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B|0 s '^ÍCjw.i h <_A mmm m iibhmm imiti b 1J1HLHR $ PUBLICAÇÃO QUINZENAL A mio IS iliuzil Rio de Janeiro 18§4 Outialiro IS m. 4a Iluaisfiiilliai-voM «|bbo BHmin vos levaaitaBMB « Se quizerdes seguir-me. disse Jesus ao joven rico, vendei tudo o o que possuis e dai o producto aos pobres. » Essas palavras do mestre divino não devem ser tomadas no seu rig-o- roso sentido; fallando a homens ainda muito apegados aos bens mundanos elle buscava, dando fundos golpes, despertar sentimentos de caridade nessas almas endurecidas pelo egois- mo; pedia-lhes tudo, para que elles tentassem fazer alguma cousa. A riqueza e a pobreza são provações escolhidas pelo próprio espirito, com o fim de retemperar-se, modificar-se, reparando e expiando suas culpas e erros passados; com o fim de, pela caridade, a paciência e a resignação, readquirir a posição donde seus crí^ mes o precipitaram nesta morada de dor, u'este cadinho de purificação onde elle deve fortalecer-se, para con- tinuar sua marcha interrompida para o progresso indefinito. Jesus aconselhava ao homem que, por um excessivo amor aos gozos ephemeros da vida material, não des- prezasse o seu melhoramento espíri- tual, a felicidade mais pura e dura- dora de sua alma. E' ainda este o conselho que vemos diariamente repetido p^los mensagei- ros da verdade, onde quer que se reunam homens de boa vontade com o fim de entrar em relação com o mundo invisível, de receber conselhos que os guiem nos transes desta vida. Sim, Spirítas! E' necsssario que expillais de vossos corações todo o sentimento de vaidade e egoísmo; sentimentos que afeiarão vossas almas, as impurificarão e tor- narão indignas de penetrar "na sala do festira, e tomar assento no fraternal banquete, a que somos todos convida- dos pelo Christo. Lavai-vos, purificai-vos, como dizia o Precursor, afim de poderdes receber -0"ehv iado dos céos. Poderemos, nós Spirítas, congratu- larrao-nos, jubilarmo-nos por ver- mos posto em pratica esse conselho salutar ? Terão sido bem comprehedidas e aceitas essas vozes dos nossos protec- tores do espaço ? Estaremos todos no firme propósito de trabalhar somente para o bem ge- ral, para o triumpho das grandes ver- dades que nos foram confiadas, sem esperar colher dos nossos esforços uma gloria pessoal, um lucro qua]- quer, exclusivo para nós ou para aquelles que nos tocam de mais perto? Infelizmente ainda não podemos responder afiirmativamente a essas interrogações. Que de centenas de médiuns dia- riamente se deixara deslumbrar pela imponência dos trabalhos que rece- bem do mundo espiritual, e afastam- se do bom caminho ensuberbecidos com os elogios inconsiderados de seus companheiros de lide que, muitas vezes, são médiuns inconscientes de espíritos malévolos, infelizes cegos sempre dispostos a se approveitarem de todas as nossas fraquezas e imper- feições ! Em quantas obras medianimicas, aliaz de subido valor, não vamos en- contrar, no meio dos mais sublimes pensamentos dictados pela mais pura moral evangélica, os enfezados pro- duetos do egoísmo, do desejo de fazer sobresahir aos outros um eu, um certo grupo ou uma determinada naciona- 1 idade'? E' preciso que o espirita jamais se esqueça que Deus não tem predilec- ções por algum de seus filhos; que as idéias spiriticas não são um privilegio deste ou daquelle indivíduo, deste ou daquelle povo; que para o spiríta as mesquinhas idéias de divisões territo- riaesnão devem existir ; que sua pa- tria é o planeta Terra, emquanto não pôde ainda ser o universo. E' necessário compenetrarmo-uos bem de que com essas pretenções ao primeiro lugar, vamos chocar aos ou- tros e, por este modo, despertar senti mentos que podem fazer demorar o dia da confraternisação da família hu- mana. Lembremo-nos sempre que Jesus disse : « Quando fordes a um banquete, nunca vos colloqueis no primeiro lu- gar, com receio depassardes pela ver- gonha de vos obrigarem a cedel-o a outro que mais o mereça ; mas collo- cai-vos no ultimo lugar, porque, se merecerdes mais, o dono da casa vos fará oecupar um outro de mais impor- tancia, e então vossa gloria será maior. » Nosso fim deve ser elevar o nível moral e intellectual da humanidade terrena, resultado que nos será assaz proveitoso nas nossas futuras encar- nações, sem perdermos uma parti- cuia das nossas forças na procura dos meios de nos tornarmos salientes, de sermos apontados como os primeiros dos nossos irmãos. E' Deus quem nos tem de jul- gar; é pela humildade que a seus olhos subiremos. Ubbb lúcio «HgBio de estudo Narra o seguinte a Gazetinha de Alagoas, de 28 de "Setembro ultimo : « Em uma das noites da semana passada, vindo para esta cidade,' o trem da ferro central parou sem causa apparente, ao chegar ao lugar deno- minado Baixinha. Examinado todo o machinismo, foi impossível descobrir-se o motivo de tal oceorrencia. Com toda a facilidade poude o ma- chinista fazer recuar o trem e depois avançar com mais força; porém, ao chegar ao mesmo ponto, vio-se a ma- china deter-se de novo; sem que o novo exame então feito podesse algo adiantar sobre a causa do facto. Então um dos passageiros apeian- do-se, foi percorrendo o leito da es- trada e não muito distante encontrou um recemnascido envolto em pannos, tendo a cabeça descançada sobre o trilho. Retirada a criança o trem avançou # sem o menor obstáculo. Deixando de parte a inqualificável dureza do coração d'essa fera que as- sim sacrificava um innocente a uma morte tão barbara, dous factos nos chamam a attenção no oceorrido : a alteração material do machinismo que deu lugar a essa parada, eo apro- posito do acontecimento com a exis- tencia da criancinha destinada a ser esmagada. Quanto ao primeiro, competia aos profissionaesalli presentes examinal-o com todo o cuidado, afim de que não deixasse a menor duvida. Quanto ao segundo, vemos n'elle uma manifestação irrefutável da acção providencial da divindade na direcção dos negócios humanos. Que innumeros factos idênticos não encontramos na historia da humani- dade, em que a Providencia parece querer chamar a attenção dos homens sobre os entes predistinados a missões importantes ? O tempo é próprio. Os factos se vão accumulando. A terra e sua humanidade cami- nham para a grande revolução pre- dieta pelo Christo. Um dos passageiros, tocado de com- paixão, encarregou-se da creação e educação do menino. '"""Que Deus lhe era verdadeiros gozos o prêmio do que acaba de fazer. HoBBieiiRgem & Allan-Kardec A Federação Spiríta Brazileira rea- lisou no dia 3 do corrente a sessão magna commemorativa ao 80° anni- versario do nascimento de Allan- Kardec. O Sr. Presidente em um brilhante discurso explicou o fim dessa reunião, dando em seguida a palavra aos re- presentantes das diversas sociedades e grupos que se achavam presentes. Foram distribuídas diversas obras spirítas e o numero commeraorativo desta folha. A Sociedade Acadêmica Deus Chris- toe Caridade realisou também uma sessão magna, na qual commemorou, além do ànniversario do nascimento de Allan-Kardec, o ànniversario da fundação da mesma sociedade. Occuparam a tribuna alguns repre- sentantes de sociedades e grupos spi- ritas, tendo-se destribuído diversas obras e revistas spirítas e o numero comniemorativo desta folha. Terminou esta festa, tendo corrido o tronco de beneficência e sendo en- tregue o producto a uma commissão com appliçação ao fundo de eman- cipação do Município Neutro. Nicrologia No dia 14 de Julho, na cidade de Caracas (Venesuela), desencarnou o dedicado Spirita o Sr. Domingo Cie- mente, na edade de 29 annos. Á sua abnegação e perseverança, se devem os notáveis progressos do Spi- ritismo n'aquelle paiz. Fundou a Revista Spiríta, periódico semanal, que encetou a publicação em 10 de Fevereiro de 1883. Amigo, hoje que vos achaes livre do envoltório material qUe vos servio de instrumento de progresso, vem auxiliar-nos na tarefa que em- prehendemos de derramar a verdade. "X x '¦*:i

