Jornalesas Fevereiro 2009

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BIBLIOTECA EM GRANDE Páginas 2 e 3 As novidades que nos trazem do Centro de Recursos da ESAS deixaram-nos ainda com mais vontade de frequentar este espaço. A não perder. CRISE FINANCEIRA QUE SOLUÇÕES? Página 4 As respostas dadas no deba- te promovido pelo Clube de Economia com o apoio da Associação de Pais. Na ordem do dia. VAMOS À BULGÁRIA Página 5 As razões de um Projecto do Clube Europeu. RETRATO com João Pedro Pina Barreto Páginas 6 O melhor aluno do Secundário TROCAR IDEIAS COM A FILOSOFIA Página 7 Um dia diferente DIÁRIO DE BORDO Página 11 Memórias ASSOCIAÇÃO DE ESTU- DANTES. Páginas 10 e 11 Todos os projectos, em directo. Uma entrevista a Sara Rocha, a vice dos estudantes. LÁ E CÁ Página 13 NO SÍTIO CERTO Página 14 ESPAÇOS VERDES NA ESCOLA Página 15 EM CASO DE INCÊNDIO ESTAMOS TODOS PREPA- RADOS? Página 16 AS OBRAS SÃO A PRINCIPAL PREOCUPA- ÇÃO O facto é incontornável: as obras na Escola. Por isso é um dos temas abordados nesta entrevista com a Dr.ª Alexandra Azevedo, presi- dente da Associação de Pais e Encarregados de Educação da Aurélia que nos faz o ponto da situação. Justifica as opções tomadas e escla- rece como se irão resolver alguns dos problemas que nos preocupam. Por exem- plo, os almoços escolares. Questões como a participa- ção dos Pais e Encarregados de Educação na Associação, o regime de faltas dos Alu- nos e até a Avaliação do Desempenho Docente deram o mote para esta conversa guiada pelos alunos Nuno Moreno e Miguel Montalvão do 11.º L. Não faltaram tam- bém os elogios à comunida- de escolar. Em destaque nesta edição. Páginas 8 e 9 EM DESTAQUE PÁGINAS CENTRAIS € 0,50 F E V E R E I R O 2 0 0 9 I N Ú M E R O X X I I I

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Jornal escolar oficial da Escola Secundária/3 Aurélia de Sousa, Porto

Transcript of Jornalesas Fevereiro 2009

BIBLIOTECA EM GRANDE Páginas 2 e 3 As novidades que nos trazem do Centro de Recursos da ESAS deixaram-nos ainda com mais vontade de frequentar este espaço. A não perder.

CRISE FINANCEIRA QUE SOLUÇÕES? Página 4 As respostas dadas no deba-te promovido pelo Clube de Economia com o apoio da Associação de Pais. Na ordem do dia.

VAMOS À BULGÁRIA Página 5 As razões de um Projecto do Clube Europeu.

RETRATO com João Pedro Pina Barreto Páginas 6 O melhor aluno do Secundário

TROCAR IDEIAS COM A FILOSOFIA Página 7 Um dia diferente

DIÁRIO DE BORDO Página 11 Memórias

ASSOCIAÇÃO DE ESTU-DANTES. Páginas 10 e 11 Todos os projectos, em directo. Uma entrevista a Sara Rocha, a vice dos estudantes.

LÁ E CÁ Página 13

NO SÍTIO CERTO Página 14

ESPAÇOS VERDES NA ESCOLA Página 15

EM CASO DE INCÊNDIO ESTAMOS TODOS PREPA-RADOS? Página 16

AS OBRAS SÃO A PRINCIPAL PREOCUPA-ÇÃO O facto é incontornável: as obras na Escola. Por isso é um dos temas abordados nesta entrevista com a Dr.ª Alexandra Azevedo, presi-dente da Associação de Pais

e Encarregados de Educação da Aurélia que nos faz o ponto da situação. Justifica as opções tomadas e escla-rece como se irão resolver alguns dos problemas que nos preocupam. Por exem-plo, os almoços escolares. Questões como a participa-ção dos Pais e Encarregados de Educação na Associação,

o regime de faltas dos Alu-nos e até a Avaliação do Desempenho Docente deram o mote para esta conversa guiada pelos alunos Nuno Moreno e Miguel Montalvão do 11.º L. Não faltaram tam-bém os elogios à comunida-de escolar. Em destaque

nesta edição. Páginas 8 e 9

EM DESTAQUE PÁGINAS CENTRAIS

€ 0,50

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D os anos anterio-res permane-

cem as propostas dos Livros do Mês, abertas a todos os géneros literá-rios e a pensar nos diversos perfis de leito-res. A escolhas têm pri-vilegiado sobretudo escritores contemporâ-neos; o Poema da Sema-na com a sua mensagem de sensibilização à pro-dução poética em língua portuguesa e em que se procura a aproximação da poesia à vida. A par destas actividades, vamos integrando na nossa Agenda Cultural alguns dias comemorati-vos, que nos oferecem oportunidades multipli-cadas para uma diversi-dade de informações sobre o mundo em que vivemos, procuran-do desenvolver a curiosidade, o sen-tido crítico e tam-bém o sentido de responsabilidade e uma cultura assen-te em valores. Novas iniciativas Como novidade lançamos o projec-to “Escritas Intem-porais: Livros de Ontem e de Hoje”, inspirado nas come-morações dos 50 anos do nosso edifí-cio escolar, refe-rência obrigatória

para este ano lectivo. O ponto alto será assinala-do por uma exposição subordinada ao tema “Livros de Ontem e de Hoje”, de que será comissária a Professora Doutora Ana Margarida Ramos (Universidade de Aveiro), e que nos ofe-recerá a oportunidade de assinalar a evolução da nossa literatura juve-nil a par do percurso da ilustração ao longo do século XX. Será pedida a colaboração das Biblio-tecas Públicas do Porto para o empréstimo dos exemplares considera-dos indispensáveis, além do recurso ao fundo bibliográfico da escola. Esta exposição, ainda sem data por depender da conclusão das obras de requalificação em curso, será o ponto de

chegada de um conjunto de actividades previstas para todo o ano escolar que valorizarão o diálo-go criativo texto/ilustração, o enquadra-mento e a reflexão sobre escritas intempo-rais, e actividades pro-motoras do gosto de ler.

Como novidade lançamos o pro-jecto “Escritas Intemporais: Livros de Ontem e de Hoje”, inspi-rado nas come-morações dos 50 anos do nosso edifício escolar, referência obri-gatória para este ano lectivo.

