Jornal Valor Local Edição Agosto 2014

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Valor Local Jornal Regional Valor Local • Periodicidade Mensal • Director: Miguel António Rodrigues • Edição nº 16 • 22 Agosto 2014 • Preço 1 cêntimo ACISMA 26 anos depois: Lusolândia Revisitada 26 anos depois: Lusolândia Revisitada Pág. 2 Págs. 10, 11 e 12 Lei da rolha na Junta da Ereira/Lapa ADAZ: Cunha Marques coloca lugar à disposição Pág. 6

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Jornal Regional

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Valor LocalJornal Regional Valor Local • Periodicidade Mensal • Director: Miguel António Rodrigues • Edição nº 16 • 22 Agosto 2014 • Preço 1 cêntimo

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26 anos depois:

Lusolândia Revisitada26 anos depois:

Lusolândia Revisitada

Pág. 2

Págs. 10, 11 e 12

Lei da rolhana Juntada Ereira/Lapa

ADAZ: CunhaMarques colocalugar à disposição

Pág. 6

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2 Valor LocalPolítica

¢ Miguel A. Rodrigues

Há cerca de três meses que ajunta de freguesia da União

de Freguesias Ereira Lapa espe-ra por um executivo definitivo.Esta instabilidade está causarmau estar junto de alguma popu-lação e até da oposição que querum desfecho rápido para a situa-ção. Todavia, poucos foram osque concederam declarações aoValor Local, no sentido de escla-recerem os leitores e os fregue-ses que confiaram os seus votosaos respetivos partidos, que des-ta maneira em nada dignificam acausa pública.Segundo apurámos o presidenteeleito no último escrutínio em2013, Fernando Ribeiro, suspen-deu o mandato por razões profis-sionais, e desde aí que os desti-nos da união de freguesias temsido gerido de forma “provisóriae transitória” pelo secretário dajunta João Carlos Bernardes epelo tesoureiro João Nunes. Aotelefone com o Valor Local, Fer-nando Ribeiro revelou uma pos-tura hostil não estando interes-sado em última instância em res-ponder às perguntas naturais dequem o elegeu, sendo apenas onosso jornal um mero interlocu-tor.Segundo Pedro Ribeiro, presi-dente da Câmara Municipal doCartaxo, a autarquia está a fun-cionar legalmente, até porque

segundo contou ao Valor Local,esta é uma possibilidade exis-tente na lei já que o executivotem quórum. Pedro Ribeiro afas-ta qualquer cenário de instabili-dade dentro do executivo, salien-tando que a situação é provisó-ria.O autarca não confirma ao ValorLocal se o regresso de FernandoRibeiro estará para breve, mas onosso jornal apurou que tal éuma possibilidade para Setem-bro ou mesmo Outubro. Aliás,Fernando Ribeiro como referi-mos acima escusou-se a prestardeclarações sobre o assunto,deixando assim aberta a portapara a especulação sobre a suasituação, e se há outras causasou não para o seu afastamento.O Valor Local tentou contactar osoutros elementos do executivosocialista, mas até ao fecho danossa edição, foi impossível che-gar a fala com os visados. Nes-tes contactos tentámos igual-mente chegar à fala com JoãoMota, ex-presidente da junta daEreira pelo PSD e candidato der-rotado em 2013, mas tambémaqui as tentativas feitas para oseu telemóvel, não foram bemsucedidas, apesar de termosdeixado mensagem referindoqual o motivo do nosso contacto.Já António Mourão, presidenteda concelhia socialista do Carta-xo, destacou ao Valor Local quea situação na junta “está perfei-

tamente controlada” afastandoquaisquer rumores contráriosvindos “de alguma oposição” que

não especificou. O responsávelmáximo da concelhia cartaxeirasalienta, entretanto, que todos

os assuntos relacionados comesta situação estão a ser devida-mente monitorizados “em articu-

lação com a concelhia e com opresidente da Câmara do Carta-xo, Pedro Ribeiro”.

Vazio político na junta de Ereira/Lapa

Autarcas eleitos não dão justificações

Omunicípio do Cartaxo não de-verá avançar com a solução

de uma piscina artificial a implan-tar na Quinta das Pratas. PedroRibeiro, ao Valor Local, lamentaque a sua ideia tenha sido “mal in-terpretada por alguns sectores”,pois o que esteve sempre em cau-sa foi “a colocação de um equipa-

mento para as famílias do conce-lho que não podem frequentar apraia; e ao mesmo preço da pisci-na ao ar livre, ou seja sem custosde maior para as mesmas e parao município”. A piscina exterior, re-corde-se, encontra-se em obrasque deverão estar prontas em Se-tembro. A ideia de uma piscina ou

mesmo praia artificial foi criticadapor elementos da oposição tendoem conta a grave situação finan-ceira da autarquia. O presidentedo município acredita que a pisci-na exterior deverá estar pronta atempo do bom tempo previstopara os meses de Setembro e Ou-tubro

Piscina artificialposta de parte

Vazio político na Junta Ereira/Lapa

Piscina exterior do Cartaxo em obras

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3Valor Local Publicidade

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4 Valor LocalSociedade

Omédico Cardoso Amaral éum nome bem conhecido

pelas gentes do concelho deAlenquer. Desde que se formouem medicina, que sempre exer-ceu a sua profissão na Vila Pre-sépio. Por ele já passou a saú-de de várias gerações de alen-querenses. Atualmente, com 87anos de idade, continua a darconsultas na sua clínica, locali-zada na zona central da vila,que ao todo possui 20 especia-lidades, compreendendo, aindaa realização de exames dediagnóstico. “Vim para Alenquerem 1953, e nunca mais saí da-qui”, refere. Naquela altura, a vida era muitodiferente. O recém-licenciadoem Medicina vinha dar consul-tas para Alenquer, da sua terra,na freguesia de Meca, de cava-lo e de boleia de charretes. Nocaminho, refere, aproveitavapara ir estudando os manuaisda profissão, porque de Mecapara Alenquer, ainda demoravacerca de uma hora a hora emeia de caminho. Hoje de auto-móvel a distância não vai alémde 10 minutos.Sempre exerceu medicina no

privado e por diversas vezesandou com o consultório às cos-tas, se assim se pode dizer:“Primeiro estive num quarto alu-gado junto ao Café Alão, depois

fui para o andar de cima domesmo prédio. A seguir estivenas instalações onde funciona,agora, a sede do partido comu-nista, depois instalei-me aqui,

na Rua 25 de Abril”.Depois de várias décadas aexercer, é da opinião de que,antes, os pacientes, eram “maisfiéis aos médicos” – “As pes-soas iam sempre ao mesmomédico, hoje vão a diversos mé-dicos para o mesmo problema.Gostam de ouvir várias opi-

niões”. Por outro lado, conside-ra, que, no passado, os doentesapenas se deslocavam ao médi-co “quando estavam realmentedoentes”. “Hoje, uma boa fatiadas consultas prende-se comatestados e receitas”. Por outrolado, a revolução tecnológicadas últimas décadas possibilitouque muitos dos seus doentescomeçassem a obter informa-ções na internet sobre Saúde. Ademasiada informação sobredoenças, por vezes pouco filtra-da, tem suscitado efeitos perni-ciosos entre alguns indivíduosmais suscetíveis psicologica-mente: “As pessoas vêm muitatelevisão, ouvem falar de muitasdoenças. Consultam a internet ejulgam que têm os sintomas to-dos de determinada doença.Tornam-se hipocondríacas.Chegam aqui a falar em can-cros do pulmão e do estômago,por exemplo. Felizmente, vimosa verificar depois que não haviarazões para alarme”. Também a forma de trabalhardos profissionais de saúde mu-dou muito, desde que começoua exercer. “Fazíamos o diagnós-tico a ‘olho médico’. Não haviaradiografias, nem análises coma facilidade de hoje em dia. Osdoentes tinham de ir a Lisboa ti-rar radiografias. Tirava sangue

aos pacientes aqui em Alen-quer, que depois era levadopara Lisboa, por um estafeta,para ser analisado. O resultadosó chegava passados algunsdias, quando, hoje, bastam ape-nas algumas horas”. Hoje, dizque tem alguns dos equipamen-tos mais modernos a nível deraio X e outros meios comple-mentares de diagnóstico.Por outro lado, a evolução damedicina tem deixado este clíni-co surpreendido, pois ainda serecorda que começou nos tem-pos da penicilina. Hoje a prolife-ração de antibióticos faz partetambém da revolução da clínicageral. Mas lamenta, por outrolado, que a grande maioria dosseus colegas de profissão sesocorram quase em exclusivode análises e radiografias paraavaliarem os doentes. “Nãoconversam com o doente, e issoé de lamentar, porque uma boaconversa com o paciente ajudamuito à definição do quadro mé-dico”. E essa parece ser umadas chaves do seu sucesso,procurar ouvir o paciente, usara sua intuição, e fazer coisastão básicas a um médico comoauscultar ou fazer apalpação,algo quase visto como démodépara muitos clínicos das novasgerações.

Cardoso Amaral

O médico mais conhecido de Alenquer

Rainha das Vindimas em Azambuja

Oconcelho de Azambuja vai aderir à moda dos concursos da rainha das vindimas. Esta é uma tradiçãonoutros municípios como o Cartaxo ou Arruda dos Vinhos, mas que em Azambuja dá o pontapé de saída

pela primeira vez.Uma espécie de primeira edição experimental deu o pontapé de saída no ano passado, com a realização dainiciativa em Aveiras de Cima, com produção de Madalena Toscany, da qual resultou uma vencedora quevai representar o município em Barcelos, que este ano está nomeado como a “Capital Nacional do Vinho”,mas está previsto que o concurso passe a ter diversas fases.Segundo apurámos, para o próximo ano, a autarquia azambujense através dos pelouros do vereador AntónioAmaral, tenciona fazer eliminatórias nas várias freguesias até chegar a uma representante do concelho.Segundo o vice-presidente da Câmara Municipal de Azambuja, Silvino Lúcio, em primeiro lugar será eleita“a rainha de cada freguesia e depois haverá um certame municipal de onde sairá a representante do conce-lho”.Este sector do vinho, é aliás uma mais-valia para o município de Azambuja. Tem trazido alguns prémios parao município, ao mesmo tempo que é “um fator de sustentabilidade económica e promoção do concelho”.

Obras no quartel da GNR de Salvaterracontinuam a marcar passo

Continuam a marcar passo as negociações entre a autarquia de Salvaterra de Magos e o ministério daAdministração Interna no sentido de uma alternativa para a melhoria das condições do edifício em que

se encontram os militares da GNR. O caso já se arrasta há vários anos, com os guardas a viverem num localpor todos reconhecido como totalmente desapropriado para as funções ali exercidas. Todos os dias, os mi-litares pernoitam na falcoaria devido ao estado em que se encontra o quartel. Hélder Esménio, presidente da Câmara, conta que a supressão da direção geral que tratava dos equipa-mentos e infraestruturas levou a que a autarquia tenha deixado de ter para já um “interlocutor direto”. “Esta-mos à espera que acabe o verão para voltarmos a falar, até porque os nosso serviços estão a elaborar umprojeto de requalificação do espaço do quartel, nomeadamente, nos pavimentos, sanitários e revestimentos.Todas as obras estão quantificadas para que os homens deixem a falcoaria e regressem ao quartel”. O atual quartel chegou a apresentar problemas graves de insalubridade com inundações numa semi-cave,entretanto resolvidos pelo executivoEm cima da mesa esteve a possibilidade de adaptação de uma escola na avenida principal de Salvaterra,orçada em 300 mil euros, que o ministério abandonou. Outra alternativa seria a cedência de um terreno juntoaos bombeiros de Salvaterra, “criando ali um campus de proteção civil” que também não foi aceite. “Não po-demos assegurar essas obras porque isso é da responsabilidade do Estado”, analisa Esménio.

