MODELO DE GASTRECTOMIA VERTICAL EM RATOS...

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UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE DISSERTAÇÃO DE MESTRADO MODELO DE GASTRECTOMIA VERTICAL EM RATOS WISTAR JOÃO DE BONA CASTELAN FILHO CRICIÚMA – SANTA CATARINA 2007

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UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

MODELO DE GASTRECTOMIA VERTICAL EM RATOS WISTAR

JOÃO DE BONA CASTELAN FILHO

CRICIÚMA – SANTA CATARINA 2007

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UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

MODELO DE GASTRECTOMIA VERTICAL EM RATOS WISTAR

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Universidade do Extremo Sul Catarinense, para obtenção do título de Mestre em Ciências da Saúde.

Orientadora: Prof. Dra. Jane Bettiol

Co-orientador: Prof. Dr. Armando José d’Acampora

CRICIÚMA – SANTA CATARINA 2007

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DEDICATÓRIA

Á minha esposa Maria de Glória e aos filhos João Vicente e José Augusto,

sempre queridos, incentivadores amorosos e companheiros de todos os momentos,

meu amor, e agradecimento pelo apoio e compreensão nos momentos de ausência,

em todos estes anos de profissão e principalmente durante este mestrado

Sem vocês não seria possível.

À meus pais (in memorian), certo de que fariam a leitura deste trabalho

com o mesmo amor com que leram as teses de mestrado

e doutorado dos demais filhos e netos

. Aos meus irmãos e irmãs, e especialmente ao mano e padrinho Walter

(in memorian), Mestre e Doutor pioneiro em Santa Catarina.

Ao Grupo de Pesquisa em Obesidade, os antes acadêmicos e hoje colegas, João

Vicente Edom Castelan, Jonathan Caon de Souza e Vinicius Bressiani, e à

acadêmica Simoni Batisti Giroldi, desejando-lhes uma bela carreira médica.

Á todos os mestres e colegas que deram sua contribuição em todas as etapas de

minha formação, básica, de graduação e de pós-graduação.

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AGRADECIMENTOS

À minha orientadora Professora Dra. Jane Bettiol, incentivadora, compreensiva das

dificuldades e deficiências do orientado, por ter acreditado no projeto e ter sido

companheira até o final desta etapa.

Ao co-orientador, Professor Dr. Armando José d´Acampora, por ter aberto

para mim as portas da cirurgia experimental, com objetividade e sabedoria nas

orientações.

Ao Professor Vilson Cardoso, veterinário experiente e colaborador da técnica

operatória, sem o qual não teria sido viabilizado o experimento; emprestou seu

tempo, materiais, auxílio, e sua clínica.

Aos Professores Sergio Alice e Patrick Canela, pelos anatomopatológicos,

e ao Professor. Dr. Álvaro Back pelas análises estatísticas

Aos funcionários do Biotério e dos Laboratórios de Técnica Operatória da Unesc

e da Unisul, e aos acadêmicos colaboradores Caroline Brito Bassani, Gustavo de

Oliveira Silva, Bruna Larissa Zanella, Samira Valvassori e Gustavo Feier.

Aos colegas do Serviço de Cirurgia Geral do Hospital São José, Lúcio

Stopazzolli, Alexandre Silvestre, Giancarlo Búrigo e Nehad Nimer, pela amizade e

pela cobertura no sobreaviso de cirurgia e no Serviço de Endoscopia.

Aos professores e funcionários de PPGCS-UNESC.

À Deus , nosso porto mais seguro.

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ÍNDICE

PARTE I.....................................................................................................................06

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS....................................................................06

RESUMO....................................................................................................................07

ABSTRACT................................................................................................................08

1 INTRODUÇÃO........................................................................................................09

1.1 A Obesidade e a Cirurgia Bariátrica.....................................................................10

1.1.1 A Evolução da Cirurgia Bariátrica......................................................................15

1.1.2 Bypass Jejuno-Ileal (BPJI)................................................................................16

1.1.3 Bypass Gástrico................................................................................................17

1.1.4 Gastroplastia Vertical........................................................................................19

1.1.5 Derivação Biliopancreática (DBP) com Gastrectomia Subtotal.........................20

1.1.6 Derivação Bilio-pancreática (DBP) com GV, ou Duodenal-Switch (DS)...........21

1.1.7 Banda Gástrica Ajustável (BGA).......................................................................22

2 REGULAÇÃO NEUROHORMONAL DA FOME.....................................................23

3 GASTRECTOMIA VERTICAL (GV) .......................................................................26

4 OBJETIVOS............................................................................................................28

5.1 Objetivo Geral.......................................................................................................28

5.2 Objetivos Específicos...........................................................................................28

5.3 Aprovação do Comitê de Ética da Unesc.............................................................28

PARTE II....................................................................................................................29

1 ARTIGO...................................................................................................................29

9 DISCUSSÃO...........................................................................................................35

10 CONCLUSÕES.....................................................................................................42

11 PERSPECTIVAS...................................................................................................43

12 REFERÊNCIAS.....................................................................................................44

LISTA DE FIGURAS..................................................................................................50

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PARTE I

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AVE - Acidente Vascular Encefálico

BGA - Banda Gástrica Ajustável

BPGYR - Bypass Gástrico em Y de Roux

DBP - Derivação Biliopancreática.

