Jornal Antenado #4

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2 7 EDIÇÃO IV ANO 1 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA NOVEMBRO DE 2010 PRODUZIDO POR ALUNOS DE COMUNICAÇÃO DO CENTRO UNIVERSITÁRIO MÓDULO TEXTOS CAMPEÕES Veja os primeiros na etapa municipal da ONLP’2010 VOCÊ ESTÁ PREPARADO? Mercado de trabalho exige segunda língua de seus profissionais 4 3 6 SAÚDE LEITOR-REPÓRTER SEU FUTURO É NOTÍCIA Ano de eleição: você fez a sua parte? Outubro foi o mês de escolha de dois senadores, deputado federal e estadual, governador e presidente da república. Saiba o que esses políticos deverão fazer EU, ELE E A ENFERMEIRA Livro retrata a luta da autora contra a anorexia AMBIENTE OBSOLÊNCIA PROGRAMADA Produtos saem de fábricas prontos para serem logo trocados

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Quarta edição do jornal Antenado

Transcript of Jornal Antenado #4

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EDIÇÃO IV ANO 1 DISTRIBUIÇÃO GRATUITANOVEMBRO DE 2010 PRODUZIDO POR ALUNOS DE COMUNICAÇÃO DO CENTRO UNIVERSITÁRIO MÓDULO

TEXTOS CAMPEÕESVeja os primeiros na etapa municipal da ONLP’2010

VOCÊ ESTÁ PREPARADO?Mercado de trabalho

exige segunda língua de seus profi ssionais 4

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6SAÚDE LEITOR-REPÓRTER SEU FUTURO

É NOTÍCIAAno de eleição: você fez a sua parte?

Outubro foi o mês de escolha de dois senadores, deputado federal e estadual, governador e presidente da república. Saiba o que esses políticos deverão fazer

EU, ELE E A ENFERMEIRALivro retrata a luta da autora

contra a anorexia

AMBIENTE

OBSOLÊNCIA PROGRAMADA

Produtos saem de fábricas prontos para serem logo trocados

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xpedienteE

LEITOR-REPÓRTER

Coordenadora do Curso de Comunicação Social: Prof. Ms. Taís Vargas Freire Martins LucioJornalista Responsável e coordenadora do projeto Antenado: Prof. Luciana Fuoco (MTB 42283/SP)Projeto Gráfi co e Diagramação: Paulo Henrique FerrazPublicidade: Agência Ícone Soluções Criativas (Alunos do curso de Comunicação Social - habilitação em Publicidade e Propaganda do Centro Universitário Módulo)Colaboradores: Alunos do curso de Comunicação Social - habilitação em Jornalismo - do Centro Universitário Módulo

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Estamos esperando a sua carta para a próxima edição!

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Nesta edição, a página Leitor-repórter dá espaço aos textos feitos por alunos de nossa cidade e que foram classifi cados na etapa municipal da Olimpíada de Língua Portuguesa. Divirtam-se!

Escola: E.E. Benedita Pinto FerreiraAluno: Rafael da Silva CassianoSérie: 1º. Ano Ensino Médio

A história que vou contar parece men-tira, mas acredite, aconteceu de ver-dade.

Tudo começou num dia comum, estávamos na quaresma e como os mais ve-lhos dizem, em tempo de quaresma não se pode fazer um monte de coisa, como falar palavrão, desrespeitar os pais e dependendo do dia não pode nem comer carne que vai contra a religião, ou que a noite pode apa-recer almas, monstros folclóricos e outros bichos.

No bairro onde moro tem um morro fa-moso por acontecer coisas estranhas. Tem gente que acredita até ter visto alma de ou-tro mundo. E é nesse bairro que mora o meu amigo Tenório.

O Tenório resolveu aproveitar que estáva-mos nesta época do ano para nos pregar uma peça. Mal sabia ele o que estava por acontecer.

O Tenório foi ao mato com uma máscara, para tentar assustar os outros garotos, que eram nossos amigos, e eu, fazendo um baru-lhão. O que ele não esperava é que nós já sabí-amos o que ele estava aprontando e quem to-mou o susto foi ele mesmo. Porque de repente apareceu um vulto no meio do mato e o Tenó-rio começou a gritar: - “ socorro, socorro!”. Fo-mos ver o que era, e tinha um mostro levando o Tenório lá para o topo do morro, em seguida, não vimos mais nada...