Assim, integrando este projecto, aproveitámos o Dia Internacional das Bibliotecas Escolares, que ocorre a 27 de Outubro, para convidar para animar uma sessão com duas turmas do 9º ano, a Prof. Doutora Luísa Malato, que dis-correu sobre o tema “Ter um livro para ler e não o fazer…”, tema considerado muito opor-tuno pelas respectivas professoras de Portu-guês. E nas semanas anteriores ao Natal tam-bém realizámos a nossa já habitual Feira do Livro, (infelizmente menos concorrida que nos anos anteriores…)

Mais um ano, mais iniciativas e mais actividades. Procurando manter a linha de

orientação definidas, a partilha é feita com muitas outras bibliotecas escolares: lan-

çar propostas de motivação para a leitura, acolhendo sempre as sugestões vindas de

todos os intervenientes no processo educativo. Desenvolver o gosto pela leitura

como uma forma de abertura ao outro e ao mundo. Um desafio permanente.

Ideias originais no Centro de Recursos

BIBLIOTECA ESCOLAR: UM LUGAR DE ABERTURA AOS OUTROS E AO MUNDO

Texto: Luísa Mascarenhas * Fotos: Sara Ferreira e Sara Monteiro - 8ºB

”Ter um livro para ler e não o fazer… um assunto oportuno em debate.”

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O Projecto Escola @ Ler+, independente do anterior, surge partindo do princípio de que o novo Projecto Educativo da ESAS adoptará como objectivo prioritário de formação a aqui-sição de hábitos de leitura. A Biblioteca propõe-se colocar no terreno uma estrutura organiza-tiva que viabilize o envolvimento natural de todos os parceiros educativos, com mais ênfase para os alunos e professores. Assim, está em vias de concretização um Conselho Consultivo de Alunos representativo de todos os graus de ensino, constituído por alunos indigitados pelos professores de Português respectivos, e que terá como função o apoio à selecção das aqui-sições e a todas as actividades da Biblioteca. Será também proposta a criação de um Conse-lho Consultivo de Professores, representativo de todos os grupos disciplinares, conseguindo-se deste modo um maior compromisso e um alargamento de acção potenciadores de um clima muito mais favorável à obtenção de bons resultados no domínio da aquisição de hábitos de leitura. “Clube de Leitores” também no blog Complementarmente, está a dar os primeiros passos o “Clube de Leitores”. De alunos e para alunos, tem a sua origem nesta necessidade espontânea de partilhar um livro lido e de que se gostou, disponibilizando-o a outros para que dele retirem o mesmo prazer ou proveito. O regulamento do Clube encontra-se no Blog da Biblioteca – outra das nossas inovações deste ano – e que pode ser consultado em becreau-reliasousa.blogspot.com. O blog conta com a colaboração positiva de todos os interessados, particularmente através dos comentários que deverão ser aproveitados para uma maior apro-ximação da Biblioteca ao seu público preferen-cial: alunos e suas famílias, professores e res-tante comunidade escolar. Nova aposta nas aulas de substituição A Biblioteca volta a lembrar a sua disponibili-dade e gosto em tudo o que se possa traduzir em colaborações úteis e parcerias facilitadoras do trabalho docente e discente. A título exem-plificativo, e como apoio aos Directores de Turma e aos programas de Educação para a Cidadania do 3º ciclo, foi preparado um dossier de contos de autores portugueses e estrangei-ros que, sendo de leitura agradável, foram pensados para serem lidos em voz alta, comen-tados em grupo e proporcionarem o debate e reflexão sobre alguns dos temas programáticos. Variar as estratégias de aprendizagem promo-vendo o gosto de ler e ouvir ler é receita que procuraremos aplicar no encontro de outras propostas, nomeadamente para a preparação de alternativas para as aulas de substituição.

* professora responsável pela Biblioteca

Actividades para o 2.º e 3.º períodos

Convidar Pais e Encarregados de Educação para falarem dos livros que os encantaram e marcaram. Esta actividade, agendada para a Semana da Leitura que decorre na primeira semana de Março, conta-rá com a colaboração dos pais e avós que responderem afirmativa-mente ao convite já enviado pelos Professores de Português e que, contamos, poderá proporcionar um feliz encontro de gerações ligadas também pelo amor aos livros;

Reflectir sobre escritas intempo-rais (1 sessão para professores e outra para alunos), com a colabo-ração da Dra. Manuela Maldonado e da Dra. Luísa Malato;

Oficina de ilustração de um conto ou contos previamente propostos pelos professores ou pelos alunos, ou mesmo criados pelos alunos, e que possibilitem a utilização de diferentes recursos e técnicas;

Assinalar o Dia Mundial do Livro, que ocorre a 23 de Abril, e o Dia da Liberdade, com uma exposição bibliográfica evocativa das princi-pais obras anteriores e posteriores ao 25 de Abril;

Criação de um texto dramático com recurso a personagens retira-das de histórias clássicas e repre-sentação pelo Grupo de Arte Dra-mática orientado pelo professor José Fernando Ribeiro.

Que a Biblioteca continue a ser um espa-

ço de acolhimento, de diálogo e de

encontro de soluções e respostas, são os

nossos desejos para o ano que se inicia.

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E nquanto especia-lista dos merca-

dos financeiros, e com um vasto currículo aca-démico (que se inicia na Faculdade de Economia do Porto e passa por Lon-dres, Nova Iorque e Pen-silvânia), Ricardo Arroja, de 30 anos, começou por explicar as origens e efei-tos da actual crise finan-ceira: desde o rebentar da bolha do sub-prime norte-americano crédi-tos hipotecários de alto risco, concedidos a pes-soas com capacidade financeira discutível), em 2007, à falência de gran-des bancos de investi-mento, em 2008, à crise de confiança e de liqui-dez que ameaça a estabi-lidade do sistema finan-ceiro mundial e se propa-ga à economia real. De forma breve, fez notar as medidas tomadas pelos bancos centrais, como a injecção de moeda na economia e os planos de compra de “activos tóxi-cos”. Crise com soluções Teve oportunidade de apresentar a sua tese acerca da razão que con-sidera determinante para o eclodir desta crise: o fim do sistema de Bret-ton Woods nos anos 70 do século XX – o sistema de padrão ouro indexado ao dólar americano, que foi estabelecido após a II Guerra Mundial. Com a ausência de tangibilidade