DS - Duodenal-switch

GC - Grupo Controle

GH - Hormônio do Crescimento

GHr - Ghrelina

GV - Gastrectomia Vertical

GVA - Gastroplastia Vertical com Anel

HAS - Hipertensão Arterial Sistêmica

IAM - Infarto Agudo do Miocárdio

IM - Intramuscular

IMC - Índice de Massa Corporal

NIH - National Institute of Health

OMS - Organização Mundial da Saúde

UNESC - Universidade do Extremo Sul Catarinense

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RESUMO

A obesidade é um grave problema de saúde em nível mundial, com preocupante aumento de sua incidência neste século. Os tratamentos conservadores têm poucos resultados favoráveis, e nas últimas décadas a opção cirúrgica tem sido capaz de proporcionar emagrecimento duradouro e resolução ou melhora das comorbidezes. Várias técnicas operatórias são utilizadas, continuando a procura pela operação ideal, com poucos efeitos indesejáveis a longo prazo, e considerável perda do excesso de peso. É aceito que as cirurgias feitas para tratamento da obesidade induzem à perda de peso pela diminuição da capacidade gástrica e do apetite. Estudos relacionados a esses mecanismos necessitam da experimentação animal, que sempre pode contribuir com o melhor entendimento dos efeitos das operações ditas bariátricas, e com o estabelecimento de novas técnicas. Nesse estudo é proposto um modelo de gastrectomia vertical (GV) em ratos Wistar. Foram submetidos à operação doze ratos (n=12), adultos jovens, machos. Oito animais (n=8) foram submetidos a gastrectomia vertical, com sutura manual e invaginante. Em quatro (n=4) praticou-se a laparotomia e manipulação digital do estomago, sendo esse o grupo controle (GC). Utilizou-se material estéril, antibioticoterapia profilática e suplementação nutricional. Acompanhou-se o peso dos animais no dia da cirurgia e a cada sete dias, por sete semanas. No grupo GV houve uma perda média de peso de 49,57g (43 a 60 g) até a quarta semana. No grupo GC a perda média foi de 15 g (10 a 25), mas atingiram o peso inicial ou superior, já na primeira semana. Após sete semanas, houve ganho de peso em ambos os grupos, entretanto no grupo GV esse ganho foi significativamente inferior ao GC. Os resultados comprovam que a metodologia aplicada tornou viável um modelo de gastrectomia vertical, concluindo que esta forma de redução da capacidade gástrica influiu positivamente na perda de peso. O estudo em modelo animal de obesidade pode ser útil num ensaio para avaliação dos níveis plasmáticos de ghrelina e de outros mediadores, antes e após gastrectomia vertical. Poderá ser útil também para futuros estudos dos mecanismos de regulação do apetite.

Palavras-chave: Obesidade. Cirurgia Bariátrica. Gastrectomia. Ratos Wistar

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ABSTRACT

Obesity is a severe health problem worldwide that has increased dramatically in the current century. Conservative treatments present few favorable results and, in the last decades, the surgical option has proven capable of providing long-lasting weight loss and resolution or improvement of co-morbidities. Several surgical techniques have been used in the search for the ideal surgery, with few long-term undesirable effects and optimal weight loss. It is understood that surgery in the treatment of obesity induces weight loss by decreasing gastric capacity. Trials aimed to investigate such mechanisms require animal experimentation, which can contribute to the better understanding of the effects of bariatric surgery and to the establishment of new techniques. In this trial is proposed a sleeve gastrectomy model in Wistar rats. Twelve young adults male rats (n=12) were operated. Eight animals (n=8) underwent sleeve gastrectomy (SG) with manual invaginating suture. The control group (CG) consisted of four rats (n=4), which underwent laparotomy and digital manipulation of the stomach. Sterile materials were used, as well as prophylactic antibiotic therapy and nutritional supplementation. The rats´ weights were recorded on the first day and every week for seven weeks. In the SG group there was an average weight loss of 49.57g (43 a 60 g) up to the fourth week. In the CG the average weight loss was 15g (10 to 25), but they regained their original weight or gained higher weight in the first week already. After seven weeks, there was weight gain in both groups, however in the SG group such gain was significantly lower than in the control group. Results prove that the methodology applied has become a viable sleeve gastrectomy model and that this form of gastric capacity reduction has a positive influence on weight loss. An experimental obesity trial using an animal model can be useful to assess ghrelin plasma levels and those of other mediators, prior to and after sleeve gastrectomy. It can also be useful for future trials on appetite regulation mechanisms.

Key words: Obesity. Bariatric Surgery. Gastrectomy. Wistar Rats

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1 INTRODUÇÃO

O excesso de peso causa vários problemas de saúde para o ser humano,

sendo atualmente um grave problema de saúde em nível mundial, diminuindo a

qualidade e o tempo de vida das pessoas, com grandes custos para os sistemas de

saúde. (ALVAREZ-CORDERO, 1998). O tratamento cirúrgico tem se mostrado o

único capaz de proporcionar adequada e duradoura perda de peso, em pacientes

com obesidade grave, com impacto positivo na saúde dos pacientes (NIH – National

Institute of Health, 1998; MC DONALD, 2003), e várias técnicas tem sido utilizadas,

porem não isentas de conseqüências anatômicas e fisiológicas, sendo a técnica com

menos efeitos indesejáveis ainda um objetivo dos cirurgiões bariátricos. (MC

DONALD, 2003).

A ghrelina (GHr), peptídeo liberador do GH (hormônio do crescimento) tem

importante efeito orexígeno e adipogênico e encontra-se em nível plasmático

elevado em obesos, mas também nos que realizaram cirurgia bariátrica que

manteve o intacto o fundo gástrico, o que influi na manutenção do apetite. (ADAMI,

et al, 2003).

As gastroplastias com by-pass excluem praticamente todo o estomago, e

impedem o acesso endoscópico habitual às vias biliares, por retirar o duodeno do

transito dos alimentos, além de alterações nutricionais. A cirurgia de gastrectomia

vertical pode ser uma opção na terapêutica da obesidade mórbida, como primeiro

tempo de procedimentos disabsortivos em pacientes graves, ou como tratamento

definitivo em casos selecionados, pois interfere reduzindo nos níveis de ghrelina, de

modo duradouro, ao retirar o fundo gástrico.

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Há poucos dados na literatura consultada demonstrando modelos

experimentais de tratamento cirúrgico da obesidade, especialmente em animais não

modificados geneticamente.

1.1 A Obesidade e a Cirurgia Bariátrica

A obesidade sempre existiu, tornando-se nesse século uma verdadeira

pandemia, problema de saúde publica de praticamente todos os países, e em julho

de 2004 foi oficialmente reconhecida pela OMS como uma doença, capaz de causar

um custo extra, anual, de 117 bilhões de dólares com os cuidados de saúde, e ser

causa de 300.000 mortes anuais. (NIH, 1998).

A obesidade é doença multifatorial, relacionada com o alto peso ao

nascer, nível de alimentação ao seio, obesidade infantil, hábitos sedentários de vida,

padrão alimentar, número de parentes obesos, e fatores genéticos, entre outros.

Alguns estudos de hereditariedade consideram que até 70% da variabilidade do

peso corporal em seres humanos pode ser causada por fatores genéticos.

(ALLISON et al, 1996). Porém considera-se praticamente impossível que somente

fatores genéticos estejam influindo no rápido e progressivo aumento da obesidade,

atribuindo-se importante papel ao fácil acesso aos alimentos, gordurosos e

saborosos, além da redução da atividade física (YANOVSKI et al., 2000; DAS,

2001).