Passando um tempo o menino apareceu descendo o morro rolando. Fomos até ele para saber o que tinha acontecido.

- Um monstro muito estranho me pegou e acho que ele estava me levando para o topo do morro, mas no meio do caminho, parou e começou a cavar. Aproveitei que ele me sol-tou e sai correndo, tropecei na raiz de uma árvore e desci rolando até parar aqui, - disse Tenório.

- Como era o monstro? ‒ perguntamos a ele.- Ah! Sei lá! Ele tinha uma perna só, o pé ao

contrário e peludo, e a cor não deu para ver porque estava muito escuro ‒ disse o Tenório.

Depois disso, fomos todos levá-lo em casa. Contamos tudo a sua mãe que o acalmou. Fo-mos todos embora e chegamos à conclusão que era muito mais seguro fi car em casa vendo televisão do que fi car na rua até tarde, pelo me-nos nesta época do ano.

O Monstro do Bairro

Escola: E.E. Colônia dos PescadoresAluna: Sandy Aniger Pontes CavalhãesSérie: 6º Ensino Fundamental Estações em Caraguá

Terra abençoada de beleza naturalO melhor lugar para se habitarAqui tem muitas praiasE no verão o calor é de rachar

Os turistas vêmEm busca de diversãoAqui tem a Serra do MarÉ uma grande sensação

Hummmm... e falando em sensaçãoExiste também a sorveteriaCrianças brincando e correndoOnde o sabor é uma alegriaHá muitos lugaresPara andar e visitarE na avenida da praiaPaisagens bonitas de se admirar

O vento no alto do morroParaquedistas a se jogarComo um passarinho voandoDe uma das praias a fl utuar

Quando o sol se escondeE a chuva vem para fi carNo período de invernoA cidade parece descansarPassado as chuvas, as praças a fl orescerOs artistas da cidade a criarNa feirinha de artesanato Esperam o turista voltar

Sol, vento, fl ores, céu, marOs caiçaras podem desfrutarQue privilégio nossa Caraguá!Lugar especial para mora e passear.

Terra abençoada de beleza naturalO melhor lugar para se habitarAqui tem muitas praiasE no verão o calor é de rachar

Os turistas vêmEm busca de diversãoAqui tem a Serra do MarÉ uma grande sensação

Hummmm... e falando em sensaçãoExiste também a sorveteriaCrianças brincando e correndoOnde o sabor é uma alegriaHá muitos lugaresPara andar e visitarE na avenida da praiaPaisagens bonitas de se admirar

No dia 3 de outubro os brasileiros cumpriram um compromisso com a democracia ao votar para escolher o próximo presidente da República,

governador do Estado, os deputados estaduais, federais e senadores.

Os eleitos falarão em nome de seus representados e assim se cumpre o disposto no parágrafo único do artigo primeiro da Constituição do País, segundo o qual “todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos...”. Cumpre-se também o princípio da alternância de poder, que é a troca periódica de dirigentes políticos.

Em ano de eleição, o importante é saber escolher e, para isso, também é importante conhecer os candidatos, seu passado, suas propostas e quais as obrigações de seu cargo.

O veterano eleitor José Flávio de Araújo Pierre, 61, exerceu a sua cidadania. “Votei no mesmo candidato a deputado de outras eleições. Ele fez um bom trabalho e continua a merecer confi ança”, garantiu.

Pierre se lembra muito bem em que votou em eleições passadas, diferente do que acontece com o comum dos eleitores, que simplesmente “apagam” da memória os nomes escolhidos e depois não têm como cobrar.

Se vamos ter bons ou maus políticos, isso só depende do eleitor: se vota mal, a representação política será péssima. Daí a responsabilidade na hora de apertar o botão da urna eletrônica.

Conheça um pouco do que os escolhidos irão fazer por você:

Presidente da República ‒ Nomeia ministros de Estado e com eles exerce a direção da administração federal; inicia o processo legislativo; sanciona e publica as leis; veta projetos de lei; mantém relações com Estados estrangeiros; celebra tratados e convenções internacionais; decreta o estado de defesa, estado de sítio e intervenção federal; concede indulto e comuta penas; declara guerra; celebra a paz.