que passou a caracterizar o sistema bancário desde então, assistiu-se ao for-te crescimento da moeda em circulação, à queda das taxas de juro e à expansão maciça do cré-dito, o que acabou por levar a que os bancos facilitassem os seus crité-rios de prudência e des-valorizassem o risco, desembocando no sub-prime e nos chamados activos tóxicos. Nesse sentido, considerou que a resolução da crise terá de passar necessariamen-te por uma nova arqui-tectura do sistema finan-ceiro mundial, capaz de instaurar a disciplina

monetária e, nesse senti-do, próxima da do siste-ma de Bretton Woods, dado que não será possí-vel o regresso ao padrão-ouro. Um público atento Após a alocução de Ricar-do Arroja, foi aberto um espaço para a interven-ção do público. Estando o auditório concorrido por professores, pais, alunos e ex-alunos, não faltaram dúvidas e opiniões, pas-sando por um leque variado de sensibilidades, desde a ideia de que a crise financeira actual deriva de excessos de um sistema liberal até ao

receio de que essa mes-ma noção traga um regresso em força ao proteccionismo e ao intervencionismo do Esta-do na economia. Iniciativa para continuar No final, foi opinião unâ-nime que a Escola fica a ganhar com a organiza-ção de eventos deste tipo. A Presidente da Associação de Pais, Dr.ª Alexandra Azevedo, garantiu que se trata de uma iniciativa para conti-nuar, sempre em colabo-ração com o Clube de Economia, que teve, assim, uma estreia públi-ca que lhe augura um óptimo futuro.

TEMA EM DEBATE

A Crise Financeira: antes e depois.

Um tema sempre actual. Foi no dia 24 de Novembro, no anfiteatro da Escola, que se discutiu a crise financeira. Uma organização conjunta do recém-criado Clube de Eco-nomia, coordenado pela professora de Economia, Dr.ª Isabel Godinho e a Associação de Pais da ESAS. A conferência teve como orador Ricardo Arroja, administrador exe-cutivo do Grupo Financeiro Pedro Arroja. Texto: Artur Vieira

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N os últimos três anos, a ESAS

esteve integrada no Pro-jecto Europeu Comenius “Dimensões” que procura estabelecer pontos comuns entre Portugal, a Bulgária e a Dinamar-ca. Na verdade, todos estes países fazem parte da União Europeia e todos enriquecem esta comunidade com a sua cultura, arte, língua, tradições e religião. O principal objectivo desta parceria que juntou jovens de três países diferentes é diálogo intercultural e a troca de conhecimentos e expe-riências. O Projecto con-ta com a participação das escolas S. Constantino Cirilo de Sófia, na Bulgá-ria, do Liceu de Thisted, na Dinamarca e, claro está, da ESAS. As faces do Projecto A primeira fase do Pro-jecto Dimensões arran-cou decorrente no ano de 2006—2007, começou por incidir sobre os ideais europeus comuns aos três países. Após a análi-

se do Prólogo da Consti-tuição Europeia, com conclui-se que valores europeus comuns tiveram a sua raiz no Humanismo Europeu. Então, cada escola fez uma apresen-tação sobre as contribui-ções nacionais para esse mesmo humanismo. Esta fase do projecto culmi-nou com o encontro de todas as escolas em This-ted, na Dinamarca, no qual o grupo português apresentou uma repre-sentação adaptada da peça "Auto da Barca do Inferno" de Gil Vicente, figura emblemática e precursor do humanismo português. Convém salientar ainda que todas as escolas redigiram um documento conjunto sobre as suas raízes e valores do Humanismo e do Classicismo. A segunda fase, que decorreu no ano 2007 -2008, centrou-se numa personagem-símbolo de cada país. A Dinamarca escolheu Soren Kierke-gaard, filósofo e teólogo do séc. XIX e a Bulgária elegeu o Santo Cirilo, criador do alfabeto homónimo. Portugal

nomeou Fernando Pes-soa, poeta plural do Modernismo Português. Foi precisamente nesta fase que as escolas búl-gara e dinamarquesa visitaram a ESAS em Abril de 2008. Decorreram na escola uma série de eventos relacionados com este projecto, como a plantação de uma árvore, uma aula aberta de latim e um jogo temático-cultural. Os estudantes participantes tiveram também a oportunidade de visitar a nossa cidade, incluindo a Casa da Músi-ca, as Caves do Vinho do Porto e a costa até à praia de Ovar. De mãos dadas com Cultura portuguesa Este ano inicia-se a ter-ceira e última fase do “Dimensões”, cujo tema principal é o quotidiano dos jovens: os seus medos e caminhos adop-tados em prol da felicida-de, a sua posição face à religião, à arte, às novas tecnologias. Procurare-mos responder com a contribuição que os jovens de cada país podem dar na construção

da Europa comum. Segundo os planos, para esta etapa do projecto, deverá ser realizado um inquérito para apurar factos e, também serão elaborados ensaios escri tos. Por último, sete alu-nos aurelianos deverão deslocar-se a Sófia, parti-cularmente, à Escola de São Constantino Cirilo, para o último encontro que encerrará o projecto “Dimensões”. Além de representarem Portugal e, em especial, a ESAS, os alunos levarão tam-bém um pouco da sua cultura nacional e do seu estilo de vida. Em prol dos valores uni-versais Resta concluir que este projecto trouxe não só uma experiência intercul-tural diferente aos alunos da ESAS, mas também sublinhou a importância de pertencer a uma comunidade, cuja base assenta sobre os valores universais e atemporais que emergem entre a diversidade de países, costumes, línguas, músi-ca, literatura e arte.

Com o Projecto Dimensões do Clube Europeu

Este ano inicia-se a terceira e última fase do “Dimensões”, cujo tema principal é o quotidiano dos jovens: os seus medos e caminhos adoptados em prol da felicidade, a sua posição face à religião, à arte, às novas tecnologias.

1, 2, 3 ….VAMOS À BULGÁRIA Texto: Iolanda Pinto, 12.º H

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E speramos que se faça médico. Um bom médico,

temos de acrescentar. Quem lidou com ele, aqui na Aurélia, não lhe poupa elogios. Como aluno e como pessoa. João Pedro recebeu o prémio no Dia do Diploma, em 12 de Setembro de 2008, que significou «uma recompensa pelo trabalho de três anos aqui na escola» afirma. O melhor aluno do Secundário é um jovem que, naturalmente, gosta de música - «vários géneros» -, de passear e viajar. Quanto a livros, os «policiais e romances históricos» são os da sua prefe-rência mas não em tempo de aulas já que «os manuais escolares» eram os eleitos. Como era o seu dia a dia? Organização e método. Nada de exageros, esclarece «com um espaço destinado aos estudos» o que significa saber gerir o tempo. Um exemplo a seguir. Com 18 anos, agora estudante do 1.º ano do Curso da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), confessa que «o básico foi fácil». Foi no secun-dário que começou a «ter gosto pelo saber».

