O mercado de recrutamento em 2014

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64 Fevereiro 2014 O mercado de recrutamento deverá registar mais dina- mismo nos próximos dois anos, explica Pedro Mota, director da Randstad Pro- fessionals - uma tendência já visível no último trimes- tre de 2013. Uma aposta no recrutamento da parte das empresas «no sentido de reforçar as suas estruturas corporativas ao nível do capital humano», o que leva Pedro Mota «a encarar com optimismo o ano de 2014, ao nível do mercado de recrutamento e selecção de quadros médios e superiores.» «Ainda assim, nos últimos anos tem vindo a aumentar a quota de processos de recrutamento que são desenvolvidos por parceiros externos. Este incremento deve-se acima de tudo, à percepção das empresas que este processo é tão importante na política de Recursos Humanos como o desenvolvimen- to ou retenção de talentos», acrescenta. Em 2014, os perfis mais procurados são os da área de Vendas e Marketing, «em par- ticular funções que envolvam contacto com o mercado externo, fruto da tendência de internacionalização do tecido empresarial português, um dos motores principais do crescimento da economia nacional, assim como, da redução da taxa de desemprego», considera o director da Randstad Professio- nals. Já as Tecnologias de Informação têm vindo a registar uma procura crescente, «um “oásis” num tecido empresarial assolado pela crise instalada desde 2009», acrescenta. Para além destes dois sectores, regista- se a procura de quadros muito especiali- zados para as empresas graças ao acelerar das exportações. «Um desses casos é o da indústria têxtil que se debate com falta de profissionais com elevado nível de exigên- cia técnica», segundo o director da Randstad Professionals. Recrutar talentos As empresas procuram, cada vez mais, per- fis com mais capacidades e competências, para responderem aos desafios de um mun- do cada vez mais global. Neste contexto, o domínio de uma terceira língua para além da língua materna e do inglês, o domínio de aplicações informáticas e a disponibilidade para viagens de negócios assumem cada vez mais importância, explica Pedro Mota. Depois da contracção registada nos últimos anos, as empresas em Portugal estão a recrutar mais e há razões para optimismo. O MERCADO DE RECRUTAMENTO EM 2014 Pedro, Mota, director da Randstad Professionals, considera que o mercado de recrutamento em Portugal deverá registar uma recuperação em 2014

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Depois da contracção registada nos últimos anos, as empresas em Portugal estão a recrutar mais e há razões para optimismo.

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64 Fevereiro 2014

O mercado de recrutamento deverá registar mais dina-mismo nos próximos dois anos, explica Pedro Mota, director da Randstad Pro-fessionals - uma tendência já visível no último trimes-tre de 2013. Uma aposta no recrutamento da parte das empresas «no sentido de

reforçar as suas estruturas corporativas ao nível do capital humano», o que leva Pedro Mota «a encarar com optimismo o ano de 2014, ao nível do mercado de recrutamento e selecção de quadros médios e superiores.»

«Ainda assim, nos últimos anos tem vindo a aumentar a quota de processos de recrutamento que são desenvolvidos por parceiros externos. Este incremento deve-se acima de tudo, à percepção das empresas que este processo é tão importante na política de Recursos Humanos como o desenvolvimen-to ou retenção de talentos», acrescenta.

Em 2014, os perfis mais procurados são os da área de Vendas e Marketing, «em par-ticular funções que envolvam contacto com o mercado externo, fruto da tendência de internacionalização do tecido empresarial português, um dos motores principais do crescimento da economia nacional, assim como, da redução da taxa de desemprego», considera o director da Randstad Professio-nals. Já as Tecnologias de Informação têm vindo a registar uma procura crescente, «um “oásis” num tecido empresarial assolado pela crise instalada desde 2009», acrescenta.

Para além destes dois sectores, regista-se a procura de quadros muito especiali-zados para as empresas graças ao acelerar das exportações. «Um desses casos é o da indústria têxtil que se debate com falta de profissionais com elevado nível de exigên-cia técnica», segundo o director da Randstad Professionals.

Recrutar talentos

As empresas procuram, cada vez mais, per-fis com mais capacidades e competências, para responderem aos desafios de um mun-do cada vez mais global. Neste contexto, o domínio de uma terceira língua para além da língua materna e do inglês, o domínio de aplicações informáticas e a disponibilidade para viagens de negócios assumem cada vez mais importância, explica Pedro Mota.

