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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” O IMPACTO DO SEDENTARISMO NA QUALIDADE DE VIDA DOS TRABALHADORES E SUA CONSEQUÊNCIA PARA AS ORGANIZAÇÕES POR: ANDRÉA CARAVELLO BAGGIO DE CASTRO ORIENTADORA: PROFª ADÉLIA ARAÚJO RIO DE JANEIRO JANEIRO/2011

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

O IMPACTO DO SEDENTARISMO NA QUALIDADE

DE VIDA DOS TRABALHADORES E SUA

CONSEQUÊNCIA PARA AS ORGANIZAÇÕES

POR:

ANDRÉA CARAVELLO BAGGIO DE CASTRO

ORIENTADORA:

PROFª ADÉLIA ARAÚJO

RIO DE JANEIRO

JANEIRO/2011

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

O IMPACTO DO SEDENTARISMO NA QUALIDADE

DE VIDA DOS TRABALHADORES E SUA

CONSEQUÊNCIA PARA AS ORGANIZAÇÕES

APRESENTAÇÃO DE MONOGRAFIA À

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES COMO

CONDIÇÃO PRÉVIA PARA A CONCLUSÃO DO

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” EM

GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.

POR: ANDRÉA CARAVELLO BAGGIO DE CASTRO

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AGRADECIMENTOS

AGRADEÇO A DEUS PELA OPORTUNIDADE QUE

TIVE EM FAZER ESSE CURSO, POR SUA FORÇA E

INSPIRAÇÃO PARA SUA CONCLUSÃO; A TODOS

QUE ME INCENTIVARAM, APOIARAM E FORAM

PACIENTES E, EM ESPECIAL, A MEU MARIDO E

FILHOS POR SUA COMPREENSÃO DIANTE DE

MINHAS AUSÊNCIAS.

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DEDICATÓRIA

DEDICO ESSA MONOGRAFIA A MEUS FILHOS

PARA QUE PERCEBAM QUE TODA A DEDICAÇÃO

E ESFORÇO NA BUSCA DO CONHECIMENTO E

APERFEIÇOAMENTO NÃO SÃO EM VÃO. É

PRECISO TER HUMILDADE, PERSEVERANÇA E

DISCIPLINA EM TUDO QUE ESCOLHEMOS EM

NOSSAS VIDAS E, MAIS QUE TUDO, A CERTEZA

QUE NOSSOS OBJETIVOS SERÃO ALCANÇADOS.

NUNCA DESISTAM DE SEUS SONHOS, SENDO

ELES POSSÍVEIS, LUTEM ATÉ CONSEGUIREM.

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RESUMO

Ao longo do século XX as empresas tiveram que se adequar às inovações impostas por

um mercado altamente competitivo e por uma sociedade cada vez mais exigente.

Lentamente começaram a ocorrer mudanças, tais como: implantação de máquinas nas

indústrias em conseqüência de uma modernização necessária, aumento da jornada de

trabalho, cobrança por melhores resultados individuais, por equipes e das organizações

como um todo, focando o aumento de desempenho e produtividade. Essa modernização,

as facilidades e confortos da atualidade e a diminuição de um tempo de lazer, tornou o

trabalhador mais sedentário e por conseqüência, mais vulnerável às situações de

doenças ocupacionais, como estresse e, principalmente, LER (Lesão por Esforço

Repetitivo) e DORT (Distúrbio osteomuscular relacionado ao trabalho), diminuindo

assim sua qualidade de vida. A prática de atividade física é praticamente excluída dos

hábitos cotidianos sendo que o sedentarismo se instalou de tal forma, que é considerado

a doença do século, pois sua conseqüência é avassaladora para o funcionamento do

organismo. Todos os sistemas solicitados durante a execução de atividades físicas

começam a atrofiar e reduzir a resposta para a demanda do corpo e, no caso da

musculatura, pode ocorrer atrofia das fibras musculares trazendo diminuição da

flexibilidade e comprometimento dos órgãos relacionados. Nesse contexto houve uma

preocupação das empresas, trazendo investimentos em programas de Qualidade de

Vida, com a implantação de ferramentas e estratégias de promoção à saúde do

trabalhador. Surgiu então a Ginástica Laboral com o objetivo de melhorar o

desempenho do trabalhador durante a jornada de trabalho, além de conseqüências

sistêmicas para seu bem-estar físico, mental e social, contribuindo também para uma

boa avaliação da empresa que adota seu programa, que demonstra sua preocupação em

oferecer boas condições de Qualidade de Vida no Trabalho.

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METODOLOGIA

Este trabalho trata-se de uma pesquisa explicativa sobre a qualidade de vida no

trabalho cujo foco é o impacto do sedentarismo no trabalhador e na organização. Será

baseada na Escola Condição Humana do Trabalho, onde o trabalhador está inserido

neste contexto biopsicossocial em que a sua saúde irá interferir naquilo que ele é, como

se relaciona e na sua produtividade. Estará também fundamentada em estudos atuais na

área da saúde do trabalhador, psicologia, fisioterapia e educação física, englobando

empresas no Brasil que tenham adotado a ginástica laboral como forma de ação contra o

sedentarismo.

Tal pesquisa tem como fonte para coleta de dados a pesquisa bibliográfica e a

análise de casos. A construção do referencial será feita a partir da análise de livros,

artigos e revistas acadêmicos, publicados nos últimos dez anos disponíveis em mídias

impressas e digitais. Os principais autores a serem estudados são: Chiavenato, 2010;

Detoni, 2001; França, 2004; e Pitanga, 2005.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO....................................................................................... 8

CAPÍTULO I – Qualidade de Vida no Trabalho:

fundamentos e dimensões.............................................. 10

CAPÍTULO II – Sedentarismo: conceitos,

causas e conseqüências.................................................. 19

CAPÍTULO III – Ginástica Laboral: redução do sedentarismo

e manutenção da qualidade de vida............................. 30

CONCLUSÃO......................................................................................... 42

BIBLIOGRAFIA...................................................................................... 43

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INTRODUÇÃO

A qualidade de vida no trabalho (QVT) é um conjunto de ações adotadas pelas

empresas com o objetivo de implantar novos métodos gerenciais, tecnológicos e

estruturais no ambiente de trabalho, no qual os trabalhadores podem experimentar um

ambiente de acolhimento, respeito e preocupação dos gestores com seu bem estar, suas

opiniões e anseios em relação ao seu desenvolvimento biopsicossocial. Tal conceito faz

parte da Escola Condição Humana no Trabalho e que muitas empresas estão adotando

na tentativa de mudar esta relação funcionário-empresa.

Partindo de uma série de comorbidades que afetam diretamente a produtividade

dos trabalhadores e, por conseguinte, da empresa. A inatividade física tem sido

apontada como fator Partindo desta concepção, algumas organizações identificaram o

sedentarismo como um fator preocupante, causador predominante no desenvolvimento

de LER (lesão por esforço repetitivo) e DORT (distúrbios osteomusculares relacionados

ao trabalho), pois com uma nova rotina de trabalho imposta nos tempos atuais,

modernização do ambiente de trabalho, aumento da jornada, imposição de metas que

devem ser cumpridas, o homem se tornou um ser sedentário, utilizando incorretamente

sua musculatura: realizando movimentos repetitivos: se posicionando erroneamente; e

chegando, por vezes, a um estado patológico relacionado ao estresse, ansiedade e

depressão, resultando na limitação de seu desempenho na empresa.

Baseando-se nisso, torna-se necessário que as organizações se preocupem com o

bem estar e a saúde desse trabalhador. O ambiente de trabalho tem um papel

fundamental em sua vida, pois é onde ele passa a maior parte de seu tempo, precisando

estar de acordo com as boas normas de higiene e segurança do trabalho, para que suas

tarefas sejam executadas de forma correta, com conforto e eficiência.

A implantação de um programa de ginástica laboral (GL) tem como objetivo a

prevenção de doenças e o incremento a prática de atividade física, promovendo

inúmeros benefícios para o trabalhador em seu desempenho profissional e para a

empresa aumentando a produtividade, reduzindo o absenteísmo relacionado

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principalmente com as conseqüências de LER e DORT, melhorando, enfim, a qualidade

de vida em todos os seus aspectos.