“O melhor aluno do Secundário” A Medicina surge por influência familiar. Mas não só. Neste curso consegue «conciliar o gosto pelas ciências» e o carácter humanista que lhe marca a personalidade. «Uma margem para o futuro profissional» acrescenta. Entrou em Medicina com uma média final de dezanove valores e setenta e cinco décimas. Contas feitas foi o segundo melhor colocado, logo na primeira fase do concurso. Valeu a pena.

RETRATO

JOÃO PEDRO PINA BARRETO por Paula Valdrez

O João Pedro e a Dr.ª Delfina Rodrigues, presidente do

Conselho Executivo, na cerimónia

de entrega do Prémioo de Mérito Escolar.

EDITORIAL por José Fernando Guimarães

E stava a começar a escrever a palavra editorial, em Arial, corpo 12, espaço de 1,5 entre linhas, quando o t disse que não queria Arial mas Times New Roman. Fiquei admirado. Antes mesmo de recuperar do espanto, o e logo disse que queria Eras Light ITC, o d estava hesitante entre Comic Sans MS e o Elephant, e por aí fora. Escrever assim, com tantos tipos de letra, era um suplício. Bem tentei ata-car a decisão do t, para o isolar em relação aos outros, deixando-me margem de manobra. Mas o t, irredutível, disse que não: ou era o Times New Roman ou ia-se embora. Soube, depois, que criara, entretanto, uma microempresa. O e, na incompletude da palavra de que era o cabeça de cartaz, tinha requerido a reforma. O e a viviam de bisca-tes, estilo arrumadores de palavras. O l, que queria o Luci-da Bright, vivia com o subsídio de reinserção social. E o i, com duplo emprego, pensava numa fusão de empresas e na deslocalização. Perante esta confusão, convoquei os algarismos. Que sim, mas que iam nos milhares, se não mesmo nos milhões. Outros, confessaram-me eles mais tarde em surdi-na, andavam, pelo contrário, negativos. Nada a fazer. Não havia influência alguma que os trouxesse à razão. Como podia, então, escrever esta coisa tão sim-ples como editorial 1?

FICHA TÉCNICA: Coordenadores: Professores Paula Valdrez, José Guimarães e Julieta Viegas. Redacção e Tratamento da Informação: Paula Valdrez Paginação e Maquetagem: Julieta Viegas Revisão: José Guimarães. Propriedade: Escola Secundária c/ 3 Aurélia de Sousa Rua Aurélia de Sousa *4000-099 Porto* Telef.: 225021773 Fax:225508135.

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A firmando a importância da reflexão, actividade e edu-cação filosófica, um grupo de ilustres signatários assi-

nou, em 1995 durante as jornadas internacionais “Filosofia e Democracia no Mundo”, a Declaração de Paris para a Filosofia. Constatando que “os problemas de que trata a Filosofia são os da Vida”, contribuindo assim para a compreensão dos seres humanos, na Declaração realça que “o desenvolvimento da reflexão filosófica, no ensino e na vida cultural” contribui para “a formação de cidadãos, no exercício da sua capacidade de julgamento” enquanto elemento fundamental de “toda a demo-cracia”. Eis a razão da Filosofia.

Pensar com a Filosofia Um dia em cheio na ESAS para comemorar o Dia Mundial da Filosofia. Com um corredor embelezado pelas imagens dos filósofos, a “Avenida dos Filósofos” e, um outro com “Ideias” a comunidade educativa não ficou indiferente às actividades dos nossos alunos. Os jogos de pensamento, para seguir a Lógica, desafiaram os raciocínios. O “Correio da Razão” levou cartas às salas de aula numa curiosa recepção. E não faltaram as ideias a encherem o papel. Trocaram ideias? Trocamos ideias! Eis para que serve a também a Filosofia.

Trocar ideias com a Filosofia

A Dr.ª Rosa Costa, de Inglês, participou na actividade “ Escreve uma Ideia…”

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Instituído pela UNESCO, a cada terceira quinta-feira do mês de Novembro comemora-se o Dia Mundial da Filosofia. Este ano foi no dia 20 e na ESAS troca-mos ideias. Ninguém ficou indi-ferente.

Texto: Paula Valdrez Fotos: Bárbara Martins, do 11.ºB

CLUBE EUROPEU? O Clube Europeu dinamiza vários projectos na escola. Visita o site www.clubeuropeuesas.blogspot.com e poderás ter uma ideia de algumas dessas activida-des. Embora as actividades do clube estejam já a ser desenvolvidas, poderás também colaborar com os projectos agendados. A professora responsável é a Dr.ª Maria Rosa Costa.

Numa iniciativa inédita e muito aplaudida

os alunos da turma de Artes do 11º J desenharam os filósofos. Aqui fica uma

amostra. A filósofa política alemã Hannah Arendt (1906-1975)

"Qual é a primeira coisa que deve fazer quem

começa a filosofar? Rejeitar a presunção de saber.

De facto, não é possível começar a aprender aquilo

que se presume saber".

Aristóteles

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P residente da APESAS (Associação de Pais e Encarre-

gados de Educação da Aurélia de Sou-sa) há cerca de quatro anos, a Dr. ª Maria Alexandra Azevedo diz que, neste momento, são as obras no espaço escolar que constituem a maior preocupação. Quisemos saber os motivos que presidiram à decisão de manter as aulas em simultâneo com as obras e as consequências daí decorrentes: alunos sem aulas de Educação Física e a possibilidade de ficarmos sem almoços quando a can-tina entrar em obras. O ponto de vista da Associação de Pais a quem coube a responsabilidade da decisão: só Aurélia. «As obras estão a correr bem» “Dentro deste cenário de obras, a escola ainda vai funcionando com normalidade” afirma a Dr. ª Alexan-dra Azevedo anotando que Parque Escolar – que se tem “mostrado aber-ta ao diálogo -, assegurou o funciona-

mento «com tranquilidade.” Principal parceira nas negociações a presiden-te da APESAS julga que a empresa responsável pelas obras “tem corres-pondido» mesmo quando se trata de pequenas alterações como «pôr as coberturas nos monoblocos”. E numa altura crucial das actividades escola-res, como os exames nacionais, «não vai haver barulho». Se «as coisas estão a correr bem» salienta os timings nem sempre são os desejados «queremos sempre tudo para ontem». Mas relembra que se trata de uma obra pública que obedece a normas precisas. Por isso, que «as obras se façam rapidamente e com segurança» e que fiquem «bem fei-tas» acrescenta é «sem dúvida, a nossa maior preocupação». A questão da segurança dos alunos, o acesso aos monoblocos por alunos com deficiên-cia, os possíveis desaparecimentos de materiais trazidos pelos alunos devi-do aos monoblocos poderem estar abertos, são outras faces deste pro-blema.