No consultório onde atende os seus pacientes

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5Valor Local Sociedade

Ojornalista/escritor vilafran-quense João Pedro Martins

lançou no início deste mês o seusétimo livro – “Pedras Soltas” quetem a chancela da editora Frontei-ra do Caos, e conta com ilustra-ções da também vilafranquenseAna Sofia Neves, que segundo oautor, terá sido escolhida, não porser de Vila Franca, mas pelo seu“profissionalismo”, a qual deu “umgrande contributo estético ao livro.”“Pedras Soltas” é composto por

uma série de textos que foi escre-vendo, ao longo dos anos, sob aforma de poemas, os quais reuniupor vontade própria e da editora.Todavia alerta os “entendidos e ta-lhados para a poesia” para que“não o sintam como verdadeiras ecruéis pedradas na arte de ‘poeti-sar’.” Trata-se então do sétimo livro pu-blicado pelo autor nos últimos 11anos. Sem apontar um preferido,salienta que cada um foi escrito no

seu tempo. O autor garante quenão escreve por obrigação, “massim por gosto”. “Se por algum ins-tante o que estou a escrever nãome estiver a dar prazer esqueço,apago, deixo para trás, passo àfrente, rasgo, atiro para o lixo”.João Pedro Martins começoucomo jornalista em Vila Franca deXira na extinta Rádio Ateneu, pas-sou posteriormente por órgãos decomunicação social nacionais. To-davia, e tendo o jornalismo como a

primeira paixão, João Pedro Mar-tins salienta que não conseguedissociar-se dos livros. Nesse sen-tido refere que “é uma honra per-tencer aos dois universos, o do jor-nalismo e o dos livros”. Lamentaapenas que “na pequenez damentalidade portuguesa existampor aí uns tantos iluminados queacham que o artista, seja de queárea for, tem de cumprir certos ri-tuais da praxe, frequentar certoslugares e relacionar-se com deter-

minadas pessoas ou então nãopreenche os requisitos necessá-rios para ser considerado um de-les”.João Pedro Martins salienta queno seu percurso, já tem sete livrospublicados e um guião para umapeça de teatro “que foi representa-da em Lisboa e em São Paulo, noBrasil” e vinca não querer saber seisso faz de si ou não “um escritoraos olhos dos críticos e entendi-dos”.

“Pedras Soltas” de João Pedro Martins

AAssociação de Caçadoresda Freguesia de Azambuja

tem-se dedicado nas últimas se-manas à limpeza e criação deacessos em alguns locais ondeé permitido caçar. Segundo RuiLopes, presidente desta asso-ciação, o objetivo é “criar condi-ções para o desenvolvimento ealimentação das espécies cine-géticas, bem como, evitar e mi-nimizar os riscos de incêndio.” Nesse sentido, revela que a as-sociação que tem, nesta altura,cerca de duas centenas de as-sociados, está a “desenvolveruma parceria com a ProteçãoCivil para que a desmataçãoseja de acordo com as necessi-dades de prevenção e combateaos fogos”. Há, no entanto, ou-tra parceria, desta vez com aJunta de Freguesia de Azambu-ja, “para a limpeza da periferiado miolo urbano e de cami-nhos”.Rui Lopes salienta que essa éuma tarefa que pertence não sóà Câmara Municipal de Azam-buja e à junta de Freguesia,mas também é uma “responsa-bilidade partilhada pelas asso-ciações de caçadores e proprie-

tários”.Para ajudar nesta missão, a as-sociação já adquiriu equipamen-to, nomeadamente, um trator

devidamente apetrechado, queajuda na recuperação e na lim-peza de acessos.Na freguesia de Azambuja exis-

tem duas zonas de caça asso-ciativa. A associação local comsede na antiga escola primáriade Casais dos Britos gere atual-

mente a zona de caça associa-tiva e a zona de caça municipal.Contudo e embora estável amuitos níveis, a associação

azambujense encontra-se, ago-ra segundo Rui Lopes, “numprocesso de adaptação às no-vas realidades” entre as quaisse encontra a crise que se aba-teu sobre o setor da caça “no-meadamente a epidemia queatacou o coelho bravo”. Aindaassim, e de forma positiva, RuiLopes salienta que há condi-ções para melhorar, fazendocom que a caça possa “ser ain-da mais um fator de desenvolvi-mento social e económico donosso concelho”. Já quanto a espécies, o conce-lho de Azambuja é muito rico.Rui Lopes salienta que pelo fac-to de Azambuja estar situada asul da linha de caminho-de-fer-ro, existe uma área bastanteconsiderável para a prática dacaça. Entre as espécies maisabundantes, os associados po-dem caçar patos, pombos, ro-las, narcejas e trambolas.Para além destas espécies,pontuam esta zona de charne-ca, o tordo e a galinhola, toda-via “as espécies mais abundan-tes e que mobilizam mais caça-dores, são o coelho bravo, aperdiz e a codorniz”.

Caçadores de Azambuja ajudamna prevenção de fogos

Mais um ano sem piscinas

Ainda não será em 2014 que as piscinas de Azambuja vão reabrir. O presidente da Câmara, Luís deSousa, ao Valor Local referiu que, apenas, para o ano poderão ter lugar algumas novidades, nomea-

damente, a possibilidade da “abertura da piscina exterior”, algo que até à data não estava completamenteem cima da mesa. A candidatura da escola secundária aos fundos europeus para o seu projeto de ener-gia solar, concebido para as piscinas interiores, ainda está a ser estudada em articulação com a SantaCasa da Misericórdia de Azambuja e a autarquia. Luís de Sousa aproveitou para informar que noutroâmbito – a exploração dos campos de ténis vai ser entregue à junta de freguesia de Azambuja num pro-tocolo a firmar entre aquela autarquia, a Câmara e a Santa Casa.

Universidade Sénior fica no Valverde

Segundo o presidente do município, Luís de Sousa, ao nosso jornal, o projeto da universidade séniora criar em breve, deverá ficar nas atuais instalações ocupadas pelo sector da Educação da Câ-

mara na zona do Páteo do Valverde. O regulamento a acertar entre a Câmara e a Misericórdia deAzambuja ainda não está pronto, pelo que este tipo de valência a pensar na população sénior nãodeverá arrancar, ainda, em 2014. Luís de Sousa conta que o sector da Educação e o do Turismo vãoser transferidos para a Casa da Juventude, onde funciona também o Urbanismo, com a UniversidadeSénior a ficar no Valverde. O concelho de Azambuja é um dos poucos da região que ainda não temuniversidade sénior.

Trabalhos de desmatação

João Pedro Martins

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AlenquerAumento dos pedidos do tarifário social

6 Valor LocalDossier: Águas

Águas do Oeste responde a críticasda Águas da AzambujaDepois de confrontada pelo Va-

lor Local face aos últimosacontecimentos relativos às críti-cas da Águas da Azambuja(ADAZ), a empresa intermunicipalenviou um comunicado a toda acomunicação social regional pro-curando maior espaço para se po-der defender. Diz a Águas do Oes-te que face aos propalados au-mentos supostamente infligidospela mesma, (nos quais a conces-sionária de Azambuja procura re-fugiar parte da sua defesa) que“não conhece os termos do con-trato de concessão celebrado en-tre o município de Azambuja e aÁguas da Azambuja nem está apar das condições em que são cal-culadas e aplicadas as tarifas aoconsumidor final”, refere. “Cumpre,no entanto, esclarecer que entre2009 e 2014, a tarifa praticadapela Águas do Oeste aumentou13,7% e não 18,2% como referidopela Águas de Azambuja (25,4%para o tratamento das AR e não30,4% conforme referido). No últi-mo ano o aumento verificado natarifa de Abastecimento de Águafoi inferior de 0,81%.”, finaliza.Segundo a AO, “o aumento das ta-rifas resulta fundamentalmente dofacto dos caudais de abastecimen-to de água e de saneamento deáguas residuais que têm sido fatu-rados aos municípios que inte-gram o sistema serem significati-

vamente inferiores aos estabeleci-dos nos contratos de fornecimentoe de recolha celebrados com osmunicípios, (já que tiveram comolinha de partida o aeroporto da Otae consequente aumento popula-cional que não aconteceu) corres-pondendo no abastecimento acerca de menos 60 milhões demetros cúbicos, resultando emproveitos inferiores aos necessá-rios para garantir o equilíbrio eco-nómico e financeiro da concessão.Sendo que “no caso específico domunicípio de Azambuja, até 2013registava-se uma diminuição de8,5 milhões de metros cúbicos deágua fornecida e faturada (menos36% face ao previsto). Até ao finalde 2035 essa diferença representaum total de menos cerca de 42 mi-lhões de metros cúbicos de águaa fornecer (58% inferior ao previs-to), face ao contratualizado. Tam-bém no saneamento a situação éidêntica, sendo que a estimativaatual aponta para valores cerca de50% inferiores face ao contratuali-zado”.A empresa sublinha ainda que “orácio entre o investimento realiza-do em infraestruturas e o caudalfornecido ao município de Azam-buja, só no que respeita ao abas-tecimento de água é cinco vezessuperior ao previsto no contrato deconcessão, o que contribui paraafetar a sustentabilidade económi-

co- financeira da concessão”. Emtese, a AO tenta referir que a defe-sa do município de que investi-mentos ficaram por fazer não cor-responde à verdade.Entretanto, e noutro capítulo aÁguas da Azambuja fez chegar ànossa redação uma carta na qualmanifesta abertamente o seu re-púdio pela moção apresentada naAssembleia Municipal pela Coliga-ção pelo Futuro da Nossa Terra eCDU a qual pede para que o pro-cesso negocial entre a concessio-nária e a Câmara pare por com-pleto.A Adaz refere que o processo derevisão do contrato da concessãotem “decorrido com respeito pelalei” e por isso “não pode deixar dealertar para várias imprecisões, er-ros e afirmações incorretas oumesmo falsas constantes da mo-ção”. Nesta carta assinada pelo di-retor da Aquapor, empresa quedetém a concessionária, DiogoFaria de Oliveira pode ler-se que aempresa “continuará alheia aquaisquer repercussões politico-partidárias que o modelo adotadopelo município de Azambuja paraa água e saneamento possa ternos órgãos da autarquia”. A em-presa vai mais longe: “A Adaz re-pudia veementemente qualqueralegação ou insinuação que sepretenda fazer relativamente à suaatuação jamais aceitando qual-quer insinuação de falta de idonei-dade ou transparência durante oprocesso concursal”.Entretanto no final do mês de Ju-lho foi também entregue a petiçãopela discussão pública deste temapelo cidadão Daniel Claro quecontou com a recolha de 1500 as-sinaturas. Em declarações ao nos-so jornal, Claro entende que a em-presa deve apresentar as suasprojeções para os próximos anos,Quanto ao aumento de preçospouco significativo no novo tarifá-rio, até cerca de 1,75 cêntimos, dizestar convencido que tal se tratade “uma manobra para nos primei-ros anos não se aumentar signifi-cativamente a fatura mas poste-riormente fazer aumentar os pre-

ços exponencialmente, até porquea empresa fez baixar a sua taxade rentabilidade interna, mas nãoabdicará dela a médio prazo”. Portudo isto, “deve-se avançar oquanto antes com uma auditoria atodo o processo”.

Cunha Marques coloca o lugarà disposição

O homem que até, há poucas se-manas, atrás era o escolhido parapresidir à comissão de acompa-nhamento do processo de revisão,colocou o seu lugar à disposição.O Valor Local confirmou esta infor-mação junto do presidente da Câ-mara, Luís de Sousa, que não es-condeu que o especialista emáguas do Instituto Superior Técni-co, que acompanhou o processode concessão à Aquapor, e queagora surgia de novo neste pro-cesso como uma espécie de árbi-tro, está “bastante agastado” comos comentários e críticas que têmsurgido dos vários sectores políti-cos concelhios. Luís de Sousa revela que, ainda,não sabe o que se pode seguir: sea saída de Cunha Marques ou asua continuação, embora nãocomo presidente da comissão. “Asnegociações estão a decorrer,mas já sabemos que juridicamenteé viável que continue, ao contráriodo que para aí se disse. Poderádar-se uma alteração de nomes,mas não posso adiantar o que vaiacontecer para já. Mas o assessorde Cunha Marques disse-me queo doutor está muito agastado comos acontecimentos pois entendeque o seu nome está a ser difama-do”, diz o presidente da Câmara.“Colocou o seu lugar à disposiçãosem quaisquer problemas”.Quase um mês depois da sessãoda assembleia municipal, em quea Águas da Azambuja procurouresponder às questões da popula-ção, Luís de Sousa lamenta “al-guns momentos desagradáveis”que pontuaram a assembleia,“mas a Câmara está a pensar emrealizar, no futuro, posteriores ses-sões de esclarecimento”.