Quanto maior o grau de obesidade, maior a freqüência e gravidade das

comorbidezes (algumas já se manifestando com o sobrepeso) sendo as mais

freqüentes a hipertensão arterial sistêmica (HAS), diabetes mellitus tipo II (DM II),

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dislipidemia, e doenças cardiovasculares como infarto agudo do miocárdio e

acidente vascular encefálico. São também frequentes a litíase de vesícula biliar,

esteatose hepática, refluxo gastroesofágico, artropatias, maior incidência de alguns

tipos de câncer (mama, esôfago, vesícula biliar, colon, próstata, rim, endométrio),

infertilidade, diminuição da libido, além do sofrimento psíquico e da inadequação

social, gerando importante perda de auto-estima. Mulheres obesas frequentemente

sofrem de incontinência urinaria de estresse, necessitam de mais cesarianas, tem

maior risco de doença hipertensiva na gravidez, e maior incidência de infertilidade

(NIH, 1998; MALHEIROS e FREITAS, 2002, DEITEL 2005; THOMPSON, WOLF,

200). Citam também o aumento da pressão intra-abdominal causando hérnias,

pseudotumor cerebral e doença hemorroidária, além de casos de morte súbita,

dificuldades respiratórias, edema periférico. A obesidade grave traz conseqüências

danosas para praticamente todos os sistemas do organismo.

Costuma-se classificar os graus de excesso de peso em sobrepeso e

obesidade. O primeiro ocorre quando o Índice de Massa Corporal (IMC) é de 25 a

29,9 kg/m2, e a segunda quando o IMC é maior ou igual a 30 kg/m2. A obesidade é

ainda classificada em grau I (IMC entre 30 a 34,9 kg/m2), grau II (IMC entre 35 a

39,9 kg/m2) e grau III ou obesidade mórbida (IMC igual a 40 kg/m2 ou mais) (NIH –

EUA – 1998).

O IMC é calculado dividindo-se o peso em kilograma pela altura em metro

ao quadrado (m²). Quanto maior o grau de obesidade maior o risco de doença,

relação demonstrada na tabela abaixo:

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Tabela 1: Relação entre o IMC e o risco de doenças (comorbidezes)

Classificação da

Obesidade

IMC (KG/M²) Risco de

Doença

Baixo Peso - < 18,5 Aumentado

Peso Normal - 18,5 a 24,9 Normal

Sobrepeso - 25 a 29,9 Aumentado

Obesidade Grau I I 30 a 34,9 Aumentado

Obesidade Grau II II 35 a 39.9 Alto

Obesidade Mórbida III �40 Muito alto

.Fonte: NIH, (1998).

A população mundial com sobrepeso e obesidade, antes estimada em 1,1

bilhões de pessoas, agora deve estar em 1,7 bilhão, segundo a Força Tarefa

Internacional contra a Obesidade, um programa envolvendo a Associação

Internacional para o Estudo da Obesidade e a Organização Mundial da Saúde

(OMS), indicando que muitos governos têm ignorado os grandes riscos da

obesidade.

Em abril de 2003 a OMS, ao identificar os vinte principais riscos atuais de

doença, deficiências e morte, responsabilizou os dez primeiros riscos por 40% das

mortes, enquanto os dez seguintes são responsáveis por menos de 10%. A

obesidade é o décimo principal risco, enquanto a hipertensão, hipercolesterolemia e

sedentarismo, respectivamente terceiro, sétimo e décimo quarto na lista, são

freqüentemente relacionados com a obesidade. (DEITEL, 2003).

Quanto ao risco cardiovascular, observa-se aumento de mortalidade por

doença coronariana de uma a duas vezes para IMC < 35 kg/m², e de até sete vezes

para IMC>35 kg/m².

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O National Institute of Health (NIH) considera que todo adulto, a partir dos

18 anos, com sobrepeso ou obesidade, é considerado de risco para o

desenvolvimento de hipertensão, hipercolesterolemia, doença arterial coronariana,

DM II, e outras doenças, e que o tratamento da obesidade deve ter como foco a

perda de peso prolongada. Portanto a obesidade é considerada um fator de risco

independente e modificável, para as doenças coronarianas. (HUBERT et al,1983).

O DM II, uma doença do adulto, aumenta em freqüência nas crianças, e a

obesidade é atualmente a queixa mais freqüente nos consultórios pediátricos norte-

americanos. (SNIDJER et al, 2003).

Há aumento significativo no risco de desenvolvimento de DM II

relacionado ao IMC elevado, mesmo que abaixo de 40 kg/m². (LIST e LEVITSKY,

2002; SNIJDER et al, 2003). Além disso, o grau e a duração da obesidade são todos

considerados substanciais fatores de risco independentes para DM II

(WANNAMETHEE e SHAPER, 1999).

No Brasil a prevalência da obesidade vem aumentando, especialmente na

última década, registrando-se crescimento de 0,36%/ano para mulheres e 0,20%/

ano para homens. Esta taxa é menor que a das mulheres russas e alemãs, e menor

que a das mulheres e homens norte-americanos e ingleses. Em alguns países

desenvolvidos como Japão e Holanda essas taxas mostram-se estáveis

(MALHEIROS e FREITAS, 2002).

Em Março de 1991 o National Institute of Healht promoveu a II NIH

Consensus Development Conference on Gastrointestinal Surgery for Severe Obesity

reunindo várias especialidades, para discutir propostas de tratamento conservador e

cirúrgico da obesidade grave, critérios de seleção de pacientes, eficácia e riscos dos

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tratamentos, e a necessidade de pesquisas futuras e avaliação epidemiológica

dessas terapias.

A epidemia da obesidade, nos EUA, trouxe uma segunda epidemia, a da

cirurgia bariátrica, estimando-se que aproximadamente 16.000 cirurgias foram

realizadas em 1990, contra 103.000 em 2003, o que foi acompanhado pelo grande

crescimento no número de obesos, devido à falha dos tratamentos baseados em

dieta, exercícios e medicamentos; ao mesmo tempo em que os procedimentos

laparoscópicos foram introduzidos. (STEINBROOK, 2004). Em 2003 foi calculado em

200.000 cirurgias bariátricas anuais, no mundo. (MAC DONALD, 2003).

