Nº 42 - Abril 2015 newsletter - escolaintercultural.pt · Como fazer? EIPDA newsletter 03 ... para...

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Nº 42 - Abril 2015

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O objetivo é criar uma estrutura de trabalho cooperativo entre professores/formadores, técnicas e alunos/formandos, havendo lugar para o trabalho individual dentro e fora da aula, respeitando o tempo de cada um. A recuperação de módulos/disciplinas ou compensação de horas em falta será sempre assegurada.O próximo passo será promover o trabalho rotativo do professor/formador com os alunos/formandos, onde o professor e toda a equipa ligada à formação terá uma colaboração de forma ativa e muito presente.O nosso maior desafio é ensinar os que não querem aprender... A nós, profissionais ligados à Educação, só nos resta um caminho: inovar, adaptar, questionar, experimentar, avaliar, cooperar e...aceitar a mudança.O nosso público mudou. Mudou mesmo.Não podemos continuar a ensinar da mesma forma que há 10 ou 20 anos. Estruturas de ensino inertes, estáticas, monótonas, teóricas não dizem nada aos jovens e até mesmo aos adultos. Há que despertar a curiosidade no jovem, há que mostrar a aplicabilidade do que é ensinado. Toda a estrutura tem de estar próxima do aluno/formando.

Adelino SerrasDiretor-Geral

Diferentes ritmos de aprendizagemComo fazer?

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Roadshow “De Fio a Pavio”

“O óleo de cozinha é uma das maiores causas de contaminação das águas, em que 1L de óleo contamina até 1000 litros de água e cria uma fina camada à superfície desta que impede a sua oxigenação e causa a destruição da fauna e flora.” (Oil2Wax e SOVENA) .

Com o objetivo de alertar os nossos alunos para este flagelo, a professora Ana Ferreira aceitou o convite da Oil2Wax e SOVENA para participar no Roadshow “De Fio a Pavio”. Este realizou-se no dia 6 de março de manhã na sala polivalente da Escola Intercultural das Profissões e do Desporto – Pólo da Reboleira – para as 4 turmas do Projecto 12-15 e onde, praticamente, todos os alunos presentes puderam interagir. Foi uma atividade muito interessante, os alunos mantiveram-se atentos e puderam elaborar uma vela ecológica para cada turma. No final ainda foi entregue um Kit para que cada um possa fazer a sua própria vela ecológica em casa.Sem dúvida, uma atividade a repetir no próximo ano letivo! O meu agradecimento à Oil2Wax e Sovena pela iniciativa.

A professora, Ana Ferreira

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Aula prática de montagem de painéis fotovoltaicos

A Turma TSF1, realizou na formação prática do formador Carlos Cardoso a montagem de painéis solares fotovoltaicos. Todos desenvolveram esta actividade com grande empenho e interesse.Os formandos executaram uma instalação solar fotovoltaica do tipo isolada, com autonomia de 350W de potência. Devido às baterias, esta instalação, pode trabalhar algumas horas sem sol, podendo iluminar uma pequena habitação e equipamento, por exemplo, um pequeno frigorífico.Esta tecnologia apresenta inúmeros benefícios. Não tem peças móveis, o que é muito vantajoso na utilização em locais isolados e onde não exista fornecimento de energia eléctrica. Por outro lado, permite montagens simples e ajustáveis a várias necessidades energéticas. Estes sistemas podem ser dimensionados para várias utilizações, que vão desde alguns Watts até Kilowatts. A sua manutenção é quase inexistente. É uma tecnologia amiga do ambiente, pois não é poluente e é silenciosa, permitindo absorver a radiação solar e convertê-la em energia eléctrica para utilização do nosso dia-a-dia.Uma instalação solar fotovoltaica permite poupar muito dinheiro mensalmente na factura da energia eléctrica.Em locais isolados, sem alimentação de energia eléctrica, uma instalação pode alterar por completo a vida das populações.

O formador, Carlos Cardoso

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Eduardo Tavares no Mercy Hotel

Sou o Eduardo Tavares, formando do Curso de Técnico de Instalações Eléctricas, e iniciei o segundo ano de estágio

no Serviço de Manutenção do Hotel Mercy, com a duração de 2 meses e meio.