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PUBLICAÇÃO QUINZENAL

A mio IS iliuzil — Rio de Janeiro — 18§4 — Outialiro — IS m. 4a

Iluaisfiiilliai-voM «|bbo BHmin voslevaaitaBMB

« Se quizerdes seguir-me. disseJesus ao joven rico, vendei tudo oo que possuis e dai o producto aospobres. »

Essas palavras do mestre divinonão devem ser tomadas no seu rig-o-roso sentido; fallando a homens aindamuito apegados aos bens mundanoselle buscava, dando fundos golpes,despertar sentimentos de caridadenessas almas endurecidas pelo egois-mo; pedia-lhes tudo, para que ellestentassem fazer alguma cousa.

A riqueza e a pobreza são provaçõesescolhidas pelo próprio espirito, como fim de retemperar-se, modificar-se,reparando e expiando suas culpas eerros passados; com o fim de, pelacaridade, a paciência e a resignação,readquirir a posição donde seus crí^mes o precipitaram nesta morada dedor, u'este cadinho de purificaçãoonde elle deve fortalecer-se, para con-tinuar sua marcha interrompida parao progresso indefinito.

Jesus aconselhava ao homem que,por um excessivo amor aos gozosephemeros da vida material, não des-prezasse o seu melhoramento espíri-tual, a felicidade mais pura e dura-dora de sua alma.

E' ainda este o conselho que vemosdiariamente repetido p^los mensagei-ros da verdade, onde quer que sereunam homens de boa vontade como fim de entrar em relação com omundo invisível, de receber conselhosque os guiem nos transes desta vida.

Sim, Spirítas!E' necsssario que expillais de vossos

corações todo o sentimento de vaidadee egoísmo; sentimentos que afeiarãovossas almas, as impurificarão e tor-narão indignas de penetrar

"na sala dofestira, e tomar assento no fraternalbanquete, a que somos todos convida-dos pelo Christo.

Lavai-vos, purificai-vos, como diziao Precursor, afim de poderdes receber

-0"ehv iado dos céos.Poderemos, nós Spirítas, congratu-

larrao-nos, jubilarmo-nos por já ver-mos posto em pratica esse conselhosalutar ?

Terão sido bem comprehedidas eaceitas essas vozes dos nossos protec-tores do espaço ?

Estaremos todos no firme propósitode trabalhar somente para o bem ge-ral, para o triumpho das grandes ver-

dades que nos foram confiadas, semesperar colher dos nossos esforçosuma gloria pessoal, um lucro qua]-quer, exclusivo para nós ou paraaquelles que nos tocam de mais perto?

Infelizmente ainda não podemosresponder afiirmativamente a essasinterrogações.

Que de centenas de médiuns dia-riamente se deixara deslumbrar pelaimponência dos trabalhos que rece-bem do mundo espiritual, e afastam-se do bom caminho ensuberbecidoscom os elogios inconsiderados de seuscompanheiros de lide que, muitasvezes, são médiuns inconscientes deespíritos malévolos, infelizes cegossempre dispostos a se approveitaremde todas as nossas fraquezas e imper-feições !

Em quantas obras medianimicas,aliaz de subido valor, não vamos en-contrar, no meio dos mais sublimespensamentos dictados pela mais puramoral evangélica, os enfezados pro-duetos do egoísmo, do desejo de fazersobresahir aos outros um eu, um certogrupo ou uma determinada naciona-1 idade'?

E' preciso que o espirita jamais seesqueça que Deus não tem predilec-ções por algum de seus filhos; que asidéias spiriticas não são um privilegiodeste ou daquelle indivíduo, deste oudaquelle povo; que para o spiríta asmesquinhas idéias de divisões territo-riaesnão devem existir ; que sua pa-tria é o planeta Terra, emquanto nãopôde ainda ser o universo.

E' necessário compenetrarmo-uosbem de que com essas pretenções aoprimeiro lugar, vamos chocar aos ou-tros e, por este modo, despertar sentimentos que podem fazer demorar odia da confraternisação da família hu-mana.

Lembremo-nos sempre que Jesusdisse :

« Quando fordes a um banquete,nunca vos colloqueis no primeiro lu-gar, com receio depassardes pela ver-gonha de vos obrigarem a cedel-o aoutro que mais o mereça ; mas collo-cai-vos no ultimo lugar, porque, semerecerdes mais, o dono da casa vosfará oecupar um outro de mais impor-tancia, e então vossa gloria serámaior. »

Nosso fim deve ser elevar o nívelmoral e intellectual da humanidadeterrena, resultado que nos será assazproveitoso nas nossas futuras encar-

nações, sem perdermos uma só parti-cuia das nossas forças na procura dosmeios de nos tornarmos salientes, desermos apontados como os primeirosdos nossos irmãos.

