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JORNAL DA 11 MAR 11 FORA DOS HOLOFOTES, NO CARNAVAL, VIVIANE TRIPODI APELA PARA APARECER NA TV Pág. 8 Histórias de banheiros químicos dão o que falar durante a folia badalo 16 Confira os barracos dos artistas durante os seis dias de festa social 8 Mesmo com maior efetivo policial, cresce número de ocorrências no Carnaval polícia 15 O Carnaval transformou-se em um verdadeiro apartheid. De um lado, os que curtem o melhor da festa em luxuosos camarotes ou nos blocos mais concorridos; do outro, os foliões que se espremem na pipoca. Somente os donos de cervejarias, camarotes e trios enchem os bolsos. Com o modelo ultrapassado e excludente, alguns artistas baianos já começam a repensar a festa e baixar as cordas. Págs. 4, 5 e 6 O melhor Carnaval do mundo é nosso. MANUELA CAVADAS REPRODUÇÃO

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JORNAL DA METROPOLE SALVADOR BAHIA 2011

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JORNAL DA

11MAR11

FORA DOS HOLOFOTES, NO CARNAVAL, VIVIANE TRIPODI APELA PARA APARECER NA TV Pág. 8

Histórias de banheiros químicos dão o que falar durante a folia

badalo 16

Confira os barracos dos artistas durante os seis dias de festa

social 8

Mesmo com maior efetivo policial, cresce número de ocorrências no Carnaval

polícia 15

O Carnaval transformou-se em um verdadeiro apartheid. De um lado, os que curtem o melhor da festa em luxuosos camarotes ou nos blocos mais concorridos; do outro, os foliões que se espremem na pipoca. Somente os donos de cervejarias, camarotes e trios enchem os bolsos. Com o modelo ultrapassado e excludente, alguns artistas baianos já começam a repensar a festa e baixar as cordas. Págs. 4, 5 e 6

O melhor Carnaval do mundo é nosso.

MANUELA CAVADAS

REPRODUÇÃO

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Salvador, 11 de março de 20112

que p...é essa? pilha pura

Policial civil trabalha certoUma canção baiana famosa já diz: “já beijei um, já beijei dois, já beijei três/hoje eu já beijei, vou beijar mais uma vez”. E, no Car-naval de Salvador, quem mostrou que segue a letra à risca foi um policial civil. Esbanjando autoridade com a farda da corporação, ele foi flagrado na Barra com a boca ocupada, investigando o in-terior de uma garota...

O Rei Momo é gordo de nascença, de teimoso ou porque já veio comido de casa. Segundo especialistas, degustar o rango servido durante o Carnaval é mais arriscado do que atravessar pista de Fórmula-1. O Bloco da Diarreia sai a partir da Quarta-Feira de Cinzas! Por James Martins

I’m not Hot Dog NoUm dos produtos típicos do Carnaval (e também das festas de largo) é o famoso cachorro- quen-te. É até manjado, embora alguns sejam tão esquisitos que parecem estar cantando ‘I’m not hot dog no’. Expostos em barraquinhas, no modelo self-service, eles são os hot dogs radioativos, parentes próximos dos ‘acarajés em óleo diesel’. Além das salsichas com elefantíase, parecendo um olho estufado ou uma veia de hemor-roida, o aspecto visual do acompa-nhamento também colabora com a decoração carnavalesca: ervilhas meio cinzas para combinar com a cenoura esbranquiçada em um tom que compõe divinamente com as batatas-palha verdes. Dica: abuse da maionese. Assim, depois, você já tem em quem botar a culpa da ‘barriação’ intestinal.

Camarote Coliformes InclusiveMas o Carnaval também é reno-vação. Este ano surgiu a versão luxuosa da dor de barriga patroci-nada pelos cobiçados camarotes. Como naquele caso dos piolhos de Carlota Joaquina, tudo no Brasil tem sua versão glamourizada. A Vigilância Sanitária resolveu deixar o vaso de lado e dar uma fuçada na cozinha dos paraísos carnavalescos. Resultado: em al-guns foram encontrados calabresa

podre, camarão indigente, gelo de água da bica guardado em saco de lixo, pizzas brotinho brotando bactérias e outras ‘cositas más’. All inclusive! Vai ter celebridade e subcelebridade peidando azedo, pelo menos, até o São João.

Príncipe MalucoMas nem só de pão vive o folião. Para acompanhar as gororobas momescas, uma boa pedida é o ‘Príncipe Maluco’– bebida itinerante comercializada em barris e que tam-bém é o barril! O PM é uma versão do famoso ‘Capeta’ mas, no lugar de ‘vodka gasolinificada’, a receita tem como base a velha cachaça, que alguns preferem chamar de Taquari. Invariavelmente, os vendedores de ‘Príncipe Maluco’ estão mais para malucos que para príncipes, atestan-do o valor etílico do goró.

O jeito de beber também é peculiar: bebe-se a bebida (óbvio) e, logo em seguida, morde-se uma rodela de limão com leite condensado e canela. Tem gringo que vem para cá exalando timidez e volta dando aula de amassar a latinha com a bunda após a primeira dose.

Churrasquinho de bichanoE não podemos encerrar esta coluna sem mencionar a imensa falta que os churrasquinhos de gato fazem ao folião faminto. O problema, segundo a Vigilância Sanitária, é que os espetinhos de pau podem virar espadas de vazar olho e atravessar bucho alheio durante a festa. De qual-

quer forma, enquanto se fez presente, o chur-

rasquinho reinou no Carnaval como o petisco preferido da

galera. A coisa estava evoluindo tanto que

já tinha camarote encomendando tone-ladas de churrasco de siamês e angorá para servir aos VIPs. Um turista estrangeiro levou um churras-quinho comprado no Beco do Mijo para a Bélgica, o bicho já está até miando em um museu famoso, garante.

ExpedientePublisher Mário KertészDiretor Executivo Chico KertészChefe de Reportagem Florence PerezProjeto Gráfico Marcelo KertészEditor de Arte Paulo BragaEditor de Fotografia Geraldo MeloDiagramação Dimitri Argolo CerqueiraRedação Ive Deonísio, James Martins, José Marques e Laís BuriProdução Edinaldo JuniorRevisão Ivete Zinn

Fotos Dario Guimarães Neto e Manuela CavadasProdução Gráfica Evandro BrandãoComercial (71) [email protected] 80.000 exemplares

Grupo MetrópoleRua Conde Pereira Carneiro, 226 Pernambués CEP 41100-010 Salvador, BA tel.: (71) 3505-5000

Pontos fixosFarmácias SantanaChame ChameIguatemi 1º pisoSalvador ShoppingCajazeirasComércioAvenida Manoel Dias da SilvaItapuãPraça da PiedadeVilas do AtlânticoGraçaPostos Mataripe Bonocô, Rodoviária, OgunjáSubway (Barra)

Shopping Tricenter (Avenida ACM)Banca de Luís (Caminho de Areia)Restaurante Manah (CAB)Giramundo Turismo (Barra)Banca Paulo VI (Avenida Paulo VI)Terminal Rodoviário de SalvadorSupermercado GBarbosa (Costa Azul)Uranus2 (Lucaia e Tancredo Neves)Delicatessem Pão e Mais (Itaigara) Restaurante Porto Moreira (Centro)Distribuição de rua (sexta-feira)Cruzamento V. da Gama X GaribaldiSinaleiras do Largo da Mariquita Avenida Tancredo NevesSinaleira Av. ACM (Iguatemi)

Sinaleira do Hiperposto Sinaleira do Campo Grande/TCAPraça da Piedade Praça MunicipalSinaleira Manoel Dias da Silva (Praça Nossa Senhora da Luz) Sinaleira Jardim dos Namorados Sinaleira ASBAC X Bompreço Sinaleira da Aav. Tiradentes (Bonfim)Plano Inclinado (Liberdade)Sinaleira do Brotascenter (Brotas)Sinaleira das Gordinhas (Ondina)Sinaleira Largo das Baianas (Amaralina)Sinaleira do Shopping Gaivota (Imbuí)Sinaleira da Sereia (Itapuã)

Pontos de distribuição

[email protected] Uma publicação da Editora KSZ

Fechamento da edição 14h13

Sugestões para [email protected]

FOTO DO LEITOR/DIVULGAÇÃO

MANUELA CAVADAS

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Salvador, 11 de março de 2011 3

AGENCIA CAMARA

aconteceu“Nada mais adequado do que Jaqueline Roriz se afastar da Casa no momento” Presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS) sobre a saída da deputada da Casa, depois do vídeo que mostra ela recebendo dinheiro.

