Newsletter NRAEFFUL Outubro 2012

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newsletter Outubro|2012 ouve-te! David Fonseca A maior parte conhece-o dos tempos dos Silence 4, banda que estreou o seu primeiro álbum em 1998, Silence Becomes It, que, para surpresa de to- dos, teve um sucesso enorme em Portugal, tendo sido vendidas quase 250.000 cópias. Em 2000 foi lançado o segundo álbum, Only Pain Is Real, e em 2002, a banda separa-se e um ano depois, David Fonseca inicia a sua carreira a solo. Em 2003, lança o seu primeiro álbum a solo, Sing Me Something New, álbum que chegou a disco de ouro. O primeiro single deste disco, o bem conhe- cido “Someone That Cannot Love¸ foi transmitido em simultâneo em 150 estações de rádio portu- guesas, à meia-noite do dia 10 de Março. Para além do sucesso que alcançava com a sua carreira a solo, em 2004, colabora no projecto Hu- manos, juntamente com Manuela Azevedo, dos Clã, e Camané, apresentando temas inéditos de António Variações. Dois anos depois, em 2005, lança o seu segundo álbum, Our Hearts Will Beat As One¸ o qual atingiu o disco de ouro logo na primeira semana e foi con- siderado o melhor álbum pop de 2005, em Portu- gal. Neste álbum, surge ainda uma colaboração com Rita Redshoes, no tema “Hold Still”. Em 2007, com o álbum Dreams In Colour, volta a surpreender Portugal. Com o single “Superstars” e uma versão de “Rocket Man”, de Elton John, ambos com videoclips soberbos, e outras canções que despertam tudo o que é emoção dentro de nós, como “Kiss Me, Oh Kiss Me” ou “Silent Void”, David marca a sua posição como um dos melhores artis- tas portugueses. Em Abril de 2008, enche o Coliseu dos Recreios para dar uma espécie de “teatro-concerto”, repleto de luz e cor. Se a fasquia já estava elevada a esta Artista do Mês 1 design by Joana Gomes

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Newsletter NRAEFFUL Outubro 2012

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newsletterOutubro|2012

ouve-te!

David Fonseca

A maior parte conhece-o dos tempos dos Silence 4, banda que estreou o seu primeiro álbum em 1998, Silence Becomes It, que, para surpresa de to-dos, teve um sucesso enorme em Portugal, tendo sido vendidas quase 250.000 cópias. Em 2000 foi lançado o segundo álbum, Only Pain Is Real, e em 2002, a banda separa-se e um ano depois, David Fonseca inicia a sua carreira a solo.Em 2003, lança o seu primeiro álbum a solo, Sing Me Something New, álbum que chegou a disco de ouro. O primeiro single deste disco, o bem conhe-cido “Someone That Cannot Love¸ foi transmitido em simultâneo em 150 estações de rádio portu-guesas, à meia-noite do dia 10 de Março. Para além do sucesso que alcançava com a sua carreira a solo, em 2004, colabora no projecto Hu-

manos, juntamente com Manuela Azevedo, dos Clã, e Camané, apresentando temas inéditos de António Variações. Dois anos depois, em 2005, lança o seu segundo álbum, Our Hearts Will Beat As One¸ o qual atingiu o disco de ouro logo na primeira semana e foi con-siderado o melhor álbum pop de 2005, em Portu-gal. Neste álbum, surge ainda uma colaboração com Rita Redshoes, no tema “Hold Still”. Em 2007, com o álbum Dreams In Colour, volta a surpreender Portugal. Com o single “Superstars” e uma versão de “Rocket Man”, de Elton John, ambos com videoclips soberbos, e outras canções que despertam tudo o que é emoção dentro de nós, como “Kiss Me, Oh Kiss Me” ou “Silent Void”, David marca a sua posição como um dos melhores artis-tas portugueses.

Em Abril de 2008, enche o Coliseu dos Recreios para dar uma espécie de “teatro-concerto”, repleto de luz e cor. Se a fasquia já estava elevada a esta

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altura, aqui, David rebentou completamente com qualquer dúvida que poderia existir.

