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Justiça proíbe exibição de peça inspirada no caso Isabella Morte da garota Isabella Nardoni, que foi atirada da janela de seu quarto em 2008, comoveu o Brasil. Peça inspirada no caso foi proibida após pedido da mãe da criança Amanda Previdelli, de Caso Nardoni | 04/03/2013 09:23 Divulgação/Satyros "Edifício London": peça trazia a temática das novas relações familiares e foi inspirada no assassinato da menina Isabella Nardoni, que ocorreu em 2008 São Paulo - A peça "Edifício London", que tinha sua estreia marcada para dia 2 de março no Satyros 1, em São Paulo, foi retirada após decisão da 6ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo. A peça se baseava no caso Isabella Nardoni, menina de

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Justiça proíbe exibição de peça inspirada no caso IsabellaMorte da garota Isabella Nardoni, que foi atirada da janela de seu quarto em 2008, comoveu o Brasil. Peça inspirada no caso foi proibida após pedido da mãe da criança

Amanda Previdelli, de 

Caso Nardoni | 04/03/2013 09:23

  

Divulgação/Satyros

"Edifício London": peça trazia a temática das novas relações familiares e foi inspirada no assassinato da menina Isabella Nardoni, que ocorreu em 2008

São Paulo - A peça "Edifício London", que tinha sua estreia marcada para dia 2 de março no Satyros 1, em São Paulo, foi retirada após decisão da 6ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo. A peça se baseava no caso Isabella Nardoni, menina de cinco anos que morreu após ser jogada da janela de seu quarto. Em 2008, o crime comoveu o país. Seu pai e sua madrasta foram condenados pelo assassinato que negam ter cometido.

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A suspensão da peça aconteceu após pedido da mãe da garota, Ana Carolina Oliveira, que entrou com uma ação na Justiça. De acordo com a decisão, a encenação faz referências diretas ao assassinato da filha de Ana Carolina. O desembargador do caso, Marcelo Fortes Barbosa Filho, chegou a dizer na decisão que "em verdadeira aberração, é, inclusive, lançada uma boneca decapitada por uma janela, configurando violação à imagem de sua filha morta e efetiva agressão a sua pessoa".

Em nota, a Cia de Teatro Os Satyros afirma que "Edifício London" é inspirada em peças teatrais de Shakespeare e Eurípedes, além do "caso policial brasileiro que abalou o país e ficou conhecido como Caso Isabella". O grupo promete recorrer à decisão. Confira nota na íntegra abaixo.

No site do grupo Satyros, o informativo explicando a "Edifício London" dá conta que "A peça lança um olhar para a nova configuração familiar e afetiva e estabelece um ambiente transitório entre realidade e fantasia, sem qualquer juízo de valor, deixando as lacunas para serem preenchidas pelo espectador." e não faz referências ao caso Isabella, apesar de a inspiração ter sido citada na mídia e em entrevistas do próprio dramaturgo Lucas Arantes, escritor da peça.

Confira nota do grupo Satyros na íntegra:

"A Cia de Teatro Os Satyros informa que, em respeito a decisão proferida pelo Excelentíssimo Senhor Desembargador Dr. Fortes Barbosa, da 6a. Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, a estreia da peça teatral 'Edifício London', escrita pelo talentoso dramaturgo Lucas Arantes e que teve como ponto de partida e inspiração as peças teatrais Macbeth, de William Shakespeare, Medéia, de Eurípedes, e o caso policial brasileiro que abalou o país e ficou conhecido como Caso Isabella, foi cancelada.

Informamos que serão adotadas todas as medidas necessárias fazer valer o que prescreve o inciso IX, do artigo 5o., da Constituição Federal brasileira, que diz, de forma clara e precisa, que "é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença"."