[email protected]

Ataques na Líbia As tropas do ditador da Líbia,

Muammar Kadhafi atacaram, no dia 9/3, os rebeldes que controlam as cidades de Ras Lanuf e Zawiya. As ofensivas ocorreram por terra e ar. Aviões militares bombardea-ram os rebeldes no terminal pe-trolífero e as praças estão cercadas por tanques e atiradores de elite. Para tentar reverter a situação, os rebeldes defendem uma zona de exclusão aérea sobre o país.

Terremoto mata sete na China

No dia 10/3, a província de Yunnan, na China, foi atingida por um terremoto de 5,8º de magnitude na Escala Rich-ter. O incidente matou 22 pessoas e 201 ficaram feridas. Dez minutos após o primeiro terremoto, foram registra-dos mais três tremores de 4,7º graus. De acordo com o Centro de Pesquisas Geológicas, o epicentro foi a 34 km de profundidade.

Por causa do terremoto, hotéis, ca-sas e restaurantes desmoronaram e a energia foi cortada na região.

Dalai Lama decide renunciar ao poder

O líder espiritual Dalai Lama, 75, anunciou, no dia 10/3, que vai abdicar do poder polí-tico do Tibete em favor de um representante eleito.

Em comunicado, Dalai Lama explicou que no dia 14/3 vai soli-citar uma emenda à Constituição para que torne legítima a mudan-ça. Mas, para a China, Dalai Lama não pode escolher o sucessor, pois deve seguir a tradição histórica e religiosa da reencarnação.

Chuvas no MaranhãoDois municípios do Maranhão

decretaram situação de emergên-cia e 10 estão em situação ‘anor-mal’, por conta de enchentes e enxurradas nos rios Mearim, Itape-curu e Tocantins. De acordo com a Defesa Civil do estado, cerca de 6,8 mil pessoas estão desabrigadas e mais de 3,6 mil ficaram desalo-jadas. Segundo relatório, choveu mais do que o esperado para essa época do ano.

A Beija-Flor de Nilópolis desfilou no dia 8/3 com o enredo ‘Roberto Carlos: a simplicidade de um rei’

Beija-Flor e Vai-Vai são campeãs em 2011

o que rola. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

estamos de olho

Associação de CegosNo dia 30/7, o Jornal da Metrópole denunciou que o serviço de telemar-keting da Associação Baiana de Cegos, que se intitula voluntário, é remu-nerado. Evangel dos Santos, ex-vice-presidente da instituição diz que a denúncia está parada no Ministério Público e os delatores foram expulsos.

Estatuto fantasmaEm 2010, o vice-prefeito Edvaldo Brito (PTB) criou o Estatuto do Carnaval, com a proposta de organizar a festa. Em 2011, a medida que proibia a comercialização de espetos de churrasco mais uma vez não foi levada a sério e o material foi visto nos principais circuitos da folia.

Leite continua reduzidoEm fevereiro, a Rádio Metrópole denunciou a escassa distribuição por parte da Prefeitura do leite especial gratuito para crianças com rejeição ao leite materno. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o órgão ain-da aguarda o novo orçamento para voltar a distribuir o alimento.

[email protected]

A Beija-Flor de Nilópolis foi a campeã do Desfile das Escolas de Samba do Rio de Janeiro. Anuncia-da no dia 9/3, na Praça da Apoteo-se, a Beija-Flor faturou o 12º título, homenageando o cantor Roberto Carlos com o enredo ‘Roberto Car-

los: a simplicidade de um rei’, inter-pretado por Neguinho da Beija-Flor. A escola teve nota máxima em oito dos 10 quesitos.

Em São Paulo, quem saiu vito-riosa foi a Vai-Vai. A escola, que teve como enredo ‘A Música Venceu’,

homenageou o músico João Car-los Martins, que se tornou maestro após perder parte dos movimentos da mão direita. A Vai-Vai garantiu o 14ª título e recebeu 10 de todos os jurados em cinco quesitos avalia-dos, como samba-enredo e bateria.

ULISSES DUMAS

MARCOS ARCOVERDE/AGENCIA A TARDE

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Salvador, 11 de março de 20114

CPF gratuitoHoje (11/3) é o último dia para que as mulheres façam gratuitamente o CPF. O serviço pode ser feito em todas as agências da Caixa Econômica. A iniciativa faz parte das comemorações do Dia Internacional da Mulher.

Festa da exclusãoDIZER QUE O CARNAVAL É uma festa popular é quase uma contradição. A folia transformou-se há muito tempo em um verda-deiro apartheid. De um lado, os ri-cos curtindo o melhor da festa em

luxuosos camarotes ou nos blocos mais concorridos; do outro, os fo-liões que se arriscam na pipoca e, entre eles, os cordeiros que traba-lham duro para permitir o deleite dos mais afortunados. “É um Car-naval muito demagógico. Tem gente preocupada com os jegues, mas não se preocupa com os cor-deiros, que mal bebem água”, cri-

tica o antropólogo Antônio Godi. Enquanto isso, os donos de cer-

vejarias, camarotes e alguns artistas baianos enchem os bolsos. Às véspe-ras da folia, o cantor Bell Marques, do Chiclete com Banana, resolveu ras-par a barba em uma ação da Gillet-te - patrocinadora dos blocos Nana Banana, Camaleão e Banana Coral. Especula-se que a marca pagou ao

cantor cerca de R$ 2 milhões. Mas não há prenúncio de mudan-ças. A própria Prefeitura defende que o modelo deve ser sustentado sob a alegação de que a folia traz alta arrecadação ao município. No entanto, os números oficiais não sustentam o argumento: em 2009, o prejuízo com o Carnaval foi de R$ 17,4 milhões .

Texto Ive Deonísio e Laís [email protected]@jornaldametropole.com.br

Fotos Manuela Cavadas

‘Tem gente preocupada com os jegues, mas não com os cordeiros que mal bebem água’

Enquanto foliões pagam cerca de R$ 300 para sair em um bloco, cordeiros ganham diariamente cerca de R$ 30

Festa momesca diminui espaço dos foliões nas ruas em prol dos pagantes de camarotes e blocos

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Salvador, 11 de março de 2011 5

Estudos ItalianosAs inscrições para o Núcleo de Estudos Italianos (Nesti) vão até o dia 23/3. São 120 vagas para três níveis no idioma. O valor da taxa é de R$ 260. Os interessados devem se di-rigir a sede da Associação Sócio-Cultural Patí, na Av. Sete.

Eva: o único sem cordas

Os principais blocos do Carnaval como o Camaleão, Me Abraça e Co-ruja recebem por dia cerca de 3,5 mil foliões cada um. Os três dias do blo-co liderado pela Banda Chiclete com Banana, por exemplo, custam R$ 1,9 mil, o que gera uma receita bruta de R$ 6,650 millhões. Já o Me Abraça, comandado por Durval Lelys, custa ao bolso dos fãs cerca de R$ 1,8 mil. No final do Carnaval o grupo embol-sa em torno de R$ 5,4 milhões. Já o bloco onde a cantora Ivete Sangalo faz a festa sai por R$ 1,3 mil, o que corresponde a R$ 4,940 milhões arre-cadados nos três dias da folia. Mas, o Bloco EVA fez a diferença este ano entre os privados. Para tentar mini-mizar a segregação da festa, o bloco baixou as cordas na terça-feira de Carnaval, deixou de arrecadar R$ 500 mil, mas fez a felicidade dos foliões.

Camarotes lucram milhões nos seis dias da folia e pagam taxa irrisória à Prefeitura por ocuparem espaço público

Sem cordas, bloco Eva arrata cerca de 20 mil foliões para o encontro de trios na Praça Castro Alves

A preço de banana

Camarotes enriquecem

No que diz respeito aos cama-rotes, as taxas cobradas através da Superintendência de Controle e Uso do Solo (Sucom) para monta-gem das estruturas são irrisórias. Os empresários do ramo pagam apenas R$ 10,58 de taxa fixa e R$ 42,34 por metro quadrado, e um acréscimo de R$ 380,62 por ponto explorado, como é o caso de salão de beleza ou lanchonete.