Onovo tarifário da Águas deAlenquer foi dado a co-

nhecer, através de edital, re-centemente. Só em taxas, in-dependentemente dos consu-mos, a população do concelhopaga cerca de 11 euros. Os pe-didos de adesão ao tarifáriosocial têm-se multiplicado, osquais têm sido remetidos paraaprovação em reunião de Câ-

mara. Este tem sido um bom in-dicador para aferir que o tarifárioem vigor é claramente desajus-tado do nível socioeconómicomédio do concelho de Alenquer.O presidente da Câmara PedroFolgado, e Nuno Coelho da Co-ligação pela Nossa Terra subli-nham, contudo, uma pequenadescida alcançada no tarifário,“ainda que pouco significativa de

0,9 por cento”. Pedro Folgado sublinha que ascâmaras estão um pouco de pése mãos atados quando se obser-va que a jusante da concessio-nária estão as empresas Águasdo Oeste e a EPAL que influen-ciam, em primeira instância, opreço da água. Sendo assim aautarquia faz parte, agora, daAssociação de Municípios de

Estudos e Gestão de Água(AMEGA) no âmbito da qual ascâmaras estão a procurar “o fimdos mínimos e a negociação danova tarifa que a EPAL este anonão aumentará, e assim suces-sivamente”. A expectativa peran-te a verticalização dos sistemase a uniformização do preço daágua no país, em que uns apa-rentemente pagam a mais e ou-

tros a preços muito baixos, tam-bém encontra eco no presidenteda autarquia alenquerense quereconhece que “pouco há a fa-zer neste momento”, mas rejeitaa privatização.Quanto à política da concessio-nária da empresa em Alenquer,Folgado reconhece que “hásempre muitas queixas da popu-lação, mas a comunicação da

Câmara com a empresa é po-sitiva”. “Lamentamos apenasque muitas vezes façam obrase não repavimentem as estra-das com a brevidade desejá-vel”. Por outro lado, “tambémseria necessária uma agiliza-ção a nível da reposição de no-vas canalizações devido a infil-trações de calcário com aÁguas do Oeste”.

Sede da AO no Convento das Gaeiras, Óbidos

A assembleiano facebookdo Valor Local

No dia da assembleia municipal, a 22 de Julho, sobre a concessãode águas, a página de facebook do Valor Local recebeu numero-

sos comentários dos internautas que iam acompanhando as peripéciasda mesma através do nosso facebook, reproduzimos aqui alguns des-ses comentários:

“Havia um principio de acordo que andámos mais dum ano a ne-gociar e no qual as AdAZ abdicaram de facto de diversas coisaspara que fosse possível esse acordo. O grave é se, com toda agente armada em políticos ( uns ) e outros a querer tirar dividen-dos políticos do descontentamento popular que criaram na maiorparte dos casos com mentoras e alarmismos, as AdAZ mandama coisa para Tribunal Arbitral. Aí é que a porca torce o rabo e muitopoucos perceberam - outros finge que não percebem, porque defacto não estão interessados nos interesses dos munícipes massim no aproveitamento político da questão - quanto pior, melhor.(Joaquim Ramos, antigo presidente da Câmara de Azambuja)”

“As Águas do Oeste e do Ribatejo iniciaram a sua atividade quaseem simultâneo, mas a CMA nunca apresentou um estudo de inte-gração nas Águas do Ribatejo (AR), manifestando falta de solida-riedade com os seus colegas associados na CULT. Confrontadacom esta questão, a administração da CMA, têm informado que“Azambuja e Rio Maior não poderiam aderir às ÁR por já teremaderido à AO, porque seria beneficiar duplamente de fundos co-munitários – prática que era proibida.” Sobre o assunto tenho pro-curado informações mais detalhadas, tais com obras realizadaspelas AO antes da constituição das AR e as respostas têm sidonegativas e evasivas. (António José Rodrigues, Deputado muni-cipal da CDU)”

“Creio firmemente que chegámos a momento em que as contra-dições são de tal forma evidentes nos diversos intervenientes,com a DIOM num papel absolutamente ineficaz (para ser simpá-tico...) e a empresa (do prof. Cunha Marques...) contratada pelaCâmara para a assessorar no processo a, publicamente, assumirque está do lado da concessionária numa demonstração inquali-ficável de parcialidade que o único caminho será a imediata con-tratação de uma empresa externa (escolhida por acordo entre to-das as forças que compõem o executivo camarário...) que proce-da a uma auditoria a todo este processo! (Daniel Claro, antigo de-putado municipal do BE e proponente da petição pela discussãodo tema)”

“Incompetentes, e quando vamos lá pedir uma explicação, somosrecebidos como subalternos, como se nos estivessem a fazer umfavor (munícipe Ilda Cravo Félix sobre as atitudes da empresa)”

“Eu não sabia que tinha que pagar água e tarifas associadas de-vido ao facto de ter sido feito um contrato de muitos milhares demetros cúbicos por causa do aeroporto. Como este não foi paraOta pagamos na mesma! Muito bom adorei!!!! (Munícipe HelenaGonçalves)”

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7Valor Local Cultura

Ainauguração do novo e em-blemático edifício que passa-

rá a dominar a paisagem ribeiri-nha da cidade será no dia 20 deSetembro. Trata-se de um espa-ço cultural da autoria do arquitetoMiguel Arruda, situado à beira-rio, que se destaca não só pelasua valência cultural e de lazer,mas também como “mais umasingular e belíssima peça” de ar-quitetura no concelho de VilaFranca de Xira, que “permite aovisitante uma ligação contínuacom o meio exterior envolvente:de um lado a cidade, do outro orio e a lezíria”, refere a autarquiaem comunicado de imprensa.Teve um investimento de cercacinco milhões 750 mil euros comcomparticipação de fundos co-munitários em 65%, no âmbitoda candidatura para a requalifi-cação da frente ribeirinha de VilaFranca de Xira (“Programa Polí-tica de Cidades – Polis XXI –Parcerias para a RegeneraçãoUrbana – Requalificação dasFrentes Ribeirinhas e Maríti-mas”).Implantada no local onde se en-contrava a antiga fábrica de des-casque de arroz, o edifício conta-biliza uma área útil de cerca de3.200 m². A estrutura foi construí-da em betão armado, e comple-tada pela caixa de escadas que

funcionam como núcleo central.Foi ainda contemplada uma co-municação entre diversos pisosatravés de uma área vertical querecebe luz do exterior, destacan-do-se a vivência espacial do pisotérreo.“Com a implantação deste equi-pamento, a polivalência do con-ceito de arquitetura, através darelação com o aglomerado urba-

no e com o rio, contribuem parauma leitura sócio urbana contem-porânea de Vila Franca de Xira.”O edifício prima, de acordo coma autarquia, por uma multidisci-plinaridade e funcionalidade dassuas áreas, tendo-se desenvolvi-do o edifício em 7 da seguinteforma: Piso 0 – átrio e sala poli-valente. A sala polivalente pode-rá ser utilizada para diversos fins,

como lançamento de publica-ções, conferências, formação,ações de sensibilização. Piso 1 –Galeria e Cafetaria. Neste pisoestá também prevista a zona deconsulta de periódicos. Piso 2 –Secção Infantil/Juvenil. Piso 3 –Secção de Adultos/Audiovisuais.Piso 4 – Secção de Adultos/Con-sulta Geral. Piso 5 – Áreas deTrabalho Técnico-Administrativo

(inclui Sala de Formação/Reu-niões). Piso 6 – Depósito de Di-fusão Documental; Áreas de tra-balho técnico – Administrativo.Segundo o vice-presidente domunicípio, Fernando Paulo “esta-mos a falar de um novo e moder-no edifício com as melhores con-dições, não só de bibliotecacomo de centro cultural e de la-zer, conferido não só pelas ca-

racterísticas e possibilidades doespaço, como pela ligação coma paisagem envolvente.” “Aspessoas vão perceber do quefalo quando tiverem oportunida-de de a conhecer e ver com ospróprios olhos. É um edifício decultura, que acresce dignidadeao concelho e que será uma re-ferência a nível nacional”, desta-ca.

Histórias de bruxas, de lobiso-mens e outras lendas que

povoam o imaginário das aldeiasdo país serviram de pretexto parauma atividade do festival Con-temfesta na aldeia de Pereiro dePalhacana, Alenquer, nos últimosdias do mês de Julho. Durantedois dias, contadores de históriasligados ao museu virtual do Patri-mónio Cultural Imaterial estive-ram na localidade e reavivaramas memórias de outros temposatravés da narração de históriasdo fantástico num misto de parti-lha e de celebração da tradiçãooral.José Barbieri do e-Museu do Pa-trimónio Cultural Imaterial, ao Va-lor Local, sublinha que se tratouno fundo de uma “festa dos con-tos”, “daqueles que se contavamà lareira. O projeto que percorre

o país promove a recolha em ví-deo destes testemunhos que de-pois os dá a conhecer junto dopúblico. “Fomos cimentando a re-colha e percebemos que estemundo dos contos e das históriasainda permanece muito vivo,consagrado recentemente com oaparecimento da figura do conta-dor de histórias, normalmente jo-vens que dão a conhecer estacultura dos contos em escolas ebibliotecas”. Em Pereiro de Palhacana, aldeiado Oeste na fronteira entre o con-celho de Alenquer e o de Sobralde Monte Agraço, são conheci-das algumas histórias que já fa-zem parte da cultura popular daterra, como “a do burro que lar-gou o dono para ir atrás de umaburra”, refere Barbieri. “Há contosque reforçam que foi este animal

que inventou a vindima”. Contoscom bruxas, lobisomens e outrosfactos extraordinários são co-muns, mas também de particularinteresse são os provérbios, mui-tos relacionados com as tarefasagrícolas, que se perpetuaramentre as gerações mais velhas,ou os saberes ligados à previsãodas condições atmosféricas:“quando a serra de Montejuntose apresenta nublada sabe-seque vai chover no dia seguinte”.”Trata-se de um manancial muitorico”.Barbieri conta que parte destescontos são transversais não só aPortugal mas a todo o mundo,pois histórias de bruxos e lobiso-mens acontecem por toda a par-te. Reconhece que parte do en-canto destes contos reside nofacto de serem quase tidos como

acontecimentos reais por partede quem os conta, de modo a darmais veracidade aos mesmos.Entre os saberes de Pereiro dePalhacana, José Barbieri salientao fazer da “uvada”, doce que“não existe em outro sítio dopaís”. “Uma espécie de marmela-da que não leva açúcar paraalém dos frutos, ou ainda o arrozcom castanha pilada que se co-mia na Páscoa e que ainda per-manece”. De salientar “a forma como fo-mos recebidos pela populaçãoque nos incentivou a continuar,algo muito gratificante”. “O balan-ço do evento é muito positivo,porque estiveram não só presen-tes os habitantes, mas tambémvisitantes de Lisboa e até entu-siastas deste tipo de eventos doestrangeiro”.

Nova biblioteca

Vila Franca em contagem decrescente

Festa dos Contos em Pereiro de Palhacana

Onovo protocolo entre a autar-quia e o museu particular do

pintor João Mário prevê que o ha-bitual apoio mensal, através deuma renda, da Câmara ao museubaixe dos atuais 2500 para 1750euros. Pedro Folgado, presidentedo município, em reunião de Câ-

mara destacou que a negociaçãocom o pintor foi “difícil” mas que seconseguiu um bom acordo, atéporque o museu é dotado de umespólio avaliado em 1 milhão e300 mil euros, e como tal uma“mais valia para o concelho deAlenquer”, dado tratar-se da “maior

coleção privada de arte figurativado país”.O novo contrato prevê ainda a ma-nutenção dos espaços exterioresdo museu como a piscina e jardim.Eurico Borlido, vereador da Coliga-ção da Nossa Terra, mostrou algu-mas dúvidas quanto à necessida-

de de a Câmara também ficar res-ponsável pela piscina, quando oque está em causa é o recheio domuseu. Folgado esclareceu que atarefa da autarquia nesse campolimita-se a uma normal limpeza damesma, já que “funciona apenascomo se de um lago se tratasse”.