Miguel Montalvão e Nuno Moreno e a Presidente da Associação de Pais

“AS OBRAS RÁPIDAS, COM SEGURANÇA E QUE FIQUEM BEM FEITAS”

É a vontade e uma das principais preocupações da Presidente da Associação de Pais da ESAS, Dr.ª Alexandra Azevedo. Em destaque no Jornalesas. Entrevista por: Nuno Moreno e Miguel Montalvão, do 11.º L (*)

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A decisão de ficar na Aurélia A decisão de manter as actividades escolares em simultâneo com as obras de reestruturação dos edifícios «foi extraordinariamente polémica, no ano passado» relembra a Dr.ª Alexandra. No início nada se sabia, por isso, surgem «os inevitáveis boatos». Um deles é que a escola ia fechar. Começa então um processo de pedido de esclarecimento à Parque Escolar, com Assembleia de Pais convocada e adiada. «Eles tinham de nos informar o que é que ia acontecer aos nossos filhos», diz a presidente. A resposta não tardou. As opções foram: «ficam cá todos ou vão os sétimos, oitavos e nonos para o António Nobre» aqui também «em regime de monoblocos». A Dr.ª Alexandra Azevedo revelou que nenhuma destas hipóteses era a que queriam. «Nós queríamos que a escola se deslocasse como um todo para qualquer sítio onde pudesse haver aulas sem o incómodo das obras mas a Parque Escolar disse que isso era inviável». E a «decisão era só dos Pais» tinha, entretanto, advertido o Dr. António Leite, da DREN (Direcção Regional de Educação do Norte) em reunião na qual esteve também presente a Parque Escolar. Foram a votos numa Assembleia de Pais. «Nessa reunião estiveram muitas pessoas» informou a Dr.ª Alexandra e ganhou a alternativa que conhecemos e que «penso, ainda hoje, como a solução ideal» confessa «a escola manter-se como um todo.» As notas a Educação Física Uma das preocupações decorrentes das obras na Aurélia diz respeito à falta de instalações para a prática desportiva e as aulas de Educação Física só para os décimos primeiros e segundos anos de escolaridade em que as classificações contam para a entrada nas Universidades. Todos os outros alunos sem aulas.

«Sabíamos que isso ia acontecer». A solução resultou de um esforço conjunto do grupo de Educação Física, do Conselho Executivo e da APESAS e passou pelo arrendamento de um espaço no Externato Perpétuo Socorro. Um desfecho que a presidente da Associação de Pais considera «péssima» para os alunos «porque não a fazem Educação Física» e para os professores «que têm mais horas vagas e não estão a fazer que nós queríamos

que eles fizessem e eles também gostam de fazer: dar aulas». Auscultada sobre outras alternativas, a Dr.ª Alexandra Azevedo foi peremptória «ir para outras escolas públicas» seria impossível já que a ocupação dos ginásios é plena. Por outro lado, ir para escolas que

estão fechadas «implicaria mais encargos com luz, colocação de funcionários» entre outros. Esta foi a decisão certa. Há ainda um aspecto a formalizar. «Falta um documento escrito» onde se diga que os alunos – agora no décimo ano - «vão ter a nota de Educação Física a dividir por dois». Apesar da preocupação por um papel que não existe «não há pânico» garante a Dr.ª Alexandra Azevedo. É que, como lhe asseguraram, «nenhum aluno seria prejudicado».

(Continua na página 12 )

“AGRADECIA QUE O USASSEM” o apelo acerca do espaço lá de fora

Uma esplanada (ainda vazia) à espera

de ti…

Foi por causa da limitações de espa-ço para o recreio dos alunos que “tentamos arranjar aquele espaço lá fora” informa a Dr.ª Alexandra Aze-vedo presidente da Associação de Pais dos alunos da Aurélia. “Deu muito trabalho a arranjar” confessa mas, continua, “sentimos que se conseguíssemos aquele espaço, era mais um bocadinho que tínhamos”. Não se arrepende de ter participado nesse processo de decisão ainda que saiba que «vocês não o usam muito». Por isso, para fazer dele «uma espla-nada simpática» a Associação de Pais está a envidar esforços para «arranjar mais cadeiras e guarda-

As ideias de uma dirigente associativa. Sara Mariana Rocha, vice-presidente da Associação de Estudantes. Em discurso directo. A que atribuem a vitória? Considero que

saímos vitoriosos graças a todo o apoio dos colaboradores e membros da lista e aproveito para dedicar esta vitória a todos os estudantes da Aurélia de Sousa.

Que aspectos, na tua opinião, marcaram a diferença relativamente às outras listas concorrentes?

Penso que foi a organização da lista E que marcou a diferença, apesar de as outras listas também terem, com certe-za, feito o melhor que puderam. As nos-

sas ideias focavam essencialmente a comunicação com os alunos, e, a meu ver, foi isso que chamou a atenção dos aurelianos.

Quais os três principais projectos que podemos esperar ver concretizados este ano?

O torneio de Inter-turmas já um deles. A partir do final de Novembro entrou em funcionamento o "mini-bar" na Associa

ção, assim como a venda de folhas de teste. Os bailes de finalistas (tanto para o 9º como o 12º) já estão a ser organiza-dos, juntamente com a AMA tentaremos dar aos alunos o nosso melhor para que tenham um final de ano memorável. Entretanto, a Associação de Estudantes já está a trabalhar nos torneios tanto de Pes2009 como de matraquilhos (actividades às quais os alunos manifes-tam muito interesse). Os matraquilhos já estão disponíveis para os alunos na área da associação. Após uma reunião que tivemos com o CE vamos poder realizar festas.

Como sabemos, algumas associações ante-riores deixaram "promessas" por cumprir, como podemos ter a certeza de que este ano será diferente?

A maioria dos alunos que fazem parte da direcção da AE são do 12º ano pelo que, todos querem fazer com a AE não seja um "poço de promessas". Aquando da formação das listas ficou acordado entre todos que, se era para organizar alguma coisa, seria para realizar tudo, e não fazer propostas irrealistas que só ficam no papel.