Depois da contracção registada nos últimos anos, as empresas em Portugal estão a recrutar mais e há razões para optimismo.

O MERCADO DE RECRUTAMENTO EM 2014

Pedro, Mota, director da Randstad Professionals, considera que o mercado

de recrutamento em Portugal deverá registar

uma recuperação em 2014

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Para além destas especificações, valo-riza-se, «mesmo em perfis mais técnicos», candidatos com competências comerciais, «catapultando desta forma a força de ven-das, sendo, o dinamismo e capacidade re-lacional características procuradas regular-mente», adianta.

Nesta “luta pelo talento”, cada vez mais feroz, o Grupo Randstad definiu um con-junto de políticas relativas ao recrutamento no Trabalho Temporário e no recrutamento de quadros médios e superiores. «No entan-to, devido à elevada oferta de “talento” e de pessoas muito qualificadas no mercado, que resultou do aumento da taxa de desemprego, é natural que o grau de exigência no recru-tamento tenha aumentado a todos os níveis, inclusivamente no Trabalho Temporário. No nosso caso, já tínhamos as ferramentas e as metodologias dentro de casa, pelo que a adaptação foi imediata», esclarece o director da Randstad Professionals.

Contudo, no outro lado da balança estão os profissionais com poucas ou nenhumas qualificações em situação de desemprego, muitas vezes já em situação de desemprego de longa duração. «Esta questão é tanto mais preocupante quanto mais reduzida for a ca-pacidade do mercado de trabalho. Nesta fase em concreto e se observarmos as estatísticas de emprego é fácil perceber que uma larga fatia de desempregados se situa numa faixa etária acima dos 45 anos e que possui menos qualificação», salienta.

«Perante estes dados, a resposta torna-se evidente, é necessário requalificar estes profissionais para que as suas competências voltem a ser valorizadas pelo mercado», con-clui Pedro Mota.

Tendências

Para 2014, o mercado de recrutamento em Portugal deverá registar uma recuperação - com «um maior volume de necessidades de recrutamento e selecção», explica.

«Numa segunda linha, o mercado inter-nacional, nomeadamente países como An-gola e o Brasil denunciam também um forte interesse nos quadros portugueses, fruto da qualidade da estrutura curricular das for-mações e pela complexidade dos projectos desenvolvidos no nosso país, bem como pelo facto de o enquadramento salarial ser mais competitivo, comparativamente a outros mercados», acrescenta.

Como se vai recrutar no futuro?

As inovações tecnológicas estão a alterar as técnicas de recrutamento tradicionais e a aumentar o grau de precisão na detecção de perfis específicos para as empresas. Pedro Mota esclarece que a Randstad tem «acom-panhado as mudanças e de facto estamos na iminência de novos paradigmas de recruta-mento, com processos muito mais ágeis, que nos ajudam a chegar rapidamente ao candi-dato que queremos», explica.

A empresa está já familiarizada com as mudanças tecnológicas, preparando novas soluções para apoiar os processos de recru-tamento. «O Grupo Randstad tem a vanta-gem de deter uma empresa com uma forte vertente tecnológica, a Randstad Technolo-gies, que nos ajuda a estar na linha da fren-te com soluções inovadoras. Por exemplo, fomos pioneiros a lançar uma app para Smartphones, a partir da qual se podem consultar as ofertas e enviar candidaturas»,

revela o director da Randstad Professionals.Estas ferramentas de cariz tecnológico

permitem divulgar a mensagem mais rapi-damente e chegar às pessoas que interessam para determinado processo de recrutamen-to. Isto significa uma maior «agilização de processos» e, ao mesmo tempo, «um au-mento da competitividade, no seguimento da massificação da utilização destes meios», segundo Pedro Mota.

Neste ambiente tão competitivo e com novas variáveis a nível tecnológico, «o recrutador assume uma importância de-terminante, necessitando de ser um ver-dadeiro conhecedor da oportunidade e do mercado, de modo a que não funcione como um mero transmissor de informação. É essencial acreditar que a oportunidade que tem para apresentar é verdadeiramente interessante para quem vai contactar, caso contrário corre o risco de não despertar in-teresse no seu target», conclui.

OS PROCESSOS DE RECRUTAMENTO SÃO TÃO IMPORTANTES NA POLÍTICA DE RECURSOS HUMANOS COMO O DESENVOLVIMENTO OU RETENÇÃO DE TALENTOS