Senador ‒ Representa a federação; cada estado possui três senadores, eleitos para oito anos de mandato, com renovação parcial a cada eleição. Propõe emendas constitucionais, fi scaliza as ações

do governo e pode processar e julgar o presidente da república e ministros. Revisa os projetos aprovados na Câmara Federal. Total: 81 senadores.

Deputado Federal ‒ Representa a população dos estados; propõe leis e emendas constitucionais, fi scaliza as ações de governo; pode autorizar a instalação de processos contra o presidente e ministros; permite a alteração e extinção de cargos; vota no orçamento da União e tratados internacionais. Total: 513 deputados.

Governador do Estado ‒ representa o Estado nas suas relações jurídicas, políticas e administrativas; exerce com os Secretários de Estado, a quem nomeia, a direção da

administração estadual; sanciona e publica as leis; veta projetos; provê os cargos públicos; nomeia dirigentes de autarquias; decreta intervenção nos municípios; inicia o processo legislativo.

Deputado Estadual ‒ vota nas leis de orçamento e de organização administrativa e judiciária; dá posse ao Governador e fi xa-lhe o salário; julga as contas da Assembléia Legislativa, do Governador e do Presidente do Tribunal de Justiça; permite a intervenção no município; fi scaliza atos do Poder Executivo; autoriza o referendo e o plebiscito; processa o Governador por crime de responsabilidade e cassa-lhe o mandato.

Vices e suplentes ‒ os vices do presidente da república, do governador de estado e do senador assumem temporariamente o cargo durante licenças e outros afastamentos do titular e defi nitivamente em caso de morte, extinção ou cassação de mandato dos respectivos titulares. Já os suplentes dos cargos do poder legislativo também suprem temporariamente a ausência do titular e sucedem-lhes em caso de vacância do cargo, em virtude de falecimento, extinção ou cassação de mandato. •

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Em ano de eleição é preciso saber escolherAs eleições corporifi cam a democracia, indispensável ao desenvolvimento de um paísPor José Mário Silva

É NOTÍCIA

O caso Tiririca ‒ Quem votou no palhaço Tiririca como protesto pode ter se dado muito mal. Não se protesta desse jeito em eleições. Isto porque a forma de escolher os candidatos aos cargos legislativos é di-ferente da utilizada para eleger presidente, governa-dor e prefeito. O voto excedente dado a um candida-to a vereador, deputado estadual ou federal irá contar em favor de outro candidato do mesmo partido ou coligação. É a chamada eleição pelo sistema propor-cional. Os votos “a mais” no Tiririca serão computados para eleger um candidato que renunciou no episódio do mensalão e assim fugiu da punição pelas suas “ma-racutaias”, por exemplo.

Eleições parece assunto para adultos, certo? Errado! Em 1989, foi instituído o voto facul-tativo para jovens entre 16 e 17 anos e, desde então, muitos têm exercido esse ato de cida-

dania. Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 2,39 milhões de adolescentes estiveram aptos a votar nestas eleições. Apesar de representar redu-ção de quase 7% em relação aos números registrados na última eleição presidencial, em 2006, uma parcela muito signifi cativa de jovens faz questão de participar das eleições.

O estudante do ensino médio, Charles Henrique Gonçales, votou pela primeira vez aos 17 anos. “Votar é importante para fortalecer a nossa democracia. O povo brasileiro lutou tanto para fazer valer esse direito no passado, então, precisamos continuar fortalecendo esse processo”, fala Gonçales, que sempre se interes-sou por política.

Para escolher seus candidatos o estudante contou com a ajuda dos pais, mas também pesquisou bastan-te antes de tomar sua decisão. “Fui infl uenciado pelos meus pais apenas para rejeitar alguns candidatos, mas não antes de pesquisar para saber se realmente as opi-niões deles tinham fundamento”, afi rma.

A mãe de Charles, Kássia Cristina dos Reis Gonça-les, fi cou orgulhosa com a decisão do fi lho em partici-par das eleições deste ano. Para ela é muito importan-te que os jovens estejam ligados à política. “Eles devem saber como será o futuro do país e quanto mais cedo tiverem essa conscientização política, melhor”, com-pleta

A jovem Aline Andrade, 17, também decidiu exer-cer sua cidadania e votou pela primeira vez. Segundo a estudante, o voto não pode ser visto apenas como um dever, pois é a forma que o cidadão tem para es-colher quem vai governar o país. “Espero que o candi-

dato eleito faça uma administração justa, que ele tente melhorar o que pode e o que deve. E que se preocupe com a educação, pois a ela é a base de tudo”, ressalta.