O protocolo prevê ainda que a res-ponsabilidade dos seguros fica acargo de João Mário e que a lista-gem das obras “tem de estar sem-pre atualizada, sendo que não po-dem ser movidas sem que umaparte dê conhecimento à outra”.Em declarações a Valor Local, Pe-

dro Folgado referiu que o museuparticular de João Mário assume“especial importância” no circuitoturístico do concelho, de que sãoexemplo as muitas excursões comautocarros realizadas todos osanos com turistas de vários pontosdo país. As entradas são gratuitas.

Câmara Alenquer baixa apoio ao Museu João Mário

Edifício arrojado domina a paisagem ribeirinha

Um dos momentos da atividade

Foto Oriana Alves Memoria Imaterial CRL

Page 8: Jornal Valor Local Edição Agosto 2014

8 Valor LocalAmbiente

OParque da Ribeira inseridona Quinta Municipal de San-

ta Eulália no Cartaxo foi inaugu-rado em 2011 pelo anterior presi-dente do município Paulo Cal-das, sendo pouco procurado pelapopulação. Este espaço voltou aestar quase ao abandono e semmanutenção. Durante muitosanos, o município tentou recupe-rar aquela zona verde, e conse-gui-o numa altura em que a si-tuação financeira da autarquia jánão era a melhor. O problema éagora bem mais grave pois foraminvestidos naquele espaço cercade 800 mil euros, e a Câmaranão tem verba para a sua manu-tenção.Uma das situações mais gravesvividas naquele local prende-secom a poluição da Ribeira doCartaxo que atravessa o parque,que fica junto a um conjunto deapartamentos. Há moradores eutilizadores do espaço a queixa-rem-se do frequente mau cheiro,fato esse que a reportagem doValor Local pode constatar no lo-cal.Pedro Ribeiro, presidente da Câ-mara Municipal do Cartaxo, aoValor Local, assume que esse é

um problema grave, pois “esta-mos a falar de descargas ilegaispara a ribeira”. O autarca desta-ca que o município tem insistidonum esforço para uma melhorfiscalização, já que alertou algu-mas vezes a GNR para procurarfiscalizar “apesar de se saberque é complicada essa tarefa”.Refere o autarca que há situa-ções de descargas anormaispara o local e que estão na miradas autoridades, ressalvando anecessidade de mais civismo ede mais fiscalização. Numa dasúltimas reuniões de executivo, opresidente da Câmara chegou areferir que a limpeza da ribeiraestaria na alçada da Cartágua,mas foi-nos dito pelo gabinete decomunicação da mesma queessa não é uma responsabilida-de da empresa de águas e sa-neamento. Entretanto também se agudizamos problemas com a manutençãode alguns equipamentos do par-que,– “Costumo dizer que é maisfácil inaugurar este tipo de espa-ços do que os manter”, desabafao presidente da Câmara queanuncia que na próxima Assem-bleia Municipal em Setembro

será discutida uma proposta paracontratar desempregados atra-vés do centro de emprego deSantarém. A Câmara tem apenastrês funcionários a garantir a lim-peza e a higiene da cidade doCartaxo, sendo essa uma das

principais carências no quadrode pessoal da autarquia.Questionado sobre se, nestecaso, poderia haver uma ação delimpeza concertada que envol-vesse a população, como nocaso de outras no município, no-

meadamente, a recente limpezado cemitério local, Pedro Ribeiroesclarece que a dimensão do es-paço e a necessidade de umalimpeza profunda não se compa-decem com esse tipo de ações.O edil lembra que as ações já de-

senvolvidas não eram “tão gran-diosas e por isso não necessita-vam de mão-de-obra especializa-da como é agora o caso do Par-que de Santa Eulália”, completa-mente devastado por silvado eoutro tipo de vegetação.

Parque da Ribeira no Cartaxoao abandono

Aspeto da Ribeira do Cartaxo

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9Valor Local Ambiente

ACâmara Municipal Azambujavai avançar com uma cam-

panha de sensibilização tendoem vista a produção e a recolhade lixo. A informação foi avança-da ao Valor Local pelo vice-pre-sidente da autarquia, Silvino Lú-cio, que constata, ao mesmotempo, “o aumento da falta de ci-vismo por parte de alguns muní-cipes.”Para o responsável, a colocaçãode lixo em sítios inapropriadosjunto a ilhas ecológicas e os con-tentores cheios com resíduosque deveriam ter sido previa-mente separados são hábitosque devem mudar. O vereador jáhá muito que defende que a pro-dução de lixo doméstico devedestinar-se aos locais próprios, epor isso a campanha publicitáriaque será uma realidade deveráser centralizada nos hábitos dosmais velhos, “já que as criançasvão tendo uma outra consciênciado problema, por via das campa-nhas que são feitas nas esco-las.” Silvino Lúcio dá comoexemplo uma foto que colocou

na sua página do facebook, ondechamava a atenção para o lixoque transbordava de uma ilhaecológica.O autarca vinca que as ilhasecológicas possuem uma boacapacidade, “o que acontece éque são colocadas caixas nes-ses locais que entopem o canalde passagem para o depósito,algo que impossibilita que maislixo possa ser despejado”.Este estado de coisas é habitualnas nossas vilas e cidades. Taldeve-se à falta de uma culturade reciclagem inerente à socie-dade. Em Azambuja, é por isso,também frequente ver os pape-lões quase vazios, até porquemuitos desses desperdícios sãocolocados junto dos contentoresnormais.Com a crise tem diminuído a pro-dução de lixo no concelho deAzambuja. Silvino Lúcio diz queera expectável que a situaçãofosse de aumento, tendo emconta “a chegada de muitos emi-grantes nos meses de férias, eas inúmeras festas que se vão

fazendo pelo concelho fora, masao invés disso estamos a assistirà diminuição dos lixos, com con-sequente perda de receitas paraa Valorsul”.

Câmara quer refazerSaneamento junto à EN3

A foto de uma leitora onde se viauma viatura de recolha de resí-duos, no concelho de Azambuja,a despeja-los para um coletor deesgoto, levou Silvino Lúcio a darum “puxão de orelhas” ao enge-nheiro responsável da empresa“Águas da Azambuja”.Segundo o autarca, tratavam-sede resíduos provenientes da lim-peza dos coletores junto das vi-vendas construídas na zona daJunta de Freguesia de Azambu-ja, que terão sido despejadospara um coletor, e não para a viapública conforme se falou nas re-des sociais.Tal situação tem sido frequente,já que a zona onde os resíduosforam recolhidos padece de pro-blemas estruturais graves, e na

foto da autoria de Fátima Rega-teiro colocada no mural do face-book do vice-presidente, não évisível o local para onde está aser feita a descarga. Silvino Lú-cio garante que esta é uma si-tuação complicada, tendo jádado instruções para que asdescargas sejam feitas mais per-to da ETAR. “Mais longe da vista

e por isso mais longe do cora-ção. Dor que não se vê, é dorque não se sente”.Silvino Lúcio garante, ainda as-sim, que o local para onde foramdespejados os resíduos “é omais correto” mas admite “quedá mau aspeto”.O vice-presidente salienta entre-tanto que a autarquia está a ini-

ciar o processo para refazer todoo saneamento da zona em causa“que por ser plana sofre comabatimentos ao nível das condu-tas. É frequente assistirmos ainundações no local”.Para já, não há ainda calendáriopara aquela reparação, todavia ovice-presidente, garante que oestudo já está em marcha.

ACâmara de Salvaterra de Ma-gos tem vindo a encetar dife-

rentes ações de limpeza na bar-ragem de Magos através de vo-luntários e de membros da autar-quia. Uma iniciativa com o intuitode disfarçar o descuido em quese encontra o local que aguardahá sete anos pelas obras do fami-gerado “Plano de Ordenamentoda Albufeira de Magos”.Hélder Esménio, presidente domunicípio, refere que o objetivo é“dotar o espaço de outras condi-ções de fruição”, sendo que tam-bém foi lançada nova hasta públi-ca para exploração do bar exis-tente. “As obras de reabilitaçãoencontram-se atrasadas, os nos-so serviços estão a trabalhar como empresário da restauração emcausa para melhorar a qualidadedo serviço ali prestado”.Entre os frequentadores do espa-ço subsiste o sentimento de que

a barragem de Magos é um localde grandes potencialidades quesão mal aproveitadas. TeresaFerreira, de Samora Correia, jávisitou a barragem de Magos eexpressa a seguinte opinião:“Tanto o bar como a envolventepodiam ser mais bem explorados.Numa das alturas em que lá fui,senti que o serviço de mesa nãoera bom, parecia que nos esta-vam a fazer um grande favor. Emtermos de higiene não me recor-do, mas em termos de confortodo espaço podia ser melhor.”Também Paulo Correia que che-gou a residir no concelho, é daopinião de que “o espaço é agra-dável e limpo, mas poderia havermais investimento, nomeadamen-te em estruturas para quem visitaa área” Por outro lado, “a estradade acesso também poderia sermelhorada pois penso que a bar-ragem está subaproveitada. É

uma zona de atração turísticaque poderia ser dinamizada comatividades, como a canoagem oumergulho”.O Instituto da Água delineou umcronograma de obras para a re-qualificação do espaço que con-sistia em dragagens no plano deágua, construção de um posto deacostagem e estacionamento, euma rampa de acesso. A inter-venção far-se-ia ainda na reabili-tação da vegetação natural, cons-trução de caminhos pedonais, ci-cláveis e automóvel num investi-mento total de 4 milhões 540 mileuros repartidos por cinco anos.Esménio desconhece se caberiaà autarquia à altura dos fatos darseguimento a essas obras. Hélder Esménio refere que, nestemomento, embarcações a motornão podem fazer uso do espelhode água, “restringindo, dessa for-ma, os possíveis públicos dos

desportos motorizados”. A Câma-ra “não pode fazer muito mais doque higienizar e limpar até porqueos terrenos são na sua maioria deum privado”. A autarquia está atentar criar no local rotas pedes-tres com o apoio da associaçãode regantes nas margens do rio,

onde também se situa o bar, bemcomo, “zelar pelas análises daqualidade da água”.Recentemente, a autarquia reu-niu-se com a Agência Portuguesado Ambiente, com consequentepedido à Saúde Pública para co-lheita de amostras na barragem,

até porque, ao longo dos anos,tem-se falado em exploraçõesanimais na zona que segundo oautarca “não estão na origem dealgum foco de contaminação, quea existir estará mais relacionadocom o uso de fertilizantes agríco-las nos campos da zona”.

Campanha de sensibilizaçãopara separação do lixo

Sete anos depois do Plano de Ordenamento da Albufeira de Magos

Ações de limpeza e pouco mais

Incúria extrema em Casais do Alfaro, Azambuja

Análises à qualidade da água foram pedidas

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10 Valor LocalDestaque

¢ Sílvia Agostinho

Étalvez um dos projetos turísti-cos mais antigos imaginados

para a região. A ideia surgiu no fi-nal dos anos 80 por parte do em-

presário António Domingos quequeria fazer em duas quintas dosconcelhos de Azambuja e Alen-quer, num total de 125 hectares,um parque temático que homena-geasse os descobrimentos portu-

gueses, orçado em 250 milhõesde euros, com recurso a fundospróprios mas sobretudo a investi-dores pouco conhecidos. A Luso-lândia daria emprego, à partida a1900 pessoas e em 2012, o seu

mentor falava que a inauguraçãodeveria acontecer em 2014 paracoincidir com os 500 anos da che-gada dos portugueses ao Japão.O empresário tem travado nos úl-timos 26 anos uma verdadeira

epopeia de resistência, mas nãosabemos ainda se dobrou ou nãoo cabo das Tormentas.Ao Valor Local, o presidente daCâmara de Azambuja, Luís deSousa, relata que o empresário

voltou a estabelecer contactos nosúltimos meses porque tem final-mente, e ao que tudo indica, emmarcha a execução do plano depormenor, que já deveria estar ter-minado em finais de 2012. “Veio à

Lusolândia RevisitadaO projeto que há mais tempo teima em não sair do papel na região contado 26 anos depois. A Lusolândiaé acima de tudo um teste de resistência por parte de quem a sonhou e que teima, ano após ano, em nãoa deixar cair. Nesta altura, foi pedido mais um prazo de prolongamento para o plano de pormenor.