E' só Deus quem nos tem de jul-gar; é só pela humildade que a seusolhos subiremos.

Ubbb lúcio «HgBio de estudo

Narra o seguinte a Gazetinha deAlagoas, de 28 de "Setembro ultimo :

« Em uma das noites da semanapassada, vindo para esta cidade,' otrem da ferro central parou sem causaapparente, ao chegar ao lugar deno-minado Baixinha.

Examinado todo o machinismo, foiimpossível descobrir-se o motivo detal oceorrencia.

Com toda a facilidade poude o ma-chinista fazer recuar o trem e depoisavançar com mais força; porém, aochegar ao mesmo ponto, vio-se a ma-china deter-se de novo; sem que onovo exame então feito podesse algoadiantar sobre a causa do facto.

Então um dos passageiros apeian-do-se, foi percorrendo o leito da es-trada e não muito distante encontrouum recemnascido envolto em pannos,tendo a cabeça descançada sobre otrilho.

Retirada a criança o trem avançou#sem o menor obstáculo.

Deixando de parte a inqualificáveldureza do coração d'essa fera que as-sim sacrificava um innocente a umamorte tão barbara, dous factos noschamam a attenção no oceorrido : aalteração material do machinismo quedeu lugar a essa parada, eo apro-posito do acontecimento com a exis-tencia da criancinha destinada a seresmagada.

Quanto ao primeiro, competia aosprofissionaesalli presentes examinal-ocom todo o cuidado, afim de que nãodeixasse a menor duvida.

Quanto ao segundo, vemos n'elleuma manifestação irrefutável da acçãoprovidencial da divindade na direcçãodos negócios humanos.

Que innumeros factos idênticos nãoencontramos na historia da humani-dade, em que a Providencia parecequerer chamar a attenção dos homenssobre os entes predistinados a missõesimportantes ?

O tempo é próprio.Os factos se vão accumulando.

A terra e sua humanidade cami-nham para a grande revolução pre-dieta pelo Christo.

Um dos passageiros, tocado de com-paixão, encarregou-se da creação eeducação do menino.

'"""Que Deus lhe dê era verdadeirosgozos o prêmio do que acaba de fazer.

HoBBieiiRgem & Allan-Kardec

A Federação Spiríta Brazileira rea-lisou no dia 3 do corrente a sessãomagna commemorativa ao 80° anni-versario do nascimento de Allan-Kardec.

O Sr. Presidente em um brilhantediscurso explicou o fim dessa reunião,dando em seguida a palavra aos re-presentantes das diversas sociedades egrupos que se achavam presentes.

Foram distribuídas diversas obrasspirítas e o numero commeraorativodesta folha.

A Sociedade Acadêmica Deus Chris-toe Caridade realisou também umasessão magna, na qual commemorou,além do ànniversario do nascimento deAllan-Kardec, o 5» ànniversario dafundação da mesma sociedade.

Occuparam a tribuna alguns repre-sentantes de sociedades e grupos spi-ritas, tendo-se destribuído diversasobras e revistas spirítas e o numerocomniemorativo desta folha.

Terminou esta festa, tendo corridoo tronco de beneficência e sendo en-tregue o producto a uma commissãocom appliçação ao fundo de eman-cipação do Município Neutro.

Nicrologia

No dia 14 de Julho, na cidade deCaracas (Venesuela), desencarnou odedicado Spirita o Sr. Domingo Cie-mente, na edade de 29 annos.

Á sua abnegação e perseverança, sedevem os notáveis progressos do Spi-ritismo n'aquelle paiz.

Fundou a Revista Spiríta, periódicosemanal, que encetou a publicaçãoem 10 de Fevereiro de 1883.

— Amigo, hoje que vos achaeslivre do envoltório material qUe vosservio de instrumento de progresso,vem auxiliar-nos na tarefa que em-prehendemos de derramar a verdade.

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Tb« UI<!l'onU.I»OH — a*SS — Outubro — 15

REFORMADO \\O rg;a in evoliicioiiisia

ÀSSIGNATURASPARA O INTKR10R E EXTERIOR

Semestre flflOOO

PAGAMENTO ADIANTADO

Toda a correspondência deve ser diri-gida a

A. FJiaM «Ia Silva120 RUA DA CARIOCA 120

As àssignaturas terminam em Junho eDezembro.

—«:»—

Os trabalhos de reconhecido interessegeral serão publicados gratuitamente.

O MUNDO SIDERAL

XX

OS ASTF.ROIDES

Entre as orbitas de Marte e de Ju-piter entrelaçam-se as de um grandenumero de pequenos planetas, cha-mados asteroides ou planetas telescopi-cos, dos quaes têm hoje seus elementosbem determinados 169.

D'elles um só, Vesta, é visível aolho nu, apresentando-se-nos comouma estrella de 6' grandeza.

Pallas pôde ser assemelhada ás da7f, Ceres e Juno às da 8*, e os outrosàs da9% 10', 11* e, mesmo, 12\

A zona por elles percorrida tem deespessura 49:651:113 leg-uas, estandoo mais próximo afastado de 81:547:314léguas do centro de attracção do sys-tema.

As inclinações dos planos de suasorbitas sobre o da ecliptica variamentre os limites 0o 41' 10" (do deFlora), e 34°42' 41" (do de Pallas).

A menor excentricidade d'essas or-bitas é a de Lomia, igual a 0,0228884,e a maior a de Polymnia, igual a0,399727.

Suas cores são também variadas ;.assim, Vesta tem uma bella cor ama-rella-pallida, Pallas amarella, Ceres,Juno e Flora avermelhadas, e Victoriaazul.

Os phenomenos atmosphericos senos manifestam em grande escala nosasteroides, cujas variações de brilhonos fazem suppor que muitos d'ellesestão envolvidos, em nebulosidadesque os approximam dos cometas.

A sciencia tem ainda muito que tra-balhar, para comprehender os myste-rios da formação e da vida d'essestantos pequenos astros.

Somos propensos a crer que muitosd'elles são devidos á fragmentação deum só, são pedaços da crosta solidaque, agora dispersados, se estão dis-sol vendo lentamente no ambiente, oque torna suas atraospheras espessaso apreciáveis ás nossas vistas.

Outros são cometas detidos em seucurso vertiginoso pelas regiões doinfinito, e destinados a junctarem-separa formar um só planeta.

.IUPITF.R F. SEUS SATKI.L1TF.S

E'Júpiter o planeta que se nos apre-senta depois.