Publicado em 02/03/2013 às 19h51

“Faltou sensibilidade”, diz Gloria Perez sobre peça inspirada em Isabella

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Nardoni; Marcilio Moares defende encenação do grupo Os Satyros

Tags: edifício london, estreia, gloria perez, isabella nardoni, liminar, lucas arantes,marcilio moraes, miguel arcanjo prado, polêmica, r7, reportagem, satyros, teatro

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Cena do espetáculo Edifício London, impedido de estrear: censura provoca polêmica na sociedade - Foto: Bob Sousa

Por Miguel Arcanjo Prado A censura judicial à peça Edifício London gera polêmica não só na sociedade como também no meio artístico (saiba aqui o que aconteceu). O texto foi escrito pelo dramaturgo Lucas Arantes e seria encenado pelo grupo teatral paulistano Os Satyros, com direção de Fabricio Castro, como antecipou o R7 em dezembro de 2012.O espetáculo teve como inspiração o assassinato da menina Isabella Nardoni, jogada da janela pelo próprio pai e a madrasta, que permanecem presos após serem condenados pelo crime.

Uma liminar conseguida pelos advogados da mãe da garota, Ana Carolina Oliveira, impediu a estreia do espetáculo na noite deste sábado (2).

Gloria Perez: "Faltou sensibilidade"Procurada pelo Atores & Bastidores do R7, a escritora Gloria Perez, autora da novelaSalve Jorge (Globo), deu sua opinião sobre o caso. Na época em que a menina

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Isabella Nardoni foi assassinada, quase cinco anos atrás, Gloria, que também teve a filha Daniella Perez assassinada, deu apoio à mãe da garota, Ana Carolina Oliveira.Gloria falou que a liberdade de expressão é tão importante quanto os direitos individuais.

– É um assunto muito delicado [o cancelamento da peça pela Justiça]; dou razão à mãe da Isabella: a liberdade de expressão é um direito muito caro a todos nós e duramente conquistado, mas os direitos individuais não são menos importantes e também estão resguardados pela Constituição.

Gloria ainda explicou o porquê de seu apoio à mãe de Isabella.

– Deve ser muito doloroso para a família de Isabella ver aquela tragédia transformada numa encenação teatral, que como todo espetáculo, não terá compromisso em se ater à verdade dos fatos. Faltou sensibilidade. É o que eu penso.

Marcilio Moraes: "Em plena ditadura houve espetáculo semelhante e não houve censura"Já o novelista da Record Marcílio Moraes é favorável ao espetáculo. Em texto escrito por meio da Associação de Roteiristas, entidade da qual é conselheiro, o autor lembrou que escreveu, em 1979, um espetáculo baseado em um crime semelhante ao de Isabella Nardoni, O Último Dia de Aracelli, que contou com Aracy Balabanian no elenco.– Como esta [peça] do grupo Satyros, [a minha também] baseava-se num caso policial, de uma menina assassinada anos antes, no Espírito Santo. Escrevi a peça a partir de um romance de José Louzeiro, reportagens e documentos judiciais. Naquela época, ainda existia a censura e, além dela, tivemos medo de alguma ação contra o espetáculo, porque a sórdida história envolvia gente poderosa.

Mas, segundo Moraes, não houve censura ao seu espetáculo.

– Mas nada aconteceu. O espetáculo fez carreira, teve boas críticas e indicações para prêmios. Não sei se é o caso, mas o pessoal dos Satyros poderia usar este exemplo. Mostrar que em plena ditadura houve um espetáculo semelhante ao deles que não sofreu cerceamentos.

Multa é de R$ 10 mil; Satyros vão recorrerEm sua página oficial, o grupo Os Satyros, comandado pelos artistas Ivam Cabral e Rodolfo García Vázquez, publicou nota dizendo que irá respeitar a Justiça, mas que recorreria da liminar. Caso a obra seja encenada, a multa é de R$ 10 mil.