Neilor Faria de Moraes, também de 17 anos, cursa o 3º ano do ensino médio e acredita que todos os jo-vens deveriam exercer esse direito que lhes foi dado. ”O voto é importante porque mostra que estamos pre-parados para responder por nossas escolhas”, enfatiza.

O fácil acesso à informação tem ajudado os novos eleitores a escolherem seus candidatos. Foi por meio das ferramentas de mídia que Moraes escolheu seus candidatos e acredita ter dado sua colaboração para melhorar o país. “Sei que na sociedade há várias opi-niões e eu as respeito. Mas fi z o melhor pensando em meus ideais. Se irá mudar alguma coisa eu não sei, mas fi z a minha parte e não vou me arrepender”, fi -nalizou o jovem.

Jovens brasileiros decidem votar pela primeira vez nas eleições de 2010Estudantes falam da experiência do primeiro voto e porque decidiram votar, embora não fossem obrigados pela leiPor Mayara Peixoto

SEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTUROSEU FUTURO

D o you speak english? Essa é uma pergunta que você vai ouvir ao in-gressar no mercado de trabalho. Com a competitividade em alta, é

imprescindível que o futuro profi ssional es-teja preparado para iniciar sua carreira e, para isso, aprender um segundo idioma é fundamental.

A globalização trouxe a necessidade de saber comunicar-se com pessoas do mundo inteiro e se antes saber outro idioma era um diferencial, hoje, as empresas já têm feito essa exigência na hora da contratação. Segundo Cézar Tegon, presidente da Elancers, empresa de recrutamento e seleção online, saber uma segunda língua é item obrigatório. “Após a gra-duação, o idioma é o item mais relevante na avaliação de um currículo. Ele chega a ser mais importante que uma pós graduação. Por isso, minha dica é que, ao fi nal da faculdade e antes de qualquer outro curso, é fundamental domi-nar outra língua”, explica.

O inglês ainda é o idioma mais exigido, se-guido do espanhol,

mas para algu-mas áreas a necessidade de fl uência

em outras lín-guas é ainda maior. “Alguns s e g m e n t o s

c o m o aviação, hot e l a -r ia e tu-

rismo, nor-malmente, e x i g e m

outro idioma além do inglês, os mais requi-sitados nos últimos anos têm sido alemão, francês e chinês”, conta Tegon.

A estudante Gabriela Cusato de Paula está no 3º ano do ensino médio, mas não quis es-perar muito para iniciar seu aprendizado em outros idiomas. “Quando eu estava no 1º ano do colegial, a professora de inglês da escola estava oferecendo o curso de inglês gratuito para alguns alunos, ao iniciar as aulas per-cebi a importância e as oportunidades que saber falar uma nova língua pode oferecer”, fala a estudante.

Segundo Gabriela as aulas na escola esta-dual ajudaram bastante no entendimento da língua, mas a falta de aulas de conversação e a quantidade de alunos na sala de aula acabavam difi cultando o aprendizado. Para aperfeiçoar o inglês ela resolveu procurar uma escola de idiomas. “Atualmente eu estou no nível pré-intermediário de inglês e termi-nando o primeiro livro do curso de espanhol. Acredito que saber falar outro idioma é im-portante para conseguir um emprego porque é uma forma de se comunicar com pessoas de outros países e, hoje em dia, quase todas as profi ssões exigem isso”, afi rma.

Vantagens da segunda línguaAo dominar um segundo idioma, o

profi ssional também aumenta o seu passe. “Esse é um fato, uma realidade estatisticamente comprovada, os profi ssionais que conhecem outro idioma têm remunerações superiores aos demais, em média de 20% a mais”, ressalta Tegon.

Vale lembrar que os estudantes em busca de estágio não estão mais a salvo da exigência de uma segunda língua. Segundo o presidente da Elancers, algumas empresas já buscam estagiários bilíngües. Com a concorrência acirrada, quanto mais cedo o profi ssional buscar o aprendizado de uma segunda língua, maior será sua fl uência no idioma ao ingressar no mercado de trabalho.