Uma das avenidas principais da Lusolândia A Índia em destaque

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11Valor Local Destaque

Câmara pedir-nos uma declaraçãopara efeitos de REN ou RAN paradesafetação de terrenos e sobre-tudo para alargarmos o prazo paraentrega da documentação”. O pla-no de pormenor está a ser com-posto por uma equipa de AntónioDomingos e Luís de Sousa encon-tra-se a aguardar por novo contac-to do empresário no sentido demais um pequeno empurrão noprojeto. O autarca reflete que a Lu-solândia já parece “quase um pon-to de honra para o empresário,que continua entusiasmado ape-sar da crise, e que diz ter parceirospara o ajudarem”.Já no caso do atual presidente daCâmara de Alenquer, Pedro Folga-do, este também remeteu à CCDRo pedido para prorrogação dosprazos para este projeto, mas até“à data pouco se sabe”. O autarca,ao contrário do seu colega, aindanão se encontrou com António Do-mingos, mas considera que “proje-tos destes para já são excessivos.Há um parque previsto para oBombarral e a própria Eurodisneyjá conheceu melhores dias”.

Instado pelo Valor Local, AntónioDomingos que recusou ser entre-vistado pelo nosso jornal, acaboupor dizer que “haverá algo paraacontecer nos próximos tempos”,sem concretizar especificamente oquê. O empresário foi perentório –“Não posso nem devo adiantar oque quer que seja, porque às ve-zes quando falamos demais tam-bém perdemos mais e prefiroaguardar”. Quanto à famosa ques-tão do investimento, diz que se en-contra quase completo, masadianta para futuras núpcias no-vas explicações.

Um caso commuitas reviravoltas

Joaquim Ramos, antigo presidenteda Câmara de Azambuja, que dei-xou o cargo em 2013, também selembra do “cartel de financiamen-to” de que o empresário falava, de-pois de o projeto ter ficado paradodurante vários anos por causa doaeroporto da Ota. Em 2012, o projeto de António Do-mingos conhece um novo fôlego

ao ganhar o estatuto de “Projetode Interesse Nacional” (PIN) dadopor parte do AICEP, deixando paratrás um outro projeto semelhante,também um parque temático dosDescobrimentos, de um outro con-junto de empresários, denominadoDiscovery Park, desta feita na Ota,concelho de Alenquer. É também nesta altura que Antó-nio Domingos apresenta a propos-ta de divisão do empreendimentoe batalha por uma isenção do Im-posto Municipal sobre as Trans-missões Onerosas de Imóveis(IMT). O objetivo seria o de criarduas empresas, desanexar umaparcela de terreno e construir umhotel. Houve reuniões entre mem-bros dos executivos e oposiçõesdos dois concelhos, sendo que foipedida uma caução de 600 mil eu-ros ao empresário em troco daisenção, de modo a se evitar o ca-minho da especulação imobiliária,deixando dessa forma uma possí-vel janela aberta para que o em-presário pudesse vir a abandonaro projeto, e a encaixar verbas coma venda de terrenos.

Segundo apurámos, o empresárioterá ameaçado com queixas nasFinanças, pois não seria obrigadoa pagar qualquer caução, algo quenão conseguimos confirmar juntodo mesmo tendo em conta quenão se mostrou disponível parauma entrevista. Luís de Sousaconfirma que até à data não foi no-tificado. Sempre que este processo surgeà tona, alguns dos principais inter-

venientes políticos concelhios deAzambuja pedem mais dados e aapresentação de um estudo deviabilidade, que nunca se viu atéaos dias de hoje, cimentando aideia de especulação imobiliáriaainda mais. Agora que estará emmarcha o plano de pormenor porparte do empresário, Daniel Claro,antigo deputado municipal que es-creveu sobre a matéria, na altura,na imprensa local, ouvido pelo Va-

lor Local é perentório – “A mimnunca me quiseram mostrar o pro-cesso todo, sem a caução o em-presário poderia com facilidadeobter a isenção e depois vender oterreno para armazéns, sem ter dedar mais explicações”, refere e vaimais longe- “Não acredito que hajaalgum banco com capacidadepara emprestar esse financiamen-to, se houvesse dinheiro para aLusolândia o Passos Coelho e o

Neumeyer, o criativo quedesenhou a Lusolândia

Aterra dos sonhos entre Azambuja e Alenquer idealizada por António Domingos teve como umdos seus criativos,Joseph Neumeyer ligado à Disneylândia, e que trabalhou no projeto ainda

nos anos 80, cujas imagens reproduzimos neste trabalho. Este criativo que fez cenários em largaescala para o universo Disney e para a Universal Studios falou com o Valor Local sobre a sua ex-periência neste trabalho da Lusolândia.“Estava incumbido em tentar representar o melhor possível o que foram os descobrimentos portu-gueses, capturar, por assim dizer, a essência de Portugal muito ligada à sua história marítima. Foium trabalho árduo que tive de realizar em pouco tempo e com pouco dinheiro, mas já foi há muitosanos e é difícil de nos lembrarmos de tudo, sei que o parque nunca foi construído”. Para além de Joseph Neumeyer, António Domingos tinha a trabalhar no seu projeto outras equipasnos Estados Unidos. “Queria-se algo do mesmo género da Disney, o cenário previa uma viagem debarco e a pé pelos vários territórios retratados. O meu trabalho foi o de tentar visualizar e concep-tualizar tudo isto ao pormenor, porque o conceito geral estava concretizado”.Hoje em dia, Josph Neumeyer que esteve envolvido na conceptualização de vários parques temá-ticos pelo mundo fora, decidiu retirar-se dessa área e dedicar-se à apresentação de miniaturas paraprojetos, “devido ao fato de haver demasiada componente política associada a essas obras”. Jáquanto à realidade dos parques temáticos no mundo, e quando se fala no declínio da Disney, opinaque “são locais que continuam a fazer-nos sonhar”. “Lembro-me que fui à Disneylândia quando eramiúdo e que paguei cinco dólares pela entrada e de ter ficado deslumbrado com o que vi”.A Lusolândia prevista para as quintas do Bunhal/Texuga (Azambuja) e Archino (Alenquer) promoviao reconhecimento das culturas e dos ambientes africanos, asiáticos e brasileiros com a chegadados portugueses a esses territórios. Previa a construção de um hotel, restaurantes, piscinas, e seisáreas temáticas relacionadas com os territórios da lusofonia.

O Oriente que já foi português, igualmente contemplado

continua è

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12 Valor LocalDestaque

Com o fim do imperativo dasmedidas restritivas ligadas à

servidão aeronáutica do aeropor-to da Ota que rumou ao concelhode Benavente abandonando omunicípio de Alenquer, a Lusolân-dia ganhou uma nova vida depoisde ter perdido outras tantas, masum concorrente inesperado apa-rece no horizonte. Tratava-se doDiscovery Park, projeto encabe-çado pelo economista e gestorPaulo Carmona que consigo tra-zia um grupo de investidores dis-postos a fazer na Ota um parque“ainda mais grandioso” que o daLusolândia, num investimento de500 milhões de euros, parte des-sa verba em project finance, eigualmente dedicado aos desco-brimentos portugueses. Ao Valor Local, Paulo Carmonalembra que o seu projeto “erauma coisa bem feita” mas que “in-felizmente” não teve a melhoraceitação por parte da AICEP, àépoca liderada pelo atual presi-dente da Câmara de Sintra, Basí-

lio Horta, por razões de reservasagrícola e ecológica e de monta-do de sobro. A proximidade geo-gráfica dos dois complexos tam-bém não ajudou. Paulo Carmonarefere que, a dada altura do pro-cesso, em 2009, aquela entidadedo Estado decidiu “embirrar coma questão ambiental, nomeada-mente, com os sobreiros existen-tes na zona, quando estamos afalar de meia dúzia de árvores”.“A má vontade e o bloqueio siste-mático abrandaram o entusiasmodos que estavam neste projeto”,entre os quais salienta “empresasde grande gabarito” para além doaval da Delloite no que à viabili-dade financeira do projeto diz res-peito. “Tudo isto se tornou maisdifícil de entender quando o finan-ciamento não era do Estado ehoje teríamos em Portugal umgrande parque temático e muitospostos de trabalho”. “Infelizmente,a AICEP meteu-nos no mesmosaco de outros, e as pessoas li-gadas a este projeto, que tinham

como é natural as suas vidas,acabaram por desistir”.Paulo Carmona confirma quenunca esteve em cima da mesa apossibilidade de uma agregaçãocom o projeto da Lusolândia, su-gerida por Basílio Horta, até por-que “ a concorrência é saudável ese houvesse ali dois parques te-máticos tal significaria mais ofer-ta”. Tendo em conta que muitosdefendem que, no momento atualde crise, seria pouco responsávelpensar-se a sério num parque te-mático para a região, Carmonadesconstrói essa teoria – “ Portu-gal pode estar em crise, mas Lis-boa está atolada de turistas, seconseguíssemos desviar 10 porcento dessas pessoas para umparque a 20 minutos da capitalcom bons acessos, teríamos su-cesso de certeza e faço aqui umacomparação: se há quem pague20 euros para ir para uma disco-teca, não me diga que não hágente que pague 40 euros paraentrar num sítio espetacular e dar

‘cambalhotas’ o dia inteiro”. Basílio Horta, o homem que che-gou a chumbar os dois projetosaté ficar na corrida apenas a Lu-solândia, considera que “houveproblemas no projeto de Alenquerem questões de ordenamento doterritório. Os dois projetos foramanalisados e nem todas as regrasambientais eram observadas”,mas “Portugal precisa de umgrande parque temático, atécomo autarca procuro um investi-mento desse género para o meuconcelho, porque faz falta aopaís”, refere à nossa reportagem.Também o antigo presidente daCâmara de Alenquer, Álvaro Pe-dro tinha preferência pelo Disco-very Park a implantar na Ota,apesar de também ter sido conta-tado por António Domingos masrefere que sempre acreditou maisna viabilidade do Discovery Park.“António Domingos era sempremuito evasivo, limitava-se a dizerque ia conseguir, mas nunca viluz verde”, dá conta.

Portas já andavam lá a marcar oterreno”, graceja, acrescentandotambém que o parque teria umcusto de 250 milhões de eurosmas apenas na fase inicial.“De facto, o empresário pediu essaisenção, algo que até não me re-pugnava muito, porque surgia paraseparar dois terrenos que já eramdele, e não fazia sentido que o ho-mem pagasse IMT por isso mes-mo”, diz, pelo contrário, JoaquimRamos que atira críticas nesseepisódio à oposição – “que nuncase interessou pelo projeto e que lu-tou contra o mesmo porque estána sua génese indignar-se comamericanices”. Já no caso da coli-gação de centro direita na Câmaraoptou antes pela via do “puro opor-tunismo político”, “impondo essadificuldade do IMT entre outras”. Muito negociados foram tambémos acessos ao parque temáticoque o empresário queria que fos-sem da responsabilidade das duasCâmaras que não aceitaram. Ra-

mos recorda-se que Domingos“reagiu mal”, “o que não quer dizerque não pudéssemos fazer pres-são junto da Estradas de Portugal,mas sermos nós as câmaras aconstruir já seria um bocadinho ex-cessivo”. “Achei pouco normal eleter ficado tão irritado com a nossadecisão, embora perceba o seusentimento face ao IMT”. Passados vários anos, Ramos opi-na que “o empresário sempre es-teve interessado em fazer o par-que, mas também apostar na par-te imobiliária”. Quanto às fontes definanciamento “era sempre umpouco misterioso, mas falava doapoio de países lusófonos”. Ra-mos que segundo algumas vozesterá ido à Disneylândia com o em-presário desmente categoricamen-te tal facto – “Fui apenas com aminha família e a minhas expen-sas”. O primeiro presidente de Câmarade Azambuja a conhecer o projetoquando este surgiu em finais da

década de 80 foi João Benaventeque o achou “extraordinário” e queprometeu ao empresário e a umsócio americano do mesmo “fazertodas as diligências possíveis jun-to do Governo para que se concre-tizasse”. O antigo presidente daCâmara lembra-se que já na alturao investimento rondaria os valoresde hoje, e que o empresário ga-rantia que o conseguiria alcançaratravés de parceiros. Benaventerecorda-se que um dos secretáriosde Estado do então Governo deCavaco Silva, Licínio Cunha “foium homem verdadeiramente inte-ressado e que ajudou muito o pro-jeto, mas tudo piorou quando estesaiu e entrou o secretário de Esta-do Alfredo César Torres que foipresidente do Automóvel Clube dePortugal que para defender a suadama desprezou a Lusolândia eapontou baterias para a constru-ção de um autódromo em Braga”.“Houve uma mudança radical ape-sar de o Governo ser o mesmo.