Leia o comunicado oficial dos Satyros:"A Cia de Teatro Os Satyros informa que, em respeito a decisão proferida pelo Excelentíssimo Senhor Desembargador Dr. Fortes Barbosa, da 6a. Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, a estreia da peça teatral 'Edifício London', escrita pelo talentoso dramaturgo Lucas Arantes e que teve como ponto de partida e inspiração as peças teatrais Macbeth, de William Shakespeare, Medéia, de Eurípedes, e o caso policial brasileiro que abalou o país e ficou conhecido como Caso Isabella, foi cancelada.Informamos que serão adotadas todas as medidas necessárias fazer valer o que prescreve o inciso IX, do artigo 5o., da Constituição Federal brasileira, que diz, de

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forma clara e precisa, que "é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença."E você, o que pensa dessa polêmica? Opine!

Você é contra ou a favor de a Justiça ter proibido a estreia da peça Edifício London, de Lucas Arantes, inspirada no Caso Isabella Nardoni, com o grupo Os Satyros?

 Sou contra a proibição da peça. Porque acho que os artistas têm o livre direito de refletir sobre o que acontece na sociedade. Proibir o espetáculo é a volta da censura.

 Sou a favor da proibição da peça. Porque acho que a mãe da menina Isabella tem o direito de não querer que a história de sua filha inspire um espetáculo.

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Cartaz do espetáculo Edifício London, impedido de estrear por conta de uma liminar judicial

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Publicado em 01/03/2013 às 22h22

Justiça cancela peça Edifício London, inspirada no Caso Isabella Nardoni; Satyros prometem recorrer

Tags: censura, edifício london, espetáculo, isabella nardoni, lucas arantes,satyros6 Comentários

 

Cena do espetáculo Edifício London, fotografado com exclusividade por Bob Sousa

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Por Miguel Arcanjo PradoA Justiça proibiu, por meio de uma liminar, a estreia do espetáculo Edifício London em São Paulo, que ocorreria neste sábado (2), à meia-noite, no Espaço dos Satyros 1, na praça Roosevelt. A informação foi divulgada pelo próprio grupo teatral, na noite desta sexta (1°), em seu site oficial e nas redes sociais.A peça, escrita pelo dramaturgo Lucas Arantes, de Ribeirão Preto (SP), e dirigida por Fabrício Castro, foi inspirada no Caso Isabella Nardoni, como antecipou o R7 em dezembro de 2012 com exclusividade. Tanto que seu nome é uma clara referência ao prédio onde o crime ocorreu.A ação foi movida pelos advogados da mãe da menina Isabella, Ana Carolina Oliveira, que acusou a obra de promover "uma verdadeira aberração". Segundo Ana, ela seria retratada na obra como "uma mulher despreocupada com a prole e envolvida com a vulgaridade". Procurados pela reportagem, integrantes do grupo disseram que Ana Carolina Oliveira não chegou a assistir a peça para fazer tais considerações.

A Cia de Teatro Os Satyros soltou comunicado oficial em seu site, na noite desta sexta-feira (1°), para informar que “em respeito a decisão proferida pelo Excelentíssimo Senhor Desembargador Dr. Fortes Barbosa, da 6a. Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, a estreia da peça teatral Edifício London, escrita pelo talentoso dramaturgo Lucas Arantes e que teve como ponto de partida e inspiração as peças teatrais Macbeth, de William Shakespeare, Medeia, de Eurípedes, e o caso policial brasileiro que abalou o país e ficou conhecido como Caso Isabella, foi cancelada”.No comunicado, o grupo liderado pelos artistas Ivam Cabral e Rodolfo García Vázquez ainda diz que “serão adotadas todas as medidas necessárias fazer valer o que prescreve o inciso IX, do artigo 5o. da Constituição Federal brasileira, que diz, de forma clara e precisa, que "é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença".

Caso o grupo descumpra a ordem judicial e o espetáculo seja apresentado, a multa estipulada é de R$ 10 mil. Após a notícia, vários artistas ligados ao teatro se manifestaram na internet e acusaram a decisão de "volta da censura".