O objetivo desse estudo é identificar as conseqüências do sedentarismo para o

trabalhador e para a empresa e apresentar ações que as mesmas podem adotar no sentido

de incrementar a prática de atividade física.

No primeiro capítulo será abordada a importância da Qualidade de Vida nas

organizações; no segundo capítulo serão apresentadas as principais doenças causadas

pelo sedentarismo e suas relações com a diminuição da produtividade e no terceiro

capítulo serão demonstrados os efeitos da atividade física para o organismo e, mais

especificamente, da ginástica laboral e sua relação com a manutenção da Qualidade de

Vida no Trabalho.

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CAPÍTULO I

QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO:

FUNDAMENTOS E DIMENSÕES

Durante muitos anos, o trabalho servia para a manutenção e a reprodução

biológica do ser humano e se desempenhou sob a forma de coleta, de trabalho extrativo,

quando veio surgir, mais tarde, a pesca, a caça e o pastoreio. Com a agricultura, veio a

idéia de que se produzindo um excedente do que se poderia utilizar, seria possível

escravizar pessoas. No mundo grego e romano, só ao trabalho de direção das atividades

agrícolas se reconhecia dignidade e importância social, totalmente negada ao comércio,

artesanato e atividades manuais. Na atualidade, ainda é impossível afirmar que

desapareceram as situações de escravidão ou de exploração do trabalho, até mesmo nos

países de economia avançada.

Os alicerces da produção social deslocaram-se da agricultura

para a indústria quando o comércio se sobrepôs ao trabalho

agrícola e ampliou suas atividades. Na revolução industrial, que

se iniciou no século XVIII, as fábricas juntaram num só espaço

trabalhadores e os novos meios de produção, as máquinas. O

modo de produção social da época industrial aumentou a

especialização das tarefas e a divisão do trabalho, contribuindo

para o afastamento das pessoas do conteúdo de suas próprias

atividades.

E, finalmente, a revolução atual, que insere o trabalhador na era

do conhecimento, requer dele o desenvolvimento de habilidade

para lidar com um mundo extremamente complexo, incerto e

instável.

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A origem do movimento de qualidade de vida no trabalho

remontou em 1950, com o surgimento da abordagem sócio-

técnica. Somente na década de 60, tomaram impulsos,

iniciativas de cientistas sociais, líderes sindicais, empresários e

governantes, na busca de melhores formas de organizar o

trabalho a fim de minimizar só efeitos negativos do emprego na

saúde e bem estar geral dos trabalhadores. Entretanto, a

expressão qualidade de vida no trabalho só foi introduzida,

publicamente, no início da década de 70, pelo professor Louis

Davis (UCLA, Los Angeles), ampliando o seu trabalho sobre o

projeto de delineamento de cargos.

Então, na década de 70, surge um movimento pela qualidade de

vida no trabalho, principalmente nos EUA, devido à

preocupação com a competitividade internacional e o grande

sucesso dos estilos e técnicas gerenciais dos programas de

produtividade japonesa, centrado nos empregados. Existia uma

tentativa de integrar os interesses dos empregados e

empregadores através de práticas gerenciais capazes de reduzir

os conflitos. Outra tentativa era a de tentar maior motivação nos

empregados, embasando suas filosofias nos trabalhos dos

autores da escola de Relações Humanas, como Maslow,

Herzberg e outros. (MORETTI, 2003, p.2-3)

O conceito de Qualidade Total teve bastante influência para o desenvolvimento

da Qualidade de Vida no Trabalho, pois algumas de suas práticas representaram um

esforço para a melhoria das condições de trabalho. Maior participação dos funcionários

nos processos de elaboração de metas e execução das decisões, oportunidades de

aprendizado e desenvolvimento de carreiras dentro das empresas, estilo de gerência

mais democrático, entre outras.

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As pesquisas em torno da qualidade de vida no trabalho visam,

dentre outras coisa, a compreensão a respeito de situações

individuais dos trabalhadores em seus ambientes laborativos e,

em nível organizacional, estão se referindo à expansão do

conceito de Qualidade de Vida Total, ultrapassando os processos

e procedimentos, para incluir aspectos comportamentais e de

satisfação individuais na busca da concretização dos resultados

da empresa (DETONI, 2001, p.2)

Há uma preocupação real em proporcionar ao trabalhador um ambiente físico,

psicológico e social de trabalho seguro e agradável, através de programas de higiene e

segurança do trabalho, com o objetivo primeiro de motivar e satisfazer esse trabalhador

e, por conseguinte aumentar sua produtividade para alcançar os objetivos estratégicos

da organização.

Kanaane (1999) ressalta que a qualidade de vida no trabalho não é determinada

isoladamente por características pessoais (necessidades, impulsos, expectativas,

pensamentos, desejos, valores etc.), ou situacionais (tecnologia, fluxos de trabalho,

sistema de recompensas, condições do sistema econômico, político etc.), mas pela

interação desses dois conjuntos de fatores indivíduo e organização.

Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) é o conjunto de ações de

uma empresa que envolve a implantação de melhorias e

inovações gerenciais e tecnológicas no ambiente de trabalho. A

construção da qualidade de vida no trabalho ocorre a partir do

momento em que se olha a empresa e as pessoas que nela

trabalham como um todo, o que chamamos de enfoque

biopsicossocial. O posicionamento biopsicossocial representa o

fator diferencial para a realização do diagnóstico, campanhas,

criação de serviços e implantação de projetos voltados para

preservação e desenvolvimento das pessoas, durante o trabalho

na empresa.

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A mesma pesquisadora esclarece que a origem do conceito vem

da medicina psicossomática que propõe uma visão integrada,

holística do ser humano em oposição á abordagem cartesiana

que divide o ser humano em partes. E conclui ao afirmar que, no

contexto do trabalho esta abordagem pode se associada à ética

da condição humana. Esta ética busca desde a identificação,

eliminação, neutralização ou controle de riscos ocupacionais

observáveis no ambiente físico, padrões de relação de trabalho,

carga física e mental requerida para cada atividade, implicações

políticas e ideológicas, dinâmica da liderança empresarial e do

poder formal até o significado do trabalho em si, relacionamento

e satisfação no trabalho (FRANÇA, 1997, apud

VASCONCELOS, 2001, p.25).

Os projetos de Qualidade de Vida no Trabalho tentam identificar as necessidades

e expectativas dos trabalhadores em relação à sua carreira, seu ambiente de trabalho,

seus relacionamentos interpessoais e, a partir dos resultados oferecerem uma série de

ações para implantar as melhorias estruturais, tecnológicas e gerenciais necessárias a

esse ambiente.

Estende-se a levantamentos de riscos operacionais do trabalho,

ergonomia, questões de saúde e segurança no trabalho, carga

mental, esforços repetitivos, comunicação tecnológica,

psicologia do trabalho, psicopatologia, significado do trabalho,

motivação, liderança, fidelidade e empregabilidade (LIMONGI-

FRANÇA, 2001, apud SOUZA E ZIVIANI, 2010, p.4)

Conforme destaca a autora, diversos campos científicos têm contribuído

sistematicamente para a construção de novos valores relativos à QVT, destacando-se:

- Saúde: a ciência tem buscado preservar a integridade física, mental e social e não

apenas a ausência de doença, com maior expectativa de vida e avanços biomédicos;

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- Ecologia: vê o homem como parte integrante e responsável pela preservação do

ecossistema dos seres vivos e dos insumos da natureza;

- Ergonomia: estuda as condições de trabalho ligadas à pessoa;

- Psicologia: juntamente com a filosofia, demonstra a influência das atitudes internas e

perspectivas de vida da análise e inserção de cada pessoa em seu trabalho e a

importância do significado intrínseco das necessidades individuais;

- Sociologia: resgata a dimensão simbólica do que é compartilhado e construído

socialmente, demonstrando as implicações de quem influencia e é influenciado nos

diversos contextos sociais e antropológicos;

- Economia: enfatiza a consciência social de que os bens são finitos e que a distribuição

de bens, recursos e serviços deve envolver a responsabilidade social e a globalização;

- Administração: procura aumentar a capacidade de mobilizar recursos, cada vez mais

sofisticados e impactantes em termos tecnológicos, diante de objetivos mais específicos,

rápidos e mutantes; e

- Engenharia: pesquisa novas formas de relações de produção voltadas para a

muticapacitação, flexibilização da manufatura, produção enxuta, defeito zero,

armazenamento mínimo de uso de materiais e uso da tecnologia e controle estatístico de

processos.