António Domingos já na altura fi-cou estupefacto e desolado com onovo secretário de Estado”.Acácio Vasconcellos que foi enge-nheiro técnico na Câmara deAzambuja, até 2006, lidou de per-to com o processo, ainda no tem-po de João Benavente, enquantopresidente da autarquia, no finaldos anos 80 e inícios de 90. “Eraum projeto megalómano, e na mi-nha opinião os investidores que-riam investir, sobretudo, à custa doEstado e da Câmara Municipal,com acessos e várias infraestrutu-ras envolventes”. “Andava no ar que as Câmaras éque tinham de intervir e só conse-gui ver da parte do empresário es-tudos prévios demasiado sumá-rios. Em papel não havia muitosdados, talvez houvesse mais emconversas”, sublinha e enfatiza:“Parecia mais um desenho de ummiúdo de escola”. No capítulo dapropalada especulação imobiliáriaVasconcellos é da opinião de que

“muita gente se serviu disso, em-bora pudesse não ser essa a in-tenção”. Conhecida por muitosestá a célebre ida de alguém, su-postamente, mandatado pelo pro-jeto que requereu as cartas cadas-trais dos terrenos desde Aveirasde Cima a Azambuja na autarquia.“Hoje os terrenos valem muito me-nos do que valiam na altura, certa-mente alguém ganhou com isso, eoutros perderam, essas circuns-tâncias também foram espoleta-das com o aeroporto”, deixa no ar.Sobre a ausência de estudos maisprofundos, sublinha que “os inte-ressados fugiam dessa necessida-de, e as coisas iam ficando no ar.Talvez andassem a tentar negociarmais apoios, nomeadamente o es-tudo de impacte”.Em contraponto, Joaquim Ramosdefende o projeto salientando queo mesmo foi aprovado pela CCDR“que não aprova coisas pelarama”, tendo mesmo conseguidoem 2012 a classificação de Núcleode Desenvolvimento Económicode Turismo e Lazer (NDE-TL), eque embora não tendo apresenta-do planos de especialidade “tinhaum plano de ocupação e explora-ção feito por técnicos da Disney”.Jorge Riso, que governou a Câ-mara de Alenquer entre 2009 e2013 esteve na CDDR com o em-presário aquando de mais uma luzverde governamental, mas “poucomais há a contar de lá para cá”,embora acredite “nas boas inten-ções do promotor que já gastoumuito dinheiro com tudo isto”, refe-re.Uma das figuras que lutou maispela realização deste tipo de mais-valias para a região foi o antigopresidente da extinta Região deTurismo do Oeste, António Carnei-ro que sempre manteve um rela-

cionamento próximo com AntónioDomingos, e com quem de vez emquando, diz, “almoçar ou tomarcafé”. “Trata-se de um empreendimentoque tem todas as autorizações ne-cessárias para arrancar, tem genteinteressada em o financiar, mastemo que possa ainda não havermercado suficiente e daí talvez es-tarmos todos a tentar esperar maisum pouco, porque não basta lámeter o dinheiro, temos de garantircerca de três mil visitantes por diae aproveitar a grande explosão tu-rística que Lisboa está a registar”.Carneiro desabafa, ainda, sobreesta matéria – “Não tenho proble-mas em o dizer aqui publicamente– o empresário tem estado dema-siado sozinho, este Governo emparticular não lhe liga nenhuma, equando não há um parque temáti-co digno desse nome neste país.Quem disser o contrário está amentir. Ainda, por cima, quando fa-lamos dos Descobrimentos, quenem um museu temos sequer queconte a nossa história marítima.Aliás a grande embarcação queesteve em exposição na EXPO 98está a apodrecer na Trafaria. É istoo que nós somos”. “A Lusolândiatem de ter um acompanhamentoafetivo por parte do Governo e énatural que o empresário se sintadesacompanhado, quando já gas-tou mais do que devia no projeto enos terrenos. Espero que o novoquadro comunitário e o secretáriode Estado de Turismo olhe final-mente para o projeto”, refere e fi-naliza – “Ele teve muito azar comas medidas preventivas do aero-porto, e agora que já pode cons-truir, o país entrou em crise e nãohá banco que empreste dinheiro,mas sei que tem bons contatos noestrangeiro”.

Discovery Park VS Lusolândia

Paulo Carmona desistiu do Discovery Park

Lusolândia prevista para esta área de Azambuja

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13Valor Local Negócios com Valor

Lançou-se há cinco anos comoagente imobiliário no muito dis-

putado e concorrido mercado dacompra e venda de casas. O clien-te é cada vez mais exigente, e odifícil não é chegar ao topo masmanter-se nele. O agente Remax,Mário Simões, em entrevista falado momento atual do mercado.Com o desemprego a diminuirem alguns grupos etários se-gundo o INE, acredita que tal vairefletir-se no mercado imobiliá-rio?Sim, é verdade. Se o desempregodiminuir, reflete-se em toda a eco-nomia e o ramo imobiliário comtoda a certeza também sentiráessa melhoria, até porque na horade comprar casa tudo se tornamuito mais facilitado e o nível deconfiança também será outro.É verdade que está a registar-seuma subida de novo na vendade habitações?Sem dúvida que sim. Este temsido um ano em que a confiançados clientes na compra de imóveisaumentou bastante, para além deque comprar casas voltou a ser umnegócio extremamente rentável,ou seja, para quem tem dinheiroparado, o investimento, neste mo-mento, no mercado imobiliário éuma realidade bastante séria, com

rentabilidades que podem ir dos 7aos 10 por cento ao ano.E o arrendamento?O arrendamento sempre foi umarealidade, principalmente, paraquem não pode comprar. Mas ten-do em conta o momento atual domercado, e num exercício de com-paração, quase sempre fica maisbarato comprar do que arrendar. De certa forma é possível fazerum balanço positivo do atualmomento do mercado?Sim neste momento e falo pelarealidade que conheço, o balançodeste 1º semestre de 2014 é bas-tante positivo. A marca “Remax”regista um crescimento fantástico.Nos primeiros seis meses desteano atingi um crescimento a ron-dar os 48 por cento em relação a2013, por isso o balanço até agoratem sido extremamente positivo.Uma das preocupações na horade comprar casa é o financia-mento. Como é que o agenteimobiliário Mário Simões ajudaos clientes nesse ponto, istotendo em conta que os bancosrestringem cada vez mais osacessos aos empréstimos?Para podermos ajudar cada vezmais os clientes é necessária umaboa qualificação financeira. Nãosão os bancos que estão a em-

prestar menos, o nível de exigên-cia para se ter acesso ao crédito éque aumentou muito. Enquanto comercial faço essa tria-gem e aconselhamento no mo-mento em que sou contactado pe-los clientes. Depois disso e se acompra for viável, encaminho osclientes compradores para a nossaárea financeira. Na Max Finance eporque cada caso é um caso, osclientes são tratados de forma mui-to personalizada por um consultorfinanceiro que tentará encontrar amelhor solução para o seu caso.Somos uma equipa e o nosso úni-co objetivo é que o cliente se sintasatisfeito. O Mário ficou em 8º Lugar noranking de vendas da Remaxem Junho. Tal deveu-se paraalém do seu trabalho, também àcredibilidade que a Remax temjunto dos seus clientes?Na realidade tenho tido um anofantástico, que se deve muito aomeu empenho profissional, mastambém a uma marca que, nestemomento, em Portugal tem umaforça enorme. A Remax conseguiudurante estes anos ganhar umaenorme credibilidade junto daspessoas o que torna também onosso trabalho um pouco mais fá-cil, mas como é lógico, neste mer-

cado, nem todos conseguem ven-cer e aliada à marca há que teruma enorme capacidade de traba-lho, muito espírito de sacrifício,empenho, mas acima de tudo per-ceber muito bem as necessidadesdos nossos clientes, porque acimade tudo, este é um negócio depessoas.Todavia este é um trabalho con-tínuo. Já no início do ano o Má-rio Simões também foi premia-do pelo volume de faturação noano passado?Como já disse anteriormente, esteé um trabalho que requer muitoempenho e profissionalismo. Difícilnão é atingir o topo, difícil mesmo

é conseguir ano após ano manter-mo-nos lá e melhorar constante-mente. Desde o meu primeiro anoe até hoje, sempre fui agente pre-miado pela Remax Portugal. Masisso deve-se para além do meutrabalho, a toda a estrutura da em-presa que represento (RemaxVantagem), a todos os meus cole-gas e principalmente a todos osmeus clientes que depois de bemservidos, voltam a referenciar-mea outras pessoas. Essa é sem dú-vida a melhor publicidade que te-mos.Na hora do Mário Simões pegarnum imóvel, o que lhe pedemmais frequentemente os seus

clientes? Na hora de vender ou comprar umimóvel, o cliente precisa acima detudo de alguém que o ouça e per-ceba rapidamente as suas neces-sidades. Depois exigem-me profis-sionalismo, rigor e muita dedica-ção e nessa parte não facilito. Osmeus clientes merecem o melhorde mim. Quem me conhece a nívelprofissional sabe o quanto me de-dico a tentar ajudar e solucionar osproblemas dos meus clientes. Écerto que nem sempre consegui-mos, mas ter a consciência de quetudo fizemos para conseguir émeio caminho andado para gran-des conquistas.

Remax Vantagem/Carregado

Mário Simões aumenta a faturação em 48%

Agente imobiliário trabalha na área há 5 anos

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14 Valor LocalPerfil

Maria Palha, natural de VilaFranca de Xira, há muito

que é uma cidadã do mundo.Conhecida pelas missões inter-nacionais de voluntariado, a psi-cóloga clinica partiu em 2005para uma missão em Moçambi-que, e nunca mais parou.Tudo começou no início daqueleano, quando Maria Palha decidiuabdicar de um emprego seguro.Na altura trabalhava num depar-tamento de recursos humanos,mas dizia-se descontente. O seuespírito de aventura levou-apara África, Moçambique. MariaPalha, atualmente com 32 anos,conta que a forma que usoupara escolher o destino foi igual-mente “aventureira”. Diz MariaPalha que rodou o globo terres-tre e o seu dedo apontou paraMoçambique, e foi esse o seuprimeiro destino. A psicóloga clinica, agora, comconsultório em Lisboa, lembraque as primeiras tentativas deaproximação ao hospital ondequeria fazer voluntariado naárea da saúde mental, não cor-reram bem. Pelo telefone, MariaPalha ia tentando, mas do outrolado, havia sempre um “não”, to-davia não desistiu. Maria Palhacolocou a mochila às costas epartiu para Moçambique.De Moçambique, Maria Palhaparte para o Zimbabué onde fi-coumais um ano. Pelo meio Ma-ria Palha fez mais uma paragemem Portugal, onde acaba por fa-zer alguns trabalhos de interven-ção comunitária e social.Mas nem todas as missões sãoiguais. Cada uma tem marcadoMaria Palha à sua maneira. EmMoçambique a médica refereque a forma resiliente como apopulação recebia as más notí-cias foi o que mais a impressio-nou. A médica salienta que a re-siliência dos locais era impres-sionante, referindo que quandodiziam a um popular que pade-cia de certa doença crónica, a