O estágio é bom, porque temos a noção de como é o trabalho e a prática.

O chefe de manutenção do Hotel, Sr. Aristides Pestana, meu tutor do estágio, foi-

me integrando no trabalho explicando as várias tarefas a serem desenvolvidas ao

longo do dia. Acompanhei-o em todos os procedimentos, observando e ouvindo

as suas recomendações sobre as melhores formas de proceder nos vários locais da

manutenção, também me foi alertando sobre alguns pormenores que poderiam

melhorar o meu desempenho e explicou claramente a atitude a ter perante as

diferentes reacções dos hóspedes. Sempre que surgem dúvidas, esclareço-as com o

meu tutor. De um modo geral, fui muito bem recebido pela equipa da manutenção,

o que está a ter um contributo positivo no decorrer do estágio. A minha integração foi muito importante pois

assumi logo um lugar ativo, auxiliava em tudo o que fosse preciso. As tarefas desenvolvidas são muitas. Ao longo

do dia, é necessário articularmo-nos todos para que tudo corra bem e por isso acabamos por aprender a estar

e a trabalhar em várias frentes de serviços relacionados com a manutenção dos equipamentos que existem

no hotel. Ao longo destes dois meses e meio de estágio, as aprendizagens têm sido inúmeras. Para mim, lidar

diariamente com avarias que muitas vezes apenas tinha visto num catálogo foi das experiências de trabalho

mais gratificantes até hoje. Por vezes, desenvolvo tarefas relacionadas com avarias, agora já sei como funcionam

determinados equipamentos e quais as suas necessidades de manutenção e reparação. Um dia de aulas é muito

diferente de um dia de trabalho. Muitas vezes fico cansado, mas faço um esforço para atingir o objetivo, que para

mim é uma mais-valia tanto em termos pessoais como profissionais. Trabalhar em contexto real, envolve um

esforço físico e mental, é exigente, mas tenho aprendido muito. Estar em constante movimento oito horas por dia

resulta num grande cansaço, não é todos os dias, mas quando as avarias aparecem temos de agir rapidamente e

saber aguentar a pressão. Aparecem por vezes avarias complicadas e é preciso pensar muito, como por exemplo

num quadro elétrico, nas tomadas, nos transformadores, nos suportes das lâmpadas. Com o passar do tempo

fui-me habituando. Só passando por experiências deste tipo se aprende a valorizar quem trabalha com este

tipo de equipamentos. A electricidade tem o seu grau de dificuldade, deve-se pensar muito e saber o que se

está a fazer, pois qualquer erro significa problemas graves. Acredito que a boa nota depende principalmente da

predisposição, saber estar e o querer aprender. Com gosto tudo se torna mais fácil e acredito que interagindo

com os colegas e trocando ideias, tornamo-nos pessoas melhores. Espero no próximo estágio estar mais bem

preparado para esta tarefa que não é fácil.

Vou continuar a empenhar-me e a aproveitar os conhecimentos do tutor que está disponível para me passar toda

a experiência que adquiriu ao longo de doze anos de trabalho, espero corresponder às expectativas criadas por

mim e por ele, pois só assim poderei desempenhar esta difícil tarefa.Eduardo Mendes Tavares

Formando do 2.º ano do Curso de Técnico de Instalações Eléctricas

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EIPDA cria Horta Pedagógica

A Escola Intercultural e das Profissões criou uma horta Pedagógica. Os objetivos que presidiram a este projeto foram:• AssinalaraPrimavera;• AproximaracomunidadeescolardaNatureza;• Dinamizarosespaçosexterioresdaescolacomacriaçãodeplantaçõestemáticas;• Experimentardiferentesculturaseformasdegerminação;• Observareinvestigarodesenvolvimentodassementeseplantas;• Prepararreceitasedegustaçãodosalimentossemeados,cultivadosecolhidos;• Apoiaraformaçãonasáreasdacozinha,pastelaria,barerestaurantecomumaenormevariedade de plantas aromáticas.

A Horta tem sido a atracção de crianças, jovens e adultos.