Vários autores elaboraram modelos de QVT baseados na interrelação de fatores

individuais (necessidades, valores e expectativas) e organizacionais (tecnologia,

políticas internas). Os modelos mais importantes são os de Nadler e Lawler, de

Hackman e Oldhan e o de Walton, segundo Chiavenato (2010) e serão mostrados a

seguir.

Para Nadler e Lawer, há a melhoria da QVT conforme os aspectos a seguir

sejam atendidos:

1. Participação dos colaboradores nas decisões;

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2. Reestruturação do trabalho através do enriquecimento de tarefas e de grupos

autônomos de trabalho;

3. Inovação no sistema de recompensas para influenciar o clima organizacional; e

4. Melhoria no ambiente de trabalho quanto a condições físicas e psicológicas, jornada

de trabalho, etc.

De acordo com o modelo de QVT de Hackman e Oldhan o mais importante é a

dimensão do cargo e o quanto ela afeta psicologicamente os indivíduos em sua

produtividade. As dimensões do cargo são fundamentais na melhoria da QVT por

oferecerem recompensas inerentes ao mesmo, produzindo satisfação no cargo e.

automotivação. Segundo os autores, as dimensões do cargo são:

1. Variedade de habilidades;

2. Identidade da tarefa;

3. Significado da tarefa;

4. Autonomia;

5. Retroação do próprio trabalho;

6. Retroação extrínseca; e

7. Relação interpessoal.

O modelo de QVT de Walton costuma ser o mais utilizado como ferramenta de

qualidade de vida, pois aborda seus oito fatores e suas dimensões, como mostrados a

seguir:

1. Compensação justa e adequada – traduzida por salário adequado ao trabalho,

equidades internas e externas;

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2. Condições de segurança e saúde no trabalho – estão relacionadas à jornada de

trabalho e ao ambiente físico seguro;

3. Utilização e desenvolvimento de capacidades – dizem respeito à autonomia,

significado e identidade da tarefa, variedade de habilidades e retroação e

retroinformação;

4. Oportunidades de crescimento e segurança – tem a ver com possibilidades de

carreira, crescimento profissional e segurança do emprego;

5. Integração social na organização – relativa à igualdade de oportunidades,

relacionamentos interpessoais e grupais e senso comunitário;

6. Garantias constitucionais – são traduzidas por respeito às leis e direitos trabalhistas,

privacidade pessoal, liberdade de expressão e normas e rotinas claras na organização;

7. Trabalho e espaço total de vida – refere-se ao papel balanceado do trabalho na vida

pessoal; e

8. Relevância social da vida no trabalho – é inerente à imagem da empresa e a

responsabilidade social pelos empregados, produtos e serviços.

Como se pode perceber, o conceito de QVT tem sido relacionado com o

desenvolvimento humano das organizações.

A Qualidade de Vida resulta no tratamento humano, da

gentileza, da leveza nas relações, da possibilidade de expressão

de pontos de vista divergentes, do relacionamento sincero, do

respeito aos ausentes e do orgulho pelo que se faz. Atenção,

elogio e consideração constituem ingredientes indispensáveis

quando se busca lealdade, qualidade e produtividade

(SUCESSO, 2002, p.26).

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A QVT tem sido utilizada como indicador das experiências

humanas no local de trabalho e o grau de satisfação das pessoas

que desempenham o trabalho. O conceito de QVT implica em

profundo respeito pelas pessoas. Para alcançar níveis elevados

de qualidade e produtividade, as organizações precisam de

pessoas motivadas que participem ativamente nos trabalhos que

executam e que sejam adequadamente recompensadas pelas suas

contribuições. A competitividade organizacional – e

obviamente, a qualidade e produtividade – passam

obrigatoriamente pela QVT. Para bem atender ao cliente

externo, a organização não deve esquecer o cliente interno. Isto

significa que, para satisfazer o cliente externo, as organizações

precisam antes satisfazer os seus colaboradores responsáveis

pelo produto ou serviço oferecido. A organização que investe

diretamente no colaborador está, na realidade, investindo

indiretamente no cliente. A gestão da qualidade total nas

organizações depende fundamentalmente da otimização do

potencial humano E isto depende quão bem estas pessoas estão

trabalhando na organização. A QVT representa o grau em que os

membros da organização são capazes de satisfazer suas

necessidades pessoais através de seu trabalho na organização

(CHIAVENATO, 2010, p.487).

Os componentes da QVT são orientados por alguns fatores que representam o

nível de satisfação dos trabalhadores no desempenho de seu trabalho na organização e

de acordo com o mesmo autor, podem ser correlacionados a seguir:

- Satisfação com o trabalho;

- Elogio e reconhecimento dos gestores;

- Plano de carreira e desenvolvimento na empresa;

- Relacionamento interpessoal;

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- Ambiente de trabalho seguro e estável;

- Possibilidade de ser ouvido na tomada de decisão;

- Salários e benefícios compatíveis; e

- Participação ativa nos projetos da organização.

A QVT afeta atitudes pessoais e comportamentos relevantes

para a produtividade individual e grupal, tais como: motivação

para o trabalho, adaptabilidade a mudanças no ambiente de

trabalho, criatividade e vontade de inovar ou aceitar mudanças e,

principalmente, agregar valor à organização. (CHIAVENATO,

2010, p.488)

Um programa de bem-estar tem geralmente três componentes:

1. Ajudar os funcionários a identificarem riscos potenciais à

saúde;

2. Educar os funcionários a respeito de riscos de saúde, como

pressão sanguínea elevada, fumo, obesidade, dieta pobre e

estresse; e

3. Encorajar os funcionários a mudar seus estilos de vida através

de exercícios, boa alimentação e monitoramento da saúde

(GOMEZ-MEJIA et al, 1995, p.587).

Em relação á prática de atividade física, a falta dela, ou seja, o sedentarismo, e

adoção de medidas que possam minimizar sua consequência, serão explicitados nos

próximos dois capítulos vários conceitos, abordagens e soluções em que as empresas

poderão utilizar para melhorar a qualidade de vida no trabalho de seus colaboradores.

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CAPÍTULO II

SEDENTARISMO:

CONCEITOS, CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS

Nos primórdios da humanidade o homem dependia de sua força, velocidade e

resistência para sobreviver. Como era um ser nômade, realizava grandes deslocamentos

em busca de alimentação e abrigo, ora caminhando, correndo ou nadando, submetido às

mais variadas condições, em grande parte, adversas, e dispendendo uma quantidade de

energia muito alta para manter sua vida, enfim, era extremamente ativo.

Os povos da antiguidade, principalmente os gregos e romanos, praticavam

atividades físicas através de extenuantes exercícios de condicionamento físico para fins

bélicos, e/ou esportivos, nas arenas, como gladiadores, alem do próprio culto a um

corpo perfeito.

A partir do século XIX, surgem na Europa diversos métodos de exercícios

físicos como modo de atividade escolar, na forma de jogos, danças e ginástica.

No Brasil, a atividade física tem início baseada na formação de indivíduo

saudável e de boa aparência. Com a implantação do Estado Novo , em 1930, há uma

crescente adoção de exercícios da formação militar nos programas de educação física

nas escolas. A partir dos anos 70, surge a prática de esporte nos programas escolares,

com o objetivo de formar atletas competitivos, cuja motivação foi o bom desempenho

de atletas em competições no exterior. Nota-se que não havia a preocupação com a

saúde em nenhum desses momentos da história da educação física no Brasil e, portanto

não existia uma política nacional de educação física.