Segundo a Sucom, o valor é reajustado anualmente pela Se-cretaria Municipal da Fazenda (Sefaz), de acordo com índices in-flacionários. Já as tarifas fixas são estipuladas por lei municipal e a última mudança ocorreu em 2009. A Sefaz explica que cobra um va-lor baixo, pois o Carnaval é consi-derado uma atividade cultural.

O Camarote do Reino, que por dia comporta 2,5 mil pessoas, cobra entre R$ 270 e R$ 700 por ingresso. Nos seis dias de festa, o equipamento tem um lucro bru-to em torno de R$ 7,2 milhões. O Camarote do Nana Banana, que tem um preço variando entre R$ 350 e R$ 690 e recebe aproxima-damente dois mil foliões, coloca no bolso cerca de R$ 6,2 milhões. Já o Camarote Salvador, que carrega o preço mais exorbitan-te, chegando a cobrar R$ 1,2 mil por apenas um dia da festa, tem a capacidade de abrigar três mil pessoas, o que gera uma média de lucro de R$ 14,4 milhões.

Como se não fosse o bastante, os camarotes cobrarem caro para os foliões desfrutarem das mordomias nos equipamentos, eles estão cada vez maiores e reduzem mais ainda o espaço da pipoca.

AGENCIA HAACK

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Salvador, 11 de março de 20116

Diógenes Rebouças foi um ar-quiteto e urbanista, professor da Escola de Arquitetura da Ufba. Assessorou e coordenou a execução da Avenida Contor-no, da Estação Marítima, das faculdades de Farmácia, Arqui-tetura e Escola Politécnica da Ufba. Foi o primeiro presidente do Departamento da Bahia do Instituto de Arquitetos do Bra-sil e morreu em Salvador, em 1994, aos 80 anos de idade.

Rua Prof. Diógenes Rebouças - Pituba

A Mudança do Garcia, tradicional festa de rua de Salvador, perdeu o ca-ráter popular nos últimos anos para assumir um tom de protesto político

Foliões pipocas ficam espremidos entre os blocos e camarotes

O compositor e fundador do saudoso Bloco Jacu, Walter Quei-roz, lamenta que, com o desapare-cimento das bandas de fanfarra e o advento dos camarotes e blocos, o folião pipoca tenha perdido espaço. “O Carnaval da Bahia é ilegal por-que utiliza o espaço público como privado, penalizando o direito de ir e vir da população que não tem dinheiro para pagar um abadá ca-ríssimo ou não possui recursos para viajar e se vê obrigada a aceitar os

transtornos de uma cidade sitiada por quase 10 dias”, coloca.

O Carnaval antigo das mar-chinhas foi resgatado por Sérgio Bezerra, idealizador do Bloco Habeas Copos, que sai na sexta-feira anterior ao início da folia. “Quero fazer com que as pesso-as repensem o nosso formato de Carnaval, entendam a força dos instrumentos de som e que todo mundo possa ter a oportunidade de brincar junto”, diz.

Segundo uma pesquisa realiza-da em parceria com a Secretaria de Cultura da Bahia e a Superinten-dência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia, cerca de 60% dos foliões em Salvador estão na pipo-ca. “Pergunto-me onde eles estão? A pipoca tem sido expremida e ela que movimenta o Carnaval tem que disputar um espaço mínimo. Esse modelo tem que ser repensa-

do. O camarote e a corda são muito agressivos”, opina a antropóloga Goli Guerreiro.

Para o também antropólogo Rober-to Albergaria, as duas palavras que explicam o Carnaval soteropolitano são ‘mercantilização’e ‘espetaculariza-ção’. “O baiano típico não agrada

a este modelo, os camarotes preci-sam de pessoas galantes para se-rem usadas como uma espécie de

imã, que atraia outras bonitas e com poder de compra. Existem camarotes para todas as classes, mas os que aparecem no circuito

fechado da transmissão são sem-pre os mesmos”, afirma.

Carnaval de rua está desaparecendo

Folião pipoca é esquecido

Prefeitura no prejuízoA satisfação dos súditos de

Momo causou um rombo nas con-tas da Prefeitura nos anos anterio-res. Em 2009, a Prefeitura investiu R$ 31 milhões na folia. O governo

contribuiu com R$ 3 milhões, R$ 5,55 milhões foram arrecadados com publicidade e outros R$ 5,5 milhões foram gerados em forma de impostos. Mas o déficit chegou

a R$ 17,4 milhões. Durante 17 dias, o Jornal da Metrópole solicitou in-formações sobre o déficit de 2010 e 2011 à assessoria da Saltur, mas não obteve retorno.

“O camarote e a corda são muito agressivos”

Gato de luz no CarnavalDurante o Carnaval, a Coordenação de Iluminação Pública (CIP) registrou 606 ocorrências. Destas, cerca de 322 referem-se a ligações clandestinas de luz, o que contabiliza mais de 50% do total dos registros.

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Ralando na foliaCerca de cinco mil ambulantes se alojam em condições precárias durante o Carnaval para tentarem ganhar dinheiro

ENQUANTO A FAMÍLIA REAL da Axé Music curtiu os seis dias de folia, os ambulantes, vassalos do rei glutão (ou rei momo), pas-saram pela provação de viver

em condições subumanas den-tro do festejo. Tudo para garantir o pão das épocas de vacas ma-gras durante o resto do ano.

A maratona começou com a escolha do ponto de apoio na terça e quarta-feira antes do Car-naval. Se muitos foliões precisam

de abadá, tênis e álcool para se divertir, quem rala na festa é bem mais modesto. Pedaços de lona, saco plástico e papelão são sufi-cientes para organizar o abrigo. “A gente fica uma semana sem tomar banho direito”, conta a am-bulante Zeneide Barreto, 48.

Mas não é só a falta de hi-giene que castiga os súditos menos queridos. O sono tam-bém é ‘meia-boca’. “Dormir é di-fícil. De dia, faz sol e temos que vigiar a mercadoria, de noite, tem que trabalhar e o barulho é demais”, explica o ambulante

Marcos Santos, 32. Segundo a Secretaria de Ser-

viços Públicos, 5.176 pessoas do interior e capital, entre baianas de acarajé, bancas desmontáveis e ambulantes, se alojaram como puderam para tentar lucrar na maior festa de rua do mundo.

Texto Ive Deoní[email protected]

Fotos Darío Guimarães

A família de 60 pessoas veio de Feira de Santana se alojar no mesmo ponto há mais de 40 anos. O clã se di-vide em equipes e um coor-denador organiza os turnos do sono e os pontos de ven-da. “Já conto com o dinheiro que vou ganhar no Carnaval”, conta Wilson Silva, 42, que ganha em média R$ 1,6 mil durante a folia.

No cardápio do ‘restaurante carnavalesco’ de Maria Nilda de Santana tem aipim e cus-cuz para o café da manhã, no almoço, frango, bode, carne do sertão, arroz, farofa e salada. Ela cobra R$ 6 por refeição. O di-nheiro, ela esconde na almofa-da que reserva para cochilar. “ É difícil viver amontoado assim, mas a gente precisa do dinhei-ro, fazer o quê?”, lamenta.

Diferente dos outros ambulantes, Ana Margarida Santos, 47, dorme dentro de sua própria barraca de lanches. O ponto é uma espécie de dispensa para guardar a mercadoria e tirar um cochilo. “Não reclamo muito porque é o meu sustento. Só acho que Salvador é a cidade mais exigente com higiene, mas é a que oferece menos condições. Sinto falta do acesso à água”. Ana viaja por todo o Brasil, mas diz que o melhor lucro é no Carnaval de Salvador e na Micareta de Feira de Santana.

Viaduto Mãe Menininha do GantoisCampo Grande

Rua Prof. Sabino SilvaJardim Apipema

Leovigildo Filgueiras Garcia

Ambulantes ilegaisEm relação à fiscalização dos ambulantes, a Coordenado-ria de Licenciamento e Fiscalização (CLF) realizou 1.698 apreensões de não-licenciados. Para os autorizados, a Prefeitura só disponibilizou quatro pontos de chuveiro.

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Salvador, 11 de março de 20118

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#[email protected]

@ellenmoranguinh @marcelotas @HugoGloss

9 de março 9 de março 9 de março

Mulher Moranguinho Marcelo Tas Hugo Gloss

No twitter, cada um fala o que pensa, mas a Mulher Moranguinho entende que pode falar por todas as mulheres, sejam elas frutas ou não.