Esse globo colossal, cujo brilho ó,muitas vezes, ás nossas vistas, supe-rior ao de Venus, tem um raio médiode 10:800 léguas, isto é, 10,59 vezes

a lerra. ,.f'** . /Seus pólos lêin_*o nchatamento de

0,0588. * -^

Este planeta descreverem 4:332,5848dos nossos dias médios, uma orbitacujo raio médio é de 192:704:125 le-

guas, cuja excentricidade é de 0,04821-e cuja inclinação sobre o plauo daecliptica é de Io 18' 40".

Comparados aos da Terra, sua su-

perlicie é igual a 112,15; seu volumea 1:188, sua densidade media a 0,370;sua massa a 410,7 ; sua força attrac-tiva na altura do equador a 2,057 ; esua riqueza fluidica a 315.

Sua rotação se cffcctua cm 6,113dos nossos dias médios, ao redor deura eixo cuja inclinação sobre o planoda orbita é de 86a 54' ; resultandod'essa quasi perpendicularidadeacon-stancia nas quantidades de luz e calorque cada ponto recebe do Sol,e o des-apparecimento de distincções aprecia-veis nas estações d'esse planeta, ondereina perpetua primavera.

Sobre o disco de Júpiter descobri-mos fachas obscuras que giram, pa-rallelamente entre si, ao redor e per-pendicularmente ao seu eixo de ro-tação. •, *.

Huygens affirma tel-as visto, ásvezes, mais luminosas que as outras

partes do disco, e Aragô explica essefacto pela possibilidade de se aehar,ás vezes, sua matéria constitutiva emum estado, que a torna mais próprianesses que nos outros pontos, pararéflectir a luz que lhes envia o Sol.

Sob todas as latitudes do disco deJúpiter nota-se a existência de mate-rias obscuras que tendem sempre areunir-se, formando fachas parallelasás equatoriaes.

Sua duração é curta, ellas appare-cem e desapparecem no intervallo depoucos dias ou, mesmo, de algumashoras.

Herschel suppõe que as fachas bri-lhantes de Júpiter, encerradas entreas obscuras, representam zonas eraque a atmosphera do planeta é maischeia de nuvens, onde a reflexão émais forte que na superfície mesmodo astro, nas partes em que, apenascoberta por sua atmosphera limpa eserena, ella se mostra representadapelas fachas obscuras.

Como, no sentido das bordas dodisco, nosso raio visual encontra maiornumero de raios luminosos emit-tidos pelo planeta; e a obliqui-dade dos raios solares, ferindo asnuvens n'esse ponto, faz que estas,recebendo menos, também reílictammenos luz, a differença que, nas re-giôescentraes,se nota entre os brilhosdas fachas, não se estende ás do limitedo disco.

A atmosphera de Júpiter, assaz

rica em fluidos vivifleantes, tem juntoao corpo do astro a densidade de0,003456 ; sua altura apreciável é de33,25 léguas, e sua pressão sobre cadadecimetro quadrado da superficie doplaneta de 276,47 kilogrammas.

N'ella a analyse-espectral, além dovapor d'agua, nos denuncia a presençade um elemento gazoso, que não seencontra na nossa.

Achamos para densidade do corpodo homem de Júpiter 0,401, isto é,queesse corpo é 2,65 vezes menos densoque o nosso.

Um espirito assaz adiantado no co-nhecimento da natureza disse :

« Júpiter é o inundo mais avançadodo nosso turbilhão; sua substancia éapurada e de mui fraca densidade,dominando n'elle o elemento fiuidico ;sua atmosphera, apropriada ao seuafastamento do Sol, compensa os pre-juizos que d'isso lhe resultam.

Seus habitantes já attingirani a umelevado grau de perfeição; o amorfraternal impera entre elles, mesmonas baixas camadas da sua humatii-dade.

O pouco peso de seus corpos lhespermitte elevarem-se, á vontade, emsua atmosphera.

E' tira dos planetas da mais subidacategoria, em que o espirito pôdeviver preso a um corpo.

Tudo em Júpiter tem um cunho desuavidade, graça e doçura diyinaes ;os sons, a luz, as cores, a vida, tudoahi encanta a vista eo ouvido; osgozos sensuaes são nada, era compa-ração dos moraes abi dominantes.

Sua temperatura sempre constanteliberta seus habitantes das mudauçaspronunciadas que tanto nos fazemsoffre.r.

A chuva é ahi substituída por umorvalho benéfico que a noite espargesobre o solo,e que vera das mais altasregiões de sua atmosphera, para ondeos vapores sobem das regiões eqnato-riaes, e donde correntes os espalham,depois de condensados uniformentepor toda a sua superficie. »

A riqueza fluidica do corpo do ho-mem de Júpiter o torna apto parareceber impressões muito mais varia-das e em escala mais lata que as nos-sas, do que se originam gozos quenem podemos imaginar.

Abaixo da amplitude e velocidadedas vibrações que nos impressionam oorgam auditivo ; entre as das que nosdão essa impressão e. as das que nosfazem sentir o calor e a luz, e acimadas que nos ferem osorgaus da visão ;que sem numero d'ellas nos escapam,por não termos um orgam próprio parapercebel-asl

Que novos encanta inentos nos espe-ram n'essas magníficas espheras,quando despidos do nossso grosseiroenvolucro de lama, tomarmos umoutro mais conforme copa o grandeadiantamento moral e intellectual aque tivermos attingido I

Os Satellites. — Júpiter tem quatrosatellites que lhe aformoseam as

i noites.

Já nas 6" e 7a tabellas, no nosson. 38, demos seus elementos.

ITelles o mais próximo do planetadescreve sua orbita com um raio médiode 105:122 léguas.

As formulas de que falíamos nosnossos números 37 e 38 nos dão paradensidades médias d'esses satellites,a partir do mais visinho do planeta,0,0710-0,113-0,181-0,317; o quea observação parece comfirinar, vistoque sabemos que a cor dos corpos étanto mais escura quanto for maior asua densidade relativa, e os satellitesde Júpiter se mostram, na ordem aci-ma, com as seguintes cores : brancabrilhante, branca azulada, amarellae vermelha ou alaranjada.

E1 difficil formarmos uma idéia danatureza dos seres que vivem n'essesinseparáveis companheiros de Júpiter;sua íluidez, sua forca attractiva nasuperficie, tudo concorre para destruiras mais trabalhosas creações da nossaimaginação a tal respeito.

O espirito acima citado nos diz queu'elles existem os reinos vegetal eanimal, mas que só no primeiro jáestá despertada a espécie humana.