PITANGA (2002) esclarece que atualmente a atividade física pode ser entendida

como qualquer movimento corporal, produzido pela musculatura esquelética, que

resulta em gasto energético, tendo componentes e determinantes de ordem

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biopsicossocial, cultural e comportamental, podendo ser exemplificada por jogos, lutas,

danças, esportes, exercícios físicos, atividades laborais e deslocamentos.

Complementando sua idéia, a atividade física relacionada à saúde no contexto

das redes multicausais, aparece como um dos fatores que poderia modificar o risco dos

indivíduos para adoecerem. Em primeiro lugar, existem evidências bastante

significativas da influência da atividade física na melhoria da eficiência do sistema

imunológico. Por outro lado, a adoção de estilo de vida ativo fisicamente, irá

proporcionar modificações no meio ambiente, mediante a criação de espaços adequados

para a prática de atividade física.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) é considerado suficiente a

prática de 30 minutos diários, pelo menos cinco dias na semana, de atividade leve ou

moderado, ou 20 minutos diário de atividade vigorosa em três ou mais dias. A

recomendação do Colégio Americano de Medicina Esportiva para promover a saúde e a

perda de peso é o gasto semanal em atividades físicas iguais ou superiores a 2000 kcal

ou 150 a 200 minutos por semana (ACSM, 2008).

O estilo de vida da população modificou-se nas últimas décadas,

acarretando em um aumento do número de pessoas que se

tornaram sedentárias, principalmente em países industrializados.

As menores oportunidades de praticar atividades físicas se

relacionam tanto a morbidade quanto a mortalidade. Pesquisas

têm mostrado a associação entre os baixos níveis de atividade

física e o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, câncer,

diabetes e agravos à saúde mental e a diminuição da qualidade

de vida da população, fatores que afetam também os

trabalhadores. (PITANGA, 2005, p.870-877)

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Alinhados com esse pensamento, Santos e Coelho (2003)

enfatizam que o desenvolvimento da tecnologia tem melhorado

significativamente as condições de trabalho nas empresas.

Entretanto, as comodidades ocasionadas por esse

desenvolvimento e tecnologia no trabalho e no lazer facilitam

demasiadamente a opção desenfreada de um estilo de vida

caracterizado pela inatividade física e por uma alimentação

inadequada. Isto resulta em um excesso de gordura corporal.

Têm-se detectado nos últimos anos, um aumento na prevalência

da obesidade em todas as faixas etárias, principalmente em

países desenvolvidos (CAMPOS, GOMES & OLIVEIRA, 2008,

apud NEIVA, Leite e al, 2009, p.2-3).

A prontidão para atividade física é um atributo pessoal que

significa que uma pessoa apresenta-se, muito seguramente,

desimpedida para adoção imediata de um estilo de vida

moderadamente mais ativo do que o atual, exatamente por não

apresentar contra-indicação médica para a prática de qualquer

atividade física espontânea que pudesse ser exercida diariamente

no trabalho, no lazer, no transporte a no domicílio, visando

alcançar os benefícios da atividade física regular para a saúde

individual e coletiva.

A verificação da prontidão na população é importante

principalmente em sedentários, já que os grandes efeitos das

intervenções na redução da morbimortalidade populacional são

alcançados com pequeno aumento no nível de atividade física

dos sedentários, tornando-os um pouco mais ativos no cotidiano

(HASKELL, 1998, p.73-87).

De acordo com Pereira (1997), a prontidão pode ser, também, um indicador de

morbidade para a prática de alguma atividade física. Se alguém não está em prontidão,

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isso representa uma condição mórbida em que a prática de atividade física, mesmo de

leve intensidade, estaria contra-indicada momentaneamente.

A alta prevalência de sedentarismo na sociedade moderna tem sido apontada

como um importante problema de saúde pública a ser combatido com prioridade.

Recente estudo de Haskell (1998), concluiu que a mudança de um estilo de vida

sedentário para um estilo de vida pouco ativo, o que significa adotar uma simples

caminhada de intensidade moderada por trinta minutos, cinco dias na semana,

representa uma redução de 50% na morbimortalidade populacional por DCNT (doenças

crônicas não-transmissíveis). No entanto, a maioria dos estudos epidemiológicos,

evidencia o sedentarismo como fator de risco causal e como variável independente. Ou

seja, o sedentarismo aumenta o risco de aparecimento de DCNT na população.

Por ser um comportamento adotado pela maioria da população, o sedentarismo

no lazer pode ser causado pela presença de outros fatores de risco e, assim, estar

associado à presença concomitante de outros fatores de risco, tais como, o sexo,

principalmente com a crescente participação da mulher no mercado de trabalho; a idade,

principalmente com o envelhecimento da população brasileira devido ao processo de

transição demográfica; o tabagismo, principalmente após a primeira guerra mundial

com o crescimento da indústria do tabaco nos Estados Unidos e no mundo; o sobrepeso,

principalmente devido a uma alimentação artificial e desequilibrada; a prontidão para

atividade física, que estabelece um estado de morbidade específica que contra-indica a

prática de atividades físicas, mesmo as de leve ou moderada intensidade; e o

sedentarismo fora do lazer, ou seja, em outras atividades físicas quotidianas,

principalmente com o avanço da tecnologia, a automação e a virtualidade, não somente

nas tarefas de trabalho, mas também em atividades domésticas e de transporte e

locomoção, oportunidade em que variados tipos de máquinas e aparelhos vêm

substituindo o esforço físico muscular e a necessidade de atividade física.

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23

A relação entre idade e morbimortalidade é muito evidente. No

que diz respeito às DCNT, sua prevalência aumenta com a

idade, principalmente a partir da quinta década de vida e por

causa cardiovasculares, digestivas, neurológicas, mentais e

osteoarticulares. No entanto, ao lado da questão da idade

propriamente dita, há a exposição a fatores de risco a que as

pessoas estão sujeitas em grau variado com o passar do tempo

(PEREIRA, 1997, p.190-191).

O sedentarismo tem a sua prevalência aumentada com a idade comprovada por

estudos em diversas espécies de animais e em humanos. No entanto, em adultos maiores

de 60 anos, a prevalência de sedentarismo no Lazer tem caído na última década, o que

não ocorreu com a faixa etária imediatamente anterior,

Barros e Nahas (2001) relatam a existência de uma relação inversa, significativa,

entre o tabagismo e o baixo nível de atividade física, mesmo que esses autores tenham

encontrado prevalência de tabagismo menor entre trabalhadores da indústria se

comparada à prevalência média populacional para o Brasil, e de acordo com Oldridge et

al (1983), o tabagismo como um dos principais fatores relacionados ao sedentarismo e à

falta de adesão ao exercício e à atividade física de regularidade prolongada, sendo

responsável sozinho por 59% do abandono a um programa dessa natureza e,

corroborando com essa idéia, Barros e Nahas (2001), mostraram uma forte associação

inversa entre ganho de peso e nível de atividade física.

A relação da atividade física com a saúde tem sido estudada há muitos anos,

contudo, somente com estudos epidemiológicos, como alguns apresentados, pode-se

confirmar a importância da atividade física e a promoção da saúde. O estilo de vida

sedentário, caracterizado pela ausência de atividade física ou pequena atividade em seus

momentos de lazer, domésticos ou ocupacionais, está associado com o aumento do risco

de DCNT. Nos países em desenvolvimento, cerca de 79% dos óbitos estão relacionados

á obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares, sendo que o sedentarismo é

responsável por1/3 dessa estimativa Entretanto, 80% das doenças cardíacas, acidente

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vascular cerebral e diabetes tipo 2 poderiam ser prevenidas somente com o incremento

da atividade física.

Além disso, sabe-se que a adoção de um estilo de vida mais ativo, contribui na

diminuição de riscos de fraturas por osteoporose, depressão, diabetes não insulino-

dependentes, alguns tipos de câncer como de endométrio, cólon, seio e adenocarcinoma.