O apresentador Marcelo Tas, descrente com o Con-gresso, perdeu a fé no Senado e acha que dali não pode sair uma fênix sequer.

O polêmico Hugo Gloss descobriu que o tiro cer-teiro para conquistar o desafio das Escolas de Sam-ba é homenagear personalidades idosas ou mortas.

“Mulheres! Só querem comprar sapatos.”

“Escolas de samba ressur-giram do incêndio melhores que antes. Se alguém tocar fogo no Congresso, aquilo toma jeito?”

“Vamos homenagear logo a Hebe, meu povo................ Olha o título garantido... Rs....”

FOTOS/REPRODUÇÃO

Claudia Leitte é vaiada

O folião pipoca do tradi-cional Morro Ipiranga não gostou de ser ignorado pela cantora Claudia Leitte, que virou as costas para a rua ao fazer um show exclusivo para o Ccamarote Skol. Os foliões vaiaram a loira por um minuto e meio. Para não sair por baixo, a cantora pe-diu a sua equipe que aumen-tasse o áudio do trio, mas de nada adiantou.

Sem medo de apelarDia 6/3, Viviane Tripodi parou em frente ao Camarote Planeta Band Othon para pedir que sua música de trabalho fosse veiculada em rede nacional. Sem graça com o apelo, os apresentadores Betinho e Juliana Maldonato se esconderam para não dar ‘Ibope’ à loira.

Ivete retou!A musa Ivete Sangalo não

conseguiu manter a classe ao ‘pescar’ um folião pipoca insi-nuando que a cantora cheirava cocaína. Ela não deixou por me-nos e soltou o verbo: “Você me respeite que eu sou uma mãe de família. Não estou aqui para um vagabundo me chamar de cheirada. Não projete para os outros a imagem que tem de si. Vá cuidar de tirar sua pança, porque eu ainda estou tentan-do tirar a minha”, esbravejou.

Fafá esculacha DanielaA cantora Daniela Mercury

faltou à tradicional festa do Galo em Recife, Pernambuco. Ela alegou que não teria como participar das duas festas no mesmo dia. Depois disso, a cantora Fafá de Belém resolveu entoar a marchinha que versava sobre o fato: “Ei pessoal, ei mo-çada, Daniela não veio no ‘Galo da Madrugada’. Ei pessoal, ei mocinha, tava lá todo mundo, só não veio essa galinha”.

Ainda Daniela...Daniela Mercury come-

çou o percurso à frente do Crocodilo, soltando a franga: “Meu bloco é assim, demo-crático. Aqui tudo se pode. Somos gays mesmo, veados, lésbicas”. Ao passar por um fio de alta tensão, deu o se-gundo aviso: “Vou fazer um boicote no próximo ano e um abaixo-assinado. Vou ser pre-sa, mas não vou lhe poupar, prefeito”, ameaçou.

‘Pegue esse dinheiro e enfie na sua bunda’Ao passar pela frente do

Reino, na Ondina, o cantor Márcio Victor sofreu racismo. Um empresário que estava no local o chamou de “preto, po-bre e favelado” e pediu que a banda fosse embora. Ofendido, o vocalista do Psirico parou o show e lançou: “Polícia Militar, prenda este homem! Sou pre-to, pobre e tenho muito orgu-lho de minha raça. Se você tem dinheiro, pegue esse dinheiro e enfie na sua bunda”, gritou.

Daniela overNão contente com o ‘ba-

fafá’ que seus comentários causaram, Daniela Mercury colocou mais lenha na fo-gueira. Após passar quase uma hora cantando na fren-te do camarote Quem com Ivete Sangalo, ela não dei-xou por menos e pediu um beijo na boca para a canto-ra, que retrucou: “só se for de língua”, mas o beijo não passou de fogo de palha.

AGENCIA EDGAR DE SOUZA

AGENCIA HAACK

AGENCIA HAACK

GUSTAVO FRONER/COBERPHOTO/AGENCIA ESTADO

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Salvador, 11 de março de 2011 9

Daniela Mercury (cantora) e Debora Colker (coreógrafa) realizaram bela performance no Circuito Barra/Ondina

Gilberto Gil e Fabíola Bernardo

Mariana Coelho e Cláudio Freitas no Circuito Dodô, na Barra

Márcia Almeida e João Maltez

Conferindo a passagem dos blocos - Cecília Barreto e Ramon Cruz

Carlinhos Brown e Cecília Zanchet

Lindos e modernetes – Vanessa Rezende e Eduardo Fagundes

Bianca Souza e Carlos Menezes a bordo do Boteco Marta Góes

A bela modelo negra Ana Portela

O modelo baiano Ramirez Allender e Mel Teixeira

Dany Brugni e Marcos Lyra aterrissaram em vários camarotes

Isadora Vieira e Jacqueline Costa Lino

Andréa Steele e Fernando Guerreiro (dire-tor de teatro)

Oswaldinho Mil

Camila Avesani e David Bastos curtiram o Camarote Contigo! Daniela Mercury

Kiko Silva e Luís Miranda

jacques [email protected] e [email protected]

socialJacques de Beauvoir & Paulo Sousa

[email protected]

FOTOS DIVULGAÇÃO

DIVULGAÇÃO

Sempre pode ficar pior...Tem gente que achou absurdo Taty Princesa se apresentar vestida de Barbie no Camarote Oceania. Absurdo foi a as-sessoria escrever: “a funkeira ganhou um cordão de uma designer de joias bahiana (sic).”

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Salvador, 11 de março de 201110

polí[email protected]

Folga prolongadaOs cidadãos comuns aproveitaram o Carnaval durante quatro dias e os políticos, que não poderiam deixar por menos, resolveram esticar a folga. As atividades dos parlamentares em Brasilia só voltarão dia 15/3.

Partido turbinadoNa Bahia, a estratégia do PDB inicialmente será montar o partido em pequenos municípios. Já na Câmara Federal, a expectativa é que o novo partido tenha ao menos 25 dissidentes do DEM.

O caminho do DEM Prefeito Gilberto Kassab

provoca racha no partido e quer fundar o PDB para os descontentes aderirem

O DEM COMEÇOU O ANO mergulhado numa profunda crise, com fortes interferências exter-nas, que pareciam selar de uma vez por todas o fim do partido na Bahia. Após uma eleição que reduziu ainda mais o tamanho da legenda no Estado, nomes como o do deputado ACM Neto ameaçavam deixar a agremiação. O presidente da legenda na Bahia, Paulo Souto, saiu de cena, e deputados de peso nacional, como José Carlos Aleluia, ficaram sem mandato.

O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, deve desembarcar na próxima semana em Salvador para provocar mais baixas na legen-da. Sabendo que não conseguirá vencer a disputa interna pelo comando do DEM nacional, na convenção marcada para o dia 15/3, decidiu fundar um novo partido – o PDB. Ao menos três de-putados federais baianos do DEM devem migrar para a nova le-genda: Paulo Magalhães, Fernando Torres e Cláudio Cajado. O vice-governador Otto Alencar (PP), que foi convidado para pre-sidir a nova sigla na Bahia, não confirmou se aceitará o convite, mas disse durante o Carnaval que mais de 300 prefeitos do Es-tado que apoiaram a reeleição do governador Jaques Wagner (PT) e integram partidos de oposição, sobretudo o PMDB e o DEM, devem ingressar no PDB. Isso porque a criação do partido tem o apoio da presidente Dilma Rousseff (PT).Em Salvador, Kassab já avisou aos correligionários que o novo partido apoiará a candidatura de Nelson Pele-grino (PT) ao Palácio Thomé de Souza.

ERNESTO RODRIGUES/AGENCIA ESTADO

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Salvador, 11 de março de 2011 11

polí[email protected]

Colbert assume pastaO ex-deputado Colbert Martins (PMDB) foi nomeado no dia 9/3 para o cargo de secretário Nacional de Programas de Desenvolvimento do Turismo, ministério comandado por Pedro Novais (PMDB-MA).

DEM tem planos para lançar candidatura à Prefeitura em 2012

A estratégia do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, de criar um novo partido para sair do DEM tem como objetivo tentar fugir da regra da fidelidade parti-dária. A regra não prevê punição

para quem deixar o partido de origem para ingressar num novo. Se não fosse pela regulamenta-ção, Kassab poderia ter ido para o PMDB ou PSB.

