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Liderança e pregação

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Johannes Reimer 

Liderando pela pregação

Uma visão diferenciada

Título do original em alemão:  Leiten durch Verkündigung - Eine unentdeckteDimension

Copyright © 2004 Brunnen Verlag GießenCoordenação editorial: Walter Feckinghaus

Tradução: Doris Körber  Revisão: Josiane Zanon Moreschi

 Revisão de prova: Sandro Bier 

Capa: Sandro Bier  Editoração eletrônica: Josiane Zanon Moreschi

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Índices para catálogo sistemático:1. Pregação : Cristianismo 251

Todos os direitos reservados.É proibida a reprodução total e parcial sem permissão escrita dos editores.

Editora Evangélica EsperançaRua Aviador Vicente Wolski, 353 - CEP 82510-420 - Curitiba - PR 

Fone: (41) 3022-3390 - Fax: (41) [email protected] - www.editoraesperanca.com.br 

Reimer, Johannes  Liderando pela pregação : uma visão diferenciada / Johannes Reimer ; traduçãoDoris Körber. - - 1. ed. - - Curitiba, PR : Editora Evangélica Esperança, 2011.

Título original: Leiten durch Verkündigung : Eine unentdeckte DimensionBibliograaISBN 978-85-7839-059-4 1. Cristianismo 2. Pregação 3. Teologia pastoral I. Título

11-01064 CDD-251

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Conteúdo

Prefácio........................................................................................

Introdução: O que Deus deseja - igreja de qualidade..........

1. Liderança kerigmática - o que é isso?..............................

1.1 Qual é o papel da pregação?.......................................

1.1.1 A interpretação da Palavra de Deus..................1.1.2 A ministração da Palavra e do Espírito deDeus.....................................................................

1.1.3 O encontro entre Deus e o homem..................

1.1.4 A função da liderança espiritual......................

1.2 Propósito e objetivo da pregação..............................

1.2.1 Desorientado ou determinado?.......................

1.2.2 Quais são o propósito e o objetivo dapregação neotestamentária?.............................

1.2.3 As fases da orientação para a vida..................

1.3 O pregador como líder.........................................

1.4 Liderança kerigmática - para quê?...........................

2. Liderança kerigmática - quais são os pressupostos?..........

2.1 Liderança pressupõe pregação..................................

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2.2 Visão de igreja como pressuposto..............................

2.2.1 Líderes são pessoas com uma visão.................

2.2.2 Jesus como modelo.............................................2.2.3 Enviados como Jesus Cristo..............................2.2.4 Qual é a nossa visão?.........................................

2.2.5 Uma declaração de visão para nossa igreja....

2.3 Pregação que estabelece forte contato.......................

2.3.1 O ouvinte como segundo texto.........................

2.3.2 Os níveis da comunicação.................................

2.3.3 O princípio da condescendência......................2.4 A liderança kerigmática como processo...................

2.4.1 Mudança e transformação levam tempo.........

2.4.2 Da saída à chegada.............................................

2.4.3 Pregação planejada............................................

2.4.4 O cliente tem sempre razão...............................

2.4.5 Objetivos parciais da liderança kerigmática..

2.5 A equipe de pregação da igreja.................................

2.5.1 O modelo bíblico.................................................

2.5.2 Treinamento dentro e fora da igreja................

2.5.3 Temos ainda hoje pregadores com dom deapóstolo e profecia?...........................................

2.5.4 Treinamento - aprendendo sob orientação.....

2.6 Sobre o local da pregação...........................................3. A prática da liderança kerigmática...................................

3.1 O cardápio correto para a pregação..........................

3.2 Liderança pela pregação apostólica..........................

3.2.1 O pregador com dom de apóstolo comoprofessor e líder de missões.............................

3.2.2 Homilética de missões - a incumbênciaesquecida.............................................................

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3.2.3 O pregador com dom de apóstolo comolíder kerigmático...................................................

3.2.4 Dom de apóstolo - desao e perigo.................

3.2.5 O que fazem os líderes com dom de apóstolo?..

3.2.6 A tarefa da educação apostólica......................

3.2.7 Onde estão os ouvintes?....................................

3.2.8 O ciclo da pregação apostólica.........................

3.3 Liderança pela pregação evangelística.....................

3.3.1 Evangelização volta a ser atual.........................

3.3.2 Nem toda pregação converte............................3.3.3 O pregador com dom de evangelismo como

líder kerigmático................................................