A prática de atividade física moderada também está relacionada com um

significativo aumento da motilidade intestinal, redução dos riscos de desordens

gastointestinais, como o bom funcionamento da vesícula biliar.

A atividade física regular também contribui para a diminuição e melhor

distribuição da gordura corporal beneficiando o organismo com o decréscimo dos níveis

sanguíneos de LDL-colesterol, VLDL-colesterol e aumento do HDL-colesterol (o

“bom” colesterol) e redução das taxas de diabetes tipo 2, caracterizada por um estado de

resistência à insulina. O exercício físico aumenta a sensibilidade á insulina, além de

ativar mecanismos alternativos de captação muscular de glicose em indivíduos

diabéticos. Exercícios moderados também podem afetar marcadores de glicose e o

metabolismo lipídico em adultos que eram sedentários.

Como vimos, muitos são os motivos para que haja a adesão da população em

programas de atividade física, porém, apesar da propaganda positiva nos meios de

comunicação sobre os benefícios dos mesmos, e muitas facilidades e programas

oferecidos gratuitamente por algumas entidades, e até mesmo pelo governo, muitas

pessoas não se sentem motivadas a iniciar uma atividade física, bem como se mantiver

nelas, uma vez praticantes de alguma.

Nonomura (1998) divide em quatro possibilidades os comportamentos frente à

adoção da prática do exercício físico, sendo estas:

- Adoção: crença dos benefícios proporcionados à saúde; é provável que a motivação

esteja mais relacionada ao bem-estar;

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25

- Manutenção: mais automotivados, estabelecendo suas próprias metas, tem apoio

familiar, a adesão está mais relacionada às sensações de bem-estar e prazer, não

percebem inconveniência nos exercícios;

- Desligamento: falta de tempo e a inconveniência, falta de motivação, fatores

situacionais; ocorre em maior número nos que tem histórico de inatividade ou baixas

capacidades físicas e motoras; e

- Retomada da atividade: melhor habilidade de administração do tempo, sensação de

controle e autoconfiança, metas mais flexíveis e pensamentos positivos.

Além disso, deve ser levado em consideração o momento da vida em que o

indivíduo se encontra, seus anseios e expectativas. Marcus, Selby, Niaura e Rossi (1992

apud SABA, 2001) descrevem tais períodos como:

- Pré-contemplação: o momento em que a pessoa não pratica exercício e nem procura

fazê-lo;

- Contemplação: fase de preparação para a prática; o indivíduo tem vontade de melhorar

a condição física, planeja, mas, ainda, não executa;

- Ação: prática de exercício esporádico, não é consciente dos benefícios do exercício,

incertezas; e

- Manutenção e aderência: fase em que a pessoa tem consciência dos benefícios da

prática regular dos exercícios tem prazer ao realizá-los, torna parte da sua rotina.

Alguns fatores estão relacionados diretamente à prática regular de atividade

física devendo ocorrer uma motivação inicial para que o indivíduo busque essa

atividade. Esse motivo está diz respeito a fatores de contexto pessoal do indivíduo

(internos ou intrínsecos) e fatores de contexto situacional do indivíduo (externos ou

extrínsecos).

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A manifestação natural da motivação é entendida como energia,

persistência na realização de tarefas e busca de metas. Isto é

definido como aspectos de ativação e intenção dos indivíduos

para busca de algo, ou seja, intenção de agir. Por exemplo, as

pessoas podem estar motivadas porque elas valorizam uma

atividade e estão bastante envolvidas com ela. Este

comportamento é entendido como associado à motivação

intrínseca. (DECY; RYAN, 2000a apud CAPOZZOLI, 2010,

p.18)

A autora segue em sua explicação entre os tipos de motivação, definindo, agora,

os fatores de contexto situacional que motivam o indivíduo.

A motivação extrínseca refere-se à performance da atividade

para alcançar um resultado esperado. Muitas pessoas não se

encontram motivadas intrinsecamente para a realização de

tarefas e/ou para assumir novas responsabilidades. A questão

real está em como os indivíduos adquirem a motivação para

alcançar a saída e os efeitos da persistência, da qualidade

comportamental e do bem-estar. Com isso, pode-se entender que

as forças externas estimulam o indivíduo a desenvolver a

motivação para a tarefa. Esta motivação é definida como

extrínseca por ser caracterizada como uma força que possui um

grau de autonomia. (VLACHOPOULUS, et AL, 2000 apud

CAPOZZOLI, 2010, p.19-20)

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A manifestação comportamental á motivação à prática regular

de atividade física pode ser avaliada a partir de seis dimensões

distintas, mas relacionáveis: Controle de Estresse (ex: liberar

tensões mentais), Saúde (ex: manter a forma física),

Sociabilidade (ex: estar com amigos), Competitividade (ex:

vencer competições), Estética (ex: manter bom aspecto) e Prazer

(ex: meu próprio prazer). (BALBINOTTI, 2003 apud

CAPOZOLLI, 2010, p.23)

Considerando a motivação como elemento fundamental à prática de atividade

física, e seguindo a linha de raciocínio dessa mesma autora, existem algumas dimensões

motivacionais relacionadas a essa prática, a saber:

- Controle do estresse – as pessoas aderem ao exercício como uma forma de aliviar suas

ansiedades e angústias pessoais e em relação às tensões exigidas por seus trabalhos;

- Saúde – muitos indivíduos utilizam os exercícios como uma forma de adicionar

qualidade de vida em suas rotinas e aumentar suas expectativas de vida, mas grande

parte das pessoas busca uma atividade em consequência de uma avaliação médica que

determina a adoção da prática de atividades físicas como uma forma de diminuir os

efeitos de uma vida de excessos e sedentária;

- Sociabilidade – algumas pessoas buscam desenvolver relacionamentos com os colegas

através da integração em um novo ambiente, participar e pertencer a um grupo;

- Competitividade – os indivíduos utilizam o exercício como uma forma de atingir seus

objetivos e realizações de metas Pode demonstrar também colaboração entre os colegas

no alcance de objetivos conjuntos;

- Estética – a realização de atividades está diretamente ligada a uma busca por padrões

corporais agradáveis e aceitáveis pelo próprio indivíduo e pela sociedade. Em relação à

adesão, os padrões estéticos continuam imprescindíveis para a continuidade das

atividades; e

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- Prazer – as pessoas utilizam os exercícios como uma forma de busca da sensação de

satisfação, o próprio prazer e diversão por estar realizando a atividade. É uma sensação

de contentamento, muitas vezes associada ao dever cumprido.

Em relação às dificuldades que podem influenciar na

interrupção da pratica, os indivíduos assinalaram os fatores que

interferem diretamente na sua realidade ou que já interferiram

alguma vez, não considerando potenciais fatores que eventual ou

hipoteticamente poderiam dificultar a sua prática regular de

atividade física. Assim podemos perceber que a maioria dos

indivíduos (36%) sabe contornar os diversos problemas

relatando não possuírem nenhuma dificuldade para a prática

regular de atividade física. Uma das maiores dificuldades

expressas pelas pessoas para a prática de atividade (30%) foi a

falta de tempo, que normalmente é ligada à jornada excessiva de

trabalho, tempo para as obrigações familiares e dificuldade na

administração do tempo. O terceiro maior valor (23%) atribuído

como uma dificuldade foi a variação climática que influencia

diretamente para aqueles que praticam atividade física ao ar

livre ou na piscina. (SANTOS E KNIJNIK, 2006, p.30)

O tempo disponível para a realização de atividades físicas é um fator

determinante para adesão em programas de exercícios. Na atual distribuição do tempo

entre trabalho e lazer, ficam pendentes, inclusive, as questões de valores, em que as

atividades prazerosas e mais livres, sempre estiveram em segundo plano em relação à

obrigatoriedade do trabalho (SABA, 2001 apud TAHARA; SCHWARTZ; SILVA,

2003, p.9).

De acordo com os autores os altos preços cobrados pelas academias constituem

uma dificuldade a mais para o início da prática de exercícios.