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Dia Mundial da Árvore - Pólo da Reboleira

À semelhança do que acontece em anos anteriores, a Escola Intercultural e das Profissões comemorou este dia tão especial plantando uma amendoeira. Com o sentido de sensibilizar todos os nossos alunos e formandos para a importância da protecção das árvores, ao nível do equilíbrio ecológico, ambiental, aumentando a qualidade de vida. Lembramos, mais uma vez, que ao plantarmos uma árvore, estamos a melhorar o nosso futuro. Este é um desafio de todos na protecção do meio ambiente. Como não podia deixar de ser, também se falou nos 3 R’s de Sustentabilidade (Reduzir, Reutilizar e Reciclar), devendo estar presentes no nosso dia a dia, de forma a preservar o meio ambiente e promover uma vida mais saudável.

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Escola Intercultural e das Profissões assinalou o início da Primavera

No passado dia 20 de Março a Escola Intercultural das Profissões assinalou o início da Primavera com a abertura de um espaço exterior para formandos e alunos à volta da horta pedagógica. A EIPDA contou com a presença do Sr. Vereador António Moreira, o qual plantou um morangueiro com o nosso Diretor-Geral, Engº Adelino Serras. À volta na horta pedagógica, foram colocadas mesas, cadeiras e chapéus para que os nossos formandos possam usufruir de um espaço de convívio ao ar livre. Os formandos adoraram a iniciativa.

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Esta escola, não obrigado!

Escolas com salas de aula com secretárias alinhadas, dois alunos por mesa, paredes com um quadro negro ou branco e um apagador e canetas são passado.Insiste-se nos espaços distintos de trabalho para alunos e professores.Insiste-se em não haver tutoria efetiva dos professores/formadores relativamente aos jovens que necessitam de recuperar matéria.Insiste-se em não haver níveis de ensino diferenciados num mesmo grupo.Nós invertemos este modus operendi. Na nossa escola as paredes das salas podem ser decoradas, os quadros são interativos, estamos ligados ao mundo através da Internet, a disposição das salas varia consoante o objetivo a atingir.O espaço de trabalho entre formadores e formandos é comum, permitindo a interação, o acompanhamento e a tutoria na realização de várias tarefas que o formando necessitar. Tentamos respeitar os ritmos de aprendizagem, dispondo de métodos e técnicas diferenciadas para uns e outros.Seguidamente apresentamos os 4 pilares da educação, base do nosso entendimento.

http://meucerebro.com/neurociencias-e-os-4-pilares-da-educacao-propostos-para-o-seculo-xxi/

É necessário colocar a educação no coração da sociedade durante toda a vida (Delors, 1999).

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A criança é a semente do amanhã. Semente que todo dia é ofertada aos cuidados da educação… Quanto tempo levará para ela brotar? Crescer? Tornar-se árvore? Nove anos? Treze anos? Dezoito anos? Vinte e um anos? Menos? Mais? Nada de prazos!

Dar a cada aluno/formando o seu tempo

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Sala de espera para Visitantes - Um espaço agradável

A escola Intercultural e das Profissões criou uma sala de espera para visitantes. Quem tiver de aguardar pelo seu filho, por uma declaração ou por uma entrevista tem agora um espaço onde pode aguardar, tendo à sua disposição computadores, acesso à internet, ar condicionado e mesas de estudo.

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Eu tenho um sonho

A Escola Intercultural desenvolveu uma série de sessões para os formandos do Sistema Aprendizagem com o objetivo de os motivar a nunca desistirem dos seus sonhos. Para tal contou com o testemunho de dois colaboradores da Escola que partilharam a sua história de vida com as várias turmas. Obrigado Leo Neves e Patrícia Lopes, são uns vencedores! Nunca desistiram, nunca foram pelo caminho mais fácil e hoje são um exemplo para todos nós.

Os formandos agradeceram a partilha das suas histórias de vida revendo-se nelas. Muitos, emocionados, no final da sessão fizeram questão em agradecer pessoalmente aos convidados.

