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ENDEREÇO: RUA DO COMÉRCIO, 3000 CAMPUS - PRÉDIO EPSÍLON CX. POSTAL: 560 BAIRRO UNIVERSITÁRIO - CEP: 98700-000 IJUÍ – RS - BRASIL FONE: (55) 0**55 3332-0487 FAX: (55) 0**55 3332-0481 E-MAIL: [email protected]

Comentários referentes ao período entre 03/07 a 09/07/2009

Prof. Dr. Argemiro Luís Brum1 Daniel Claudy da Silveira2

1 Professor do DECon/UNIJUI, doutor em economia internacional pela EHESS de Paris-França,

coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA. 2 Acadêmico de Economia da UNIJUI, técnico administrativo junto ao DECon/UNIJUI.

DECon Departamento de Economia e Contabilidade da UNIJUÍ

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Cotações na Bolsa Cereais de Chicago - CBOT Produto

Data

GRÃO DE SOJA (US$/bushel)

FARELO DE SOJA (US$/ton. curta)

ÓLEO DE SOJA (cents/libra peso)

TRIGO (US$/bushel)

MILHO (US$/bushel)

3/7/2009 Feriado Feriado Feriado Feriado Feriado

6/7/2009 12,00 401,20 34,29 4,90 3,43

7/7/2009 11,33 381,00 32,90 4,83 3,35

8/7/2009 10,84 364,80 32,08 4,88 3,39

9/7/2009 11,10 371,50 32,58 4,94 3,43

Média 11,32 379,63 32,96 4,89 3,40

Bushel de soja e de trigo = 27,21 quilos bushel de milho= 25,40 quilos Libra peso = 0,45359 quilo tonelada curta = 907,18 quilos Fonte: CEEMA com base em informações da CBOT.

Médias semanais* (compra e venda) no mercado de lotes brasileiro - em praças selecionadas (em R$/Saco)

SOJA Var. % relação média anterior

RS - Passo Fundo 50,85 -0,10

RS - Santa Rosa 50,25 -0,10

RS - Ijuí 50,25 -0,10

PR - Cascavel 49,41 -0,68

MT - Rondonópolis 45,69 0,33

MS - Ponta Porã 46,40 0,00

GO - Rio Verde (CIF) 46,15 -0,75

BA - Barreiras (CIF) 43,35 -0,57

MILHO Var. % relação média anterior

Argentina (FOB)** 156,20 -7,57

Paraguai (FOB)** 130,00 0,00

Paraguai (CIF)** 162,50 -1,22

RS – Erechim 19,80 -4,49

SC – Chapecó 21,60 -1,19

PR - Cascavel 17,80 -2,84

PR – Maringá 18,37 -1,24

MT - Rondonópolis 12,95 -8,16

MS - Dourados 16,78 -3,29

SP – Mogiana 18,38 -3,62

SP - Campinas (CIF) 20,88 -3,56

GO – Goiânia 17,72 -3,01

MG - Uberlândia 18,75 -1,63

TRIGO*** Var. % relação

média anterior

RS - Carazinho 475,00 0,64

RS – Santa Rosa 475,00 0,64

PR – Maringá 546,00 -0,18

PR - Cascavel 539,50 -0,28

* Período entre 03/07 e 09/07/09 Fonte: CEEMA com base em dados da Safras & Mercado. ** Preço médio em US$ por tonelada. *** Em Reais por tonelada

Média semanal dos preços recebidos pelos produtores do Rio Grande do Sul

Produto milho

(saco 60 Kg) soja

(saco 60 Kg) trigo

(saco 60 Kg)

R$ 18,27 45,60 23,67

Fonte: CEEMA, com base em informações da EMATER-RS.

Preços de outros produtos no RS

Média semanal dos preços recebidos pelos produtores do Rio Grande do Sul

Produto 09/07/2009

Arroz em casca (saco 60 Kg) 26,33

Feijão (saco 60 Kg) 66,64

Sorgo (saco 60 Kg) 14,90

Suíno tipo carne (Kg vivo) 1,71

Leite (litro) cota-consumo (valor bruto) 0,62

Boi gordo (Kg vivo)* 2,64 (*) compreende preços para pagamento em 10 e 20 dias Fonte: CEEMA, com base em informações da EMATER-RS.

