Leishmaniose Visceral em Pediatria: novos indicadores de prognóstico ?

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Raquel Adriana M. Salinas S. Takeguma Orientador: Dr. Jefferson A. P. Pinheiro Brasília, 06 de dezembro de 2012 www.paulomargotto.com.br ARTIGO DE MONOGRAFIA APRESENTADO COMO CONCLUSÃO DA RESIDÊNCIA MÉDICA EM PEDIATRIA DO HOSPITAL REGIONAL DA ASA SUL(HRAS)/HOSPITAL MATERNO INFANTIL DE BRASÍLIA (HMIB)

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ARTIGO DE MONOGRAFIA APRESENTADO COMO CONCLUSÃO DA RESIDÊNCIA MÉDICA EM PEDIATRIA DO HOSPITAL REGIONAL DA ASA SUL(HRAS)/HOSPITAL MATERNO INFANTIL DE BRASÍLIA (HMIB). Leishmaniose Visceral em Pediatria: novos indicadores de prognóstico ?. Raquel Adriana M. Salinas S. Takeguma - PowerPoint PPT Presentation

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Raquel Adriana M. Salinas S. TakegumaOrientador: Dr. Jefferson A. P. Pinheiro

Brasília, 06 de dezembro de 2012www.paulomargotto.com.br

ARTIGO DE MONOGRAFIA APRESENTADO COMO CONCLUSÃO DA RESIDÊNCIA MÉDICA EM PEDIATRIA DO HOSPITAL REGIONAL DA ASA

SUL(HRAS)/HOSPITAL MATERNO INFANTIL DE BRASÍLIA (HMIB)

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A Leishmaniose visceral, também conhecida como "Febre Negra" ou Calazar é uma doença crônica grave e pode ser fatal se não tratada.

A leishmaniose visceral ocorre predominantemente em crianças e também como infecção oportunista em pacientes imunossuprimidos.

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A OMS estima que ocorram 500.000 casos novos de LV anualmente, sendo que, 90% desses casos ocorrem em Bangladesh, Brasil, Índia, Nepal e Sudão.

Dos casos registrados na América Latina, 90% ocorrem no Brasil.

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Nos últimos 10 anos, apesar dos recursos de tratamento intensivo e das rotinas estabelecidas para o tratamento específico da LV, constatou-se ↑na letalidade da doença em diversas regiões do País → diagnóstico tardio.

No BR, epidemias urbanas foram observadas em várias cidades, trazendo um aumento da letalidade de 3,4%, em 1994, para 5,7%, em 2009.

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A letalidade média nos últimos quatro anos foi de 5,8%, e o MS, na perspectiva de reduzi-la, tem implementado as ações de vigilância e assistência ao paciente com LV, com modificações dos fatores de prognóstico.

Poucos trabalhos relatam os sinais e sintomas associados à evolução clínica desfavorável de pacientes com LV.

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Na avaliação dos fatores associados à possível situação desfavorável de LV, os estudos publicados identificaram fatores clínicos e laboratoriais em análise univariada.

Uma vez que grande proporção dos pacientes com LV apresenta pelo menos uma dessas condições, uma classificação baseada em escores é indicada para definição dos pacientes com > risco de evoluir para óbito.

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Identificar sinais ou sintomas associados à evolução clínica desfavorável de pacientes com LV

Validar indicadores de prognóstico para redução de letalidade.

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Foi realizada análise da série de casos de LV de Jan/2007 a Ago/2012, compreendendo 119 pacientes na faixa etária pediátrica até menores de 20 anos atendidos no HMIB.

A partir da identificação dos pacientes, foi realizada análise retrospectiva dos elementos contidos no escore publicado pelo MS (2011) e comparados ao desfecho clínico.

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A partir destes dados foram calculados valores preditivos negativos e positivos, sensibilidade e especificidade relacionadas a este protocolo.

Foram utilizadas para formatação do artigo as normas do Jornal de Pediatria da Sociedade Brasileira de Pediatria

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Total de pacientes foi de 119. Desses 71% eram do sexo masculino e 29% eram do sexo feminino.

A idade média em torno de quatro anos. A maioria desses pacientes apresentava

queixas comuns à doença como: febre (96%), aumento abdominal (71%), palidez (54%) e emagrecimento (52%).

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Detectou-se maior letalidade nos casos em que os pacientes apresentaram quadro de hemorragia e que demonstravam casos clínicos mais duradouros.

Levaram a óbito: sangramento (75%), edema (15%), infecção(13%), icterícia (9%).

Foi aplicado aos pacientes o escore baseado no sistema de pontuação proposto pelo MS através das recomendações clínicas para diminuição da letalidade.

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Insatisfatório

Satisfatório

Grupo de Referência

Grupo de Validação

Regras de Prognóstico Resultado

883 pacientes(ago 2005 a

set 2008)

548 pacientes(set 2008 a nov 2009)

Sistema único de escores

Tabela de pesos

< 2 anos

Tabela de pesos

> 2 anos

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Recomendações clínicas para redução da letalidade (MS 2011)

Variável Peso da variável no modelo clínico

Peso da variável no modelo clínico e laboratorial

Idade2-20 anos - -20-40 anos 1 1>40 anos 2 2

Sangramento1-2 sítios 1 13-4 sítios 2 25-6 sítios 3 3

Aids 2 3Edema 1 1Icterícia 1 1Dispneia 1 1Infecção bacteriana 1 1Leucócitos abaixo de 1.500/mm3 - 2Plaquetas abaixo de 50.000/mm3 - 3Insuficiência renal - 3Pontuação máxima 11 20

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Recomendações clínicas para redução da letalidade (MS 2011)

Variável Peso da variável no

modelo clínicoPeso da variável no modelo

clínico e laboratorial

Idade< 12 meses 1 1> 12 meses 0 0

Sangramento1-2 sítios 1 13-4 sítios 2 25-6 sítios 4 4

Edema 1 2Icterícia 1 -Dispneia 1 1AST ou ALT acima de 100 UK/L - 3Pontuação máxima 8 11

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Na série de casos analisados evidenciamos que o escore sugerido pelo MS demonstrou uma elevada E (98%), S e VPP baixos, alto VPN(88%).

Observou-se dessa forma que o teste mostra-se adequado como mecanismo de triagem.

Verificamos nessa amostra que o principal fator envolvido em pior prognóstico foi o atraso no diagnóstico.

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A partir de 2009, o MS passou a distribuir aos laboratórios centrais e as unidades de referência o Teste Rápido como uma ferramenta para ajudar no diagnóstico precoce da LV.

No HRAS/HMIB verificamos desde então uma melhoria no tempo de diagnóstico e na assistência diminuindo progressivamente a necessidade de procedimentos invasivos na população pediátrica, como o mielograma.

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Constatamos que este novo escore mostra-se adequado como ferramenta de triagem para determinação de prognóstico e que devemos dar uma importância maior para o diagnóstico precoce visando menor descompensação clínica dos pacientes, sendo o Teste Rápido um excelente método para diagnóstico.

Um diagnóstico preciso é essencial para a determinação do tratamento.

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