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No aspecto referente ao preço das academias, este é um

elemento que atinge apenas algumas pessoas de classes menos

abastadas, isto é, só alguns podem dispor de dinheiro para tais

atividades. Esse dado aponta para uma tendência discriminatória

do espaço da academia, onde a exclusão aos menos favorecidos

parece prevalecer. (TAHARA; SCHWARTZ; SILVA, 2003,

p.10).

Diante da constatação de que a falta de atividade física nos períodos de lazer traz

prejuízos à saúde dos empregados, e levando-se em consideração que é no trabalho que

o indivíduo passa a maior parte do seu tempo, se submetendo também às sobrecargas

físicas e psicológicas inerentes aos seus postos de serviço, algumas empresas têm

investido na adoção de programas de atividade física para seus funcionários, como uma

forma de dirimir esse prejuízo. Um desses programas, o mais utilizado deles, é a

implantação da Ginástica Laboral, uma tentativa das organizações que se preocupam

com seus funcionários, de realizar um aumento da qualidade de vida desse trabalhador.

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CAPÍTULO III

GINÁSTICA LABORAL:

REDUÇÃO DO SEDENTARISMO E MANUTENÇÃO DA

QUALIDADE DE VIDA

A área de saúde ocupacional atualmente tem-se preocupado com

o desenvolvimento de programas e ações para a promoção da

saúde e qualidade de vida do trabalhador nas organizações. Esta

é uma forma de atender às demandas do alto custo com

assistência médica e problemas relacionados à organização do

trabalho, tarefa esta importante, face ao contingente de

trabalhadores, pois cerca de 45% da população mundial e cerca

de 58% da população acima de 10 anos de idade faz parte da

força de trabalho (OPAS, 2006).

Atualmente, a empresa não continua competitiva no mercado se não se

preocupar com a qualidade de vida de seus funcionários, visto que a produtividade é

diretamente proporcional à saúde do indivíduo. E é na promoção da saúde mental,

amenizando o estresse, e física, combatendo os males como sedentarismo e esforços

repetitivos que a tecnologia proporciona, é que a ginástica laboral tem sido uma

importante alavanca nesse processo.

De acordo com Cañete (1996), os primeiros registros da prática de ginástica

laboral são de 1925, na Polônia, onde os operários, durante uma pausa, realizavam

exercícios adaptados a cada ocupação. Alguns anos depois essa ginástica foi introduzida

na Holanda e na Rússia. No início da década de 60, ela começou a ser praticada na

Alemanha, Suécia e Bélgica, quando então era chamada Ginástica de Pausa.

Longen (2003) complementa que no ano de 1928, impulsionada pela cultura

oriental, a Ginástica Laboral, teve sua consolidação no Japão. Inicialmente, era

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destinada a algumas atividades ocupacionais, mas após a Segunda Guerra Mundial, foi

difundida por todo o país, tornando-se obrigatória em todas as indústrias e serviços.

O avanço de novas tecnologias e conhecimentos, a modernização das indústrias,

a globalização, a velocidade das comunicações têm modificado o estilo de vida do

homem contemporâneo. As facilidades geradas pelas inovações colaboram para que o

homem, antes caçador e ativo, se torne sedentário e acomodado.

Neste cenário, o trabalhador está inserido em um contexto altamente

competitivo, onde o tempo parece não ser suficiente para a realização de tantas

atribuições permeadas com responsabilidades igualmente crescentes.

As novas condições de trabalho, sua organização e ambiente têm gerado uma

sobrecarga física, mental, psicológica e até mesmo social, levando a um aumento de

ansiedade e estresse, bem como posturas incorretas na realização do seu trabalho,

colaborando para o aparecimento de uma série de doenças crônico-degenerativas e

consequentemente, afastamentos de suas atividades

Os exercícios físicos estão associados à boa saúde, prevenindo

diversas doenças e melhorando dessa forma a qualidade de vida

de quem os pratica. Portanto, a prática de atividades físicas

durante o trabalho poderia aliviar sua jornada diária, fazendo

com que ele não venha a desenvolver nenhum problema de

saúde típica dos dias atuais. As pessoas que têm uma boa

aptidão física estão mais aptas a realizarem tarefas do dia-a-dia,

com melhor desempenho, sem apresentar sinais de cansaço.

(NAHAS, 2003 apud SILVEIRA, 2008, p.13)

Os programas de atividade física consistem em incentivos a pratica de esportes

ou atividades que levem a um maior gasto energético e movimentação da musculatura,

fundamentais para a saúde física e psíquica. Por sua vez, um dos objetivos da GL é a

prevenção de doenças ocupacionais, realizada durante a jornada de trabalho. A ginástica

laboral é uma forma de atividade física, que, bem implantada gera inúmeros benefícios

na qualidade de vida do trabalhador.

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Assim, vários programas empresariais, governamentais e

comunitários têm sido implantados com o objetivo de incentivar

a prática de atividades físicas, com o intuito de prevenir algumas

doenças, proporcionando maior qualidade de vida ao

trabalhador. Quando são realizadas ações no ambiente de

trabalho, elas procuram verificar a quantidade e a qualidade da

prática de atividades físicas dos empregados, em geral, em

funções sedentárias, e incentivá-los a praticar esportes, andar a

pé ou de bicicleta, dançar e outras atividades que possam

contrabalançar o sedentarismo e assim evitar as doenças

degenerativas associadas a ele. (COSTA, 2002, p.16)

Por sua vez, Sharkey (1998), revela que a prática de atividade física durante o

expediente de trabalho tem a importante tarefa de prevenção das doenças ocupacionais,

bem como do sedentarismo. O bom estado físico do trabalhador garante eficiência e

eficácia, além de diminuir os riscos de invalidez decorrente do oficio ou de se

aposentarem precocemente devido às doenças degenerativas.

Segundo Mendes (2004) a problemática da saúde do trabalhador, no Brasil,

emergiu a partir da década de 80, buscando a compreensão das relações entre trabalho e

saúde-doença, que refletem a atenção à saúde prestada, exercício de uma abordagem

multidisciplinar e intersetorial, além da participação dos trabalhadores, junto com os

sindicatos e suas reivindicações, com denúncias às políticas públicas e o sistema de

saúde e, ainda, a questão das epidemias, tanto de doenças clássicas (intoxicação por

chumbo, mercúrio, benzeno e silicose), como "as novas doenças relacionadas ao

trabalho", como as lesões por esforços repetitivos (LER) ou distúrbios osteomusculares

relacionados ao trabalho (DORT).

Barros & Guimarães (1999) definem os DORT como uma patologia de caráter

sindrômico, cujo nexo causal é atribuído a determinados tipos e condições de trabalho

que se manifesta na grande maioria por sintomas como: dor, formigamentos, perda da

força muscular, fadiga, levando na maioria dos casos incapacidade profissional e até

mesmo de atividades domésticas.

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Os DORT são um conjunto de sintomas, concomitantes ou não, de aparecimento

insidioso, sendo sua principal característica o acometimento do pescoço, cintura

escapular e/ou membros superiores em decorrência do trabalho. As LER/DORT são

danos decorrentes da utilização excessiva, imposta ao sistema osteomuscular, e da falta

de tempo para recuperação. Abrangem quadros clínicos do sistema osteomuscular

adquiridos pelo trabalhador submetido a determinadas condições de trabalho.

Constantemente, são causas de incapacidade laboral temporária ou permanente.

Os estágios de desenvolvimento do quadro clínico dos DORT são:

- Estágio I - Peso e desconforto, dor leve e ocasional durante a jornada de trabalho ou à

compressão, que alivia com o repouso, não diminui o desempenho no trabalho; ausência

de sinais físicos;

- Estágio II - Dor mais intensa e persistente, intermitente durante a jornada de trabalho,

podendo ocorrer fora do trabalho: formigamentos, alterações da sensibilidade, aumento

do tônus muscular, diminuição da produtividade, recuperação mais lenta: ausência de

sinais;

- Estágio III. . Dor persistente e intensa, com irradiação e não alivia completamente com

o repouso, dor intensa durante o exame, dor à noite, perda de força muscular,

diminuição significativa da produtividade ou impossibilidade de execução da tarefa,

limitação de atividade fora do trabalho, edema, hipertonia muscular, alteração da

sensibilidade, da cor e da sudorese; e

- Estágio IV – Dor intensa e constante que piora com o movimento, perda da força e da

coordenação, edema, atrofia deformidade, invalidez para trabalho e atividade fora do

trabalho; alterações psicológicas.