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Olá. Sou a Patrícia Lopes, tenho 22 anos e escrevo para deixar o meu testemunho sobre a minha experiência na Escola Intercultural e das Profissões. Conclui o Curso Técnico de Gestão e decidi inscrever-me no IEFP para fazer um estágio profissional, e fui aceite para fazer um estágio na área da contabilidade, onde fui muito bem recebida por todos os colaboradores. A minha passagem pela Escola Intercultural está a ser excelente tanto a nível profissional como a nível pessoal. A nível profissional estou a adquirir novas competências técnicas e a ganhar experiência. E, a nível pessoal, conheci novas pessoas e posso dizer que fiz muitas amizades.Comecei a estagiar em Abril do ano anterior e é com muita pena, pois estou a adorar trabalhar aqui, que irá terminar em Abril deste ano. Agradeço à Escola Intercultural por esta oportunidade pois será uma mais-valia para o meu ingresso no mercado de trabalho.

Patrícia LopesEstagiária de Contabilidade

EIPDA acolhe estagiária

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Chamo-me Alexandra Arraiolos, tenho 42 anos e moro no concelho da Amadora. Sempre trabalhei na área financeira e quando fiquei desempregada, no início de 2012, aproveitei para concretizar o meu projeto profissional de há muito tempo, concluir o 12º ano e a certificação profissional. Ingressei no curso de Educação e Formação de Adultos – Contabilidade e Gestão no IEFP da Amadora. Como Já conhecia a Escola Intercultural e das Profissões e, acredito no seu projeto e no conceito da formação profissional dos jovens, consegui concluir o meu curso com o estágio curricular na EIPDA onde fui muito bem recebida tanto no departamento financeiro, onde estagiei, como por todos os colaboradores da escola. O Estágio Profissional foi um processo natural na continuidade da minha aprendizagem. Termino o estágio no mês de julho e só posso dizer que tem sido uma experiencia profissional extremamente enriquecedora e desafiante. Tenho tido a oportunidade de enfrentar novos desafios. Quero agradecer a estabilidade e o apoio importantes para conseguir autonomia nas funções que me são propostas. Agradecer à excelente profissional e colega Rita Fernandes e à supervisão do Dr. Luís Agostinho. Espero que o futuro continue risonho.Desejo a todos os formandos a sorte de encontrar bons profissionais no seu percurso e que consigam aproveitar todas as aprendizagens ao longo da sua vida profissional mas acima de tudo, que acreditem no seu valor e na capacidade de vencer.

Alexandra ArraiolosEstagiária de Contabilidade

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Celebração da Páscoa

A Escola Intercultural das Profissões e do Desporto da Amadora, E.M., elaborou lembranças para distribuir em diversas instituições com o intuito de assinalar a Páscoa.

Os formandos do sistema Aprendizagem e os alunos do Projecto 12-15, juntaram-se e deram largas à sua imaginação. Cada um fez aquilo que melhor sabia dando o seu contributo.As turmas de Cozinha e Pastelaria, arregaçaram as mangas e puseram a mão na massa, dando origem a deliciosos biscoitos em forma de coelho. As turmas do Projecto 12-15, agarraram-se aos lápis e às canetas pintando belíssimos cartões.E é isso que a nossa escola precisa. Formandos e alunos com força de vontade e com determinação.

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-Boas Recordações-

Já cheira a Primavera

Há cursos a começar

Estamos, á tua espera

Agora, vais cá andar

As meninas e meninos

Que se vieram inscrever

Sentem-se bem pequeninos

Com vontade de crescer

Conseguiram cá entrar

Vão ter uma profissão

Este será um lugar

Que levam no coração

Nunca mais, irão esquecer

A escola das profissões

Vai ajudar a viver

Com boas recordações

Zulmira Martins

Recepcionista

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Serviço gratuito de apoio à comunidade imigrante na EIPDA desde 2013