Qual a perspectiva da lista sobre a actua-ção da Associação de Estudantes do ano anterior? Consideramos que houve uma falha: a falta de comunicação com os alunos e alguma falta de organização. As inter-turmas, por exemplo, foram um pouco "insatisfatórias" para os alunos. Ora, sendo esta uma das actividades que mais desperta o interesse dos alunos, nós achámos crucial organizar tudo com mais tempo, responsabilidade e, se pos-sível, melhor.

Como pensam resolver o problema da falta de comunicação com os vossos colegas? Para melhorar a comu-nicação com os alunos já estamos a criar um site da Associação onde vamos colocar um fórum para que todos possam conversar e tirar dúvi-das sobre a escola e as actividades da Associa-ção. Vamos também comprar, assim que tenhamos receitas , um telemóvel, disponível durante o horário de aulas.

(continua na pág.11)

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Página 10•

F E V E R E I R O 2 0 0 9 I N Ú M E R O X X I I I

Gonçalo Gomes e Sara Rocha, dois dirigente da AE

F E V E R E I R O 2 0 0 9 I N Ú M E R O X X I I I

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2

Diário de bordo de Francisca Ferreira

Eu sabia que qualquer dia te veria ao longe… Eu sabia que o tempo passa rápido, o tempo voa! Está na hora da partida, há um comboio que tenho de apa-nhar… E como todos os comboios este não espera, eu é que tenho de estar na estação à hora certa, eu é que tenho de correr para o alcançar, para entrar nele e assim seguir outro caminho… Levo-te comigo. Sei que fico em ti, que te marquei, mas não te quero mais como rotina! Tu foste uma segunda casa! Tu és assim parte da fase mais alegre da minha existência, parte das minhas letras, és fruto das minhas tão minhas pessoas, sei bem que foi em ti que acolhi a família que escolhi… Foste palco de muitas cenas…Foste o sorriso, o choro, a gar-galhada, a derrota, o abraço! Foste a luta, a determinação, a viagem longa… Tinha 12, já tenho 18! Foste minha e eu fui tua! Mas agora eu quero ir, eu sei que tu queres que eu também vá…Vou Feliz! Sim, vou ter saudades claro… Volto de vez em quando para visitar pedaços de mim que por cá ficam… Ficas assim eternizada no papel azul, no canto das minhas memórias, no bolso da minha vida!

PASSA A MENSAGEM

A creditem que a Associação de Estudantes está neste momento no activo. Podem não ver gran-

des coisas a serem feitas, mas tudo isto se deve à nossa preocupação em organizar tudo com muita calma para que não existam falhas, até porque estamos num ano lectivo em que as condicionantes são enormes e dificul-tam muito o nosso trabalho. Queremos trabalhar o melhor possível para que a Nossa escola seja um melhor lugar para estar. A Associação de Estudantes é feita por Estudantes que, tal como vocês, querem o melhor para a ESAS e, por isso, tentaremos ao máximo concretizar todos os projectos. Aproveito desde já para agradecer a vossa confiança e, por favor, não se esque-çam: Estamos a trabalhar para os Estudantes.

Continuação da página 10

Há elementos do ensino básico na Associação? Qual a sua função?

Não existem elementos do ensino básico na Associação. Todos os nossos colaboradores, (representantes da lista em cada turma) que eram do básico, não aceitaram car-gos na direcção, talvez porque acreditam que os alunos do 12º desempenhariam melhor essas funções.

A propósitos das obras, qual a posição da Associação?

Tentaremos minimizar ao máximo o efeito que as obras estão a provocar nos espaços a que os estudantes têm acesso e tentaremos criar actividades que possam ser conjugadas com as condicionantes que temos neste momento.

[email protected]

INFORMA

Por falta de espaço não foi possível

incluir nesta edição a totalidade dos artigos que

chegaram à nossa redacção. Pelo facto, pedimos

as nossas desculpas a todos os colaboradores e a

promessa de serem publicados já no próximo

número.

Página 12•

F E V E R E I R O 2 0 0 9 I N Ú M E R O X X I I I

Comer cá ou na Soares dos Reis? O problema da falta de cantina pode resolver-se de duas maneiras. Na pri-meira hipótese trata-se de indagar se «a Soares dos Reis tem capacidade para ter, diariamente, mais cem ou duzentos almoços» informou a presi-dente da APESAS na procura de solu-ções que podem também passar pela contratação de uma empresa que tra-ga as refeições já confeccionadas de fora. Facto que não é novidade pois «há muitas escolas a fazerem isto». Em qualquer das circunstâncias há condicionantes. Para os alunos «mais novos» da Aurélia se deslocarem até à Escola Artística Soares dos Reis (agora nas instalações renovadas da ex-Oliveira Martins) teria de ser assegura-do um autocarro para as deslocações e um(a) funcionário(a) para os acompa-nhar. «Temos de saber onde os nossos filhos estão» justifica a presidente. Quanto à outra hipótese seria «contratar empresas» que tratam de tudo o que diz respeito às refeições. «Isto implicaria mais um monobloco» acrescenta. De qualquer maneira a dirigente da APESAS julga que se «vai continuar a garantir os almoços» mas, sublinha que «toda a gente sabia quando votou quais as premissas e as condicionantes da escola» em cenário de obras. Resta «agora saber qual a forma mais efi-ciente e económica, à qual se sobre-põe a segurança dos alunos», «aspecto prioritário também para a Parque Escolar».

(*) com prof. Paula Valdrez, no trata-mento da informação.

“OS PAIS GOSTAM DESTA ESCOLA”

“Temos muitos alunos de longe que querem vir para esta escola” confirma a Presidente da APESAS ao nosso jornal. Há escolas que os alunos frequentam porque são mais per-to de casa. Mas “aqui não é o caso” diz a Dr.ª Alexandra Martins que explica a razão: “É uma escola em que os alu-nos têm um bom comportamento. Tem um corpo docente extraordinariamente estável e em quem confiamos porque trabalham bem”. Os rankings são prova disso. É evidente que há sempre alunos que se “portam mal” e professores que “faltam muito” embora na Aurélia isso é “excepção”. Obras à parte, a nossa entrevistada não acha que “haja aqui grandes problemas” ou melhor “problemas que não se possam resolver internamente”. Não tem dúvidas “os pais gostam desta escola”. Tudo isto justifica que a todo o outro trabalho «não podemos chamar preocupações» por-que resulta do normal funcionamento da escola. Dá como exemplos o Regulamento Interno da Escola que «tem de ser adaptado» ou o aparecimento da «figura do Director de Escola». Mas, conclui a Dr.ª Alexandra «o trabalho é feito maioritariamente pelos professores e o Conselho Pedagógi-co» sendo aqui que APESAS tem voto. Num ambiente de «grande tranquilidade».