O 1113» 91 11 CUIt.iUOlt

(Conclusão)

Para encerrar as instrucções quenos deram sobre a mediunidade cura-dora, fallaremos de alguns corposconductores do fluido magnético. &_principalmente da água magnetisada

Segundo Du Potet : A maior partedos corpos inertes parecem ser excel-lentes reservatórios magnéticos, deve-mos, porém, escolher aquelles que sãosusceptíveis da mais alta saturaçãodo fluido.

Sc todos conservam a influencia domagnetismo, convém, coratudo, rejei-tar os que, por suas propriedades,-possam prejudicar aos enfermos.

Seria difficil fazer-lhes a enumera-ção, porque tal objecto cujo contuctoé desagradável para um, será propi-cio para outro.

Assim, o ferro e o vidro que, se-gundo Mesmer, produziam os melhoreseffeitos, deram resultados "oppostos nasmãos de outros magnetisadores.

O cobre e os metaes de liga fatigara,muitas vezes, os enfermos de grandesensibilidade nervosa (Theoria do som-nambulismo por Tardy de Montravel);a prata, mesmo, lhes causa, ás vezes,aversão (Despine, Observaç. de mcd.prat., pag. 41).

Além de sua grande permeabilida-de para o magnetismo, os metaes pro-vocám sensações muito variáveis, se-~gundo a irritabilidade do systemanervoso ; entretanto, o ouro e a pia-tina parecem fazer excepção : a ob-servação nos tem sempre demonstradoque o ouro produz, no maior numero,uma sensação muito agradável (Des-pine, Tardy de Montravel, Mielle,Charpignon); elles experimentam ,mais ou menos, o mesmo effeito coma platina.

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II.EI OllllAlHftlt — 1884 -. Outubro — 15 3A penha, a seda, os arminhos, a

resina, a palha, a cera de Hespanlia,têm, ás mais das vezes, determinadouma influencia má.

Entre os estofos, o linho e a lã, sãoos melhores conductores do fluidomagnético, e esta propriedade nãoprejudica, de fôrma alguma, á suacoiiductibilidade.

Esses estofos favorecem singular-mente á transmissão do fluido.

O algodão também não é um mauconductor; porém a seda apresentaobstáculos, ás vezes, invensiveis, sejapor sua fraca permeabilidade, sejapor causa das sensações nocivas queella engendra.

Quanto á acção da rede de lá comoreservarorio magnético, tivemos sem-pre de que louvar-nos com o seu em-prego.

Passamos rapidamente sobre as di-• versas propriedades dos corpos inertes,porque escapam á analyse.

Esses corpos podem, pois, na maio-ria dos casos, servir de depositários ede conductores do agente magnético;elles acalmam as dores, entretêm osomno e regularisam a circulação.

Magnetisa-se cora proveito um leu-ço, meias, vestidos, etc; os alimentosmagnetisados são digeridos facilmentemas, de todos os corpos conhecidos, aágua é infallivelmente o melhor re-servatoriopara condensar e propagaro fluido magnético ; é o motivo porquelhe vamos consagrar um artigo par-ticular.

AGUA MAQNETISADA

Em todos os tempos e entre todos ospovos, acreditou-se o universo povoa-do de Espiritos, uns bons e outrosmaus, e as enfermidades que escapa-vara ás investigações dos homens,eram olhadas como um effeito da co-

n lera dos deuses ou dos arteficios dodemônio.

A EXPIAÇÃOPELAS

o

EPISÓDIO DA «CONSOLADA», NOTÁVEL TR.YHA-LHO MED1AN1M1CO ESCR1PTO POR Mme ANTOI-NETTE ÜOURD1N, SOU O DICTADO DO ESPIRITODE SUA FILHA LAURA, KALLECIDA NO RIO DEJANE1HO EM JANEIRO DE 1878.

(Continuação)Ura dia eu passeava cora niiuha

irmã, sobre a montanha que se erguiaperto da nossa habitação, formandoramilhetes e coroas com as primeirasflores da primavera.

Sem rnethodo, iamos cantando todosos pedaços de nosso repertório, maispreoceunadas com os nossos pensa-mentos de futuro do que com as nossascanções.

Depois de pôr em ordem a nossacolheita de flores, dispunhamos-nos adescer ao valle, quando ouvimos umruído ue vozes atraz de um cerrado.

íamos fugir apressadamente porque,não havia duvida, eram homens quedisputavam; mas, á medida que seapproximavam, nós reconhecemos asvozes de Carlos e de Edmundo ; e bemassim que os nossos nomes eram ahipronunciados, o que levou a nossa in-quietação ao cumulo.

Os primeiros pagãos, tendo umatendência a divinisar todos os corposnecessários á vida, a água foi um dosprimeiros elementos a que dirigiramsuas preces : Neptuno foi para elles odeus animado.

Depois os sacerdotes submetteram aágua a uma consagração particular,sob o nome de agita lustrai.

Conservavam-u'a na porta dos tem-pios, para que cada um podesse sepurificar por urna lavagem, afim detornar os deuses propícios e escaparaos embustes dos Espiritos nocivos.

A água de expiação dos Hebreus,também chamada água de separação,se preparava cora a cinza de uma vi-tella ruça, que se sacrificava comgrande pompa religiosa.

Esta água servia" para lavar asmanchas do corpo e as do espirito.

D'ahi, sem duvida, a origem daágua benta da Igreja Romana, que seprepara com i ai eo concurso de precese exorcismos.

Nos fins do século IV a água bentaera considerada como um meio excel-letite para afugentar-se os espiritos.

Esse aclo piedoso era acompanhadode uma formula de preces que varia-va, com o fim que se tinha em vista.

Segundo S. Thomaz de Aquino, aágua benta tinha o privilegio de eu-rar as enfermidades, então attribuidasás obsessões do demônio, como as ai-lucinações,o hysterisrao, a catalepsia,etc, sobre as quaes a nossa águamagnetisada produz certamente van-tajosos effeitos.

Alexandre 1, a cujo pontificado pa-rece remontara descoberta d'essa pra-tica/ recommendava ao clero queabençoasse a água salgada, com aintenção de desviar dos christãos osphantasraas e as illusões de Satanaz.

Palladius, bispo de Cappadocia,escreveu, na Vida de São Macario, queconduziram a esse piedoso solitário

uma joven que se cria transformadaem jumento.

São Macario a fez mergulhar emágua benta, e a allucinação íerrai-nou.

Theoduíeto (Historia Ecclesiastica)najra muitos factos de cura obtidospela água benta.

« O bispo Malaquias, assevera Le-loyer, curou uma mulher phrenetica,e atada com cordas, mandando que amergulhassem na água que elle aca-bava de benzer.