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Refundar a escola é uma necessidade para que os alunos encontrem na vida escolar a alegria do conhecimento.Volto àquela crítica que tão frequentemente se faz à Educação: empreender demasiadas reformas. Diz-se até que algumas destas reformas acabam por ser “reformadas” antes que tenham tempo de reformar o que quer que seja.Existiram reformas que, a meio da sua implementação foram julgadas inadequadas. É certo que sim. Mas estes casos pontuais – a maioria das vezes relacionados com programas curriculares – não podem justificar uma empedernida resistência a que algo se mude na Educação em nome da “estabilidade”. Às vozes que clamam “Deem tempo à Educação para sedimentar os seus procedimentos” devemos perguntar: “Sedimentar o quê? Práticas e modelos que já provaram que estão desajustados aos alunos de hoje?”Recentemente vieram a público dois movimentos reformistas de sistemas de educação e de ensino de grande impacto. O primeiro foi desenvolvido pelas escolas jesuíticas da Catalunha. Em três colégios foi posta em prática uma ambiciosa reforma chamada “Educació 2020” que implicou uma alteração radical na forma como as escolas se organizam. Foram abolidas as disciplinas, os exames e os horários e a aprendizagem dos alunos desenrola-se inteiramente em grupos com a supervisão de professores. Segundo um dos responsáveis desta reforma: “A escola é o local onde mais se fala de trabalho de grupo e aquele onde menos se pratica.” Trata-se, segundo o mesmo responsável “de procurar desenvolver todo o potencial dos alunos tornando-os protagonistas e levando-os a descobrir o seu projeto de vida e ensiná-los a refletir, porque eles vão viver numa época que os vai surpreender”.

Refundar a escola

David Rodrigues Professor universitário,

presidente da Pró-Inclusão/Associação Nacional

de Docentes de Educação Especial

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Os resultados na motivação dos alunos são evidentes e eles participam empenhadamente nos projetos que delinearam e pelos quais se tornaram responsáveis. Esta reforma não pode deixar de atribuir notas, mas, para lá chegar, analisa primeiro quais as competências que o aluno adquiriu e logo, mediante um algoritmo, transforma as competências adquiridas nas notas que são legalmente requeridas.Uma outra reforma é aquela que o Ministério da Educação francês acaba de propor para entrar em vigor no ensino secundário já em 2016. O ponto de partida enunciado pela ministra de Educação francesa, Najat Vallaud-Belkacem, é o de que o ensino secundário é antes de mais profundamente inigualitário, que não é significativo para um grande número de alunos que se aborrecem, se desmotivam e precocemente têm insucesso e abandonam a escola. Esta reforma assenta em três pilares: flexibilidade, autonomia e interdisciplinaridade. A reforma do Governo francês sustenta que as escolas devem alterar a sua forma de ensinar, dando mais importância aos trabalhos de projeto, aos trabalhos de grupo e proporcionando aos alunos oportunidades de procurar relacionar a sua aprendizagem com aspetos práticos do quotidiano, tornando as suas aprendizagens úteis, coerentes e significativas. Este programa implica a criação de módulos transversais e interdisciplinares como, por exemplo, “Desenvolvimento sustentável” ou “O mundo económico e profissional”. Um quinto do horário global da escola é deixado à responsabilidade dos professores para desenvolver “novas formas de ensino”, trabalho em pequenos grupos, acompanhamento personalizado e o aprofundamento disciplinar.Estes dois exemplos mostram que ser avesso a reformas estruturais da Educação é, no tempo presente, uma posição não só conservadora mas irresponsável face à responsabilidade de prepararmos os nossos jovens para participar e serem úteis nas sociedades do futuro. A perspetiva do back to basics, isto é, regressar aos currículos, às metodologias, aos valores e à organização da escola na qual os mais velhos foram educados, é um sonho de alguns que, se for cumprido, se tornará para os nossos alunos um verdadeiro pesadelo.O Ministério da Educação francês não hesita em intitular a sua reforma como uma “refundação da escola”. Refundar a escola significa que é necessário e urgente que a escola volte a ser pensada, porque a forma como ela foi pensada no século XIX – e que não sofreu mudanças essenciais desde então – não é adequada aos tempos que vivemos. Não se adequa, porque a escola “antiga” foi pensada para ensinar só alguns e não todos, foi pensada para ser frequentada por alunos evidentemente motivados e identificados com a linguagem e ambientes que nela se produziam, foi pensada para que não se pensasse, só se transmitisse e reproduzisse mais tarde o que foi transmitido.Refundar a escola é pois uma necessidade para que os alunos encontrem na vida escolar a alegria do conhecimento, a fraternidade da relação e o sonho da descoberta.

Fonte: www.publico.pt

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Nesta edição colaboraram: Paula Pereira, Dália Miranda, Zulmira Martins, Ana Ferreira, Patrícia Lopes, Alexandra Arraiolos, Leo Neves, Carlos Cardoso, Eduardo Tavares.