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Um programa de prevenção das LER/DORT em uma empresa

inicia-se pela identificação dos fatores de risco, presentes na

situação de trabalho. Devem ser analisadas as tarefas realizadas,

especialmente as que envolvem movimentos repetitivos,

movimentos bruscos, uso de força, posições forçadas e por

tempo prolongado. Aspectos organizacionais do trabalho e

psicossociais também devem ser considerados. A prevenção das

LER/DORT não depende de medidas isoladas, mas sim da

identificação dos fatores de risco e as estratégias de defesa, que

deve ser fruto de análise integrada entre a equipe técnica e os

trabalhadores, considerando-se o saber de ambos os lados.

Análises unilaterais geralmente não costumam retratar a

realidade das condições de risco. (INSTRUÇÃO NORMATIVA

INSS, 2003).

Segundo Mendes (2004) a Ginástica Laboral é um programa de promoção e

manutenção da saúde do trabalhador que tem como objetivo principal à prevenção de

doenças ocupacionais além de auxiliar na melhoria do bem-estar, prevenção da

instalação da doença, gerando maior disposição à jornada de trabalho, ao mesmo tempo,

proporcionando maior qualidade de vida, aumento da produtividade em todos os setores

de serviços prestados pela empresa. A Ginástica Laboral (GL) é um programa de

qualidade de vida e de promoção do lazer, mesmo sendo realizada pelos trabalhadores

durante o expediente de trabalho.

Lima (2005) descreve a ginástica laboral como um conjunto de práticas físicas,

elaboradas a partir da atividade profissional exercida durante o expediente, que visa

compensar as estruturas mais utilizadas no trabalho e ativar as que não são requeridas,

relaxando-as e tonificando-as. Seu objetivo é promover adaptações fisiológicas, físicas e

psíquicas, por meio de exercícios dirigidos e adequados para o ambiente de trabalho.

Ampliando o conceito de Ginástica Laboral, Longen (2003) esclarece que a GL

consiste em exercícios físicos orientados e praticados durante o horário do expediente,

visando benefícios durante o trabalho. É uma combinação de atividade física e

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intelectual, o trabalhador poderá aumentar o seu desempenho, seu rendimento físico e

psíquico. Consistem em alongamento, relaxamento muscular e exercícios que

promovam o fortalecimento das estruturas frágeis e principalmente o relaxamento das

estruturas sobrecarregadas. Por sua vez, sua função é auxiliar o individuo a manter e/ ou

promover a saúde, tornando-o adequado e eficiente em seu desempenho diário no

trabalho.

O autor continua esclarecendo que os exercícios do programam de Ginástica

Laboral ativam a circulação periarticular com aquecimento tecidual e neuromuscular,

que são imprescindíveis às atividades que exigem atenção e tomadas de decisão que

resultam em atos motores, promovem ganho de força pelo alongamento muscular

restaurados do potencial contrátil, melhoram o retorno venoso, a capacidade

ventilatória, reduzem o estresse e melhoram a postura.

A ginástica laboral consiste na realização de exercícios para a

promoção de aquecimento músculoesquelético (preparando o

organismo para o trabalho físico e melhorando o nível de

concentração, elevando a temperatura corporal e o aporte de

sanguíneo para os tecidos), alongamentos (prepara os músculos,

tendões, ligamentos e cápsulas articulares, para maiores

amplitudes dos movimentos), resistência muscular localizada

(favorecendo a normalização do tônus muscular decorrente do

esforço repetitivo nas tarefas laborais e atividades diárias,

fornecendo a manutenção do equilíbrio muscular e a prevenção

das doenças osteomusculares) e relaxamento (a finalidade é

compensar e relaxar todo e qualquer esforço repetitivo nos

músculos, articulações, tendões e ligamentos, transcorridos no

período de trabalho). (SHARKEY, 1998, p.6).

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A utilização da GL proporciona a redução do estresse no

ambiente organizacional e do sedentarismo, promove o bem

estar psicológico, aumenta a produtividade, auxilia na redução

do absenteísmo e dos custos com tratamento de saúde,

melhorando a qualidade de vida nos aspectos profissional, social

e pessoal do ser humano. A prática ainda visa beneficiar o

relacionamento entre as equipes, além de contribuir com o bem-

estar do funcionário. (SOUZA, Fabiana, ZIVIANI, Fabrício,

2010, p.9)

“A Ginástica Laboral está dando sua contribuição para a qualidade de vida dos

funcionários, criando um espaço de quebra no ritmo, na rigidez e na monotonia do

trabalho”. (POLITO et BERGAMASCHI, 2003, p.33)

“A GL compreende exercícios específicos de alongamento, de fortalecimento

muscular, de coordenação motora e de relaxamento realizados em diferentes setores ou

departamentos da empresa, tendo como objetivo principal prevenir e diminuir os casos

de LER/DORT” (OLIVEIRA, 2007), bem como auxiliar na diminuição do

sedentarismo, incentivando a prática de atividade física tanto no ambiente de trabalho

como nos momentos de lazer.

A Ginástica Laboral pode ser classificada segundo seu horário de aplicação em:

- Preparatória ou de aquecimento: ginástica com duração de 10 a 12 minutos,

geralmente, realizada antes do início da jornada de trabalho tendo como objetivo

principal, preparar o funcionário para sua tarefa, aquecendo os grupos musculares que

serão solicitados nas suas tarefas, despertando-os para que se sintam mais dispostos ao

iniciar o trabalho, melhorando o nível de concentração, promove a oxigenação dos

tecidos, aumenta a freqüência cardíaca e prepara para o trabalho físico;

- Compensatória ou de distensionamento: ginástica realizada durante a jornada de

trabalho, em pausas de 5 a 8 minutos ou micropausas de 30 segundos a 1 minuto,

interrompendo a monotonia operacional. Tem como finalidade a execução de exercícios

específicos de compensação e distensão de todo e qualquer tipo de tensão muscular

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adquirida pelo uso excessivo ou inadequado das estruturas músculo-esqueléticas,

ocasionada pelos esforços repetitivos e posturas inadequadas solicitadas nos postos

operacionais. Prepara o trabalhador para melhor executar suas tarefas diárias. Seu

objetivo é melhorar a circulação, modificar a postura no trabalho, alongar e distender os

músculos prevenindo a fadiga muscular; e

- Relaxamento: ginástica com duração de 10 a 12 minutos, baseada em exercícios de

alongamento realizados após o expediente, com o objetivo de oxigenar as estruturas

musculares envolvidas nas tarefas diárias, evitando o acúmulo de ácido láctico,

prevenindo as possíveis instalações de lesões, bem como a redução do estresse, alivio

das tensões, redução nos índices de desavenças no trabalho e em casa, com conseqüente

melhora da função social.

A Ginástica Laboral também pode ser classificada de acordo com seus objetivos:

- Ginástica Laboral Preparatória (GLP): realizada perto do seu local de trabalho, antes

do trabalhador iniciar suas atividades. São exercícios que visam o aquecimento da

musculatura e articulações que serão utilizados na realização das tarefas, prevenindo

acidentes, distensões musculares e DORT;

- Ginástica Laboral de Compensação (GLC): tem o objetivo de evitar vícios posturais e

o aparecimento da fadiga, principalmente por posturas extremas, estáticas ou unilaterais.