Agora, em 2012, David Fonseca lança o seu novo álbum, repartido em dois volumes, que relatam um ano da sua vida. O primeiro, Seasons: Rising, saiu a 21 de Março, mas já antes, David havia dis-ponibilizado partes de alguns dos singles na sua página, para delícia dos fãs, que ficavam cada vez mais entusiasmados com este novo projecto. As expectativas estavam elevadíssimas e, obvia-mente, David não desiludiu.

Seasons: Rising, aparece-nos cheio de novas so-noridades creativas e interessantes. Abrindo com “Under The Willow”¸ com uma letra lindíssima e que fica no ouvido, passando por “The Beating Of The Drums”, que traz à memória elementos dos Beatles. “Every Time We Kiss”, uma melodia que

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continuamos a entoar durante horas; “Go Dance All Night”, tal como diz o título, é uma faixa que nos obriga a dançar mesmo que pensemos não ter energia; “I Would Have Gone And Loved You Anyway”, uma letra capaz de tocar até os corações mais insensíveis.

É obrigatório fazer ainda referência a “What Life is For”, o primeiro single deste álbum. Uma música de energia apoteótica, que apetece repetir vezes sem conta. Para a elaboração do videoclip desta faixa, David contou com a participação da atleta Marta Onofre, campeã nacional de salto com vara. Com uma originalidade tremenda, é sem dúvida algo que vale a pena ver.Agora, é tempo de receber o irmão-gémeo de Seasons: Rising, o Seasons: Falling, saído a 21 de Setembro. Conta com a colaboração de Mallu Magalhães e Luísa Sobral. Este, mais melancólico, contrastando com sabor primaveril do primeiro, mesmo a jeito para rece-ber o Outono. David Fonseca explica esta diferen-ça, como um disco mais introspectivo e contem-plativo, mas que, ainda assim, levantará muitos pés do chão. Muito mais suave, o álbum abre com “I’ll Never Hang My Head Down” e é logo na segunda faixa que temos o prazer de escutar Mallu Magalhães, numa harmonia perfeita com David Fonseca. “All That I Wanted” leva-nos de mão dada para bem longe, simples e magnífica. Em “It Means I Love You” o ritmo acelera, para logo em “No More Tears Running” voltarmos à viagem que nos acalma a alma. A colaboração com Luísa Sobral surge em “It Shall Pass” e, mais uma harmonia de vozes perfeita. Este é um álbum muito mais homogéneo, que percorre a mesma linha do princípio ao fim. Mas, a verdade é que as letras de David Fonseca fazem maravilhas. E é isso que destaca David Fonseca e

de 2012.Ao contrário do que fiz noutros meses, não vou referir nenhuma música em particular; o álbum tem que ser ouvido na íntegra, pois a viagem que se faz desde a primeira à última música é fantásti-ca, indescritível e, provavelmente repetível.Estamos na presença, sem dúvida nenhuma, de um dos melhores álbuns deste ano. É épico.Grizzly Bear ainda não tem data marcada para um concerto em Portugal, mas espera-se entretanto que voltem a Lisboa e ao Porto, como fizeram há dois anos.Antes deste álbum ser lançado, Daniel Rossen, membro integrante dos Grizzly Bear, lança um EP a solo Silent Hour/Golden Mile, com algumas músicas gravadas e não utilizadas em Shields.Também recomendo!

Rafael Baptista

Miguel Araújo

Depois de uma carreira em ascensão no grupo “Os Azeitonas”, Miguel Araújo lança o seu primeiro ál-bum a solo intitulado “Cinco Dias e Meio”. Em con-traste com as já famosas músicas d’Os Azeitonas neste álbum Miguel Araújo opta por um registo menos elaborado e de maior simplicidade.