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MERCADO DA SOJA As cotações da soja em Chicago, nesta primeira semana cheia do mês de julho, sofreram uma forte correção para baixo, chegando a ultrapassar o limite de baixa num dos dias. O mercado acabou fechando a quinta-feira (09) com uma pequena elevação, fruto do natural ajuste técnico após quedas importantes. O valor do primeiro mês cotado (ainda julho) ficou em US$ 11,10 por bushel, após US$ 12,43 na semana anterior. Ou seja, numa semana a perda chegou acima US$ 1,30 por bushel. Igualmente a notar o movimento do mês de novembro (safra nova nos EUA). A queda aí foi menos acentuada, num claro movimento de ajuste e aproximação entre as posições. Na quinta-feira (09) o fechamento para esse mês ficou em US$ 9,16 por bushel, após ter chegado abaixo dos US$ 9,00 durante a semana. Agora, a diferença entre julho e novembro cai para US$ 1,94 por bushel. Ainda um valor alto e com forte indicação de novas quedas em Chicago para o futuro, porém, já menor do que os quase US$ 2,50 por bushel atingidos na semana anterior. O motivo principal do movimento foi o recuo da especulação, diante de novos números econômicos internacionais que indicam a persistência da crise global. Nada de novo para a racionalidade do mercado, porém, sempre angustiante para o especulador que busca ganhos fáceis em cima de construção de cenários fantasiosos. Além disso, o clima nos EUA permaneceu muito bom e a safra, que teve sua área aumentada no relatório de 30 de junho, avança bem até o momento, inibindo altas nas posições futuras. Certo alento ao mercado veio do relatório das condições das lavouras nos EUA, o qual indicou uma piora inesperada de 2% nas mesmas. Assim, 66% estão em condições entre boas a excelentes, 26% em situação regular e 8% em condições ruins a muito ruins. Além disso, o mercado buscou se reposicionar diante do relatório de oferta e demanda do USDA, esperado para este dia 10 de julho. RELATÓRIO USDA DO DIA 10 DE JULHO: O relatório do USDA, divulgado nesta manhã de sexta-feira (10), confirmou a tendência baixista para o mercado da soja. O mesmo aumentou a produção da oleaginosa, com a mesma passando para 88,7 milhões de toneladas, contra 86,9 milhões em junho. Com isso, os estoques finais para 2009-10 subiram para 6,8 milhões de toneladas, contra 5,7 milhões em junho. Assim, o parâmetro médio de preços recuou para US$ 8,30-US$ 10,30 por bushel (queda de 70 centavos de dólar por bushel em relação ao indicado no relatório de junho). Em termos mundiais, a produção subiu 2 milhões de toneladas, alcançando agora 243,73 milhões de toneladas. Os estoques finais mundiais chegam a 51,83 milhões de toneladas, aumentando 800.000 toneladas em relação a junho. A produção da Argentina está projetada em 51 milhões de toneladas enquanto a produção brasileira ficaria em 60 milhões de toneladas no ano 2009-10. >>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>

Por sua vez, os embarques de soja estadunidenses, na semana encerrada em 02 de julho registraram 384.200 toneladas, contra 352.000 na semana anterior. No acumulado do ano comercial o volume chega a 31,2 milhões de toneladas, contra 30,8 milhões em igual período do ano anterior. Paralelamente, no acumulado de janeiro a abril de 2009 os EUA embarcaram um total de 13,6 milhões de toneladas de grãos de