Odillon, abbade de Cluny,restituiua razão a um cavalheiro aspergindo-ocom agna benta. »

Deverá causar-nos pasmo ver que,n'esses tempos em que numerosas epi-demias se apresentavam aos olhos dovulgo, com o caracter de verdadeirasobsessões, o monopólio da medicina,unicamente concentrado nas mãos dospadres, se resinta dos prejuízos e dasconvicções da época '!

Não; e, sem atacar as intenções daProvidencia, julgamos poder affirraarque uma água consagrada com avontade formal de restituir a saúde apobres allucinados, devem,era muitoscasos, ter o mesmo effeito que a nossaágua magnetisada, abstração feita dainfluencia da medicina da imaginação.

O mysterio, com que os antigosconstantemente envolveram suas efesàcobertas, deixará,', provavelmente,sempre pairar uma duvida sobre aorigem da medicina magnética ; masos progressos da sciencia nos permit-tom libertar-nos hoje dos testemunhosda antigüidade.

Não ha pessoa alguma, na praticamedicai do magnetismo, que não setenha dado bem cora o uso da águamagnetisada.

Mesmer a empregava constante-mente, mesmo para banhos locaes.

« A água, diz o Dr. d'Eslon, é ocorpo que mais se carrega de fluido ;

Com o fim de tentar acalmal-os nósfomos ao seu encontro, mas na voltado caminho nos achamos diante delles.

Ao ver-nos, o rosto do meu noivotornou-se livido; a cólera o domi-nava.

Eu lhe sorri esperando abrandal-o;mas elle, sem me prestar attenção, seapproximou de Helena e lhe disse :

—Não correspondeste ao meu amor,não pertencerás a mais ninguém.

Minha irmã cahío no mesmo ins-tante sobre o.solo banhado com o seusangue.

Ella acabava de ser ferida por umapunhalada.

Foi tal a rapidez com que o factose passou, que eu fiquei iuterdicta;um nevoeiro se estendeu ante meusolhos e eu cahi sem sentidos ao ladode Helena.

Voltando a mim, descobri que raeachava só.Minhas vistas erravam ao redor demim, sem que rae tivesse ainda vol-tado a consciência do que se havia

passado.Bem de pressa, porém, récordei-rae

de tudo, vendo rainha pobre irmãtransportada por Edmundo, que sedirigia para o lado da nossa habita-ção.

Por um momento eu tive a espe-rança de que ella não estivesse mortae de que soecorrida, podesse aindalevantar-se. „

Eu queria seguil-a e por mim mes-ma ir certificar-me do seu estado, maseu não pude niover-me do lugar,meuspés pareciam pregados ao solo.

Com a vista eu procurei depois oassassino e vi-o fugindo para o ladodos rochedos.

A esta vista, senti subitamente meucoração ferido pelo ciurae; e era urainstante fui completamente transfor-mada : o ódio e o desejo da vingançase apossaram de mim.

Meu Deus 1 Que de cousas se escon-dem no coração humano 1

Só esta lembrança abate-me.Essas paixões deram nascimento ao

crime; eu o sinto ainda vivo em meucoração, que eu nunca pude supporque encerrasse tanto veneno.

Abandonei o lugar d'essa sangrentascena e precipitadamente dirigi-mepara o crimyíioso, de quem rae queriavingar.

Elle enganou-se sobre a minha in-tenção, pensando que eu o buscava paraprotegel-o contra a cólera de meu paie do seu rival.

Elle se deteve na borda de um es-carpamento do rochedo, o qual ia tera um horrendo precipício.Eu não sei como me transportei aesse lugar, que não apresentava sabidae era cercado de perigos sem conta.

Uma idéia terrível atravessou-me oespirito, e eu rae approximei resolu-taraente.

ella deve ser própria para conter epropagar o magnetismo. »

E' também a opinião de Deleuzeque sustenta, que é sempre útil dar abeber aos doentes água magnetisada.

« A água magnetisada, diz elle,tem a vantagem de nunca fazer mal,ser bebida com facilidade e prazer....Eu vi essa água produzir effeitos tãomaravilhosos, que eu receia va estarsob o domínio de uma illusão, e sódava-lhes credito depois de observal-osem milhares de experiências. »

O marquez de Puysegur tinhagrande confiança na água magneti-sada, e o Dr. Rouiller a consideravacomo o melhor accessorio do magne-tisrno, tendo-a sempre empregado corasuecesso.

O auetor da theoria do somnambu-lismo aflirma que, muitas rezes, sócom essa bebida elle restituiu a saúdea enfermos.

Em fira, todos os magnetisadoresfluidistas, cuja auetoridade pôde serinvocada, Mialle, Du Potet, Charpig-non, etc, são do mesmo parecer, arespeito dos effeitos salutares da águamagnetisada.

Por nossa parte, folgamos em terachado occasião, desde o começo denossos trabalhos magnéticos, de poderapreciar-lhe a efficacia; e nas in-strucções que precedem, sempre oespirito do benevolo Dr. Demeureaconselhou o uso d'ella; hoje nossaconfiança era suas virtudes curativasé inabalável.

MAGNETISAÇÃO DA AGUA

Us mais simples processos que em-pregamos para magnetisar a água,consistem em introduzir o fluido peloorifício do vaso apresentando-lhe asextremidades dos dedos, e era fazer-lhe passes de cima para baixo; ouentão em, conservando o vaso entre asduas mãos, estabelecer correntes flui-

Minha vista encolerisada petriíi-cou-o.Só quando eu me achava a dous

passos d'elle, foi que, bem tarde,com-prebendeu o que eu queria.Era-lhe impossivel fugir.

Como uma fera lancei-me sobre ellee atirei-o no abysmrir..Fez-se ouvir um grito rouco, depoisum ruído surdo chegou até os meusouvidos : era o baque do seu corpocontra o fundo rochoso do seu túmulo.Minha razão suecumbio também ao*mesmo tempo, como se o tivesse acom-

panhado na queda.Comecei a correr pelo bosque o pelamontanha, dando gritos horrorososque repercutiam no fundo do valle.

Esta nova desgraça levou meu paiao cumulo do desespero.E elle procurou por toda parte o as-sassiuo de Helena, para vingar-se,

jurando feril-o com a mesma arma queelle encontrara ensangüentada no lu-gar do delicto.

^ Nunca, porém, lhe foi possível sabero que fòra d'elle.Eu morri algum tempo depois, emeu pai me seguiu de perto ao tu-mulo. -"T**-Mas a morte não rae/,.*ouxe a paz ;o ódio e o ciúme não rae abandonaram,

e o desvario d'essas paixões attrahiumeu espirito aos lugares que eu aca-bava de deixar.

(Continua).