Álbum do MêsGrizzly Bear, Shields

Passados três anos desde o lançamento do Veck-atimest, os Grizzly Bear lançam um novo álbum, Shields, a 18 de Setembro de 2012.Já estamos habituados à beleza melódica desta banda, caracterizada por sons etéreos e pela voz de Edward Droste, às vezes delicada, às vezes so-nante. Shields foi uma grande mudança, mudança para o grande público, músicas mais “fáceis” mas sem perder o cunho pessoal de álbuns passados. Difi-cilmente se vê Shields como uma tentativa de ál-bum comercial.Shields é diferente: músicas mais estéticas, mais relacionadas, com um nível de coesão enorme. A conjugação de Droste e Rossen é perfeita. E é a mistura som/silêncio/ruído/voz, ao pôr o volume no máximo, que faz deste álbum um ponto alto

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o eleva a uma categoria que poucos conseguem atingir. São poucos os que conseguem conjugar letras profundas, que nos trazem à memória tan-tos e diferentes momentos, com melodias que tocam, incessantemente, na nossa cabeça. É fácil apaixonarmo-nos por ele, difícil é conseguir parar de o ouvir.

Joana Vieira

O que é nacional também se papa...

“Miguel AJ”, como assina nas composições para Os Azeitonas, compôs também as 11 músicas que integram este novo álbum de onde se destaca o sucesso deste verão “Os Maridos das Outras” que conta já com um sucessor intitulado “Fizz de Limão”. Além da composição, dá voz aos temas bem como a sua interpretação através dos mais variados instrumentos desde a guitarra ou o uke-lele até ao piano ou a harmónica.Além destes dois projectos, Miguel Araújo conta ainda com a participação na dupla “Mendes” que faz com João Só bem como a sua conhecida co-laboração na banda sonora do espectáculo “Como Desenhar Mulheres Motas e Cavalos” da autoria de Nuno Markl.

João Pereira

Marés Vivas

A Edição deste ano do Marés Vivas TMN, que decorreu de 18 a 21 de Julho, brindou-nos com um cartaz bastante especial em homenagem aos dez anos de aniversário deste festival. A aposta deste ano em grandes bandas rompeu com alguns dos chamados grandes eventos de 2012 atraindo um grande número de festivaleiros à praia do cabede-lo em Vila Nova de Gaia. Segundo dados da orga-nização, passaram pelas margens do Douro cerca de 95 mil pessoas.

A combinação de bandas com a capacidade de mover um grande número de fans e o reduzido preço dos bilhetes foram a combinação essencial para desviar a atenção de festivais com um cartaz que se esperaria mais forte (leia-se Super Bock Su-per Rock). Pelo palco, com vista privilegiada para o Douro, passaram grandes nomes da música inter-nacional tal como Franz Ferdinand, Kaiser Chiefs, The Garbage, Gogol Bordello, Billy Idol e Anastá-cia.

No primeiro dos 4 dias de Música assistiu-se a um enorme concerto de Wolfmother. A banda Aus-traliana, que traz aos palcos de hoje um rock já há muito esquecido e característico dos anos 70, cativou com mestria as cerca de 19 mil pessoas presentes. As evidentes influências levaram-nos a fazer um tributo especial tocando a célebre “An-other brick in the wall”. Chegada a hora de ver Franz Ferdinand (o concerto mais aguardado pela maioria do público) tornou-se claro que a set list tinha sido dirigida para os êxitos mais conhecidos do público em geral. O segundo dia de festival trouxe-nos boas surpre-sas. Apesar da exibição apagada de Gun, os The Cult, que vieram a Portugal mostrar o seu mais recente trabalho Choice of Weapon (2012), não desiludiram. Às 23.15H Shirley Manson (Vocalista dos The Garbage) entrou em palco, com aquilo que pareceu ser um alinhamento um pouco in-seguro, mas que satisfez os fans. O concerto ficou marcado pela discussão entre Shirley e um fã (um momento digno de ser visto no Youtube). O con-certo mais ansiado, digno de agitar as margens do Douro, chegou à 1h. Num alinhamento explosivo e electrizante, o imprevisível Ricky Wilson (vocalis-ta dos Kaiser Chiefs), que já tinha actuado no RIR 2012, subiu aos andaimes, empoleirou-se sobre a multidão, apalpou um camera-man e invadiu um quiosque de “Super-Bock” para se servir.

O núcleo de rádiopelos concertos...