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soja, contra 12,9 milhões em igual período do ano anterior. Já em farelo de soja os EUA embarcaram, no mesmo quadrimestre, um total de 2,97 milhões de toneladas, contra 3,1 milhões no ano anterior. Enfim, em óleo de soja os embarques somaram, no período, um volume de 342.000 toneladas, contra 669.400 toneladas no ano anterior. Os registros de exportação nos EUA, na semana encerrada em 02 de julho, indicaram volume de 287.000 toneladas, contra 193.400 toneladas na semana anterior. Na Argentina, a derrota parlamentar dos Kirchner colocou o país em maiores dificuldades ainda, com mudança, inclusive, do ministro da economia daquele país. O mercado da soja continuou travado e com poucos negócios. O esmagamento de soja em maio ficou em 3,3 milhões de toneladas, contra 3,02 milhões em abril e 3,3 milhões em maio de 2008. No acumulado do ano comercial (abril-09 a março-10) o volume chega a 6,3 milhões de toneladas, contra 6,1 milhões em igual período do ano anterior. Na Europa, os pellets de soja no CIF Rotterdam alcançaram valores de US$ 432,00 por tonelada para o produto brasileiro e US$ 430,00 para o produto argentino, ambos para julho. Ainda em termos mundiais, a União Européia deverá importar um recorde de 3,4 milhões de toneladas de óleo de palma no atual ano comercial. No mercado brasileiro, os preços acabaram a ceder devido a forte queda em Chicago. Todavia, a queda acabou sendo contida pela nova valorização do dólar, na linha do mesmo fenômeno especulativo que se abateu sobre o mercado das commodities nesta semana, com o mesmo chegando, por vezes, novamente a R$ 2,02 durante a semana. O fechamento da quinta-feira (09) acabou ficando em R$ 1,99. Assim, o balcão gaúcho teve sua média reduzida para R$ 45,60 por saco, enquanto os lotes giraram entre R$ 50,00 e R$ 51,00 por saco. Nas demais praças do país, os preços oscilaram entre R$ 43,00 por saco em Barreiras (BA) e R$ 49,50 por saco em Cascavel (PR). O mercado nacional continua à mercê do comportamento de Chicago e do câmbio, apontando para baixas mais sensíveis na medida em que as cotações naquela bolsa recuarem no segundo semestre. Todavia, como boa parte de seu movimento é especulativo, poderá haver novas saídas de dólares do país, desvalorizando um pouco mais o Real, fato que poderá auxiliar para que os preços internos da soja não recuem muito. Ao mesmo tempo, importante se faz destacar que, mesmo com a tendência de recuo em Chicago e nos preços nacionais, os produtores brasileiros, até o dia 03 de julho, ainda possuíam 25% da última safra para ser vendida, contra 29% na média histórica. No Rio Grande do Sul, faltavam ainda 50% da soja para ser comercializado. Nos demais Estados a situação era a seguinte: no Paraná faltavam 34%; no Mato Grosso 11%; Mato Grosso do Sul 21%; Goiás e Bahia 20%; São Paulo 35%; e Minas Gerais 16%. (cf. Safras & Mercado) Com exceção do Rio Grande do Sul, todos os demais Estados venderam mais do que a média histórica até o início de julho. Ou seja, os produtores gaúchos confirmam sua postura de serem os mais conservadores do país, embora a colheita igualmente seja mais tardia. Todavia, em média, tais produtores deixam, seguidamente, de aproveitarem os melhores preços durante o ano ao relutarem, em grande número, em realizar médias de comercialização.

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Por outro lado, segundo a Abiove, as indústrias brasileiras teriam esmagado 3,29 milhões de toneladas em maio, acumulando 11,4 milhões de toneladas no atual ano comercial, contra 10,8 milhões em igual período de 2008. Vale ainda destacar que a Conab confirmou que a área semeada com soja, na última safra 2008-09, ficou em 21,73 milhões de hectares, fato que gerou uma produção final, já computando as quebras climáticas no sul do país, de 57,1 milhões de toneladas. Ou seja, enquanto a área cresceu 2% em relação ao ano anterior, a produção recuou em 4,8%. Já a tendência para a nova safra, diante de custos de produção médios 20% menores, é de um novo aumento na área semeada com a oleaginosa. Particularmente porque os preços, nesse primeiro semestre, foram muito bons. A tal ponto que Mato Grosso teme haver falta de sementes para o novo plantio, particularmente porque o excesso de chuvas prejudicou a produção local. Estima-se uma perda de 25% na produção de grãos sementes naquele Estado. Abaixo segue o gráfico da variação de preços da soja e seus derivados no período de 12/06 e 09/07/2009.

Gráfico da Variação das Cotações da Soja entre 12/06 e 09/07/09

(CBOT)

10,80

10,95

11,10

11,25

11,40

11,55

11,70

11,85

12,00

12,15

12,30

12,45

12/06 a

18/0

6/09

19/06 a

25/0

6/09

26/06 a

02/0

7/09

03/07 a

09/0

7/09

Período Semanal

US

$/b

ush

el

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Gráfico da Variação das Cotações do Farelo de Soja entre 12/06 e

09/07/09 (CBOT)

360,00

367,50

375,00

382,50

390,00

397,50

405,00

412,50

420,00

12/06 a

18/0

6/09

19/06 a

25/0

6/09

26/06 a

02/0

7/09

03/07 a

09/0

7/09

Período Semanal

US

$/T

on

ela

da C

urt

a

Gráfico da Variação das Cotações do Óleo de Soja entre 12/06 e

09/07/09 (CBOT)