Associação de Pais em números Contas feitas são à volta de sessenta o número de Pais associados. Um número «pouco significativo» como afirma a Presidente da APESAS atendendo aos alunos que a Escola tem, menos de mil. «Mesmo que haja pais que tenham cá dois filhos, a diferença é muito grande» reconhece. Não sabe a receita apenas que «os Pais não aderem à Associa-ção independentemente daquilo que seja feito». Trabalho não falta. Logo no início do ano lectivo fazem uma visita às instalações escolares sobretudo com os Pais dos alunos que estão nos anos iniciais do Básico e Secundário. É aqui que «há um maior afluxo de entrada de novos alunos» por isso, explica a Dr.ª Alexandra «são distribuídas fichas de inscrição para toda a gente». Depois em todas as activida-des desenvolvidas ao longo do ano lectivo, os Pais «associados ou não» são convidados e «voltamos a enviar as fichas de inscrição». Mas os Pais não aderem. Porquê, questionamos. «Não conseguimos saber», responde a presi-dente. A Associação de Pais reúne às primeiras terças-feiras de cada mês. Todos os pais e encarregados de educação, associados ou não, podem estar presentes nas reuniões. «Não temos cotas» diz a Dr.ª Alexandra Azevedo e só «há vantagens para todos se participarem» conclui.

Por Miguel Montalvão,

Nuno Almeida e prof. Paula Valdrez

Direcção:

Grafismo:

Fotografia e Composição:

Revisão:

Agradecimentos

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Página 13

Texto: Kateryna Ivanova

Alunos e pais (ucranianos) atestam que as escolas por-tuguesas são mais “ligeiras” que as do seu país de ori-gem. As expectativas altas que têm em relação ao ensi-no e o seu bom desempenho escolar devem-se, em parte, a factores de ordem sócio-cultural.

C ontrariamente ao que se vive em Portugal, o grau

de exigência (e de eficácia) ele-vado dos seus sistemas educati-vos - o sistema de ensino soviéti-co - caracteriza-se por currículos exigentes em combinação com uma disciplina rigorosa. Dos alu-nos espera-se não só resultados

bons, mas também resultados elevados. Um exemplo disto é que o tempo de aulas é menor. No entanto há muitos trabalhos para casa, não só fichas, mas textos para ler e investigar. Os estudantes têm dois cadernos por disciplina, que usam de maneira intercalada para que os professores possam levá-los para casa e fazer as devidas correcções e avaliações. Na realidade portuguesa é que quando os estudantes chegam a casa já é de noite e ainda vão fazer os trabalhos. A falta de disciplina é outra das críticas e diferenças apontadas: numa sala de aula ucraniana, a única pessoa que fala é o profes-sor, os alunos têm de pedir licença para fazê-lo e não andam de pé, de um lado para o outro. Mas um outro factor diferencial e mais marcante é a forma como se vive o ensino nos seus países de origem, realidade que a maioria destes alunos teve opor-tunidade de conhecer. O valor de aprender De uma forma geral a maior valorização que se dá ao ensino nesses países leva a uma escola-rização massiva. Veja-se que na Ucrânia, se regista actualmente uma taxa de literacia de 98% e 70% da população adulta tem formação secundária ou supe-rior. Esses valores, note-se, não só se situam acima dos índices de lite-racia registados na maioria dos países de origem dos alunos estrangeiros em Portugal, como estão também acima dos valores nacionais (91%). Além disso, para os alunos ucra-nianos reprovar ou obter resulta-dos muito baixos é quase que considerado uma vergonha perante os pais, familiares e amigos. É assim na Ucrânia.

Lá e cá

Iniciamos neste número do JORNALESAS uma nova rubrica em que pre-tendemos dar voz aos nossos alunos e alunas estrangeiras. Um modo de partilhar culturas abrindo os olhos para o mundo. Aqui fica a opinião da Kateryne Ivanova, aluna do 11.º ano Curso Profissional de Turismo.

«Não basta ter um espírito

bom: o essencial é aplicá-

lo bem.»

Descartes

«Nenhum homem é livre

se não puder comandar-se

a si mesmo.»

Pitágoras

«...a solidão não é viver

só, a solidão é não sermos

capazes de fazer compa-

nhia a alguém ou a alguma

coisa que está dentro de

nós...»

José Saramago

«Realizando coisas justas,

tornamo-nos justos, reali-

zando coisas moderadas,

tornamo-nos moderados,

fazendo coisas corajosas,

tornamo-nos corajosos»

Aristóteles

«Todos nós somos perso-

nagens em busca de

autor.»

Manuel Alegre

«A ciência humana consis-

te mais em destruir erros

que em descobrir verda-

des.»

Sócrates, filósofo grego

ALUNOS DA UCRÂNIA COM ENSINO MAIS EXIGENTE

Kateryna está há cerca de dois anos a estudar na ESAS. Quan-do chegou não falava português...

Página 14•

F E V E R E I R O 2 0 0 9 I N Ú M E R O X X I I I

O meu nome é Isabela,

nasci num país ociden-

tal, numa época evoluída tecnoló-

gica e socialmente. Não sei o que

é não ter um tecto a impedir a

chuva de me encharcar o cabelo,

ou não ter uma mesa na escola

onde aprender, não sei o que é

não ter um hospital aonde acorrer

em caso de emergência, nem mui-

to menos uma família feliz, convi-

vendo com pessoas felizes. Como

eu, muitos tiveram essa sorte,

esse acaso do destino, de serem

fruto duma união de um óvulo e

de um espermatozóide

“ocidentais”. E, ao contrário de

mim, tantos outros perderam nes-

sa lotaria da vida.

Tantos outros não chegam a atin-

gir um ano de idade, somente por

terem nascido no sítio errado, à

hora errada. Desconhecem os que

têm a “sorte” de viver até adul-

tos, o significado da palavra

“direito”.

Sobrevivem, vivendo cada

dia a ansiar a morte, só porque ela

significa o fim do sofrimento. A

sua luta diária não é contra o trân-

sito, contra os bêbedos no meio do

passeio a mandar piropos, nem

contra menos um dia de férias. A

sua luta é contra a SIDA, a malá-

ria, a cólera. Todos os dias, a cada

segundo, 3 crianças morrem, sim-

plesmente porque não há sequer

um grão de arroz para comer.