As principais entidades envolvidas com o tratamento da obesidade

defendem em seus consensos que a cirurgia deve ser indicada para pacientes com

IMC igual ou superior a 40kg/m², ou entre 35 e 40kg/m², quando existirem

comorbidezes de difícil controle. (KUCZMARSKI et al, 1994). O tratamento clínico

para obesidade costuma alcançar entre 5 a 10% de redução do peso corporal, com

mais de 90% dos pacientes recuperando o peso em até cinco anos e até o momento

não surgiram medicamentos realmente efetivos no controle da obesidade

(SAGES/ASBS, 2004; SATER et al, 1991; WADDEN et al, 1989).

O tratamento cirúrgico tem se mostrado o único método efetivo no controle

da obesidade grave não sendo isento de riscos, e comportando grandes alterações

da anatomia e fisiologia do aparelho digestivo, ou o uso de próteses. (SAGES/ASBS

2004). São procedimentos complexos e sujeitos às complicações, operatórias, ou

posteriores. As alterações no pós-operatório estão relacionadas aos hábitos de vida

e aquelas devidas às das alterações do tubo digestivo: pequeno volume de alimento

a ser ingerido, vômitos, deslocamento ou erosão de próteses (anéis e bandas),

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hipovitaminoses e suas conseqüências, anemias, desmineralização óssea,

possibilidade de fetos mal formados, entre outras. (MASON e REQUIST, 1992).

As indicações e contra-indicações de cirurgia bariátrica estão bem

definidas pelo NIH e pela International Society of Surgery of Obesity. O IMC não é

único critério. Há pacientes com obesidade grau II e com comorbidezes de

gravidade suficiente para indicar a cirurgia.

1.1.1 A Evolução da Cirurgia Bariátrica

O tratamento cirúrgico melhora a saúde dos pacientes com obesidade

grave, e prolonga sua vida, quando comparado com o tratamento não cirúrgico.

(BLUE CROSS AND BLUE SHILD, 2003).

Quanto mais efetiva a cirurgia em controlar o peso ao longo dos anos,

maior o risco de complicações, apesar de tratáveis, e ainda não são conhecidas

todas as alterações provocadas pelas mais diferentes técnicas utilizadas

(BUCHWALD e BUCHWALD J., 2002; JEOR et al, 2004). Há publicações mostrando

os melhores resultados do tratamento cirúrgico da obesidade grave, quando

comparado com o tratamento clínico, (CARMICHAEL AR, 1999;75; 7-12; NIH –

1998, Publication N° 98-4083, September 1998), mas ainda é necessário melhor

conhecimento dos mecanismos básicos, fisiológicos, campo da pesquisa

experimental.

As técnicas atualmente aplicadas podem ser exclusivamente restritivas à

ingesta alimentar (banda gástrica, gastrectomia vertical), disabsortivas (derivações

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biliopancreáticas), ou mistas (by-pass gástrico em Y de Roux e suas variantes). As

últimas são as mais utilizadas em todo o mundo (MILER e HELL, 2003).

1.1.2 Bypass Jejuno-Ileal (BPJI)

Seu uso iniciou empiricamente em 1954. e nos anos 60 e inicio dos anos

70 foram desenvolvidos tipos de (BPJI), com diferentes comprimentos de alça e

formas de anastomose entre alças, permitindo a sobrevivência, apesar da síndrome

do intestino curto criada. Desequilíbrio hidroeletrolítico frequentemente necessitava

de reposição de potássio, magnésio ou cálcio, com necessidade de seguimento e

tratamentos frequentes. A maioria das complicações foi relacionada ao

supercrescimento bacteriano na alça exclusa, causando migração dos produtos da

quebra de proteínas e bactérias para o sistema portal, podendo causar insuficiência

hepática (7/100 pacientes), doença no rim e nas articulações, além do odor

extremamente fétido dos gases e fezes eliminados. A precipitação de oxalato de

cálcio e formação de cálculos renais e vesicais podia levar à insuficiência renal. A

técnica foi praticamente abandonada em todo o mundo, devido a essas

complicações. (BUCHWALD, 200).

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Figura 1: Bypass de Kremen Figura 2: Bypass de Payne e de Wind

Fonte: BUCHWALD e BUCHWALD J. (2002). Fonte: BUCHWALD e BUCHWALD J. (2002).

1.1.3 Bypass Gástrico

Introduzido em 1966, procurava restringir a ingesta, sem as complicações

do by-pass intestinal. As complicações foram relacionadas com a regulação,

secreção e esvaziamento do acido clorídrico, além das resultantes da exclusão do

trânsito duodenal, interferindo com a absorção do cálcio e do ferro. Permitia a

entrada das secreções pancreática e biliar no estômago, levando a gastrite alcalina.

Isso acabou levando a reconstrução em Y de Roux, que eliminou também a tensão

no mesentério da alça levada ao estomago. Úlceras da boca anastomótica fazem

pensar na presença de uma fístula gastro-gástrica, que facilita a retomada do peso.

(BUCHWALD, 2003).

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Uma pequena bolsa gástrica com capacidade em torno de 20-30 cc, com

o restante do estômago excluído do trânsito alimentar, e o trânsito reconstruído com

anastomose gastrojejunal em Y de Roux, com um anel (“pseudo piloro”) – Cirurgia

de Capella, podendo ser associada uma gastrostomia (Cirurgia de Fobi), obtiveram

aceitação praticamente mundial. (Fig. abaixo).

Figura 3a: Bypass gástrico de Capella secção gástrica vertical com

gastrojejunostomia em Y e anel de silastic proximal no pouch gástrico. Fonte: BUCHWALD, (2002).

Figura 3b: Bypass gástrico de Fobi: gastroplastia vertical com anel de

silastic proximal no pouch gástrico, e gastrostomia com anel radiopaco marcador. Fonte: Modificado de FOBI et al, (2005).

Uma úlcera sangrante, ou outra lesão no estômago excluído, somente

poderá ser visualizada por endoscopia através de um acesso cirúrgico, ou com

enteroscópio, pouco disponível. Entre as complicações possíveis estão a obstrução

intestinal, déficit de absorção protéica e hipoalbuminemia, hipocalcemia, anemia

a

Marcador da gastrostomia

Anel

Pouch

Gastrojeju- nostomia transposto

Duodeno transposto

Gastros- tomia

b

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19

ferropriva, deficiência de cálcio, déficit de vitaminas lipossolúveis, osteopenia e

fibrose cística.