30,75

31,50

32,25

33,00

33,75

34,50

35,25

36,00

36,75

37,50

12/06 a

18/0

6/09

19/06 a

25/0

6/09

26/06 a

02/0

7/09

03/07 a

09/0

7/09

Período Semanal

Cen

ts/L

ibra

Peso

MERCADO DO MILHO As cotações do milho em Chicago praticamente ficaram estáveis na semana. O fechamento desta quinta-feira (09) ficou em US$ 3,43 por bushel, contra US$ 3,45 uma semana antes.

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O clima transcorre bem nos EUA e a projeção é de safra normal, fato que segura novas altas em Chicago. Além disso, com o novo recuo da especulação, os preços mundiais do petróleo se aproximaram de US$ 60,00 por barril, perdendo cerca de 10 dólares em pouco mais de uma semana. Com isso, a produção de etanol volta a perder estímulo no mercado norte-americano, exatamente no momento em que a área semeada na nova safra local será ainda importante. Afora isso, o mercado viveu a expectativa do novo relatório de oferta e demanda do USDA, divulgado nesta sexta-feira (10). O mesmo acabou sendo baixista para as cotações. RELATÓRIO USDA DO DIA 10 DE JULHO

A produção nos EUA foi aumentada para 312,3 milhões de toneladas, contra 303 milhões projetadas em junho. Isso se deve ao novo número de área semeada, anunciado dia 30-06, e ao clima positivo naquele país. Com isso, os estoques finais estadunidenses, para 2009-10, aumentaram para 39,4 milhões de toneladas, após 27,7 milhões anunciados em junho. Assim, o patamar médio de preços para o novo ano comercial sofreu uma redução de 55 centavos de dólar por bushel, ficando agora entre US$ 3,35 e US$ 4,15 por bushel. A nível mundial, a produção foi aumentada para 789,83 milhões de toneladas, ganhando 8,5 milhões sobre o projetado em junho. Os estoques finais mundiais subiram 14 milhões de toneladas, ficando em 139,17 milhões. Para o Brasil, a produção da futura safra está projetada em 54 milhões de toneladas e para a Argentina 15 milhões de toneladas. >>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>

Dito isso, a semana viu os preços médios na Argentina, para a tonelada FOB, ficarem em US$ 156,20, acusando um recuo superior a 7%. No Paraguai, o preço médio semanal ficou em US$ 130,00 por tonelada FOB. A colheita do cereal na Argentina ficou em 94% do total, não avançando em nada sobre a semana anterior já que o clima chuvoso não o permitiu. Inclusive houve fortes chuvas de granizo em algumas localidades, a qual pode ter prejudicado seriamente o que faltava ser colhido. No Brasil, os preços recuaram novamente, sob pressão da safrinha que vem sendo colhida. A média gaúcha ficou em R$ 18,27 por saco no balcão, enquanto os lotes, no norte do Estado, fecharam a semana na média de R$ 19,80 por saco, perdendo 4,5% em relação a semana anterior. Nas demais praças do país os lotes variaram entre R$ 12,95 por saco em Rondonópolis (MT) e R$ 21,60 por saco em Chapecó (SC). Em todas as praças houve recuo de preços, com a queda oscilando entre 1,2% e 8,2%, conforme tabela no início deste boletim. Na exportação, compradores oferecendo entre US$ 160,00 e US$ 163,00 por tonelada. O mercado brasileiro irá continuar vivendo esta situação de pressão da oferta da safrinha, pelo menos até o final de setembro. Mesmo tendo havido redução na estimativa de safra feita pela Conab na semana. A safrinha agora está estimada em 16,2 milhões de toneladas, ou 13,4% abaixo do colhido no ano anterior. A produção total de milho no Brasil, para este ano, fica agora em 49,45 milhões de toneladas segundo o órgão oficial.