Antes, o plano de Kassab e

dos seus aliados era fundir logo o novo partido ao PSB. Mas, dian-te da repercussão negativa, os kassabistas estão decididos a disputar ao menos uma eleição na nova legenda.

Mudanças à vistaInfidelidade partidária

“Será um partido de adesistas”

DEM não descarta fusão

Para o deputado federal ACM Neto (DEM), o PDB é um partido que nasce apenas com o objetivo de abrigar parlamentares da oposição que querem aderir ao governo da presidente Dilma Rousseff. “Será um partido de adesistas. Mas não tememos perder quadros para este novo partido. O que importa é a qualidade e não a quanti-dade”, salienta ACM Neto, que não descar-ta ingressar com medidas judiciais contra os democratas que saírem da legenda. O deputado acredita que o DEM sairá fortalecido da convenção nacional, que deve eleger o senador José Agripino (RN) como presidente nacional da legenda. Na Bahia, o DEM só decidirá o futuro da exe-cutiva após a convenção.

O deputado ACM Neto ainda não descartou oficialmente uma eventual saída do DEM, mas já re-velou que o seu caminho político é traçado em sintonia com a eleição do tucano Aécio Neves para presi-dente. “Agora, quero trabalhar para unir e fortalecer o partido. Quere-mos formar uma oposição sólida que possa discutir e debater o fu-turo do País em sintonia com os

anseios da sociedade”, afirma.O DEM também não descarta se

fundir a um novo partido que pode ser criado pelo sena-dor Aécio Neves (MG), caso o mineiro não consiga tirar de José Serra (SP) o controle do PSDB. Isso ainda vai ser discutido após a convenção democrata. Quem ficar no DEM e não deixar o partido

com Kassab estará comprometido com o projeto político de Aécio, que quer ser candidato à Presidência da

República em 2014. “Vamos procurar to-mar as decisões sem-pre em conjunto. Que-remos construir uma

aliança forte com nossos principais parceiros, que são o PSDB e o PPS”, diz José Carlos Aleluia.

‘Queremos construir uma aliança forte com os principais parceiros’

Mesmo enfraquecido poli-ticamente, o DEM tem planos ambiciosos para disputar a prefeitura em 2012. Caso ACM Neto permaneça na sigla, de-verá disputar com José Carlos Aleluia. “Desejo ser candidato a prefeito, mas vamos ter que conversar com o PSDB, que é nosso parceiro nacional, com o PPS, que pode ser nosso parcei-ro, e até com o PMDB e o PR. Mas

isso será definido por consen-so”, salientou Aleluia.

Assumir a presidência do par-tido na Bahia seria fundamental para ele se firmar como candi-dato a prefeito. “Tenho mais dis-ponibilidade de tempo do que os outros, pois não terei que ir a Brasília toda semana. Mas tenho que ouvir Souto, ACM Neto, Zé Ronaldo, os deputados federais, estaduais e vereadores”, disse.

Prefeitura em 2012

Paulo Souto já prepara sua saí-da do comando do DEM na Bahia e aponta dois nomes que podem sucedê-lo no comando da sigla, que sofrerá também mudanças nos diretórios estaduais: o depu-tado federal José Carlos Aleluia e o ex-prefeito de Feira de Santana José Ronaldo. “São duas perspec-tivas interessantes para o futuro. Espero que a Bahia encontre novas opções”, salienta.

Apesar do enfraquecimento da legenda, quando o DEM reduziu sua bancada de 12 para cinco de-putados estaduais, o ex-governa-dor mostra-se confiante no futuro. “Não tenho dúvida de que o DEM continuará cumprindo o papel que foi destinado pela população nessa eleição, numa posição minoritária, mas muito consciente de fazer o papel de oposição”, diz. Mas o pro-blema do partido, cuja atual cúpu-

la sofre forte influência do senador mineiro Aécio Neves (PSDB), não se resume ao Legislativo. A legen-da, que tinha 140 prefeituras, hoje tem apenas 44.

Presidente do DEM-BA, Paulo Souto

GERALDO MELO

AGENCIA CAMARA

GERALDO MELO

GERALDO MELO

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Salvador, 11 de março de 201112

Mais um no time?O deputado estadual Tom

Araújo (foto) pode deixar o DEM para ingressar no ninho pepista. O convite foi feito pelo depu-tado federal João Leão (PP). O novato só não mudou de lado ainda com medo da infidelidade partidária.

Fim do namoroO deputado ACM Neto (DEM) conversou pouco com o prefei-to João Henrique Carneiro no Carnaval. Sinal de que a aliança, que já estava tênue, não sobrevi-verá muito tempo. O democrata já colocou os cargos do partido à disposição, “se o prefeito quiser”.

De olho em 2012José Ronaldo (DEM) confessou a amigos próximos que quer voltar à prefeitura de Feira de Santana em 2012. E mais: se sair candidato, ele terá todo o apoio da cúpula do par-tido, que anda insatisfeita com a fal-ta de alinhamento do atual prefeito, Tarcízio Pimenta (DEM).

Protestos contra o pedágioMoradores de Camaçari apro-

veitaram a Mudança do Garcia para protestar contra as praças de pedágio que estão sendo construí-das no município. O vereador Téo Senna (PTc) foi quem comandou o protesto: “Até jegue paga pedá-gio em Camaçari”, brincou.

Insatisfação...O governador Jaques Wagner (PT) anda insatisfeito com o desempenho do presidente da Companhia Baiana de Mineração, Alexandre Brust (PDT). Para ele, Brust está mais preocupado em empregar aliados no governo do que em comandar a autarquia.

E na Assembleia...Na Assembleia Legislativa, dois deputados não escondem a in-satisfação na distribuição de cargos na cota dos parlamen-tares: Cacá Leão (PP) e Nelson Leal (PSL). Eles dizem que o governo não adotou o critério correto para privilegiar o PT.

Queda de braçoApesar de o secretário de Infraes-trutura, Marcelo Abreu, ‘ser gente’ da deputada estadual Maria Luiza (PSC), ele deve ser substituído na próxima semana por um amigo do ministro Mário Negromonte. Será a primeira queda de braço entre a primeira-dama e o PP.

boca-quente

entrevistaentrevista Rodrigo Maia

Presidente nacional do DEM, Rodrigo Maia, fala sobre o enfraquecimento do partido e a manobra política do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, para dei-xar o partido sem ser processado por infidelidade partidária. Por Mário Kertész

‘Muitos aproveitarão essa ‘indesperteza’ para trocar de partido’

Mário Kertész - Você acha que o Democratas sofrerá muito com a saída do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab?Rodrigo Maia - Não acredito. Esse projeto do prefeito Kas-sab em que se cria um partido para depois acabar com ele, apenas para fugir da lei de fi-delidade partidária, ainda vai dar muita discussão e muito problema. Não acho que ele conseguirá levar muitos qua-dros do partido. O que ele pode é ir em vários partidos, aproveitar as pessoas que que-rem trocá-los e aproveitaram essa ‘indesperteza’ para ir nes-se primeiro momento com ele. Mas assim que fizer a fusão, cada um irá para o seu lado.

MK - A esperteza seria sair para criar um novo partido e burlar a lei?RM - Não somos nós que estamos dizendo. São as notícias que vêm das próprias pessoas ligadas ao prefeito Kassab. É o auge do fim da política no Brasil. Você está em um partido com um per-fil mais liberal na econo-mia, mas conservador nos valores, de repente você cria um partido e depois vai para o Parti-do Socialista Brasilei-ro. Tenho certeza que os próprios políticos e a Justiça Eleitoral não deixarão que essa coisa avance.

MK - Existe a possibilidade de uma fusão com o PSDB? RM - Neste momento, não. A maioria do partido está enga-jada num projeto de fortaleci-mento, primeiro nas eleições municipais, depois um proje-to nacional que também con-tinua sendo próximo ao do PSDB, certamente liderado pelo senador Aécio Neves. Ele é o candidato que gostaríamos de ver disputando a Presidên-cia da Repú-blica. Isso não signi-fica que nós pre-c i s a m o s c a m i n h a r

para uma fusão, mas continua-remos trabalhando juntos no congresso e, certamente, jun-tos nas eleições de 2014.