Aqueles que não podem freqüentar uma escola de idiomas podem encontrar na internet cursos gratuitos e apostilas

de estudo. A influência americana no Bra-sil facilita o aprendizado, e os filmes, re-vistas e sites estrangeiros ajudam na hora de assimilar o idioma. Mas, independente de como ou onde você estuda, nada irá substituir sua dedicação, motivação e in-teresse.

Exigências do mercado de trabalho não se limitam à boa formação

Dominar segundo idioma é fundamental para uma carreira promissoraPor Mayara Peixoto

O inglês ainda é o idioma mais exigido, seguido do espanhol, mas para algumas áreas a fl uência em outras línguas pode ser exigida.

( (Você sabe inglês, mas e o português?Não adianta investir em ser bilíngüe se você ain-da tem difi culdades com a sua língua materna. Segundo Sandra Mitherhofer, mestre em Língua Portuguesa com ênfase em Produção de Leitura e de Texto, o domínio da língua portuguesa é fun-damental antes qualquer outra.

Jornal Antenado ‒ Por que é importante saber dominar sua própria língua? Profa Ms. Sandra Mitherhofer ‒ É por meio da linguagem que o indivíduo se institui. Dominar a língua é ter acesso aos mecanismos de negocia-ção de sentidos. Quanto mais o sujeito a conhece mais é capaz de interagir consigo, com o outro e com os fatos do mundo. Na hora de conseguir um emprego, saber expressar quem é, quais suas ha-bilidades e se posicionar frente ao que lhe é pro-posto é fundamental para fazer-se diferenciado.

JA ‒ Muitas pessoas ainda têm difi culdade em dominar o próprio idioma. Ao que se deve essa difi culdade?Sandra ‒ Os fatores que acarretam em um não domínio da língua são vários, mas o principal está no aprendizado da língua na escola, pois a orali-dade ‒ aprender a falar ‒ aprendemos em casa. Quando vamos à escola, vamos para adquirir uma oralidade mais próxima da norma culta e a com-petência de escrita. Só que a escola hoje é anacrô-nica, estamos no século XXI e ela funciona como no século XIX. Posso dizer que aprender uma lín-gua é aprender usando-a em diferentes situações comunicativas, se não souber o que cada contex-to exige e o que buscar na língua para satisfazer a exigência do momento é ser, em parte, um anal-fabeto.

JA ‒ Qual a melhor maneira de se aprimorar o uso da língua portuguesa? Sandra ‒ Como a língua é uma construção social e muda junto com seu povo, sempre temos algo novo para aprender. Ler é uma prática que ajuda muito, pois traz novas formas de expressão, me-lhora o vocabulário, aumenta a capacidade de relacionar realidade e contextos diferentes. Outra maneira é não fugir das situações de exposição de idéias. Sempre que puder, exponha pontos de vista e também escreva. Fazer uso de dicionário e consultar a gramática são fontes de aprendizado. Ser bom na escrita não é caso de talento nato ou inspiração, e sim de trabalho, perseverança, trans-piração.

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AMBIENTE

Na hora de comprar um aparato ele-trônico, como um celular, um com-putador, ou uma memória digital, os famosos “pen drives”, você cer-

tamente já se questionou sobre o tempo de duração daquele bem. Afi nal, os produtos se renovam a velocidade de um piscar de olhos, embora, na maioria dos casos, as mudanças sejam apenas estéticas, ou um aprimoramen-to mínimo da versão anterior.

Até aí não contamos nenhuma novidade. Certo? Mas você sabia que este fenômeno possui nome e conseqüências? Isso mesmo. A obsolescência programada ‒ como é de-nominado o evento ‒ é um mal que, além de diminuir a qualidade dos produtos, causa danos ao meio ambiente, visto a quantidade de lixo eletrônico que produz.

Com a revolução industrial e o surgimento das linhas de produção, os pontos mais im-portantes da criação de algum produto eram a durabilidade e qualidade do material. Com o passar do tempo, os empresários percebe-ram que essa não era a melhor tática de lu-

cro, pois difi cilmente algum cliente trocaria o serviço de manutenção pela compra de um produto novo.

A “sacada” destes empresários foi fazer surgir objetos que se tornariam obsoletos, ul-trapassados, com pouco tempo de uso. Cada vez mais a indústria cria novos produtos, com atualizações mínimas, com a intenção de estimular a compra desses bens. Com isso, o mercado seduz o cliente a optar pela aquisi-ção de um objeto novo, em vez de permane-

cer com o antigo, mesmo que as diferenças técnicas sejam mínimas.