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No Mato Grosso, onde a safrinha é muito importante, os preços no Nortão recuaram para níveis entre R$ 9,00 e R$ 10,00 por saco, agravados pela confirmação de que o governo não irá efetuar leilões antes de agosto. Na prática, o processo está emperrado na burocracia estatal, havendo previsão de que a portaria para os mesmos saia entre o 20 e o 24 de julho próximos. A semana terminou com as importações, no CIF indústrias brasileiras, valendo R$ 29,04 por saco para o produto oriundo dos EUA, em julho, e R$ 26,21 por saco para o produto argentino, tanto para julho quanto para agosto. Na exportação, o transferido via Paranaguá (PR) acusou preços em R$ 18,36 para julho; R$ 19,05 para agosto; R$ 19,22 para setembro; R$ 19,48 para outubro; R$ 19,59 para novembro e R$ 19,56 para dezembro. Por outro lado, o Mato Grosso, com 15% da área da safrinha colhida e apenas 25% do volume já vendido, enfrenta a falta de armazéns para guardar o produto. Isso que a produção deverá ser 19% menor do que a realizada no ano anterior. Há, inclusive casos de o produto estar à céu aberto naquele Estado. Assim, ganha ainda mais urgência os leilões oficiais para escoar o produto desta nova safra. Nesse contexto, mesmo que os preços venham melhorar um pouco para o final do ano, a tendência para 2009-10, caso a safra de verão seja normal, é de preços nos atuais níveis e, talvez, mais baixos. Com isso, a futura lavoura será de maior risco, pois qualquer quebra de safra poderá não permitir que o produtor tenha seu custo de produção coberto. No Paraná, segundo o Deral, a colheita da safrinha alcança 12% de uma área total semeada de 1,5 milhão de hectares. A produtividade está mantida em 3.191 quilos por hectare, fato que levaria a produção final a 4,58 milhões de toneladas. Esse volume seria 20% menor do que o colhido no ano anterior. Por sua vez, 62% do milho da safra de verão já foi comercializado pelos produtores paranaenses. Em parte, a compensação vem de Goiás onde a área da safrinha cresceu quase 32%, batendo em 357.000 hectares. Com isso, a produção deverá crescer 29,2% nesse ano, passando a 1,64 milhão de toneladas. Abaixo segue o gráfico da variação de preços do milho no período de 12/06 e 09/07/2009.

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Gráfico da Variação das Cotações do Milho entre 12/06 e 09/07/09

(CBOT)

3,00

3,15

3,30

3,45

3,60

3,75

3,90

4,05

4,20

12/06 a

18/0

6/09

19/06 a

25/0

6/09

26/06 a

02/0

7/09

03/07 a

09/0

7/09

Período Semanal

US

$/b

ush

el

MERCADO DO TRIGO As cotações do trigo em Chicago fecharam a quinta-feira (09) em US$ 4,94 por bushel, sem grandes variações. O mercado igualmente esteve na expectativa do relatório do USDA, divulgado no dia 10 (sexta-feira), o qual acabou também sendo baixista para o cereal. RELATÓRIO USDA DO DIA 10 DE JULHO A safra de trigo nos EUA está agora projetada em 57,5 milhões de toneladas, contra 54,9 milhões de junho passado. Mesmo assim, ainda inferior ao colhido no ano anterior. Com isso, os estoques finais estadunidenses, para o ano 2009-10, ficaram projetados em elevação de quase 2 milhões de toneladas, passando para 19,2 milhões de toneladas. Assim, o patamar de preços para o novo ano comercial perdeu 10 centavos por bushel, ficando agora entre US$ 4,80 e US$ 5,80 por bushel. Em termos mundiais, a produção não sofreu variação, permanecendo em 656,48 milhões de toneladas para esse novo ano. Já os estoques finais mundiais perderam um milhão de toneladas, ficando agora em 181,28 milhões de toneladas. Para a Argentina, a produção foi revista para baixo, sendo estabelecida em 9,5 milhões de toneladas. Lembramos que analistas argentinos chegam a projetar uma futura safra de trigo ao redor de 8 milhões de toneladas e mesmo abaixo disso. Para o Brasil, a produção seria de 5,5 milhões de toneladas, diante da redução da área semeada, que deverá ficar entre 10% e 20% dependendo da região (a Conab projeta uma redução de apenas 3% na área nacional, com a mesma ficando em 2,35 milhões de hectares e uma produção final de 5,7 milhões de toneladas). >>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>