MK - O senhor acha que a oposição foi derrotada na úl-tima eleição pela popularida-de de Lula ou pela má condu-ção da campanha?RM - Se tivéssemos acertado em tudo, tínhamos perdido do mesmo jeito. Então, não adian-ta tratarmos aqui do passado e de nossos erros.

MK - Em determinado mo-mento, se falou muito na saída do deputado ACM Neto do DEM. Houve esta possibilidade?

RM - Esta possibilidade, pela minha amizade,

eu não deixaria. Se ele fosse, eu teria que ir junto. Não quero sair do DEM, então não posso deixá-lo sair. Isso só foi um momento de especulação. Tenho certeza que o deputado ACM Neto é um daqueles que irá

conduzir o parti-do não apenas na

Bahia, mas no Bra-sil. Tenho certeza

que será governador da Bahia, quem sabe presi-

dente do Brasil e será dentro do nosso partido.

polí[email protected]

“PP não é o salvador da pátria” Vice-prefeito Edvaldo Brito (PTB) ao ser questionado sobre o ingresso do prefeito João Henri1que no PP.

SECOM/DIVULGAÇÃO

MANUELA CAVADAS

MANUELA CAVADAS

MANUELA CAVADAS

ERNESTO RODRIGUES/AGENCIA ESTADO

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Salvador, 11 de março de 2011 13

O melhor Carnaval do mundo é nosso.

Prepare-se, que 2012 não demora.

A Bahia e os baianos já podem comemorar mais um

Carnaval inesquecível, com mais calor humano, mais

turistas voltando pra casa cheios de lembranças na

bagagem. Valeu a festa, valeu a paz, valeu o sorriso

amigo dos baianos. Valeu ver o Governo da Bahia

fazendo junto com você a maior festa popular do planeta.

AN 256X328 GANDHY.ai 1 3/3/11 9:34 AM

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Salvador, 11 de março de 201114

Dia 13/3 às 16 horas

Colo-Colo x VitóriaMário Pessoa/Ilhéus

próximo jogo/Vitória

Dia 13/3 às 16 horas

Bahia x SerranoPituaçu/Salvador

próximo jogo/Bahia

resenha Feirense x Bahia

0 0x Data: 9/3 Local: Estádio Joia da Princesa, Feira de Santana Juiz: Marielson Alves Silva (BA)Auxiliares: Kleber Moradillo da Silva (BA) e Jorge Cézar Santana Borges (BA)

A folga que os jogadores do Bahia tiveram durante o Carnaval surtiu efeito. Negativo. O tricolor jogou mal na última quarta-feira e apenas ficou no empate com o Feirense, no Estádio Joia da Princesa. Agora, o Bahia precisa vencer o Serrano, no domingo, para não correr o risco de ficar de fora da segunda fase do Campeonato Baiano.

confira a programação completa em www.radiometropole.com.br

Agradando a gregos...Na sua estreia pelo Bahia, o colombiano Tressor Moreno agradou em cheio tanto a crítica, quanto a torcida. O jogador deu tamanha qua-lidade ao meio-campo do Bahia, que a torcida já o ape-lidou de “Rolo ‘ComTressor Moreno’”.

bagunçando o baba

Fora dos camposUm dos melhores jogadores do Vitória no ano, o meia Bida foi barrado pelo técnico Antônio Lopes. Há dois jogos fora, o motivo dado foi uma suposta gripe. Porém, mesmo recuperado, o jogador continua fora. Mudança à vista?

Folião tricolorNão somente os jogadores do Bahia ganharam dias de folga durante o Carna-val, como Marcelo Guima-rães Filho também. Du-rante a folia, o presidente tricolor era figurinha fá-cil em alguns camarotes do Circuito Barra-Ondina.

Obra incompletaSó se fala que as obras da Fonte Nova estão em perfeita sincronia com o cronograma. A felicidade é tamanha que além de almejar ser a abertura do Mundial em 2014. Porém estão esquecendo que nada adianta ter um estádio sem as demais obras complementa-res. Algum sinal delas?

LADEIRA ABAIXOA burocracia tem atrapalhado as contratações nos clubes baianos. No Bahia, Ramon le-vou 40 dias para poder ter seu nome publicado no BID da CBF. Já no Vitória, o argen-tino Lucas Nania chegou no dia 16/1 e até agora também não foi regularizado.

LADEIRA ACIMAEle assumiu o Bahia logo

em um BA x VI, mas venceu por 2x0. Três jogos depois e com 100% de aproveitamento à frente do tricolor, o técnico Vagner Benazzi driblou a desconfiança da torcida com os resultados – e bom futebol – em campo.

[email protected]

De olho em 2014Governo e Prefeitura aproveitam o Carnaval para reforçar campanha ‘Abre Copa Salvador’

ENCARADA INICIALMENTE por muitos como mais um fac-toide do governo do Estado e da Prefeitura, a campanha para Sal-vador sediar a abertura da Copa do Mundo de 2014 está ganhan-do força a cada dia. Após o minis-tro dos Esportes, Orlando Silva, ter dito que a abertura pode ser dividida entre a capital baiana e São Paulo, o comitê organizador

local aproveitou o Carnaval para reforçar a campanha e espalhou bandeiras, faixas, banners e bolas publicitárias pelos três circuitos oficiais. “O Nordeste tem que es-tar unido na festa e na Copa de 2014. Salvador e Recife para bom-bar no Mundial”, afirmou o titular da Secopa, Ney Campello, depois de ter revelado a adesão do em-baixador do México, Alejandro De La Pena, à proposta da Bahia.

O governo federal estuda a

hipótese de a capital baiana fi-car com a festa e os paulistanos com o primeiro jogo da com-petição, mas a definição será tomada pela presidente Dilma Rousseff (PT).

Mesmo com esta hipótese, Ney Campello não acha que a luta tenha chegado ao fim. “Ainda que a festa tenha mui-to a cara da Bahia, não abri-mos mão de disputar o jogo de abertura”, comentou.

Texto Raphael [email protected]

Ministro dos Esportes, Orlando Silva, disse que abertura da Copa de 2014 pode ser dividida entre Salvador e São Paulo

Reforço para o BahiaVia twitter, o presidente do Bahia, Marcelo Guima-rães Filho, confirmou a contratação de Denny Mo-rais (foto) para o clube. Denny foi campeão gaúcho pelo Inter em 2008 e 2009 e jogou pelo Botafogo.

DIVULGAÇÃO

FERNANDO AMORIM/AGÊNCIA A TARDE

FERNANDO AMORIM/AGÊNCIA A TARDE

EDUARDO MARTINS/AGÊNCIA A TARDE

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Salvador, 11 de março de 2011 15

ROUBOS, AGRESSÕES E VIOLÊNCIA na folia baiana já são quase tão tradicionais quan-to o trio elétrico e a Axé Music. Este ano, apesar de a Secreta-ria de Segurança Pública (SSP) ter mobilizado um efetivo de 19.380 policiais militares–500 a mais que o ano passado– a me-dida não resultou em melhoria nas estatísticas de violência.

Em coletiva no dia 28/2, o secretário Maurício Teles Barbosa afirmou que tinha como meta “diminuir em pelo menos 5% os índices em re-lação ao ano passado”. Mas, contrariando a intenção do ti-tular, houve 1.226 ocorrências contra 1.193 no ano passado. No caso das lesões corporais, o número teve um acréscimo de 22%, com 222 ocorrências contra 182 do ano passado. Os roubos aumentaram 8%. Apesar disso, não foram re-gistrados homicídios nos cir-cuitos da folia. Engrossando a lista das ocor-

rências que cresceram em relação ao ano passado, os publicitários Rodrigo Bastos, Paula Bastos e Marianna Saldanha foram vítimas de agressão e roubo em um ôni-bus na madrugada do dia 6/3. “Na Garibaldi, quando a gente decidiu descer do ônibus, um homem me-teu a mão na calça de Marianna e tirou o celular”, conta Bastos. Além do aparelho, eles roubaram os documentos e dinheiro, e agre-diram Rodrigo. A polícia conse-guiu recuperar os documentos e prender os agressores.

Mesmo com maior efetivo policial, cresce número de ocorrências no Carnaval de Salvador

Mais atendimentos que ocorrências

Como não foram feitas ocorrên-cias policiais em todos os casos de agressões, os números de atendidos pelos módulos da Secretaria Muni-cipal de Saúde são maiores que os contabilizados como lesões corpo-rais pelo Estado: foram feitos 1.305 atendimentos e 123 cirurgias e es-tabilizações em vítimas de agressão na face contra as 222 ocorrências registradas na polícia.