resposta era quase “invariavel-mente sem reação de maior”.“Preferiam a partir daí, cuidardos familiares em detrimento dasua própria condição de saúde.”Já no Zimbabué, a missão foi“mais pesada”. Maria Palha con-ta que a atuação dos MédicosSem Fronteiras era mais direta ejunto de uma população onde aincidência de HIV – Sida ronda-va os 60 por cento. “O índice demortalidade era alto e trabalhou-se um ano inteiro a tentar imple-mentar um programa de saúdemental” e por isso Maria Palharefere que este desafio “eramais estratégico”, “e ao mesmotempo mais emotivo, tendo emconta as muitas mortes regista-das.Ao longo dos últimos anos, a

médica correu o mundo. África,Brasil, e a India foram apenas al-guns dos destinos que em con-junto com a Líbia, marcaram asua vida. Contudo, a médica nãoesquece a missão em que parti-cipou em 2011 quando um forteterramoto na fronteira da Turquiacom o Irão causou um númeromuito significativo de vítimas.As más condições de alojamen-to e os constantes tremores deterra levaram a equipa a pernoi-tar em tendas por motivos de se-gurança. Com temperaturas de20 graus negativos, “a gestãodas necessidades básicas sãomais complicadas”, refere, sa-lientando, ainda assim, que cadamissão tem a sua peculiaridade,e por isso “é difícil dizer qual foia mais difícil, as dinâmicas são

muito diferentes entre si”.Sobre a Turquia, Maria Palha re-fere que essa foi a sua primeiramissão em catástrofe natural. Amédica salienta que após a Tur-quia, esteve na Líbia o que aleva a dizer em jeito de desaba-fo: “Prefiro os cenários de guer-ra, porque na guerra temos comquem negociar. Na natureza nãoconseguimos falar”.Já na sua missão na Líbia, o ce-nário de guerra e toda a envol-vência foram completamente di-ferentes. O trabalho de MariaPalha foi com as mulheres econta que tinha de se deslocarde casa em casa para falar dotrabalho de desumanização daguerra. “Foi incrível porque foi omeu primeiro contacto com oMédio Oriente, e ter a oportuni-

dade de entrar nas suas casas ede as juntar em grupo e vercomo geriam o sofrimento pelosseus homens, que estavam nalinha da frente, foi realmentemaravilhoso”.Já em Agosto do ano passado,Maria Palha teve uma nova mis-são, desta vez na Síria. A clínicateve como missão andar pelacomunidade e falar no impactoda saúde mental “com o reenca-minhamento dos locais, em ter-mos de serviços médicos, para aestrutura que existia no terreno”.Segundo Maria Palha, foi umamissão importante porque esta-vam muito próximos da linha dafrente.A médica tinha como objetivodeslocar-se às escolas onde es-tavam as pessoas desalojadas

vítimas da guerra. “Foi maravi-lhoso e intenso, o facto de tersido bem recebida pela popula-ção, e de ter oportunidade deconseguir apaziguar alguns dosseus sofrimentos mais básicos”.Maria Palha explica que haviapessoas que não dormiam, hádois ou três meses “e com sim-ples técnicas e mais informaçãosobre o que se estava a passarcom os corpos de cada uma,conseguimos reduzir um bocadi-nho o seu sofrimento”.Ao fim de várias missões em vá-rias partes do mundo, Maria Pa-lha diz que é uma péssima turis-ta. “Não consigo viajar sem osóculos sociais. Sem entrar nacultura desses países, e portan-to acho que é uma das desvan-tagens do meu trabalho”.

Maria Palha, voluntária pelo mundo

“Não consigo viajar sem os óculos sociais”

Numa das missões onde esteve presente

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15Valor Local Desporto

Tempos áureos da prova nos anos 90

¢ Miguel A. Rodrigues

Aprova internacional de ci-clismo 10 KM de Tagarro

está de regresso àquela aldeiada freguesia de Alcoentre, nodia seis de setembro, iniciativade um grupo de cidadãos liga-dos ao ciclismo e à aldeia. Aprova que terminou há 16 anos,ainda, é bastante conhecida en-tre os praticantes de atletismoem Portugal e no estrangeiro.Segundo António Nobre, umdos rostos mais visíveis destaorganização em declarações aoValor Local, o regresso desta

iniciativa está particularmenterelacionada “com a saudade ecom a nostalgia” de todos osantigos elementos, “agora comas suas vidas profissionais jáarrumadas”. António Nobre dizque, hoje, “há mais tempo parase fazerem as coisas”, e embo-ra a aldeia tenha sofrido com oenvelhecimento da população,há muitos, sobretudo jovens,que querem ajudar na organiza-ção da prova.Ao Valor Local, o antigo capitãoda Força Aérea esclarece que aprova não foi além das dez edi-ções, porque, assim, tinha fica-

do decidido entre a organiza-ção, afastando, por isso, qual-quer cenário de conflito entre osmembros e as diversas entida-des conforme se chegou a es-pecular na altura.Com efeito, a prova esteve noseu auge quando acabou. No-mes como Joaquim Leitão ouAlbertina Dias chegaram a sercabeças de cartaz da prova queatraia milhares de participantese visitantes, que davam à aldeiade Tagarro um brilho diferentedurante o dia da prova.António Nobre destaca, entre-tanto, que a organização tam-

bém beneficiou em muito dofacto dele próprio ter sido vice-presidente da Federação Portu-guesa de Atletismo. António No-bre vinca, entretanto, que a pró-pria associação 10Km de Tagar-ro, criada para organizar oevento “nunca deixou de existir.Esteve sim “inativa” o que pro-va, segundo Nobre, que a inten-ção seria de um dia mais tarde“voltar a colocar na estrada ainiciativa.”Mas os tempos agora são ou-tros e por isso, refere o respon-sável: “Não queremos fazercomparações. Não vamos ter,

nem pouco mais ou menos, 35mil euros de orçamento”, vin-cando que a organização conti-nuará nas mãos da associaçãoe que os valores praticados sãoagora três a quatro vezes maisbaixos do que na primeira “vidada prova”.E embora esta prova tenha sidosobejamente conhecida no pa-norama nacional e até interna-cional, António Nobre reconhe-ce que o retomar do ritmo vaiser lento. A competição vai “re-começar praticamente do zero,numa pequena aldeia, numazona rural e desertificada”. Tra-

ta-se de revisitar “um percursoque só deu provas quando sechegou à quinta edição, na altu-ra”.Quanto ao futuro, António No-bre garante que a prova não fi-cará apenas por uma única edi-ção, e que será para continuar– “Seria interessante voltar a fa-zer um percurso de sucesso.Não sei se daqui a uns anosvoltaremos a ter de novo umagrande prova internacional”, sa-lientando que para já a organi-zação quer apenas retomar oevento “com o peso da tradiçãoque ele tem”.

Oprotocolo assinado entre aCâmara de Salvaterra, pela

anterior presidente do municí-pio, e o Grupo Desportivo deMarinhais (GDM) nunca foi a As-sembleia Municipal sendo porisso nulo. O assunto gerou con-trovérsia numa das últimas reu-niões de Câmara e o assuntoserá encaminhado agora paraAssembleia Municipal com orasgar do anterior protocolo e aexecução de um novo, conformeaconselha parecer jurídico emi-

tido por gabinete de advogados.O rasgar do protocolo que estáno alvo da discórdia (o qual nãotem valor legal), de acordo comLuís Gomes, do Bloco de Es-querda, força política que gover-nou a Câmara à época dos fac-tos, pode “significar o compro-metimento dos interesses doGDM porquanto significa pres-cindir do seu campo de futebol”,até que seja feito um novo pro-tocolo cuja aprovação pode de-morar “dois a três anos”. O vice-

presidente do município, JoãoBenavente, respondeu que “umnovo protocolo não levará assimtanto tempo a ser feito”. Por ou-tro lado, o vereador do PSD,Francisco Naia vincou que ou-tros clubes do concelho têm di-ficuldades em “usar o campo”,tendo em conta que o protocoloprivilegia o GDM. João Caniço,da CDU, quis saber por seu tur-no se os custos associados à in-fraestrutura são suportados naíntegra pelo GDM e quais as ra-

zões para a aparente falta deboa vontade da coletividadepara com as congéneres conce-lhias que se têm queixado denão poderem usar a infraestru-tura na sua plenitude, de que oexemplo do não acesso à enfer-maria recentemente por partedo Grupo Desportivo Salvater-rense é apenas um dos episó-dios.O presidente do GDM, CarlosSilva, falou no final da reuniãode Câmara e vincou que “a ne-

cessidade de um novo protocoloé uma questão menor quando ocampo está em terrenos priva-dos da família Tavares de Almei-da”, facto que “ainda não foi re-solvido”. Quanto à necessidadede um novo protocolo adiantouque muito rapidamente se esbo-ça um novo documento, e ironi-camente até mostrou disponibi-lidade “para voltar para o velhi-nho campo do Marinhais e ce-der o novo às outras coletivida-des”.

Grande Prémio de Tagarroregressa 16 anos depois

Protocolo com o Grupo Desportivo Marinhaisno alvo da polémica

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16 Valor LocalOpinião

António GodinhoDeputado Municipal

Inicio esta modesta nota por umesclarecimento. Tenho o maior

respeito e amizade pessoal peloPresidente da Câmara Municipalde Azambuja, Luís de Sousa,considero-me amigo de muitosdos atuais e ex autarcas deAzambuja e por todos tenhomaior respeito pessoal. Tenho,de muitos, recebido sinal de ami-zade e, de todos, sempre respei-to. Não tenho inimigos políticos,apenas adversários, que quandonecessário critico de acordo comas minhas ideias, os meus ideaise os da força autárquica comque me identifico, no caso doConcelho de Azambuja, a Coli-gação PELO FUTURO DA NOS-SA TERRA, que reúne muitos ci-dadãos independentes e integrapartidos como o PSD, o CDS e oPartido da Terra. Feito este es-clarecimento vamos aos factos.DESPAUTÉRIO (escrito emmaiúsculas porque grito de indig-nação).Despautério significa segundo odicionário Priberam “grande dis-parate”.Na realidade é o que se tem pas-sado, e o que se passou, quanto

à gestão dos dinheiros da autar-quia, da responsabilidade doPartido Socialista, no período emque Luís de Sousa foi Vice-Pre-sidente e agora presidente daCâmara.

Recebi há alguns dias o relatórioda Inspeção-geral de Finanças(IGF) referente a “Controlo doendividamento e da situação fi-nanceira da administração muni-cipal autárquica, Município de

Azambuja” relativo ao ano de2012.Neste documento lê-se, logo noinício, “A presente auditoria evi-denciou que o Município deAzambuja violou os limites espe-ciais de endividamento líquidos ede empréstimos de médio/longoprazo de 2012”, lê-se mais “Oelevado empolamento orçamen-tal apurado refletiu-se numa exe-cução orçamental desequilibradaque permitiu a assunção de des-pesas para cujo pagamento oMunicípio de Azambuja não tinhaefetiva capacidade financeira”.Algumas decisões tomadas aolongo dos últimos anos pelamaioria socialista só poderiamlevar à criação de situaçõescomo a que descreve o relatórioda IGF. A construção da praça detouros em detrimento das pisci-nas cujo interesse social é clara-mente indiscutível é disso exem-plo.Mais grave ainda o negócio daságuas em que os munícipes deAzambuja pagam das faturasmais elevadas de Portugal, porvia do preço da água e do sa-neamento.

As negociações em curso com aÁguas de Azambuja apontampara agravamentos elevadíssi-mos e incomportáveis numa si-tuação de crise como a que vive-mos e em que as famílias veemas receitas a decrescer e as des-pesas sempre a aumentar.A forma como o executivo cama-rário e o Presidente da Câmaratêm conduzido as negociaçõessó poderiam conduzir a este re-sultado conforme se depreendedos comentários da ERSAR, En-tidade Reguladora dos Serviçosde Água e Resíduos. Escuso-mede maçar o leitor com citaçõesdesse parecer que foi ampla-mente discutido e divulgado emAssembleia Municipal e está dis-ponível no site da internet da câ-mara.Ainda é possível inverter este ca-minho e apresentar soluções quenão põem em causa a saúde fi-nanceira da Águas de Azambujae evitam os aumentos brutaisque se avizinham.Luís de Sousa e a maioria socia-lista que governa a câmara nãosouberam interpretar os resulta-dos eleitorais que apontavam

claramente para um entendimen-to com as forças da oposição.Não aquilo que foi feito, pescarum vereador mais vulnerável daoposição. Seria necessário umacordo estável entre forças polí-ticas, negociado com tempo, deforma clara e definindo objetivose compromissos que servissema todos.Ainda há tempo para arrepiar ca-minho e procurar soluções está-veis na câmara e assembleiamunicipal, assim se deseje. Ain-da é possível servir bem os cida-dãos de azambuja e preparar umfuturo melhor com uma câmaraorçamentalmente equilibrada.Na Coligação PELO FUTURODA NOSSA TERRA sabemoscomo e estamos disponíveispara partilhar e discutir soluções.Mas não estamos disponíveispara servir de bengala a um po-der socialista que perdeu o nor-te, não prepara caminhos de fu-turo corretos e não tem capaci-dade técnica e política para afir-mar no Concelho de Azambujaum modelo de desenvolvimentoeconómico e social sustentado esustentável.