3.3.4 O que faz o líder com dom de evangelismo?..

3.3.5 Sensibilidade religiosa: o ouvinte comoponto de partida.................................................

3.3.6 O ciclo da prática evangelística........................

3.3.7 Um exemplo prático...........................................3.4 Liderança pela pregação profética............................

3.4.1 A redescoberta da palavra de profecia............

3.4.2 O pregador com dom de profecia comolíder kerigmático...................................................

3.4.3 Propósito e objetivo da profecia.......................

3.4.4 O local da pregação profética...........................

3.4.5 Conhecendo os perigos......................................3.4.6 Liderança pela pregação profética..................

3.4.7 A tarefa da liderança profética.........................

3.4.8 O ciclo da pregação profética...........................

3.5 Liderança pela pregação pastoral.............................

3.5.1 Orientação para a vida como tarefa doaconselhamento kerigmático...........................

3.5.2 O pastor como líder kerigmático......................

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3.5.3 O que faz um pastor de igreja?............................

3.5.4 O ciclo da pregação pastoral............................

3.5.5 Onde acontece a pregação pastoral?...............3.5.6 Não é uma colcha de retalhos...........................

3.6 Liderança pela pregação didática.............................

3.6.1 Sem ensino não há vida espiritual...................

3.6.2 O professor como líder kerigmático................

3.6.3 O que faz o professor?........................................

3.6.4 Em que ponto estão os ouvintes em seu

conhecimento?...............................................3.6.5 O ciclo da pregação didática............................

3.6.6 Sobre o local do ensino......................................

4. A igreja que avança.............................................................

4.1 A redescoberta da dimensão missionária.................

4.2 A redescoberta da liderança pela equipe de

pregação........................................................................4.3 A unidade é essencial..................................................

4.4 Um plano mestre de pregação...................................

4.5 E de onde vêm os líderes?...........................................

4.6 A luta pelo púlpito - quem pode pregar quando?..

4.7 O plano anual de pregações.......................................

4.8 Do culto para o dia a dia da vida da igreja..............

Epílogo........................................................................................

Bibliograa.................................................................................

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Prefácio

m suas memórias Joachim Braun (1996:29) conta o se-guinte acontecimento da época em que pastoreava umaigreja em Berlim: “No domingo de manhã eu estava na

sacristia, já de batina e pronto para subir no púlpito, quando per-cebi que não conseguiria mais pregar daquele jeito. Mas eu não

tinha outra coisa, o que diria? Enquanto eu subia os degraus quelevavam ao púlpito, a luta travada dentro de mim era tão gran-de que tenho diculdades para descrevê-la: ‘Jogue o sermão nolixo!’ –  ‘Não, não jogue!’ –  ‘Jogue o sermão no lixo!’

Quando cheguei lá, realmente joguei o esboço no chão e plan-tei o pé em cima. A congregação ainda tinha duas estrofes dohino pela frente. Estava ansioso e não sabia o que aconteceria

em seguida. O hino terminou. As pessoas voltaram o olhar paracima, para onde eu estava. Naquele momento a palavra veio amim e comecei: ‘Querida igreja, preparei um sermão para hoje,mas não posso mais pregá-lo. O esboço está aqui no chão e meupé está em cima dele. Vocês querem ouvir por que estou pisandoneste sermão bobo?’ Relatei sobre o dia passado no Hospital La-zarus e disse: ‘Acho que z a maior descoberta que uma pessoapode fazer. Encontrei Deus. Não encontrei a palavra ‘Deus’, ou

alguma ideia ou losoa sobre Deus, mas o próprio Deus.’ Um

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Liderando pela pregação12

sermão pode ter tal simplicidade em que alguém diz: ‘Não possomais pregar o sermão antigo, quero contar-lhes por quê.’ E aque-la singela pregação tocou a igreja. (...) Com ela começou um avi-vamento, que começou em mim, em seguida atingiu os jovens, edepois passou também para os mais velhos.”

Pastor Braun era um bom e renomado pregador da Igreja deSanta Luzia no centro de Berlim. Mas seus sermões traziam pou-co, muito pouco resultado - até que ele entregou a condução deseus sermões a Deus. “... percebi que ele me levaria ao destinodesde que eu lhe entregasse o comando”, escreve Braun (:30). A

mudança no estilo de pregar foi uma consequência natural.