Page 4: mmm m iibhmm imiti bmemoria.bn.br/pdf/830127/per830127_1884_00046.pdfo progresso indefinito. Jesus aconselhava ao homem que, por um excessivo amor aos gozos ephemeros da vida material,

49tnftta£.fb£orr &4{!s^t)&ÊtmimiGKnimp. ií*sv*5*&

mmtmãmmmi rrniílU^01tlI%l»<>3t-- iHSi — *»utn)>i„ - SS

dicas e dirigir sobre o liquido longas »iusuflações : este ultimo methodo, queparece ser o mais activo, nos obriga,entretanto, por motivos de corive-niencia, a recorrer aos passes e áscorrentes.

Segundo Deleuze, se pôde magrte-tisar uma garrafa d'água em dous ouou três minutos e um copo d'agua emum minuto.

Nós cremos que o tempo necessáriopara esse gênero de magnetisação,deve ser subordinado aos effeitos quese pretende produzir, ao tempera-mento do enfermo e ás forças do me-dium.

FIM

NOÇÕES EfcEllÈMTAIlESDE SPII1ITIS1IO

POR

ALLAN-KARDEC

Continuação du

O QUE É O SPIRITISMO

SOLUÇÃO DE ALGUNS PROBLEMASPELA DOUTRINA SPI RITA

(Conclusão)

155. Que differença ha, depois damorte, entre a alma do sábio e a doignorante, a do selvagem e a do homemcivilisado ?

A mesma, pouco mais ou menos,queexistia entre ellas durante a vida ;porque a entrada para o mundo dosespíritos nãò dá á alma, todos os co-nhecimentos que lhe faltavam naTerra.

156. As almas progridem intellec-tualmente depois da morte? .^.

Ellas progridem mais ou menos, se-gundo a sua vontade, e algumas seadiantam muito, ellas, porém, têmnecessidade de porem pratica, durantea vida corporal, o que ellas adquiri-ram em sciencia e em moralidade. '

As que ficaram estacionadas, reco-meçam uma existência análoga á quedeixaram; as que progrediram, mere-cem uma encarnação de uma ordemmais elevada.

O progresso sendo proporcionado ávontade do Espirito, ha muitos que,por longo tempo, conservam os gostose as inclinações que tinham durante avida, e proseguem nas mesmas idéias.(Revista spiríta de Pariz, 1858, pag.82 : A rainha de Onde ; idem, pag.145 : O espirito e seus herdeiros;idem, pag. 186: O tambor da Bere-sina; idem, 1859, pag. 344 : O antigocarreiro; idem, 1860, pag. 325 ¦ Pro-gresso^ dos espíritos; idem, 1861,pag. 126 : Progresso de um espirito* perverso).

157. A sorte do homem, na vidafu-tura, está irrevocavelmente fixada de-pois de sua morte ?

A fixação irrevocavel da sorte dohomem depois da morte seria negaçãoabsoluta da justiça e da bondade'deDeus, porque ha muitos que não po-deram se esclarecer suficientementeem sua existência terrenal, sem fallardos idiotas, dos cretinos, dos selva-gens e do sem numero de crianças quemorrem sem ter entrevisto a vida.

Entre os homens esclarecidos mes-mo, ha muitos que, se julgando jáassaz perfeitos, se crêem dispensadosde estudar e trabalhar mais, não seráuma prova que Deus nos dá de suabondade, o permittir que o homemfaça ámanhan o que não poude fazerhoje?

Se a sorte é irrevocavelmente fixa-da, porque morrem os homens emidades differentes, e porque, em suajustiça, não concede Deus a todos o

tempo de lazer a maior soíiima debeme de reparar o mal que fizeram 1

Quem sabe se o criminoso que morreaos trinta annos, não se teria tornadoum homem de bem, se vivesse até ossessenta ?

Porque lhe tira assim Deus os meiosque-.coucede a outros ?

O só facto da diversidade das duraições da vida edo estado moral dagrande maiorí-jt dos homen^, prova aimpossibilidade, se'admittnr-se a jus-tiça divina,^, dg_ sei* a sbrte da almairrevocavelme»té-í'fixada depois damorte.

158. Qualé, na vida Jutura, a sortedas crianças que morrem em tenraidade ?

Esta questão é uma das que melhorprovam a justiça e a necessidade dapluralidade das existências.

Uma alma que só tivesse vividoalguns instantes, que não praticounem bem nem mal, não pôde merecerprêmio nem castigo ; segundo a ma-xima do Christo, de ser cada um pu-nido ou recompensado conforme suasobras,<ü§eria tão iIlógico como contra-rio á justíça"de Deus admittir-se que,sem trabalho, essa alma seja chamada;i gozar da bemaventurança dos anjos,ou que, sem culpa alguma, d'ella seveja privada ; entretanto ella deve ter¦um destino qualquer.

V.m estado mixto por toda a eterni-dade seria uma injustiça também.

Uma existência, logo em seu co-meço, interrompida não podendo teralguma conseqüência para a alma,sua sorte actual é a que ella mereceuem sua existência precedente, e suasorte futura a que ella vier a merecerem sua'.- existências posteriores.

159. As almas tem oecupações naoutra vida 1 Pensam cilas cm outracousa, a não ser em suas alegrias e emseus soffrimentos 1

Se as almas não fizessem mais quetratar de si durante a eternidade, se-ria o egoísmo, e Deus que condemriaessa falta na vida corporal, não pode-ria approval-a na espiritual.

As almas ou espíritos tem oecupa-ções em relação com o seu grau deadiantamento, ao mesmo tempo emque ellas procuram instruir-se e me-lhorar-se. (Liv. dos Espiritos, ri. 558 :Oecupações e missões dos espíritos).

160. Em que consistem os soffrimen-tos da alma depois da morte1*. As almascriminosas irão ser torturadas em cham-mas materiaes ?

A igreja reconhece perfeitamentehoje que o fogo do inferno é todo mo-ral e não material, mas ella não de-fine a natureza dos soffrimentos.

As communicaçõesspirítas os collo-cam sob os nossos olhos e, por essemeio, podemos aprecial-os e conven-cer-nos que, pelo facto de não seremo resultado de um fogo material que,com effeito, não poderia queimar ai-mas immateríaes, elles, nem por isso,deixam de ser mais terríveis, em cer-tos casos.