1.1.4 Gastroplastia Vertical

Edward Mason, de Iowa, temendo as complicações da gastrectomia a

Bilroth II, em 1971 substituiu o bypass gástrico pela gastroplastia horizontal, que foi

ineficiente na perda de peso, pelo alargamento da boca de saída. Em 1981

introduziu a gastroplastia vertical, baseado em que a musculatura da pequena

curvatura é mais resistente à dilatação, o que tornou possível a redução gástrica

pura. O procedimento foi muito utilizado até por volta de 1986, porem sem atingir a

perda de peso desejada. A diminuição da boca de saída levou a obstrução do

pouch, ruptura da linha de grampos, estenoses, migração do anel e alto índice de

reoperações. Então Mason passou a usar um anel de silastic, prevenindo o

alargamento. Os maus resultados de perda de peso em relação ao bypass, tornaram

a aumentar o interesse pelo uso e aperfeiçoamento do bypass em Y de Roux.

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20

Figura 4: Gastroplastia vertical com anel (Mason)

Fonte: BUCHWALD e BUCHWALD J. (2002).

1.1.5 Derivação Biliopancreática (DBP) com Gastrectomia Subtotal

A operação idealizada por Nicola Scopinaro é baseada em redução da

capacidade gástrica e eliminação do controle pilórico do esvaziamento gástrico, e na

má absorção proporcionada pelo bypass da maior parte do intestino delgado. A alça

comum de intestino delgado fica com apenas 50 a 70 cm de extensão. A remoção

do estomago distal reduz o risco de úlcera estomal. É necessário controle da

ingestão de proteínas e cálcio, prevenindo doença óssea. A ingesta de gorduras

piora o odor dos gases e fezes, necessitando uso de desodorantes intestinais.

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Figura 5a: Cirurgia de Scopinaro Figura 5b: Duodenal Switch (Hess)

Fonte: BUCHWALD e BUCHWALD J. (2002). Fonte: ALMOGY et al. (2004)

1.1.6 Derivação Bilio-pancreática (DBP) com GV, ou Duodenal-Switch (DS)

Difere da técnica de Scopinaro por ser a gastrectomia realizada no sentido

vertical, retirando o fundo, permanecendo pequena parte do antro, e formando um

remanescente gástrico em forma de meia lua, com capacidade aproximada de 100

ml. O bypass jejuno-ileal é feito da mesma forma que na técnica anterior. O piloro é

preservado.

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1.1.7 Banda Gástrica Ajustável (BGA)

Além de reversível, mantém a integridade anatômica do tubo digestivo,

porém tendo como resultado final uma menor perda de peso. (MILLER e HELL,

2003).

Apesar da menor complexidade técnica, não é isenta de complicações

(LEONETTI F et al, 2003), como esofagite, e as relacionadas à presença de uma

prótese, que pode mudar de posição, ou erosar para dentro do estomago, podendo

necessitar reoperação em até 15% dos casos. Assim como na gastroplastia, os

efeitos de emagrecimento dependem somente da restrição da ingesta. Não há

disabsorção ou alteração do mecanismo neurohormonal do controle do peso.

Figura 6: Banda gástrica ajustável

Fonte: SORBELLO et al, (2006).

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23

2 REGULAÇÃO NEUROHORMONAL DA FOME

O fenômeno da recuperação do peso após emagrecimento é fruto de um

potente sistema homeostático de regulação do peso corporal que visa compensar a

perda aumentando a fome e diminuindo o gasto energético, sendo os mediadores

moleculares desta resposta potenciais desafios no tratamento da obesidade.

(LEIBEL et al, 1995; SCHWARTZ et al, 2000). Hoje é creditado papel importante na

regulação da fome e da ingesta a vários mediadores.

A ghrelina (GHr) é o único hormônio orexígeno conhecido, e adipogênico,

que parece ter importante papel na resposta adaptativa a perda de peso. É um

peptídeo, estimulante do apetite, por mecanismos dependentes do hormônio do

crescimento (GH), produzido principalmente nas glândulas oxínticas do fundo

gástrico, onde há dez a vinte vezes mais GHr por grama de tecido do que no

duodeno, que é o terceiro sítio mais rico neste secretagogo. As modificações

decorrentes das cirurgias de redução do estomago sugerem que pelo menos dois

terços de toda a GHr é produzida no estomago. (FARAJ et al, 2003).

Concentrações menores são encontradas também no jejuno e íleo,

diminuindo quanto mais distante do estômago. Os estudos experimentais e clínicos

comprovam que a GHr está elevada no período de jejum, antes da refeição, diminui

com a alimentação, e volta a elevar-se logo após. (HEUNG-MAN et al, 2002; FLIER,

MARATOS-FLIER, 2002; CUMMINGS e SHANNOM, 2003; REGAN et al, 2003).

Observações em humanos e animais sugerem que a GHr regula tanto a iniciação de

uma refeição individual como o controle do peso corporal a longo prazo. Nas

situações que cursam com perda de peso corporal os níveis de GHr mostram-se

elevados. Fig. 8 (CUMMINGS, 2003).

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Pacientes submetidos a BPGYR tem seus níveis de GHr circulante

normalizados, por longo tempo, podendo voltar a aumentar, mesmo que tendo a

perda de peso esperada com o procedimento, pois a manutenção da integridade do

fundo gástrico, apesar de excluído do trânsito alimentar, mantém a maior parte das

células produtoras de GHr, fazendo retornar ou aumentar os níveis circulantes desse

hormônio. (Figura 9). Processo semelhante ocorre na técnica da banda gástrica, o

que poderia explicar em parte a menor média de perda de peso, quando comparado

com o BPGYR e com as técnicas mais disabsortivas, como Scopinaro e Duodenal-

Switch (CUMMINGS e SHANNOM, 2003, FARAJ et al, 2003; FRUHBECK et al,

2004; ADAMI et al, 2003).

Sabe-se que a obesidade se comporta como um estado inflamatório

subclínico, permanente, e que o emagrecimento melhora os parâmetros que

comprovam esta condição, que predispõe ao aparecimento de comorbidezes como

DM e a HAS. (KOPP et al, 2003). Essas melhoram ou desaparecem, com a

diminuição da massa gordurosa corporal fazendo cair os níveis de GHr e leptina,

que participam da regulação da ingesta alimentar, e de mediadores inflamatórios.

(KOPP et al, 2003; WEIGLE et al, 2003).

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Figura 7. Níveis plasmáticos médios de GHr sérica de 13 humanos, antes e após perda de peso, através de dieta. Perda media final de peso de 17,4% (1,5%). Níveis de GHr obtidos no inicio e ao final de 6 meses. Desjejum (B), almoço (L) e jantar (D) fornecidos nos tempos indicados. Fonte: CUMMINGS et al, (2003).