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A colheita no Hemisfério Norte segue firme, com a União Européia anunciando uma safra de 128,62 milhões de toneladas de trigo brando, contra 140,88 milhões de toneladas no ano anterior. O maior produtor individual europeu é a França, com 37,05 milhões de toneladas. Na Argentina, continua a projeção de que a área que vem sendo semeada com a nova safra de trigo fique sendo a menor em 100 anos (um século), com a mesma ficando em 2,8 milhões de hectares apenas. Até meados da semana que termina o plantio chegava a apenas 1,6 milhão de hectares, contra 3 milhões em igual momento do ano anterior. A situação está tão difícil que os moinhos locais admitem a possibilidade importarem trigo em 2010. Durante a semana o mercado argentino continuou parado, com preços nominais entre US$ 240,00 e US$ 245,00 por tonelada. Em maio, o vizinho país exportou apenas 325.595 toneladas do grão de trigo e 44.066 toneladas de farinha. O Brasil foi o maior comprador do trigo argentino, alcançando 2 milhões de toneladas nos primeiros cinco meses do ano. Posteriormente, a Argentina parou de exportar por absoluta falta do produto. No mercado brasileiro, os preços voltaram a decepcionar parcialmente. O preço médio no balcão gaúcho recuou para R$ 23,67 por saco ao produtor, enquanto os lotes aumentaram um pouco mais, fechando a semana na média de R$ 475,00 por toneladas, ou seja, R$ 28,50 por saco. No Paraná, os preços médios recuaram um pouco, ficando entre R$ 539,50 e R$ 546,00 por tonelada, ou seja, entre R$ 32,37 e R$ 32,76 por saco. Diante dos atuais preços internacionais e do câmbio praticado no Brasil, embora a desvalorização momentânea do Real, ocorrida nesta semana, a margem para um aumento nos preços do trigo nacional, comparando o produto importado dos EUA e o produto procedente do norte do Paraná, tendo como destino o Sudeste brasileiro, é muito pequena, ficando, no momento, na ordem de R$ 6,00 por tonelada apenas. Isso coloca a tonelada, na região de produção paranaense, no máximo a R$ 546,00 por tonelada. Ora, esse preço já foi alcançado durante esta semana! Assim, apenas uma desvalorização mais aguda do Real, ou uma disparada nos preços internacionais do cereal, permitiriam uma melhoria nos preços do trigo nacional no curto prazo. Como parece ser difícil ocorrer os dois fatos citados acima, talvez tenhamos realmente pouco aumento de preço do trigo até a entrada da nova safra, prevista para setembro via o Paraná. Dito isso, importante se faz salientar que, enquanto o Rio Grande do Sul ainda planta sua nova safra (81% da área havia sido cultivada até o início desta semana que termina), o Paraná já possui lavouras em estágio avançado, suscetíveis à geadas. E, neste final de semana, uma nova frente fria, importante, com temperaturas abaixo de zero e possibilidade de neve em regiões propícias, entra pelo Rio Grande do Sul, preocupando o triticultor paranaense. O clima, agora, passa a ser o principal elemento para que se tenha uma definição da futura safra de trigo no Brasil. A semana terminou com a importação de trigo, no CIF Sudeste brasileiro, valendo US$ 313,45 por tonelada para o produto dos EUA; US$ 297,06 por tonelada para o produto da Argentina e US$ 309,08 por tonelada para o produto oriundo do norte do Paraná.

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Enfim, a Conab estima que o Brasil importará apenas 5,6 milhões de toneladas de trigo no ano 2009-10. Esse volume seria o menor dos últimos cinco anos. Todavia, isso somente se concretizará se a futura safra, agora em desenvolvimento, realmente for cheia. O quadro de redução de área, associado à redução de volume colhido, somado a uma nova safra péssima na Argentina, leva a crer que a demanda nacional possa ser maior, embora haja estoques importantes de produto no momento. O problema é que muito desse produto se apresenta com qualidade duvidosa, devido ter sido colhido sob forte umidade no ano passado. Pelo sim ou pelo não, o fato é que se as projeções do órgão oficial se confirmarem, a esperada recuperação de preços para o início do próximo ano pode não se concretizar na intensidade que se imagina e, talvez, nem mesmo ocorrer. Abaixo segue o gráfico da variação de preços do trigo no período entre 12/06 e 09/07/2009.

Gráfico da Variação das Cotações do Trigo entre 12/06 e 09/07/09

(CBOT)

4,35

4,50

4,65

4,80

4,95

5,10

5,25

5,40

5,55

5,70

5,85

12/06 a

18/0

6/09

19/06 a

25/0

6/09

26/06 a

02/0

7/09

03/07 a

09/0

7/09

Período Semanal

US

$/b

ush

el