Despautério

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17Valor Local Economia

¢ Sílvia Agostinho

Está aí mais um Quadro de Re-ferência Estratégico Nacional

(QREN) 2014-20120, e as candi-daturas das entidades inseridasna área geográfica da Lezíria doTejo têm como interlocutor o INA-LENTEJO, com sede em Évora,que gere a atribuição dos fundoscomunitários aos concelhos inse-ridos na NUT III, ou seja em áreasde baixa densidade e de menordesenvolvimento.Segundo António Costa Dieb, pre-sidente da Comissão de Coorde-nação e Desenvolvimento Regio-nal do Alentejo (CCDRA) e da Co-missão Diretiva do INALENTEJO,a aposta forte será então nos de-nominados territórios de baixadensidade, sendo que “o objetivoserá o de combater a perda de de-senvolvimento económico e socialdestes territórios, invertendo umprocesso de décadas”. “A apostatem de ser feita, não com base eminfraestruturas e equipamentos,mas com base no crescimentoeconómico, na criação de empre-go, para possibilitar a fixação daspessoas e incentivar a dinâmicadas comunidades”, refere.Em declarações recentes, o minis-tro Adjunto e do DesenvolvimentoRegional, Miguel Poiares Maduro,aquando da realização do “Roteiropelos Territórios de Baixa Densi-

dade no Alentejo”, em Maio, sa-lientou que importa apostar no “re-forço da competitividade”, ao “re-lacionar o turismo com produtostradicionais, juntando-lhe valor –design, inovação, comercialização- e criando o círculo virtuoso entreessas várias áreas de negócio”, oque permitirá “inverter um proble-ma de décadas com perda decompetitividade económica e depopulação, um problema transver-

sal aos vários concelhos desta re-gião”.No “Portugal 2020”, para o perío-do 2014-2020, as intervençõesvão centrar-se em áreas prioritá-rias, tais como: a promoção doempreendedorismo e da inovaçãoempresarial; o incentivo à transfe-rência de conhecimentos de I&Dentre os sectores académico eempresarial; o aumento da com-petitividade económica, através do

aumento da produção de bens eserviços comercializáveis; o com-bate ao desemprego, nomeada-mente entre os jovens, melhoran-do a qualidade da educação e daformação; o alargamento das qua-lificações e competências; a redu-ção da pobreza, através do melhoracesso a serviços da economiasocial; o apoio à transição parauma economia eficiente em ter-mos de recursos, eficiência ener-

gética e gestão dos recursos natu-rais; e o contributo para a moder-nização da administração pública.

Regras mais apertadaspara os projetos

António Costa Dieb reforça, poroutro lado, que o processo buro-crático no que respeita às candi-daturas será mais simplificado,mas por outro lado cresce a res-ponsabilidade e aumenta o graude exigência quanto à atribuiçãodos fundo – “O modelo de gover-nação dos fundos, já aprovado emconselho de ministros, prevê umaumento em matéria de transpa-rência e de seletividade dosapoios”, “uma aposta forte na sim-plificação para facilitar as candida-turas a apresentar pelos beneficiá-rios”, as quais serão feitas no “Por-tal Portugal 2020”, um balcão úni-co que vai constituir o ponto deacesso aos Fundos Europeus Es-truturais e de Investimento (FEEI)para todas as entidades que sepretendam candidatar a financia-mento destes fundos.“E sim, há uma clara mudança deorientação do investimento em in-fraestruturas para o investimentoprivado e empresarial, o cumpri-mento de prazos, o cumprimentode objetivos e de responsabiliza-ção. Vai verificar-se um aumentoda simplificação, em paralelo com

um aumento da seletividade dosinvestimentos a apoiar, na fase deconcurso”, descreve como serádaqui para a frente esta realidadedos fundos comunitários.António Costa Dieb fornece al-guns exemplos: “No ProgramaOperacional Regional do Alentejo2014-2020, não nos vamos limitara aprovar os projetos e a compro-var que os mesmos foram execu-tados, seja uma unidade industrialou turística, ou simplesmente aaquisição de equipamentos pararenovar essas unidades, seja umequipamento de apoio social oucultural, um projeto de investiga-ção ou um projeto de captação deinvestimentos e/ou de promoçãoexterna, seja um projeto de efi-ciência energética ou de reorgani-zação de serviços; com a assina-tura do contrato de financiamentovamos exigir aos beneficiários ocompromisso de obtenção de re-sultados, aumento da produção,da faturação, das exportações, ouda criação de postos de trabalho,entre outras possibilidades.O recebimento dos fundos comu-nitários vai depender da obtençãodos resultados e o seu não cum-primento implica penalizações.“Pretende-se obter resultados cre-díveis que contribuam para o au-mento da competitividade das em-presas e o crescimento económi-co da região.”

ASugal, com sede em Azambu-ja e que é atualmente a maior

produtora portuguesa de concen-trado de tomate, prepara-se parainvestir cerca de 20 milhões deeuros só este ano.Segundo apurámos, a empresavai aplicar 8 milhões nas duas fá-bricas que tem em Portugal, no-meadamente em Benavente eAzambuja. A outra fatia de cercade 12 milhões será canalizadapara as duas fábricas no Chile eem Espanha. Em declarações aoValor Local, o diretor da empresaJorge Ortigão, confirma o investi-mento.Parte do investimento em Portu-gal será aplicado na aquisição deprodutos de maior valor acrescen-tado, que necessitam de outrotipo de tecnologia, como o tomateem cubos que serve, por exem-plo, de base para molhos e pizas.Pretende-se adquirir mais tomatefresco, sendo que nesta altura jáestão contratadas cerca de 600mil toneladas, mais 30% do queem 2013, o que vai levar tambémà contratação de 40 pessoas para

reforçar a apanha de tomate.De acordo com Jorge Ortigão aonosso jornal, no ano passado asduas empresas do grupo dividi-das entre Benavente e Azambuja,trataram cerca de 450 mil tonela-das de tomate fresco, e este foi“um número recorde”. Ora esteano, a empresa prepara-se parasuperar esse número, isto tendoem conta o inverno chuvoso e aboa produção de tomate origina-da nos campos ribatejanos.Este investimento é uma boa no-tícia para o município de Azambu-ja. Silvino Lúcio, vice-presidenteda Câmara, destaca a importân-cia desta “que foi das primeirasfábricas do concelho” e que temsobrevivido à saída de outras,como foram os casos da Ford Lu-sitânia e da Opel. O autarca elo-gia a “criação de emprego, sejana época de verão, no dito traba-lho sazonal, durante a apanha dotomate, seja durante o ano comos postos de trabalho fixos”, “so-bretudo numa altura em que o de-semprego atinge mais popula-ção”.

Novo QREN

Menos burocracia,Mais Exigência de Resultados

Sugal investe 20 milhões de eurosAntónio Costa Dieb dá a conhecer principais linhas do novo QREN

Unidade de Azambuja onde será acelerado o investimento

Page 18: Jornal Valor Local Edição Agosto 2014

18 Publicidade Valor Local

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19Valor Local Instantâneos

Terra VelhinhaJosé Salvaterra e sua esposa Publicada por Joaquim Carvalho, 02/03/14Segundo Joaquim Carvalho “O meu primo José Salvaterra e a mu-lher quando era maioral na casa Lima Monteiro e responsável peloenjaulador nos arneiros.”Segundo Fátima Regateiro “Espectacular. Para os grupos de folcloreda região esta foto e outras do género podem ser uma mais valia.”Segundo Miguel Ouro “Tal e qual anos 30/40.”Segundo Cristina Rito “Que fotografia fabulosa.”Segundo Maria Ferreira “Muito bem..””

Maria Adelaide…Publicada por Isabel Silva, 16/03/14Segundo Isabel Silva “Foto tirada no beco que fica em frente da far-mácia Dias da Silva foi tirada em 1965 nela estão a minha mãe Ma-ria Adelaide a minha tia Guilhermina, o meu tio António Luís serrae a minha avó Seta,”Segundo António Pereira “É mesmo agradável ver estas fotos, terravelhinha tem também esta função recordar-mos e matar-mos sau-dades.”

Banda Filarmónica Anos 20Publicada por António Joaquim Félix, 08/04/14Segundo António Joaquim Félix “ Foto tirada na primeira metade dosanos 20 do século passado. Na foto pessoas da família e da idade demeu pai: Alfredo Félix, António Félix, Carlos Catarino (Filó), José Rocha,Lourenço Cunha e Henrique Silva (Ferrador) são alguns deles.”Segundo Adriano Ouro “Relíquia da minha terra.”Segundo Jorge Santos “Quer dizer que o meu avô, Martinho dos San-tos (padeiro/columbófilo/músico...), deve estar algures nesta foto.Nasceu em 1915 e entrou para a banda, ao que sei, aos 11 anos. Seestivesse entre nós, faria 99 anos.”

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Retratosda Nossa Terra

OTUA – Transporte Urbano de Azambuja criado em 2005 paraservir os habitantes da vila de Azambuja, terminou um ano de-

pois devido à falta de rentabilidade. A julgar pelo silvado… há muitoque ninguém usa esta paragem. No local, apenas alguns caracóisaguardam por transporte dos Casais de Baixo para o “Canha – Orei dos Caracóis” em Azambuja. Pena que não tivessem lido os jor-nais, pois assim já não fariam fila para apanhar o autocarro….

Parece que até em Azambuja, o nome Espírito Santo caiu emdesgraça. Já é sabido que a agência Modd’ys colocou o banco

ao nível lixo, mas aqui em Azambuja essa designação assume umsentido literal, como se pode ver na foto.

Notícias com História…e o Tejo é sempre novo…

Publicou a Gazeta de Lisboa em 1826, a notícia do arrendamen-to da embarcação que fazia a ligação entre Valada e Palhota,

deixando antever que em princípios do século XIX o Tejo era umavia fluvial cheio de vida, fazendo o transporte local de pessoas ebens.

Imagens com História

D. Maria da Assunção Ferreira, filha da célebre D. Antónia Ade-laide Ferreira, a Ferreirinha da Régua, casada com o 3.º conde

de Azambuja, nesta inédita fotografia com D. Nuno de Mendonça,4.º conde de Azambuja, ao colo.D. Maria da Assunção Ferreira e o conde de Azambuja receberama Quinta de Vale de Fornos como dote de casamento, oferta de D.Antónia Ferreira, que a transformou na Quinta vitivinícola que hojeconhecemos.Esta foto-documento deve ser de 1861, pois D. Nuno de Mendon-ça Rolim de Moura Barreto nasceu a 20 de Janeiro desse ano.Como curiosidade, foi o primeiro filho de D. Augusto Pedro deMendonça Rolim de Moura Barreto, 3.º conde de Azambuja e deD. Maria da Assunção Ferreira, de um total de 4 filhos e 8 filhasque tiveram enquanto foram casados.

Por José Machado Pereira

Correção:

No texto com o título “O Muro da discórdia” na edição de Julhodo Valor Local, erradamente fizemos menção ao nome do mu-

nícipe Manuel Teófilo como estando ligado ao protesto contra umaobra particular que, alegadamente, estará em curso e que tem sidoalvo de polémica. No entanto, o mesmo manifestou algumas re-servas quanto a uma obra naquela localidade mas no passado,sendo que nenhuma das frases citadas pelo mesmo no trabalhoem apreço dizem respeito à mais recente polémica. Desde já asnossas desculpas.

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