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O terceiro dia, que chegaria com um alinhamento de bandas algo estranho, contou com cerca de 25 mil pessoas. Ebony Bones apresentou o seu primeiro álbum intitulado Bone of my Bones. Se-guiu-se a vez dos portugueses Os Azeitonas que surpreenderam o público com a subida ao palco de Rui Veloso. Era muita a curiosidade sobre Billy Idoll, no entanto, este subiu ao palco apoiado por uma banda consistente e recorreu inclusive a “L.A. Woman” dos The Doors para segurar a plateia. Das 3 guitarras que Billy usou apenas uma foi usada para tocar realmente (algo que deixou desiludido alguns entusiastas). À 1h da manhã já se avistava no back-stage Eugene Hutz (líder dos Gogol Bor-dello) que trouxe a “família” para um dos concer-tos mais esperados do festival.

Os Gogol Bordello entraram em palco e causaram moça. O pó tomou conta do recinto à medida que os ritmos de punk-cigano foram sendo tocados. O quarto e último dia, com Anastacia como cabeça-de-cartaz, começou com a portuguesa Mónica Ferraz que apresentou os seus mais recentes temas. De seguida, às 22h, foi a vez dos The Hives que pareceram uma banda um pouco afastada do conceito daquele dia. Anastácia entrou por fim em palco e saltou de êxito em êxito com uma precisão

técnica digna de referência não desapontando os seus fans.A noite fechou com o anfitrião deste ano, Pedro Abrunhosa, que, com os seus habituais óculos escuros tocou durante 2 horas muitos dos temas que moldaram a sua carreira, alguns deles, irre-conhecíveis para ouvidos mais destreinados ou desatentos devido à “nova roupa” com que Abrun-hosa os vestiu.A décima edição do Marés Vivas TMN terminou com um balanço extremamente positivo. A orga-nização, apesar de ter que trabalhar com um re-cinto pequeno, cumpriu com aquilo que lhe era devido. A 11ª edição deste festival Nortenho já tem datas (18,19 e 20 de Julho). Aguardamos ex-pectantes os novos alinhamentos para 2013!

Diogo Pires

Optimus Alive, dia 15

Unanimemente o melhor dia da edição, contando com os míticos Radiohead como cabeças de car-taz e ainda artistas tão variados como Miles Kane, SBTRKT, The Kills, Metronomy, Caribou, The Kooks, Mazzy Star ou os portugueses PAUS.Concertos em destaque:Miles Kane: A cara metade de Alex Turner no projecto The Last Shadow Puppets presenteou o público com um agradável concerto de final de tarde, que consistiu num desfile de riffs conta-giantes com muito 60’s retro à mistura. A plateia, visivelmente satisfeita, saiu da tenda Heineken en-toando o refrão da última música - “Come Closer” – um dos singles de Colour Of The Trap, o seu mais recente álbum.

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The Kooks: Apresentaram um repertório cheio de pop dançável e bem construído. Como sempre, as fãs deliraram. No entanto, não houve muito feedback por parte do público, talvez por não se enquadrar no gosto musical dos fãs de Radiohead (presentes em larga maioria no recinto). Tal resul-tou num concerto menos energético do que o da última actuação da banda em Portugal, na pas-sada edição do festival Super Bock Super Rock.

The Kills: Esta dupla de rock no seu estado mais puro não desiludiu. A setlist teve em destaque o mais recente e mais maduro álbum da banda, “Blood Pressures” (2011), mas sem deixar de lado clássicos como “Tape Song” ou “F*** The People”, tema que desperta o adolescente revoltado em cada um de nós. Um dos pontos altos do concerto foi a balada “The Last Goodbye”, com a qual qual Alison Mosshart, a vocalista irreverente, revelou a sua faceta mais vulnerável ao derramar algumas lágrimas em pal-co num momento muito intenso. Radiohead:A espera foi longa, e chegara, por fim, o momento mais aguardado para os milhares de fãs dos Ra-diohead presentes no recinto do Optimus Alive.