Essas penas não são uniformes; ellasvariam infinitamente, segundo a na-tureza e o grau das faltas commetti-das, sendo quasi sempre essas mesmasfaltas o instrumento do seu castigo ; éassim que certos assassinos são obri-gados a se conservar no próprio lugardo seu crime e a contemplar suas vic-timas incessantemente ; que o homemde gostos sensuaes e materiaes con-serva esses gostos juntamente com aimpossibilidade de satisfazel-os, o queé para elle uma tortura ; que certosavarentos julgam soffrer o frio e asprivações que supportaram na vidapor sua avareza ; outros vêem o ouroe não podem tocal-o; outros conser-vara-se junto aos thesouros que enter-râram, e estão em transes perpétuoscom medo que os roubem; em maupalavra, não ha um defeito, uma im-perfeição moral, um acto mau, quenão tenha, no inundo dos espíritos,sua contraparte e suas conseqüênciasnaturaes: e, por isso, não ha necessi-

(bidê de um lugar deteriniriáuo e cir-ciímscrlpto.

Onde quer que se ache o espiritoperverso, o inferno está com elle.

Além das penas espirit.uaes, exis-tem as materiaes, que o espirito quenão ajmrotirse, soffre em uma novaencarnação, na qual.'elle é collocado

: enr condições de soffrer o qne fez sof-frèr os outros : de ser humilhado sefoi orgulhoso, miserável se foi ummau rico, infeliz com seus filhos sefoi um mau pai, com seus pais se foium mau filho, etc.

Como o dissemos, a Terra é um doslugares de exilio e de expiaçfio, umpurgatório, para os espíritos' d'essanatureza, do qual cada um se pôdelibertar, melliorando-se assaz paramerecer ir viver em um mundo me-lhor. (Liv. dos Espíritos, n. 237 : Per-cepções, sensações e soffrimentos dosespíritos ; idem, livro-P : Esperançase consolações, peuas e gozos terrenos;penas e gozos futuros. — Revista spi-r/ta de Pariz, 1858, pag. 179 : O as-sassino Lemaire; idem, pag. 166 : Osuicidada Samaria ; idem, pag. 331:Sensações dos espivítos ; idem, 1859,pag. 275 : O pai Crepin ; idem, Í850,pág. 61: Kstella Pegnier; idem, pag.2-17 : O suicida da rua Quincampoix :idem, pag.316 : O castigo ; idem, pg.3"25 : Entrada de um criminoso nomundo dos espíritos ; idem, 1861, pg.53: Suicídio de um atheu ; idem, pg.270 : A pena de Talião).

161. A prece será útil para as almassoffredoras ?

Todos os bons espíritos a recomrnen-dam, e os imperfeitos a pedem comoum meio de álliviar os seus soffri-mentos.

A alma por quem se pede, experi-raenta um consolo, porque vé n'ellaum testemunho de interesse, e o infé-liz é sempre consolado, quando encon-tra pessoas que compartilhem suasdores.

- De outro lado, pela prece se o ex-cita ao arrependimento e ao desejo defazer o preciso para ser feliz ; é n'estesentido que se pôde abreviar-lhe aspenas, quando elle, de seu lado, se-cauda com a sua boa vontade. (Liv.dos Espíritos, ú. 664. — Revista spi-ríta de. Pariz, 1859, po-. 315 : Eftéitosda prece sobre os espíritos soffredores).

162. Em que consistem os gozos dasalmas felizes ? Passam ellas a eterni-dade em contemplação9.

A justiça quer que a recompensasejn proporcional ao mérito, como apunição á_gravidade da falta ; ha poisgraus infinitos nos gozos da alma,desde o instante em que ella entra 110caminho do bem até o em que attingea perfeição.

A felicidade dos bons espíritos con-siste em conhecer todas as cousas, nãosentir ódio, nem ciúme, nem inveja,nem ambição, nem alguma das pai-xões que fazem a desgraça dos ho-meus.

O amor que os une, é para elles afonte de uma suprema felicidade.

Elles não experimentamjis neces-sidades, nem os soffrimentos, nem asangustias da vida material.

Um estado de contemplação perpe-tua seria uma felicidade estúpida emonótona ; seria a ventura do egoísta,uma existência interminaveímenteinútil.

A vida espiritual 'é, ao contrario,

uma actividade incessante pelas mis-soes que os espíritos recebem do sersupremo, como sendo seus agentes nogoverno do uníverno ; missões propor-cionadas aos seus adiantamentos, ecujo desempenho os torna felizes, porque lhes fornecem occasiões de serúteis e de fazer o bem. (Livro dos Es-piritos, n. 558 : Oecupações e missõesdos espíritos; — Revista Spiríta dePariz, 1860, pgs. 321 e 322 : Os pu-ros espíritos : a morada dos felizes;idem, 1861, pag*. 179 : A SenhoraGoürdonV.

Observação.—Convidamos os adversáriodo Spiritismo, e o.s que não ndinittenireençarnação, a darem dos problemas aci-má apresenta d os.um a solução mais lògie npor Outro principio qufilquer, a níío o (jápluralidade das existências;

'IM

€ iim> isto:!Caridade 1Eis a sublime symphonia que resoa,

que repercute, que retumba em todosos lados, em todas as faces, em todosos ângulos onde existem creaturas quesentem em si a responsabilidade daexistência que Deus concedeu a todosos seus queridos filhos.

Caridade!E as portas do iuíinito se abrirão

assaz deslumbrantes, aos olhos de to-dos que bem tenham cumprido os de-signios dese Creador sábio e portentosode tão grandes maravilhas celestiaes.

Caridade !E os homens, todos unidos pelacrença única dessa santa e augusta

palavra, reformarão com energia osabusos inveterados de uma organisa-ção escrophulosa, dando ás futurasgerações, aos.posteros felizes um lu-gar distineto e luminoso entre as hu-manidade* que povoam os planetasque bordam, que matisam com fulgore brilhantismo a senda que vae ter aospés do bom Deus.

Caridade IE as guerras desapparecerão de

sobre a face da terra, plantando-se afraternidade entre os povos unificadospelo fluidico e luminoso laço do amoruniversal.

Caridade IE as lagrimas dos desvalidos e dos

desgraçados serão colhidas gotta agotta pelos felizes limpos de orgulhoe de egoísmo.

Caridade !E a paz reinará entre todos os cora-

ções sinceros e amigos devotados aobem de cada um.

E ahi, então, a sentença vibradaha dezenove séculos, no monte Gol-gptha, e sobre os braços do madeiroinfamante : a Amai-vos uns aos ou-tros 1 » será engastada em lettras deouro no esplendoroso pórtico do ma-gestoso edifício do século XIX pelnsmãos radiosas dessa santa, augusta e,sublime Caridade I

Ernesto Castro.

lillllliiO QUE E

spmmsMeIntroducção ao conhecimento do mundo

invisível pelas manifestaçõesdos espíritos

POR

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