Racismo e homofobia

Não faltaram casos de ho-mofobia e violência contra a mulher nesse Carnaval. Daniel Andrade Sales, 39, foi jogado por ladrões para fora de um co-letivo em movimento após os criminosos desconfiarem que ele fosse homossexual.

O Observatório da Discri-minação Racial, da Violência Contra a Mulher e LGBT, da Secretaria Municipal de Re-paração, registrou 254 de ca-sos nos cinco primeiros dias de folia, sendo 149 de racis-mo, 63 agressões a mulheres e 42 contra grupos de lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e transgêneros.

Roubo e agressão

políciaViúva de traficante é mortaNo dia 7/3, a viúva do traficante Betinho Riquelme, Ma-rilene Silva Sales, conhecida como Fofa, foi executada no Nordeste de Amaralina, dentro de seu veículo. A 28ª DP, no Nordeste, está responsável pela investigação do crime.

[email protected]

Presa quadrilha cearenseNa manhã de 6/3, uma quadrilha integrada por quatro cearenses foi presa na Rodoviária de Salvador pela 1ª CIPM após denúncia anônima. Os quatro eram acusados de clonagem de cartões de crédito.

Em 2011, o número de ocorrências no Carnaval aumentou de 1.193, em 2010, para 1.226

Texto José [email protected]

FERNANDO NAIBERG

Circuito violento

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Salvador, 11 de março de 201116

[email protected]

Novo imortal da ABLA cadeira número 15 da Academia Brasileira de Letras agora tem um novo dono. O escritor carioca Marcos Lucchesi, vencedor do Jabuti 2002, assume o posto ocupado pelo padre Fernando Ávila, falecido em 6/11/10.

TÁ CERTO QUE, DURANTE o Carnaval, os circuitos da festa se tornam em um gigan-tesco banheiro orgânico, com cheiro de mijo por todo lado. Mas, os banheiros químicos já fazem parte da folia tanto quanto as barra-cas de lanche e os colares do Gandhy. Difícil é encontrar alguma pessoa que já não tenha vivido algum caso inusitado envolvendo as casinhas azuis feitas para aliviar o aperto.

A turista de São Paulo, Poliana Madro-na, 22, diz que já teve que passar a chuva dentro de um banheiro. “Não tinha para onde ir e, como minha blusa era branca, se molhasse muito, já viu né?”, ri. Ela diz ainda que algumas pessoas tentaram en-trar junto, mas ela segurou a porta com os pés “prá não sujar minhas mãos naquela nojeira”. Já o caso vivido por Tiago Melo, 26, o deixou revoltado. “Peguei uma fila gigante e, exatamente na minha hora, um travesti passou na frente. O pior foi que um cara ainda justificou: - ‘deixa ela passar que é totalflex’”, conta.

A casinha azul também proporciona en-contros românticos, como no caso de Elicé-lia, 28, que conheceu o ex-namorado graças a uma vontade de urinar. “Ele tinha entrado no banheiro feminino e, quando fui fazer xixi, já baixando as calças, dou de cara com um barbado. Me assustei. Depois ele pediu desculpas e a gente acabou tomando uma cerveja juntos. Acabou dando namoro, mas não durou muito”, relata.

“Eu já vi um casal transando”, diz Jairo Andrade, 18. Após uma pausa, ele complementa: “Pior que o banheiro tava muito fedido, dos piores”. Espalhados em pontos estratégicos de grandes encon-tros, os ‘BQs’ nunca são suficientes e os muros acabam, quase sempre, sendo im-provisados como urinol. Mesmo assim, se aquelas cabines falassem, exalaria muito mais do que o vil mau cheiro.

Histórias de banheiros químicosSe as ‘casinhas azuis’ falassem, exalariam muito mais do que o vil mau cheiro

texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto

Além de proporcionar o alívio dos ‘mijões’ de plantão, os banheiros químicos também proporcionam encontros românticos

Texto James [email protected]

Foto Darío Guimarães

REPRODUÇÃO

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Salvador, 11 de março de 2011 17

o que rola

A Casa do Pão de Queijo do Ae-roporto de Salvador está parecendo mais a Casa da Mãe Joana, de tanta desorganização. E as atendentes parecem poliglotas: você pede em um idioma e elas atendem em outro. Um cliente comprou um pãozinho recheado com requeijão e azeitona. No meio do cami-nho, a balconista disse que só dava para botar um pou-quinho e sugeriu completar com outro sabor! Não vá!

Casa do Pão de Queijo

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entrevistaentrevista robson morais

O cantor Robson Morais comandou a Banda Mel, em 1991 e 1992, quando os hits ‘Prefixo de Verão’ e ‘Baianidade Nagô’ abocanharam o prêmio de Melhor Música do Carnaval. No intervalo de 1994 a 1996, após sair da Banda Mel, com Márcia Short, formou a BandaBah. Este ano, esteve com Saulo da Banda Eva no primeiro encontro de trios em 20 anos e sugere que blocos maiores sigam o exemplo. Por Ive Deonísio

O espetáculo infanto-juvenil, dirigido por Chica Ca-relli, traz o universo mitológico e histórico do continente africano. A peça está em cartaz no Teatro Vila Velha, aos domingos às 17 horas. Ingressos a R$ 20 e R$ 10.

Dia 12/3, a Praia de Ipitanga recebe o Ziggy Marley Reggae Music, evento dedicado ao reggae raiz. Ziggy Marley lança seu 12º álbum. Ingressos a R$ 70 (casadi-nha) e R$ 40 (individual).

Áfricas

Ziggy Marley em Salvador

[email protected]

Mostra ‘Espaço Feminino’Em comemoração ao Dia da Mulher, o Instituto Cervantes promove a mostra ‘Espaço Feminino’. A programação traz, todas as quintas de março, quatro sessões de filmes contemporâneos inéditos na Bahia.

Sugestões para [email protected]

Entrevista completa no Portal da Metrópole (radiometropole.com.br)

“Será que o Carnaval é só dinheiro?”

Jornal da Metrópole - O que você acha das cordas que separam a pipo-ca e os foliões de bloco no Carnaval de Salvador?Robson Morais - Acho que buscar maneiras de melhorar qualquer coisa é ótimo. Mas excluir as cordas tam-bém pode ser perigoso. O Carnaval de Salvador é muito violento, se não existissem as cordas, os jovens não poderiam participar, com certeza os pais não dariam aval.

JM - Na terça-feira de Carnaval, o Blo-co Eva deixou de lucrar com a venda de abadás para sair sem cordas...RM - Acho que se pode perfeitamente tirar um dia de Carnaval para dedicar ao folião pipoca. A iniciativa do Eva tem que servir de exemplo. Se o Eva pode, por que outros blocos que fatu-ram muito mais não podem? Será que o Carnaval é só dinheiro? O retorno do público não conta?JM - No dia em que o Eva se livrou das cordas, você também estava conduzin-do a multidão no trio. Como foi?RM - Eu não consegui ver o final da

multidão atrás do trio e não houve um registro de violência, foi lindo. Para mim, o caminho é este. Além disso, precisamos desafogar a barra com atra-ções localizadas.

JM - Você acha que o retorno das ban-das de fanfarra pode se transformar em ameaça a axé music?RM - De jeito nenhum. Essa é uma ma-neira de o nosso Carnaval respirar. O que eu acho que precisamos rever é a questão do horário. Alguns artistas são

vaidosos demais, eles ficam muito tem-po parados na frente dos camarotes e das tevês para aparecer.

JM -Você gosta do Carnaval de Salva-dor, mas ultimamente anda desapareci-do, não tem planos de voltar? RM -Estive à frente da Banda Mel, Papa Léguas e Cor de Mel, não é barato nem fácil disputar espaço no mercado co-mercial, patrocinadores e público são muito exigentes. Mas eu pretendo vol-tar em 2011. Me aguardem!

o que rola. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

fucs-fucs Gilda Fucs é psiquiatra e sexóloga

Antonio Carlos, 26 anos, solteiro

Qual a média de tempo para uma relação sexual satisfatória? É o mesmo tempo para a mulher e para o homem?

Gilda Fucs – Isso varia muito. De uma maneira geral, a mulher necessita de mais tempo do que o homem. E, no caso dos homens, a ocasião pode variar também.