O alinhamento contou com faixas mais experi-mentais e electrónicas do King Of Limbs, entre as quais “Lotus Flower” e “Separator” que, jun-tamente com os efeitos visuais projectados nos ecrãs, tiveram um resultado hipnotizante.Seguiu-se (agora com Thom Yorke no piano) a verdadeiramente sublime “Pyramid Song”, e a apoteose foi consagrada por águas passadas com “Lucky” e “Paranoid Android” no primeiro encore. No entanto, mais surpresas estavam reservadas: a banda interpretou “The One I Love” , dos REM, que fluiu para “Everithing In Its Right Place”, e, após duas horas de concerto, ainda houve tempo para um segundo encore com “Street Spirit (Fade Out)”. Apesar de temas como “Just”, “Karma Police”, ou “A Wolf At The Door” não terem figurado no set, tratou-se de um concerto infalível que saciou os fãs, já há espera da banda em terras lusas há mais de uma década.

Mila Mikovic

Festival Paredes de Coura

A 20ª edição do Festival Paredes de Coura realizou-se este ano entre os dias 13 e 17 de Agosto, em cinco dias de música - em vez dos quatro habituais – e mais de 40 bandas a actuar. De acordo com a organização do festival, passaram pelas margens do Tabuão 85 mil pessoas. A música voltou a ani-mar a pacata vila de Paredes de Coura para mais uma semana que, desde o início, se adivinhava memorável.Faltava ainda uma semana para início o festival e já se viam tendas nas zonas mais idílicas do camp-ismo, em que a fusão com a natureza é completa: estamos rodeados por uma paisagem verdejante e o rio corre ao nosso lado. A envolvente deste fes-tival é única e é também o que o torna tão espe-cial.

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O festival teve início com a já habitual recepção ao campista, dia 13, que contou com as actuações de artistas nacionais como os nortenhos Salto ou o pop psicadélico dos League. Mais tarde, B Fachada apresentou o seu último álbum, Criôlo, em formato de one-man-synth-band, enquanto a chuva fustigava já os festivaleiros que se atreviam a abandonar a cobertura do palco Vodafone. A noite terminou com Quim Albergaria a animar os resistentes, com pop ou R&B, até quase de madru-gada.Depois de a chuva se ter prolongado pela noite fora, o dia 14 foi uma verdadeira prova de resistên-cia para os festivaleiros. Entre roupa, colchões e sacos-cama molhados, tendas alagadas e o re-cinto completamente enlameado, era difícil ter a certeza de que estávamos em Agosto. Foi então altura de abandonar a precária protecção das ten-das e ir até à vila para nos munirmos de galochas, impermeáveis, sweatshirts, chapéus-de-chuva e qualquer coisa que nos ajudasse a enfrentar este pequeno dilúvio.

A chuva não dava mostras de querer abrandar, mas somos jovens e estávamos num festival de Verão; à hora dos concertos, os campistas dirigi-ram-se novamente para o recinto, impelidos pela vontade de ouvir a grande variedade de bandas dessa noite. Às 19h subiu ao palco Sun Araw, que nos apresentou o seu Icon Give Thank, um álbum caracterizado pela grande diversidade de estilos musicais em que se inspira. De seguida foi a vez do electrizante rock de Japandroids, que vieram apresentar o álbum Celebration Rock. Um con-certo que nos levou aos limites da nossa energia e não deixou ninguém parado.

Ouvimos depois Tune Yards, pela voz da talentosa Merrill Garbus, com o álbum w h o k i l l, de 2010. A banda é considerada já uma das mais originais e inovadoras da sua geração, e nós não podíamos estar mais de acordo.