Aqui, neste pedaço de ter-

ra a que chamo pátria, chora-se

porque não se recebeu o novo jogo

para a “playstation” ou a mais

recente “Baby Sophie”, pelo

Natal. Lá, não há Natal. Não há

Natal porque não há esperança,

não há dignidade, não há humani-

dade. Se a houvesse, há muito que

se teria construído uma ponte,

entre ricos e pobres, entre huma-

nos e não-humanos (chamo-os

assim porque já nasceram sem

uma réstia de direitos). Aliás, nes-

te lugar ao Sol (o da felicidade,

não o da vida), proliferam mani-

festações pelos direitos; os já

adquiridos, os que foram rouba-

dos, os que ficaram por conquis-

tar. “30 de Novembro – Greve

Nacional contra o Regime de Fal-

tas, contra o Estatuto do Aluno,

contra a avaliação dos Docentes.

Lá, naquele lugar à sombra, a úni-

ca falta que existe é a de vida, o

único estatuto o da espera pelo

fim e a única avaliação, a da falta

de tudo e a existência de nada.

Como o fazem não enten-

do. Não percebo como conseguem

reunir-se para discutir se o petró-

leo ultrapassou os 85 dólares e

permanecem conscientemente

cegos à mais profunda das verda-

des: existem dois mundos, o dos

sortudos e o daqueles que simples-

mente são invisíveis aos sortudos.

Dou graças a esse Deus,

que não sei se existe, porque se

existisse há muito que nos teria

incutido um pouco de humanida-

de.

No sítio certo há hora certa

“Não sei o que é não ter

um tecto a impedir a chuva

de me encharcar o cabelo,

ou não ter uma mesa na

escola onde aprender”

Texto: Cláudia Correia

F E V E R E I R O 2 0 0 9 I N Ú M E R O X X I I I

FALA-SE DE ARBORICÍDIO… Texto: Joana Silva, 11.º B

N o âmbito do projecto Jovens Repórteres s para o

Ambiente (JRA) a alunas Catarina, Diana, Clara, Bárba-

ra e Joana do 11.º B fizeram uma entrevista à professora Carmo

Rola (CR) acerca do derrube de árvores da nossa escola que tanta

polémica continua a gerar. Marcámos encontro na Biblioteca e

fizemos as seguintes perguntas: O que sentiu quando viu as nossas

árvores a serem derrubadas? Algumas dessas árvores serão trans-

plantadas e voltarão a viver na nossa escola? Como será feita a

arborização da nossa escola depois das obras? Quando acha que

teremos uma escola com o aspecto arborizado que tínhamos

antes?

A professora Carmo Rola foi extremamente simpática e esclare-

ceu-nos sobre todos os assuntos abordados. Ficámos a saber que

houve árvores que foram transplantadas noutros locais e voltarão

mais tarde para a nossa escola. No final das obras teremos uma

escola muito rica em espaços verdes, mais mesmo do que antiga-

mente. É de sublinhar que as árvores sofreram o derrube por

várias razões. Ou por se encontrarem em estado de degradação,

ou por constituírem um risco para a população escolar, ou ainda

por serem um grande obstáculo à intervenção em curso.

Com esta entrevista ficámos mais esclarecidas e com uma visão

diferente acerca do que se tem vindo a passar. A situação das

nossas árvores não é catastrófica. Os derrubes efectuados só

aconteceram porque foram realmente necessários e o ambiente

não foi nunca descurado.

Espaços verdes na Escola

Catarina, Diana, Clara e a Joana, as Jovens Repórteres com o Henrique

Continuação da página 16

Protecção Civil prepara simulacro

A experiência de um simulacro de incên-

dio está em vias de acontecer na nossa

escola. Faz parte das acções de seguran-

ça programadas pelo Clube de Protecção

Civil. As professoras Carmo Rola (que é

também responsável pela Segurança na

Escola) Catarina Cachapuz e Fátima San-

tos, coordenadoras do Clube, demons-

traram que os objectivos do projecto

integram os planos de prevenção e de

emergência mas entendem ser importan-

te testar o de evacuação para se identifi-

carem lacunas quer quanto aos meios e

atitudes das pessoas bem como treinar

os comportamentos de segurança de

modo a autonomiza-los. Vale a pena

levar a sério.

É importante que cada um de

nós se habitue a respeitar as

regras de segurança que nos

ajudem a proceder adequada-

mente em situações de emer-

gência.

Página 15

F E V E R E I R O 2 0 0 9 I N Ú M E R O X X I I I

P romover comportamentos adequa-

dos em caso de emergência deu o

mote ao Clube de Protecção Civil para levar a

cabo junto dos alunos e restante população

um conjunto de acções de sensibilização

sobre as regras a seguir em situação de incên-

dio, sismo ou ameaça de bomba. O plano de

evacuação do edifício escolar – com enfoque

no cenário de obras -, foi passado a pente

fino. Acompanhadas por um elucidativo dia-

porama, as professoras Carmo Rola, Catarina

Cachapuz e Fátima Santos explicaram o plano

de evacuação.

Alunos mais sensibilizados

Contas feitas, todos os alunos do ensino bási-

co, no espaço aula de Formação Cívica discu-

tiram a problemática da segurança na Escola.

Para os décimos primeiros e segundos, as

responsáveis pelo Clube de Protecção Civil

levaram a iniciativa ao Perpétuo Socorro,

durante as aulas de Educação Física. As aulas

de substituição serviram para um contacto

mais directo com os alunos dos décimos anos.

As acções estenderam-se ao pessoal não

docente. Quanto aos professores foram convi-

dados para aprenderem as normas de eva-

cuação pois são eles que darão as instruções

iniciais dentro de cada sala de aula e farão,

depois, a contagem dos alunos “no ponto de

encontro”. Informações valiosas sobre o pri-

meiro plano de evacuação adaptado à escola

em obras.

(continua na página 15)

Segurança na Escola

EM CASO DE INCÊNDIO ESTAMOS TODOS PREPARADOS?

A campainha da escola toca três vezes, de modo diferenciado, seguida de um toque contínuo. É este o

sinal que acciona o plano de evacuação na nossa escola. O que fazer a seguir foi o que ficamos a saber

com as acções do Clube de Protecção Civil. Ninguém ficou indiferente. Texto de Paula Valdrez

Prof. Carmo Rola, responsável pela Segurança na Escola e uma das coordenadoras do Clube de Protecção Civil