É relacionada à ginástica que interrompe a tarefa que está sendo executada. É ministrada

na metade do turno de trabalho ou no horário de pico da fadiga, com exercícios

elaborados de acordo com as tarefas executadas;

- Ginástica Laboral Relaxante (GLR): é indicada para os trabalhadores que atendem ao

público, constituindo-se por exercícios de relaxamento e distensionamento muscular e

de massagens e alongamentos ativos e passivos com duração mínima de 15 segundos;

- Ginástica Laboral Corretiva (GC): consiste no alongamento dos músculos mais

sobrecarregados com as tarefas diárias e fortalecimento dos músculos em desuso ou

pouco solicitados. Os participantes devem apresentar a mesma característica postural.

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Os exercícios específicos podem ser realizados de três vezes na semana a todos os dias e

são ministrados fora do horário de expediente de trabalho; e

- Ginástica Laboral de Manutenção (GLM) ou de Conservação: é um programa de

continuidade após obtenção do equilíbrio fisio-morfológico e muscular do indivíduo,

podendo evoluir para um programa de condicionamento físico aeróbico, associado a

reforço muscular e alongamentos. Visa prevenir e/ou reabilitar doenças crônico-

degenerativas como diabetes, cardiopatias, obesidade e sedentarismo. É ministrado fora

do horário de expediente, pois exige um tempo maior para a prática dos exercícios, de

30 a 60 minutos, podendo ser realizada antes, no intervalo do almoço ou após a jornada

de trabalho.

Atualmente, a empresa que não se volta à qualidade de vida de

seus funcionários, não continua competitiva no mercado, visto

que a produtividade é diretamente proporcional à saúde do

indivíduo. E é no âmbito de se promover saúde mental,

amenizando o estresse, e física, combatendo os males como o

sedentarismo e esforços repetitivos que a tecnologia

proporciona, é que a Ginástica Laboral tem sido uma importante

alavanca nesse processo. (PAGLIARI, 2002, p.19-30)

Em resumo, Lima (2005) conclui que a Ginástica Laboral tem como objetivo

minimizar os efeitos negativos oriundos do sedentarismo na vida e na saúde do

trabalhador, prevenindo doenças ocupacionais, promovendo o máximo de bem-estar e o

convívio social dos trabalhadores, servindo como ferramenta para a promoção do

melhor convívio diário.

De acordo com Bakke (2007), os objetivos específicos da Ginástica Laboral

podem ser relacionados, a saber:

- Promover a saúde e qualidade de vida;

- Corrigir vícios posturais;

- Diminuir absenteísmo e demanda ambulatória;

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- Melhorar condição física geral, ânimo e disposição para o trabalho, assim como o

relacionamento interpessoal, entre o trabalhador e o meio que o cerca;

- Promover autocondicionamento orgânico e a consciência corporal;

- Prevenção de lesões osteoligamentares e musculares relacionadas ao desgaste e

estresse do trabalho;

- Favorecer a desconcentração, estimular o autoconhecimento, a auto-estima e controle

de estresse;

- Reduzir o cansaço, a sonolência e a desatenção ocasionados pelo trabalho em

ambientes com temperaturas elevadas;

- Interromper monotonia operacional; e

- Proporcionar relaxamento das musculaturas mais utilizadas e sobrecarregadas.

Os programas promovem a saúde mental, física e social do indivíduo. Vários são

os aspectos que resultam no benefício da ginástica laboral para a vida cotidiana dos

trabalhadores e da própria empresa.

Alguns de seus benefícios estão listados a seguir, segundo PAGLIARI (2002):

- Fisiológicos:

- Provocam o aumento da circulação sanguínea no nível da estrutura muscular,

melhorando a oxigenação dos músculos e tendões e diminuindo o acúmulo de

ácido láctico;

- Melhoram a mobilidade e flexibilidade músculo-articular;

- Diminuem as inflamações e traumas;

- Melhoram a postura;

- Diminuem a tensão muscular desnecessária;

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- Diminuem o esforço na execução das tarefas diárias;

- Facilitam a adaptação no posto de trabalho; e

- Melhoram a condição da saúde.

- Psicológicos:

- Favorecem a mudança da rotina;

- Reforçam a auto-estima;

- Mostram a preocupação da empresa com seus funcionários; e

- Melhoram a capacidade de concentração no trabalho.

- Sociais:

- Despertam o surgimento de novas lideranças;

- Favorecem o contato pessoal;

- Promovem a integração social;

- Favorecem o sentido de grupo e pertencimento de um todo; e

- Melhoram os relacionamentos interpessoais.

Na visão de Silva (2004) em relação aos benefícios da Ginástica Laboral no

ambiente de trabalho encontra-se a satisfação com a função desempenhada como

resposta mais freqüente seguida de sentir alívio das dores e ambiente de trabalho mais

alegre. Nesse sentido, podemos dizer que a diminuição das dores decorrentes de tensão

e repetitividade na jornada de trabalho, levam o indivíduo a um estado emocionalmente

melhor, ficando apto a interagir adequadamente no meio em que vive. E esta sensação

de alívio das dores, bem-estar, satisfação, provoca um humor adequado, melhora a

comunicação, neutraliza a apatia e reduz a falta de iniciativa.

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Os benefícios da GL também se fazem sentir no ambiente familiar, pois há uma

nova disposição para realizar e ajudar nas tarefas domésticas, bem como a melhora do

humor e do ânimo na realização de atividades de lazer

A GL é responsável pela redução de despesas de afastamento

médico, acidentes de trabalhos e lesões por traumas cumulativos

e, previne o surgimento de doenças profissionais. Atua

investindo no melhoramento da imagem da empresa perante a

sociedade e aos funcionários, uma vez que satisfeitos os

trabalhadores produzirão mais, além de desempenhar aumento

na produtividade, na receptividade, aumento de lucros e na

qualidade, integração entre os trabalhadores, reduzindo ao

máximo, o índice de absenteísmo. (MACIEL et al, 2005, p.71)

É possível verificar que a implantação de um programa de Ginástica Laboral é

uma tentativa válida das empresas para aumentar a qualidade de vida no trabalho de

seus funcionários, pois os benefícios que podem ser alcançados suplantam em muito os

investimentos na área. Além disso, tais empresas que adotam a Ginástica Laboral se

mostram inseridas no contexto da atualidade, onde a sustentabilidade e a

responsabilidade social são fatores importantes perante seus funcionários e a sociedade.

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CONCLUSÃO

A modernização tem levado a maioria das pessoas a uma vida sedentária com

pouca ou nenhuma prática de atividade física. Considerando que o sedentarismo já é

visto como fator de risco primário para as doenças cardiovasculares, torna-se

fundamental que sejam propostos modelos teóricos para incentivar a adoção e

manutenção da prática de atividades físicas, bem como estratégias para incentivar os

trabalhadores a adotarem um estilo de vida mais ativo fisicamente.

Como o trabalhador não tem tempo para exercitar-se, ele fica mais suscetível em

desenvolver doenças decorrentes do sedentarismo, como hipertensão, diabetes, alguns

tipos de câncer, dentre outras, podendo também se tornar paciente para as chamadas

doenças ocupacionais, como LER e DORT.

Nesse contexto surgiu o investimento das empresas na qualidade de vida do

trabalhador, com a implantação de ferramentas fundamentais à promoção da saúde,

conseqüentemente visando aumento na qualidade de vida dos funcionários. Nasceu a

ginástica laboral, com o objetivo de contribuir de forma significativa para o

desempenho do trabalhador durante a jornada de trabalho, gerando importantes

benefícios para seu próprio bem-estar físico, mental e social, além de gerar grandes

méritos à empresa a qual o serviço é prestado, diminuição do absenteísmo, diminuição

de acidentes de trabalho e aumento da produtividade e dos lucros

A Ginástica Laboral contribui de forma direta, acessível e simples para a

promoção da saúde do trabalhador, aumenta o bem-estar físico, social, através da

socialização e desenvolvimento de relações interpessoais. Traz também um aumento da

satisfação no ambiente de trabalho, uma vez que o alívio das dores reflete-se no seu

humor e disponibilidade para a realização das tarefas, reduz ainda o nível de ansiedade,

aumentando sua qualidade de vida não só no trabalho, como na sua vida familiar.

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