Stephen Malkmus & The Jicks chegaram a reme-ter-nos por momentos para os Pavement, sendo a noite mais animada com a entrava dos Friends em palco, que levou o público ao delírio com a festa feita pela vocalista Samantha Urbani. A noite seguiu com PAUS, o quarteto lisboeta que se de-staca pela bateria siamesa, que conseguiram a maior ovação do público com a frase “não é uma chuvinha que nos vai parar”. Nuno Lopes animou as horas seguintes, enquanto a chuva continuava a cair ininterruptamente. A organização do festi-val chegou a disponibilizar o parque de estacio-namento subterrâneo da vila para os festivaleiros cujas tendas não tivessem resistido à intempérie.O dia 15 amanheceu com os primeiros raios de sol não chuvosos. Por todo o recinto do campismo ou-viram-se palmas e ovações, na esperança de que o sol voltasse definitivamente à região. Foi altura de secar roupa, ténis, colchões e sacos-cama, sempre atentos às nuvens cinzentas. A meio da tarde o céu abriu, proporcionando-nos as condições per-feitas para os primeiros concertos no palco princi-pal (sem cobertura), que teriam lugar nessa noite. Antes de nos dirigirmos ao recinto houve ainda tempo para ver o concerto de Elektra Zagreb, ban-da que já participou nas nossas Purple Sessions e vencedora do concurso do Jornal de Notícias para bandas portuguesas. Começámos com Willis Earl Beal que, no Palco Vodafone FM, mostrou uma voz impressionante e com argumentos suficientes para ser considerada uma das melhores que pas-sou por Coura neste ano. Seguiu-se o dream pop de Team Me, que con-seguiram pôr um sorriso na cara de todos os el-

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Os belgas dEUS entraram em cena logo a seguir e cumpriram o estatuto de cabeça de cartaz. A banda de Tom Barman mostrou porque continua a ser um dos grupos rock mais aclamados da cena actual, e não desiludiu os seus fãs. Os Digitalism foram os responsáveis por encerrar a noite no pal-co principal e não desiludiram. O duo de música electrónica montou um cenário a remeter para o seu álbum de 2011, I Love You Dude, com um pano em forma de coração, onde eram projecta-das imagens.

Com o fim dos concertos no Palco EDP deu-se uma migração geral até ao Palco Vodafone FM onde entrou em cena o peculiar DJ Orlando Higgibot-tom, mais conhecido como Totally Enormous Ex-tinct Dinosaurs, que conseguiu pôr a maior parte dos festivaleiros a dançar. Para fechar a noite en-trou em cena Kavinsky, que veio reforçar a ener-gia que nos começava a faltar, dando-nos forças para continuar a saltar pela noite fora, ao som da sua música electrónica com toques dos anos 80. O concerto fechou o hit Nightcal, que nos levou ao êxtase.O 4º dia de festival nasceu solarengo e levou-nos às margens do Tabuão, para aproveitar o sol que tanta falta nos andava a fazer. O relvado encheu-se de toalhas e chapéus-de-sol, cerveja e música, para uma tarde embalada pelo jazz na relva, ini-ciativa tão característica das tardes em Paredes de Coura. Houve ainda tempo – e coragem – para uns mergulhos no rio.

ementos do público com os balões gigantes que foram a animação do concerto.

Foi então a vez de Dry The River, um dos concer-tos mais emotivos do festival, com música forte associada a excelentes efeitos visuais. A emoção foi ao rubro com temas como “No Rest” ou “New Ceremony”. A terminar os concertos neste palco tivemos Pat-rick Watson, que veio apresentar o seu mais recen-te álbum, Adventures in Your Own Backyard. A sua voz suave, a música harmoniosa e as pequenas luzes brancas espalhadas pelo palco criaram um ambiente intimista perfeito para permitir que nos deixássemos levar pela música.

Entretanto, o Palco EDP começava a aquecer com o animado trio Kitty, Daisy & Lewis. A banda for-mada pelos irmãos Durham animou os palcos com o seu estilo country. Seguiram-se os Midlake, com o seu cruzamento perfeito entre folk e indie rock, que convidava a sentar e apreciar a envolvente daquele anfiteatro natural. Ouvimos depois Tem-per Trap, que vieram mostrar o indie rock do seu segundo álbum, intitulado com o nome do grupo, Temper Trap. Pelas 22h15 subiram ao palco EDP os Sleigh Bells. O duo americano, que contou com o apoio demonstrou uma energia inesgotável e conseguiu levar ao êxtase os milhares de especta-dores que se encontravam naquele momento em frente ao palco.

