL

Coordenadores: Assad, E.; Pinto, H. S.; 2008.Conteúdo: O papel do agronegócio na agricultura brasileira;

agricultura e mudanças climáticas; a nova geografiada produção agrícola no Brasil; mitigação e adaptação.

Número de páginas: 84Endereço para download gratuito na internet:http://www.embrapa.br/publicacoes/tecnico/aquecimentoglobal.pdfWebsite: www.embrapa.br

2. GRANDEZAS, DIMENSÕES, UNIDADES (SI) E CONSTANTESUTILIZADAS EM QUÍMICA E FERTILIDADE DO SOLOAutores: Víctor Hugo Alvarez V.; Gustavo A. M. Alvarez.; 2009.Conteúdo: Grandezas, dimensões e unidades; grandezas e uni-

dades do sistema internacional (SI); unidades deri-vadas; unidades não pertencentes ao SI, mas aceitaspara uso com o SI; unidades admitidas temporaria-mente;unidades de uso desaconselhado com o SI;constantes fundamentais e/ou universais; unidadesutilizadas em Ciência do Solo, especialmente em Quí-mica e Fertilidade do Solo; conversão de unidadesamericanas, britânicas e de uso comum para o SI; trans-formação de massas molares de compostos químicos.

Preço: R$ 30,00Número de páginas: 86Pedidos: UFV

Fone: (31) 3899-1038Website: www.editoraufv.com.br

3. 500 PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE NUTRIÇÃODE PLANTASAutor: Renato de Mello Prado; 2009.Conteúdo: Introdução à nutrição de plantas; absorção iônica

radicular; absorção iônica foliar; nitrogênio; enxofre;fósforo; potássio; cálcio; magnésio; boro; zinco;manganês; ferro; cobre; molibdênio; cloro; diagnosevisual e foliar; interações entre nutrientes.

Preço: R$ 25,00Número de páginas: 108Pedidos: FUNEP

Fone: (19) 3209-1300Website: www.funep.com.br

Page 24: Jornal 128

24 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 128 – DEZEMBRO/2009

• Agrium Inc.• Arab Fertilizer Association• Arab Potash Company• Belarusian Potash Company• Bunge Fertilizantes S.A.• Canadian Fertilizer Institute• CF Industries Holding, Inc.• Foundation for Agronomic Research

• Incitec Pivot• International Fertilizer Industry Association• International Potash Institute• Intrepid Mining, LLC.• K+S KALI GmbH• Mosaic Company• Office Chérifien des Phosphates Group• PotashCorp

MEMBROS DO IPNI

INTERNATIONAL PLANT NUTRITION INSTITUTERua Alfredo Guedes, 1949 - Edifício Rácz Center - sala 701 - Fone/Fax: (19) 3433-3254

Endereço Postal: Caixa Postal 400 - CEP 13400-970 - Piracicaba (SP) - Brasil

LUÍS IGNÁCIO PROCHNOW - Diretor, Engo Agro, Doutor em AgronomiaE-mail: [email protected] Website: www.ipni.org.br

VALTER CASARIN - Diretor-Adjunto, Engo Agro, Doutor em AgronomiaE-mail: [email protected] Website: www.ipni.org.br

Ponto de Vista

• Saskferco• Simplot• Sinofert Holdings Limited• SQM• Terra Industries, Inc.• The Fertilizer Institute• Uralkali

DEVOLUÇÃOGARANTIDA

CORREIOS

Valter Casarin

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

ImpressoEspecial

no 9912246683/2009 - DR/SPIInternational PlantNutritionInstitute

CORREIOS

PARA USO DOS CORREIOS

1 Mudou-se 2 Falecido3 Desconhecido 4 Ausente5 Recusado 6 Não procurado7 Endereço incompleto 8 Não existe número9 10 CEP incorretoReintegrado ao Serviço Postal em / /Em / / Responsável

Um novo ano se inicia e, a despeito da sensação deque nada mudou, as reflexões e os balanços reali-zados no final do ano permitiram-me recarregar as

energias e reavaliar meus caminhos para a nova temporada.Em minhas reflexões, lembrei-me de quando a decisão de ser

engenheiro agrônomo tomou forma em minha vida. Isso me ocorreuaos 14 anos e amadureceu plenamente aos 16. Assim, um poucomais tarde, já estava cursando agronomia, com toda a certeza dacorreta decisão tomada. Nessa época, direcionei minha formaçãopara a área de Nutrição de Plantas, e parte dos conhecimentosadquiridos teve origem nas publicações da antiga Potafos. Tantoos livros como o Jornal Informações Agronômicas foram de gran-de importância para o complemento de meus estudos na gradua-ção e, posteriormente, na pós-graduação.

As lembranças do mestrado são extremamente agradá-veis. Foi nessa época que conheci um grande amigo. Um amigodo dia-a-dia, pois cursávamos disciplinas comuns, estudáva-mos juntos à noite e, aos finais de semana, nos reuníamos paraalgumas partidas de futebol. Posso afirmar, de todo coração, queesta amizade foi um dos “presentes mais caros” que recebi emminha vida.

Posteriormente, nossos caminhos divergiram: fui à França,para cursar o doutorado, e ele, na sequência, aos Estados Unidos,para realizar o pós-doutorado.

Porém, o ano de 2009 reservou-me uma enorme felicidade: ado reencontro com esse meu amigo, Dr. Luís Ignácio Prochnow,para o cumprimento, juntos, de uma mesma missão. Tive a oportu-nidade de assumir um cargo muito importante, cujo valor reside em“desenvolver e promover informações científicas sobre o manejoresponsável dos nutrientes de plantas para o benefício da famíliahumana”. Sim, hoje sou Diretor-Adjunto do IPNI-Brasil, a institui-ção que deu alicerce aos meus conhecimentos e a quem sempredevotei meu respeito e admiração.

Essa confluência de acontecimentos me proporciona infini-tas oportunidades, mas também agrega grandes responsabilidadesperante o desafio de promover o aumento da produção de alimen-tos, combustível e fibra.

É com esse espírito de renovada alegria que aproveito a opor-tunidade para agradecer a confiança em mim depositada e, sobretu-do, por estar à frente desse importante cargo. Ao mesmo tempo,quero desejar aos nossos leitores um Feliz 2010. Que vocês trilhemcaminhos de prosperidade com grandes conquistas e realizações!

NOVOS CAMINHOS... NOVAS CONQUISTAS!NOVOS CAMINHOS... NOVAS CONQUISTAS!NOVOS CAMINHOS... NOVAS CONQUISTAS!NOVOS CAMINHOS... NOVAS CONQUISTAS!NOVOS CAMINHOS... NOVAS CONQUISTAS!