“Jogue fora o sermão velho!” Gostaria muito de lançar esseclamor a todos os colegas que, ano após ano, labutam no púlpitosem chegar nem ao menos perto dos resultados desejados. Seussermões são bem reetidos e estruturados. Durante o preparo,usam o melhor da exegese bíblica e sua retórica é excelente. Só oresultado desejado não aparece. Por quê?

Com mais de vinte e cinco anos de experiência em sermõesconheço bem esse sentimento de fracasso como pregador. Na mi-nha vida também foram repetidas as ocasiões em que meus ser-mões velhos tiveram que ser pisados. Mas então Deus me levavaa novas e inesperadas dimensões de sua Palavra. Uma dessasdescobertas está relacionada à percepção da pregação como meio

de liderança , na verdade a maior ferramenta de liderança de que o

pastor de uma congregação dispõe.Depois de uma pregação bem-sucedida muitas vezes me per-

guntava: “Com certeza todos vão lembrar-se deste sermão - boaintrodução, boa exegese, boa aplicação prática ao dia a dia daigreja.” Ficava entusiasmado com a pregação - apenas para caramargamente decepcionado poucos dias depois. Nem os meusmembros mais éis lembravam-se do assunto da pregação, nem

mesmo na primeira visita depois do domingo em questão. Eram

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13Prefácio

gentis e armavam que tinha sido boa. Mas de que adianta umapalavra cujo único efeito é deixar para trás o sentimento de terescutado algo bom? Eu não queria e não podia me dar por satis-feito com isso. Então, caprichava ainda mais no preparo, anotavacada palavra e inventava as melhores ilustrações possíveis. Bem,às vezes minhas pregações deixavam marcas profundas nos ou-vintes, pelo menos em alguns. Mas raramente descobri mudan-ças decisivas na vida da igreja que pudessem ser concretamenterelacionadas à pregação da Palavra de Deus. Às vezes dava von-tade de arrancar os cabelos!

A resposta veio - como tantas vezes, inesperadamente - da boca de um idoso presbítero, o bom e velho Johannes Schreiber.“Você deve usar menos palavras bonitas nas suas pregações eem vez disso usá-las para liderar. Os seus ouvintes querem serconduzidos. Quem conduz, tem um alvo. Você tem um alvo? Vocêlidera? Ou está só pregando?” Reconheço que essas palavras meatingiram como um raio em dia claro. Não conseguia me lem- brar de alguém que já tivesse me dito isso durante os meus estu-dos teológicos. Semestres e semestres foram usados para treinaro preparo de boas pregações. É claro que se falava também daorientação do Espírito Santo. Mas a pregação é - pensava eu -sempre uma palavra dirigida a uma situação concreta e fecha-da em si mesma. Por “orientação” eu entendia um processo deformação que poderia durar talvez anos. Se eu quisesse liderarpela pregação, então meu sermão teria de trazer resultados mui-

to maiores do que simplesmente formular a palavra certa paraum determinado domingo.

Não, não imitei o Pastor Braun e não descartei imediatamentetodos os meus antigos sermões. Isso ainda levou anos. Deus meconduziu em um processo de aprendizado. De certa forma, estelivro resume os resultados desse processo. A reexão cientícanão pode se sobrepor a este impulso gerado pela prática. Por

isso espero que este livro enriqueça tanto a discussão homiléticaquanto a prática da pregação no dia a dia da sua igreja.

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Liderando pela pregação14

Este manuscrito foi produzido a partir de uma palestra intro-dutória sobre esse tema. Os acréscimos na edição do livro forampoucos. Muitos assuntos foram abordados de forma básica, naintenção de provocar discussões. O tamanho do livro deixa pou-co espaço para uma discussão mais detalhada.

Nesta introdução ao tema “Liderando pela pregação” ocu-pei-me principalmente do processo de liderança. Praticamentenão abordo a exegese do texto bíblico nem a elaboração do textoda pregação. Como ler o texto bíblico como um ancião com men-talidade apostólica, como um profeta, evangelista, pastor e mes-

tre? Onde estão os textos decisivos que formam a base teológicapara justicar esses ministérios? Quais textos são apropriadospara liderar a igreja? Como apropriar-se deles? E, nalmente,como formular uma pregação correspondente? Todas estas per-guntas exigem respostas. Mas neste livro você procurará em vãopor elas. Não que a elaboração da pregação em si não seja im-portante, ou que o assunto já tenha sido esgotado. Muito pelo

contrário, algumas das áreas da pregação mencionadas aquina verdade são tratadas supercialmente pela homilética atual.Encontramos, por exemplo, relativamente pouco sobre prega-ção apostólica ou profética nos ensinos sobre a pregação. A exe-gese e o transporte da mensagem para uma pregação concretasão abordados de forma quase genérica (de acordo com o tipocorrespondente). Infelizmente. Mas como e onde os “profetas”aprenderão a ser proféticos, os “apóstolos” aprenderão a ser

apostólicos e os pastores aprenderão a pregar de forma pastoral,se isso não lhes for ensinado? É por isso que a pregação é tantasvezes inecaz?