Figura 8: Níveis médios de Ghr de 24 horas, de pacientes submetidos ao bypass gástrico e controles não operados. Grupos estudados incluem aqueles submetidos a bypass gástrico proximal(n=5), controles de peso normal (n=10), e obesos indicados para bypass gástrico, segundo o IMC, idade, sexo (n=5). Desjejum (B) almoço (L), e jantar (D) fornecidos nos tempos indicados. Fonte: Cummings et al, (2003).

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3 GASTRECTOMIA VERTICAL (GV)

A redução da capacidade gástrica leva a perda de peso, relacionada

diretamente ao volume de alimentos ingeridos, e a saciedade precoce. As

gastrectomias parciais realizadas para tratamento do câncer, ou da doença ulcerosa

péptica, geram emagrecimento.

Noshiro et al, (2003), ao estudar as gastrectomias vídeo-assistidas para

câncer gástrico precoce, notaram que em pacientes obesos a reconstrução do

transito era difícil, e com maior morbi-mortalidade, além de estudarem o

emagrecimento. Shimizu et al, (2003), atribuíram o emagrecimento não somente ao

câncer, mas foi o grupo de Yasuda et al, (2004), o primeiro a fazer a conexão entre o

IMC elevado e a gastrectomia. (FREZZA, 2007).

A literatura recente tem mostrado a utilização da GV como primeiro tempo

cirúrgico em super-obesos (IMC >50 kg/m²) e super-super obesos (IMC > 60 kg/m²),

objetivando significativa perda de peso com um procedimento de menor porte. Assim

tem seu risco cirúrgico bastante diminuído, e o segundo tempo do tratamento pode

ser realizado com melhores condições técnicas e melhor estado clínico do paciente.

(REGAN et al, 2003; ALMOGY et al, 2004).

A GV foi difundida em 1990 por Marceau et al., proposta como parte de

uma derivação biliopancreática sem gastrectomia distal, preservando o piloro e

diminuindo o potencial ulcerogênico. O procedimento deve ter uma vantagem

fisiológica sobre outros procedimentos restritivos como a BGA e a GVA, que mantém

o fundo gástrico, a maior zona produtora de ghrelina (MARCEAU et al, 1998;

LANGER et al, 2005). O conceito de GV apareceu desde que o DS laparoscópico

tornou-se uma realidade, ao ser introduzido por Gagner em 1999 (GAGNER et al,

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2000) autor que também introduziu a GV como primeiro estágio do DS ou do

BPGYR. Baltasar et al (2005), considera a GV uma técnica com várias indicações.

Lee et al, (2007), utilizaram a GV em 216 pacientes e comparando

resultados concluíram que a técnica é capaz de proporcionar significativa perda de

peso, quando comparada com o BPGYR e o DS, com morbidade semelhante a Lap-

Band®, uma das banda gástricas ajustáveis disponíveis. Acrescentam que mais

estudos são necessários para determinar os resultados a longo prazo e identificar o

papel da GV como opção de cirurgia bariátrica.

Como estudos experimentais podem trazer importante contribuição no

entendimento dos mecanismos que levam aos resultados obtidos com as cirurgias

bariátricas, optamos por estudar em animal a gastrectomia vertical, modelo ainda

não estabelecido em literatura. Foi proposto um modelo de GV, em ratos Wistar,

com materiais e custos compatíveis com o meio da realização do trabalho. Foram

operados nove animais, testados alguns materiais, e somente depois de alcançada a

sobrevivência de um animal, sem complicações como deiscência de sutura gástrica,

realizamos o estudo experimental.

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4 OBJETIVOS

5.1 Objetivo Geral

Estabelecer os efeitos da gastrectomia vertical em modelo experimental de

obesidade.

5.2 Objetivos Específicos

� Estabelecer o modelo experimental de gastrectomia vertical em ratos

Wistar.

� Determinar os efeitos da gastrectomia vertical sobre o peso do animal,

durante um período de observação.

5.3 Aprovação do Comitê de Ética da Unesc

� O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da Unesc, Protocolo N°

361/2006, aprovado em 10 de maio de 2006.

A análise estatística do comportamento do peso dos animais foi realizada

pelos testes t de student e regressão logística, tendo como significativo os valores

de p<0,05.

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PARTE II

1 ARTIGO

Sleeve Gastrectomy Model in Wistar Rats

João de Bona Castelan Filho, MD; Jane Bettiol, MD, PhD; Armando

D’Acampora, MD, PhD; João Vicente Edom Castelan; Jonathan Caon de

Souza; Vinicius Bressiani; Simone Batisti Giroldi

Departamento de Medicina e Laboratório de Imunologia da Universidade do Extremo

Sul Catarinense (Unesc), Criciúma, SC, Brazil

Status: Publicado

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9 DISCUSSÃO

A literatura mais recente tem mostrado as vantagens da GV como primeiro

tempo do DS ou mesmo com intenção de tratamento definitivo.

A GV foi utilizada como primeiro tempo do DS em 126 super-obesos,

metade deles com risco anestésico ASA III e IV, alcançando perda média do

excesso de peso de 46,5%, em um ano (COTTAM et al, 2006). LEE, CM et al

(2007) indicaram a GV em 216 pacientes, incluindo cinco com IMC> 80 kg/m², seis

ente 70 e 80 kg/m², e 25 entre 60 e 70 Kg/m². Compararam os resultados após dois

anos com os do DS e do BPGYR e concluíram que a GV é relativamente simples de

ser realizada e alcança importante perda de peso até a realização do segundo

tempo do DS, e que pacientes com IMC> 50 kg/m² rapidamente chegam a menos de

35 kg/m².

Himpens et al, (2006), compararam a BGA e a GV, concluindo que a perda

de peso e a perda da sensação de fome após um ano e três anos foram melhores

com a GV, enquanto a DRGE foi mais freqüente após um ano com a GV e após três

anos com a BGA (HIMPENS et al, 2006). Milone et al, (2005), mostraram melhores

resultados com a GV, comparativamente ao uso do balão intragástrico por seis

meses, em super-obesos, antes da realização da DBP.

Publicações recentes têm considerado que a GV é a operação ideal em

IMC>55 kg/m², como primeiro tempo, naqueles com graves problemas clínicos e

uma excelente alternativa em pacientes com IMC inferior a 40 kg/ m², ou em jovens

(BALTASAR et al, 2005; ROA et al, 2006).