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A tarde de concertos iniciou-se com The Wave Pictures, no palco Vodafone, em simultâneo com Gang Gang Dance, no palco EDP. Conseguimos ver um pouco de cada concerto, visto que o recinto ainda não estava muito cheio. No palco Vodafone seguimos com I Like Trains, Deer Tick e School of Seven Bells, enquanto que no palco principal a noite seguia com Of Montreal, banda que conta já com 15 anos de carreira e 11 álbuns de originais editados e cuja música passa de electrónica a pop, passando pelo rock psicadélico e piscando até o olho ao afrobeat.A energia excêntrica de Kevin Barnes trouxe a todos boa disposição e vontade de acompanhar os hits da banda.

Seguimos com The Whitest Boy Alive, que con-seguiu transmitir a intimidade de um concerto numa sala pequena ao enorme anfiteatro natural de Paredes de Coura. O norueguês Erlend Øye, dos Kings of Convenience mostrou mais uma vez a sua paixão pelo festival. Tivemos depois o rock alternativo de Anna Calvi que, com a sua clara destreza na guitarra, conseguiu prender, pelo me-nos por alguns momentos, a atenção de todos os que a escutavam.

Para fechar o Palco EDP entraram em cena os Kasabian, banda mítica de indie rock, com algu-mas influências electrónicas. Vindos de terras de sua majestade, subiram ao palco e mostraram sem qualquer dificuldade como se faz um bom

concerto. O público dirigiu-se então para o palco after-hours Vodafone, onde entraram em cena os Crystal Fighters. Com uma energia impression-ante, não deixaram o público descansar nem um segundo durante todo o concerto. Temas como “I Love London” ou “Plage” levaram ao rubro todos os festivaleiros que por ali andavam.O dia 17 voltou a brindar-nos com sol e calor, para a despedida da paisagem de Paredes de Coura. Os concertos iniciaram-se pelas 18h no palco Voda-fone, com Youthless, o duo que veio apresentar o álbum Telemachy. De seguida contámos com os portugueses Best Youth, já considerados pela crítica como uma das novas bandas mais emer-gentes da cena indie portuguesa. Continuámos com o dream pop dos Memoryhouse, que vieram apresentar o seu álbum mais recente, The Slide-show Effect. God is an Astronaut foram a última banda a actuar neste palco. Reconhecidos como uma das melhores bandas ao vivo da actualidade, a banda apresentou um impressionante jogo de luzes, com um vídeo diferente a acompanhar cada uma das músicas.

Entretanto, no palco EDP vibrava-se com a boa disposição dos portugueses Ladrões do Tempo e Capitão Fausto. Seguiram-se os Go Team, que puseram todo o público a dançar e a entoar as suas músicas. A energia da vocalista – e de toda a banda, verdade seja dita – é contagiante e não deixa ninguém indiferente. O anfiteatro natural de Paredes de Coura estava a encher como ainda não se tinha visto este ano. Depois dos britânicos, foi a vez de os portugueses entrarem em acção naquela que foi a noite mais portuguesa do Palco EDP. Os Dead Combo assumiram as hostes da noite com a sua aparência mística, muito marcada pelo característico chapéu de Tó Trips e os óculos de sol de Pedro Gonçalves. Rodeados de rosas, os dois portugueses mostraram a sua música experimen-tal muito inspirada no fado, mas que mistura esti-los como o rock, western, blues e outros.

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Por fim, um dos concertos mais aguardados de todo o festival: Ornatos Violeta. Mais de dez anos após a separação, a banda voltava a um dos pal-cos que os viu nascer para o panorama da músi-ca nacional, Paredes de Coura. A expectativa era muita e o cenário foi arrepiante, enquanto a nostalgia atingia todos os presentes, incluindo os membros da banda. Os temas mais emblemáticos da banda, como “Ouvi Dizer” ou “Chaga”, levaram o público ao rubro. Momento ideal para olhar em volta para uma multidão de pessoas a cantar em uníssono e tentar “fotografar” o momento, para mais tarde recordar.