Meu objetivo com este livro é outro. Quero discutir a relaçãofundamental entre a liderança e a pregação, assim como a suaaplicação prática. Ainda assim os assuntos abordados são abran-gentes demais para tratá-los adequadamente em uma breve in-

trodução. Mas tenho esperança de que o leitor atento verique

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15Prefácio

as referências bibliográcas e continue seu questionamento e tra- balho. Dessa forma pode ter início uma conversa que já deveriater começado há muito. Quem ganha com isso é a nossa prega-ção, tantas vezes condenada, e os ouvintes, que merecem ouvir ecompreender a Palavra de Deus com toda a sua clareza.

Bergneustadt, janeiro de 2004Dr Johannes Reimer

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Introdução

O que Deus deseja - igreja de qualidade

 crer na razão, é verdade que Deus é o maior toloentre todos os tolos, já que ele executa sua causacom a palavra e a pregação e ousa liderar as pes-

soas pela pregação.”1

 Estas palavras de Martinho Lutero descre-vem exatamente o que senti quando me ocupei pela primeira vezcom o tema “liderando pela pregação”. Os diferentes tratadoshomiléticos trazem relativamente pouco a esse respeito. Seráque a importância do assunto não foi reconhecida, ou será quea questão foi até mesmo desprezada? Seja como for, MartinhoLutero acreditava rmemente que só é possível levar cristãos àfé pela entrega correta da Palavra de Deus. Para ele, a liderança

espiritual e a pregação da Palavra de Deus eram praticamenteidênticas, sendo que o sola scriptura (“somente a Escritura”) vi-nha antes do sola de (“somente pela fé”).

 Já a literatura homilética moderna segue um curso muito dife-rente: o termo “liderar”, se e quando aparece, limita-se à homilé-tica pastoral. Wolfgang Tillhaas (1965:150ss), por exemplo, tentacompreender o ministério da palavra como uma função pastoral.

1 Em: Kampmeyer 1980:34.

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Liderando pela pregação18

Argumentos semelhantes são fornecidos por Theo Sorg (1984:44)ou Lloyd Elder e Frank R. Lewis (1998). Princípios parecidostambém podem ser encontrados em Rudolf Bohren (1974). Deacordo com Klippert (1995:21), pressente-se que a “questão de-cisiva” em relação à pregação esteja relacionada com conduziro homem para uma vida totalmente dedicada a Deus. Por outrolado, essas obras não trazem um debate sistemático sobre essetema. É de suspeitar que isso esteja relacionado com o “erro dereconhecimento da tarefa” da pregação (Engemann 2002:63s).

Um exemplo muito prático para liderança pela pregação é

dado por John C. Maxwell, especialista americano em liderança,entrevistado pela revista Preaching (www.preaching.org). Vemosaqui as bases dos principais elementos de uma teologia da lide-rança pela pregação.

Portanto, abordar a pregação evangélica do ponto de vista daliderança trata-se (ainda) de um posto relativamente solitário.Mas a ousadia vale a pena, já que há décadas a pregação é con-

siderada o lho problemático da teologia prática. A perspectivaescolhida não somente enriquecerá a nossa concepção a respeitodo objetivo da pregação, mas também ajudará a enterrar a antigaqueixa sobre as pregações tediosas nas nossas igrejas. Lembre-mos das palavras de Gerhard Ebeling (1959:9): “É preciso umadose generosa de boa vontade para não car entediado, irado,sarcástico ou profundamente triste diante do que acontece hoje

em dia na pregação. Em toda parte é grande o empenho parapregar a fé cristã. Mas, com poucas exceções, a pregação insti-tucionalizada dessa forma torna-se insignicante”. Estas pala-Estas pala-Estas pala-vras, ditas em 1959, continuam válidas. Mas será que o fato dea literatura sobre o tema pregação girar basicamente em tornodo aspecto técnico realmente é determinante? A apresentação dodiscurso (da palestra) ocupa o centro das atenções. Já a prega-ção, com sua tarefa especíca de estabelecer comunicação entre