Um estudo prospectivo comparou os níveis plasmáticos de GHr e a perda

de peso após GV e BGA, em 20 pacientes, concluindo que havia redução dos níveis

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de GHr, que manteve-se após seis meses, enquanto um dia após a BGA não havia

modificação, e estava aumentado após 6 meses. A perda média de peso foi maior

com a GV, concluindo que isto se deve a retirada do fundo gástrico. (LANGER et al,

2005).

Melissas et al, (2007), mostraram que o esvaziamento gástrico após GV,

estudado por cintigrafia, é significativamente mais rápido.

Algumas complicações tardias foram relatadas, como síndrome de

Wernicke, gerada pelos erros alimentares e vômitos de repetição, com a oferta da

vitamina B1 corrigindo o quadro, ou reganho de peso, com aumento da bolsa

gástrica, solucionado com nova GV com DS. (MAKAREWICZ et al, 2007;

BALTASAR et al, 2006).

Há pacientes que temem as complicações de outras cirurgias, como as

relacionadas às próteses (BGA, ou o anel das gastroplastias), a possibilidade de

obstrução intestinal, úlceras, anemia, osteoporose, déficit de proteínas, e outras

complicações do BPGYR e das cirurgias disabsortivas, e que podem ser

beneficiados pela GV. Esta técnica pode ser boa opção para pacientes portadores

de doenças inflamatórias intestinais, estenoses intestinais, aqueles com asma

severa necessitando corticoterapia, candidatos a transplante, os portadores de

anemia que necessitam usar AINE, ou medicação crítica. Pacientes com alto risco

para câncer gástrico também seriam bons candidatos à gastrectomia vertical, pois o

acesso ao estomago excluído pelo bypass gástrico seria possível somente por

laparotomia, ou videoassistido, ou então usando um enteroscópio de duplo balão,

técnica disponível em poucos centros. A BGA deixaria um corpo estranho a ser

removido.

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Pacientes obesos tem risco cirúrgico-anestésico aumentado, na proporção

de seu IMC, principalmente os super e os super-super obesos, homens e

submetidos à DS (FAZYLOV et al, 2005) seja por comprometimento hepático, ou

outras co-morbidades como insuficiência cardíaca, doença bronco pulmonar

obstrutiva crônica, doenças renais, vasculopatias periféricas. (BLUE CROSS AND

BLUE SHILD ASSOCIATION, 2003; ADAMI et al, 2003).

Podem surgir problemas técnicos, quando um lobo esquerdo do fígado por

demais volumoso dificulta ou impede a correta visualização do fundo gástrico a ser

incluído na GV, assim como a colocação de BGA ou a septação do estômago, no

BPGYR. (NGUYEN et al, 2005), obrigando a um procedimento em dois tempos.

Na GV a perda de peso acontece pela diminuição do volume de alimentos

consumido, sem má absorção, e a bolsa gástrica fica menor do que no DS, do

contrário poderia haver reganho de peso. O esvaziamento gástrico é adequado e

vários tipos de alimentos podem ser consumidos, apesar de em pequenos volumes.

Tem ainda a vantagem de não usar anéis, telas, ou possibilidade de fístula gastro-

gástrica. Na obesidade grau I os resultados parecem ser promissores, com

vantagens sobre a BGA, apesar do ainda curto segmento. Baltasar considera a GV

uma boa operação em caso de inadequada perda de peso, erosão, má qualidade de

vida, ou necessidade de retirada da banda. (BALTASAR et al, 2005).

Ainda não há um consenso quanto ao tamanho do estomago

remanescente, talvez porque ainda não está bem estabelecido se a GV será uma

boa opção de tratamento definitivo. Baltasar considera que a bolsa gástrica deve

ficar com capacidade de 50 a 60 ml, e não com 150-200, como proposto por Gagner,

o que está esquematizado na figura abaixo.

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Figura 9a: Gastrectomia vertical. Primeiro tempo de um DS. Estomago remanescente com capacidade de 150-200 ml. Fonte: FOBI et al, (2004). Figura 9b: Estomago remanescente com capacidade de 50-60 ml. Ressecção chega próxima ao piloro e ao cárdia, locais de maior dilatação, quando esta ocorre. Fonte: Baltasar et al, (2006).

A revisão da literatura mostra grande número de trabalhos estudando as

modalidades de tratamento clínico ou cirúrgico da obesidade grave, porém poucos

trabalhos experimentais em modelos animais foram encontrados. Na literatura

consultada encontramos três trabalhos com cirurgia bariátrica experimental em ratos.

Xu Y. et al. 2002, publicaram um modelo de bypass gástrico em Y de

Roux, utilizando ratos geneticamente obesos. Mostraram a viabilidade do modelo e

estudando os efeitos da operação na perda de peso, porém o modelo é de alto custo

para nosso meio, por usar ratos Zucker e criar o reservatório gástrico com sutura

mecânica.

Monteiro et al, (2006), publicaram modelo de bandagem gástrica em ratos

Wistar, descrevendo a colocação de um anel de silicone logo abaixo do rúmen, na

a b

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porção glandular do estômago, criando cavidades superior e inferior, com restrição

parcial do volume ingerido. Portanto a cavidade superior fica de grande capacidade,

se comparada com a cavidade inferior e com a BGA realizada em humanos, quando

a prótese é posicionada logo abaixo da cárdia, deixando uma pequena cavidade

superior.

Fusco et al, (2006), avaliaram os efeitos da invaginação da grande

curvatura no peso de ratos, realizando uma sutura continua desde a transição corpo-

antro até próximo da cárdia, e estudando o comportamento do peso.

Através deste estudo foi possível estabelecer um modelo animal de

gastrectomia vertical, o qual pode ser aplicado em experimentos de cirurgia

bariátrica.

Foi um experimento de baixo custo por não utilizar animais modificados

geneticamente, nem sutura mecânica. Haja vista a avaliação bem sucedida por sete

semanas, considerou-se que o modelo pode ser utilizado para estudos de

acompanhamento por prazo relativamente longo.

A ressecção de 60 a 70% do estomago, retirando quase todo o fundo,

imitou a gastrectomia vertical realizada em humanos. Em roedores, assim como no

homem, a retirada do fundo gástrico, onde é produzida a maior parte da ghrelina do

corpo, é um fator importante para a manutenção da redução do apetite.