Essa tática foi criada no início do século XX, nas décadas de 40 e 50, e impera fortemente nos dias de hoje, seja com celulares, computadores, aparelhos eletrônicos e até mesmo com os carros.

Perda da qualidade Aposto que você já deve

ter ouvido a frase: “não se faz mais carros como an-tigamente”. No caso dos automóveis, com aproxi-madamente três ou quatro anos o cliente já começa a ter gastos com manutenção, o que o desen-coraja de continuar com o bem “obsoleto” e o estimula a comprar um novo carro. Apesar da perda de qualidade, esse caso não é tão prejudicial ao meio ambiente, pois os auto-móveis são negociados, mesmo que estejam antigos.

Com os aparelhos eletrônicos, a histó-ria é bem diferente. Nesse caso, cada vez mais é gerado o lixo eletrônico, problema já abordado pelo Jornal Antenado em outra edição. Ao contrário de outros elementos, não é facilmente reciclado, tendo um alto custo nesse processo. Com isso, por muitas vezes, é acumulado em lixões, sem o devi-do cuidado, pois há a presença de inúme-ras substâncias químicas, como resíduos de baterias, telas de cristal líquido, entre ou-tros. Isso sem falar na queima desse lixo em incineradores, jogando na atmosfera altas substâncias nocivas ao homem.

Consumismo estimula a obsolescência programada.

O maior responsável por esse problema é o

consumismo exagerado da população, em especial dos jovens, que tendem a comprar o que é denominado “da moda”. Na busca por uma posição social em determinado grupo, o jovem vai na “onda” das propagandas e acaba comprando coisas sem necessidade. Apesar disso, fugindo dessa necessidade de enqua-dramento social, algo que não seja só a cópia de um estilo criado, há um grande número de pessoas que já não se deixa levar pela propa-ganda. “Eu já fui muito de comprar roupa de marca, aparelhos do momento. Quando per-cebi, eu estava querendo comprar um mp5, mp6... logo menos eu estaria na busca pelo ‘mp x+1’. Hoje eu vejo como é vazia essa bus-ca de uma personalidade através de um bem material”, afi rma a estudante do ensino mé-dio, Mariana Cavalari.

O mercado será sempre o mercado, que busca o lucro, ou seja, as vendas, usando qual seja o artifício. Mas é responsabilidade da nova geração de consumidores não se dei-xar levar pelo apelo comercial. Perceber que acima do ego, do “status” social, há um pro-blema muito maior.

Produtos saem das fábricas com tempo de validade reduzido

A máquina de lavar roupa não dura mais 20 anos. O celular é reinventado a cada seis meses. O fenômeno tem nome e prejudica o meio ambiente

O maior responsável por esse problema é o consumismo exagerado da população, em especial dos jovens, que tendem a comprar o que é

denominado “da moda”.

( (

Erro Nosso!Na edição passada (Edição 3 - Setembro’2010), a matéria “Aterro ou Incineração” foi escrita pela repórter Érica Mendag.

Por Artur Bruzos

Jornal Antenado: Quando você começou a rejeitar o seu corpo?

Fernanda do Valle: Comecei a desenvolver um transtorno alimentar aos 12 anos ‒ período em que menstruei e o meu corpo começou a ganhar formas de mulher. Rejeitava essas formas e tinha medo de ter um sobrepeso. Desde então, comecei a fazer todos os tipos de dietas, comprava todas as revistas com “fórmulas mágicas” para emagre-cer. Contava calorias o dia todo e fazia atividade física sempre pensando em queimar o que tinha comido. Ao longo da minha adolescência passei por fases de compulsão (grande ingestão de calo-rias em um curto período de tempo), depois por culpa, o que levava à restrição (quase não comia para compensar o que havia ingerido), além de abusar das atividades físicas e remédios para emagrecer. JA: Como soube que sua obsessão se trata-va de uma doença?

FV: Convivi com esse inferno mental por 18 anos. Só quando perdi muito peso de uma só

vez, às vésperas dos meus 30 anos, é que tive o diagnóstico e a minha família entendeu o que estava acontecendo.

Na época, não tínhamos a dimensão do que era a anorexia e que estava prestes a perder a minha vida.

JA: E como foi o início do tratamento?