o homem e Deus por meio do pregador, não é reconhecida. Mas

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19Introdução

os melhores oradores estão longe de ser os melhores pregadores.Não é à toa que a pregação foi considerada um assunto da teo-logia (Haas/Haug 1968:3), e não da retórica. Importa novamenteencontrar A PALAVRA, e não um método de pregação melhor;a “palavra perdida”, como disse Thielicke (1986); uma teologiasaudável, que pode ser colocada no fogo (Lloyd-Jones em Kli-ppert 1995:20).2 

“Uma homilética sem uma parte pastoral teológica é incom-pleta” (Trillhaas 1965:150). A tarefa urgente do futuro é trans-formar essa parte pastoral teológica da homilética evangélica

em conceitos práticos da liderança pela pregação, ou melhor,liderança kerigmática. Anal, a liderança e a pregação estãoinseparavelmente ligadas, como diz John C. Maxwell: “Todosos grandes líderes eram comunicadores ecientes. A comu-nicação é o veículo da visão. Tenho certeza disso: quando seipara onde quero levar um grupo de pessoas, mas não tenho ahabilidade de descrever essa visão com palavras, pregando-a

como mensagem e comunicando a essência da causa, o sonhonunca se tornará realidade. A visão não é concretizada. Este éum dos principais motivos pelos quais eu não ensino apenassobre liderança, mas sobre comunicação; os dois conceitos sãocompatíveis. Mostre-me um grande líder, e eu lhe mostrareiuma pessoa que se tornou um líder excelente porque sabia secomunicar de forma eciente. Você pode ser um bom prega-dor sem ser um bom líder, mas você não será um bom líder

sem ser, ao mesmo tempo, um bom pregador ou comunica-dor. Você precisa ser capaz de comunicar a sua visão” (Duduit2001:1).

Portanto, não é possível ser um bom líder sem ser, ao mes-mo tempo, um bom comunicador (Blackaby 2001:83). O honrado

2 Neste processo é importante que a busca por uma teoria da homilética esteja subordinada àprática da pregação. O objeto da reexão homilética deve ser apenas e tão somente a palavraem busca da encarnação. Visto por este ângulo, o ensino moderno da pregação só pode ser “ahomiletic theory for the practice of preaching” [uma teoria homilética para a prática da prega-ção] (Peterse 1987:viii).

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Liderando pela pregação20

Martinho Lutero tinha razão - Deus lidera pela sua Palavra. Nós,portanto, que ousamos expor essa Palavra, devemos entender epraticar esse princípio sempre que possível. Talvez dessa formaseja possível não apenas acabar com o tédio das pregações dospastores, mas também com a sua inabilidade em liderar a igrejade Jesus de forma eciente. Há tempos que a preocupação com apregação eciente na igreja foi alcançada pela preocupação coma liderança. George Barna, que conduziu uma pesquisa sobre li-derança na maioria das denominações cristãs dos EUA, consta-tou, para seu espanto, que apenas 6% dos pastores que respon-

deram o questionário conrmaram ter certeza absoluta de pos-suírem o dom de liderança (Barna 2001:12s; Blackaby 2001:31).A situação não será melhor na Alemanha, onde a liderança estáse rmando muito lentamente como assunto para treinamentos.Por essa perspectiva o esclarecimento da relação entre liderançae pregação é de grande importância.

Mais uma palavra a respeito do termo que escolhi, liderança

kerigmática: kerigmático deriva do grego keryssein , que signica“anunciar aos homens a Palavra de Deus em nome de Deus” (Stier1844:2). Já em meados do século 19, Rudolf Stier (1844:2,151) exi-gia que o ensino da pregação fosse compreendido como “kerícti-ca”. Cada pregação tem objetivos missionários a alcançar, já queo homem natural, em sua condição pecaminosa, sempre precisaprimeiro da exortação da Palavra de Deus para então ser transfor-mado pelo Espírito de Deus.3 Portanto, liderança kerigmática é a

liderança que usa a revelação imediata de Deus em sua Palavra,por compreendê-la e aplicá-la como o principal instrumento detransformação. E essa transformação só pode ser uma mudançacompleta no sentido do Reino de Deus. A liderança kerigmáticaencontra o homem onde ele está: distante do propósito original deDeus para sua criação - levando-o para o mais perto possível da“imagem de Deus”, para a presença de Jesus Cristo.