Nesse estudo não era objetivo avaliar os efeitos da cirurgia e sim sua

viabilidade, no entanto pode-se observar que o grupo de animais gastrectomizados

teve perda de peso um pouco mais prolongada que o grupo controle.

Em tentativas anteriores a este estudo piloto, apenas um de nove animais

nos quais foi realizada a GV, não evoluiu para óbito. Para todos, exceto o

sobrevivente, foi permitida a dieta com água e ração, ad libitum, assim que

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40

recuperada a via oral, e não foram tomados cuidados especiais de assepsia e

antissepsia, nem antibioticoterapia profilática. Foram utilizados materiais limpos,

porém não estéreis. O jejum pré-operatório de doze horas foi observado para o

animal sobrevivente, que no pós-operatório foi alimentado somente com soro

glicofisiológico, por três dias. O animal mostrou-se prostrado no primeiro e segundo

dia, recuperando-se e permanecendo vivo por sete meses. Nos oito animais

falecidos foi observada deiscência de sutura do estômago em três deles, e sinais de

sepsis em outros três animais. Dois não apresentaram estes sinais, sendo os óbitos

atribuídos à desidratação e desnutrição. Devidos a esses achados, considerou-se a

adoção de todos os cuidados expostos na metodologia, incluindo antibioticoprofilaxia

e suporte nutricional.

O jejum de doze horas propiciou que o estomago estivesse livre de

resíduo sólido, e praticamente vazio em todos os animais, exceto o de número cinco,

o que exigiu ordenha de alguns resíduos para o intestino. Isso foi considerado uma

vantagem, pois em etapa anterior, acontecia a saída dos resíduos no momento da

gastrorrafia, contaminando o campo operatório e dificultando a sutura, já que era

difícil a ordenha completa.

A técnica de sutura, em plano único invaginante foi importante para o

sucesso, pois nas tentativas anteriores, quando usada sutura não invaginante

aconteceram deiscências. Além disso, a dieta líquida exclusiva por três dias pode ter

contribuído para garantir a integridade da sutura nesse estudo.

O único animal falecido (do grupo GV) foi submetido à necropsia,

procedendo-se a retirada total do estomago remanescente, assim como dos órgãos

alterados, sendo diagnosticada pancreatite aguda ao exame histopatológico, e que

foi supostamente devido à manipulação e compressão do pâncreas e seu ducto.

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Figura10: Histopatologia da pancreatite aguda. Animal falecido do grupo GV. a) ácinos pancreáticos normais, b) edema, necrose e alterações

inflamatórias, c) ducto pancreático com material necrótico.

Foi observado que ao longo das sete semanas de pós-operatório houve

ganho de peso nos dois grupos estudados. É possível que esse ganho de peso

tenha sido influenciado pelo uso de complemento alimentar (Glucopan pet®) em

ambos os grupos; seria necessário estudo adicional para confirmar essa hipótese. O

ganho de peso dos animais gastrectomizados foi significativamente menor do que

nos controles, atribuindo-se à saciedade mais precoce, resultante da diminuição da

capacidade gástrica. Além disso, a retirada do fundo, principal fonte de GHr, pode

ter sido relevante na redução do apetite e menor ganho de peso. Pesquisas futuras

usando o modelo para investigação dos efeitos da GV, evitando o uso do

complemento alimentar, poderão responder melhor essa questão.

a

c b

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10 CONCLUSÕES

Foi possível estabelecer um modelo de gastrectomia vertical, que poderá

ser utilizado, isoladamente, ou associado a outros procedimentos, para estudos

experimentais que busquem um melhor entendimento de como atuam as cirurgias

bariátricas.

Este modelo foi viável devido aos cuidados adotados no pré e pós-

operatórios, como utilização de antibioticoterapia e material esterilizado, com baixo

custo.

O ganho de peso dos animais gastrectomizados foi significativamente

inferior ao dos que submetidos a laparotomia, sob a mesma dieta.

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11 PERSPECTIVAS

O modelo possibilita novas investigações, como a comparação entre

grupos de ratos obesos e não obesos submetidos a diferentes dietas.

Além disso, podem ser realizados estudos das alterações metabólicas e

neuroendócrinas.

É possível que este modelo permita estudos de acompanhamento a longo

prazo, podendo dar respostas ao atual questionamento acerca dos resultados da GV

a longo prazo, relacionados ao aumento da capacidade gástrica ou de adaptação

alimentar.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Bypass de Kremen.....................................................................................17

Figura 2: Bypass de Payne e de Wind......................................................................17

Figura 3a: Bypass gástrico de capella secção gástrica vertical com

gastrojejunostomia em y e anel de silastic proximal no pouch

gástrico....................................................................................................18

Figura 3b: Bypass gástrico de fobi: gastroplastia vertical com anel de silastic

proximal no pouch gástrico, e gastrostomia com anel radiopaco

marcador.................................................................................................18

Figura 4: Gastroplastia vertical com anel (Mason)....................................................20

Figura 5a: Cirurgia de scopinaro...............................................................................21

Figura 5b: Duodenal switch (Hess)...........................................................................21

Figura 6: Banda gástrica ajustável (Kuzmak)............................................................22

Figura 7. Níveis plasmáticos médios de ghr sérica de 13 humanos, antes e após

perda de peso, através de dieta. Perda media final de peso de 17,4%

(1,5%). Níveis de ghr obtidos no inicio e ao final de 6 meses. Desjejum (b),

almoço (l) e jantar (d) fornecidos nos tempos indicados............................25

Figura 8: Níveis médios de ghr de 24 horas, de pacientes submetidos ao bypass

gástrico e controles não operados. Grupos estudados incluem aqueles

submetidos a bypass gástrico proximal (n=5), controles de peso normal

(n=10), e obesos indicados para bypass gástrico, segundo o IMC, idade,

sexo (n=5). Desjejum (b) almoço (l), e jantar (d) fornecidos nos tempos

indicados................................................................................................... 25

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Figura 9a: Gastrectomia vertical. Primeiro tempo de um Duodenal - Switch.

Estomago remanescente com capacidade de 150-200 ml.....................38

Figura 9b: Estomago remanescente com capacidade de 50-60 ml. Ressecção

chega próxima ao piloro e ao cárdia, locais de maior dilatação, quando

esta ocorre...............................................................................................38

Figura 10: Histopatologia da pancreatite aguda. Animal falecido do grupo GV. a)

ácinos pancreáticos normais, b) edema, necrose e alterações

inflamatórias, c) ducto pancreático com material necrótico.....................41