Em fevereiro, o Atores & Bastidores do R7 entreveisou os protagonistas da obra, os atores Davi Tostes e Samira Lochter. Na época, eles faziam os últimos ensaios e revelaram que tratariam o tema com respeito. A reportagem ainda trouxe imagens inéditas da obra, feitas pelo fotógrafo Bob Sousa. Durante a entrevista, tanto Samira quanto Davi disseram que estavam "apreensivos" com a estreia.Também em entrevista ao R7, em dezembro de 2012, o dramaturgo Lucas Arantes afirmou que fez o espetáculo para "discutir o papel da arte como crônica de seu tempo". O texto da peça Edifício London virou livro pela Editora Coruja.Toda esta polêmica acontece no mês em que a morte da menina completará cinco anos. Na noite do dia 28 de março de 2008, Isabella Nardoni, de cinco anos, morreu após ser atirada pela janela do sexto andar do Edifício London, na zona norte paulistana. O pai, Alexandre Nardoni, e a madrasta, Anna Carolina Jatobá, foram condenados por homicídio doloso triplamente qualificado e estão presos (veja cobertura completa do R7 sobre o caso).

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 Sou contra a proibição da peça. Porque acho que os artistas têm o livre direito de refletir sobre o que acontece na sociedade. Proibir o espetáculo é a volta da censura.

 Sou a favor da proibição da peça. Porque acho que a mãe da menina Isabella tem o direito de não querer que a história de sua filha inspire um espetáculo. Publicado em 06/12/2012 às 11h21

Caso Isabella Nardoni vira peça de teatro

Dramaturgo Lucas Arantes escreveu espetáculo inspirado no caso da menina Isabella - Foto: Bob Sousa

Por Miguel Arcanjo PradoUm crime que chocou o Brasil acaba de virar espetáculo teatral nas mãos do dramaturgo Lucas Arantes, de Ribeirão Preto (SP). 

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Ele se inspirou no caso da menina Isabella Nardoni   para criar a peça Edifício London - o nome é uma referência ao prédio na zona norte paulistana de onde a garota foi jogada. O espetáculo ganha forma de livro, lançado pela Editora Coruja, especializada em publicar textos inéditos na Coleção Rascunho. 

O texto já ganhou encenação em Ribeirão Preto pelo grupo Os Satyros, com direção Fabrício Castro e coordenação de Rodolfo García Vázquez, que assina o texto de apresentação do autor da obra.

A previsão é que a peça Edifício London faça temporada na capital paulista em março de 2013.

Samira Lochter será a madrasta de Isabella

A atriz Samira Lochter vai interpretar a personagem inspirada na madrasta da menina Isabella, Ana Carolina Jatobá, condenada pelo crime, assim como o pai, Alexandre Nardoni.

Arantes conta que, por meio da peça, seu objetivo é "discutir o papel da arte como crônica de seu tempo".

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A Coleção Rascunho ainda traz o livro Nada Não, Só Câncer, de José Chiavenato, e Outras Histórias, de Ruy Marques Ferreira.O preço é barato. Cada livro custa apenas R$ 10 e pode sercomprado pela internet.Veja, abaixo, um trecho da peça Edifício London, de Lucas Arantes:

"O jornal é uma espécie de psicólogo social. Quando uma tragédia anunciada ocorre, ele busca organizar o luto de uma sociedade inteira. A notícia é a presentificação de um marco. Quanto mais tempos os noticiários anunciam um fato, mais marcante esse acontecimento é. A diferença é que o luto não é eterno. Com o tempo, outras fissuras vão sendo criadas na sociedade, novos acontecimentos que os jornais precisam falar. Eventualmente, algumas tragédias são lembradas em datas comemorativas como um marco para suplantar a dor dessa falha social, desse bolo de pessoas que se reuniram para tentar fugir da morte. Aos poucos, nós vamos esquecendo e os jornais também. Mas quando o jornal não dá conta de suplantar o mistério, de esclarecer os motivos, de responder as perguntas de um acontecimento, a arte tenta cumprir o seu papel de eternizar o enigma."