3 Sobre a keríctica de Stier, consulte Husar 1987:31-32; para novos esboços, veja a Kerigmáticade Piegler (1965).

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21Introdução

Igreja de qualidade

Os muitos modelos de igreja, a maior parte americanos, provam

que a demanda por uma maior ênfase na liderança pela pregaçãoé mais do que apenas um desejo piedoso. Citamos entre eles aWillow Creek Community Church em Chicago, a Saddleback Church na Califórnia4 , a New Hope Christian Fellowship Oahu5 e a Commu-

nity Church of Joy no Arizona6. Em todos estes modelos de igrejamundialmente reconhecidos a liderança tem um papel decisivo.Os líderes dessas igrejas não se cansam de apontar a ligação en-

tre a liderança e o crescimento de suas igrejas.Walt Kallestad (1999:69ss) fala da liderança como o “princípio

da aplicação” de objetivos espirituais na igreja. E estes objetivosespirituais devem ser entendidos como objetivos de Deus, atécomo a incumbência dada por Deus.

Wayne Cordeiro (2001:12) relata que já durante seu primei-ro mês como pastor da New Hope Christian Fellowship Oahu , em

Honolulu, cou sobrecarregado demais para poder cuidar apro-priadamente do crescimento daquela igreja. A igreja, que hojeconta com 7.000 frequentadores nos cultos, deve seu sucesso aoseu excepcional time de líderes.

E Bill Hybels (2002:26), fundador e líder da Willow CreekChurch em Chicago, constata que todas as igrejas em crescimen-to que ele visitou e analisou concordam totalmente em um pon-

to - todas são dirigidas por pessoas com dom de liderança. Emqualquer lugar onde este dom não tenha tido um papel decisivono chamado de pastores o crescimento praticamente inexistiu.

A importância de uma liderança eciente na construção deuma igreja também foi demonstrada por uma pesquisa que z

4 Conforme Warren 1999.

5 Conforme Cordeiro 2001:12ss6 Conforme Kallestad 1999; Kurz 2000.

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em 19997 com ajuda de meus alunos, em que analisamos cincodas igrejas evangélicas e carismáticas de maior crescimento emWinnipeg (Canadá). A pesquisa, conduzida pelo Concord Colle-ge, da Universidade Winnipeg, ocupou-se não somente do cres-cimento quantitativo, mas se dedicou especialmente à qualidadedo crescimento espiritual das igrejas. Não foi difícil estabelecera relação entre o crescimento e a liderança eciente em todas asigrejas pesquisadas. A pesquisa mostrou que o segundo fatormais importante para o crescimento das igrejas era a pregaçãoeciente. Também foi possível provar que os líderes mais ecien-

tes quase sempre eram também os pregadores mais ecientes.Igreja de qualidade é, portanto, a igreja conduzida pela Pa-

lavra de Deus. A teoria homilética, discutida aqui, tem provasindiscutíveis na prática.

7 Os resultados do estudo estão arquivados no Concord College, na Canadian Mennonite Uni-versity, e no arquivo particular do autor.

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23Liderança kerigmática - o que é isto?

1. Liderança kerigmática - o que é isto?

1.1 Qual é o papel da pregação?

A liderança kerigmática pretende liderar por meio da prega-ção do Evangelho. Mas será que é teologicamente responsávelcolocar a pregação da Palavra de Deus no mesmo patamar daliderança e da condução? Podemos tratar a pregação de formatão pragmática sem, ao mesmo tempo, perder de vista algo es-sencial?

1.1.1 A interpretação da Palavra de Deus

 John Sto (1979:10) formula a tarefa clássica do pregador da se-guinte forma: “É sua tarefa apresentar e explicar a revelação re-cebida detalhadamente, de uma vez por todas”. Assim sendo, atarefa do pregador abrange exposição e interpretação da Palavrade Deus, nem mais, nem menos. Visto por esse ângulo, o prega-dor não é nem profeta nem apóstolo, mas, na melhor das hipóte-ses, um mordomo (:14). Nesse contexto Sto cita o texto de 1 Co-ríntios 4.1s: Assim, pois, importa que os homens nos considerem como

ministros de Cristo e despenseiros dos mistérios de Deus. A palavraoikonomos , usada aqui, é muitas vezes traduzida apressadamente

como “administrador”. Consequentemente, o pregador carrega-ria em si também a imagem de um gerente da Palavra de Deus.8