O after-hours foi no palco Vodafone, com Chro-matics e Sunta Templeton. Mais umas horas para os festivaleiros mais resistentes testarem as suas energias e despedirem-se de mais um ano desde festival maravilhoso.Ao sair de Paredes de Coura e ao lançar o último olhar sobre o agora calmo recinto, não sabemos o que esperar do tempo que nos separa da próxima edição do festival. No entanto, de uma coisa esta-mos certos: para o ano estaremos de volta. Pare-des de Coura, I loved you in the best way possible (Dry The River – No Rest)!

Ana Raquel Vilela

Rapidinhas do Núcleo

João César

- O que andas a ouvir? Future Islands, Sublime, Queens of the Stone Age, Ray Barbee, Piers Faccini, Led Zeppelin, Eagles of Death Metal, Alice in Chains.

- Um álbum: Unplugged dos Nirvana.

- Um concerto: Pearl Jam no Pavilhão Atlântico em 2006.

Rui Saldanha

- O que andas a ouvir? The Cinematic Orchestra presents In Motion #1 e o End Note dos Enablers.

- Um álbum: De-Loused in the Comatorium, dos The Mars Volta e o Rounds, de Four Tet.

- Um concerto: My Bloody Valentine no Primavera Sound 2009 e Mogwai na Aula Magna também em 2009.

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14 Maltês + Flume Lisboa, Jardim da Estrela (16h, livre)

14 Urze de Lume Fnac Chiado (17h, livre)

15 Full Blast Galeria Zé dos Bois (22h, 10€)

16 Tyketto MusicBox (22h, 18€)

16 Roda de Choro de Lisboa Ritz Clube (22h30, 5€)

17 Capitão Capitão Bacalhoeiro (22h, 3€)

18 Blind Zero Hard Rock Café (22h30, 6€)

18 Willy Moon + Anarchicks MusicBox (23h, livre)

19 Southbank Instituto Superior Técnico (22h, livre)

20 Keane Campo Pequeno (21h, desde 21€)

20 Fausto Coliseu dos Recreios (22h, desde 40 €)

20 WhoMadeWho MusicBox (23h30, 10€)

21 Negativland Galeria Zé dos Bois (22h, 8€)

22 Richard Hawley TMN ao Vivo (21h, 22€)

23 Fun. + Walk the Moon TMN ao Vivo (21h, 23€)

24 Elektra Zagreb Estação de metro do Cais do Sodré (17h, livre)

24 The Black Mamba + The Portudelphia Project Ritz Club (22h, 5€)

25 Ornatos Violeta Coliseu dos Recreios (21h30, desde 25€)

25 Uni_form + The Hypers Estação de metro do Cais do Sodré (17h, livre)

25 You Can’t Win, Charlie Brown + Minta & The Brook Trout + Walter Benjamin + Márcia Praça de São Paulo (22h30, livre)

25 Jorge Palma Teatro Tivoli (21h30, desde 17,50€)

26 Bon Iver Campo Pequeno (21h, desde 25€)

26 PAUS Centro Cultural de Belém (21h, desde 12,50€)

26 DJ Ride + Capicua + Da Chick + Best Youth + Memória de Peixe Praça de São Paulo (22h30, livre)

26 Six Organs of Admitance + Gala Drop MusicBox (23h30, 10€)

27 Miguel Araújo + Julie & The Carjackers + Roda de Choro de Lisboa + Real Combo Lisbo-nense Praça de São Paulo (22h30, livre)

30 The Memorials MusicBox (23h, 12€)

AgendaOutubro

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Núcleo de Rádio AEFFUL |[email protected] http://www.facebook.com/Nucleo.de.radio.AEFFUL|http://www.myspace.com/nucleoradioaefful

2012/2013Membros

Colaboradores

Joana Vieira

Ana Raquel Vilela Bernardo Duarte

Eduardo Costa

Rafael Baptista

João Pereira Rui Saldanha

Ana Rita Cunha Diogo Pires Micaela Marcos Sofia Almeida

David Dias Mariana Romão Ana Rosa Tiago CláudioMila Mikovic

Coordenadora Vice-Coordenador Relações Internas

Vice-Coordenador Relações Externas

Tesoureiro

Núcleo Editorial Núcleo EditorialNúcleo Editorial

SecretárioPatrícia Almeida