Magnólia, 35 anos, solteira

O que é gardnerella, como é transmitida e quais as consequências?

Gilda Fucs – É uma bactéria resistente que se aloja no órgão genital feminino e ocasiona a superpopulação de bactérias. É importante seguir o tratamento à risca.

DIVULGAÇÃO

JOÃO MILLET/DIVULGAÇÃO

EDUARDO MARTINS/AGÊNCIA A TARDE

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Salvador, 11 de março de 201118

[email protected]

Surfistinha tem um milhãoApós 10 dias da estreia, o filme ‘Bruna Surfistinha’ atingiu um milhão de espectadores em todo o País e ocupa a lista dos 10 filmes mais vistos no ano. O longa já arrecadou mais de R$ 9 milhões.

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enchendo o saco Erondinopor James Martins

Seu Erondino é, talvez, o menor porteiro do mundo. ‘Conhecidíssimo’ como ‘Anão do Baby Beef’, aos 58 anos, ele já faz parte do folclore da cidade. Mas, nem de lá de baixo o anãozinho conseguiu atinar para a baixaria das nossas perguntinhas.

Jornal da Metrópole - O que você quer ser quando crescer?

Erondino - (risos) Rapaz, não tenho nem uma mínima ideia. Não vou crescer mais, né? Mas dizem que quando a pessoa morre aumenta mais um palmo.

JM - Onde é que estão os outros seis?E - Rapaz, não sei, eu sou eu só (risos).

JM - Muitas mulheres têm fantasias se-xuais com anões. Alguma cliente do Baby Beef já quis te comer?

E - Não, ainda no momento não.

JM - Nem de palitinho?E - Não, não, não, não...

JM - É verdade que quando um anão fica nu não dá para se ver nada a olho nu?

E - Ah não, isso aí é tranquilidade. Quem passa e conhece é que sabe que não é aquilo.

JM - O senhor já pensou em ser jogador de futebol de botão?

E - Tenho um sobrinho que joga botões prá dedéu, mas eu nem consigo jogar, pois não sei.

JM - Mas o senhor podia jogar dentro da quadra (risos). O senhor já viu enter-ro de anão?

E - Já. Outro dia não morreu o anão do Bahia?

JM - Mas dizem que ali foi armação, que ele tá escondido no bolso de alguém.

E - Não, morreu, morreu mesmo.

JM - Tem fuso horário em relógio de anão? Que horas são aí agora?

E - Deixa eu dar uma olhadinha...Pior que eu estou sem óculos (mais risos).

Entrevista completa no Portal da Metrópole (radiometropole.com.br)

DIVULGAÇÃO

REPRODUÇÃO

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Salvador, 11 de março de 201120

obituárioMorre militar e músico Sebastião DelfinoA VIDA DE SEBASTIÃO Delfino de Oliveira, falecido no dia 5/3, se resumia a três pilares: o Exército, a com-posição musical e a família. Sebastião estava internado há um mês no Hospital São Ra-fael devido a uma trombose e pro-blemas respirató-rios. O militar e músico foi acometido por uma infecção hospitalar, o que ocasionou uma parada cardiorespirató-ria, levando-o a óbito.

Nascido em Pau de Ferros,

no Rio Grande do Norte, um dos polos culturais importantes para a mú-sica no estado, Sebastião aprendeu com a cidade a trabalhar com música.

M e s m o assim, resol-veu alistar-se para o Exérci-to em Natal

e começou sua carreira militar. Foi quando co-nheceu Albanisa Ca-bral, com quem se casou e teve dois filhos.

Durante o tempo em

que morou em Recife, ainda na década de 70, viveu o auge da sua pro-dução musical, quando vendia composições de música popular brasi-leira para diferentes rá-dios recifenses.

Ainda na década de 70, fixou-se na Bahia, após se formar como sar-gento no Rio de Janeiro. Em Salvador, continuou aliando o trabalho de militar e músico. Ele é o autor da regência que to-cava no Parque de Manu-

tenção do Humaitá. O neto Matheus Cabral

orgulha-se de ter sido cria-do pelo avô quando seu pais se divorciaram. Os dois viviam uma relação de intenso companheirismo. “Acho que o fato de ele ter muita experiência de vida fez toda diferença na minha educação”, conta.

Sebastião Delfino de Oli-veira foi sepultado no dia 7/3, no Cemitério Campo Santo. O militar e músico deixa a esposa, quatro fi-lhos e seis netos.

Amigo de Che falece em Havana Adeus a ex-Alice in Chains

Para o povo Amish - grupo religioso com base nos Estados Unidos e Canadá, com costumes conservadores e uso restrito de aparelhos eletrônicos - o funeral é mais importante que o nascimento, porque eles acreditam em uma vida após a morte. Apesar disso, não há um evento grande ou pomposo nele. Os funerais Amish são eventos familiares simples. A comunidade ajuda a família do morto em aspec-tos como a preparação do corpo, escavação da cova e enterro. Antes do funeral, o corpo é limpo e vestido em roupas tradicionais brancas. Durante a cerimônia, a comunidade se foca em não relembrar a morte, mas em rezar para Deus. As covas, geralmente, são escavadas à mão, com várias pessoas se revezando na tarefa. Os Amish não voltam ao túmulo para visitá-lo, pois o espírito não está mais lá.

11/3 Alexander Fleming, cientista escocês (1955); Slobodan Miloševic, político sérvio (2006)

12/3 Charlie Parker, saxofonista americano (1955); Glauco Villas-Boas, cartunista (2010)

13/3 Irmã Dulce, religiosa (1992); Lee Falk, cartunista americano (1999)

14/3 Karl Marx, filósofo e teórico político alemão (1883); Cosme de Farias, rábula e político (1972)

15/3 H. P. Lovecraft, escritor americano (1937); Lester Young, músico americano (1959); Tim Maia, músico (1998)

16/3 Gunnar Ekelöf, escritor sueco (1968); T-Bone Walker, músico americano (1975)

17/3 Monsueto, músico (1973); Clodovil Hernandes, estilista, apresentador de televisão e político (2009)

era (ou é) assim... deixaram saudade (ou não)...

Um dos grandes nomes do rock internacional, a banda grun-ge Alice in Chains perdeu um dos antigos integrantes.

O baixista Mike Starr foi en-contrado morto em sua casa na cidade de Salt Lake City, nos Esta-dos Unidos. Segundo informações do site TMZ, o músico fazia uso de coquetel de antidepressivos.

Apesar de ter vivido a maior parte da vida nos Estados Uni-dos, Starr nasceu na ilha paradi-

síaca de Honolulu, capital do Ha-vaí. Foi baixista da banda Alice in Chains em sua formações ori-ginal. Com o grupo grunge, aju-dou na criação dos três primeiros álbuns do Alice durante o auge do gênero musical no início da década de 90. Destaque para o ál-bum ‘Dirt’, considerado a grande obra das bandas de Seattle.

O corpo de Mike Starr ain-da depende de autópsia para ser sepultado.

O patriarca potiguar falece no Hospital São Rafael no dia 5/3 após uma parada cardiorespiratória

A América Latina perde um dos personagens que ajudaram a mostrar ao mundo as mazelas que sofria na década de 50. O bio-químico Alberto Granado, compa-nheiro de Che Guevara em uma viagem pelos territórios latinos, faleceu por causas naturais no dia 5/3, aos 88 anos. A morte foi anun-ciada pelo filho e televisionada pela emissora estatal de Cuba, país em que fixou residência em 1961.

Amigo de infância de Che

Guevara, Alberto Granado foi o companheiro de aventuras, sob a moto ‘La Poderosa’, pelo Cone Sul do continente americano – viagem que despertou a consci-ência política do guerrilheiro. O percurso foi retratado no filme ‘Diários de Motocicleta’, do brasi-leiro Walter Salles.

Os restos mortais de Granado foram cremados e suas cinzas se-rão espalhadas em regiões da Ar-gentina, Cuba e Venezuela.

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ARQUIVO DA FAMÍLIA

ARQUIVO/AGENCIA ESTADO

Na décade de 70 Sebastião vendia composições musicais

“Cortei álcool, gorduras e açúcar. Em duas semanas perdi 14 dias” Tim Maia • 1942 † 1998

EDUARDO NICOLAU/AGENCIA ESTADO