FV: No fi nal de 2007, fui orientada por um nutrólogo a iniciar uma nova dieta, devido a uma uma hipoglicemia, que mais tarde des-cobri que não possuía. Isso fez com que eu perdesse peso drasticamente. Minha mãe achou melhor pegarmos outra opinião mé-dica e marcou uma consulta com uma endo-crinologista.

A nova médica me desarmou e comecei a contar todo o meu inferno interior, todos os meus pensamentos obsessivos. Estava no meu limite físico, psíquico e emocional.

Mesmo assim a minha aceitação do trata-mento foi muito difícil, pois há o ganho de peso e eu não aceitava isso no início, por isso precisei ser internada com urgência. Se não fosse a internação, com certeza teria

perdido a minha vida.

JA: Como foi a internação em um hospital psiquiátrico?

FV: Foi um momento muito complicado. Estar de portas trancadas em um hospital psiquiá-trico não é sonho de ninguém. O tratamento é bem rígido e precisa ser assim. Embora a mi-nha família tenha me acompanhado de perto, me sentia muito sozinha nesse período. Vi coi-sas pesadas lá dentro. Meninas que não que-rem se curar e defendem a doença como um estilo de vida.

Os momentos mais difíceis do dia eram as refeições, sempre um clima tenso. Muitas ve-zes, me alimentei chorando, pois me sentia agredida. Mas ao longo desse período parei para rever todos os meus conceitos e valores e costumo dizer que aprendi a ser gente ali den-tro.

Ao sair da internação, tive que reconstruir a

minha identidade, pois vivi anos atrás da mi-nha anorexia.

JA: Como surgiu a ideia do livro?

FV: Durante a primeira internação, resolvi es-crever o livro para conscientizar as pessoas da gravidade da doença, que muitos acham que é frescura. Ouvi várias vezes, e de pesso-as bem esclarecidas: “Pare de frescura, abre a boca e come” ou “Olhe as criancinhas da África”.

O livro foi a maneira que encontrei de mostrar a realidade dessa doença que mata pessoas de forma silenciosa, no mundo in-teiro.

JA: O título do livro tem algum significado especial?

FV: O livro foi escrito em duas etapas. Uma parte na minha primeira internação (30 dias em um hospital psiquiátrico) e a outra durante a segunda internação (domiciliar: 60 dias, em um fl at, na cidade de São Paulo).

Na segunda internação, eu estava recém-casada e todos os programas que fazia com meu marido eram na presença de uma en-fermeira. Refeições, passeios, teatro, cinema, enfi m, vigilância 24 horas. Um dia, enquanto assistíamos a um fi lme no cinema, me vi no meio da multidão: “Eu, ele (o meu marido) e a enfermeira”. Foi o insight para o nome do livro.

JA: Aonde é possível buscar ajuda?

FV: O mais importante de todo o processo é aceitar ajuda e entender que sozinha não há como sair desse ciclo. Para tratar um trans-torno alimentar é preciso um tratamento com uma equipe multidisciplinar especializada.

Em São Paulo, é possível buscar ajuda no Ambulatório de Bulimia e Transtornos Alimentares do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas (AMBULIM), QUE ofe-rece informações e tratamento gratuito.

Hoje, também existe a Associação Bra-sileira de Transtornos Alimentares (Astral BR), que oferece aconselhamento para por-tadores de transtornos alimentares. •

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SAÚDE

Eu, ele e a enfermeira...na luta contra a anorexia, escrito por Fernanda do Valle, relata a vitória da autora contra a anorexia.

O objetivo do livro é conscientizar e aler-tar as pessoas que em busca de um padrão de beleza submetem-se aos mais variados tipos de dietas e ultrapassam a tênue linha que separa o ideal da obsessão.Fernanda mora em Campinas, interior

de São Paulo, e ocupa a maior parte de seu tempo ministrando palestras, para alertar os jovens sobre os problemas e os perigos da anorexia nervosa.

Anorexia: uma doença silenciosaEm livro, autora relata os obstáculos e as vitórias da sua luta contra o transtorno alimentar

Título: Eu, ele e a enfermeira... na luta contra a anorexiaAutora: Fernanda do VallePreço: R$ 29,90

Divulgação

...Resolvi escrever o livro para conscientizar as pessoas da gravidade da doença, que muitos acham que é frescura

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