Jornalismo e Literatura: a representação da morte nos obituários

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Bruna Célia de Araújo Orientadora: Profa. MSc. Lúcia Helena Mendes Pereira Palmas, 20 de novembro de 2008 Jornalismo e Literatura: A representação da morte nos obituários

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Apresentação de slides utilizada para a defesa da monografia de mesmo nome. Curso de Comunicação Social - Jornalismo, Universidade Federal do Tocantins - UFT. Resumo: Este estudo utiliza a Teoria das Representações Sociais como aporte para o entendimento de como o Jornalismo representa, nas culturas brasileira e norte-americana, a morte e como isso é mostrado através dos obituários. Traz reflexões sobre a história da morte no ocidente e como a formação das culturas influencia este modo de representação. Analisa a relação através dos séculos entre jornalismo e literatura e a forma com que se conectam a fim de produzir textos que seduzam o leitor através da palavra. Utiliza a Análise do Discurso como fonte metodológica para a análise dos obituários dos jornais selecionados: Folha de São Paulo e New York Times. Aponta como principais resultados o modo como a morte é representada através dos obituários, tanto no Brasil, quanto nos Estados Unidos, e a importância disso para a construção da vida das sociedades futuras.

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Bruna Célia de AraújoOrientadora: Profa. MSc. Lúcia Helena Mendes Pereira

Palmas, 20 de novembro de 2008

Jornalismo e Literatura:A representação da morte nos

obituários

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Problema

O jornalismo norte-americano do gênero literário influenciou

o jornalismo literário brasileiro apesar das distâncias culturais

entre ambos os povos citados?

Hipótese

Que a influência do modelo de jornalismo norte-americano de uma

maneira geral, consensualmente dita como imposta ao jornalismo

Brasileiro, é relativa às diferenças culturais entre ambos os países.

Objetivos

Analisar a representação da morte nos obituários da

Folha de São Paulo e do New York Times.

Observar a forma como os obituários são escritos

(técnicas jornalístico-literárias), levando em consideração

as diferenças culturais.

Fundamentos da Pesquisa

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v

Por que obituários? / Notas de Falecimento

Surgem em 1963 no Times, jornal de Londres

Tratamento estilístico diferenciado

Abe Rosenthal, Arthur Gelb, Clifton Daniel (Times)

Alden Whitman, Sr. Má Notícia (New York Times)

Pessoas extraordinárias naquilo que fizeram

Não são pagos

Obituários nos jornais:

Jornalismo e literatura

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Teoria das Representações Sociais (MOSCOVICI, 1961):

Ressignificação Cultural

Familiar e Não Familiar

Universos Consensuais e Reificados

Ancoragem e Objetivação

Base teórica

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A morte ao longo dos séculos (ARIÈS apud KOVÁCS, 2002);

Culturas Norte-americana e Brasileira

Diferenças nos funerais

Religião Protestante e Católica

Roberto DaMatta (1997)

Representação social da morte

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Marcelo Bulhões (2007)

Jornalismo e Literatura – narratividade e temporalidade

Influência Francesa (Opinião)

Influência Norte-americana (1950)

Estados Unidos - New Journalism

Brasil – Revista Realidade - 1966

Narrative Writing

Jornalismo e Literatura

Page 7: Jornalismo e Literatura: a representação da morte nos obituários

Análise do Discurso (MAINGUENEAU, 1997)

Corrente Francesa

Categorias de Análise

Ato de Linguagem

Campo discursivo

Sujeito Condição de Produção

Atos de Linguagem pré-definidos

Introdução

Regras jornalísticas que buscam veracidade

Contexto de vida do morto

Meta-representação da Morte (fala de terceiros)

Metodologia

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Escolha dos obituários (09 e 10/2008)

Menor Assimetria Cultural possível

Obituários de pessoas comuns

New York Times

Martin K. Tytell

Mary Dunn

Folha de São Paulo

Tony Andreo Villela

Odívia Carrano de Albuquerque

Metodologia

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Obituário 1 (New York Times):

Martin Tytell, especialista em conserto de máquinas de escrever,

morre aos 94

Representou sua morte, contando sua vida

Paixão pelas máquinas

Importância que teve para sua pátria

Valorização do “Eu”

Família em segundo plano

Técnicas jornalístico-literárias

Resultados

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Obituário 2 (New York Times):

Mary Dunn, professora de Ioga para milhares, está morta aos 66

Representou sua morte, contando sua vida

Disseminadora do método Iyengar/Índia

Valorização do “Eu”

Família em segundo plano

Técnicas jornalístico-literárias

Resultados

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Obituário 3 (Folha de São Paulo):

Tony Andreo Villela (1976-2008) – As águas do Guarujá

já têm seu mártir

Elementos Literários

Relações Familiares mais evidentes

Paixão pelo que fazia

Técnicas jornalístico-literárias

Resultados

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Obituário 4 (Folha de São Paulo):

Odívia Carrano de Albuquerque (1912-2008) – A boa memória

da professora de Recreio

Elementos literários

Relações Familiares mais evidentes

A boa memória para assuntos familiares

O “Eu” é citado, mas não é tão valorizado

Técnicas jornalístico-literárias

Resultados

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Culturas distintas = Obituários distintos

Visibilidade no jornal/ Tamanho do texto

Brasil – relações familiares/texto mais literário

Estados Unidos – texto mais voltado ao “Eu”

Relativo à Formação Cultural

Ressignificação Cultural visível/indefinição

Mais do que contar a morte, querem enfatizar a vida

Homenagem/Identidade

Sugestão para pesquisas futuras

Considerações Finais

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A vida não é a que a gente viveu, e sim

a que a gente recorda, e como recorda

para contá-la.”

Gabriel García Márquez