Será o pregador evangélico um “gerente” da Palavra de Deus?Será que o principal é realmente administrar, pregar e revestir

8 Uma série de esboços sobre homilética segue esse esquema. Ernst Lerle (1989:11ss) preten-de reduzir a pregação a uma função de apresentação da mera verdade. “A pregação cristãlegítima prega a exigência de Deus ao homem e também anuncia o Evangelho da redençãopela morte de Jesus Cristo na cruz... A pregação cristã é um chamado à conversão” (Lerle1989:15,16). Por isso James Braga (1981:9) está empenhado em redigir uma homilética quepermita que o estudante pregue imediata e diretamente a partir da Bíblia.

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conhecimento com palavras inteligíveis? Ou será que vai muitoalém disso? Mesmo uma folheada supercial em esboços de pre-gação e no material bíblico ali reetido deixa claro: há mais em jogo, e muito mais!

1.1.2 A ministração da Palavra e do Espírito de Deus

Em suas “Diretrizes para a pregação bíblica” (Grundlinien zur

biblichen Verkündigung) Theo Sorg (1984:7) quer saber o que di-ferencia a pregação de outras formas de comunicação. O quetransforma um discurso humano em pregação? Em sua respostaSorg remete a Paulo e sua autocompreensão, conforme lemos,por exemplo, em 1 Coríntios 2.1-5:

Eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de

Deus, não o z com ostentação de linguagem ou de sabedoria. Porque

decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucicado.

E foi em fraqueza, temor e grande tremor que eu esve entre vós. A

minha palavra e a minha pregação não consisram em linguagem per-suasiva de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder,

 para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria humana, e sim no

 poder de Deus.

De acordo com isso, pregação é a comunicação do Evangelhode Jesus Cristo no e a partir do poder de Deus. O pregador daPalavra de Deus não anuncia sabedoria humana, mas a intençãoe a vontade de Deus.9

Ele pode até ter à sua disposição os instrumentos da comuni-cação bem-sucedida, mas a pregação não será convincente porcausa disso. Ela depende, por denição, do poder de Deus. Maseste poder não pode ser confundido com armações bem formu-ladas. Ele é poder criador real, experimentável e transformador!

9 Nesse contexto Klippert (1995:20) fala da expressão e da exortação de Deus, que precisam serconsideradas em uma pregação.

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25Liderança kerigmática - o que é isto?

A pregação transmite, antes de mais nada, a Palavra de Deus,e esta Palavra é motivo e razão de toda e qualquer vida sobre aterra. “Deus falou... e aconteceu” - é assim que todo o ato criadorfoi transmitido a nós. Isso vale para toda a vida sobre a terra enaturalmente também em relação à Igreja. A Igreja de Jesus foicriada a partir dessa Palavra e é mantida por essa Palavra.

Nenhum outro trecho descreve com tanta precisão como aPalavra de Deus insiste em tomar forma como João 1.1,14: No

 princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus... e

o Verbo se fez carne e habitou entre nós... e vimos a sua glória. A Pala-

vra de Deus é apresentada aqui como uma palavra que só podese tornar visível por meio da encarnação. E sabemos que ela setornou visível quando Jesus Cristo se tornou homem.

A Palavra de Deus falada quer tornar-se verdade experimen-tada. Na verdade ela demanda que isso aconteça. Está prepara-da para ser encarnada, não consegue evitar isso. Portanto, quemanuncia essa Palavra aciona um processo de encarnação. Com

isso, o pregador não é apenas um administrador de verdades in-telectualmente elaboradas ou de revelações logicamente compre-endidas. O pregador dá início a um processo, ou melhor: Deus,por meio do pregador, dá início a um processo correspondentede encarnação da sua Palavra.

Quando os cristãos querem desenvolver suas vidas de acordocom a vontade revelada de Deus, eles estão sujeitos à ação da Pala-

vra de Deus. Paulo expressa isso da seguinte forma em sua segun-da carta a Timóteo: Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para

o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça,

a m de que o homem de Deus seja perfeito... (3.16). A verdadeira vidaque vem da mão de Deus depende da Palavra de Deus.

Se quisermos abranger a Palavra de Deus com termos, pode-mos descrevê-la principalmente com Lei e Evangelho , sendo que

lei representa a pregação daquilo que está relacionado com a

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